Saúde Do Adulto e Família
Saúde Do Adulto e Família
Saúde Do Adulto e Família
Atenção Básica
MÓDULO 8
01
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA
ACOLHIMENTO DA DEMANDA,
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E
RASTREAMENTO NO ADULTO
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
1
curso de especialização em
Especialização em Atenção Básica em Saúde
Atenção Básica
MÓDULO 8
01
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA
ACOLHIMENTO DA DEMANDA,
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E
RASTREAMENTO NO ADULTO
São Luís
2014
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Reitor – Natalino Salgado Filho
Vice-Reitor – Antonio José Silva Oliveira
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – Fernando de Carvalho Silva
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Deborah Baesse
COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIAS E HIPERMÍDIAS
Rômulo Martins França
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SE JA PARA VENDA OU PARA QUALQUER FIM COMERCIAL. A RESPONSABILIDADE PELOS
DIREITOS AUTORAIS DOS TEXTOS E IMAGENS DESTA OBRA É DA UNA-SUS/UFMA
NORMALIZAÇÃO
Bibliotecária Eudes Garcez de Souza Silva
(CRB 13ª Região nº de Registro – 453)
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Fábio Allex
REVISÃO TÉCNICA
Camila Carvalho Amorim
Cláudio Vanucci Silva de Freitas
Judith Rafaelle Oliveira Pinho
PROJETO GRÁFICO
Douglas Brandão França Junior
ILUSTRAÇÕES
Camila Santos de Castro e Lima
47f. : il.
CDU 613.9-053.8
APRESENTAÇÃO
O objetivo desta unidade é discutir a assistência à saúde do adulto
no contexto da humanização.
O acolhimento da demanda vai muito além de classificação de risco
ou organização de agendas de consultas. Neste texto vamos apresentar
algumas estratégias aplicáveis à atenção básica que visam melhorar o
acolhimento do adulto pelas equipes de Saúde da Família. Além disso,
vamos discutir o rastreamento de situações de vulnerabilidade à saúde do
adulto como hipertensão, diabetes, uso do álcool e obesidade.
Bons estudos!
SUMÁRIO
1 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO....................................7
2 PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO BÁSICA RELACIONADOS À DEMANDA....
ESPONTÂNEA.......................................................................................8
2.1 Organização da demanda................................................................10
2.2 Conceitos relacionados à demanda espontânea ...........................14
3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................................17
4 PROTOCOLO DE MANCHESTER NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO++
E ADEQUAÇÕES PARA O USO DA FERRAMENTA NA ATENÇÃO++
PRIMÁRIA ..........................................................................................19
5 O PAPEL DA PRIMEIRA ESCUTA DO USUÁRIO NO PROCESSO DE++
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................................24
5.1 Rastreamento do adulto ..................................................................25
5.1.1 Avaliação e rastreamento de risco cardiovascular......................................25
5.2 Rastreamento de dislipidemia ........................................................30
5.3 Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) ................32
5.4 Rastreamento de diabetes mellitus tipo II .....................................33
5.5 Identificação do tabagismo .............................................................34
5.6 Detecção do abuso do álcool ..........................................................36
5.7 Prevenção e controle da obesidade ................................................38
REFERÊNCIAS.............................................................................................................42
UNIDADE 1
1 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
LEMBRE-SE!
No âmbito da Saúde da Família, os atributos porta de entrada,
coordenação do cuidado, longitudinalidade e integralidade conferem
elementos peculiares que devem ser considerados no processo de
organização da demanda. Para Merhy (1998), ao adotar práticas centradas
nos usuários, os serviços de saúde devem incorporar mais tecnologias leves
que se materializam em práticas relacionais, como acolhimento e vínculo.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
O padrão de acolhimento dos usuários nos serviços de saúde é um dos
grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), pois não se trata de uma
proposta isolada, já que compõe a Política Nacional de Humanização (PNH).
