Saúde Do Adulto e Família

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curso de especialização em

Especialização em Atenção Básica em Saúde

Atenção Básica
MÓDULO 8

01
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA

ACOLHIMENTO DA DEMANDA,
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E
RASTREAMENTO NO ADULTO

1
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO

1
curso de especialização em
Especialização em Atenção Básica em Saúde

Atenção Básica
MÓDULO 8

01
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA

ACOLHIMENTO DA DEMANDA,
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E
RASTREAMENTO NO ADULTO

São Luís
2014

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Reitor – Natalino Salgado Filho
Vice-Reitor – Antonio José Silva Oliveira
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – Fernando de Carvalho Silva

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - UFMA


Diretora – Nair Portela Silva Coutinho

COMITÊ GESTOR – UNA-SUS/UFMA


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DIREITOS AUTORAIS DOS TEXTOS E IMAGENS DESTA OBRA É DA UNA-SUS/UFMA

Esta obra recebeu apoio financeiro do Ministério da Saúde


Universidade Federal do Maranhão - UFMA
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Site: www.unasus.ufma.br

NORMALIZAÇÃO
Bibliotecária Eudes Garcez de Souza Silva
(CRB 13ª Região nº de Registro – 453)

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Fábio Allex

REVISÃO TÉCNICA
Camila Carvalho Amorim
Cláudio Vanucci Silva de Freitas
Judith Rafaelle Oliveira Pinho

PROJETO GRÁFICO
Douglas Brandão França Junior

ILUSTRAÇÕES
Camila Santos de Castro e Lima

Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA

Saúde do adulto e a Saúde da Família: Acolhimento da demanda,


classificação de risco e rastreamento no adulto/Dayana Dourado de
Oliveira Costa; Edeane Rodrigues Cunha; Regimarina Soares Reis (Org.).
- São Luís, 2016.

47f. : il.

1. Saúde do adulto. 2. Atenção primária à saúde. 3. Políticas públicas.


4. UNA-SUS/UFMA. I. Amorim, Camila Carvalho. II. Freitas, Cláudio Vanucci
Silva de. III. Pinho, Judith Rafaelle Oliveira. IV. Título.

CDU 613.9-053.8
APRESENTAÇÃO
O objetivo desta unidade é discutir a assistência à saúde do adulto
no contexto da humanização.
O acolhimento da demanda vai muito além de classificação de risco
ou organização de agendas de consultas. Neste texto vamos apresentar
algumas estratégias aplicáveis à atenção básica que visam melhorar o
acolhimento do adulto pelas equipes de Saúde da Família. Além disso,
vamos discutir o rastreamento de situações de vulnerabilidade à saúde do
adulto como hipertensão, diabetes, uso do álcool e obesidade.
Bons estudos!
SUMÁRIO
1 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO....................................7
2 PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO BÁSICA RELACIONADOS À DEMANDA....
ESPONTÂNEA.......................................................................................8
2.1 Organização da demanda................................................................10
2.2 Conceitos relacionados à demanda espontânea ...........................14
3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................................17
4 PROTOCOLO DE MANCHESTER NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO++
E ADEQUAÇÕES PARA O USO DA FERRAMENTA NA ATENÇÃO++
PRIMÁRIA ..........................................................................................19
5 O PAPEL DA PRIMEIRA ESCUTA DO USUÁRIO NO PROCESSO DE++
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................................24
5.1 Rastreamento do adulto ..................................................................25
5.1.1 Avaliação e rastreamento de risco cardiovascular......................................25
5.2 Rastreamento de dislipidemia ........................................................30
5.3 Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) ................32
5.4 Rastreamento de diabetes mellitus tipo II .....................................33
5.5 Identificação do tabagismo .............................................................34
5.6 Detecção do abuso do álcool ..........................................................36
5.7 Prevenção e controle da obesidade ................................................38
REFERÊNCIAS.............................................................................................................42
UNIDADE 1
1 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

[...] a atenção básica, para ser resolutiva, deve ter tanto


capacidade ampliada de escuta (e análise) quanto um repertório, um
escopo ampliado de ofertas para lidar com a complexidade de sofrimentos,
adoecimentos, demandas e necessidades de saúde às quais as equipes
estão constantemente expostas [...]. Neste contexto, o “acolhimento”
é um dos temas que se apresentam com alta relevância e centralidade
(BRASIL, 2011, p. 15).

Ao iniciarmos os estudos sobre de-


manda e orientação à prestação do cuidado,
é importante indagarmos: de qual demanda,
estamos tratando? O que a caracteriza?

LEMBRE-SE!
No âmbito da Saúde da Família, os atributos porta de entrada,
coordenação do cuidado, longitudinalidade e integralidade conferem
elementos peculiares que devem ser considerados no processo de
organização da demanda. Para Merhy (1998), ao adotar práticas centradas
nos usuários, os serviços de saúde devem incorporar mais tecnologias leves
que se materializam em práticas relacionais, como acolhimento e vínculo.

O processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família implica em


responsabilidade por um território e população adstrita, o que exige o
estabelecimento de vínculo entre a comunidade e a equipe de saúde por meio
de postura e práticas acolhedoras nas ações de atenção e gestão nas unidades
de saúde.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
O padrão de acolhimento dos usuários nos serviços de saúde é um dos
grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), pois não se trata de uma
proposta isolada, já que compõe a Política Nacional de Humanização (PNH).
Acolhimento é uma diretriz da PNH que deve fazer parte de todos os
encontros do usuário com os serviços de saúde. O médico e todos os demais
profissionais das unidades básicas de saúde são responsáveis por fazê-lo
acontecer. O acolhimento é também uma postura ética. O usuário deve ter
ouvidas as suas queixas, deve ter reconhecido o seu protagonismo no processo
de saúde-doença e na responsabilização pela resolução dos problemas de
saúde.
Classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de
organização da “fila de espera” no serviço de saúde, que serve para priorizar o
atendimento dos usuários que mais precisam, superando a lógica da ordem de
chegada (BRASIL, 2008).

SAIBA MAIS!
Veja mais detalhes da PNH acessando:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humaniza-
cao_pnh_folheto.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSUS_politica_nacio-
nal_humanizacao.pdf .

