Ações em Aulas Expositivas
Ações em Aulas Expositivas
Ações em Aulas Expositivas
PARA
APRENDIZAGEM
ATIVA
Introdução
A educação passou por profundas reconfigurações na contemporanei-
dade, deslocando o professor e as atividades de ensino do centro do
processo educacional e colocando o aluno e a aprendizagem como
protagonistas e principais objetivos educacionais. Contudo, muitas vezes
se faz necessário que utilizemos aulas expositivas. Estas aulas, porém,
podem se tornar mais interessantes e eficientes a partir do momento
em que os professores possam alternar estratégias de aprendizagem
ativa em sala de aula, como o strip sequence, o jigsaw e o five cards fast
pass, entre outras.
Neste capítulo, você irá aprender sobre possibilidades para tornar as
aulas expositivas mais interessantes e ativas. Também irá conhecer os
fundamentos e as possíveis aplicações das estratégias pedagógicas strip
sequence, five cards fast pass e jigsaw.
2 Ação em aulas expositivas
Este capítulo busca fornecer subsídios para que a aula expositiva passe por
uma transformação pela aplicação de metodologias, o que deve ser feito pelo
professor. Dessa forma, o aluno abandona a posição de passividade e passa
a ser protagonista, interagindo com colegas e professor, realizando escolhas,
resolvendo desafios e problemas que se apresentam durante a exposição de
conteúdos. Para romper a generalização de que aulas expositivas são desin-
teressantes, podemos apontar alguns fatores, como os descritos a seguir, para
que estas aulas possam ser bem-sucedidas:
diálogo;
significado;
oratória;
realidade social.
ouvir;
interagir;
alternar técnicas.
Ação em aulas expositivas 3
Uma das formas mais simples de tornarmos uma aula expositiva mais
atrativa, permitindo a participação dos alunos, seria uma aula expositiva
dialogada, em que existe “[...] a exposição do conteúdo, com a participação
ativa dos estudantes, cujo conhecimento prévio deve ser considerado e pode ser
tomado como ponto de partida. O professor leva os estudantes a questionarem,
interpretarem e discutirem o objeto de estudo, a partir do reconhecimento e
do confronto com a realidade [...]” (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 79). Ou
seja, o professor, ao presumir que os alunos carregam conhecimentos prévios
de suas experiências sociais e educacionais, passa a dialogar com estes alunos
sobre os temas que estão aprendendo. Lembramos que um diálogo requer que o
professor tenha a habilidade de ouvir o que os alunos têm a manifestar sobre o
tema. Para isso, é necessário que haja abertura para a exposição de ideias, para
o questionamento, bem como o desenvolvimento de uma cultura de respeito
junto à turma, em que as exposições de todos serão valorizadas em detrimento
de serem consideradas certas ou erradas. Ao defender a importância do diálogo
em sala de aula, Freire (1996, p. 96) ressaltou que “[...] o fundamental é que
o professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos,
é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou
enquanto ouve [...] [O que] importa é que o professor e alunos se assumam
epistemologicamente curiosos [...]”. Afinal, para que a curiosidade possa ter
vazão, é necessário um canal aberto, uma relação de troca e partilha mútuas
entre professor e alunos.
A busca por momentos de interação durante a aula expositiva também
contribui significativamente para que esta se torne mais significativa, o que
pode ser realizado por meio de diálogos e da troca de experiências entre
colegas e professor durante a exposição dos conteúdos. É nesse momento de
interação que os alunos conseguem produzir sentido ao que estão recebendo
da exposição do professor.
Outro ponto que agrega muito valor para a aula expositiva diz respeito à
habilidade do professor em exercer a comunicação com a turma. Para isso,
se faz necessário que ele desenvolva a capacidade de oratória, saiba articular
bem as palavras, alternar seu tom de voz e direcionar a atenção dos alunos
para pontos específicos, utilizando toda a linguagem corporal para isso. Dessa
forma, o professor, principalmente no início de sua carreira docente, deve
ensaiar suas aulas expositivas, percebendo em que parte poderá encaixar
frases de efeito, trechos de humor, ênfases e pausas, o que torna a aula muito
mais interessante para os que a assistem. Sobre a utilização do humor e da
ludicidade em suas exposições, é importante lembrarmos de que “[...] se o
tempo da escola é um tempo de enfado em que o educador e educadora vivem
4 Ação em aulas expositivas
1A 2A
1D 1B 2D 2B
1C 2C
Após os alunos realizarem a leitura oral de suas peças para seu grupo (o
professor deve determinar o tempo para esta etapa), o professor solicita que
haja uma mudança nos grupos, unindo-os, agora, por sua letra correspon-
dente. Neste novo grupo, os alunos tomarão consciência do texto completo
e entenderão o encaixe de suas peças no momento em que realizam a leitura
junto ao novo grupo, como podemos visualizar na Figura 3.
A utilização de jogos com cartões (cards) pode ser aplicada em todas as etapas da
educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), bem como
no ensino superior. Basta que o professor utilize sua criatividade e construa seus jogos
a partir dos conteúdos e de seus objetivos educacionais.
adotada com os conteúdos que vem sendo explorados com os alunos. Além
do próprio desenvolvimento da habilidade leitora, temos a aprendizagem dos
tipos de linguagem que a turma está estudando, o que demonstra, de forma
prática, a aplicação real dos conteúdos expostos em sala de aula para os alunos.
Alves, Sanches e Tavares (2016) utilizaram a estratégia metodológica do
jigsaw em turmas de quinto e sexto anos do ensino fundamental, em Portugal,
para desenvolver as habilidades de educação cooperativa e inclusiva junto aos
alunos. Para isso, utilizaram os procedimentos apresentados no Quadro 2.
8. Fichas de trabalho.
Outra aplicação do método five cards fast pass foi utilizada por Saturnino, Luduvico
e Santos (2013) com uma turma do ensino médio, em suas aulas de Química para a
aprendizagem dos elementos da tabela periódica de forma lúdica e interativa.
Para isso, construíram um jogo chamado pôquer dos elementos dos blocos s e p ,
conforme a imagem abaixo:
No link a seguir, acesse os planos de aula que utilizam tirinhas para o strip sequence .
Você pode realizar essas atividades com seus alunos.
https://qrgo.page.link/EFAoM
Leitura recomendada
TEIXEIRA, P. G. O uso das tirinhas no processo de aquisição da leitura e da escrita. 2013.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=51113.
Acesso em: 17 jun. 2019.