Pet 3 Ano - Filosofia

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO


COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 01/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 1

EIXO TEMÁTICO:
Conhecer.

TEMA:
A emergência da Filosofia.

HABILIDADE:
Contextualizar o surgimento da Filosofia.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Cosmologia; Cosmogonia; Observação; Ciência.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Geografia; Física; Química; Biologia; História.

TEMA: A emergência da Filosofia


Olá, estudante!
As circunstâncias do seu nascimento, como a região, a situação econômica e política da época não
determinam quem você é. Contudo, elas oferecem elementos para você compreender as
influências, oportunidades e desafios que possibilitaram a construção de sua personalidade, dos
seus valores.Esta semana você recordará as circunstâncias do nascimento da Filosofia. Vamos te
ajudar a lembrar da re- lação entre Mito e Filosofia também. Como você, a Filosofia também não é
determinada pelo lugar ou as circunstâncias onde ela nasceu, mas compreender o lugar de origem
dela, fará você reconhecer carac- terísticas fundamentais deste jeito de pensar inventado há mais
de dois mil anos atrás. Vamos nessa!?
RECAPITULANDO

AS ORIGENS DA FILOSOFIA
As historiadoras da Filosofia Maria Lúcia Aranha e Maria Martins afirmam que:
“O pensamento filosófico surgiu na Grécia, no século VI a. C, mais propriamente nas colônias gregas,
com os primeiros pensadores: Tales de Mileto, Pitágoras de Samos e Heráclito de Éfeso (...) Os
primei- ros filósofos gregos, mesmo quando sofriam influências religiosas, problematizavam a
realidade: bus- cavam explicar o princípio constituinte das coisas. Questionavam por exemplo: qual é
o ser de todas as coisas? Quando as coisas mudam existe algo que permanece idêntico? O que é
movimento? Que tipos de mudança existe? As respostas dadas a essas questões sustentam-se pela
razão (logos). O logos inte- gra toda teoria que precisa ser fundamentada com argumentos. Por isso,
dizemos que a Grécia Antiga foi o berço da Filosofia.” (ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando – In- trodução à Filosofia. São Paulo: Moderna. Pg. 25)
Segundo as autoras, a Filosofia nasceu na Grécia pois lá existiam fatores geográficos, políticos e
eco- nômicos favoráveis. Portanto o surgimento da Filosofia não configura um “milagre”, mas uma
mudança gradual de mentalidade e postura diante das demandas apresentadas na época. Em
linhas gerais, estes fatores solicitaram do povo grego uma linguagem mais universal e argumentos
mais racionais. Os mitos não deixaram de existir para dar lugar à Filosofia, mas deixaram de ser
suficientes para responder a todas as questões que faziam parte do mundo daquelas pessoas.

COSMOGONIA
Cosmogonia é um jeito de explicar a realidade através de uma base sobrenatural. Trata-se de com-
preender a natureza e seus processos recorrendo a eventos ou seres divinos, fantásticos... Ex.:
Dizer que o raio e o trovão são manifestações de Zeus. O primeiro período da Cosmogonia
corresponde ao período mítico.

COSMOLOGIA
A Cosmologia busca compreender o mundo (o cosmos) de forma racional. Na perspectiva
cosmológica não é preciso buscar a verdade sobre a natureza em uma plataforma sobrenatural,
fora da natureza. Do ponto de vista cosmológico, a natureza obedece uma lógica, uma harmonia
perfeitamente com- preensível e acessível à razão humana. Esta maneira de compreender e
investigar o universo ensejou o surgimento do pensamento filosófico. Os primeiros filosóficos
abriram mão dos mitos para explicar a natureza e usaram um tipo de racionalidade cuja principal
característica era a observação dos fenôme- nos e a demonstração lógica de seus processos.

