Direito Constitucional - Organização Político-Administrativa Do Estado

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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Organização Político-Administrativa do Estado

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1. Conceito de Estado
Podemos conceituar Estado como uma reunião de um povo, em um
território determinado, dotado de um governo soberano.
Desse conceito, extraem-se boa parte dos elementos que compõem o
Estado: povo, território, governo e soberania. Incluo como elemento do Estado
também a finalidade. Vejamos cada um deles.
Povo é o conjunto de nacionais, no nosso caso, o conjunto de brasileiros
natos e naturalizados.
Por sua vez, o território é o espaço geográfico sobre o qual o Estado
exerce o seu poder soberano, compreendido pelo espaço terrestre, pelo mar
territorial e pelo espaço aéreo sobrejacente.
Chama-se governo o conjunto de decisões políticas.
Já soberania, conforme estudamos no Título I da nossa Constituição
Federal, ao tratar dos fundamentos do Estado brasileiro, é, no plano interno, o
poder que o Estado tem de, dentro de seu território e sobre o seu povo, impor
sua ordem jurídica (suas normas); já na órbita internacional, é o dever de
observância da igualdade entre os Estados, todos igualmente soberanos.
Por fim, considera-se a finalidade de um Estado o atingimento do bem
comum, em outras palavras, o Estado existe para buscar a concretização do
interesse público.

2. Formas de Estado

Para saber qual é a forma de Estado adotada por um determinado país,


devemos observar se há, ou não, repartição do exercício do poder, em função
do território estatal.
Se não houver repartição de poder, ou seja, se o poder é exercido de
forma central, se tratará de Estado unitário, também chamado de Estado
simples (exemplo: Uruguai).
O Estado unitário pode ser classificado em:
a) Estado unitário puro ou centralizado: caso em que haverá somente
um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário, exercido de
forma central; e
b) Estado unitário descentralizado: situação em que existirá a formação
de entes regionais com autonomia para exercer questões administrativas ou
judiciárias fruto de delegação, mas não se concede a autonomia legislativa que
continua pertencendo exclusivamente ao poder central.

Já se houver repartição de poderes por entes regionais dotados de


autonomia política, o Estado será federal, também chamado de federado,
complexo ou composto.
É importante lembrar que o Brasil é uma Federação de 3º grau, por
segregação, cooperativa e assimétrica, conforme já vimos nos princípios
fundamentais.
O Brasil possui um federalismo de 3º grau, porque é formado por três
níveis:
 um nível nacional: exercido pela União;
 um nível regional: exercido pelos Estados-membros;
 um nível local: exercido pelos Municípios.

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Por sua vez, a Federação brasileira é formada por segregação, porque
éramos um Estado unitário (à luz da CF de 1824) e houve uma descentralização
política do Poder (a partir da CF de 1891), o que deu origem ao surgimento de
outros entes regionais autônomos que passaram a exercer parcela do poder
estatal. Conforme aponta a doutrina, trata-se de movimento centrífugo (para
fora) de formação estatal e distribuição do poder.
Para diferenciar, ocorre uma federação por agregação quando Estados
soberanos se unem para formar um novo Estado, como aconteceu, por exemplo,
na formação dos Estados Unidos da América (EUA). Na formação de uma
Federação por agregação, há um movimento centrípeto (para dentro) de
formação estatal.
Somos, ainda, uma Federação cooperativa, na medida em que não há
uma rígida divisão de competências entre o ente de maior grau (União) e os
demais entes federados subnacionais (Estados-membros, Distrito Federal e
Municípios). Tal fato é observado a partir da leitura dos arts. 23, que trata das
competências comuns, e 24, que elenca as competências concorrentes.
Por outro lado, nos Estados que adotam o modelo de federalismo dual,
é verificada uma rígida separação de competências entre o ente de maior grau
e os demais entes descentralizados (como é o caso dos EUA).
Por fim, no federalismo assimétrico, como o nosso, a Constituição
Federal parte da premissa de que há sérias desigualdades socioeconômicas
entre os Estados-membros a exigir um tratamento diferenciado na busca da
igualdade entre os componentes da federação. É o modelo adotado pelo Estado
brasileiro, conforme se percebe da leitura do art. 3º, inciso III.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


[...]
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;

Já no federalismo simétrico, há divisão igualitária das competências e


das receitas estatais.

Há autores, ainda, que identificam uma terceira forma de Estado: a


Confederação. Aqui, o que se tem é a reunião de Estados soberanos a partir da
assinatura de um tratado internacional. Enquanto na Federação a ideia é a
indissolubilidade do pacto federativo, na Confederação, os Estados-partes
podem romper a qualquer momento com o tratado internacional, ou seja, a regra
é a dissolubilidade da Confederação.

DICA

Características da federação brasileira:

a) a organização dos nossos entes políticos está disciplinada no


texto constitucional;

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b) todos os entes políticos (União, Estados-membros, Distrito Federal
e Municípios) são dotados, apenas, de autonomia política;

c) os entes políticos não possuem direito de secessão, isto é, não


podem se separar da República Federativa do Brasil – princípio da
indissolubilidade do pacto federativo previsto no art. 1º;

d) movimento centrífugo de formação da federação;

e) federalismo assimétrico, tendo em vista o tratamento desigual


dado pela Constituição aos Estados-membros;

f) federação protegida como cláusula pétrea, de acordo com o art.


60, § 4º, I;

g) participação dos Estados-membros na formação da vontade


nacional, caracterizada pela paridade de representação no Senado
Federal (art. 46, § 1º).

3. Formas de Governo
Já a forma de Governo refere-se à maneira pela qual se dá a instituição
do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e
governados. As formas de Governo são: República ou Monarquia.

A República possui as seguintes características:


 eletividade: os representantes são eleitos de forma direta e,
excepcionalmente, de forma indireta;
 cumprimento de mandato: significa a temporariedade de permanência
no governo (necessidade de alternância no poder);
 dever de prestar contas de seus atos: o governante possui
responsabilidades perante o povo que o elegeu.

Por sua vez, na Monarquia, as características são:


 hereditariedade: a instituição do poder não se dá por meio de eleições,
mas sim por vínculo sanguíneo (o filho do rei, rei será);
 vitaliciedade: não temporário; o governante fica no poder até sua morte
ou eventual abdicação do trono;
 não prestação de contas: o monarca não presta contas de seus atos
(ideia que vem desde a Idade Média, segundo a qual o rei não pode errar).

Vejamos um paralelo entre a República e a Monarquia:

REPÚBLICA MONARQUIA
Eletividade Hereditariedade
Mandato Vitaliciedade
Dever de prestar contas Sem dever de prestar contas

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4. Sistemas de Governo

Os sistemas de Governo podem ser o parlamentarista ou o


presidencialista, a depender de como se relacionam os Poderes Executivo e
Legislativo no exercício das funções governamentais, com independência
entre eles ou não.
No sistema parlamentarista, o primeiro-ministro possui mandato por
prazo incerto, uma vez que a responsabilidade do governante se dá perante
o parlamento, ou seja, esse sistema é caracterizado pela interdependência
entre os Poderes Executivo e Legislativo.
Nesse sistema, o primeiro-ministro exerce apenas a chefia de governo,
cabendo ao rei (no caso da Monarquia) ou ao Presidente (no caso da República)
exercer a chefia de Estado. Portanto, haverá uma chefia dual.
Já no presidencialismo, o Presidente da República cumpre mandato por
prazo certo. Nesse caso, há clara independência entre os Poderes Executivo
e Legislativo. É o modelo brasileiro, conforme se depreende da leitura do art.
2º, para o qual “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Aqui, o Presidente da República
exerce, a um só tempo, a chefia de governo e a chefia de Estado (chamada de
chefia única).