2 PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO BÁSICA RELACIONADOS À DEMANDA


ESPONTÂNEA

Atenção Básica em Saúde (AB) orienta-se pelos seguintes princípios:


primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, abordagem
familiar, enfoque comunitário.
• Primeiro contato: caracteriza-se pela garantia de acesso facilitado
aos profissionais de saúde, obtendo atenção necessária de acordo com a

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
demanda apresentada. A qualidade deste contato está diretamente relacionada
ao acolhimento de diferentes tipos de demandas, ampla resolutividade e
menor tempo de espera. É estratégico diversificar as portas de entrada com
objetivo de otimizar o uso dos recursos da unidade e evitar dificuldade ou
espera prolongada para obtenção de resposta.
• Longitudinalidade: relaciona-se ao vínculo com o profissional
e equipe de saúde, pois o conhecimento da história do usuário agiliza o
atendimento, evita intervenções desnecessárias, minimiza a chance de erro e
facilita o manejo clínico dos problemas de saúde. Sendo assim, a organização
do atendimento à demanda espontânea deve priorizar desenhos em que o
atendimento do usuário seja realizado preferencialmente por profissionais
das equipes de Saúde da Família (ESF) à qual está vinculado. É estratégico que
a equipe esteja disponível nos diversos dias da semana e que a comunidade
conheça seu horário para viabilizar o fortalecimento dessa relação.
• Integralidade: relaciona-se com o conhecimento dos problemas
mais comuns na comunidade; com a oferta de ações abrangendo promoção,
prevenção, tratamento e reabilitação ajustados a estes problemas; e com
a coordenação do acesso a outros pontos de atenção à saúde da rede. É
estratégico que a abordagem seja humanizada, centrada na pessoa e que
compreenda as diversas dimensões do sujeito.
• Coordenação do cuidado: relaciona-se com o sincronismo,
integração e harmonia das ações realizadas garantindo continuidade e
integralidade do cuidado. Para isso é fundamental a definição das atribuições
de cada profissional, o trabalho harmônico de toda a equipe e o conhecimento
da função de cada ponto de atenção da rede e dos fluxos de assistência ao
usuário com demanda espontânea. Ferramentas importantes neste processo
são o prontuário, o projeto terapêutico singular e os protocolos assistenciais.
Além desses princípios, considera-se importante promover a educação
permanente dos profissionais e a compreensão da necessidade de flexibilidade
para acolher as transformações cotidianas para uma AB cada vez mais
resolutiva.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2.1 Organização da demanda

A organização da demanda pode favorecer o fortalecimento da rela-


ção usuário-equipe-serviço, contribuir para a promoção da cultura de solida-
riedade, para a legitimação do sistema público de saúde e a defesa do SUS
como política pública essencial para população brasileira (BRASIL, 2006a).

Para que haja organização da demanda em consonância com a proposta de


acolhimento, é necessário que a equipe de Saúde da Família crie mecanismos
que possibilitem (BRASIL, 2006a):
• Atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e
assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas
mais adequadas aos usuários, resolvendo seus problemas de saúde;
• Prestar um atendimento com resolutividade e responsabilização, orientando,
quando for o caso, o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde,
para a continuidade da assistência, e estabelecendo articulações com esses
serviços, para garantir a eficácia desses encaminhamentos.

Geralmente, a noção de acolhimento na saúde tem sido tomada ora


como uma dimensão espacial, relacionada à recepção administrativa e am-
biente confortável, ora como ação de triagem administrativa e repasse de
encaminhamentos para serviços especializados. As duas noções têm sua im-
portância, entretanto quando tomadas isoladamente dos processos de tra-
balho em saúde, se restringem a uma ação pontual, descomprometida com
os processos de responsabilização e produção de vínculo. O acolhimento na
porta de entrada só ganha sentido se o entendemos como uma passagem para
o acolhimento nos processos de produção de saúde, não se restringindo ao
problema da recepção da “demanda espontânea” (BRASIL, 2006 ).
Pelo exposto, podemos compreender que a capacidade de acolhida
e escuta das equipes aos pedidos, demandas, necessidades e manifestações
dos usuários no domicílio, nos espaços comunitários e nas unidades de saúde
é um elemento-chave.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Mas por que acolher a demanda espontânea na
atenção básica?

Para o Ministério da Saúde a atenção básica pode solucionar 80%


das necessidades de saúde das pessoas sob sua responsabilidade (BRASIL,
2006). Portanto, apesar de ser importante programar o atendimento das
pessoas nas agendas dos profissionais, evitando que a atenção básica se
reduza a um pronto-atendimento, também é fundamental que as unidades
estejam abertas e prontas para acolher o que não pode ser programado, as
eventualidades.

Exemplos de situações não programadas que podem ser acolhidas na


atenção básica: usuário com cefaleia ou tontura; pessoa com ardência ou dor
ao urinar; alguém que está com insônia há uma semana; criança com febre;
mulher com sangramento genital; entre outros.

O usuário também define o que é necessidade de saúde para ele,


podendo apresentá-la enquanto demanda ao serviço de saúde.

Os momentos de queixa do usuário devem ser aproveitados para criar


vínculo (BRASIL, 2011).

Se a equipe não estiver pronta para atender a demanda espontânea,


corre o risco de perder legitimidade perante a população adstrita, pois a acolhe
para ações programadas e não acolhe nas agudizações.
Organizar as agendas dos profissionais de saúde é um recurso
determinante para a retaguarda ao acolhimento e continuidade do cuidado
(programático ou não). Dessa forma, é necessária a gestão das agendas a
fim de contemplar as diversas situações. Exemplo: agenda programada para
grupos específicos previstos nas ações programáticas, cuja periodicidade
de acompanhamento também deve se pautar pela avaliação de risco e
vulnerabilidade; agenda de atendimentos agudos, identificados a partir
do acolhimento da demanda espontânea, estejam ou não inseridos em

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
acompanhamento programado; agenda retorno/reavaliação de usuários que
não fazem parte de ações programáticas (BRASIL, 2011).
A recomendação é que a tomada de decisão seja pautada em conversas,
experimentação e análise pelos trabalhadores das equipes, aproveitando as
ferramentas e experiências já existentes com vistas à ampliação do acesso aos
serviços de saúde.

Para acolher a demanda espontânea com equidade e qualidade,


não basta distribuir senhas em número limitado (fazendo com que os
usuários formem filas na madrugada), nem é possível (nem necessário)
encaminhar todas as pessoas ao médico (o acolhimento não deve se
restringir a uma triagem para atendimento médico) (BRASIL, 2011, p. 22).

É importante que as equipes discutam e definam como os diferentes


profissionais participarão do acolhimento, quem vai receber o usuário que
chega, como avaliar o risco e vulnerabilidade desse usuário, o que fazer de
imediato, quando agendar consulta médica, como organizar a agenda dos
profissionais e o que pode ser feito além da consulta.
O acolhimento questiona as relações clínicas no trabalho em saúde, os
modelos de atenção e gestão e as relações de acesso aos serviços, possibili-
tando a reflexão e a mudança dos modos de operar a assistência. Na avaliação
de risco e de vulnerabilidade, é necessário considerar as percepções do usuá-
rio (e de sua rede social) acerca do seu processo de adoecimento (BRASIL,
2006; BRASIL, 2011).
Como potente dispositivo para fomentar e propiciar vínculo no âmbito
da ESF, questionar o processo de trabalho, desencadear intervenções de cui-
dado e modificar as práticas clínicas, o acolhimento pressupõe a qualificação
de trabalhadores para recepcionar, atender, escutar, dialogar, decidir, negociar
e orientar (FAGUNDES, 2004).
O fluxograma a seguir representa um padrão de fluxo das unidades
que se aplica a um grande número de situações, mas que não é absoluto, sob o
risco de apresentar problemas por falta de ajustes à realidade e características
singulares (BRASIL, 2011):

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Figura 1: Fluxo sugestivo para acolhimento da demanda na UBS.

Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Acolhimento à demanda
espontânea. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. 56 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção
Básica n. 28, Volume I). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/miolo_CAP_28.pdf.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2.2 Conceitos relacionados à demanda espontânea

Vamos apresentar alguns que serão muito úteis na organização do atendi-


mento da demanda espontânea:

Pode ser definida como exigência proveniente de


Necessidade um sentimento de privação; estado que resulta da
privação do necessário (MINAS GERAIS, 2010).

Remete à ação de demandar; procura, pedido ou


exigência, mais ou menos expresso pelo usuário;
Demanda
situado entre o desejo e a necessidade (MINAS
GERAIS, 2009).

Busca do usuário à unidade de saúde,


independentemente do motivo ou do tempo de
evolução do problema, de forma não esperada pelo
serviço. Pode ser dividida em duas categorias:
Demanda • Demanda espontânea sem queixa clínica:
espontânea demanda não baseada na apresentação de sinais e/
ou sintomas.
• Demanda espontânea com queixa clínica:
demanda baseada na apresentação de sinais e/ou
sintomas (MAFRA et al., 2014).

Postura capaz de acolher, de escutar e de dar resposta


mais adequada a cada usuário, responsabilizando-
se e criando ou fortalecendo o vínculo. Deve ser
visto como uma garantia de acesso dos usuários com
demanda espontânea nas unidades, como forma de
Acolhimento acolher o sofrimento e a doença, bem como a busca
por outras ações de saúde oferecidas. Essa postura
busca ultrapassar a lógica programática que excluía
a entrada de usuários que não se enquadravam nos
programas e nas prioridades estabelecidas (MINAS
GERAIS, 2009).

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Processo de priorização dos atendimentos por
Classificação de meio da avaliação da gravidade do problema
risco apresentado, utilizando critérios clínicos e outras
condições de vulnerabilidade.

É a ferramenta ou método que define critérios para


Protocolo de
a priorização do atendimento conforme o risco de
classificação de risco
piora clínica.

Situação clínica de falência declarada ou iminente


de uma função vital. O risco iminente de morte
está relacionado à ausência ou instabilidade de
sinais vitais (A B C – airway, breathing, circulation).
Emergência
É necessária intervenção imediata. No Protocolo
de Manchester é considerada prioridade vermelha.
Exemplos: insuficiência respiratória, choque,
hipoglicemia (< 55 mg/dL), convulsão.

Situação clínica susceptível a desencadear uma


falência de uma função vital em curto prazo.
É necessária intervenção em no máximo em 10
Muito urgente minutos. No Protocolo de Manchester é considerada
prioridade laranja. Exemplos: alteração súbita
da consciência, déficit neurológico agudo, dor
precordial, pulso anormal, dor intensa.

Situação clínica que se persistir poderá causar


falência de órgãos ou sinais e sintomas de alerta,
porém sem risco iminente de morte. É necessária
intervenção em até 1 hora. No Protocolo de
Urgente
Manchester é considerada prioridade amarela.
Exemplos: vômitos persistentes, dor pleurítica,
cólicas persistentes, história de TCE, história de
convulsão.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Situação clínica de baixo risco, ou seja, sem sinais
ou sintomas de alerta, sem risco iminente de morte.
É indicado que tenha intervenção de profissional de
Pouco urgente saúde de nível superior no mesmo dia. No Protocolo
de Manchester é considerada prioridade verde.
Exemplos: vômitos, febre (entre 37,5-38,4°C),
inflamação local, disúria, tosse produtiva.

Situação clínica estável sem sinais ou sintomas de


risco, normalmente de longa data com sinais vitais
Não urgente normais. Pode ser categorizado como problema
que permite atendimento eletivo. No Protocolo de
Manchester é considerada prioridade azul.

Horário de Momento reservado na agenda dos profissionais da


atendimento equipe para escuta e avaliação da necessidade do
usuário que busca a unidade de forma não esperada
da demanda
pelo serviço.
espontânea
Espaço flexível na agenda que fica disponível para
realizar atendimentos no mesmo dia aos usuários
Agenda aberta
que buscam a unidade com demanda espontânea
(com ou sem queixa clínica).

Espaços na agenda para marcação de consultas a


usuários com situações que necessitam de avaliação
em curto prazo. Exemplos: exame crítico alterado
Agenda
(VDRL, HIV, BAAR, creatinina ou outros), reavaliação
intermediária
de caso agudo, acompanhamento que necessita de
retorno em curto prazo (ajuste de insulina e de
warfarin) etc. (MAFRA et al., 2014).

Os atendimentos programáveis não precisam necessariamente ser


agendados, poderão ser atendidos nos espaços da agenda aberta e da agenda
intermediária de acordo com as necessidades da equipe e/ou do centro de
saúde (MAFRA et al., 2014).

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

A avaliação de risco se apresenta como ferramenta importante para


viabilizar o acesso equitativo aos serviços de saúde, nos quais diariamente se
apresentam, ao mesmo tempo, várias pessoas com demandas distintas.

[...] acesso com equidade deve ser uma preocupação constante


no acolhimento da demanda espontânea. A equidade, como princípio
de justiça, baseia-se na premissa de que é preciso tratar diferentemente
os desiguais (diferenciação positiva) ou cada um de acordo com a sua
necessidade, corrigindo/evitando diferenciações injustas e negativas
(BRASIL, 2011, p. 32).

Considerando a Política Nacional de Humanização, a classificação de


risco é uma ferramenta que auxilia a:
Organizar a fila de espera e propõe outra ordem de
atendimento que não a ordem de chegada;

Informar ao usuário sobre o seu risco clínico, assim


como aos seus familiares;

Garantir o atendimento imediato do usuário com


Política Nacional de grau de risco elevado;
Humanização
Promover o trabalho em equipe por meio da
avaliação contínua do processo;

Aumentar a satisfação dos usuários;

Possibilitar e instigar a pactuação e a construção de


redes internas e externas de atendimento (BRASIL,
2009).

Para que tenha efetividade, a avaliação de risco deve envolver o


trabalho de toda a equipe. Desde a recepção da unidade, um porteiro, um
atendente ou recepcionista podem identificar situações que apresentam
maior risco ou que geram maior sofrimento. Esse tipo de trabalho dos

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
profissionais que circulam nas salas de espera e recepção deve ser apoiado.
É preciso garantir espaços mais reservados para a escuta e identificação de
riscos (BRASIL, 2011).

Em um pronto-socorro, a avaliação de risco assume uma questão


importante que é a definição de tempo rígido para o atendimento médico
(após acolhimento inicial). No caso da atenção básica, não é necessário adotar
limites tão rígidos de tempo, exceto quando a intervenção médica imediata
se faz necessária (junto com outros membros da equipe), de modo a evitar
manter a pessoa em sofrimento por tempo prolongado.

