Experimento de Reynolds - Grupo A

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INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CAMPUS RIO VERDE

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

EXPERIMENTO DE REYNOLDS

Discentes: Bianca Alves de Oliveira,


Guilherme Cruvinel Silva,
Jonathan Oliveira Gonçalves,
Lorrayne Karoliny Alves de Moura,
Nathallya Teodoro dos Santos e
Vinicius Matos Ferreira.
Docente: Hugo Leão
Disciplina: Fenômeno dos Transportes

Rio Verde, GO
Outubro, 2021
RESUMO

No estudo de Mecânica dos Fluidos, os escoamentos podem ser classificados da seguinte


maneira, laminar ou turbulento; uniforme ou transiente e, compressível e incompressível.
Este relatório em específico será focado nos escoamentos, laminar e o turbulento, por se
tratar da reprodução do Experimento de Reynolds, desenvolvido pelo cientista e
engenheiro Osborne Reynolds (1842-1912), que ao longo de sua vida pesquisou e
contribuiu consideravelmente sobre vários assuntos relacionados a engenharia e a física.
Em 1883, Reynolds, em um de seus estudos em laboratório, demonstrou a existência dos
escoamentos, laminar e turbulento, além da transição existente entre eles. A existência
desses regimes de escoamento, só foi possível de ser verificada injetando um filete
colorido em um tubo de vidro no qual o escoamento ocorria. Esse experimento resultou
na criação de um número adimensional, que prevê o fluxo de um fluido com base em
propriedades como, velocidade, densidade, viscosidade e caraterísticas próprias do fluido,
esse número, mais tarde, passou a ser denominado por “número de Reynolds” (Re), em
homenagem a Osborne Reynolds. Diante do exposto, o objetivo central do trabalho é
relatar a visualização do padrão de escoamento de água por meio de um tubo transparente,
usando um fluido colorido (corante), para assim, obter qual o tipo de escoamento e sua
posição relativa na escala de turbulência estabelecida pelo número de Reynolds (Re).
Uma bancada com os materiais necessários para a realização do experimento foi montada
em um dos laboratórios do Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, o equipamento
resultante possibilitou a execução e visualização dos escoamentos laminar e turbulento.
Com visualização nítida do experimento, foi possível realizar uma gravação para
demonstração experimental. O presente relatório, também se constitui a partir de
pesquisas em livros, sites e artigos científicos, para melhor compreensão do experimento
de Reynolds e do comportamento de escoamento de um fluido. Por fim, os resultados
finais foram coerentes com as análises visuais e matemáticas, através dos cálculos
realizados e dos parâmetros regidos número de Reynolds (Re), o tipo de escoamento que
um fluído produz no sistema fechado foi constatado. Com o número de Reynolds
“grande”, o escoamento é caracterizado como turbulento, com o número “pequeno”, o
escoamento é caracterizado como laminar.

Palavras-chave: Reynolds, escoamento, fluido, laminar, turbulento.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 5

3 METODOLOGIA........................................................................................................ 7

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 7

5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 10

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 11


1 INTRODUÇÃO
Em 1883, Osborne Reynolds definiu os primeiros critérios para avaliar o tipo de
regime que o escoamento poderia ter. O estudo de escoamento de fluidos é de grande
importância para a engenharia. Escoamento é o processo de movimentação de moléculas
de um fluido, os escoamentos podem ser descritos de acordo com parâmetros físicos ou
pelo comportamento dos parâmetros ao longo do espaço e do tempo.
Para realizar o experimento, o primeiro passo é adicionar corante no reservatório
e abrir o registro para observar um filete colorido fluir sem perturbações apresentando um
movimento lento. Ao abrir mais o registro, o efeito agora observado é de o filete se desfaz,
dando lugar a interrupções e buscar variações de direção, mostrando assim o regime de
transição.
Nos estudos de Reynolds, a experiência demonstrou a existência de três tipos de
escoamento, o laminar, o transiente e o regime turbulento. O escoamento laminar ocorre
quando as partículas de um fluido se movem ao longo de trajetórias bem definidas,
apresentando lâmina ou camadas, cada uma delas preservando sua característica no meio.
Neste escoamento, a viscosidade age no fluido amortecendo a tendência de aparecimento
de turbulência. O escoamento laminar ocorre em fluidos com maior viscosidade e baixa
velocidade.
Segundo Fox e McDonald (2006), nenhuma relação simples como velocidade
média unidimensional é válida para escoamentos sob o regime turbulento, pois inúmeras
variações randômicas e tridimensionais que movem quantidade de movimento pelas
linhas de corrente do escoamento médio, então assim aumentando a tensão de
cisalhamento.
E podendo ainda se dividir em outras duas categorias, caso as propriedades se
mantenham constantes durante a variação do tempo, então ele se enquadra no regime
permanente, no entanto quando suas propriedades se alteram entre laminar e turbulenta é
denominado como regime transiente.
Após este entendimento, os regimes de escoamento, seja laminar ou turbulento,
tomou um parâmetro adimensional, chamado de número de Reynolds. O número de
Reynolds (Re), é uma razão entre forças inerciais e forças viscosas que caracterizam o
movimento e que pode ser determinado pela Equação 1 de RE:

