Ruquia Filo
Ruquia Filo
1.1. Introdução
1.2. Objectivos
1.3. Justificativa
O estudo da filosofia em Moçambique iniciado ensino pré-universitário, está
introdução foi feita para preparar o futuro estudante universitário na reflexão, o pensamento
crítico, criativo e desenvolvedor, isto quer dizer, que está disciplina é introduzida no ensino
médio para conciliar e formar o aluno a ser um ser pensante, de forma condigna e com
confiabilidade exaustiva, isto é desenvolver um pensamento crítico. Está introdução ocorreu
aproximadamente nos anos 2010 para a maioria das escolas moçambicanas.
Eu como estudante pré-universitário no tempo, assim como muitos que potencialmente
requentam a Universidade Católica a disciplina de filosofia tem sido uma novidade. Assim,
para estudar os padrões de comportamentos e reflexão da filosofia para a sociedade, foi nos
proposto o presente trabalho, na qual, pretendemos estudar as implicações, contribuições,
importância da disciplina de Filosofia para a Sociedade, especificamente para a sociedade
acadêmica da Universidade católica de Moçambique, sob ponto de vista moral, ético e
profissional do formando daquela instituição.
Para tal este, trabalho vai contribuir de forma significativa, no que concerne da
percepção da filosofia como padrões de comportamentos e reflexão para a sociedade, assim
como da importância do estudo dessa disciplina, não só na UCM, mas também para toda
classe académica.
O que é filosofia? As pessoas têm muitos conceitos e ideias preconcebidas sobre este
assunto. E não estou falando da história da filosofia, isso é outra questão. Falo da filosofia
como sua própria entidade. Há definições mais ou menos consensuais do que é. Vou dar meu
próprio pessoal, que é o de muitos estudiosos quando eles não querem que a dissertação dure
seis horas e meia: filosofia é sobre aprender a raciocinar. Ou, para ser mais próximo, a
filosofia permite que o indivíduo aprenda a usar seu cérebro. Ou seja, e sucintamente dito, a
filosofia permite que o ser humano conheça os mecanismos ideais para refletir, e obtenha
conclusões com alto grau de validade, em qualquer assunto e disciplina que seja colocado em
estudo. O raciocínio é algo inato no ser humano, mas aprender a fazê-lo corretamente não é
algo que é aprendido em um dia. Como qualquer exercício, requer trabalho, disciplina e
controle.
Será que o gentil leitor agora entende por que muitos governos e líderes políticos, ao
longo da história, desejaram, e muitas vezes conseguiram, ter a filosofia removida da sala de
aula? A razão não é que eles acreditam que é uma questão inútil. Eles sabem (não todos, mas
a maioria) que um povo que aprende a pensar inevitavelmente terá mais liberdade de ação, e
será muito mais difícil de enganar, do que aqueles que não foram capazes de obter
treinamento neste assunto. A filosofia, e sua principal arma, os livros, são um perigo para
muitos governos. Para os indivíduos lerem livros e razões para eles é a pior coisa que pode
acontecer a uma classe dominante que quer dominar seus cidadãos.
É verdade, é verdade. Meu pai estava certo quando me disse que você também aprende
a pensar e raciocinar com matemática, física ou ciências naturais. É evidente que esses
sujeitos requerem profunda reflexão e trabalham para conhecer seu conteúdo. Então é a
mesma coisa? Podemos deixar de lado a filosofia?
De modo algum. E a razão é muito simples: matemática, ou física, ensina a resolver os
problemas inerentes às suas disciplinas, no âmbito de sua ação. Mas, e isso é o importante, a
filosofia ensina a saber o que é importante, e o que não é, ao abordar a tarefa pelo
conhecimento. Em outras palavras, a filosofia nos ensina a pensar sobre a estrutura geral da
vida e da ciência.