Acolhimento é uma diretriz da PNH que deve fazer parte de todos os
encontros do usuário com os serviços de saúde. O médico e todos os demais
profissionais das unidades básicas de saúde são responsáveis por fazê-lo
acontecer. O acolhimento é também uma postura ética. O usuário deve ter
ouvidas as suas queixas, deve ter reconhecido o seu protagonismo no processo
de saúde-doença e na responsabilização pela resolução dos problemas de
saúde.
Classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de
organização da “fila de espera” no serviço de saúde, que serve para priorizar o
atendimento dos usuários que mais precisam, superando a lógica da ordem de
chegada (BRASIL, 2008).
SAIBA MAIS!
Veja mais detalhes da PNH acessando:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humaniza-
cao_pnh_folheto.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSUS_politica_nacio-
nal_humanizacao.pdf .
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
demanda apresentada. A qualidade deste contato está diretamente relacionada
ao acolhimento de diferentes tipos de demandas, ampla resolutividade e
menor tempo de espera. É estratégico diversificar as portas de entrada com
objetivo de otimizar o uso dos recursos da unidade e evitar dificuldade ou
espera prolongada para obtenção de resposta.
• Longitudinalidade: relaciona-se ao vínculo com o profissional
e equipe de saúde, pois o conhecimento da história do usuário agiliza o
atendimento, evita intervenções desnecessárias, minimiza a chance de erro e
facilita o manejo clínico dos problemas de saúde. Sendo assim, a organização
do atendimento à demanda espontânea deve priorizar desenhos em que o
atendimento do usuário seja realizado preferencialmente por profissionais
das equipes de Saúde da Família (ESF) à qual está vinculado. É estratégico que
a equipe esteja disponível nos diversos dias da semana e que a comunidade
conheça seu horário para viabilizar o fortalecimento dessa relação.
• Integralidade: relaciona-se com o conhecimento dos problemas
mais comuns na comunidade; com a oferta de ações abrangendo promoção,
prevenção, tratamento e reabilitação ajustados a estes problemas; e com
a coordenação do acesso a outros pontos de atenção à saúde da rede. É
estratégico que a abordagem seja humanizada, centrada na pessoa e que
compreenda as diversas dimensões do sujeito.
• Coordenação do cuidado: relaciona-se com o sincronismo,
integração e harmonia das ações realizadas garantindo continuidade e
integralidade do cuidado. Para isso é fundamental a definição das atribuições
de cada profissional, o trabalho harmônico de toda a equipe e o conhecimento
da função de cada ponto de atenção da rede e dos fluxos de assistência ao
usuário com demanda espontânea. Ferramentas importantes neste processo
são o prontuário, o projeto terapêutico singular e os protocolos assistenciais.
Além desses princípios, considera-se importante promover a educação
permanente dos profissionais e a compreensão da necessidade de flexibilidade
para acolher as transformações cotidianas para uma AB cada vez mais
resolutiva.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2.1 Organização da demanda
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Mas por que acolher a demanda espontânea na
atenção básica?
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
acompanhamento programado; agenda retorno/reavaliação de usuários que
não fazem parte de ações programáticas (BRASIL, 2011).
A recomendação é que a tomada de decisão seja pautada em conversas,
experimentação e análise pelos trabalhadores das equipes, aproveitando as
ferramentas e experiências já existentes com vistas à ampliação do acesso aos
serviços de saúde.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Figura 1: Fluxo sugestivo para acolhimento da demanda na UBS.
Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Acolhimento à demanda
espontânea. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. 56 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção
Básica n. 28, Volume I). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/miolo_CAP_28.pdf.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2.2 Conceitos relacionados à demanda espontânea
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Processo de priorização dos atendimentos por
Classificação de meio da avaliação da gravidade do problema
risco apresentado, utilizando critérios clínicos e outras
condições de vulnerabilidade.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Situação clínica de baixo risco, ou seja, sem sinais
ou sintomas de alerta, sem risco iminente de morte.
