Biologia Aves
Biologia Aves
Biologia Aves
Introdução
Aves
As aves são animais vertebrados (como os peixes, anfíbios, répteis e mamíferos, apresentam
coluna vertebral) que podem ser facilmente distinguidos pela presença de penas. A pena é uma
característica exclusiva desses animais, ou seja, está presente em todas as espécies do grupo. A
boca é um bico, sem dentes que pode variar de forma e de tamanho conforme a espécie, sendo
estas adaptações ao tipo de alimentação. São endotérmicas e apresentam um metabolismo
elevado. Podem ser encontradas em todos os continentes e, atualmente, já foram descritas cerca
de 12.000 espécies. Entre as espécies desse grupo há uma grande variedade de formas, cores,
tamanhos e hábitos. Existe desde o avestruz, com mais de 2m de altura e 130kg, ao minúsculo
beija-flor, das montanhas de Cuba, com apenas 1dcm e 3g, do desajeitado Kiwi ao elegante
flamingo, passando, entre outras, pelo corvo muito negro e os papagaios multicoloridos. Existe o
grande desenvolvimento de cantos e plumagens diferentes em cada espécie. Sua pele é
recoberta por penas e com glândulas, as aves aquáticas apresentam na cauda a glândula
uropigiana para impermeabilizar as penas. A pele é seca, sem glândulas, com exceção da
glândula uropigiana que existe em muitas espécies. Esta glândula produz secreção que
impermeabiliza as penas.São animais de sangue quente. O principal avanço das aves em relação
aos répteis reside em sua capacidade de controlar a temperatura do corpo, isto significa que a
temperatura interna do corpo (cerca de 37,5 C) permanece constante, sem ter relação com a
temperatura do ambiente: são vertebrados homeotérmicos.O organismo gasta energia, e o gasto
só pode ser reduzido com uma boa isolação (penas, pêlos, gordura). O peso das aves varia muito
(as voadoras, têm peso reduzido em relação ao volume corpóreo), de menos de 28 gramas até
mais de 135 quilos. De acordo com o ambiente em que vivem, também há variação de detalhes
da estrutura do corpo.As penas fornecem isolação térmica leve. As penas maiores estão nas
asas - antebraços adaptados ao vôo. As penas estão implantadas nos ossos da mão (primárias)
e do antebraço (secundárias). Existência de um só côndilo ocipital e escamas nas pernas e nos
pés (heranças deixadas pelos répteis).São denominados, também tetrápodes por apresentarem
quatro membros, o par anterior transformado em asas que em, geral, servem para voar: o par
posterior pode estar adaptado a várias funções: andar, correr, nadar; cada pé, geralmente, é
revestido de pele córnea e provido de quatro dedos. Têm dois pares de membros: anteriores as
asas e posteriores as pernas ou patas. As patas também são adaptadas ao tipo de ambiente em
que vive a ave. Cada pé geralmente com quatro dedos, canela e dedos envolvidos por pele
cornificada, são bípedes, pela transformação dos membros anteriores em asas, o que lhes
permite (na maioria das vezes) voar. Todas as aves têm em comum características que tornam
possível o vôo, mesmo as aves que já perderam a capacidade de voar (os únicos pássaros que
não voam são os pingüins, avestruzes, emas, casuares e quiwis; porém o pingüim, por exemplo,
não voa, mas pode nadar e mergulhar. Já o avestruz pode caminhar e correr.). A habilidade para
o vôo está refletida nas características típicas dos pássaros:
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1. Corpo aerodinâmico;
8. Cerebelo desenvolvido;
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Os olhos são bem desenvolvidos, com percepção de cores e em alguns casos é
composto por duas fovea centrais, o que lhes confere maior campo de visão. Além
das pálpebras, há a membrana nictiante que corre cobrindo o olho no sentido
horizontal.Finalmente, o cérebro das aves é mais desenvolvido que o dos répteis,
pois este órgão está relacionado ao equilíbrio durante o vôo. São capazes de voar
longas distâncias e retornar ao ponto de partida. Apresentam doze pares de
nervos cranianos. As aves também têm atividades instintivas complexas: danças
de acasalamento, construção de ninhos, criação de filhotes, migração. Mas, como
os hemisférios cerebrais são poucos desenvolvidos, elas se adaptam menos que
os mamíferos às alterações do ambiente.
