Doutrina Da Ressurreição Dos Mortos
Doutrina Da Ressurreição Dos Mortos
Doutrina Da Ressurreição Dos Mortos
DOUTRINA DA
RESSURREIÇÃO
DOS MORTOS
ANDRÉ PEREIRA SOARES
2018
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RESUMO
Este artigo, tem por objetivo abordar uma análise bíblica e exegética da
doutrina da ressurreição dos mortos, visto que é uma das 6 doutrinas elementares de
Cristo, conforme o escritor da epístola aos Hebreus exorta os seus destinatários. Eles
deveriam ser mestres de outros, porém, deixaram de crescer na fé por negligência,
não desejando aprender mais e ainda necessitavam de leite (Hb. 5:11-14). Desta
forma, o autor os instrui nos rudimentos dessas doutrinas (Hb. 6:1-3), a saber:
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Bacharel em Teologia - FACETEN, Licenciado em Letras – FAEL, Pós-graduado em:
Aconselhamento Pastoral – FACEL; Ciências da Religião – Faculdade KURIOS;
Língua Portuguesa: Redação e Oratória – São Luis.
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SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO................................................................................................04
CAPÍTULO I
1. RESSURREIÇÃO E RESSUSCITAMENTO........................................................05
1.1 RESSURREIÇÃO – ANASTÊSETAI.......................................................06
1.2 RESSURREIÇÃO – ANASTASIS...........................................................07
1.3 RESSURREIÇÃO – EGEIRO E EGERSIS.............................................08
CAPÍTULO 2
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................22
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1. INTRODUÇÃO
Também será relatado como se dará quando esta doutrina se cumprir, pois
analisando os textos bíblicos, dentro dos seus respectivos contextos, temos um
parecer bem profundo sobre a mesma e quando se analisa, independente de linhas
de pensamentos teológicas, temos o privilégio de entender o que o autor realmente
quis ensinar. Então vamos começar.
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CAPÍTULO 1
1. RESSURREIÇÃO E RESSUSCITAMENTO
A tabela acima será importante sempre recorrer a ela, pois, a partir de agora
usaremos sempre a transliteração para ficar melhor o entendimento (as palavras
transliteradas são as que estão entre parênteses).
Percebe-se, portanto, que o grupo dos dois primeiros vocábulos têm a mesma
raiz e os dois seguintes da mesma forma.
Esta palavra significa: Fazer subir, levante de derrubar, levante dos mortos,
entre outros significados, porém, destacaremos aqui só com os que se referem à
ressurreição. Anastêsetai nesta análise terá o sentido de ressuscitar em um
corpo mortal, pois, o seu sentido é “levantar alguém que estava caído, e o mesmo
pode voltar a cair”.
Esta palavra significa: Uma ressurreição dos mortos “como a de Cristo”, “de
todos os homens no final da era atual”. Observa-se que este vocábulo estará ligado a
ressurreição em um corpo imortal, de glória.
É bem provável que você já percebeu, que João usou a palavra Anastêsetai
para se referir à ressurreição de Lázaro, como foi visto outrora, que ressuscitou em
um corpo mortal ou Ressuscitamento, pois, o mesmo voltou a provar da morte. Na
resposta de Marta também pode-se perceber, que ela até então tinha a mesma ideia
dos evangelistas dos escritos sinóticos, porém, é possível observar a diferença nas
duas palavras, pois, Jesus não disse que é a Anastêsetai e sim a Anastasis. Cristo
estava orientando que a ressurreição do último dia é Ele, e que Lázaro iria provar o
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Ressuscitamento e não aguardar a plenitude dos tempos (que privilégio teve Lázaro,
pois, provou o Ressuscitamento (Anastêsetai) e provará a Ressurreição (Anastasis).
Observe que ambas as palavras têm a mesma raiz, e o evangelista não faz
distinção entre as duas e nem do evento (como João faz com Anastasis e Anastêsetai)
ou seja, esses santos que são alguns dos justos do AT(provavelmente os santos de
do período de Adão a Moisés, que viveram antes da lei), que ressuscitaram, para
provar que no momento da morte de Jesus, ele tomou a chave (autoridade), da Morte
e do Hades (Ap. 1:18). Podemos entender que o evangelista usa essas palavras para
relatar um evento semelhante, com uma ressalva, os santos ressuscitaram, pelo poder
de Cristo, e ficam nos sepulcros até à Ressurreição de Cristo, pois Ele é as Primícias
e primogênito dos mortos.