5. Regimes de Governo ou Regimes Políticos

Aqui, devemos constatar se há ou não participação popular nas


formulações estatais.
No regime de Governo autocrático, o povo não participa das
formulações políticas do Estado, vale dizer, o Governo é estruturado de cima
para baixo, a partir da imposição da vontade unilateral do detentor do poder
político.
Já no regime democrático, há efetiva participação do povo por meio
do voto, da iniciativa popular de leis, da presença nos tribunais do júri, propondo
ação popular etc. É um Governo estruturado de baixo para cima (governo do
povo, pelo povo e para o povo).
Conforme já estudamos, o regime de Governo democrático manifesta-se
de três maneiras distintas: na forma de democracia direta, na forma de
democracia indireta (ou representativa) e na forma de democracia semidireta
(ou participativa). Na democracia direta, todas as decisões políticas são
tomadas diretamente pelo povo (existiu num passado remoto; hoje é muito pouco
provável que exista pelo mundo). Por sua vez, na democracia indireta (ou
representativa), todas as decisões políticas são tomadas indiretamente, por meio
de representantes eleitos pelo povo. Por fim, na democracia semidireta (ou
participativa), a maioria das decisões políticas são tomadas por representantes
eleitos, mas há traços de democracia direta. É o modelo adotado pelo Brasil.

6. Art. 18, Caput

Estabelece a norma em questão que a organização político-


administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os

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Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da
Constituição Federal.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

Essas entidades políticas (União, Estados-membros, Distrito Federal e


Municípios), segundo o Código Civil, possuem natureza jurídica de direito
público interno. Perceba:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Pegadinha da Banca

Muito cuidado com o que eu vou destacar agora! A banca tentará


confundi-lo(a) afirmando que a União é soberana. Na verdade, a
União é autônoma, lembrando, conforme detalhamos ao tratar do
princípio federativo, que ter autonomia é possuir capacidades de:
auto-organização; autogoverno; autolegislação (ou normatização
própria); e autoadministração.

Relembrando
I. Auto-organização: capacidade das entidades federativas de se auto-
organizarem por meio das Constituições e Leis Orgânicas. A União se auto-
organiza pela Constituição Federal; os vinte e seis Estados-membros se auto-
organizam por sua Constituições Estaduais; o Distrito Federal se auto-organiza
por sua Lei Orgânica; e os mais de cinco mil Municípios se auto-organizam por
suas Leis Orgânicas.
II. Autogoverno: capacidade das entidades federativas de estruturarem
os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
III. Autolegislação (também chamada de normatização própria):
capacidade das entidades políticas (União, Estados-membros, Distrito Federal e
Municípios) de criar normas jurídicas gerais e abstratas (leis).
IV. Autoadministração: capacidade das entidades federativas (União,
Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de administrar a coisa pública
sob sua gestão, especialmente servidores e bens.

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Mais uma vez, importante ressaltar que não podemos confundir
autonomia com soberania.
Somente o Estado brasileiro (a República Federativa do Brasil),
reconhecido como pessoa jurídica de direito público internacional, possui
soberania. Já a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios
possuem apenas autonomia política.

7. União
A União é uma entidade federativa dotada de autonomia política,
possuindo as capacidades de auto-organização, por meio da Constituição
Federal, de autogoverno (arts. 44, 76 e 92), de autolegislação (art. 22) e de
autoadministração (art. 20).
No uso da capacidade de autolegislação, a União pode legislar
privativamente sobre as matérias do art. 22.
O autogoverno da União fica evidenciado pela capacidade de estruturar o
Congresso Nacional (art. 44), o Poder Executivo federal (art. 76) e os órgãos
federais que compõem o Poder Judiciário brasileiro (art. 92).

Dentro da capacidade de autoadministração, os bens da União estão


previstos no art. 20, a saber:

I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser


atribuídos: esse inciso nos mostra que os bens da União elencados no art. 20
representam um rol meramente exemplificativo.

II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das


fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e
à preservação ambiental, definidas em lei: nem todas as terras devolutas
pertencem à União, apenas as indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental. As demais terras devolutas pertencem aos Estados-
membros (art. 26, IV).

III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu


domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais: o inciso em questão traz o
domínio sobre as águas. Da leitura deste inciso e do art. 26, I, extrai-se que as
águas pertencem à União ou aos Estados-membros, jamais pertencerão aos
Municípios ou a particulares.

IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros


países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas
afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
art. 26, II: as ilhas marítimas podem ser costeiras ou oceânicas. Estas ilhas

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pertencem, em princípio, à União. Entretanto, a ilha costeira que contiver sede
de Município pertencerá ao Município (exemplo: a ilha de Florianópolis), a não
ser a parcela desta ilha que for afetada ao serviço público federal e a unidade
ambiental federal, que será área de domínio da União. Agora, em obediência à
parte final deste inciso IV, pertencerá aos Estados-membros as áreas nas ilhas
oceânicas e costeiras que estiverem sob o seu domínio.

V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona


econômica exclusiva: o que se entende por plataforma continental e zona
econômica exclusiva são conhecimentos do Direito Administrativo. De todo
modo, a título de cooperação, entende-se por plataforma continental o leito e o
subsolo do mar até o bordo exterior da margem continental brasileira ou até 200
milhas marítimas (art. 11, da Lei nº 8.617, de 1993). Já a zona econômica
exclusiva representa a faixa de mar que se estende das 12 a 200 milhas
marítimas (art. 6º, da Lei nº 8.617, de 1993).

VI – o mar territorial: tal qual o entendimento sobre a plataforma


continental e a zona econômica exclusiva, o conceito de mar territorial é extraído
também do Direito Administrativo. Entende-se por mar territorial a faixa de 12
milhas marítimas, onde o Estado brasileiro exerce a sua soberania (art. 1º, da
Lei nº 8.617, de 1993).

VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos: também estudado no


Direito Administrativo, na parte que trata dos bens públicos, entende-se por
terreno de marinha a faixa de 33 metros de terra às margens dos mares, dos rios
navegáveis e lagos.

VIII – os potenciais de energia hidráulica: são de domínio da União o


aproveitamento energético dos cursos de água.

IX– os recursos minerais, inclusive os do subsolo: tome cuidado


porque as bancas gostam de “jogar uma casca de banana” aqui. São de domínio
da União os recursos minerais, INCLUSIVE os do subsolo.

X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e


pré-históricos: qualquer lugar em que se situar uma cavidade natural
subterrânea, bem como locais de interesse arqueológicos, serão de domínio da
União.

XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são de domínio


da União as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, com o intuito de
preservá-las e manter o vínculo dos índios sobre elas.

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações


e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação
ambiental, definidas em lei;

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III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou
que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica


exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

O parágrafo primeiro deste art. 20 cuida da participação ou compensação


financeira à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Segundo
a norma, é assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e
de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
exploração (redação dada pela EC nº 102, de 2019). A participação está ligada
a uma vantagem econômica em razão do domínio sobre o bem público a ser
explorado. Já a compensação, tem natureza indenizatória, em razão de algum
dano proveniente desta exploração.

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal


e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás
natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial
ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

Por fim, o parágrafo segundo deste art. 20 trata da faixa de fronteira,


segundo o qual a faixa de até 150 quilômetros de largura, ao longo das
fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das


fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.