ARCHÉ
A Arché é uma palavra grega que significa princípio, origem, fundamento... Os primeiros filósofos
bus- cavam o princípio fundamental da natureza (Physis). Para eles, existia uma unidade fundadora
em meio à multiplicidade de tudo que existia. Isto significa que apesar das coisas serem diferentes
entre si (ani- mais, pedras, seres humanos e cadeiras), elas possuem um núcleo fundamental que
as originam e as mantêm existindo.
Dois exemplos: Para Tales de Mileto de Mileto, considerado o primeiro filósofo, o princípio (arché)
de todas as coisas era água, pois ela estava presente em maior ou menor quantidade em todas as
coisas. Demócrito compreendia que o átomo era este princípio, pelo mesmo motivo: tudo que
existe é compo- sição atômica.
PARA SABER MAIS:
VEJA MÁRIO SÉRGIO CORTELLA FALANDO SOBRE A ORIGEM DA FILOSOFIA. Disponível em: <ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=TxYOVOotyXU>. Acesso em: 18 jan. 2021.
OUÇA O PODCAST DO RAZÃO INADEQUADA SOBRE O QUE É FILOSOFIA. Disponível em: <https://
razaoinadequada.com/portfolio/imposturas-1-o-que-e-filosofia/>. Acesso em: 18 jan. 2021.

REFERÊNCIA:
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna.

ATIVIDADES

1- Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como
verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada,
portanto, na autoridade e na confiabilidade da pessoa do narrador. E essa autoridade vem do fato
de que ele ou testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu a narrativa de quem
testemunhou os acontecimentos narrados.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.

A respeito da função do mito, ASSINALE a afirmação correta.


a) É uma narrativa de caráter poético que recorre aos deuses e ao mistério para explicar o
real, o que lhe confere tímida interferência no processo de esclarecimento sobre a
realidade.
b) Os povos helênicos recorriam ao mito para explicar a origem e o funcionamento da
nature- za. Logo, a mitologia aproximava-se de uma cosmologia, distanciando-se da
reflexão sobre o comportamento moral.
c) Na Grécia Antiga, os mitos eram histórias contadas pelos sábios, cuja relevância social
notá- vel se devia à promoção e à manutenção da religiosidade.
d) O mito é fruto da elaboração de um indivíduo, iniciado pelos sábios, que tem a
responsabilida- de de refletir acerca dos interesses da cidade, sobretudo dos relativos à
educação e à política.
e) O mito é uma forma de explicação da realidade e da origem de tudo, que pressupõe a
adesão e a aceitação dos ouvintes.

2 - (UFU – MG) Leia o texto e as assertivas abaixo a respeito das relações entre o nascimento da
filosofia e a mitologia.
O nascimento da filosofia na Grécia é marcado pela passagem da cosmogonia para a cosmologia. A
cos- mogonia, típica do pensamento mítico, é descritiva e explica como do caos surge o cosmos, a
partir da geração dos deuses, identificados às forças da natureza. Na cosmologia, as explicações
rompem com a religiosidade: a arché (princípio) não se encontra mais na ordem do tempo mítico,
mas significa prin- cípio teórico, enquanto fundamento de todas as coisas. Daí a diversidade de
escolas filosóficas, dando origem a fundamentações conceituais (e portanto abstratas) muito
diferentes entre si.
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1993. p. 93.
Segundo o texto o nascimento da Filosofia possui como contexto
a) a passagem da Cosmologia para a Cosmogonia.
b) a existência espontânea única de um pensamento racional.
c) a ruptura com as explicações religiosas e a busca por um princípio mais racional para a
expli- cação da natureza.
d) as guerras constantes em busca de território, para os gregos.
e) a ruptura com a Cosmogonia e uma explicação de mundo que fosse capaz de incluir tanto
o pensamento mítico quanto o pensamento racional.