O que é "aprender a pensar"? Muitas pessoas acreditam que a inteligência de uma
pessoa é baseada em sua capacidade de lembrar informações. Assim como os computadores, e
eles não são inteligentes hoje. Outros indicam que é a capacidade de relacionar alguns dados
com outros, mas é também isso que os computadores vêm fazendo há anos. Aprender a pensar
baseia-se na obtenção, para um conjunto de dados desarticulado e fragmentado, baseado em
necessidades específicas, a melhor maneira ou maneira de encontrar uma solução ideal, com o
esforço mínimo, e com o resultado máximo. Ou seja, aprender a pensar consiste em aprender
a resolver situações, problemas, conflitos e paradoxos, da forma mais eficiente possível, e
sempre levando em conta que, na maioria dos casos, teremos menos informações do que
desejáveis, e com um certo tempo, menos do que seria ideal. Resolver um problema com
todas as informações necessárias disponíveis e em um tempo ilimitado não é pensar. Isso se
chama montar um quebra-cabeça. E um computador também. Mas um computador não será
capaz de resolver um problema se ele não tiver cada uma das peças. Um ser humano pode, se
ensinado. É verdade que a IA (inteligência artificial) avança, mas é baseada em modelos
determinísticos que são, finalmente, verdadeiros ou falsos (outra coisa será com computadores
quânticos, mas que pertence ao futuro).
Aqui temos que observar um certo paralelismo com outros sujeitos, que é o que os
detratores da filosofia usam e defendem, para tentar negar seu ensino. Dizem que a
matemática, por exemplo, também prepara o indivíduo para raciocinar e pensar. É verdade, é
verdade. Mas a matemática ensina a resolver problemas matemáticos, por mais complexos
que sejam. E é verdade que a matemática está por trás dos aspectos de muitas atividades que
vemos todos os dias. Mas a matemática tem um limite: sua própria definição e escopo. A
filosofia, por outro lado, nos ensinará a pensar, a refletir e a resolver problemas do ponto de
vista global, completos, e que contém dentro dela cada um dos elementos e disciplinas do ser
humano.
É importante destacar este ponto. A filosofia não ensina a resolver problemas
matemáticos ou físicos. Ele não ensina como ler e escrever latim ou grego, nem permite que
você aprenda a construir uma ponte de acordo com o tipo de terreno. Mas a filosofia faz algo
que outros sujeitos não fazem: ensina os mecanismos ideais para um ser humano saber
reconhecer, diante de cada um desses problemas, qual é a melhor linha de raciocínio para
resolver cada problema. A filosofia não ensina como projetar um edifício, mas ensina por que
você tem que seguir uma linha de raciocínio, e não outra, para realizar a resolução do
problema.
De qualquer forma, a filosofia não para por aqui. A construção de uma ponte, por mais
complexa que seja, consiste em um problema, com uma ou várias soluções possíveis. A
engenharia dirá qual é a melhor ponte do ponto de vista técnico. Mas a filosofia, e é isso que a
faz se destacar, nos dirá se realmente temos que construir uma ponte, um túnel, ou se, dadas
as circunstâncias da sociedade onde sua construção é proposta, é melhor abandonar a ideia, e
não construir nada. Por que não construir nada? Porque talvez o trabalho em si possa ser
interessante do ponto de vista que tem o curto prazo em mente. Mas e a longo prazo? Essa
infraestrutura servirá para prestar um serviço eficiente na área onde é construída? Terá valor
agregado real para indivíduos na área? Talvez fosse mais caro construir um túnel, mas mais
eficiente do ponto de vista organizacional ou ecológico?
Essa forma de raciocínio que a filosofia permite não se limita apenas ao campo
técnico. A vida, e os problemas de todos os tipos que eles apresentam, não contemplam a
construção de pontes físicas, mas muitas vezes, pontes entre as pessoas, ou entre sociedades.
E é aí que a filosofia tem sua expressão máxima, pois ensina as pessoas a desenvolver
mecanismos de ação para melhorar os modelos de desenvolvimento dessas pessoas e
sociedades da maneira mais eficiente possível. Podemos criar pontes, resolver problemas
matemáticos ou físicos, e podemos construir soluções de todos os tipos. Mas o que adianta dar
a tudo isso da melhor maneira possível? Lá, a filosofia tem muito a dizer.