É indicado que tenha intervenção de profissional de
Pouco urgente saúde de nível superior no mesmo dia. No Protocolo
de Manchester é considerada prioridade verde.
Exemplos: vômitos, febre (entre 37,5-38,4°C),
inflamação local, disúria, tosse produtiva.
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3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
profissionais que circulam nas salas de espera e recepção deve ser apoiado.
É preciso garantir espaços mais reservados para a escuta e identificação de
riscos (BRASIL, 2011).
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Protocolos de estratificação de risco têm sido cada vez mais
utilizados nos serviços de urgência e emergência e têm tido importante
impacto na qualidade do acesso a esses serviços. A Atenção Básica pode
usar esses protocolos como referência, sem perder de vista a necessidade de
ressignificação e ajustes, combinando olhares sobre risco e vulnerabilidade.
• Rapidez e objetividade;
• Reprodutividade;
• Trabalho com sinais e sintomas, e não com diagnóstico;
• Linguagem padronizada nos vários pontos de atenção à saúde e
entre os profissionais da unidade;
• Ser passível de auditoria;
• Alta precisão e tender a superestimar o risco clínico.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Entretanto, como o protocolo foi originalmente elaborado para os
serviços de urgência, percebeu-se a necessidade de adequações para o seu uso
na APS. É consenso que o método de classificação proposto pelo protocolo não
deve ser modificado, a fim de manter a segurança e padronização de linguagem
nos diversos pontos da rede. Porém, a classificação deve ser entendida como
uma das ferramentas de avaliação dos casos com queixa clínica. Além do risco
clínico, outros aspectos precisam ser observados, tais como vulnerabilidade
individual, familiar e social, conforme descrito anteriormente.
Acompanhe abaixo o Protocolo de Manchester na classificação de
risco:
• Usuário classificado como VERMELHO (emergência)
Em quanto tempo?
Atendimento imediato.
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• Usuário classificado como LARANJA (muito urgente)
Em quanto tempo?
Atendimento em até 10 minutos.
Em quanto tempo?
O tempo de espera adequado para esse atendimento é de até uma hora. Esses casos
necessitam de intervenção breve da equipe, podendo ser ofertadas inicialmente
medidas de conforto pela enfermagem até a avaliação do profissional médico ou
dentista.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Quando excede a capacidade de atendimento médico na unidade?
Será garantida primeira avaliação médica e encaminhamento conforme
necessidade.
Em quanto tempo?
Atendimento no mesmo dia. Como medida de humanização e redução de
conflito deve-se orientar o usuário o horário previsto para o seu atendimento.
Usuário com bom estado geral que for agendado para outro turno poderá ser
orientado a retornar no horário do seu atendimento ou a qualquer momento para
reclassificação caso apresente sinais de piora.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
• Usuário classificado como AZUL (não urgente)
Nos casos em que o usuário não puder ser atendido na unidade onde buscou
assistência este deverá ser encaminhado de forma responsável para sua unidade
de origem.
Em quanto tempo?
Havendo disponibilidade, a avaliação desta demanda não urgente deverá ocorrer
no mesmo dia. O atendimento deverá considerar a necessidade de atendimento
oportuno, o público prioritário e outras situações especiais.
O que?
São as demandas não clínicas que podem ter sido encaminhadas para a
classificação por engano. Essas demandas deverão receber avaliação pelo
auxiliar/técnico da ESF/ESB ou encaminhamento ao setor específico do
centro de saúde.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
IMPORTANTE!
Indivíduo algum deverá ser reduzido a uma cor, número de
prontuários, de setores ou de leitos. O Protocolo de Manchester deve ser
reconhecido como uma ferramenta de gestão/organização da assistência.
SAIBA MAIS!
Conheça propostas de modelagens de acolhimento utilizadas em
vários lugares e saiba mais sobre as possibilidades de gestão das agendas de
atendimento em http://goo.gl/yKd0bu.
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
ou que estejam esperando remoção para outro serviço, ou que sejam suspeitos
de portar doenças infectocontagiosas de transmissão aérea (meningite, por
exemplo).