2. Desenvolvimento
05
2.2 Classificação das aves
Urubus, Gaviões - -
Falconiformes
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As nove ordens principais são:
Reiformes
Ciconiformes
Anseriformes
Psitaciformes
Passeriformes
Galiformes
Columbiformes
Falconiformes
Estrigiformes
Reiformes
Ema
Aves com asas pouco desenvolvidas e sem capacidade para voar. São
corredoras. Na corrida, as asas servem como uma espécie de leme, ajudando a
ave a equilibrar-se e a mudar de direção.
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Ciconiformes
Garça branca
Essa ordem reúne aves com pernas longas, pescoço comprido e bico grande.
Alimentam-se principalmente de peixes e de outros animais aquáticos. São mais
conhecidos o jaburu ou tuiuiú, a garça branca e cegonha.
Anseriformes
Marrecos
Os representantes desse grupo são aves aquáticas, de tamanho médio, com bico
achatado, pernas curtas e dedos unidos por uma membrana. A essa ordem
pertencem os cisnes, os gansos, os patos e os marrecos.
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Psitaciformes
Arara Vermelha
Aves com plumagem muito colorida e bico muito curto, forte e recurvado. Entre os
Psitaciformes, são mais conhecidos o papagaio, a arara e o periquito.
Passeriformes
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Galiformes
Galinha
Peru
Faisão
Columbiformes
Aves com bico e patas fracos, asas longas e pontudas. Sobre as narinas aparece
uma formação especial, denominada ceroma. Entre os columbiformes, destacam-
se a pomba, a rolinha e a juriti.
Estrigiformes
Falconiformes
Compreendem aves com bico, garras muito fortes e visão muito desenvolvida. São
predadores, pois atacam outros animais para matá-los e comê-los. São
conhecidas como aves de rapina. Nessa ordem incluem-se a águia, o gavião, a
harpia.
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2.3 Outras ordens:
Ordem Rheiformes
Ordem Tinamiformes
Ordem Sphenisciformes
Não voam.
Membros anteriores semelhantes a remos.
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Ordem Pelecaniformes
Ordem Caprimulgiformes
Ordem Apodiformes
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Ordem Ciconiiformes
Ordem Coraciformes
Ordem Anseriformes
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Ordem Gruiformes
Ordem Galliformes
Bico curto.
Pena com hiporráquis.
Pés geralmente adaptados para ciscar e correr.
Com artelhos curvos.
Filhotes cobertos com plumas ao eclodirem e nidífugos.
Aves de caça, algumas espécies domesticadas, muitas habitantes de solo,
gregárias, onde a maioria nidifica.
Alimentam-se principalmente de matéria vegetal.
Tamanho pequeno a muito grande (125 a 2335 mm).
Aves terrestres.
Bicos curvos e curtos.
Muitas vezes áreas da cabeça sem penas.
Asas curtas e arredondadas.
Ordem Psittaciformes
Ordem Charadriiformes
Ordem Falconiformes
Ordem Columbiformes
Ordem Strigiformes
Ordem Piciformes
Ordem Passeriformes
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2.4 Anatomia interna
2.5 As asas
2.5.2 17
Uma pena completa é formada por um tubo transparente (cálamo)
que, mergulhado no folículo ("poro" da pele), prolonga-se no
ráquis.Em cada lado do ráquis há uma série de barbas
("ramificações") paralelas, cujo conjunto constitui o vexilo ou
estandarte. Cada barba, por sua vez, é provida de numerosas
barbelas, que se unem entre si por delgadas barbulas em forma de
gancho. As penas que cobrem o corpo das aves recebem o nome de
retrizes; as que se prendem nas asas são as rêmiges; e as que
constituem a cauda são as rectrizes. Elas formam uma superfície
contínua de revestimento, que oferece uma notável resistência ao ar
e é impermeável à água (graças às substâncias gordurosas
secretadas pela pele das aves).