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8. Estados-Membros

Os Estados-membros são entes que integram a Federação dotados de


autonomia política, em razão das capacidades de auto-organização (art. 25,
caput), de autoadministração (art. 26), de autogoverno (arts. 27, 28 e 125) e de
autolegislação (art. 25, §§ 1º, 2º e 3º).
A capacidade de auto-organização dos Estados-membros fica
evidenciada pelo caput do art. 25 que determina que os Estados se
organizem por suas Constituições.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.

Por sua vez, a autolegislação está consignada nos parágrafos deste


art. 25, segundo o qual:

Art. 25, [...]


§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas
por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

De acordo com o autogoverno dos Estados, o art. 27 trata da estruturação


do Poder Legislativo estadual, o art. 28 da estruturação do Poder Executivo
estadual e o art. 125 da estruturação do Poder Judiciário estadual. Vejamos.

O art. 27 regula o Poder Legislativo estadual, que será unicameral.


Segundo o art. 27, caput, o número de Deputados à Assembleia Legislativa
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados
e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os
Deputados Federais acima de doze.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao


triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.

Ou seja, se um Estado-membro da Federação tem até 12 Deputados


Federais, basta multiplicar esse número por 3 para saber quantos Deputados
Estaduais haverá. Agora, se o Estado tem mais de 12 Deputados Federais, o
número de Deputados Estaduais será de 36 mais o número que ultrapassar 12
Deputados Federais. Pensemos no Estado de São Paulo que possui 70
Deputados Federais. O número de Deputados Estaduais será de 36 + (70-12) =
94 Deputados Estaduais. Agora, pensemos no Distrito Federal que possui 8
Deputados Federais. O número de Deputados Distritais será 8 x 3 = 24.

Já o § 1º do art. 27, determina que será de quatro anos o mandato dos


Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras da Constituição sobre

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sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-


lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.

Por seu turno, o § 2º do art. 27 assevera que o subsídio dos Deputados


Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de,
no máximo, 75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados
Federais.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da


Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

O art. 27, § 3º, diz que compete às Assembleias Legislativas dispor sobre
seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e
prover os respectivos cargos.

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno,


polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos
cargos.

Por fim, o art. 27, § 4º, traz a possibilidade de iniciativa popular no


processo legislativo estadual, exigindo uma regulamentação por lei.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

O art. 28, por sua vez, regulamenta o Poder Executivo estadual,


definindo que a eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver,
do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais,
o disposto no art. 77.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato


de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno,
e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior
ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro
de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art.
77.

Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público (art. 28, § 1º).

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

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Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de
Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa (art. 28, § 2º).
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de
Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado
o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Já o art. 125, permite que os Estados organizem seu Poder Judiciário,
observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

Por fim, à luz da autoadministração dos Estados-membros, os bens dos


Estados estão elencados no art. 26.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,


ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

9. Distrito Federal

O Distrito Federal (DF) é um ente federativo com competências


parcialmente tuteladas pela União, conforme se extrai do art. 21, incisos XIII e
XIV. Da leitura destes dois incisos, verificamos que 6 órgãos que atuam no DF
são organizados e mantidos pela União, quais sejam:
1) o Poder Judiciário;
2) o Ministério Público;
3) a polícia civil;
4) a polícia militar;
5) o corpo de bombeiros militar; e
6) a polícia penal (de acordo com a nova redação dada pela Emenda
Constitucional n. 104, de 2019)

O DF possui autonomia política com capacidades de auto-organização


(art. 32, caput), de autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º), de autoadministração (art.
32, § 4º) e de autolegislação (art. 32, § 1º).

Segundo a cabeça do art. 32, o DF se auto-organiza por sua Lei Orgânica,


votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos na Constituição Federal.

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.

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O Distrito Federal possui capacidade de autolegislação, conforme
consigna o parágrafo 1º do art. 32, determinando que são atribuídas ao DF as
competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (a chamada
competência cumulativa).

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas


aos Estados e Municípios.

A capacidade de autogoverno do DF fica evidenciada pelos parágrafos 2º


e 3º, que tratam, respectivamente, da estruturação do Poderes Executivo e
Legislativo. Vejamos:

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do


art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.


27.

Ainda, dentro da capacidade de autoadministração do DF, o parágrafo 4º


do art. 32 assevera que lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de
bombeiros militar (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de
2019).

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da


polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

Muito cuidado com os pontos seguintes.


Inicialmente, atenção quanto à Capital Federal. Brasília é a Capital
Federal, e não o Distrito Federal, segundo o que prevê art. 18, § 1º.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

Outro ponto que merece destaque é que a Constituição Federal vedou a


possibilidade de o Distrito Federal se dividir em Municípios, à luz do art. 32,
caput.

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.

10. Municípios

Os Municípios são entes federativos dotados de autonomia política, haja


vista que são citados nos arts. 1º e 18 como integrantes da federação brasileira.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:

13
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

Como entidade federativa, os Municípios possuem autonomia política com


capacidades de auto-organização (art. 29, caput), de autolegislação (art. 30), de
autogoverno (incisos do art. 29) e de autoadministração (art. 30).
Segundo a cabeça do art. 29, o Município reger-se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do respectivo
Estado-membro (capacidade de auto-organização dos Municípios).

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da
Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
preceitos:

Os incisos do art. 29 e do art. 29-A evidenciam o autogoverno dos


Municípios.
O inciso I do art. 29 define que a eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e
dos Vereadores, para mandato de 4 anos, será realizada mediante pleito direto
e simultâneo realizado em todo o País.
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de
quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

Especificamente com relação à eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, diz


o inciso II do art. 29 que será realizada no primeiro domingo de outubro do ano
anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
art. 77, no caso de Municípios com mais de 200 mil eleitores. Ou seja, só haverá
segundo turno nos Municípios com mais de 200.000 eleitores. Nos Municípios
com um número de eleitores inferior a este, haverá um turno único para a eleição
de Prefeitos e Vice-Prefeitos. Cuidado com isso.

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de


outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
eleitores;

A posse do Prefeito e do Vice-Prefeito será no dia 1º de janeiro do ano


subsequente ao da eleição.

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente


ao da eleição;

O art. 29, inc. IV, estabelece limites para a composição das Câmaras
Municipais, em razão do número de habitantes da municipalidade. Assim, para
a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo


de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;

14
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil)
habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil)
habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional n. 58, de 2009)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte
mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e
sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos
mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil)
habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos
mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos
e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos
mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão
e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
habitantes;
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um
milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e
cinquenta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e
trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos
mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um
milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos
mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um
milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e
quatrocentos mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois
milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três
milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro
milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco
milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis
milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete
milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;

De acordo com o art. 29, inc. V, os subsídios do Prefeito, do Vice-


Prefeito e dos Secretários Municipais serão fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal.

15
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados
por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37,
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Já o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras


Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a
Constituição Federal, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites máximos (art. 29, VI):

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras


Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica
e os seguintes limites máximos:
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;

Importante dizer que o total da despesa com a remuneração dos


Vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% da receita do
Município, segundo o art. 29, inc. VII.
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá
ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

Com relação à imunidade material dos Vereadores, a Constituição


Federal assegura a inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato, mas limita esta imunidade material aos limites territoriais
da circunscrição do Município (art. 29, VIII).

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá


ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

Por seu turno, o art. 29, inc. IX, assevera que as proibições e as
incompatibilidades, no exercício da vereança, serão similares, no que couber, ao
disposto na Constituição Federal para os membros do Congresso Nacional e na
Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que


couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional
e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia
Legislativa;

16
Cuidado com o seguinte detalhe: o Vereador não tem foro por prerrogativa
de função. Caso cometa um crime comum, será processado e julgado pelo juízo
de primeira instância. No entanto, se praticar um crime doloso contra a vida, será
processado e julgado perante o tribunal do júri.