• Encaminhar o usuário para o cuidado de acordo com sua classificação
(BRASIL, 2013).
Todos os profissionais da AB deverão estar envolvidos na primeira
escuta, e não somente em seu campo de atuação. A equipe de saúde bucal,
por exemplo, deverá atuar ainda nos processos de escuta específica. As
equipes dos Nasf deverão ofertar o apoio matricial às equipes vinculadas para
auxiliar nos processos de manejo e referenciamento dos usuários.
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Colesterol Idade Idade Idade Idade Idade
Total 20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
< 160 0 0 0 0 0
160 – 199 4 3 2 1 0
200 – 239 7 5 3 1 0
240 – 279 9 6 4 2 1
> 280 11 8 5 3 1
Idade Idade Idade Idade Idade
20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
Não fumante 0 0 0 0 0
Fumante 8 5 3 1 1
HDL Pontos
> 60 -1
50 – 59 0
40 – 49 1
< 40 2
PA sistólica Pontos se não tratada Pontos se tratada
< 120 0 0
120 – 129 0 1
130 – 139 1 2
140 – 159 1 2
> 160 2 3
MULHERES
Idade Pontos
20 – 34 -7
35 – 39 -3
40 – 44 0
45 – 49 3
50 – 54 6
55 – 59 8
60 – 64 10
65 – 69 12
70 – 74 14
75 – 79 16
Colesterol Idade Idade Idade Idade Idade
Total 20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
< 160 0 0 0 0 0
160 – 199 4 3 2 1 1
200 – 239 8 6 4 2 1
240 – 279 11 8 5 3 2
> 280 13 10 7 4 2
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ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Idade Idade Idade Idade Idade
20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
Não fumante 0 0 0 0 0
Fumante 9 7 4 2 1
HDL Pontos
> 60 -1
50 – 59 0
40 – 49 1
<40 2
PA sistólica Pontos se não tratada Pontos se tratada
< 120 0 0
120 – 129 1 3
130 – 139 2 4
140 – 159 3 5
> 160 4 6
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Quadro 2 - Determinação de risco em dez anos da DAC.
HOMENS MULHERES
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Entre os fatores de risco, existem aqueles considerados como alto
risco cardiovascular, baixo risco ou risco intermediário (BRASIL, 2010).
Baixo risco/ Intermediário Alto risco
Tabagismo AVC (acidente vascular cerebral) previamente
Anaurisma de aorta
(H < 55a; M < 65a) - evento abdominal
cardiovascular prévio Estenose de carótida
sintomática
DM (Diabetes mellitus)
Fonte: DAB/SAS/MS.
COMO INTERPRETAR?
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2. Se apresentar ao menos um fator de risco alto CV, não há necessidade de
calcular o RCV, pois esse paciente é considerado como alto risco CV e terá mais
ou igual a 20% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou
infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos dez anos.
3. Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/intermediário, há
necessidade de calcular o RCV, pois esse paciente pode mudar para baixo, para
alto ou permanecer como risco intermediário.
SAIBA MAIS!
A publicação “Rastreamento” (Cadernos de Atenção Básica nº 29), traz mais
informações. Acesse:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad29.pdf .
5. 2 Rastreamento de dislipidemia
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
alta densidade de colesterol (HDL-C), são importantes fatores de risco para
doença arterial coronariana (DAC). O risco de DAC é maior naqueles em que há
combinação de fatores de risco.
O risco de doença arterial coronariana em dez anos é menor em
homens jovens e nas mulheres que não tenham outros fatores de risco,
mesmo na presença de anormalidades lipídica (BRASIL, 2010).
Não há uma definição exata sobre os intervalos de rastreamento,
sugere-se que quanto maior o risco, menor o intervalo de rastreamento.
COMO FAZER?
Pode ser realizado por meio da dosagem dos lipídios séricos de pessoas
que são elegíveis, conforme recomendações acima. O profissional de saúde
deve orientar que o paciente esteja em jejum de 12 horas, evite mudanças na
rotina alimentar e de atividade física, além de não ingerir bebida alcoólica.