𝐷.𝜌.𝑉𝑚
𝑅𝑒 = (1)
𝜂

4
Que ao observar os resultados, caso Re (Numero de Reynolds) informe um valor
inferior a 2000, isto indica que o escoamento é do tipo laminar, enquanto 2000 – 2300 é
considerado escoamento de transição e assim acima de 4000 como sendo escoamento
turbulento.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Osborne Reynolds, britânico cientista e engenheiro mecânico que estudou o
escoamento em tubos e dutos utilizando um experimento bastante simples (Figura 1). Em
um importante artigo "An Investigation of Circunstances which Determine whether the
Motion in Parallel Channnels shall be Direct or Sinuous of the Law of Resistance in
Parallel Channels", Reynolds investigou experimentalmente o caráter de líquidos fluindo
através de tubos e canais, e demonstrou a existência de linhas de corrente e regimes
turbulentos nos escoamentos. Mostrou também que existe uma velocidade crítica,
dependente da viscosidade cinemática do fluido, do diâmetro do tubo, e de um parâmetro
físico constante, o número de Reynolds, a partir da qual ocorre a transição entre os dois
tipos de escoamento possíveis. Reynolds adaptou uma sonda de corante ao tubo
transparente de maneira a introduzir um contraste no escoamento para verificar suas
condições, como retratado, no experimento o cientista observou que o contraste de
corante apresentava comportamentos diferentes.
Reynolds propôs um parâmetro adimensional para identificar o tipo de
escoamento, esse parâmetro é conhecido como número de Reynolds, que caracteriza as
seguintes propriedades do fluido: massa especifica e viscosidade; geometria de tubo e
velocidade médio do escoamento.

Figura 1: (a) experimento de Reynolds para ilustrar o tipo de escoamento (b) listras típica de corante.

5
Ao se avaliar um determinado escoamento, faz-se necessário considerar o
comportamento do vetor velocidade do fluido ao deslocar-se por uma dada região.
Definindo-se velocidade instantânea por meio do vetor velocidade, pode-se inferir que a
velocidade de determinado elemento de fluido em um dado instante é definida em termos
das coordenadas espaciais x, y e z, e pelo tempo de deslocamento, como expresso na
Equação 2:
𝑉 =(𝑥,
̂ 𝑦,
̂ 𝑧̂ , t) (2)

Se as propriedades de cada componente espacial não variarem com o tempo o


escoamento é definido como permanente, ou seja, se o módulo, o sentido e a direção da
velocidade nos eixos x, y e z são constantes durante o deslocamento. Influenciados pela
velocidade, os escoamentos são caracterizados como: escoamento laminar ou turbulento;
e como escoamento uniforme ou transiente. Escoamento laminar é aquele que tem por
característica o deslocamento das partículas em camadas lisas e trajetória retilínea, e
apresenta um vetor deslocamento contínuo durante todo o escoamento. Escoamento
turbulento ocorre quando as partículas sofrem flutuações aleatórias no campo
tridimensional de velocidades, provocando um deslocamento desordenado nas moléculas
ao longo do trajeto.
O número de Reynolds para tubos circulares é dado pela seguinte relação presente
na Equação 3, logo abaixo.

(3)

Onde, Re é o número adimensional de Reynolds, ρ [kg/m3] é a massa específica,


V[m/s] é a velocidade média do escoamento, D [m] é o diâmetro da tubulação e μ
[N.s/m2] é a viscosidade do fluido.
Pode-se determinar se o escoamento é laminar, transiente ou turbulento. O
escoamento será laminar se Re ≤ 2000 e será turbulento para Re ≥ 4000. Para Re entre
esses limites, o escoamento poderá ser turbulento ou laminar, ou seja, transiente.
Quando o escoamento é influenciado pela massa específica do fluido, caracteriza-
o como escoamento compressível e incompressível. Fluidos que possuem massa
específica variável ao longo de uma trajetória (como por exemplo de alguns gases)
apresentam escoamento caracterizado como compressível, enquanto fluidos que

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apresentam massa específica constante (a exemplo dos líquidos), apresentam escoamento
definido como incompressível. (WELTY et al., 2008; FOX e MCDONALD, 2006; BIRD
et al, 2004).
O perfil de velocidade apresenta então em um determinado comprimento do tubo
ou duto um comportamento variável que vai de um perfil uniforme na entrada até assumir
um perfil parabólico, a partir do qual se diz que o escoamento está completamente
desenvolvido.