Os aspectos não biológicos precisam ser transversais à


avaliação de risco, devendo-se estar atento ao sofrimento
físico e psíquico. Determinadas condições aumentam a
vulnerabilidade das pessoas e o acolhimento representa
grande oportunidade de incluí-las, de inseri-las em planos de
cuidado. Exemplos (BRASIL, 2006 ; BRASIL, 2011):
• Criança desnutrida que não é levada às consultas de
puericultura há oito meses;
• Homem de 50 anos que vai a um serviço de saúde pela
primeira vez depois de muitos anos;
• Adolescente gestante que não está realizando o pré-natal.

É possível visualizar o movimento das soluções para o problema


de acesso das questões estritamente quantitativas, como número de
atendimentos, para bases que buscam qualificá-lo no ato da chegada do
usuário ao serviço (MEHRY, 1998; FRANCO; BUENO; MERHY, 1999). O
acolhimento dos usuários se traduz em uma oportunidade que não pode ser
perdida e que se relaciona ao estabelecimento de vínculo, longitudinalidade,
coordenação do cuidado e utilização da ESF como porta de entrada principal
do SUS.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Protocolos de estratificação de risco têm sido cada vez mais
utilizados nos serviços de urgência e emergência e têm tido importante
impacto na qualidade do acesso a esses serviços. A Atenção Básica pode
usar esses protocolos como referência, sem perder de vista a necessidade de
ressignificação e ajustes, combinando olhares sobre risco e vulnerabilidade.

4 PROTOCOLO DE MANCHESTER NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E


ADEQUAÇÕES PARA O USO DA FERRAMENTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Protocolos que classificam riscos são utilizados como ferramentas


de manejo clínico de risco, que buscam orientar o profissional na coleta de
informações e dados do usuário e padroniza os critérios para estabelecer a
prioridade clínica. Apesar de ser uma importante ferramenta de avaliação,
o profissional de saúde deverá reconhecer outras necessidades ou sinais de
alerta para além do protocolo a fim de direcionar sua tomada de decisão.
Essa avaliação “requer tanto o raciocínio quanto a intuição, e ambos devem
estar baseados em conhecimentos e aptidões profissionais. É necessário
interpretar, discriminar e avaliar a informação coletada dos pacientes e fazer
uma análise crítica de suas ações após essa decisão” (MACKWEY-JONES;
MARDSEN; WINDLE, 2010).
Existem vários modelos de classificação de risco, e o Protocolo de
Manchester é recomendado por apresentar várias vantagens, como:

• Rapidez e objetividade;
• Reprodutividade;
• Trabalho com sinais e sintomas, e não com diagnóstico;
• Linguagem padronizada nos vários pontos de atenção à saúde e
entre os profissionais da unidade;
• Ser passível de auditoria;
• Alta precisão e tender a superestimar o risco clínico.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Entretanto, como o protocolo foi originalmente elaborado para os
serviços de urgência, percebeu-se a necessidade de adequações para o seu uso
na APS. É consenso que o método de classificação proposto pelo protocolo não
deve ser modificado, a fim de manter a segurança e padronização de linguagem
nos diversos pontos da rede. Porém, a classificação deve ser entendida como
uma das ferramentas de avaliação dos casos com queixa clínica. Além do risco
clínico, outros aspectos precisam ser observados, tais como vulnerabilidade
individual, familiar e social, conforme descrito anteriormente.
Acompanhe abaixo o Protocolo de Manchester na classificação de
risco:
• Usuário classificado como VERMELHO (emergência)

O que? Quem? Onde?


Garantir o primeiro atendimento médico no centro de saúde. Esses casos
devem preferencialmente ser atendidos na sala de observação para permitir
rápidas intervenções. A definição de encaminhamento a outro ponto de
atenção será realizada diante da necessidade clínica.

Em quanto tempo?
Atendimento imediato.

Quando excede a capacidade de atendimento médico na unidade?


Será garantida primeira avaliação médica e encaminhamento conforme
necessidade.

Quando não houver médico na unidade?


O enfermeiro deve realizar medidas de suporte básico de vida e realizar
contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Fonte: MAFRA, Adriana de Azevedo et al. Demanda espontânea na Atenção Primária


à Saúde em Belo Horizonte: recomendações para organização do processo de trabalho
no nível local. Belo Horizonte, 2014. Disponível em: http://goo.gl/gJegCt.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
• Usuário classificado como LARANJA (muito urgente)

O que? Quem? Onde?


Garantir o primeiro atendimento médico ou atendimento odontológico
no centro de saúde. Esses casos devem preferencialmente ser atendidos
na sala de observação ou consultório odontológico para permitir rápidas
intervenções. A definição de encaminhamento a outro ponto de atenção
será realizada diante da necessidade clínica.

Em quanto tempo?
Atendimento em até 10 minutos.

Quando excede a capacidade de atendimento médico na unidade?


Será garantida primeira avaliação médica e encaminhamento conforme
necessidade.

Quando não houver médico na unidade?


O enfermeiro deve realizar contato com o Samu para receber demais
orientações e definição do tipo de transporte para o caso.

• Usuário classificado como AMARELO (urgente)

O que? Quem? Onde?


Garantir o atendimento médico ou odontológico no centro de saúde. Se necessário,
o usuário será encaminhado a outro ponto de atenção para continuidade do
cuidado.

Em quanto tempo?
O tempo de espera adequado para esse atendimento é de até uma hora. Esses casos
necessitam de intervenção breve da equipe, podendo ser ofertadas inicialmente
medidas de conforto pela enfermagem até a avaliação do profissional médico ou
dentista.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Quando excede a capacidade de atendimento médico na unidade?
Será garantida primeira avaliação médica e encaminhamento conforme
necessidade.

Quando não houver médico na unidade?


O enfermeiro deve referenciar o usuário aos diferentes pontos de atenção
à urgência conforme orientações da rede municipal, definindo o tipo de
transporte de acordo com o estado geral e sinais vitais do usuário.

• Usuário classificado como VERDE (pouco urgente)

O que? Quem? Onde?


Garantir o atendimento por profissional de saúde de nível superior
preferencialmente no centro de saúde. O enfermeiro que estiver realizando
a classificação definirá o profissional que atuará no primeiro atendimento,
considerando as possibilidades de atendimento por profissional não médico. Se
possível, o usuário classificado como verde deverá ser atendido por sua equipe.

Em quanto tempo?
Atendimento no mesmo dia. Como medida de humanização e redução de
conflito deve-se orientar o usuário o horário previsto para o seu atendimento.
Usuário com bom estado geral que for agendado para outro turno poderá ser
orientado a retornar no horário do seu atendimento ou a qualquer momento para
reclassificação caso apresente sinais de piora.

Quando excede a capacidade de atendimento médico na unidade?


O enfermeiro deve referenciar o usuário aos diferentes pontos de acesso à saúde
na própria região, definindo o tipo de transporte de acordo com a vulnerabilidade
clínica e/ou sinais vitais do usuário. Como regra geral, esses usuários serão
orientados a buscar o outro ponto de atenção por meios próprios de transporte.