• Rastreamento em mulheres
- Recomenda-se fortemente o rastreamento das desordens
lipídicas em mulheres com 45 anos ou mais quando se enquadrarem como
grupo de alto risco para doença coronariana.
31
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
- Recomenda-se também o rastreamento das desordens lipídicas
em mulheres com 20 a 45 anos quando se enquadrarem como um grupo de
alto risco para doença coronariana.
- Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das
desordens lipídicas em mulheres com 20 anos ou mais se elas não estiverem
em um grupo de alto risco cardiovascular.
COMO FAZER?
Não há evidência para se recomendar um ótimo intervalo para rastrear
a hipertensão nos adultos. O 7° JNC (The seventh report of the Joint National
Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High
Blood Pressure) recomenda o rastreamento a cada dois anos nas pessoas com
pressão arterial menor que 120/80 e rastreamento anual se a pressão sistólica
estiver entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica entre 80 e 90 mmHg (BRASIL,
2010c).
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Figura:
Figura Sugestãodede
2: Sugestão fluxo
fluxo de rastreamento
de rastreamento da diabetes.
da HAS.
Sintomas de crise
hipertensiva
– Cefaleia (dor de cabeça)
– Alterações visuais
– Déficit neurológico
(diminuição da força
Pessoa >18 anos
na UBS
muscular/dormência)
– Dor precordial (dor no
peito)
– Dispneia (falta de ar)
Verificar PA
(média de duas medidas no dia)
Consulta médica na
crise hipertensiva
SIM
Fonte:DAB/SAS/MS.
Fonte: DAB/SAS/MS.
33
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
É recomendado o rastreamento de diabetes em adultos assintomáticos
com PA sustentada maior que 135/80 mmHg, não se aplicando a outros
critérios como obesidade, história familiar nem faixa etária.
É possível por meio do rastreamento da diabetes nas pessoas com
elevação dos níveis pressóricos (acima de 135/80 mmHg) reduzir a incidência
de mortalidade e dos eventos cardiovasculares, por meio de um rigoroso
controle da pressão arterial.
Figura
Figura – Diagrama
3: Sugestão de rastreamento
de fluxo e diagnóstico
de rastreamento para o DM tipo 2
da diabetes.
SIM NÃO
NÃO
Glicemia casual Possui critérios para
>200 ml/d? rastreamento de DM2?**
Diagnóstico de DM:
encaminhar para Consulta de
Solicitar glicemia enfermagem para
consulta médica
de jejum orientações sobre
estilio de vida saudável
Fonte:
Fonte: DAB/SAS/MS.
DAB/SAS/MS.
* Ver Tabela 2 – Elementos clínicos que levantam a suspeita de DM.
MEV = Mudanças de estilo de vida
** Ver Tabela 1 – Critérios para o rastreamento de DM para adultos assintomáticos.
MEV = Mudanças de estilo de vida
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
COMO FAZER?
Pode ser realizado por meio de glicemia de jejum de oito horas.
Pessoas com uma glicemia em jejum superiore a 126 mg/dl devem realizar
confirmação do resultado com nova glicemia de jejum, para, dependendo do
segundo resultado, serem diagnosticadas com diabetes mellitus.
IMPORTANTE!
Está recomendado o rastreamento do tabagismo em todos os adultos.
Em todos os encontros com os pacientes, recomenda-se que os
profissionais de saúde perguntem a todos os adultos sobre o uso do tabaco e
forneçam intervenção para que deixem esse hábito.
Por meio de abordagem breve com cinco passos (os cinco As):
1. Aborde-os quanto ao uso de tabaco;
2. Aconselhe-os a abandonar o tabagismo por meio de uma mensagem
clara e personalizada;
3. Avalie a disposição em parar de fumar (grau motivacional para
mudança de hábito);
4. Assista-os a parar;
5. Arranje condições para o seguimento e suporte dos pacientes
(BRASIL, 2010c).