2.5.2 Pele
Funções:
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2.5.3 Ossos
2.5.4 A Pata
A pata da ave denuncia o lugar onde ela vive. O avestruz tem a pata robusta dos
corredores. O falcão tem garra de caçador. O mergulhão, bicho nadador, tem a
pata em forma de remo, quando está "remando", ela fica aberta, quando o animal
puxa a pata para frente, ela torna-se fina, para oferecer pouca resistência à água.
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2.6 Sistemas
2.6.1 Sistema Circulatório
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A veia pós-cava drena o sangue dos membros através do sistema porta-renal, que
passa pelos rins, mas que não se ramifica em capilares; consequentemente, não
pode ser comparado ao sistema porta-renal dos vertebrados inferiores. Os
eritrócitos das aves são nucleados e maiores do que os dos mamíferos.O sistema
de circulação permite a conservação da temperatura da ave. A circulação é
bastante intensa e consequentemente, as trocas gasosas que se processam ao
nível das células também são intensas e desenrola-se uma notável combustão
celular. Isso acontece porque o deslocamento durante o vôo constitui uma
atividade muscular muito grande, que exige o consumo de grandes quantidades
de energia - ATP. Chegam a ter 150 batidas por minuto algumas aves.
O tubo digestivo tem como particularidades: o bico sem dentes, o papo, a moela e
termina na cloaca. Não possuem bexiga e a excreção é o ácido úrico, eliminado
junto com as fezes.A anatomia do canal alimentar das aves é notavelmente
diferente da dos mamíferos na área da boca, na presença de um papo no esôfago
e na existência de um estômago muscular ou moela.A boca e a faringe não são
bem delimitadas na ave e, na maioria das espécies, não há palato mole. O palato
duro comunica-se com as cavidades nasais.
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Os dentes estão ausentes e suas funções são realizadas pelo bico córneo e pela
moela, havendo uma grande variedade de adaptações do bico e da língua. As
glândulas salivares e papilas gustativas estão presentes, em localização e número
variáveis.As dimensões do trato digestivo variam consideravelmente entre as
espécies, dependendo dos hábitos alimentares. Nos galináceos adultos, o
comprimento de todo trato pode ser de 210 cm ou mais. Em geral, o esôfago das
aves é comparativamente longo e de maior diâmetro, sendo mais largo nas
espécies que deglutem pedaços maiores de alimento. Uma dilatação do esôfago,
o papo, está presente na maioria das espécies, embora ausente em algumas
espécies.A forma do papo pode variar de uma simples dilatação do esôfago até
um ou mais sacos para fora do esôfago. O estômago glandular ou pró-ventriculo
das aves funciona primordialmente na secreção, embora também possa ter uma
função de armazenamento nas aves que não têm papo e em algumas espécies
que se alimentam de peixes.O estômago muscular é altamente especializado para
a trituração naquelas espécies que ingerem alimentos duros, ou para misturar as
secreções digestivas com o alimento, nas espécies carnívoras.Na maioria das
espécies, o estômago muscular compõe-se de dois pares musculares
denominados músculos intermediários e músculos laterais ou, mais recentemente,
conhecidos como músculos pares grosso e fino. Esses músculos não estão
presentes na maioria das aves carnívoras.O intestino delgado das aves tem um
duodeno semelhante à dos mamíferos, mas além do duodeno não existem áreas
delimitadas como o jejuno e o íleo dos mamíferos. O vestígio do saco vitelínico
(divertículo de Meckel) pode ser encontrado mais ou menos na metade do
intestino delgado. O intestino delgado é muito mais longo nas aves herbívoras do
que nas carnívoras. A mucosa do intestino delgado é semelhante a dos
mamíferos, exceto que as vilosidades geralmente são mais altas, mais delgadas e
mais numerosas nas aves. Localizado na junção dos intestinos grosso e delgado
estão os cecos que, nas aves, em geral são em número par, ao contrário dos
mamíferos. Suas dimensões são influenciadas pelos hábitos alimentares e eles
não estão presentes em todas as espécies. O intestino grosso das aves é
relativamente curto e não é bem demarcado em reto e cólon, como nos
mamíferos.Outro órgão concernente à digestão é o fígado, que é bilobado e
relativamente grande na maioria das aves; o ducto hepático esquerdo comunica-
se diretamente com o duodeno, enquanto o ducto direito envia um ramo para a
vesícula biliar, ou pode dilatar-se localmente como uma vesícula biliar. A vesícula
biliar está presente na galinha, pato e ganso, mas algumas outras espécies, como
o pombo, não têm vesícula biliar. Ela dá origem aos ductos biliares que se
esvaziam no duodeno, próximo a alça distal. O pâncreas fica na alça duodenal.