Quando não houver médico na unidade?


O enfermeiro deve referenciar o usuário aos diferentes pontos de acesso à saúde
na própria região, definindo o tipo de transporte de acordo com a vulnerabilidade
clínica e/ou sinais vitais do usuário. Como regra geral, esses usuários serão
orientados a buscar o outro ponto de atenção por meios próprios de transporte.

22
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
• Usuário classificado como AZUL (não urgente)

O que? Quem? Onde?


Garantir o atendimento por profissional de saúde preferencialmente no seu
centro de saúde de referência e pela ESF de sua área de abrangência. Avaliar
situações de vulnerabilidade e garantir atendimento oportuno.

Em situações especiais em que o usuário tenha dificuldades de realizar


ações de saúde na sua própria unidade de referência, poderá ser pactuado o
acompanhamento desse usuário em outra unidade.

Nos casos em que o usuário não puder ser atendido na unidade onde buscou
assistência este deverá ser encaminhado de forma responsável para sua unidade
de origem.

Em quanto tempo?
Havendo disponibilidade, a avaliação desta demanda não urgente deverá ocorrer
no mesmo dia. O atendimento deverá considerar a necessidade de atendimento
oportuno, o público prioritário e outras situações especiais.

O usuário deverá ser orientado a retornar à unidade caso apresente sinais de


piora do seu problema de saúde.

• Usuários classificados como BRANCO

O que?
São as demandas não clínicas que podem ter sido encaminhadas para a
classificação por engano. Essas demandas deverão receber avaliação pelo
auxiliar/técnico da ESF/ESB ou encaminhamento ao setor específico do
centro de saúde.

23
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
IMPORTANTE!
Indivíduo algum deverá ser reduzido a uma cor, número de
prontuários, de setores ou de leitos. O Protocolo de Manchester deve ser
reconhecido como uma ferramenta de gestão/organização da assistência.

SAIBA MAIS!
Conheça propostas de modelagens de acolhimento utilizadas em
vários lugares e saiba mais sobre as possibilidades de gestão das agendas de
atendimento em http://goo.gl/yKd0bu.

5 A PRIMEIRA ESCUTA DO USUÁRIO NO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO


DE RISCO

O profissional responsável pela primeira escuta no processo que


resultará na classificação de risco deve compreender que o principal objetivo
dessa etapa é organizar o acesso dos usuários que buscam a unidade.
No primeiro contato e na primeira avaliação, é importante informar
aos usuários como é o processo de trabalho da equipe e do fluxo do cuidado do
usuário na demanda espontânea. O profissional deve esclarecer a possibilidade
de diferentes tempos de espera e de manejo de cada caso, considerando o
processo de avaliação de risco e vulnerabilidades (BRASIL, 2013).
Faz parte do processo de trabalho da equipe na primeira escuta do
usuário:
• Avaliar a necessidade de cuidados imediatos;
• Prestar ou facilitar os primeiros cuidados;
• Identificar as vulnerabilidades individuais ou coletivas;
• Classificar o risco para definir as prioridades de cuidado;
• Organizar a disposição dos pacientes no serviço, de modo a
acomodar os que necessitam de observação, ou administração de medicação,

24
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
ou que estejam esperando remoção para outro serviço, ou que sejam suspeitos
de portar doenças infectocontagiosas de transmissão aérea (meningite, por
exemplo).
• Encaminhar o usuário para o cuidado de acordo com sua classificação
(BRASIL, 2013).
Todos os profissionais da AB deverão estar envolvidos na primeira
escuta, e não somente em seu campo de atuação. A equipe de saúde bucal,
por exemplo, deverá atuar ainda nos processos de escuta específica. As
equipes dos Nasf deverão ofertar o apoio matricial às equipes vinculadas para
auxiliar nos processos de manejo e referenciamento dos usuários.

5.1 Rastreamento do adulto

5.1.1 Avaliação e rastreamento de risco cardiovascular

O Ministério da Saúde recomenda a avaliação e rastreamento de risco


cardiovascular por meio do escore de Framingham. Ele leva em consideração
variáveis, tais como a obesidade, história familiar de doença arterial coronariana
(DAC) prematura, além de fatores sociais e étnicos (BRASIL, 2010c).
Quadro 1 - Projeção do risco de doença arterial coronariana de acordo com o escore de
Framingham.
HOMENS
Idade Pontos
20 – 34 -9
35 – 39 -4
40 – 44 0
45 – 49 3
50 – 54 6
55 – 59 8
60 – 64 10
65 – 69 11
70 – 74 12
75 – 79 13

25
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Colesterol Idade Idade Idade Idade Idade
Total 20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
< 160 0 0 0 0 0
160 – 199 4 3 2 1 0
200 – 239 7 5 3 1 0
240 – 279 9 6 4 2 1
> 280 11 8 5 3 1
Idade Idade Idade Idade Idade
20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
Não fumante 0 0 0 0 0
Fumante 8 5 3 1 1
HDL Pontos
> 60 -1
50 – 59 0
40 – 49 1
< 40 2
PA sistólica Pontos se não tratada Pontos se tratada
< 120 0 0
120 – 129 0 1
130 – 139 1 2
140 – 159 1 2
> 160 2 3

MULHERES
Idade Pontos
20 – 34 -7
35 – 39 -3
40 – 44 0
45 – 49 3
50 – 54 6
55 – 59 8
60 – 64 10
65 – 69 12
70 – 74 14
75 – 79 16
Colesterol Idade Idade Idade Idade Idade
Total 20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
< 160 0 0 0 0 0
160 – 199 4 3 2 1 1
200 – 239 8 6 4 2 1
240 – 279 11 8 5 3 2
> 280 13 10 7 4 2

26
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Idade Idade Idade Idade Idade
20 – 39 40 – 49 50 – 59 60 – 69 70 – 79
Não fumante 0 0 0 0 0
Fumante 9 7 4 2 1
HDL Pontos
> 60 -1
50 – 59 0
40 – 49 1
<40 2
PA sistólica Pontos se não tratada Pontos se tratada
< 120 0 0
120 – 129 1 3
130 – 139 2 4
140 – 159 3 5
> 160 4 6

Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Rastreamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. 95 p. (Série A. Normas e
Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária, n. 29). Disponível em:
http://goo.gl/GdELbn.

COMO UTILIZAR O ESCORE?

Calcule o número de pontos dos fatores de risco e, com a soma,


encontre o escore total de risco. Cruze esse dado de modo a obter a projeção
do risco em dez anos.

Ajuste o escore aos seguintes fatores:


-- multiplicar pelo fator de correção 1.5 se existir um familiar de
primeiro grau com doença arterial coronariana;
-- multiplicar pelo fator de correção 2 se existir mais de um familiar
de primeiro grau com doença arterial coronariana;
-- multiplicar pelo fator de correção 1.4 se a pessoa tiver
ascendência sul-asiática;
-- multiplicar pelo fator de correção 1.3 para pessoas com IMC ≥30
kg/m2.

