Plantas Meliferas e Recursos Florais

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Plantas Melíferas

1. As Flores como Fonte de Recursos Alimentares


http://www.ib.usp.br/beeplant/intro.htm#item1
O conceito da potencialidade das plantas apícolas está principalmente relacionado com a qualidade e a
quantidade de néctar produzido pela espécie de planta e, conseqüentemente, com a produção de mel além
da oferta polínica.
Algumas plantas secretam néctar copiosamente, enquanto outras secretam-no em pequena quantidade.
Entretanto, as abelhas, com seu especializado aparelho bucal, conseguem recolher volumes diminutos
dessa solução.
O néctar das flores é uma fraca solução açucarada com peque- nas
quantidades de outras substâncias, tais como óleos essenciais,
gomas, substâncias minerais etc., que se tornam importantes à
medida que o néctar, dentro da colônia, é transformado em mel,
visto que elas determinam o aroma e o sabor característicos do mel
das diferentes fontes florais.
A concentração de açúcares no néctar sofre alterações ao longo do
dia, geralmente apresentando valores muito baixos pela manhã. À
medida que o dia avança, esse néctar , sofrendo a influência de
fatores internos e externos, pode duplicar e até triplicar a sua
concentração (flores com formato aberto tendem a apresentar taxa
de evaporação maior do que flores tubulosas). Outros fatores também influenciam na secreção do néctar, e
os mais evidentes são temperatura, umidade e composição dos solos, ventos e idade da planta. Cada um
desses fatores atua de modo diferente em cada espécie de planta (Crane et al., 1984).
O néctar é produzido nas flores por órgãos especiais denominados nectários, que freqüentemente se
encontram na base das flores. Quando se localizam em outra parte da planta que não as flores, são
chamados de nectários extraflorais e podem produzir néctar com altas taxas de açúcares, como os que
ocorrem nas folhas de mamona (47,8%) e de algodão (41,9%) (Nogueira-Neto, 1953). O néctar das flores
atrai insetos, pássaros e até morcegos, que, ao visitarem as flores, podem realizar a polinização, a qual
consiste no transporte do pólen das antenas para o estigma de uma flor. Existem inúmeras plantas que, em
maior ou menor escala, dependem da visita dos insetos para a polinização, sem a qual não ocorre a
produção de frutos e sementes. Essas flores que dependem dos insetos para a polinização podem ser
reconhecidas geralmente por suas corolas bem desenvolvidas e de tamanho notável, ou, quando pequenas,
agrupadas em inflorescências atraentes no conjunto, por suas cores vistosas ou por um odor marcante.

Abelhas e Plantas
As flores são fontes de vários recursos utilizados pelas abelhas.
Devido a obrigatoriedade de visita às flores e a grande diversidade de espécies, as abelhas são
consideradas os principais polinizadores das Angiospermas.
A relação próxima entre abelhas e plantas resultou em muitas adaptações comportamentais ou
morfológicas para a liberação e aquisição dos polens das flores.

Trigona em Polygonaceae Melipona em Asteraceae Trigona em Pontederiaceae Plebeia em Asteraceae

Para saber mais sobre a relação entre abelhas e plantas : http://www.ib.usp.br/beeplant/

Recursos Florais

Utilização de Recursos Florais por Abelhas sem Ferrão em Diferentes Ecossistemas.


Coordenação: Dra. Astrid M. P. Kleinert & Profa. Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca

Nome popular: azálea (Família: Ericaceae)


- Trigona spinipes - irapuá
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Tetragonisca angustula - jataí
- Nannotrigona testaceicornis - iraí
Família: Ericaceae
Nomes populares: azalea
Informações adicionais: arbusto lenhoso. Planta ornamental.
Floresce no outono e inverno.
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Plantas
ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado
Endoabertura: lalongado
Escultura: ornado
Tamanho 1: 67 micrômetros
Tamanho 2: 49 micrômetros
Políade: 4 células

Nomes populares: palmeira, seafórtia

Nomes populares: angico branco, cambuí angico


(Família: Leguminosae – Mimosoideae)
Partamona cupira - cupira
Frieseomelitta doerderleini
Família: Leguminosae - Mimosoideae
Nomes populares: angico branco, cambuí angico
Informações adicionais: árvore com 12-15 metros de altura. Planta
decídua. Característica de mata secundária. É particularmente
frequente nas regiôes mais altas da encosta atlântica nos estados do
Rio de Janeiro e São Paulo. Floresce nos meses de dezembro a abril.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras.
Plantarum, 1992.
Grão de pólen
Escultura: areolado
Diâmetro: 41 micrômetros
Políade: 16 células