Ele consiste, no mínimo, em três lobos e suas secreções atingem o duodeno
através de três ductos.
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O sistema digestivo propriamente dito está dividido nos seguintes
compartimentos:
* Esófago : O esôfago é um órgão oco que com suas contrações através dos
movimentos peristálticos fazem com que o bolo alimentar avance até o papo (em 2
segundos, aproximadamente) mesmo que esteja de cabeça para baixo.
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Mas durante o vôo, automaticamente, devido aos movimentos das asas, produz-
se a expansão e a contração da cavidade torácica, estabelecendo-se a
conveniente passagem de ar nos pulmões necessária à respiração.Partem dos
pulmões expansões membranosas denominadas sacos aéreos, os quais
aumentam a superfície de contato para absorção do oxigênio. Além disso, os
sacos aéreos expandem-se pelo interior de muitos ossos, tornando o animal mais
leve.Não há verdadeiro diafragma, mas somente uma membrana (diafragma
ornítico) que separa da cavidade abdominal a que contém os pulmões, ou pleura.
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2.6.4 Sistema Nervoso
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Os olhos são de grande importância e a sua posição varia de uma posição lateral
até uma posição frontal do crânio.Devido à posição dos olhos e à capacidade de
virar a cabeça mais de um semicírculo para cada lado, as aves têm um campo
visual mais extenso do que o mamíferos. Os olhos são enormes, por vezes
maiores do que o cérebro. Têm grande capacidade de acomodação ocular,
podendo focar rapidamente objetos. Podem servir como telescópio e como lentes
de aumento e estão concebidos para ter o máximo de luminosidade.O olho da
coruja capta uma quantidade de luz 100 vezes superior à do ser humano. Os
mochos são capazes de localizar a sua presa na obscuridade total servindo-se da
audição. O seu ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno e a audição é
apurada.
Fóvea (cavidade na retina, na região de maior acuidade visual, que desvia os raios
luminosos e aumenta a imagem). A fóvea em alguns falcões aumenta a imagem
em até 30%.
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2.6.6 Sistema Urogenital (Sistema Reprodutor)
Ureter
Cloaca
Ducto
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↓
Cloaca
- > Fêmea
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-> Macho
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Apresentam dimorfismo sexual, isto é, o macho e a fêmea são muito
diferentes.Têm sexos separados e são ovíparas, ou seja, botam ovos que
completam seu desenvolvimento fora do corpo materno, isso contribui para a
redução do peso da fêmea, pois ela não carrega o ovo ou o embrião dentro de seu
corpo, como na ovoviviparidade e na viviparidade.A reprodução é sexuada, com
fecundação interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da
clara e casca do ovo e são então eliminados pela cloaca. Elas possuem um ovo
terrestre com uma casca protetora externa, e internamente encontram-se os
anexos embrionários. Seus ovos apresentam âmnio, cório, saco vitelino e
alantóide e ao eclodir os filhotes são alimentados e vigiados pelos pais. As vias
reprodutoras, urinárias e digestivas das aves abrem-se na cloaca, o que também
se observa nos répteis. Nessas espécies, a fecundação faz-se pela sobreposição
da cloaca do macho sobre a cloaca da fêmea, o que permite a penetração dos
espermatozóides no interior do sistema reprodutor feminino. À fecundação,
geralmente segue-se o choco (ou incubação), período de cuidados intensivos com
os ovos, mantidos aquecidos pelo próprio calor do corpo. Este comportamento de
cuidado com a prole é chamado de cuidado parental. Em muitas espécies tanto a
fêmea quanto o macho realizam esta atividade.