27
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Quadro 2 - Determinação de risco em dez anos da DAC.

HOMENS MULHERES

Total de Risco em 10 Total de Risco em 10


pontos anos (%) pontos anos (%)
<0 <1 <9 <1
0 1 9 1
1 1 10 1
2 1 11 1
3 1 12 1
4 1 13 2
5 2 14 2
6 2 15 3
7 3 16 4
8 4 17 5
9 5 18 6
10 6 19 8
11 8 20 11
12 10 21 14
13 12 22 17
14 16 23 22
15 20 24 27
16 25 ≥ 25 ≥ 30
≥ 17 ≥ 30
Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Rastreamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. 95 p. (Série A. Normas e Manuais
Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária, n. 29). Disponível em: http://goo.gl/ArnmKI.

28
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Entre os fatores de risco, existem aqueles considerados como alto
risco cardiovascular, baixo risco ou risco intermediário (BRASIL, 2010).
Baixo risco/ Intermediário Alto risco
Tabagismo AVC (acidente vascular cerebral) previamente

HAS (hipertensão) IAM (infarto agudo do miocárdio) previamente

Obesidade AIT (ataque isquêmico


transitório)
Sedentarismo

Sexo masculino HVE (hipertrofia de


ventrículo esquerdo)
Idade > 65 anos

História familiar LESÃO PERIFÉRICA (LOA - Nefropatia


lesão de órgão-alvo) Retinopatia

Anaurisma de aorta
(H < 55a; M < 65a) - evento abdominal
cardiovascular prévio Estenose de carótida
sintomática
DM (Diabetes mellitus)

Para determinar o risco cardiovascular (RCV), recomenda-se primeiro


classificar o paciente segundo seus fatores de risco, podendo fazer parte
de um dos três grupos abaixo (http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/
publicacoes/caderno_37.pdf):
Tabela 1: Classificação de risco cardiovascular, segundo o escore de Framinghan e sugestão de

periodicidade de acompanhamento em consulta médica, de enfermagem e odontológica


Risco de Evento
Consulta de Consulta
Categoria Cardiovascular em Consulta Médica
Enfermagem Odontológica
10 anos
Baixo < 10% Anual Anual Anual

Moderado 10 – 20% Semestral Semestral Anual

Alto 20% Quadrimestral Quadrimestral Anual

Fonte: DAB/SAS/MS.

COMO INTERPRETAR?

1. Se o usuário apresenta apenas um fator de risco baixo/


intermediário, não há necessidade de calcular o RCV, pois ele
é considerado como baixo risco CV e terá menos que 10% de
chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou
infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos dez anos.

29
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
2. Se apresentar ao menos um fator de risco alto CV, não há necessidade de
calcular o RCV, pois esse paciente é considerado como alto risco CV e terá mais
ou igual a 20% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou
infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos dez anos.
3. Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/intermediário, há
necessidade de calcular o RCV, pois esse paciente pode mudar para baixo, para
alto ou permanecer como risco intermediário.

SAIBA MAIS!
A publicação “Rastreamento” (Cadernos de Atenção Básica nº 29), traz mais
informações. Acesse:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad29.pdf .

Após estimar o risco cardiovascular do paciente como baixo,


intermediário ou alto , devem-se definir as metas em relação a níveis
pressóricos, perfil lipídico, entre outros, a serem alcançadas para a redução do
risco de mortalidade e morbidade do paciente (BRASIL, 2010).
Tabela2: Classificação de risco cardiovascular, segundo o escore de Framinghan e sugestão de

periodicidade de acompanhamento em consulta médica, de enfermagem e odontológica

Risco cv Alto Intermediário Baixo Limite

PA < 135/85 < 140/80 < 140/80

LDL < 100 < 130 < 160 < 190

CT/HDL* <4 <5 <6 <7

*Relação CT/HDL - Índice de Castelli. É tão importante quanto LDL.

5. 2 Rastreamento de dislipidemia

A dosagem dos lipídios séricos pode auxiliar a identificação de homens


e mulheres assintomáticas, porém com alterações significativas que indiquem
serem elegíveis para a terapia preventiva.
Níveis altos do colesterol total (CT) e da lipoproteína de baixa
densidade de colesterol (LDL-C), assim como baixos níveis de lipoproteína de

30
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
alta densidade de colesterol (HDL-C), são importantes fatores de risco para
doença arterial coronariana (DAC). O risco de DAC é maior naqueles em que há
combinação de fatores de risco.
O risco de doença arterial coronariana em dez anos é menor em
homens jovens e nas mulheres que não tenham outros fatores de risco,
mesmo na presença de anormalidades lipídica (BRASIL, 2010).
Não há uma definição exata sobre os intervalos de rastreamento,
sugere-se que quanto maior o risco, menor o intervalo de rastreamento.

COMO FAZER?

Pode ser realizado por meio da dosagem dos lipídios séricos de pessoas
que são elegíveis, conforme recomendações acima. O profissional de saúde
deve orientar que o paciente esteja em jejum de 12 horas, evite mudanças na
rotina alimentar e de atividade física, além de não ingerir bebida alcoólica.

O Ministério da Saúde faz as seguintes recomendações:


• Rastreamento em homens
- Está recomendado fortemente o rastreamento das desordens
lipídicas em homens com 35 anos ou mais.
- Recomenda-se também o rastreamento das desordens lipídicas
em homens com 20 a 35 anos quando se enquadrarem como grupo de alto
risco para doença coronariana.
- Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das
desordens lipídicas em homens com 20 a 35 anos se eles não estiverem em
um grupo de alto risco cardiovascular.

• Rastreamento em mulheres
- Recomenda-se fortemente o rastreamento das desordens
lipídicas em mulheres com 45 anos ou mais quando se enquadrarem como
grupo de alto risco para doença coronariana.

31
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
- Recomenda-se também o rastreamento das desordens lipídicas
em mulheres com 20 a 45 anos quando se enquadrarem como um grupo de
alto risco para doença coronariana.
- Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das
desordens lipídicas em mulheres com 20 anos ou mais se elas não estiverem
em um grupo de alto risco cardiovascular.

5.3 Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS)

A hipertensão é uma condição que contribui para efeitos adversos


na saúde, incluindo, entre outras, mortes prematuras, ataques cardíacos,
insuficiência renal e acidente vascular cerebral.
Está recomendado o rastreamento da hipertensão arterial nos adultos
(acima de 18 anos) sem o conhecimento de que sejam hipertensos (BRASIL,
2010c).

COMO FAZER?
Não há evidência para se recomendar um ótimo intervalo para rastrear
a hipertensão nos adultos. O 7° JNC (The seventh report of the Joint National
Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High
Blood Pressure) recomenda o rastreamento a cada dois anos nas pessoas com
pressão arterial menor que 120/80 e rastreamento anual se a pressão sistólica
estiver entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica entre 80 e 90 mmHg (BRASIL,
2010c).