Como vimos, a Constituição Federal não previu foro especial para os


Vereadores, mas o fez para os Prefeitos, que serão julgados pelo cometimento
de crime comum perante o Tribunal de Justiça do seu Estado-membro (art.
29, X).

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

Os incisos XI e XII deste art. 29 preveem: a) a organização das funções


legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; e b) cooperação das
associações representativas no planejamento municipal.

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;

O art. 29, inc. XIII, prevê a possibilidade de iniciativa popular no processo


legislativo municipal. Isso é muito importante. Segundo a norma, a iniciativa
popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de
bairros, exige a manifestação de, pelo menos, 5% do eleitorado municipal.

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da


cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento
do eleitorado;

Por fim, o art. 29, inc. XIV estende aos Prefeitos a possibilidade de perda
do mandato quando assumir outro cargo ou função na administração pública
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público.

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, § 1º.

O art. 29-A traz limites para a despesa das Câmaras de Vereadores. Segundo
a norma, o total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os
subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais:

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária
e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)
habitantes;
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil)
e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;

17
V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três
milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.

Ademais, a Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita


com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores
(art. 29-A, § 1º).

§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita
com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

Caso o Presidente da Câmara Municipal desrespeite este limite,


cometerá crime de responsabilidade (art. 29-A, § 3º).

§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o


desrespeito ao § 1º deste artigo.

Por fim, o § 2º do art. 29-A assevera que constitui crime de


responsabilidade do Prefeito Municipal:
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo 29-A;
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:


I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

O art. 30 traz as competências legislativas municipais, o que demonstra a


autolegislação dos Municípios. Vejamos.

Art. 30. Compete aos Municípios:


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes
nos prazos fixados em lei;
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental;
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Por fim, o art. 31 regulamenta como se dará os controles externo e interno


dos Municípios. De acordo com este artigo, a fiscalização dos Municípios:

18
1) será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na
forma da lei;

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

2) o controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio


dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver;

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos


Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios, onde houver.

3) o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que


o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal;

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o


Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal.

4) as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente,


à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei;

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à


disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

5) é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas


Municipais. Quando diz que é vedada a criação, significa que os Tribunais de
Contas Municipais que já existiam antes do avento da atual Constituição Federal
continuaram existindo. São os casos dos Tribunais de Contas dos Municípios do
Rio de Janeiro e de São Paulo. Fora esses, não existem outros Tribunais de
Contas Municipais.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas


Municipais.

11. Territórios Federais

Os Territórios possuem natureza jurídica de autarquias federais,


integrantes da Administração Pública indireta da União. São também
chamados de autarquias territoriais.
Perceba que os Territórios não são entidades federativas, portanto, não
possuem autonomia política.
Apesar de não existirem, é possível a criação de novos Territórios
federais, basta a edição de uma lei complementar, conforme determina o art.
18, § 2º:

19
Art. 18, § 2º os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas
em lei complementar.
Ainda sobre os Territórios, o art. 33 traz algumas informações
interessantes:
1) os Territórios poderão ser divididos em Municípios;
2) as contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. Isso ocorre por
se tratar de uma autarquia territorial federal;
3) nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma da Constituição Federal (pelo Presidente da
República, com aprovação do Senado Federal), haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais.

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos


Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará,
no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.

OBSERVAÇÃO

Os Municípios criados nos Territórios federais serão entidades


federativas semelhantes aos demais Municípios situados nos
Estados-Membros, portanto, terão autonomia política.

12. Formação dos Estados-Membros


Segundo o art. 18, § 3º, os Estados podem incorporar-se entre si,
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional,
por lei complementar.

Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou


desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

Portanto, a criação de novos Estados-membros depende da satisfação de


dois requisitos:
 aprovação da população diretamente interessada por plebiscito;
 lei complementar federal.

20
A formação de novos Estados-membros pode se aperfeiçoar por:
a) fusão: incorporação de Estados-membros entre si, formando um
terceiro e novo Estado-membro; aqui os Estados-membros originários deixam
de existir;

b) cisão: um Estado-membro subdivide-se, formando dois ou mais


Estados-membros novos; neste caso, o Estado-membro originário também
desaparece;

c) desmembramento: desmembramento de um Estado-membro em


outro(s), sem que o originário deixe de existir. Pode se dar por
desmembramento-anexação ou desmembramento-formação:
i) desmembramento-anexação: a parte desmembrada anexa-se a outro
Estado-membro preexistente, ampliando o seu território inicial;
ii) desmembramento-formação: a parte desmembrada se transformará em um,
ou mais de um, novo Estado-membro (exemplo: art. 13 do ADCT - criação do Estado de
Tocantins pelo desmembramento do Estado de Goiás).

OBSERVAÇÃO

Aprovada a criação de um novo Estado-membro pela população


diretamente interessada, mediante plebiscito, o Poder Legislativo
federal (o Congresso Nacional) tem liberdade plena para decidir pela
criação ou não da entidade federativa. Agora, se o plebiscito for
desfavorável, o procedimento está encerrado, uma vez que a
aprovação da população diretamente interessada constitui verdadeira
condição de procedibilidade do processo legislativo da lei
complementar.

13. Formação dos Municípios


Por seu turno, à luz do art. 18, § 4º, a criação, a incorporação, a fusão e
o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
na forma da lei.

Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de


Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito,
às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Ou seja, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento dos


Municípios dependem de quatro requisitos:
 lei complementar federal, que determinará o período e o
procedimento a ser adotado;

21
 estudo de Viabilidade Municipal, o qual deve ser apresentado,
na forma da lei;
 plebiscito convocado pela respectiva Assembleia Legislativa,
desde que o resultado do Estudo de Viabilidade Municipal seja
positivo;
 lei estadual, dentro do período que a lei complementar federal
definir, se os requisitos anteriores forem respeitados.

14. Vedação aos Entes Federados

Segundo o art. 19, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municípios:
1) estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público. Isso se dá pela laicidade do Estado brasileiro, que não adota nenhuma
religião oficial;
2) recusar fé aos documentos públicos;
3) criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. À luz desta
vedação, o STF não tem admitido que haja preferência em licitações a produtos
de empresas situadas em determinada região, tampouco que se dê preferência
em concurso público a pessoas nascidas em determinado lugar.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

15. Intervenção

O que é a intervenção? Intervenção é uma medida excepcional tomada


por uma entidade federativa de maior grau (União ou Estado-membro) em face
de outra entidade federativa de menor grau (Estado-membro, Distrito Federal ou
Município), em que se afasta temporariamente a autonomia política do ente onde
se opera a intervenção.
A União intervém nos Estados-membros ou no Distrito Federal e os
Estados-membros intervém nos seus Municípios. Mas será que haveria a
possibilidade da União intervir diretamente em Municípios? Sim, mas apenas em
Municípios situados em Território Federal. Isto é, a União jamais intervirá em
Municípios situados nos Estados-membros.

As hipóteses de intervenção federal estão previstas (em rol taxativo) no


art. 34, são elas:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;

22
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais


(conhecidos como princípios constitucionais sensíveis):
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da


Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos


consecutivos, salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta


Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

23
Da leitura dos incisos do art. 34, extraímos que há 4 tipos de intervenção.
Vejamos.

1) intervenção espontânea: são as hipóteses presentes nos incs. I, II, III


e V do art. 34. Nesse caso, o Presidente da República tem liberdade para decidir
pela intervenção (ou não), ouvindo antes o Conselho da República (art. 90, I) e
o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º II);

2) intervenção provocada por solicitação: é a hipótese prevista no art.