Nomes populares: tapassuaré, passuaré, arapaçu,


bascuaré (Família: Leguminosae - Caesalpinioideae )
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Plebeia cf droryana - mirim droriana
- Melipona bicolor - guaraipo
- Melipona rufiventris - uruçu amarela
- Melipona marginata - manduri
- Trigona spinipes - irapuá
- Plebeia remota - mirim guaçu
- Melipona quadrifasciata - mandaçaia
- Chepalotrigona capitata - mombucão
Informações adicionais: árvore com 20-30metros de altura. Planta perene. Característica de floresta pluvial de encosta atlântica,
preferencialmente no interior da floresta primária densa. Floresce nos meses de outubro-novembro.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: circular Escultura: reticulado Forma: subprolato Âmbito: triangular
Polo (VE): 28 micrômetros Equador (VE): 24 micrômetros VP: 29 micrômetros

Nomes populares: beijo de frade, bálsamo de jardim (Família:


Balsaminaceae)
- Trigona spinipes - irapuá
- Plebeia droryana - mirim droriana
- Plebeia emerina - mirim emerina
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
Informações adicionais: herbácea anual, suculenta. Planta ornamental.
Sementes contidas em cápsulas (frutos) que se abrem e torcem ao menor
toque.
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Plantas ornamentais.
Plantarum, 1995.
Grão de pólen
Abertura: tetracolpado. Escultura: reticulado. Forma:
peroblato. Âmbito: retangular. Polo (VE): 19 micrômetros
Equador (VE): 41 micrômetros

Nomes populares: pau magro, caboatã (Família:


Sapindaceae)
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Melipona rufiventris - uruçu amarela
- Melipona marginata - manduri
- Melipona bicolor - guaraipo
- Melipona quadrifasciata - mandaçaia
- Schwarziana quadripunctata - guiruçu
Informações adicionais: árvore com 7-8m, pernifólia.
Característica e exclusiva da mata pluvial Atlântica, onde
sua frequência é média. Floresce durante os meses de
junho-julho.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores
brasileiras. Plantarum, 1998.
Grão de pólen: Abertura: tricolporado, sincolporado,
apocolpio intacto. Endoabertura:lalongado. Escultura:
indefinida. Âmbito: triangular, isopolar. VP:
27micrômetros

Nomes populares: guaximbé, jacarandá ferro, cauvi


(Família: Leguminosae – Papilionoideae)
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Partamona helleri - cupira do sudeste
- Melipona rufiventris - uruçu amarela
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
Informações adicionais: árvore com 8-18 metros de altura. Planta semidecídua. Característica de floresta latifoliada semidecídua da
bacia do Paraná e é também encontrada na floresta pluvial de encosta atlântica, predominantemente nas formações secundárias.
Floresce nos meses de fevereiro -maio.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado. Endoabertura: lalongado. Escultura: reticulada. Forma: prolato esferoidal. Âmbito:
circular. Polo (VE): 22 micrômetros. Equador (VE): 21 micrômetros. VP: 21 micrômetros

Nomes populares: pau de leite, leiteiro, mata olho, toropi


(Família: Euphorbiaceae)
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Plebeia remota - mirim guaçu
- Tetragonisca angustula - jataí
Informações adicionais: árvore decídua, lactescente com 5-20m.
Encontrada com freqüência em sub-bosques de pinheirais parcialmente
devastados. Raramente é encontrada no interior de florestas latifoliadas
densas, exceto em florestas primárias localizadas em planícies aluviais
ou beira de rios. Floresce de outubro a fevereiro.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras.
Plantarum, 1992.
Grão de pólen: Abertura: tricolporado . Endoabertura:
lalongado . Escultura: pilado . Forma: prolato esferoidal . Âmbito:
triangular . Polo (VE): 42 micrômetros . Equador (VE): 37
micrômetros . VP: 33 micrômetros

Nomes populares: capixingui, velame (Família:


Euphorbiaceae)
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Trigona spinipes - irapuá
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Melipona marginata - manduri
Informações adicionais: árvore com 6-10 metros de altura. Sendo
planta pioneira, é útil para reflorestamento. Planta decídua ou
semidecídua. Característica de matas secundárias da floresta
semidecídua e também no interior de mata primária. Floresce nos
meses de outubro-dezembro.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras.
Plantarum, 1992.
Grão de pólen: Abertura: inaperturado. Escultura:
padrão “croton”. Forma: esférica. Âmbito: circular.
Diâmetro: 77 micrômetros

Nomes populares: coroa de espinho, coroa de cristo,


colchão de noiva (Família: Euphorbiaceae)
- Tetragonisca angustula - jataí
- Trigona spinipes - irapuá
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Plebeia emerina - mirim emerina
Informações adicionais: arbusto semi lenhoso. Planta ornamental.
Floresce o ano todo. Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi -
Plantas ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: lalongado Escultura: reticulado e pilas livres Forma: suboblato
Âmbito: circular Polo (VE): 36 micrômetros Equador (VE): 47 micrômetros VP: 39 micrômetros