Filosofia não ensina física ou matemática. Ensina por que eles são importantes e,
acima de tudo, ensina por que devemos usá-los e como devemos usá-los em cada caso. Dizem
que a filosofia é a mãe da ciência. É, mas isso não é realmente o mais importante: o
importante é que é uma maneira de aprender a resolver problemas, não porque eles têm que
ser resolvidos, mas porque eles têm que ser resolvidos da maneira mais eficiente possível. No
campo da ciência, das letras ou da vida cotidiana, a filosofia forma pessoas que sabem pensar,
que aprendem a raciocinar de forma eficaz e ideal. E isso molda sociedades melhores e mais
livres, e com indivíduos muito mais realizados, atenciosos e socialmente adaptados.
É, portanto, claro que aprender a pensar é um caminho para a liberdade do indivíduo,
pois não pode ser alcançado de outra forma. E, portanto, a obsessão em eliminá-lo da sala de
aula. Com indivíduos incapazes de pensar por si mesmos, não teremos pessoas, mas um
conjunto de mentes ocas e facilmente manipuladas. Devemos, portanto, trabalhar duro para
que a filosofia não desapareça da sala de aula. Seus conhecimentos, e seu aprendizado, são o
princípio no qual as sociedades livres e modernas devem ser baseadas. Se esse modelo
desaparecer, nunca teremos a chance de seguir em frente, como indivíduos, ou como espécie.
E modelos de tirania ressurgirão de novo e de novo, e, o pior de tudo, serão apoiados por
aqueles que consideram cada palavra que ouvem verdadeira. Esse é o modelo a ser evitado, e
é a filosofia, sem dúvida, a ferramenta mais eficaz para evitá-la. Está nas mãos de todos para
alcançá-lo. Para nós, e para as gerações que virão.
1.4. Problematização
A filosofia é uma ciência que nem todos estão a par de percebe-la e nem entendê-la,
pois para a percepção desta requer uma mente criativa e desafiadora. Por isso, em muitos
casos, os estudantes, académicos, se perguntam, do porque do estudo de uma ciência tão
antiquada e complicada, com efeito, a racionalidade é uma característica fundadora do
homem. Esta, porém, necessita de ser estimulada, e a Filosofia é a disciplina que tem como
missão, entre outras, estimular essa racionalidade.
Aprender a filosofar é essencialmente uma atitude de problematização, do
questionamento e de crítica perante o mundo. Neste estudo, menos do professor, é o aluno que
determina a sua aprendizagem, porque aprender a filosofar implica exercitar a razão na
aprendizagem dos vários sistemas, teorias e conceitos filosóficos, mas na medida em que
depois deverá fazer um uso livre e pessoal da razão, ou seja, pensar por si próprio. O
objectivo último da disciplina é criar no aluno o hábito de reflexão sobre tudo o que rodeia
(realidade) e, em especial, levá-lo a reflectir sobre as suas próprias decisões e acções.
contudo, a filosofia é uma disciplina que está presente em todos os tempos e lugares. Desde a
antiguidade foi considera a mãe das ciências, pois ela busca a verdade na sua totalidade de
acordo com[ CITATION Geq10 \l 2070 ], A introdução desta disciplina no ensino secundário
geral (ESG) em Moçambique, resulta da constatação de que os graduados do ESG que iniciam
os estudos superiores não satisfazem as exigências cognitivas e metodológicas deste nível.
Com isso neste trabalho, levanta-se as seguintes questões:
Qual é a contribuição que a filosofia desempenha no seio da sociedade?
Qual é o contributo a filosofia tem no que diz respeito ao comportamento humano?
1. Definição de Filosofia
“… E aquele que diz que não é ainda o tempo para filosofar ou que já passou o tempo
para tal, assemelha-se àquele que diz, falando da sua felicidade, que a sua hora ainda
não chegou ou que já passou. Por isso, deve filosofar tanto jovem como o ancião, pois,
o ancião manter-se-á jovem através das bênçãos que lhes advêm dos frutos das suas
acções, e o jovem terá a sabedoria do velho, pois não receia o que há-de-vir.”