34, IV, quando a coação recair sobre o Poder Legislativo ou o Poder Executivo
do Estado ou do Distrito Federal. Nesse caso, o Poder coagido solicita ao
Presidente da República a intervenção federal, porém o Presidente da República
não estará vinculado ao pleito. Pelo contrário, terá liberdade para intervir ou não,
ouvindo antes o Conselho da República (art. 90, I) e o Conselho de Defesa
Nacional (art. 91, § 1º II);

3) intervenção provocada por requisição: são as hipóteses do mesmo


art. 34, IV (quando a coação for exercida contra o Poder Judiciário) e do art. 34,
VI, segunda parte (no caso de desobediência de ordem ou decisão judicial). Se
se tratar de matéria eleitoral, a requisição fica a cargo do Tribunal Superior
Eleitoral. Se estiver sendo descumprida uma ordem do Superior Tribunal de
Justiça, a ele cabe a requisição. Nas demais matérias, a requisição compete ao
Supremo Tribunal Federal. Aqui, o Presidente da República estará vinculado à
requisição do Poder Judiciário.

4) intervenção provocada por provimento pelo Supremo Tribunal


Federal (STF) de representação do Procurador-Geral da República (PGR):
também chamada de representação interventiva ou ação direta de
inconstitucionalidade interventiva, ocorre no caso do art. 34, VII (desrespeito aos
princípios constitucionais sensíveis) e para prover a execução de lei federal (art.
34, VI, parte inicial). Se o STF der provimento à representação do PGR, o
Presidente da República será obrigado a intervir.

Por sua vez, o art. 35 traz as hipóteses taxativas de intervenção


estadual, quais sejam:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde;
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover
a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada;

24
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a


observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder


Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do


Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do


Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa
à execução de lei federal.

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as


condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido
à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado,
no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia


Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação
pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á
a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus


cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

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EXERCÍCIOS

01. (2019/NUCEPE/Prefeitura de Timon – MA/Guarda Civil Municipal) Sobre a


organização do Estado e a organização dos poderes, assinale a alternativa CORRETA.

a) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a divulgação dos Estudos de


Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, é uma das etapas do
processo de criação, de incorporação, de fusão e de desmembramento de Municípios.

b) Apesar de os Territórios Federais encontrarem-se expressamente previstos na


Constituição Federal, não existe, atualmente, nenhum Território Federal no Brasil.
Todavia, é possível a sua criação pela União, situação na qual cada Território elegerá
oito deputados.

c) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios integram a organização político-


administrativa da Federação brasileira, possuindo, por isso, autonomia. Por sua vez, a
União, ainda que configure pessoa jurídica de direito interno, é titular, também, de
soberania.

d) A Constituição Federal prevê expressamente a possibilidade de incorporação entre


Estados, o que dependerá da aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito ou referendo. Quando a aprovação da população diretamente interessada
ocorrer por plebiscito, será necessária a aprovação do Congresso Nacional apenas por
lei ordinária.

e) Caso venham a ser criados novos Territórios Federais, estes poderão ser divididos
em Municípios, sendo que as contas do Governo do Território serão submetidas à
apreciação do Tribunal de Contas do Estado do qual o Território fora desmembrado.

02. (2018/NUCEPE/PC PI – Perito Criminal – Engenharia Civil) Acerca da forma e


sistema de governo, chefia de estado e chefia de governo, assinale a alternativa
CORRETA.

a) Atualmente, o Brasil adota a República como sistema de governo.

b) No Parlamentarismo, as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo não são


exercidas por uma única pessoa.

c) No Presidencialismo, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-


se nas mãos de uma única pessoa, qual seja, o Presidente da República; esta forma de
governo é a prevista na Constituição Brasileira.

d) O Brasil é uma República Presidencialista, e seus governantes são eleitos


indiretamente pelo povo.

e) A Monarquia é uma forma de governo em que há uma participação direta do povo na


escolha dos governantes.

03. (2018/NUCEPE/PC PI – Agente de Polícia Civil) Formas de Estado, Sistema, Forma


e Regime de governo, são fundamentais para a existência de um Estado propriamente
dito. Diante das alternativas a seguir, marque a CORRETA.

a) Em países de regime parlamentarista, como no Brasil, o Chefe de Estado é o Ministro


das Relações Internacionais e o Chefe de Governo é o Presidente da República, que

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como função precípua representar o Estado Federal na comunidade internacional e da
unidade do Estado, em nível interno.

b) O Brasil adota um sistema de governo presidencialista, no qual o principal


representante do Executivo é o presidente da República, que desempenha o papel de
chefe de Estado e de Governo.

c) A Forma de Governo relaciona-se com o modo como interagem o Poder Executivo e


o Poder Legislativo nas funções governamentais. São formas de governo o
Presidencialismo e o Parlamentarismo.

d) Têm-se como Forma de Governo um conjunto de instituições políticas, por meio das
quais um Estado se organiza, a fim de exercer seu poder sobre a sociedade. A Forma
de Governo pode assumir Confederação, Estado Unitário ou Federação.

e) No Brasil, o Regime de Governo é a democracia, tendo um poder central exercido


por um Presidente, que reparte sua governança entre os Estados Federados.

04. (NUCEPE/Prefeitura de Parnarama – MA/Fiscal de Tributos) Com relação à


Organização do Estado Brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende


a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os territórios, todos autônomos,
conforme lei complementar federal.

b) Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Município


ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei ordinária.

c) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.

d) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento dos Estados, far-se-ão por


lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Estados
envolvidos.

e) Os Territórios Municipais integram os municípios, e sua criação e transformação em


Estado será sempre regulada por meio de lei ordinária.

05. (2019/NUCEPE/Prefeitura de Timon – MA/Guarda Civil Municipal) Sobre o


tratamento dos Municípios na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa
CORRETA.

a) O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o


montante de dez por cento da receita do Município.

b) O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.

c) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em turno único, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por três quintos dos membros da Câmara Municipal,

27
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na
Constituição do respectivo Estado.

d) Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do


mandato, desde que proferidos na circunscrição do respectivo Estado.

e) É possível a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,


da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, dez por cento do
eleitorado.

06. (NUCEPE/SEJUS – PI/Agente Penitenciário) Sobre a organização constitucional


dos Municípios, assinale a alternativa CORRETA.

a) A fiscalização dos Municípios será exercida pelos Tribunais de Contas Municipais,


órgãos de existência obrigatória nos Municípios de população superior a quinhentos mil
habitantes.

b) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal,
que a promulgará.

c) O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o


montante de oito por cento da receita do Município.

d) Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, sendo-lhes


vedado suplementar a legislação federal e estadual.

e) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por


emenda à constituição estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos.

07. (2018/NUCEPE/PC – PI/Delegado de Polícia Civil) O Governo Federal decretou uma


intervenção na área da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro que deverá
vigorar até 31 de dezembro deste ano. Sobre a Intervenção Federal, analise as
alternativas e marque a CORRETA.

a) A União intervirá em seus municípios, quando deixar de ser paga, sem motivo de
força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.

b) A Intervenção Federal será espontânea, quando o Presidente decretar intervenção


para assegurar o cumprimento dos “princípios constitucionais sensíveis”.

c) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos


seus cargos.

d) A invasão de um Estado-membro por outro não caracteriza hipótese de intervenção


federal, mas sim decretação de estado de sítio pelo Presidente da República.

e) A Intervenção Federal será espontânea, quando o presidente a decretar para manter


a integridade nacional.