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CAPÍTULO 2
Para Daniel, Deus revela que terá duas ressurreições, “uma para salvação e
outra para condenação” (Dn. 12:2), porém não vemos detalhes e nem explicações e
acrescenta “encerra esta palavra e sela este livro, até o fim dos tempos” (Dn12:4), em
outras palavras isto não é para o seu tempo, por isso não requer explicações sobre o
evento e sim relatar que acontecerão. A partir daí, observa-se que no período
chamado Inter bíblico, dois grupos religiosos se dividiram sobre o tema, pois, não
houve muita clareza sobre o assunto no Antigo Testamento (AT). Os Fariseus
acreditavam na ressurreição e os Saduceus não acreditavam. No meio Judaico, o
posicionamento dos fariseus era mais popular, pois, já vimos que Marta acreditava na
Ressurreição do último dia.
Já no Novo Testamento (NT), essa doutrina se torna mais clara, iniciando com
a frase que Jesus disse para Marta: “Eu sou a Ressurreição (Anastasis) e a Vida,
quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). Ensinando que a
partir de Cristo muitos ressuscitarão, pois Cristo venceria a morte, tendo toda
autoridade no céu e na terra.
Iniciaremos por Paulo, pois, recebeu a revelação antes de João. Ele escreverá
para duas igrejas sobre esta doutrina: a primeira ele envia para a igreja de Tessalônica
(50-51 d.C) e a segunda para Corinto (57 d.C). Ambas igrejas tinham dúvidas e
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Paulo dedica o capítulo 15 de sua primeira carta para tratar esse tema,
inclusive, alguns nem acreditavam na ressurreição e muito menos na de Cristo. O
apóstolo usará os dois vocábulos que se referem a ressurreição no corpo imortal,
“Anastasis” e “Egeiro” e nunca “Anastêsetai” ressurreição em um corpo mortal,
como já vimos acima. A partir do versículo 35 ele começará a explicar como será:
“Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?” (1°Co.
15:35). Entre os versículos 36 ao 41, Paulo ensina que há diferente tipos de corpos,
desde as sementes que muda depois de germinar, nosso corpo com os corpos de
diversos animais e os diferentes corpos celestes, com suas respectivas glórias. Isto
ele faz para ilustrar sobre a ressurreição e deixar mais didático.
neste momento ele irá aprofundar, e não podemos fazer uma leitura rápida e sim
minuciosa e analítica do tema em questão, para não deturpar o seu pensamento.
O que Paulo está nos ensinando é que se faz necessário uma mudança de
natureza, porque nada que é terreno, corrompido e o mortal herdarão o Reino. Então
o que vai acontecer no momento da ressurreição é uma transformação em nossa
natureza. Assim como o nosso espírito foi aperfeiçoado, a nossa alma regenerada,
agora, o nosso corpo será transformado em um corpo de glória para trazermos a
imagem do espiritual (Cristo).
Vale, portanto, ressaltar, que o objetivo deste artigo não é provar uma tese, a
fim de que o leitor concorde com o que eu penso e sim mostrar a partir do original o
que estava na mente do autor, quando escreveu sobre o assunto.
O mesmo vai dizer que estas palavras são palavras do Senhor e não fruto do
entendimento de Paulo, ou seja, que os vivos no momento da vinda do Senhor, “de
modo algum seremos transladados sem que, antes, os que dormem ressuscitem”
(1ºTss. 4:15, grifo do autor).
Desta forma, podemos dizer que o que Paulo ensina é que os mortos em
Cristo voltarão para a terra para Buscar o seu corpo, a exemplo de Cristo, pois o
mesmo sempre será a melhor chave hermenêutica. Cristo não ressuscitou na Galileia
ou no céu, e sim onde o seu corpo foi colocado, os santos que ressuscitaram, no
momento da ressurreição de Cristo, foi onde seus corpos estavam, nos sepulcros.
Por isso somos únicos, nosso espírito humano, está em nós, para nos
identificar diante do julgamento (os salvos, no Tribunal de Cristo e os ímpios, no Juízo
Final do Grande Trono Branco), nosso DNA é a identificação da nossa alma, para que
no momento da ressurreição ela volte para o nosso corpo, onde quer que ele esteja e
as impressões digitais e ossos, podemos dizer que é a identificação do nosso corpo.
Cada uma dessas partes citadas é única, justamente por conta deste evento.
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Esta foi a revelação desta doutrina que Cristo entregou a Paulo, para ensinar
a igreja.
que esta primeira ressurreição é para salvação, podemos incluir, todos os salvos neste
evento, só que em tempos diferentes.
Talvez você indague agora, mas como Moisés foi ressuscitado? Me prove isto
agora? Pois bem, vamos lá, entender o porquê este pensamento é coerente. Moisés
é o tipo perfeito de Cristo, por isso havia uma profecia que o messias seria um profeta
semelhante a Moisés. Através do mesmo foi dada a Lei (Ex. 20), através de Cristo,
ele amplia o entendimento da lei (Mt. 5 ao 7).