Epicuro, Carta a Meneceu citado por [ CITATION Geq10 \l 2070 ]
Numa primeira tentativa, podemos começar definir a filosofia pela sua etimologia da
palavra.
De acordo com [CITATION Tel98 \p 29 \l 2070 ]; [ CITATION Cha98 \l 2070 ], A
raiz etimológica do termo filosofia, surge da junção de dois termos gregos: “Philia ou Philo”,
que significa amar, amizade com, gostar de; e “Sophia”, que significa saber, sabedoria.
Portanto, a palavra filosofia, significa amor pela sabedoria, gosto pelo saber.
Considerar que o filósofo é um sábio, não constitui a verdade. A palavra grega
Philophos (filósofo) formou-se por oposição a sophos (sábio). O filósofo está constantemente
à procura do conhecimento, é o amante do saber, aquele que busca a verdade e que não a
possui, é portanto, diferente daquele que se afirma ser possuidor do conhecimento, o sábio.
O primeiro a utilizar o termo filosofia e a chamar-se a si próprio filósofo foi Pitágoras
(séc. VI a.C). Era chamado sábio por aqueles que achavam que ele tinha muitos
conhecimentos. Ele por sua vez, consciente de que não era sábio mas alguém que procurava o
saber, pediu para que não lhe chamassem de sophos (sábio), mas sim filósofo (aquele que
procura o saber/conhecimento). Para ele, só os deuses eram sábios, o homem apenas tendia
aproximar-se e a amar a sabedoria[ CITATION Buz97 \l 2070 ].
Para Karl Jaspers, na sua obra Iniciação filosófica, afirma que filosofar é estar a
caminho. As interrogações são mais importantes do que as respostas e cada uma delas
transforma-se em nova interrogação.
Tanto a filosofia como as outras ciências tem o seu objecto do estudo: a filosofia
preocupa-se com tudo, ou seja, com toda realidade que cerca o homem. As investigações
filosóficas abrangem todos os campos de saber. Este facto faz com que ela seja definida sob
vários pontos de vista e, por conseguinte, tenha várias definições[ CITATION Geq10 \l
2070 ].
Emmanuel Kant – a filosofia é a ciência dos fins últimos da razão;
Wittgenstein – a filosofia é análise e clarificação lógica da linguagem;
Karl Jaspers – a filosofia é a demanda e nunca a posse da verdade;
Epicuro – a filosofia é a capacidade de se realizar através da razão;
Wittehead – a filosofia fornece a explicação orgânica do universo;
Russel – a filosofia é a ciência que atinge o conhecimento da razão;
Aristóteles – a filosofia é o estudo dos primeiros princípios e causas últimas de todas
as coisas;
Sócrates – a filosofia é a consciência e estilo de vida;
Platão – a filosofia é o conhecimento infinito que nunca se ultrapassa;
Cícero – a filosofia é o estudo das causas humanas e divinas de todas as coisas;
Descartes – a filosofia ensina a raciocinar bem;
Karl Marx – a filosofia é uma prática de transformação social;
Houtondji – a filosofia é uma disciplina científica, teorética e individual;
Anyanw – a filosofia tem a missão de explicar o implícito, tomar consciência do
inconsciente;
Ngoenha – a filosofia ajuda a resolver os problemas da humanidade, é um instrumento
da emancipação;
Hegel – a filosofia é o saber absoluto.
Como pode notar, cada filósofo tem a sua própria concepção filosófica da
realidade, também tem a sua própria definição. Este facto verifica-se porque cada ser
humano, cada pensador e filósofo, tem a sua própria reflexão e compreensão do mundo,
que é moldada pelas suas experiências, cultura e meio circundante próprios. Daí que cada
um, define segundo a sua área de pesquisa e interesses, que são fruto da sua experiência
pessoal de pensar sobre o mundo.
Embora que se tenha várias definições de filosofia, existe algo que para todos
pensadores é comum: A filosofia aparece como um tipo de saber amplo, radical e
exigente. Portanto, é neste sentido que é uma actividade racional da procura de
conhecimento, de curiosidade, de desejo de conhecer e de problematizar a realidade.
A filosofia é uma ciência, não só para ser estudada, mas principalmente para ser
feita e ser vivida. Ela é uma atitude e não o conjunto de conhecimentos e teorias de
alguém que se memoriza, mas uma prática de pensar agir, um aprender a pensar e um
aprender agir. A filosofia é uma atitude de reflexão sobre o real e uma busca de orientação
para a vida humana. Kant, sublinhando este facto, afirma que não ensinava a filosofia,
mas, ensinava sim os alunos a filosofar[ CITATION Conlo \l 2070 ].
1.3. Universalidade e particularidade da Filosofia (objecto da Filosofia)
1.6.1. O espanto
Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto dos homens diante
dos enigmas do universo e da vida. É o espanto que os leva a formular perguntas e os conduz
à procura das respectivas soluções. Como afirma o pensador Eugen Fink, o espanto torna o
evidente em algo incompreensível, o vulgar em extra-ordinário. O espanto no indivíduo
rompe com tendência natural, “achar que as coisas são como são porque tinha que ser assim
mesmo”.
1.6.2. dúvida
Ao filósofo exige-se que duvide de tudo aquilo que é assumido como verdade
adquirida. Ao duvidar, distancia-se das coisas, quebrando desta forma a sua relação de
familiaridade com elas. O que era natural torna-se problemático. O que então emerge é uma
dimensão inquietante de insatisfação e problematização. A reflexão começa exactamente a
partir do exame daquilo que se pensa ser verdadeiro. A dúvida exige do filósofo, uma reflexão
sobre as coisas.
1.6.3. O rigor
O questionamento radical que anima o verdadeiro filósofo não é mais do que um acto
preparatório para fundar um novo saber sobre base mais sólidas. O conhecimento em si,
funda-se na crítica e no rigor. A atitude perante o conhecimento é de crítica, colocando
sempre em dúvida a verdade e adequação ao real desse mesmo conhecimento.
A crítica filosófica é, por isso, feita com rigor, não admite compromissos com as
ambiguidades, as ideias contraditórias, os termos imprecisos.
1.6.4. A Insatisfação
A filosofia revela-se uma dissolução para quem, quiser encontrar nela respostas para
as suas inquietações. O que o aprendiz do filósofo encontra em filosofia são as perguntas,
problemas e incitamentos para que não confie em nenhuma autoridade externa à sua razão,
para que duvide das aparências e do senso comum. A única receita que os filósofos lhe dão é
que faça da procura do saber um modo de vida, que não se satisfaça com nenhuma conclusão,
queira saber sempre mais e mais.
Marx Plank escreveu que efectivamente, em face de uma natureza infinitamente rica,
em constante renovação, o homem, por maior que seja o progresso do conhecimento
científico, é sempre uma criança admirada e deve estar sempre pronto para novas surpresas.
Para Sócrates, Platão e Aristóteles, a filosofia nasce de admiração e do espanto. Não se
referiam à surpresa que é extra-ordinário, o nunca visto, o inesperado, mas sim à admiração
face ao que parecia conhecido, habitual e sem surpresa. Para Descartes, a filosofia nasce da
dúvida.
Importa a salientar que não basta que tenhamos só a admiração e a dúvida, estas estão
presentes no início do questionamento filosófico, mas para existir a filosofia, é importante a
persistência na busca de respostas.
O que faz então com que uma questão seja considerada filosófica? As questões
filosóficas não são simples proposições terminadas em ponto de interrogação; são afirmações
ou negações ligadas a certas questões prévias e representam muitas vezes, a formulação
avaliadora de um princípio que exige justificação[ CITATION Cha06 \l 2070 ].
Para Karl Jaspers, as questões filosóficas dizem respeito ao ser, que não pode ser o
objecto das ciências, pois, não está estruturado da mesma maneira que as coisas.