08. (OAB/EXAME DA ORDEM XXVIII/2019) A população do Estado X, insatisfeita com


os rumos da política nacional e os sucessivos escândalos de corrupção que assolam
todas as esferas do governo, inicia uma intensa campanha pleiteando sua separação

28
do restante da Federação brasileira. Um plebiscito é então organizado e 92% dos
votantes opinaram favoravelmente à independência do Estado. Sobre a hipótese, com
base no texto constitucional, assinale a afirmativa correta.
a) Diante do expressivo quórum favorável à separação do Estado X, a Assembleia
Legislativa do referido ente deverá encaminhar ao Congresso Nacional proposta de
Emenda Constitucional que, se aprovada, viabilizará a secessão do Estado X.
b) Para o exercício do direito de secessão, exige-se lei estadual do ente separatista,
dentro do período determinado por Lei Complementar federal, dependendo ainda de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos demais Estados, após
divulgação dos estudos de viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei.
c) Diante da autonomia dos entes federados, admite-se a dissolução do vínculo
existente entre eles, de modo que o Estado X poderia formar um novo país, mas, além
da aprovação da população local por meio de plebiscito ou referendo, seria necessária
a edição de Lei Complementar federal autorizando a separação.
d) A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas que norteiam a ordem
constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela inviável o exercício
do direito de secessão por parte de qualquer dos entes federados, o que pode motivar
a intervenção federal.

09. (POLÍCIA CIVIL-ES/INVESTIGADOR/2019) De acordo com a Constituição Federal,


assinale a alternativa correta acerca da Organização Político-Administrativa do Estado.
a) Os Territórios Federais integram a União e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei ordinária.
b) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
c) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por
lei federal, dentro do período determinado por Lei Ordinária.
d) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação das Assembleias Legislativas dos Estados diretamente interessados e do
Congresso Nacional, por lei ordinária.
e) São considerados como bens dos Estados da Federação os recursos minerais,
inclusive os do subsolo.

10. (DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) O Tribunal de Contas do Estado,


ao apreciar as contas apresentadas por determinado Prefeito Municipal, entendeu que
apresentavam irregularidade insanável. À luz da sistemática constitucional, o referido
entendimento:
a) por si só, importa na rejeição das contas;
b) será apreciado pela Câmara Municipal, que pode acolhê-lo, ou não, pelo voto da
maioria de seus membros;
c) será apreciado pelo Governador do Estado, que pode acolhê-lo, ou não;
d) será apreciado pelo Conselho de Prefeitos, que pode acolhê-lo, ou não;
e) será apreciado pela Câmara Municipal, que somente pode rejeitá-lo por decisão de
dois terços dos seus membros.

11. (DPE-RJ/TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA/2019) A Câmara dos


Vereadores do Município Alfa aprovou o diploma normativo que regeria o Município, por
dois terços dos seus membros, após dois turnos de votação, com o interstício de dez
dias entre cada uma delas. O referido diploma normativo, na sistemática constitucional,
é:
a) a Constituição Municipal;
b) a Lei Orgânica Municipal;

29
c) a Lei Complementar Municipal;
d) a Lei Ordinária Municipal;
e) o Estatuto Municipal.
12. (TJ-MG/OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE NOTAS E DE REGISTRO) A
organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende,
EXCETO
a) os Estados.
b) os Municípios e os Territórios.
c) o Distrito Federal.
d) a União.
13. (SEPLAG/GESTOR GOVERNAMENTAL) Constitui bem ambiental de domínio dos
Estados:
a) a mata atlântica.
b) os sítios arqueológicos.
c) as águas subterrâneas.
d) as cavidades naturais subterrâneas.
14. (ADVOGADO) A Constituição Federal vigente NÃO assegura ao Município:
a) capacidade normativa própria.
b) capacidade de autogoverno.
c) autonomia financeira.
d) representação no Senado Federal.
15. (ADVOGADO) É INCORRETO afirmar que a Lei Orgânica Municipal:
a) é elaborada pelo Município no exercício de sua capacidade de auto-organização.
b) deve atender aos princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição
do respectivo Estado.
c) não deve tratar da matéria de competência exclusiva do Município.
d) deve atender aos preceitos enumerados nos incisos do Art. 29 da Constituição
Federal.
16. (PGJ/ANALISTA DE SISTEMAS) É CORRETO afirmar que a criação de Municípios
se fará por:
a) lei estadual.
b) lei federal.
c) lei complementar estadual.
d) lei complementar federal.
17. (PC-PB/AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O Distrito
Federal (DF) não é um estado nem um município, mas possui competências legislativas
de tais. As características do DF não incluem
a) a auto-organização.
b) o autogoverno.
c) as autonomias tributária e financeira.
d) a possibilidade de subdividir-se em municípios.
e) a autoadministração.
18. (MP-PE/ANALISTA) De acordo com o artigo 20, inciso V, da Constituição Federal,
os recursos naturais da zona econômica exclusiva são bens
a) do Município de Salvador-BA)
b) do Estado de Pernambuco.
c) do Estado de Roraima.
d) da União.
e) do Município de Recife-PE).

30
19. (PREFEITURA DE CAMPINAS/AGENTE ADMINISTRATIVO) Sobre o que dispõe a
Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
II – recusar fé aos documentos públicos.
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
É correto o que está contido em
a) I, II e III.
b) II e III, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
20. (CÂMARA DE SÃO PAULO/PROCURADOR LEGISLATIVO) Ao disciplinar a
instituição de regiões metropolitanas, determinou a Constituição Federal que
a) poderão ser instituídas apenas por lei complementar estadual.
b) poderão ser constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes ou não.
c) tem como objetivo a transferência de competências municipais para o âmbito
exclusivo do Estado-membro.
d) a integração do município à região metropolitana não é compulsória.
e) cabe à União editar normas gerais a respeito da instituição das regiões
metropolitanas.
21. (EXAME DA OAB) Assinale a opção correta acerca da disciplina constitucional dos
municípios.
a) Os municípios, que são dotados de autonomia, podem editar constituição própria.
b) Compete privativamente aos municípios legislar sobre trânsito e transporte.
c) É vedada a criação de tribunais de contas municipais.
d) A posse de prefeitos e vice-prefeitos ocorrerá no dia 15 de fevereiro do ano
subsequente ao da eleição.

22. (EXAME DA OAB) Não constitui causa de intervenção da União nos estados e no
DF a necessidade de
a) manter a integridade nacional.
b) prover a execução de ordem judicial.
c) assegurar o princípio da autonomia municipal.
d) garantir a aplicação do mínimo exigido da receita na segurança pública.
23. (EXAME DA OAB) Acerca do federalismo nacional, assinale a opção correta.
a) A CF, ao extinguir os territórios federais até então existentes, vedou a criação de
novos territórios.
b) A CF não atribuiu ao território a chamada tríplice capacidade.
c) Segundo preceitua a CF, são entes federativos os estados-membros, o DF, os
municípios e os territórios federais.
d) O DF não possui capacidade de autoadministração visto que não organiza nem
mantém suas próprias polícias.

24. (EXAME DA OAB) De acordo com a CF e com a doutrina, a intervenção federal


a) exige do Presidente da República, quando provocada por requisição, a submissão do
ato ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional, para posterior exame
quanto à conveniência e oportunidade da decretação.
b) é provocada por solicitação quando a coação ou o impedimento recaem sobre cada
um dos três Poderes do Estado.