“Mas eu li na bíblia que Deus fez o sepultamento de Moisés e por isso Satanás
estava discutindo sobre o corpo de Moisés com Miguel, e Deus escondeu o corpo de
Moisés para o povo não idolatrar”. Isso é uma incoerência e cometer a eisegese, pois
o povo tinha o corpo (ossos) de Abraão, Isaque, Jacó e José, e até hoje há o de Davi,
que tiveram grande significado para a nação e nunca idolatraram eles, isto não estava
na concepção do povo e sim imagens de deuses egípcios e posteriormente cananeus.
Vamos entender a narrativa, Moisés está no monte Nebo com Deus, e o Senhor
mostra Canaã para ele, e diz você verá a terra, mas não entrará (pois Deus tinha
preparado uma terra muito superior para ele pisar, a Sião Celeste). Porém o fato de
Deus mostrar a Cidade era um consolo para Moisés, como se Deus dissesse, seu
trabalho não foi vão, você cumpriu sua missão, e Moisés morre.
Posteriormente, Deus fala a Josué “Moisés meu servo é morto” (Js.1:2), é bem
provável, que Josué, enviou pessoas para buscar o corpo de Moisés, porém não
encontraram, quando Josué concluíra o livro de Deuteronômio (como se crê que
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provavelmente ele escreveu o último capítulo), irá relatar aquilo que ele entendeu que
aconteceu, que Deus sepultou o corpo de Moisés em algum vale de Moabe, visto que
o Monte Nebo, fica em Moabe. Lembra que no AT eles não compreendiam essa
doutrina, pois, não foi revelada a eles. Sabemos que o Corpo de Moisés não está na
terra, porque na carta de Judas temos a revelação que Satanás chega até a morada
dos anjos, com palavras de Blasfêmias, inquerindo sobre o corpo de Moisés.
Talvez você esteja indagando, mas como ele pode provar a ressurreição na
antiga aliança? Os comentaristas acima, acrescentam um ponto muito interessante,
quando coloca que em cada período Deus provou o seu poder sobre todas as coisas,
e dando ao homem também esta esperança de estar com o Senhor, Enoque no
período Patriarcal, Moisés no período da Lei e Elias no Período dos Profetas.
➢ Enoque - provou o que era andar com Deus e foi Arrebatado (a maior
promessa para a igreja).
➢ Moisés - prova a Ressurreição dos mortos (Consolo para os que dormem
em Cristo) e torna-se um tipo da pessoa de Cristo.
➢ Elias - prova o que é ser levado ao céu, isto, era algo conhecido dos filhos
dos profetas, que ele seria tomado (o arrebatamento é uma promessa que
a igreja já anuncia a 2 mil anos, ou seja, todos sabem que isso vai ocorrer,
como no caso de Elias).
➢ Eliseu - provou o multiforme agir do Espírito Santo, pois os milagres
operados por ele sempre tinham algo peculiar e inusitado na execução
(isto é tipo da diversidade dos dons dado à igreja).
➢ Isaías - prova o que é ter o pecado purificado quando um Serafim toca os
seus lábios com uma brasa do altar (fala dos nossos pecados purificados
por Cristo), isto nos mostra que Deus tinha outro meio para purificar-nos
do pecado, além do sangue de Cristo, como o escritor aos Hebreus
registra no Cap. 2 versículos 14 ao 18, “Deus não usou para isto os anjos,
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Na primeira parte da G.T, os santos serão perseguidos por não aceitar a falsa
igreja (ecumênica), nem sua pregação, por isso serão degolados, como João registra
na abertura do 5° selo em apocalipse 6:9-11, estes foram mortos pelo governo do
anticristo, por ordem desta falsa igreja.
Na segunda parte da G.T, o falso profeta vai edificar uma imagem do anticristo
e ordenar à adoração e implantação da marca do mesmo. Os que não o adorarem
serão mortos, então, entendemos que os que mantiverem sua fé firme no senhor,
neste momento serão perseguidos e mortos, como os da primeira parte.
a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele
durante mil anos” (Ap. 20:6 VDN).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste artigo, observa-se a importância de conhecer de forma mais
profunda, as doutrinas registradas nas escrituras, pois, muitas vezes, pensamos que
já as conhecemos, mas elas são muito amplas.
Neste texto só foi analisado uma doutrina, e como o leitor pode observar,
utilizando o método teológico e exegético, elas ficam mais claras e coadunam com
toda a Escritura.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblias:
Lexicos: