E - PT-CVS-10 - 050817 Lta 2017

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Diário Oficial Poder Executivo

Estado de São Paulo Seção I


Palácio dos Bandeirantes
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Nº 154 – DOE – 16/08/17 - seção 1 - p.39

CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Portaria CVS 10, de 05-08-2017

Define diretrizes, critérios e procedimentos no âmbito do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária - SEVISA, para
avaliação físico funcional de projetos de edificações de atividades de interesse da saúde e emissão do Laudo Técnico
de Avaliação - LTA

A Diretoria Técnica do Centro de Vigilância Sanitária, da Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de


Estado da Saúde de São Paulo (CVS/CCD-SES-SP), em conformidade com a Lei estadual 10.083, de 23-09-1998, que
dispõe sobre o Código Sanitário do Estado de São Paulo e o Decreto estadual 44.954, de 6 de junho de 2000, que
dispõe sobre o campo de atuação do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária – Sevisa, considerando:
- O disposto nos artigos 12 e 23 da Portaria CVS 01 de 05-08-2017, que estabelece a necessidade da avaliação físico-
-funcional de projetos de edificações;
- Que o LTA é pré-requisito para o licenciamento de determinados estabelecimentos de interesse da saúde, conforme
estabelece a Portaria CVS 01 de 5 de agosto de 2017, ou outra que vier a substituí-la;
- Que a avaliação físico-funcional de projetos de edificações, bem como dos memoriais descritivos do projeto, da obra
e das atividades, com conseqüente emissão do LTA, constitui importante posicionamento técnico das equipes de
Vigilância Sanitária frente à legislação vigente, tendo como enfoque principal o controle do risco sanitário, bem como
assegurar que a nova edificação, ampliação, reforma ou adaptação estejam de acordo com as prerrogativas da Lei;
- Que a descentralização das ações de vigilância sanitária preconizada no Sistema Único de Saúde – SUS exige
padronizar critérios e procedimentos para a avaliação dos projetos de edificações destinadas às atividades de interesse
à saúde.

Resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a avaliação físico-funcional de projetos de edificações
destinadas à prática de atividades de interesse da saúde definidas no Anexo I da Portaria CVS 01 de 05-08-2017, ou a
que vier a substituí-la.
Parágrafo único. A avaliação do projeto, segundo os critérios e objetivos estabelecidos no Anexo I desta portaria, não
dispensa sua aprovação pelos órgãos responsáveis pelo controle das edificações e uso do solo no município, como
também não elimina a necessidade da observância das demais legislações e normas técnicas expedidas por órgãos
federais, estaduais e municipais, referentes à salubridade e segurança dos ambientes construídos e ao saneamento
ambiental.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Portaria CVS 15 de 26-12-2002.

ANEXO I
DIRETRIZES, CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DE PROJETOS DE
EDIFICAÇÕES DE ATIVIDADES DE INTERESSE DA SAÚDE
1. OBJETIVOS
1.1. Garantir a prévia adequação física-funcional das edificações destinadas às atividades de interesse da saúde às
finalidades propostas, segundo as normas técnicas gerais e específicas aplicáveis no âmbito de competência do SUS,
assegurando eficiência para o desempenho das atividades, salubridade dos ambientes construídos e a proteção do
meio ambiente.
1.2. Aprimorar os procedimentos de avaliação físico-funcional de forma a dar maior transparência e eficiência ao
processo, assegurando de antemão a compatibilidade entre a edificação e suas instalações com as atividades de
interesse à saúde nela propostos.

2. OBJETOS DE AVALIAÇÃO
2.1. As edificações que abrigam atividades de interesse da saúde, cujos projetos estão sujeitos a avaliação físico-
funcional por parte da vigilância sanitária, são aquelas indicadas no Anexo I (Coluna “Documentos”) da Portaria CVS
01 de 05-08-2017 ou a que vier a substituí-la.

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2.2. Os estabelecimentos cujas atividades constantes do anexo citado no item anterior, que não necessitam de prévia
avaliação físico-funcional pela vigilância sanitária, permanecem sujeitos às normas sanitárias vigentes e são passíveis
de inspeção para verificar suas condições físico-funcionais e de salubridade.