3 - (ENEM) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário nos determos nela e levá-la a sério?
Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das
coisas; em segundo , porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, porque nela, embora apenas em
estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?


a) o impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades
ra- cionais.
b) o desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
c) a necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
d) a ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
e) a tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

4 - Leia uma citação da filósofa Marilena de Chauí sobre as razões que propiciaram o surgimento
da filosofia
“A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos
com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas
para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as
coisas da natureza podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão humana é
capaz de conhecer-se a si mesma.”
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 29.

Marilena de Chauí explica que a filosofia nasceu por causa de alguns elementos essenciais. Esses
ele- mentos essenciais são:
a) admiração e encantamento com a realidade, insatisfação com a tradição e crença na
capaci- dade da razão.
b) desencanto com o mundo, fidelidade à tradição, admiração e espanto com a natureza e
suas mudanças (Devir).
c) A religiosidade e a crença nos textos míticos de Homero e Hesíodo.
d) Fé nos deuses que não pertenciam ao universo grego.
e) insatisfação com as explicações tradicionais, busca racional para conhecer os deuses
gera- dores da natureza.
SEMANA 2

EIXO TEMÁTICO:
O ser humano.

TEMA/ TÓPICO(S):
Natureza e Cultura.

HABILIDADE(S):
Distinguir entre as noções de natureza e de cultura.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Linguagem; Trabalho; Consciência.

INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Sociologia.

TEMA: Natureza e
Cultura Olá, estudante!
Como você está nesta semana? E sua família, estão todos se cuidando? Espero que sim. Você deve
es- tar aí pensando: ́ Este professor não quer saber como estou de verdade, está só tentando ser
educado´. Você tem razão em desconfiar, porque no dia a dia essas perguntas são feitas de forma
automática, só por hábito social mesmo. Às vezes elas servem para criar um ambiente de empatia
ou para abrir um canal de comunicação. E é este o ponto que vamos abordar esta semana. Vamos
falar da capacidade do ser humano inventar formas diversas de ser humano. Nós somos animais,
temos instintos, buscamos sobreviver, mas também somos culturais. E o que significa ser cultural?
Significa inventar jeitos de se comunicar, como o jeito que você foi abordado neste texto; significa
também criar jeitos para comer; vestir; namorar; para ser-e-estar no mundo, enfim. Vamos refletir
sobre isto!!?