32
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Figura:
Figura Sugestãodede
2: Sugestão fluxo
fluxo de rastreamento
de rastreamento da diabetes.
da HAS.

Sintomas de crise
hipertensiva
– Cefaleia (dor de cabeça)
– Alterações visuais
– Déficit neurológico
(diminuição da força
Pessoa >18 anos
na UBS
muscular/dormência)
– Dor precordial (dor no
peito)
– Dispneia (falta de ar)

Verificar PA
(média de duas medidas no dia)

PA <130/85mmHh PA entre PA entre


130/85 a 139/89mmHh PA >160/100 mmHh
NORMOTENSÃO 140/90 a 150/99mmHh
PA LIMÍTROFE

Orientar Consulta de enfermagem Realizar duas medidas de NÃO


para MEV e PA com intervalo de Sintomatologia
prevenção de crise hipertensiva?
primária Estratificação de RCV uma a duas semanas
e reavaliação em
dois anos
NÃO
SIM
Confirma PA>
RCV Baixo RCV Intermediário RCV Alto 140/90mmHh?

Consulta médica na
crise hipertensiva

SIM

Prevenção Retorno em Retorno em Consulta médica


primária e seis meses para três meses para para iniciar
reavaliação reavaliação reavaliação acompanhamento
em um ano HIPERTENSÃO

Fonte:DAB/SAS/MS.
Fonte: DAB/SAS/MS.

5.4 Rastreamento de diabetes mellitus tipo II

A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando –


aproximadamente 7% da população adulta brasileira têm esse problema. A
diabetes lidera como causa de cegueira, doença renal e amputação e expõe
a um aumento de mortalidade, principalmente por eventos cardiovasculares
(BRASIL, 2010c).

33
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
É recomendado o rastreamento de diabetes em adultos assintomáticos
com PA sustentada maior que 135/80 mmHg, não se aplicando a outros
critérios como obesidade, história familiar nem faixa etária.
É possível por meio do rastreamento da diabetes nas pessoas com
elevação dos níveis pressóricos (acima de 135/80 mmHg) reduzir a incidência
de mortalidade e dos eventos cardiovasculares, por meio de um rigoroso
controle da pressão arterial.
Figura
Figura – Diagrama
3: Sugestão de rastreamento
de fluxo e diagnóstico
de rastreamento para o DM tipo 2
da diabetes.

Pessoa >18 anos

Sintomatologia típica de DM2?*

SIM NÃO

NÃO
Glicemia casual Possui critérios para
>200 ml/d? rastreamento de DM2?**

SIM SIM NÃO

Diagnóstico de DM:
encaminhar para Consulta de
Solicitar glicemia enfermagem para
consulta médica
de jejum orientações sobre
estilio de vida saudável

Glicemia menor de Glicemia entre Glicemia maior


110 mg/dl 110 mg/dl e 126 mg/dl de 126 mg/dl

Consulta de enfermagem Solicitar TTG-75 g NÃO Repetir glicemia SIM


para orientações sobre e/ou HbA1C de jejum: nova
estilo de vida saudável (se disponível) glicemia >126 mg/dl?

TTG-75g >140 mg/dl


TTG -75g <140 mg/dl e <200 mg/dl e ou TTG >200 mg/dl e/ou
e/ou HbA1C <5,7% HbA1C > 6,5%
HbA1C > 5,7%e < 6,5%

Consulta para Diagnóstico de DM


orientação de MEV confirmado: consulta
e reavaliação em 1 ano médica para definir
tratamento e
acompanhamento
pela equipe

Fonte:
Fonte: DAB/SAS/MS.
DAB/SAS/MS.
* Ver Tabela 2 – Elementos clínicos que levantam a suspeita de DM.
MEV = Mudanças de estilo de vida
** Ver Tabela 1 – Critérios para o rastreamento de DM para adultos assintomáticos.
MEV = Mudanças de estilo de vida

34
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
COMO FAZER?
Pode ser realizado por meio de glicemia de jejum de oito horas.
Pessoas com uma glicemia em jejum superiore a 126 mg/dl devem realizar
confirmação do resultado com nova glicemia de jejum, para, dependendo do
segundo resultado, serem diagnosticadas com diabetes mellitus.

5.5 Identificação do tabagismo

O tabagismo é o principal fator prevenível de morte. A abordagem


breve (de aproximadamente cinco minutos) pode levar a cerca de 5% do
abandono do hábito do tabaco. No Brasil, a prevalência do tabagismo chega
a 17,2% entre maiores de 15 anos. Quando se compara homens e mulheres
fumantes correntes há uma prevalência de 21% e 13,2%, respectivamente
(PNAD, 2008).

IMPORTANTE!
Está recomendado o rastreamento do tabagismo em todos os adultos.
Em todos os encontros com os pacientes, recomenda-se que os
profissionais de saúde perguntem a todos os adultos sobre o uso do tabaco e
forneçam intervenção para que deixem esse hábito.

Por meio de abordagem breve com cinco passos (os cinco As):
1. Aborde-os quanto ao uso de tabaco;
2. Aconselhe-os a abandonar o tabagismo por meio de uma mensagem
clara e personalizada;
3. Avalie a disposição em parar de fumar (grau motivacional para
mudança de hábito);
4. Assista-os a parar;
5. Arranje condições para o seguimento e suporte dos pacientes
(BRASIL, 2010c).

35
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Fluxograma – Fluxo de identificação e abordagem do tabagista no território

Figura 4: Fluxo de identificação e abordagem do tabagista no território

Orientar o usuário:
a) malefícios do tabagismo;
b) tipos de tratamento para tabagismo;
c) disponibilidade de tratamento na rede
e do fluxo que os usuários devem seguir
para inicia-lo; e
Usuários que não querem
parar de fumar. d) redução de danos.

Identificação dos tabagistas do território:


Acompanhar o usuário periodicamente,
a) ficha de cadastro individual; e
abordando a questão do tabagismo.
b) atendimento/acolhimento na unidade.

Usuários que querem Realizar abordagem individual,


parar de fumar. monitorando:
a) nível de dependência ao tabaco;
b) motivação para o tratamento; e
c) disponibilidade para o tratamento.

A interpretação da intervenção não deve ser entendida como positiva


ou negativa, no sentido do êxito de abandono ou não do tabagismo, mas sim
como um processo contínuo de cuidado e valorização do tema como um
problema para a equipe de saúde e para os usuários.

5.6 Detecção do abuso do álcool

A detecção precoce de problemas relacionados do alcoolismo na


Atenção Básica tem como prevenir o surgimento de outras patologias
agravadas pelo álcool, como, por exemplo, a hipertensão.
Avaliar o padrão de consumo de álcool deve ser rotina desde a
adolescência. Desse modo, será possível reconhecer sinais e sintomas do
consumo abusivo do álcool, fazendo orientações sobre essa condição nas
famílias e encaminhar os pacientes para serviços especializados quando
indicado, sempre apresentando claramente as consequências clínicas,
psicológicas e sociais.
Fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_
basica_34_saude_mental.pdf

36
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
Efeitos de alto risco no consumo
de bebidas
Comportamento agressivo e 2 Dependência do álcool.