3 METODOLOGIA
O experimento foi realizado por alunos do Instituto Federal Goiano – Campus Rio
Verde, com o intuito de analisar o escoamento laminar e turbulento no tubo. Foram
utilizados os seguintes materiais:
 Tubo Alimentador
 Balde transparente graduado
 Flange
 Tubo transparente com registro de vazão
 Recipiente graduado
 Seringa
 Corante

O primeiro passo foi analisar o escoamento laminar através do tubo abrindo a


válvula reguladora de vazão, de forma que o escoamento seja laminar. Logo após aplicou-
se a seringa no tubo e liberou o corante para realizar a análise do escoamento. Em seguida
repetiu-se o mesmo processo, com a diferença do tipo de escoamento, analisando então o
escoamento turbulento.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para o cálculo do valor de Reynolds temos a seguir os seguintes dados obtidos
através da execução do experimento e também dados obtidos das literaturas para
aplicação na formula do número Reynolds, o fluido utilizado como foi descrito é água
será considerado o valor da densidade igual à ρ=10³ Kg/m³ e a viscosidade dinâmica igual
à µ=10−3 Kg/m.s.

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Tabela 1: Dados obtidos
Dados Experimento 1 Experimento 2
Volume (V) 0,2 L 0,2 L
Tempo (t) 2min1s 0min4s16
Densidade (𝜌) 10³kg/m³ 10³kg/m³
Viscosidade Dinâmica (𝜇) 10−3kg/ms 10−3 kg/ms
Diâmetro (D) Meia Polegada Meia Polegada

Para a determinação do número de Reynolds dos experimentos precisa se


encontrar a velocidade do escoamento, para isso será demonstrado a relação entre vazão
volumétrica com a velocidade:
● A vazão volumétrica (Qv) é igual ao volume (V) sobre o tempo (t):
𝑉
𝑄𝑉 =
𝑡
[U: m³/s]
● A razão L/t é igual a velocidade do escoamento de acordo com os conceitos
básicos de cinemática em física, logo a fórmula da vazão volumétrica em razão
da velocidade é igual a:
𝑄𝑉 = 𝑉 ∙ 𝐴
v: Velocidade (m/s)
A: Área da seção transversal (m²)
● Logo a velocidade (v) é igual a:
𝑄𝑉
𝑣=
𝐴
[U: m/s]
● A área da seção transversal do tubo circular é igual a:
𝜋𝐷2
𝐴=
4
[U: m²]
● Número de Reynolds:
𝜌𝑣𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇

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De acordo com os cálculos realizados e analisados, os resultados obtidos são
demonstrados a seguir:
 Experimento 1:
Dados: Volume (V): 0,2𝐿 = 2 × 10−4 𝑚³
Tempo (t): 2′1′′ = 121𝑠
𝑉 2×10−4
▪ 𝑄𝑉 = = = 1,65 × 10−6 𝑚3 /𝑠
𝑡 121
𝜋𝐷 2
▪ 𝐴= = 1,27 × 10−4 𝑚²
4
𝑄𝑉 1,65×10−6
▪ 𝑣= = 1,27×10−4 = 0,013𝑚/𝑠
𝐴

𝜌𝑣𝐷 103 ∙0,013∙0,0127


▪ 𝑅𝑒 = = = 165,1
𝜇 10−3

 Experimento 2:
Dados: Volume (V): 0,2𝐿 = 2 × 10−4 𝑚³
Tempo (t): 4′′ . 16 = 4,27𝑠
𝑉 2×10−4
▪ 𝑄𝑉 = = = 4,68 × 10−5 𝑚3 /𝑠
𝑡 4,27

𝜋𝐷 2
▪ 𝐴= = 4,68 × 10−5 𝑚3 /𝑠
4
𝑄𝑉 4,68×10−5
▪ 𝑉= = 1,27×10−4 = 0,368𝑚/𝑠
𝐴

𝜌𝑣𝐷 103 ∙0,368∙0,0127


▪ 𝑅𝑒 = = = 4673,6
𝜇 10−3

Os resultados obtidos foram organizados na seguinte tabela:

