Mapeamento e Classificação Do Nível de Degradação Das Nascentes Do Município de Lorena (SP)
Mapeamento e Classificação Do Nível de Degradação Das Nascentes Do Município de Lorena (SP)
Mapeamento e Classificação Do Nível de Degradação Das Nascentes Do Município de Lorena (SP)
LORENA
2020
ISABELLA MORAES VIEIRA
LORENA
2020
RESUMO
As ações antrópicas e a ocupação humana no espaço geográfico se dão, em sua grande maioria,
responsáveis por abastecer o curso d’água ao qual está ligado e quando comprometidas podem
afetar a qualidade da água ao longo de todo o curso, prejudicando também a biodiversidade ali
presente. O seguinte projeto tem por objetivo mapear e classificar o nível de degradação das
nascentes do município de Lorena (SP) a partir das formas de ocupação das Áreas de
Preservação Permanentes (APP) com a finalidade de obter uma base de dados espaciais da
região em estudo. Os resultados obtidos poderão ser utilizados como subsídio para
nascentes.
FUNDAMENTAL
ambiente, através das atividades de trabalho, com o intuito de suprir suas necessidades e
interesses. Esses fatos são refletidos nas formas de uso e ocupação da terra ao longo do território
e hoje são exigidas mudanças urgentes através da compreensão de que o homem e a Terra são
constituídos da mesma natureza e são regidos pelos mesmos princípios, fazendo parte integrante
por exemplo, que durante toda a história não tiveram adequado planejamento de instalação e
desenvolvimento, é notável que a malha urbana é expandida para áreas não adequadas a esse
preocupação com a preservação dos recursos naturais (TUCCI, 1997). A ocupação irregular do
espaço, principalmente na área urbana, é um inconveniente para gestão pública, uma vez que
causa impactos principalmente em áreas sensíveis como margens de rio, topos de morros, áreas
Uma importante estratégia para reverter e impedir a degradação ambiental foi a criação
CONAMA 303/02 (BRASIL, 2012). De acordo com a Lei 12.651 de 25 de maio de 2012, as
de 50 metros ao redor da nascente, sendo que dentro dessa área o uso deve ser restrito com o
degradação das paisagens naturais. As nascentes recebem um destaque maior visto que são
intervenções e transformações, que podem ser identificadas a partir da classificação das formas
também. De acordo com o Manual Técnico de Uso da Terra do IBGE (2013), a análise do uso
da terra pode ser definida como um conjunto de pesquisas envolvendo interpretação, análise e
registro da observação das paisagens da área de estudo. Resumindo, a expressão “uso da terra
ou uso do solo” pode ser entendida como sendo a forma pela qual o espaço está sendo ocupado
O uso e cobertura da terra é a informação mais acessível numa imagem de satélite, pois
apresentados (LEITE & ROSA, 2012). Por fim, o levantamento de dados e sua interpretação,
assim como a classificação das formas de uso da terra nas APP de nascentes é uma estratégia
Muitas vezes o monitoramento do uso das áreas em tempo real é dificultado devido à
extensão territorial do país e pela escassez de profissionais capacitados, de forma que não se
tem o controle da ocupação de algumas áreas. Por isso, a utilização das geotecnologias nos
estudos ambientais é repetidamente empregada, uma vez que esses instrumentos permitem um
não espaciais; possibilidade de representação dos dados em diferentes formatos, sendo mapa a
mais comum entre elas. De acordo com Silvia e Zaidan (2004), o geoprocessamento aplicado
ambientais.
Segundo Marengo e Alves (2005), o vale do Rio Paraíba apresenta forte processo de
industrialização, assim como degradação ambiental. Os autores afirmam que o intenso uso
urbano, industrial e energético que se faz dos recursos hídricos da bacia aumentaram a demanda
disponíveis.
recompensado pela sua recarga no lençol freático, isso ocorre, principalmente, por infiltração
da água no solo, que é auxiliada quando a vegetação natural encontra-se preservada, como
do solo nas Áreas de Preservação Permanente (APP) das nascentes do município de Lorena
(SP), tal qual a classificação do nível de degradação das mesmas, buscando subsidiar a
elaboração de projetos futuros que visem a preservação e recuperação das nascentes da área em
estudo.
município de Lorena;
METODOLOGIA
A metodologia a ser utilizada divide-se em uma sequência de etapas, tendo como partida
Ambiente) e SMA (Secretária do Meio Ambiente). Além disso, também será realizado o estudo
da legislação ambiental vigente, tendo como base o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei
remoto, para identificação das formas de uso e delimitação das APP de todas as nascentes do
de feições pontuais cujas coordenadas coincidem com o início de cada linha que representa um
curso d’agua. Para a delimitação das APP serão criadas áreas de abrangência (buffer) com o
A partir disso, serão identificadas as formas de uso da terra em cada nascente através da
vetorização dos alvos que compõem a paisagem dessas áreas. A classificação de uso da terra
nas APP terá como base a metodologia proposta por Campos e Matias (2010) e em uma
conforme a Tabela 1.