1 irracional. Discussões. Violência.


Depressão. Nervosismo.
Perda de memória.

4 Envelhecimento
Nariz bulboso.
prematuro.

3 Câncer de garganta e boca.


Resfriados frequentes.
Fraqueza no músculo do
coração. Insuficiência cardía-

5 Resistência a infecções 6 ca. Anemia. Coagulação do


reduzida. Risco aumentado sangue prejudicada. Câncer
de pneumonia. de mama.

7 Danos renais. Deficiência de vitaminas.

Tremor nas mãos. 8 Sangramento. Inflamações


graves no estômago.
9 Formigamento nos
dedos. Dormência.
Vômitos. Diarreia.

Nervos doloridos.

10 Inflamação do pâncreas.
11 Úlcera.
12
Sensibilidade prejudicada Em homens: desempenho
13 levando a quedas. sexual prejudicado.
Em mulheres: riscos de dar à
luz a bebês com deformidades,
deficiências mentais ou abaixo
do peso.
Dormência. Formiga-
14 mento nos dedos do pé.
Nervos doloridos.

O consumo alcoólico de alto risco pode levar a problemas sociais, jurídicos, médicos, domésticos,
profissionais e financeiros. Ele também pode reduzir sua expectativa de vida e levar a acidentes e
mortes quando envolve a direção sob efeitos alcoólicos.

Fonte: Adaptado de: BABOR. Thomas F. et al. Audit: the alcohol use disorders identification
test: guidelines for use in Primary Care. 2. ed. Switzerland: World Health Organization, 2001.
40 p. Disponível em:
http://www.talkingalcohol.com/files/pdfs/WHO_audit.pdf.

37
SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
COMO FAZER?

Há dois testes bem conhecidos que poderão auxiliar na identificação


do uso do álcool. O Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) e o
CAGE (acrônimo referente às suas quatro perguntas - Cut down, Annoyed by
criticism, Guilty e Eye-opener), sendo esse último o mais utilizado na atenção
primária (WHO, 2001; PAZ FILHO, 2001 ). O CAGE é constituído das quatro
questões abaixo acerca do hábito de beber:
• Você já sentiu a necessidade de parar de beber?
• Você já se sentiu chateado por críticas que os outros fazem pelo seu
modo de beber?
• Você já se sentiu culpado sobre seu jeito de beber?
• Você já teve que beber para iniciar o dia e “firmar o pulso”?
Se duas ou mais respostas forem afirmativas, considera-se o rastrea-
mento como sendo positivo.
O usuário deve ser aconselhado e acompanhado. Assim como no
manejo do tabagista, deve-se considerar em que estágio se encontra o
usuário para programar a intervenção. Existem várias experiências de manejo
de pacientes dependentes de álcool, e a equipe de saúde deve conhecer
os recursos disponíveis em sua unidade de saúde, na comunidade e nas
instituições externas (por exemplo, Alcoólicos Anônimos, Caps etc.).

5.7 Prevenção e controle da obesidade

A obesidade está relacionada com doença coronariana, hipertensão


arterial, DM II, acidente vascular cerebral, alguns tipos de câncer e com apneia
do sono. Além disso, é associada à menor qualidade de vida devido ao estigma
social e à menor mobilidade. Desse modo, recomenda-se o rastreamento de
todos os pacientes adultos e crianças maiores de 6 anos para obesidade e a
oferta de intervenções de aconselhamento e de mudança de comportamento
para sustentar a perda de peso (BRASIL, 2010c).
Não há recomendação clara sobre a periodicidade do rastreamento,
assim ele fica indicado durante a consulta de exame periódico de saúde.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
As ações de rastreamento podem ser feitas por meio do cálculo do
índice de massa corpórea (IMC), que corresponde ao peso (kg) dividido sobre
a altura (metros) ao quadrado.
O valor do IMC é dividido nas seguintes categorias:
• IMC 25-29.9 é classificado como sobrepeso;
• IMC > 30 é classificado como obesidade, esse item é subclassificado
em: grau I (IMC 30-34,9), grau II (IMC: 35-39,9) e grau III > 40.

Figura 5: Fluxograma descritivo de atividades para a Atenção à Saúde, segundo classificação do IMC
na Atenção Básica para indivíduos adultos.

Identificação e acolhimento dos indivíduos com excesso de peso/obesidade


Busca ativa, demanda espontânea, demanda programada

NORMAL SOBREPESO SOBREPESO OBESIDADE


IMC IMC de 25 a IMC de 25 a IMC de 30 a
<25 kg/m² 29,9 kg/m² 29,9 kg/m² com 40 kg/m² com e sem
Vigilância Vigilância alimentar comorbidades comorbidades
alimentar e e nutricional Vigilância alimentar Vigilância alimentar
nutricional Ações de e nutricional e nutricional
Ações de promoção da Orientação sobre Orientação sobre
promoção da alimentação alimentação alimentação
alimentação adequada e adequada e adequada e
adequada e saudável e saudável e saudável e
saudável e atividade física atividade física atividade física
atividade física Plano de ação para Prescrição Prescrição
dietética. Terapia
voltar ao dietética*
comportamental*
IMC normal
Farmacoterapia*

Apoi o d iagnóstico e t erapêutico

Regulação e s istema de informação

Fonte: CGAN/DAB/SAS/MS.
Comorbidades: Hipertensão, diabetes, hiperlipidemia e/ou outras DCNT desencadeadas ou
agravadas pela obesidade.
*Quando necessário, após avaliação com a equipe de Apoio Matricial

Após o cálculo do IMC, é importante que o profissional pense junto


com a pessoa os reflexos desse problema para seu dia a dia, observe o grau
de motivação para mudança de hábitos e, a partir daí, organize o plano de
intervenção com aconselhamento sobre dieta, exercício físico e, se necessário,
intervenções comportamentais individuais ou em grupo.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
SAIBA MAIS!
Leia a publicação Estratégias para o cuidado da pessoa com doença
crônica: obesidade. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/
portaldab/publicacoes/caderno_38.pdf

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tão importante quanto conhecer os protocolos clínicos e identificar


alterações fisiológicas que representam risco à saúde do adulto, é
compreender como cada usuário dos serviços se relaciona com sua situação
de saúde e como ele vive (situação familiar, condições de renda e moradia).
O adulto, normalmente é economicamente ativo, negligencia a procura aos
serviços de saúde dando preferência ao trabalho ou à família, portanto ignorar
essas peculiaridades nas programações e planejamentos voltados para essa
parte da população pode representar o insucesso das ações.

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SAÚDE DO ADULTO E A SAÚDE DA FAMÍLIA:
ACOLHIMENTO DA DEMANDA, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RASTREAMENTO NO ADULTO
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Leitura complementar:

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