O acasalamento
Para poderem acasalar, alguns machos têm cores muito vistosas na sua
plumagem. Esta plumagem colorida serve para atrair as fêmeas para poderem
fazer ninho e formarem uma ninhada. O Pavão tem uma cauda que levanta,
formando um leque de cores garridas e muito atraentes para as fêmeas.Outras
aves realizam danças a dois (macho e fêmea) quando pretendem acasalar. É o
caso do Ganso-patolas que mostra as suas bonitas patas azuis enquanto realiza a
sua dança.
A Abetarda também realiza uma espécie de dança para atrair a fêmea. Esta dança
tem o nome de “banho de espuma” pois parece realmente que a ave fica coberta
de espuma e muito maior.
Para atrair as fêmeas, a maioria das aves escolhe um local alto e seguro para
cantar. Os cantos e chamamentos das aves são muito diferentes uns dos outros,
podendo ser ouvidos a muitos quilómetros em redor.
Algumas aves acasalam para a vida inteira e fazem os seus ninhos sempre no
mesmo local, é o caso das Cegonhas, dos Mochos e das Corujas.
Produzem-se por meio dos ovos, que variam em forma, tamanho e cor, segundo a
espécie. O ovo é protegido por um involutório calcário e poroso, a casca,
produzida no oviduto da fêmea. Em seu interior encontra-se a célula-ovo ou gema,
rodeada por uma substancia gelatinosa, a clara.
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O desenvolvimento do ovo requer calor, que é proporcionado pelo corpo da mãe
ou dos dois progenitores durante o período denominado incubação. Os ovos das
aves, à semelhança dos ovos dos répteis, possuem uma casca calcária resistente
e porosa. Os anexos embrionários típicos dos répteis também estão presentes nos
ovos de aves: âmnio, cório, alantóide e saco vitelínico, este último bastante rico
em vitelo, a gema do ovo. A clara, cujo nome correto á albúmen, é acrescentada
ao ovo durante sua passagem pelo oviduto, via de saída do sistema reprodutor
feminino.
2.8 Cores
Cores melânicas: Produzidas pela melanina, sintetizada pela ave nas células
dos folículos que formam as penas. Nesta categoria encontramos apenas as cores
:preto e marrom
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Cores estruturais: provenientes de uma refração dos raios solares nas
estruturas ocas e cheias de ar das penas. O branco e o azul são cores
produzidas por este efeito da luz em câmaras de ar existentes na estrutura das
penas. A iridescência é o fenômeno da mudança de cores estruturais conforme a
aves se movimenta em relação à incidência do sol. É bem conhecido nos beija-
flores.
2.9 Os Ninhos
Os ninhos das aves têm formas extraordinariamente variadas. Tanto podem ser
pequenas saliências de saliva que se colam às paredes das grutas, longos túneis
que ocupam muitos metros de solo, como, no caso de algumas águias, pilhas
maciças de ramos que pesam mais do que um automóvel. Mas os familiares são,
sem dúvida, os ninhos em forma de taça funda, feitos por aves de regiões
arborizadas, sebes e quintas. Apesar da sua semelhança quanto à forma, os
pequenos pormenores destes ninhos identificam as suas obreiras com tanto rigor
como se de uma impressão digital se tratasse.
Para fazer o seu ninho, um tentilhão estende primeiro fios de teia de aranha em
redor de um grupo de ramos bifurcados. Estes constituem o suporte do ninho.
Depois de se certificar de que a estrutura está firme, a ave constrói a taça com
musgo, líquenes e fibras vegetais, revestindo-a depois com penas e pêlos.
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As penas são uma parte importante de muitos ninhos. Aves canoras como
rabirruivo, cujo ninho está aqui representado, recolhem penas que outras aves
deixaram cair, enquanto aves aquáticas e pernaltas recorrem às suas próprias
penas. Algumas aves pequenas, como os pardais, melhoram o abastecimento
natural, puxando penas do dorso de aves maiores.
Obra-prima em lama
Muitas aves que fazem o ninho em forma de taça utilizam lama como material de
construção, mas em muitos casos ela é aplicada em camada logo abaixo do
revestimento final de penas, pêlos ou palhas. O tordo comum é um caso raro,
porque utiliza a lama como único revestimento. A ave constrói uma parte exterior
sólida com tronquinhos e palha e depois espalha o revestimento semilíquido no
interior. Embora a lama constitua a maior parte da mistura, esta também contém
saliva e esterco de animais.
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3 Curiosidades
Animais famintos
As aves são animais muito ativos: o vôo exige um grande consumo de energia, e,
para produzi-la, elas comem muito. Os beija-flores, por exemplo, comem num dia
mais do que o dobro de seu próprio peso. Frutas, sementes, vermes, insetos e
pequenos vertebrados constituem as principais fontes de alimentação para as
aves. Mas existem espécies com gostos muito estranhos: umas se nutrem do
néctar das flores (beija-flores); outras (como alguns patos), de plâncton
(organismos aquáticos microscópicos); e há, inclusive, algumas que se alimentam
de cadáveres (como os urubus).
As aves têm bico freqüentemente robusto, destituído de dentes, por isso engolem
o alimento sem mastigá-lo. Esse alimento é recolhido numa espécie de saco
chamado goela ou papo, depois passa pelo primeiro estômago, chamado
glandular ou químico, provido de glândulas que produzem o suco digestivo. A
digestão prossegue, então, no segundo estômago, chamado moela ou estômago
mecânico, dotado de paredes muito musculosas, aí o bolo alimentar é triturado
pela rugosidade da superfície interna e chega ao intestino. Às vezes, as aves
engolem pedrinhas para facilitar o trabalho de trituração feito pela moela.
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Esta capacidade de orientação tão fina não é, no entanto, exclusiva das aves.
Também alguns peixes conseguem após vários anos no mar, regressar ao exato
regato onde nasceram. Por sua vez, os homens desde cedo encontraram na
orientação um desafio fundamental, quando das suas viagens por terra ou mar.
Alguns povos, bastante virados para a vida no mar, como os Vikings, ou os Maori
do Pacífico Sul, desenvolveram um conhecimento bastante apurado dos astros
celestes que lhes permitia navegar com alguma segurança sem terra à vista. Os
povos nômades do deserto associaram ainda a este conhecimento um mapa
mental riquíssimo da paisagem em constante mudança que os rodeava. Mais
tarde, durante os Descobrimentos e para fazer frente ás dificuldades de viagens
de maior dimensão, os Homens desenvolveram e aperfeiçoaram instrumentos de
navegação, como a bússola, o sextante ou o astrolábio, sendo este último
inventado por Portugueses.
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Desde esta época até aos nossos dias, os sistemas de navegação evoluíram
muito. Atualmente, existem sistemas de posicionamento global por satélite (GPS)
cujo rigor é quase absoluto. O desenvolvimento destas tecnologias é o produto de
uma longa caminhada e não deixa de ser irônico que mesmo assim a fiabilidade
destes dispositivos seja por vezes inferior às capacidades naturais de outros
animais, que ao longo de milhões de anos têm cruzado os céus e oceanos do
planeta.
Durante anos pensou-se que as aves possuíam um super sentido que lhes
permita orientarem-se nas condições mais adversas. Atualmente sabemos que o
que efetivamente possuem é a conjunção de uma série de sentidos apurados, que
em alternativa ou em conjugação lhes permite, por exemplo, encontrar uma
mesma árvore no meio de uma floresta, após um ano de ausência e milhares de
quilômetros de viagem.