O mapeamento das APP será baseado em operações de edição e ajuste das feições
Uma vez finalizada a classificação do tipo de uso da terra, será realizada a classificação
do nível de degradação das nascentes com base na adaptação das metodologias proposta por
Campos e Matias (2010) e Pinto (2003). As formas de uso nas APP das nascentes serão
classificadas como “em acordo com a legislação” quando se tratando de áreas de vegetação
natural (floresta ou campestre) ou “em desacordo com a legislação” quando classificadas como
categorias de preservação: preservada (mais de 75% da área total da APP em acordo com a
legislação); perturbada (entre 25 e 75% da área total da APP em acordo com a legislação) e
degrada (menos de 25% da área total da APP em acordo com a legislação). Tal classificação
na Tabela 2.
Classificação Cobertura
Degradada < 25%
Perturbada 25% a 75%
Preservada > 75%
Fonte: adaptado de Pinto (2003)
Após a identificação dos tipos de uso da terra nas APP e a sua classificação em relação
ao nível de degradação das nascentes, utilizando as metodologias citadas, serão gerados mapas
Por fim, a partir dos resultados obtidos será realizada uma comparação das áreas
Lorena.
O Projeto ROAM Vale do Paraíba foi desenvolvido pelo World Resources Institute
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA/SP) e outros parceiros. Seu
principal objetivo é representar um valioso subsídio para orientar políticas públicas para a
no Vale do Paraíba Paulista. As informações sobre o projeto, tal qual os dados cartográficos e
Os resultados esperados poderão compor uma rica base de dados espaciais sobre as
e recuperação das mesmas, assim como servirá de apoio para fiscalização e gestão ambiental
por parte da gestão pública (de forma a evitar a ocupação das nascentes ainda preservadas) e na
Com base nos dados e informações gerados espera-se entender qual a relevância das
dos tipos de uso da terra considerados na metodologia. Espera-se também compreender como
Além disso, espera-se obter uma maior consolidação dos resultados desse trabalho a
partir da comparação com os resultados do Projeto ROAM Vale do Paraíba, de tal forma que
as áreas classificadas como degradadas neste trabalho coincidam com as áreas potenciais para
dessa natureza.
Para a realização do projeto aqui apresentado foram definidas etapas assim como os
base de dados georreferenciados que subsidiará o mapeamento proposto serão fornecidos por
além de núcleos de pesquisa da EEL e de outras unidades da USP, e das prefeituras municipal
remoto da área de estudo. Nesta será realizado o tratamento, a checagem e a validação dos
dados que servirão de base para a elaboração dos mapas necessários ao desenvolvimento da
pesquisa.
4. Elaboração dos Mapas Temáticos: Será elaborada a carta base das formas de uso
e a classificação da ocupação das APP das nascentes em acordo ou desacordo com a legislação
Outubro
Setembr
Agosto
Junho
Julho
Maio
Etapas
o
Revisão Bibliográfica x x x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Novo Código Florestal Brasileiro. Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm>. Acesso em: 13 mai. 2019.
----------. Novo Código Florestal Brasileiro. Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>. Acesso em: 07 mar.
2019
---------. Ministério do meio ambiente. Conselho nacional do meio ambiente (CONAMA). Resolução
nº 302, de 20 de mar. de 2002. Estabelece parâmetros, definições e limites para as Áreas de
Preservação Permanente de reservatório artificial e institui a elaboração obrigatória de plano
ambiental de conservação e uso do seu entorno. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30202.html>. Acesso em: 07 mar. 2020.
CAMPOS, F. F.; MATIAS, L. F.. Mapeamento das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e
sua Situação Atual de Uso e Ocupação no Município de Paulínia (SP). In: Anais do III Simpósio
em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, 2010, Recife/PE.
CARVALHO, Mariana Aparecida Adalberto de; ROLIMS, Neide Duarte. Ha Origem Dos
Problemas Ambientais: Perspectiva Psicológica Das Atitudes Ambientais. 2015. Disponível em: <
https://huespedes.cica.es/gimadus/28-29/04_a_origem_dos_problemas.html>. Acesso em: 7 mar.
2020.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico de Uso da Terra. Rio de
Janeiro: IBGE, 2013, 171 p. (Manuais Técnicos em Geociências, ISSN 0103-9598; nº7)
MARENGO, J.A.; ALVES, L.M. Tendências hidrológicas da bacia do rio Paraíba do Sul. Revista
Brasileira de Meteorologia. v.20, n.2. p.215-226. 2005.
LEITE, E. F.; ROSA, R. Análise do Uso, Ocupação e Cobertura da Terra na Bacia Hidrográfica
do Rio Formiga, Tocantins. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.4, n.12, 2012.
Disponível em: < http://www.observatorium.ig.ufu.br/pdfs/4edicao/n12/05.pdf>. Acesso em: 15 de
mar. 2020.
ROSA, Roberto. Introdução ao sensoriamento remoto. Uberlândia: Ed. UFU, 2007. 248 p.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Programa Nascentes. Oportunidades para
Restauração de Paisagens e Florestas na Porção Paulista do Vale do Paraíba. Porto Alegre, 2018.
SILVA, J. X.; ZAIDAN, R. T. Geoprocessamento & análise ambiental: aplicações. Rio de Janeiro:
SOUZA, João Carlos Simanke de. Estudo hidrogeológico da região de Lorena - São Paulo. 2004.
2020.
TUCCI, C. E. M. 1997. Hidrologia: ciência e aplicação. 2.ed. Porto Alegre: ABRH/ Editora da