31
c) dispensa, quando espontânea, a autorização prévia do Congresso Nacional.
d) exige, em qualquer hipótese, o controle político.
25. (EXAME DA OAB) Considerando as normas constitucionais que versam sobre a
organização do Estado Federal, assinale a opção correta.
a) A subdivisão e o desmembramento dos estados dar-se-ão mediante aprovação das
populações diretamente interessadas, bem como das respectivas assembleias
legislativas, por lei complementar.
b) Os prefeitos dispõem, como foro especial por prerrogativa de função, do Superior
Tribunal de Justiça, ao qual cabe processá-los e julgá-los.
c) Em obediência ao princípio da isonomia e da equivalência entre os diversos estados
da Federação, os subsídios do governador e do vice-governador, que têm como
parâmetro os subsídios dos ministros do STF, são fixados por lei federal.
d) Aos deputados estaduais aplicam-se as regras da CF sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.

26. (EXAME DA OAB) Assinale a opção correta quanto à disciplina sobre a intervenção
federal.
a) No caso de descumprimento, por algum estado-membro, dos princípios
constitucionais sensíveis, a decretação de intervenção dependerá de provimento, pelo
STF, de representação do procurador-geral da República.
b) Se houver, por parte de estado-membro, ameaça ao livre exercício de qualquer dos
poderes, o pedido de intervenção federal dependerá de requisição do STF.
c) A União só poderá intervir nos estados após prévia anuência do Congresso Nacional.
d) O estado só poderá intervir em seus municípios se a assembleia legislativa, por
maioria absoluta, aprovar a decretação da intervenção.

27. (EXAME DA OAB) No tocante às hipóteses de criação de estados-membros,


previstas na CF, assinale a opção correta.
a) No desmembramento para a anexação de outro estado, a parte desmembrada
constituirá novo estado, com identidade própria.
b) Na fusão, dois ou mais estados unem-se, geograficamente, para a formação de um
novo estado, o que implica perda da personalidade primitiva.
c) Na cisão, o estado subdivide-se em dois ou mais estados-membros, com
personalidades distintas, mantendo o estado originário sua personalidade jurídica.
d) No desmembramento para a formação de novo estado, o estado originário perde sua
identidade, para formar um novo estado com personalidade jurídica própria.

28. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ/ASSISTENTE


MINISTERIAL DE CONTROLE EXTERNO/2019) Considerando-se as disposições da
Constituição Federal de 1988 (CF), é correto afirmar que a subvenção a cultos religiosos
e igrejas
a) pode ser realizada independentemente de lei, desde que não seja mantida relação
de dependência entre um ente federado e eventuais cultos religiosos e igrejas por ele
subvencionados.
b) é admitida no caso de colaboração de interesse público, desde que seja feita na forma
da lei.
c) é legítima se prevista na Lei Orgânica do município, independentemente de
caracterizar-se como colaboração de interesse público.
d) é vedada aos municípios em qualquer hipótese, sendo permitida apenas à União, aos
estados e ao Distrito Federal.
e) somente é admitida no caso de religiões que sejam oficialmente adotadas pelo Estado
brasileiro, que consiste em uma federação não laica.

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29. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) A integridade
territorial do Paraná, protegida pela Constituição desse estado, somente pode ser
alterada mediante
a) aprovação da população local, por meio de plebiscito, e lei complementar federal.
b) aprovação da população local, por meio de plebiscito, e lei complementar estadual.
c) aprovação da população local, por meio de referendo, e lei complementar federal.
d) aprovação da população local, por meio de referendo, e lei complementar estadual.
e) lei complementar estadual de iniciativa popular.
30. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Na
propriedade de Roberto, localizada em um município do estado de Santa Catarina,
existe um conjunto de cavidades naturais subterrâneas, sobre o qual Roberto pretende
construir um empreendimento. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a
pretensão de Roberto é juridicamente inviável, porque essas cavidades são bens de
titularidade
a) do estado de Santa Catarina.
b) do município de localização da propriedade.
c) da União.
d) comum da União, do estado de Santa Catarina e do município de localização da
propriedade.
e) concorrente da União, do estado de Santa Catarina e do município de localização da
propriedade.
31. (TRIBUNAL DE CONTAS MUNICIPAL-BA/AUDITOR ESTADUAL DE
INFRAESTRUTURA/2018) Com relação à organização político-administrativa do
Estado Federal, é correto afirmar que
a) os territórios brasileiros são excluídos da composição da organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil.
b) os recursos minerais do subsolo são de propriedade do município em que forem
encontrados.
c) os estados podem incorporar-se entre si ou desmembrar-se para formarem novos
territórios estaduais.
d) a organização e a prestação de serviços de transporte rodoviário interestadual e local
são de competência dos estados.
e) as cavidades naturais subterrâneas são patrimônio do estado onde se localizarem.
32. (TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS/ANALISTA DE CONTROLE
EXTERNO/2018) A Constituição Federal de 1988 dispõe que são bens da União
a) as águas superficiais fluentes.
b) as águas subterrâneas em depósito.
c) as terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental.
d) as ilhas fluviais e lacustres.
e) as ilhas oceânicas e costeiras.
33. (TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS/ANALISTA DE CONTROLE
EXTERNO/2018) Determinado estado-membro se desfez de parte de seu território, e a
população ali residente foi unida a outro estado-membro, sem que aquele perdesse a
sua identidade originária. Nessa situação, ocorreu a modalidade de formação de
estados federados denominada
a) incorporação.
b) subdivisão.
c) desmembramento por anexação.
d) desmembramento por formação.
e) fusão.

33
34. (TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS/ANALISTA DE CONTROLE
EXTERNO/2018) A Constituição Federal de 1988 veda expressamente a edição de
medida provisória que
a) verse sobre a seguridade social.
b) trate das diretrizes e bases da educação nacional.
c) regulamente a concessão de serviços locais de gás canalizado.
d) implique a instituição ou majoração de impostos.
e) regulamente o regime de portos e a navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e
aeroespacial.
35. (TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS/ANALISTA DE CONTROLE
EXTERNO/2018) Determinado município apresentou, por cinco anos seguidos, graves
problemas na sua prestação de contas, em razão de desvios de recursos públicos por
parte de seus gestores. Tendo constatado a recorrência desse problema, o servidor do
tribunal de contas local responsável pelo controle dessas contas propôs a criação de
um tribunal de contas municipal para garantir melhor controle dos gastos do município.
Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a proposta do servidor do tribunal de
contas é
a) viável somente para as capitais dos estados, porque sua estrutura administrativa,
mais complexa, justifica a criação desse órgão de controle.
b) inconstitucional, pois é vedada expressamente pelo texto da CF.
c) inconstitucional, uma vez que a CF, quando da sua promulgação, determinou a
extinção dos tribunais de contas municipais existentes.
d) recomendada para municípios com mais de vinte mil habitantes.
e) recomendada para estados que tenham muitos municípios, para que o controle de
contas seja mais eficiente e transparente.

36. (SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FAZENDÁRIO/2018) Acerca da organização
dos estados, é correto afirmar que
a) a criação de um território federal é regulada por lei ordinária.
b) aos estados-membros compete explorar os serviços locais de gás canalizado.
c) a iniciativa popular no processo legislativo estadual não é admitida.
d) a competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência
suplementar dos estados-membros para legislar.
e) o texto constitucional autoriza a criação de tribunais de contas municipais.
37. (2020/IDIB/CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO
GROSSO/ADVOGADO) A organização político-administrativa da República Federativa
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos entre si. Por outro lado, a Constituição Federal prevê também a figura dos
Territórios Federais. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) É possível, conforme previsto constitucionalmente, que haja a reintegração do
Território Federal ao Estado de origem.
b) Os Territórios Federais integram a União e o respectivo Estado federado onde estiver
situado.
c) A Constituição Federal proíbe a formação de novos Territórios Federais.
d) A transformação do Território Federal em Estado será regulada pela respectiva
Constituição Estadual.