Tabela 2: Resultados obtidos


Vazão Área da Seção Velocidade Número de
Volumétrica Transversal Reynolds
Experimento 1,65 × 10−6 𝑚3 /𝑠 1,27 × 10−4 𝑚² 0,013𝑚/𝑠 165,1
1
Experimento 4,68 × 10−5 𝑚3 /𝑠 4,68 × 10−5 𝑚3 /𝑠 0,368𝑚/𝑠 4673,6
2

De acordo com os resultados obtidos pelos cálculos e pelo experimento se obteve


os volumes medidos em seu tempo através da formula calculando-se a vazão.

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Procurou-se calcular a mesma quantidade de volume nos dois casos, porém o
tempo e a vazão da torneira diferem nos dois experimentos. Foi anotado as vazões pela
fórmula da equação da continuidade e por esse meio foi definido a fórmula da velocidade.
O fluido analisado foi a água então se adotou a viscosidade dinâmica igual à µ=10−3
Kg/m.s.
Realizando o cálculo do número de Reynolds obteve-se um resultado que se
assemelhou a teoria Re ≤ 2000 escoamento laminar e Re ≥ 4000, escoamento turbulento.
Escoamento turbulento, como o Experimento 2, é quando a água ou fluido
ultrapassa uma força que a prende nas laterais do tubo, quando a velocidade do fluido
excede, uma força resultante age com menos força rompendo com a tensão nas laterais
por isso no escoamento laminar, como o Experimento 1, o fluido aparenta estar se
movendo de forma uniforme e no turbulento de forma desorganizada.

5 CONCLUSÃO
De acordo com todos os dados e informações visualizadas e coletadas, é possível
concluir que o experimento atingiu os objetivos estipulados. Pois, através do experimento
foi possível observar a diferença entre o escoamento laminar e o turbulento, em um tubo
contínuo e transparente com registro de vazão. Além de ter sido possível determinar
matematicamente o número de Reynolds para cada tipo de escoamento.
Ao fim da realização dos cálculos necessários do número de Reynolds obtemos
um resultado de acordo com o estipulado pela literatura, onde Re ≤ 2000 é classificado
como escoamento laminar e Re ≥ 4000, como escoamento turbulento. Já que o
Experimento 1, resultou num Re de 165,1, sendo possível visualizar que o filete (corante
azul) se manteve em uma trajetória com camada definida, preservando as propriedades
do meio e no Experimento 2 o Re foi de 4.673,6 , onde se pode visualizar uma trajetória
indefinida, ou seja, irregular e aleatória.
A composição desse relatório possibilitou aos estudantes envolvidos do curso de
Engenharia Civil, o aprendizado sobre conceitos da Mecânica dos Fluidos.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Matheus G. S.; AIRES, Rafael; LEAL, Thays F. Experimento de Reynolds.
11 pag. – Faculdade Alves Faria (ALFA), Goiânia, outubro de 2019.

BIRD, R. Byron; STEWART, Warren E.; LIGHTFOOT, Edwin N. Fenômenos de


Transporte. 2ª ed. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Rio de Janeiro, 2004.

CARNIO, Thais T.; RIBEIRO, Lubieska C. L. J. Experiência de Reynolds em bancada


de laboratório – Faculdade de tecnologia, São Paulo, Janeiro de 2018.

FOX, Robert W. et al. Introdução a Mecânica dos Fluidos. 8ª ed. Grupo Editorial
Nacional, São Paulo, 2010.

SILVA, Felipe. Experimento Didático de Reynolds e Conceitos Básicos em Mecânica


dos Fluidos. The Journal of Engineering and Exact Sciences – JCEC, vol. 03, nº 03, 2017.
Disponível em:
https://periodicos.ufv.br/jcec/article/download/2446941603032017346/pdf. Acessado
em: 11/10/2021.

VICTOR, João. Número de Reynolds: entenda tudo! Guia da Engenharia. 2019.


Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/numero-reynolds-entenda/.
Acessado em: 10/10/2021.

VILANOVA, Luciano Caldeira. Mecânica dos Fluidos. 3ª ed. Escola Técnica Aberta do
Brasil, Santa Maria – RS, 2011. Disponível em:
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_ctrl_proc_indust/tec_autom_ind/mec
_fluido/161012_mec_fluidos.pdf. Acessado em: 11/10/2021.

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