3. PROCEDIMENTOS DE SOLICITAÇÃO
3.1. A solicitação da avaliação físico-funcional do projeto de edificações deve ser formalizada no órgão de vigilância
sanitária competente em etapa anterior ao licenciamento sanitário, de forma a atender seus propósitos de orientar
previamente os interessados para adequar a edificação e suas instalações à legislação sanitária vigente e para
compatibilizá-las às exigências das atividades propostas.
3.2. A referida solicitação deve identificar a atividade de interesse à saúde a ser exercida no estabelecimento projetado,
conter expressa declaração de conformidade com as normas sanitárias, de acordo com o formulário do Anexo IA desta
Portaria, e estar devidamente assinada pelo responsável legal pelo estabelecimento e pelo responsável técnico pelo
projeto.

4. DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM A SOLICITAÇÃO


4.1. O projeto deve ser apresentado em escala 1:100 (1cm para 100cm), podendo-se admitir, em casos específicos ou
quando a legislação assim o exigir, outras escalas para melhor entendimento da proposta.
4.1.1. O projeto deve conter informações que permitam a avaliação físico-funcional quanto aos aspectos considerados
relevantes para a perfeita compreensão da atividade proposta, de forma a prevenir riscos sanitários.
4.1.2. Além da planta baixa, o projeto deve apresentar:
gráficos com a implantação das edificações, instalações e equipamentos no lote, cortes longitudinais e transversais,
permitindo perfeita compreensão da circulação vertical e horizontal de pessoas, materiais e equipamentos, com foco no
controle do risco sanitário.
4.2. Ao projeto deve ser anexada a cópia da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de
Responsabilidade Técnica) do profissional responsável.
4.3. O projeto deve estar acompanhado de memoriais descritivos do projeto, da obra e das atividades.
4.3.1. Os Memoriais do Projeto e da obra são complementos das peças gráficas que caracterizam o projeto e têm por
função apresentar um relato descritivo das soluções arquitetônicas propostas.
4.3.2. O Memorial de Atividades tem por função descrever processos, pessoal, equipamentos e outras informações que
auxiliem a compreensão e análise da atividade a ser exercida na edificação.
4.3.3. Ambos os memoriais devem ser assinados pelo responsável legal pelo estabelecimento e pelo responsável
técnico pelo projeto.
4.4. No caso de ambientes climatizados artificialmente, o responsável pelo projeto deve apresentar compromisso
expresso de que o projeto executivo das instalações será elaborado de acordo com as normas técnicas oficiais
vigentes, destacando em planta os compartimentos que serão ventilados artificialmente, os pontos de captação de ar
exterior, a localização dos equipamentos e os acessos para limpeza de dutos e componentes.
4.5. Para projetos de cemitérios, deve ser apresentado o laudo de prospecção do solo, contendo informações do tipo
de solo e do nível do lençol freático.
4.6. Em função das peculiaridades da edificação e da atividade é facultado à autoridade sanitária exigir informações,
complementações, esclarecimentos e documentos sempre que julgar necessário para melhor entendimento do projeto.
4.7. O projeto, acompanhado dos memoriais, deve ser apresentado em duas vias, de forma que, após a emissão do
LTA, um jogo possa ser arquivado no órgão de vigilância sanitária competente e outro devolvido ao interessado.

5. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
5.1. Comprovante de existência de rede pública de água e esgoto no local ou projeto do sistema individual, de acordo
com as normas técnicas vigentes.
5.2. Licença prévia emitida pela Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB, para as
atividades previstas em legislação específica.
5.3. Documento que comprove a regularidade da edificação perante os órgãos municipais responsáveis pelo controle
do uso do solo e das edificações.
5.3.1. O comprovante é dispensável se a vigilância sanitária dispuser de fluxo integrado de análise e aprovação com os
órgãos municipais citados.

6. PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES


6.1. A avaliação físico-funcional do projeto deve ocorrer em etapa anterior ao licenciamento sanitário dos
estabelecimentos de interesse da saúde previstos no Anexo I da Portaria CVS 01 de 05-08-2017, ou outra que vier a
substituí-la.
6.2. A avaliação físico-funcional de projeto deve ser realizada por equipe técnica multiprofissional do órgão de vigilância
sanitária competente, conforme composição descrita no item 7 do presente anexo.
6.3. A avaliação físico-funcional de projeto deve contemplar, especialmente, aspectos relacionados ao fluxo
operacional das atividades a serem desenvolvidas no estabelecimento, à identificação e dimensionamento dos
compartimentos, à disposição geral do mobiliário e dos equipamentos, aos acessos e às condições de saneamento do
entorno.
6.3.1. Entende-se por fluxo operacional a sequencia lógica de operações presentes nas atividades desenvolvidas.
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6.4. Na avaliação do projeto deve ser observado o cumprimento das normas técnicas específicas aplicáveis às
atividades desenvolvidas.
6.5. A edificação que se destina a abrigar atividades de interesse da saúde deve garantir rigorosa condição de
salubridade a todos os ambientes internos e ao seu entorno imediato.
6.5.1. Entende-se por “condições gerais de salubridade” da edificação, as características referentes à iluminação e
ventilação;
à estanqueidade da cobertura e dos elementos de vedação;
aos revestimentos dos elementos estruturais, das áreas de uso geral e das instalações sanitárias; ao isolamento
térmico e acústico;
às instalações de água e esgoto; aos recuos e afastamentos, bem como ao saneamento ambiental.
6.5.2. A condição de conformidade do prédio às normas gerais de salubridade das edificações é de responsabilidade
do proprietário - ou de quem detenha legalmente sua posse - e do responsável técnico pelo projeto.
6.6. Deferida a solicitação, todas as peças gráficas e descritivas que compõem o projeto devem receber o visto relativo
ao deferimento, contendo data, assinatura, nome legível e número de registro no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia – CREA ou no Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU, do engenheiro ou arquiteto da equipe
responsável pela avaliação, e o número do LTA emitido, vinculado ao projeto.

7. EQUIPE TÉCNICA DE AVALIAÇÃO


7.1. A equipe técnica multiprofissional de vigilância sanitária para fins de avaliação físico-funcional dos projetos de
edificações deve ser, conforme preconizada no item 6.2 deste anexo, constituída por profissionais de nível superior,
cuja formação se relacione com a atividade ou processo desenvolvido no estabelecimento objeto da análise, sendo
obrigatória a participação de um profissional legalmente habilitado pelo CREA ou CAU.
7.1.1. É facultado ao município designar equipe multiprofissional para avaliação dos projetos, composta por
profissionais de outros órgãos da administração pública municipal, desde que, sob a coordenação do órgão de
vigilância sanitária competente.

8. LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO – LTA


8.1. A avaliação físico-funcional do projeto resulta na emissão de Laudo Técnico de Avaliação – LTA, conforme Anexo
II desta portaria.
8.1.1. O LTA, ao expressar a concordância do órgão de vigilância sanitária competente a respeito da adequação da
edificação à finalidade proposta, deve informar ao interessado todos os condicionantes que porventura a equipe técnica
multiprofissional tenha considerado por bem apresentar.
8.1.1.1. Os condicionantes dizem respeito a determinados aspectos do projeto de edificações que merecem
adequação, mas que não comprometem diretamente as finalidades de uso dos ambientes contemplados, constituindo
pendências a serem verificadas pela autoridade sanitária durante as inspeções para fins de licenciamento da atividade.
8.1.2. A discordância da equipe técnica multiprofissional em relação ao projeto apresentado deve resultar em
indeferimento, devidamente justificado no LTA.
8.2. O deferimento ou indeferimento do solicitado deve ser publicado em Diário Oficial ou em outro meio oficial que
torne pública essa decisão.
8.3. Quando do parecer conclusivo do solicitado, a equipe técnica deve emitir no mínimo duas vias do LTA, contendo
assinatura, nome legível e número do registro no respectivo conselho profissional, de todos os participantes da equipe
de avaliação.
8.3.1. O LTA é parte integrante do projeto avaliado que teve sua solicitação deferida, devendo ambos seres
apresentados no momento da solicitação de licenciamento do estabelecimento.
8.4. A ampliação, reforma ou adaptação em edificação com atividades de interesse da saúde implicará em nova
avaliação de projeto para emissão de novo LTA.

9. COMPATIBILIDADE ENTRE PROJETO E EDIFICAÇÃO


9.1. O responsável técnico pela execução da obra deve cumprir todas as exigências definidas no LTA e na legislação
sanitária vigente quanto aos aspectos construtivos, inclusive aqueles não abordados durante a avaliação físico-
funcional.
9.2. Caso, durante as inspeções sanitárias relativas ao licenciamento do estabelecimento, sejam identificadas
situações diversas das documentadas no processo de aprovação físico-funcional do projeto de edificações e das
eventuais exigências constantes do LTA, contrariando as declarações do proprietário e responsável técnico pelo
projeto, será indeferida a solicitação de licenciamento e o estabelecimento estará sujeito às penalidades previstas na
legislação sanitária.

ANEXO 2 – PORTARIA CVS 10/2017


AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL DE PROJETO DE EDIFICAÇÃO DE ESTABELECIMENTO DE INTERESSSE DA
SAÚDE FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO – LTA

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