Apesar das aves possuírem sentidos específicos para a orientação, é pela visão
que se guiam na maior parte das vezes. Naturalmente que esse tipo de
navegação exige não só um conhecimento prévio do local, como também
condições climáticas favoráveis. De uma forma geral, as aves miradoras procuram
seguir a linha de costa, ou cursos de água que lhes sejam familiares. A uma
escala mais reduzida, quando se aproximam do destino, o reconhecimento visual
da paisagem parece ser também preponderante para encontrar o local onde
nidificaram no ano anterior. Também a navegação apoiada na posição do Sol, ou
das demais estrelas e planetas, dependem da visão. Para além disso, para que a
posição do Sol possa revelar efetivamente uma direção é necessário saber em
que hora do dia nos encontramos. Experiências feitas em cativeiro revelam que as
aves podem compensar o movimento aparente do Sol, com uma percepção exata
do ciclo circadiano. Outra experiência levada a cabo na Antártida, com Pingüins de
Adélia que foram transportados para o interior do continente, provou que em dias
encobertos os pingüins se deslocavam ao acaso e em dias de sol na direção
correta, corrigindo a sua rota em 15º graus por hora em relação à posição do Sol.
Freqüentemente o disco solar está encoberto por nuvens mas, mesmo assim,
desde que haja uma parte do céu visível é possível para as aves, através da
polarização dos raios solares na atmosfera, prever a posição do Sol. A navegação
apoiada nas estrelas é aparentemente mais simples, uma vez que alguns astros,
como é o caso da Estrela Polar no hemisfério Norte se mantém ao longo da noite
com a mesma orientação. Mesmo assim, verificou-se através de experiências
feitas em planetários que diferentes espécies ou indivíduos se apóiam em
diferentes estrelas ou constelações.
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A explicação para este fato pode estar na sensibilidade das aves para o
Geomagnetismo, ou seja, a mesma força que atrai as agulhas das bússolas para o
Norte. Durante as tempestades solares, quando existem perturbações no
magnetismo da Terra, verificam-se padrões aberrantes de migração. Também
algumas experiências revelaram que pombos com campos magnéticos criados
artificialmente em redor do seu pescoço não conseguiam em dias encobertos
encontrar o seu destino.
Também o olfato e a audição, embora não sendo sentidos muito apurados pelas
aves, podem em alguns casos desempenhar um importante papel na sua
orientação. Algumas aves marinhas desenvolveram um olfato apurado que lhes
permite encontrar o ninho durante a noite e recentemente descobriu-se que as
aves são sensíveis a ruídos de baixa freqüência, como o barulho das ondas, e
suspeita-se que esta possa também ser igualmente uma ajuda importante.
A aprendizagem tem um papel fundamental na potenciação destes sentidos
inatos. São geralmente aves mais velhas e experientes que lideram os bandos
durante as migrações. Numa experiência foram deslocadas centenas de
estorninhos, durante a sua migração da Escandinávia para o Reino Unido. Foram
trazidos da Holanda para a Suíça e quando libertados, os adultos corrigiram a sua
rota e prosseguiram em direção ao Reino Unido. Os jovens mantiveram a
orientação da rota inicial e terminaram em Espanha.
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Os dados que se obtiveram com toda a investigação levada a cabo nas últimas
décadas ajudaram a compreender os mecanismos de navegação das aves, mas
efetivamente o que elas fazem vai muito mais além. Vejamos o caso de uma
Pardela que, nos anos cinqüenta, foi deslocada da sua toca numa ilha ao largo do
País de Gales para ser libertada a quase 5000 quilômetros do outro lado do
Atlântico, perto de Boston. Em apenas 12 dias regressou para a sua toca, tendo
inclusivamente chegado antes da carta que os investigadores tinham enviado para
o Reino Unido a avisar da libertação da dita ave. Para fazer este percurso foi
necessário, para além de conhecer o local do seu ninho e a orientação dos pontos
cardeais, conhecer a localização exata do ponto de partida.