RECAPITULANDO

NATUREZA
A Natureza, em linhas bastantes gerais, é considerada o plano da não liberdade, daquilo que é da
forma que é e que não pode ser de outro jeito. Compreenda: quando abordamos o termo natureza
na Filosofia e na Sociologia não estamos pensando apenas na fauna e na flora. Estamos pensando
na lógica que rege a vida em termos biológicos, físicos, químicos... A árvore é árvore. Se
determinada árvore for uma jabuticabeira, não produzirá manga, pois é da natureza dela produzir
jabuticaba e isso ocorrerá caso haja solo e condição climática favoráveis. Por mais comum que seja
associar a imagem do pássaro voando com a ideia de liberdade, esta relação não parece correta
pois o voo do pássaro não ocorre por escolha dele. Ele voa por determinação instintiva. O pássaro
voa de acordo com as características ge- néticas de sua espécie.
Nós somos natureza na medida em que somos corpo, músculos, reflexos, hormônios. Somos
natureza na medida que temos fome, sentimos frio e somos compostos por matéria orgânica. Com
os avanços tecnológicos e científicos o ser humano se distanciou da natureza e se configurou como
um ser não-
-natural ou pelo menos antinatural. Em grande medida, isto ocorreu para justificar o domínio do
ser humano racional sobre a natureza selvagem, irracional. Um dos principais motivos da crise
ambiental é este divórcio da humanidade com a natureza (com a sua própria natureza e com o mundo
natural).
CULTURA
A palavra cultura vem do latim colere, e significa cultivar. Enquanto a natureza é o plano da não
liber- dade, da não mudança, a cultura é o plano da mudança e da liberdade. Dos valores às
instituições; da linguagem aos papéis de gênero; do jeito de comer ao jeito de amar... tudo é
cultural. Você já percebeu como a cultura é diversa? Arroz e feijão são a base da mesa brasileira,
mas não é assim em todos os países. E dentro de um mesmo país há pluralidade cultural também.
Na culinária, na arte, no dialeto o Brasil exibe uma multiplicidade de formas. Em Minas, por
exemplo, o nosso jeito de falar, de acolher as pessoas, de oferecer um cafezim com pão de queijo
ou broa de fubá, compõe um dos aspectos do patri- mônio cultural de Minas Gerais. Em outras
regiões do país há outros dialetos, outras culinárias e outros costumes. Biologicamente nós,
animais humanos, possuímos características semelhantes, certo? O que nos faz tão diferentes? Nós
somos natureza, mas não somos só natureza. Somos seres culturais também! Por sermos culturais
inventamos diversas formas de ser e estar no mundo com os outros.
A cultura não é composta apenas de aspectos positivos. Todas as formas de discriminação e
preconceito como sexismo, racismo, xenofobia são construções culturais também!. Ninguém nasce
preconceituo- so, racista, machista... Contudo, existe um movimento para naturalizar estes
aspectos discriminatórios da cultura. Alguns grupos se beneficiam desta empreitada de naturalizar
o que é cultural. Por exemplo: costuma-se dizer que educar é uma característica da natureza
feminina para desobrigar os homens desta responsabilidade. Outros dizem que é da natureza do
povo indígena ser preguiçoso, para justifi- car a supressão de suas terras e a dizimação de sua
cultura como ocorreu no período da colonização e ocorre até hoje. Outros ainda dizem ser natural
a desigualdade social, a pobreza, pois desfrutam dos benefícios de pertencer a uma classe social
privilegiada. Mas tudo isto é cultural, ou seja, foi inven- tado e pode ser transformado ou negado
(e nestes casos deve ser!). Naturalizar aquilo que é cultural, nestes casos, é uma empreitada
daqueles que não querem mudança para não perder o poder e manter privilégios.

LINGUAGEM
A linguagem simbólica é uma marca distintiva do ser humano. Através da linguagem é possível
trans- cender, representar e ressignificar o mundo. Pela linguagem a humanidade criou novas leis
e valores e não precisou obedecer apenas a lei da selva, as leis da natureza. Pela linguagem é
possível transitar no espaço e no tempo A linguagem é a roupa com as quais as ideias ganham
visibilidade e podem ser complexificadas e compartilhadas. Tente pensar em algo sem utilizar um
tipo de linguagem para repre- sentar este algo. Pense em hotel, sem pensar na palavra, no som ou
em qualquer outra forma de repre- sentar a ideia de hotel. Impossível, né? O desenvolvimento da
linguagem é o desenvolvimento do próprio pensamento e o desenvolvimento do pensamento é a
mola mestra do desenvolvimento e das mudanças que ocorram na humanidade.
O homem sob este aspecto é um animal simbólico, e não lida com o mundo de forma direta. Ele
lida com o mundo através dos filtros de compreensão criados pela linguagem humana. Alguns
olham para o mundo com filtro religioso, outros através do filtro da economia, outros ainda através
do filtro da arte. O certo é que todos nossos valores, ideias, perspectivas são construções
linguísticas. Por isto a lingua- gem é o aspecto fundamental da cultura.

PARA SABER MAIS:


VÍDEO AULA DO SE LIGA NA EDUCAÇÃO: FILOSOFIA: LINGUAGEM, PENSAMENTO E
CULTURA.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1oHqCG2MNF0&t=331s>. Acesso em 18
jan. 2021.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna.

ATIVIDADES

1 - (SIMADE) Os fragmentos de textos relacionam e contrapõem os temas da natureza e da cultura.