Nomes populares: vassourinha, alecrim do campo (Família:


Asteraceae)
- Plebeia droryana - mirim droriana
- Melipona marginata - manduri
- Scaptotrigona conflita -
- Trigona hyalinata - xupé
Informações adicionais: erva perene. Planta invasora bastante frequente.
Empregada na farmacopéia popular. Bibliografia consultada e fotos: H.
Lorenzi - Plantas daninhas do Brasil. Plantarum, 1991.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: não visível Escultura:
espinhos Âmbito: circular VP: 24 micrômetros

Nomes populares: cravo de defunto, cravo do mato, rabo de


rojão, voadeira (Família: Asteraceae)
- Nannotrigona testaceicornis - iraí
- Partamona helleri - cupira do sudeste
- Trigona spinipes - irapuá
- Geotrigona mombuca
Informações adicionais: erva anual. Planta invasora bastante frequente.
Empregada na farmacopéia popular. Bibliografia consultada e foto: H.
Lorenzi - Plantas daninhas do Brasil. Plantarum, 1991.
Grão de Pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: não visível Escultura:
espinhos Âmbito: triangular VP: 37 micrômetros.

Nomes populares: dormideira, sensitiva, mimosa,


arranhadeira, dorrme Maria
Família: Leguminosae - Mimosoideae
- Geotrigona mombuca
- Melipona quadrifasciata - mandaçaia
- Nannotrigona testaceicornis - iraí
- Partamona helleri - cupira do sudeste
- Trigona spinipes - irapuá
Informações adicionais: erva perene. Planta invasora bastante
frequente. Empregada na farmacopéia popular. É
particularmente comum em locais úmidos como na planície litorânea.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Plantas daninhas do Brasil. Plantarum, 1991.
Grão de pólen
Abertura: 2 poros por célula Escultura: indefinida Diâmetro: 13 micrômetros Políade: tétrade tetraédrica
esférica

Nomes populares: guaçatonga, pau de lagarto, erva de


pontada, chá de bugre
(Família: Flacourtiaceae)
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Schwarziana quadripunctata - guiruçu
- Partamona helleri - cupira do sudeste
- Melipona marginata - manduri
- Plebeia cf. droryana - mirim droriana
- Trigona spinipes - irapuá
- Melipona rufiventris - uruçu amarela
- Melipona bicolor - guaraipo
Informações adicionais: árvore com 4-6 metros de altura.
Planta perene e pioneira, característica dos sub bosques,
menos frequente na floresta pluvial. Frequente em formações
secundárias. Os frutos são consumidos por pássaros. Floresce nos meses de junho-agosto.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: lalongado Escultura: não visível Forma: subprolato Âmbito: circular
Polo (VE): 24 micrômetros Equador (VE): 18 micrômetros VP: 19 micrômetros

Nomes populares: guamirim da folha fina (Família:


Myrtaceae)
- Plebeia remota - mirim guaçu
- Partamona helleri - cupira do sudeste
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
- Schwarziana quadripunctata - guiruçu
- Plebeia cf droryana - mirim droriana
- Melipona marginata - manduri
- Trigona spinipes - irapuá
- Melipona rufiventris - uruçu amarela
- Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
Informações adicionais: árvore com 4-8 metros de altura.
Planta semi decídua. Característica de áreas abertas de
cerrado, bordas de capões, matas ciliares, sub bosques de
pinhais e em clareiras da mata pluvial Atlântica. Floresce
nos meses de novembro-dezembro.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores brasileiras. Plantarum, 1998.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: lalongado Escultura: granulado Forma: oblato Âmbito: triangular
Polo (VE): 13 micrômetros Equador (VE): 19 micrômetros VP:
19 micrômetros

Nomes populares: manduirana, pau fava, aleluia, mamangá,


fedegoso (Família: Leguminosae – Caesalpinioideae)
- Trigona spinipes - irapuá
Grão de pólen
Abertura: tricolpado Escultura: indefinida Forma: prolato Âmbito: triangular Polo (VE): 44 micrômetros
Equador (VE): 31 micrômetros

Nomes populares: violeteira, duranta, fruta de jacu


(Família: Verbenaceae)
- Trigona spinipes - irapuá
- Trigona hyalinata - xupé
- Plebeia droryana - mirim droriana
Informações adicionais: arbusto lenhoso de 3-6m de
altura. Planta ornamental. Floresce na primavera e verão.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Plantas
ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995.
Grão de pólen
Abertura: tricolporado Endoabertura: não visível
Escultura: indefinida Âmbito: triangular VP: 38
micrômetros.

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