O mecanismo pelo qual algumas espécies de aves conseguem localizar com
exatidão o ponto do globo em que se encontram, mesmo que nunca lá tenham
estado, permanece ainda obscuro. Apesar do rigor e precisão da capacidade de
localização e navegação de algumas aves, dos bilhões que anualmente migram
algumas acabam por se perder. Todos os anos, por exemplo, a Europa é visitada
por miradores Neárticos que se afastam das suas rotas no continente americano.
Mesmo assim, destas a maioria são aves juvenis ou imaturas e por isso menos
experiente.A dificuldade do Homem em apreender conceitos que não podem ser
experimentados pelos seus 5 sentidos lança um enorme desafio aos
investigadores, que incessantemente procuram respostas para este enigma.
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Barulhos Excessivos
Técnicas corretivas
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Sumário
1. Introdução p. 03 a 05
2. Desenvolvimento
2.5 Asas p. 17 e 18
2.5.2 Pele p. 18
2.6 Sistemas
3.1 Doenças
A gripe aviária, também conhecida como gripe do frango, gripe dos pássaros ou
gripe asiática é uma doença típica das aves. Esta enfermidade, em função de
suas características, pode ser transmitida das aves para certas espécies de
mamíferos como, por exemplo, o gato doméstico e o ser humano. Até o momento,
existem poucos indícios de que a doença pode ser transmitida de humano para
humano. Esta enfermidade é causada pelo vírus influenza aviário H5N1 (da
mesma família dos vírus que provocam a gripe comum). A gripe aviária foi
identificada pela primeira vez no final do século XIX, na Itália. Na ocasião, ganhou
o nome de doença da Lombardia (região italiana). Porém, foi somente no ano de
1955 que ela foi descrita como uma doença provocada pelo vírus da família
Influenza A. As aves aquáticas são hospedeiras naturais deste tipo de vírus, não
apresentando sintomas. É no continente asiático, principalmente na China, que a
doença alastra-se com mais rapidez na atualidade. Em Hong Kong, no ano de
1997, 18 casos foram relatados, apresentando quadros graves de complicações
respiratórias. Neste caso, uma simples epidemia, causou a morte de 33% das
pessoas contaminadas, ou seja, um alto índice de mortalidade para uma doença.
Este fato tem levado as autoridades de saúde de diversos países a tomarem
precauções importantes, a fim de evitarem uma epidemia de grandes proporções.
O vírus também leva a morte rápida grande parte de espécies de aves. A maioria
dos animais morre 24 horas após o contágio. Muitos produtores de frangos,
gansos, patos e aves em geral podem perder toda a produção em questão de
poucos dias, caso as aves contaminadas não sejam identificadas e sacrificadas.
Os prejuízos comerciais e financeiros provocados por esta doença podem ser
altíssimos, inclusive prejudicando a produção de carne de aves e ovos no mundo
todo, em caso de uma epidemia de grandes proporções. O medo de que a doença
saia do continente asiático, espalhando-se pelo mundo é grande, pois o pato
selvagem, hospedeiro natural da doença, pode disseminar o vírus durante a fase
migratória. Esta espécie de pato é mais resistente a enfermidade e raramente
apresenta sintomas, fato que dificulta a identificação das rotas de transmissão.
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- através do ar;
- febre alta
- dores musculares
- dificuldades e problemas respiratórios
- ressecamento da garganta
Criptococose:
Histoplasmose:
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Salmonelose:
Ornitose:
também conhecida como psitacose, é transmitida por via oral por meio da poeira
contendo as fezes secas de aves (pombo, arara, papagaio, perus) e infectadas pela
Chlamydia psittaci. O indivíduo infectado pode apresentar febre, vômito, calafrio, mialgia,
tosse, cefaléia, acompanhados por comprometimentos das vias aéreas superiores e
inferiores. Essa doença é oportunista, isto é,depende do estado de saúde do indivíduo.
Dermatites:
parasitose causada pelo piolho do pombo (ácaros, Ornithonyssus sp.), que provoca
erupções na pele e coceiras semelhantes às de picadas de insetos.
Alergias:
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