É interessante observar que não falta ao Chimpanzé a mesma capacidade de observação e de
invenção de uma criança no primeiro ano de vida, faltando-lhe, porém, a capacidade de
comunicação. Assim sendo, cada observação realizada por um indivíduo chimpanzé não beneficia a
sua espécie, pois nasce e acaba com ele. No caso humano, ocorre exatamente o contrário: toda a
experiência de um indivíduo é transmitida aos demais, criando assim um interminável processo de
acumulação. Assim sendo, a co- municação é um processo cultural. Mais explicitamente, a
linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria cultura se o homem não tivesse a
possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral.
(LARAIA, R. B. Cultura: Um conceito antropológico. 24 ed. RJ: Jorge Zahar, 2009. p. 52. Adaptado.)

Todo comportamento humano se origina no uso de símbolos. Foi o símbolo que transformou
nossos an- cestrais antropóides em homens e fê-los humanos. Todas as civilizações se espalharam
e perpetuaram somente pelo uso de símbolos.
(www.u n i v e r s o d a i n t e l i g e n c i a . c o m . b r / m o d u l e s / s m a r t s e c t i o n / p r i n t . p h p ? i t e m i d = 3 . Acesso:
27/09/2011.)

A relação de diferenciação entre natureza e cultura tem como aspecto fundamental o fato de
a) a cultura, como elemento distintivo da humanidade, nascer da singular capacidade
humana de assimilação e comunicação.
b) a cultura, componente humano, ser processo de distanciamento e de ruptura do reino
animal, superando os determinismos da natureza.
c) a evolução gradual da raça humana não conseguir anular nem mesmo minimizar a
decisiva presença dos instintos na ação humana.
d) a natureza animal apresentar a capacidade criadora de símbolos como elemento comum
aos homens e aos animais não humanos.
e) a natureza determina o que os seres são.

2 - Este fragmento aborda o tema da cultura:


No final do século XVIII e no princípio do seguinte, o termo germânico Kultur era utilizado para
simbo- lizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa
Civilization refe- ria-se principalmente às realizações materiais de um povo. Ambos os termos
foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que “tomado em seu
amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral,
leis, costumes ou qualquer ca- pacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade”. Com esta definição, Tylor abrangia em uma só palavra todas as possibilidades de
realização, além de marcar fortemente o aprendizado da cultura em oposição à ideia de aquisição
inata, transmitida por mecanismos biológicos. O homem é o resultado do meio cultural em que foi
socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a
experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o
antecederam. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio
cultural permite as inovações e as invenções. Estas não são, pois,
o produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado do
esforço de toda uma comunidade.
(LARAIA, R. B. Cultura: Um conceito antropológico. 24. ed. RJ:
Jorge Zahar, 2009. p. 25-45. Adaptado.)

A distinção e a relação entre natureza e cultura deve-se ao fato da


cultura
a) acontecer nos homens naturalmente, com a evolução,
uma vez que está inscrito em todo ser humano o
necessário aparecimento da cultura.
b) determinar tanto quanto a herança genética, o
comportamento do homem, uma vez que os homens são
simultaneamente natureza e cultura.
c) nascer devido a ação genial de certos indivíduos dotados
de capacidades naturais superiores, elemento decisivo da
humanização do homem.
d) ser processo e resultado acumulativo de humanização do
animal homem, possibilitando e ex- pressando conquistas
materiais e espirituais.

3 - Leia o fragmento do poema do escritor e poeta Bertold Brecht.

Nós vos pedimos com insistência:


Nunca digam – Isso é natural –
Diante dos acontecimentos de cada dia.
Numa época em que reina a confusão,
Em que escorre o sangue,
Em que se ordena a desordem,
em que o arbítrio tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza... .
Não digam nunca – isso é natural –
Para que nada passe a ser imutável.

Leia o item sobre cultura na parte do conteúdo desta semana bem


como o poema acima e disserte so- bre as os ricos e
consequências de considerar naturais aspectos da cultura. (Faça
em folha separada).

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