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Fluxograma – Fluxo de identificação e abordagem do tabagista no território
Orientar o usuário:
a) malefícios do tabagismo;
b) tipos de tratamento para tabagismo;
c) disponibilidade de tratamento na rede
e do fluxo que os usuários devem seguir
para inicia-lo; e
Usuários que não querem
parar de fumar. d) redução de danos.
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Efeitos de alto risco no consumo
de bebidas
Comportamento agressivo e 2 Dependência do álcool.
4 Envelhecimento
Nariz bulboso.
prematuro.
Nervos doloridos.
10 Inflamação do pâncreas.
11 Úlcera.
12
Sensibilidade prejudicada Em homens: desempenho
13 levando a quedas. sexual prejudicado.
Em mulheres: riscos de dar à
luz a bebês com deformidades,
deficiências mentais ou abaixo
do peso.
Dormência. Formiga-
14 mento nos dedos do pé.
Nervos doloridos.
O consumo alcoólico de alto risco pode levar a problemas sociais, jurídicos, médicos, domésticos,
profissionais e financeiros. Ele também pode reduzir sua expectativa de vida e levar a acidentes e
mortes quando envolve a direção sob efeitos alcoólicos.
Fonte: Adaptado de: BABOR. Thomas F. et al. Audit: the alcohol use disorders identification
test: guidelines for use in Primary Care. 2. ed. Switzerland: World Health Organization, 2001.
40 p. Disponível em:
http://www.talkingalcohol.com/files/pdfs/WHO_audit.pdf.
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
COMO FAZER?
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
As ações de rastreamento podem ser feitas por meio do cálculo do
índice de massa corpórea (IMC), que corresponde ao peso (kg) dividido sobre
a altura (metros) ao quadrado.
O valor do IMC é dividido nas seguintes categorias:
• IMC 25-29.9 é classificado como sobrepeso;
• IMC > 30 é classificado como obesidade, esse item é subclassificado
em: grau I (IMC 30-34,9), grau II (IMC: 35-39,9) e grau III > 40.
Figura 5: Fluxograma descritivo de atividades para a Atenção à Saúde, segundo classificação do IMC
na Atenção Básica para indivíduos adultos.
Fonte: CGAN/DAB/SAS/MS.
Comorbidades: Hipertensão, diabetes, hiperlipidemia e/ou outras DCNT desencadeadas ou
agravadas pela obesidade.
*Quando necessário, após avaliação com a equipe de Apoio Matricial
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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
SAIBA MAIS!
Leia a publicação Estratégias para o cuidado da pessoa com doença
crônica: obesidade. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/
portaldab/publicacoes/caderno_38.pdf
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Por uma vida longa e sempre saudável. Saúde,
Brasil, Brasília, n. 148, set. 2008. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/periodicos/saude_brasil_setembro_2008.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2014.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Por uma vida longa e sempre saudável.
Rastreamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. 95 p. (Série A. Normas
e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária, n. 29). Disponível em:
http://goo.gl/9BXjYo. Acesso em: 8 abr. 2014.
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MACKWEY-JONES, K; MARDSEN J.; WINDLE, J. Sistema Manchester de
Classificação de Risco: classificação de risco na urgência e emergência. Belo
Horizonte: Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, 2010.
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Leitura complementar:
_____. _____. _____. Obesidade. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. 108 p.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 12) (Série A. Normas e Manuais Técnicos.)
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação da
Tuberculose: avanços e desafios. Brasil, 2005.
_____. _____. _____. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2009. 816 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
_____. _____. _____. Dengue: diagnóstico e manejo clínico - adulto e criança. 4. ed.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011a.
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MARAGNO, L. et al. Prevalence of common mental disorders in a population
covered by the Family Health Program (QUALIS) in Sao Paulo, Brazil. Cad
Saúde Pública, v. 22, p. 1639-48, 2006.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do adulto:
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