Para Gabriel Marcel, as questões filosóficas são mistérios, enquanto para Denis
Diderot, a peculiaridade das questões filosóficas pode obter-se através da distinção do
conteúdo de dois termos: “como” e “porquê”, enquanto o físico se interessa em saber como
se dá um fenómeno, o filósofo pergunta-se por que razão se dá tal fenómeno.
A filosofia é a única disciplina que pode responder as perguntas do género: O que é a
verdade? O que é o Homem e qual o seu lugar no mundo?
Portanto, o que faz com que uma questão seja considerada filosófica não é apenas
como ela é colocada, também o conteúdo, que compreende quatro aspectos fundamentais que
a seguir se enunciam.
1.8. Universalidade
1.9. Radicalidade
1.10. Autonomia
1.11. Historicidade
Diz respeito ao enquadramento histórico das questões filosóficas, cada época, cada
verdade.
O objecto do estudo da filosofia simultaneamente universal (as suas questões são
universais) e particular, pois cada época histórica coloca questões próprias a que os filósofos
contemporâneos dessas épocas respondem.
Em determinadas situações históricas surgem questões problemáticas que reflectem as
vivências e experiências próprias de uma época, cultura ou situação histórica. Estas questões e
respostas dadas fazem parte da história da filosofia ou pensamento filosófico. Não basta
aprender as teorias e respostas de determinada época: é necessário filosofar, ou seja, aprender
a pensar de forma livre, crítica e autónoma. Sublinhando este facto, Jean-Paul Sartre, afirma:
“Eu penso que nenhuma sociedade pode passar sem filósofos, porque a Filosofia numa
sociedade qualquer é a compreensão do que é o Homem dessa sociedade”.
1.1.1.2. Fundação
3.1. Metodologia
Quanto a sua natureza é de carácter aplicada, pois tem como objectivo gerar
conhecimentos para a aplicação prática dirigida ao solucionamento de problemas específicos
envolvendo interesses locais. A aplicação dos resultados obtidos na pesquisa, foram úteis para
a relevância do Projecto.
Segundo (, 2008):
a pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados (p.8)
Assim, quanto aos objectivos a pesquisa é de carácter descritiva, as informações
obtidas posteriormente serão analisadas e interpretadas, para além de forma objetiva de
descrever e a identificar “os impactos da filosofia na UCM” e estabelecer suas relações entre
si os efeitos que são causados de forma mais detalhada.
Conforme afirmam Lakatos & Marconi (1992, p. 106), “os métodos de procedimentos
constituem etapas mais concretas da investigação com a finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstratos”.
Com vista as ideias das autoras citadas acima, a metodologia de procedimento, serão
aplicados os seguintes métodos: Método Estudo de Caso que consistirá em particularizar o
tema em estudo de modo a permitir uma maior compreensão, ainda salientar que estudo de
caso nesta pesquisa, porque envolverá um estudo profundo e exaustivo de um objecto de
modo a proporcionar um amplo e detalhe de conhecimentos. Neste contexto o estudo se
centralizará particularmente Na Universidade Católica de Moçambique delegação de Gurué.
Segundo [ CITATION Kõc11 \l 2070 ]:
Estudo de Caso é uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se
debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou
especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais
essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um
certo fenómeno de interesse (p. 145).
De acordo (, 1990),
2.2.2. Entrevista
Define-se como entrevista como sendo um encontro entre duas pessoas, afirmam que
uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto mediante uma
conversação de natureza profissional” (Lakatos & Marconi, 2002, p. 92).
No mesmo contexto, (1999, p. 117), sustenta que:
Com vista as afirmações dos autores citados acima, entende-se como entrevista uma
forma de interacção social. Mais especificamente é uma forma de diálogo assimétrico, em que
uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.
2.2.3. Consulta Bibliográfica
desde que se tenha decidido que a solução de um problema deverá ser procurada a
partir de material já elaborado, como livros, revistas, dissertações, artigos, publicações
periódicas. Assim, analisou-se com em face determinados relatórios relativos auditoria
interna, que orienta determinadas correções nas práticas contabilísticas e
administrativas.
2.2.6. Universo
3. Cronograma de Actividades
3.2. Orçamento
Conclusão
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