38. (2020/IDIB/PREFEITURA DE GRAVATÁ-PE/AGENTE LEGISLATIVO) Analise os


itens abaixo sobre a organização dos Municípios:

I. A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

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II. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal a prática de homofobia.
III. Compete aos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial.

Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
39. (2020/IDIB/PREFEITURA DE GRAVATÁ-PE/AGENTE LEGISLATIVO) Assinale
abaixo a única alternativa correspondente a bens públicos dos Estados.
a) Mar territorial e terrenos de marinha.
b) Recursos minerais e rios intermunicipais.
c) As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União.
d) Terreno de marinha e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
40. (2020/CESPE/CEBRASPE/TJ PA - AUXILIAR JUDICIÁRIO) A autonomia do Estado
para gerir negócios próprios, pela ação administrativa do governador, denomina-se
a) autogestão.
b) autolegislação.
c) autoadministração.
d) autogoverno.
e) soberania.
41. (2020/FCC/ALE - ANALISTA LEGISLATIVO - ÁREA: ATIVIDADE LEGISLATIVA -
ESPECIALIDADE: TÉCNICO LEGISLATIVO) Entidades da sociedade civil atuantes em
um grupo de Municípios limítrofes, integrantes do mesmo Estado da federação,
defendem que seja instituída região metropolitana para integrar organização,
planejamento e execução de funções públicas de interesse comum aos Municípios em
questão. Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal, a instituição de região
metropolitana
a) dependerá apenas de lei complementar estadual.
b) deverá ser precedida de consulta, mediante plebiscito, à população diretamente
interessada, assim entendida a do Estado a que pertencem os Municípios
c) dependerá de lei estadual e de consulta, mediante plebiscito, à população dos
Municípios envolvidos, após a divulgação de estudos de viabilidade, apresentados e
publicados na forma da lei.
d) dependerá de lei estadual e, se assim previsto na respectiva Constituição estadual,
de aprovação prévia pelas Câmaras de Vereadores dos Municípios envolvidos.
e) é descabida, uma vez que a execução das funções, ainda que de interesse comum,
não está compreendida no escopo de uma região metropolitana.

42. (2020/IBFC/CBM BA - SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO) A República


Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. Sobre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios, assinale a alternativa correta.
a) Considerando a hierarquia entre os entes políticos da federação brasileira, a União é
hierarquicamente superior aos Estados
b) A Constituição impossibilita aos entes federativos estabelecer cultos religiosos ou
igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público
c) O Distrito Federal divide-se em Municípios, assim como os Estados-Membros da
Federação brasileira

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d) Os Estados-Membros possuem autonomia na Federação, mas a depender da
situação também assumem a soberania como característica do seu poder
e) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, sendo exigido
para tanto, a divulgação de estudo de viabilidade urbana e, após, a realização de
plebiscito

43. (2020/CESPE/CEBRASPE/TJ PA - OFICIAL DE JUSTIÇA - ÁREA AVALIADOR)


Determinado estado da Federação pretende instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum. Nessa situação, o ente federativo poderá efetivar tal
medida mediante
a) lei ordinária federal.
b) lei complementar federal.
c) medida provisória estadual.
d) lei ordinária estadual de iniciativa do Poder Executivo.
e) lei complementar estadual de iniciativa parlamentar.
44. (2020/FACET CONCURSOS/PREFEITURA - ANALISTA ADMINISTRATIVO) A
Constituição faculta a criação, incorporação, fusão e o desmembramento de Municípios,
desde que se faça:
a) Por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
b) Por lei Federal, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
c) Por lei Federal, dentro do período determinado por Lei Complementar, e dependerão
de consulta posterior, mediante referendo, às populações dos Municípios envolvidos,
após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
forma da lei.
d) Por lei Estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar, e dependerão
de consulta posterior, mediante referendo, às populações dos Municípios envolvidos,
após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
forma da lei.
e) Por lei Federal, dentro do período determinado por Lei Orgânica, e dependerão de
consulta posterior, mediante referendo, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei.

45. (2020/INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO E PESQUISA/PREFEITURA –


AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - ÁREA: ENGENHEIRO CIVIL) O município reger-
se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos na Constituição de 1988, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos, EXCETO:
a) Julgamento do prefeito perante o Tribunal de Justiça.
b) Organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal.
c) Cooperação das associações representativas no planejamento municipal.
d) Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do município, da cidade
ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, dez por cento do eleitorado.

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46. (2020/FADESP/UEPA - AGENTE ADMINISTRATIVO) De acordo com a
Constituição Federal Brasileira de 1988, a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende
a) os Estados, os Municípios e os Territórios, tão somente.
b) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
c) a União, os Estados, os Territórios e os Municípios, exclusivamente.
d) os Estados, os Territórios, os Municípios e os Distritos, apenas.
47. (2020/INSTITUTO ÂNIMA SOCIESC/FISCAL TRIBUTÁRIO) Segundo o art. 19 da
Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
II. Promover igualdade entre brasileiros.
III. Recusar fé aos documentos públicos.

Está correto o que se afirma em:


a) Somente I.
b) Somente III.
c) Somente I e III.
d) Somente II e III.
e) Todas as afirmativas.
48. (2020/IDIB/TÉCNICO JURÍDICO) Analise as afirmativas a seguir sobre a União, os
Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios:

I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções
entre brasileiros ou preferências entre si.
II. Compete aos Municípios estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
atividade de garimpagem, em forma associativa.
III. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além de Governador,
haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais.

É correto o que se afirma


a) apenas em I.
b) apenas em I e II.
c) apenas em I e III.
d) apenas em I, II e III.
49. (EXAME DE ORDEM UNIFICADO) José é cidadão do município W, onde está
localizado o distrito de b. Após consultas informais, José verifica o desejo da população
distrital de obter a emancipação do distrito em relação ao município de origem. De
acordo com as normas constitucionais federais, dentre outros requisitos para legitimar
a criação de um novo Município, são indispensáveis:
a) lei estadual e referendo.
b) lei municipal e plebiscito.
c) lei municipal e referendo.
d) lei estadual e plebiscito.
50. (OAB/EXAME XXIV) Em observância aos princípios da transparência, publicidade e
responsabilidade fiscal, o prefeito do Município Alfa elabora detalhado relatório
contendo a prestação de contas anual, ficando tal documento disponível, para consulta

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e apreciação, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua
elaboração. Carlos, morador do Município Alfa, contribuinte em dia com suas obrigações
civis e políticas, constata diversas irregularidades nos demonstrativos apresentados,
apontando indícios de superfaturamento e desvios de verbas em obras públicas. Em
função do exposto e com base na Constituição da República, você, como advogado de
Carlos, deve esclarecer que
a) a fiscalização das referidas informações, concernentes ao Município Alfa, conforme
previsto na Constituição brasileira, é de responsabilidade exclusiva dos Tribunais de
Contas do Estado ou do Município, onde houver.
b) Carlos tem legitimidade para questionar as contas do Município Alfa, já que, todos os
anos, as contas permanecem à disposição dos contribuintes durante sessenta dias para
exame e apreciação.
c) a impugnação das contas apresentadas pelo Chefe do Executivo local exige a adesão
mínima de um terço dos eleitores do Município Alfa.
d) a CRFB/88 não prevê qualquer forma de participação popular no controle das contas
públicas, razão pela qual Carlos deve recorrer ao Ministério Público Estadual para que
seja apresentada ação civil pública impugnando os atos lesivos ao patrimônio público
praticados pelo prefeito do Município Alfa.

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