A Importância Da Arte No Cotidiano Escolar - CIA - Publicações

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11th August 2014 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NO COTIDIANO ESCOLAR

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A IMPORTÂNCIA DA ARTE NO COTIDIANO ESCOLAR

Angélica Aparecida
Dalbosco Zagonel[1] [file:///D:/Users/Central/Downloads/372401_1403957071.doc#_ftn1]

RESUMO:
Ao longo da
nossa história a arte tem nos acompanhado com as mais diversas funções,
constantemente
abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte no
cotidiano escolar dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da
superficialidade, entrelaçar os
conhecimentos, em suma, entrar no terreno
criativo da condição humana. Partindo dessa premissa e de
observações em sala
de aula, desenvolvi essa investigação que teve como objetivo compreender e
demonstrar a importância da arte no cotidiano escolar. Esse estudo será caracterizado como pesquisa
teórica, de abordagem
qualitativa, caracterizando-se também como pesquisa do tipo bibliográfica.
A partir
do referencial teórico pude compreender o quão é importante o
desenvolvimento da imaginação, da
curiosidade, da expressão, da cognição e da criatividade
através do fazer arte. Que o processo de
aprendizagem faz parte do ser humano e
que a criatividade faz com que este processo se desenvolva de
forma lúdica na
arte. Precisamos cultivar e manter esse processo ativo e estimular a
criatividade, a
observação e o senso crítico para que as crianças possam ter um
olhar amplo e uma visão complexa do
mundo que a rodeia. 

PALAVRAS-CHAVE: Arte;
Cotidiano; Educação; Escola; Aprendizagem

1 INTRODUÇÃO
O mundo em que vivemos está se transformando. Nós
professores, precisamos nos questionar
quais são as novas finalidades sociais
da educação, qual a escola que queremos e sonhamos e que
competências são
necessárias para a formação do ser humano. Neste
contexto Freire diz que:

Ensinar significa acompanhar e instrumentalizar com intervenções,


devoluções e encaminhamentos
esse processo de mudança de apropriação do pensamento,
dos desejos e sonhos de vida. Educador
ensina, enquanto ensina aprende a pensar
(melhor) e a construir seus sonhos de vida. (FREIRE,
1996, p.17).

Sendo assim, a arte ocupa um lugar entre o sonho e


a realidade. As pessoas precisam do
imaginário para acessar suas imagens e
emoções e dar forma ao que querem expressar e que, às
vezes, não cabem em
palavras, mas são possíveis de serem expressas em pinturas, filmes e músicas.
 A arte constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não
existe. Trabalhar a
arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além
da superficialidade, entrelaçar os
conhecimentos, em suma, entrar no terreno
criativo da condição humana.
Esta manifestação dinâmica confere às artes uma importância que vai além
de disciplina no
currículo escolar, pois é produto íntimo da formação humana. O
sujeito percebe a sensibilidade da
humanidade quando tem a arte como algo
significativo em sua educação.
Parte integrante da civilização, a arte é presente quando ainda não se
fazia uso da linguagem
textual. Nas cavernas, nas edificações, nos templos, nas
pinturas, nas esculturas, haverá sempre de
representar uma linguagem universal,
catalogando períodos, culturas e manifestações.

2 A importância da arte no cotidiano


escolar
A arte está presente
em nossas vidas de forma significativa, contribui integralmente para o
desenvolvimento humano e é uma forma que o homem encontrou para marcar sua
presença no mundo.
A arte não é e não deve ser vista como domínio de alguns especialistas. Como
indivíduos,
também estamos expostos a diferentes manifestações artísticas antes
mesmo de nosso nascimento. No
entanto, para muitos, tanto a produção quanto a
fruição artística são prerrogativas de pessoas que
nasceram com dons especiais
ou tem grande conhecimento e entendem de arte.
A arte interage em todos os momentos da nossa vida como também tem
presença marcante em
nossa educação. Almeida afirma:

O que me espanta é
que em nossa sociedade a arte só tenha relação com os objetos e não com os
indivíduos ou com a vida; e também que a arte seja um domínio especializado, o
domínio dos
especialistas que são os artistas. Mas a vida de todo indivíduo não
poderia ser uma obra de arte?
Por que um quadro ou uma casa são objetos
artísticos, mas não a nossa vida? (Focault apud
Almeida, 1984:331).

Quem sabe possamos realçar a importância da imagem, especificamente da


Fotografia, dentro da
disciplina de Artes, dando ênfase a presença das “artes”
na educação e da sua participação
imprescindível? Como diria Foucault, por que
não podemos fazer de nossas vidas uma verdadeira obra
de arte? Cada qual a
esculpindo e pintando-a a sua maneira? A imagem deve ser vista e interpretada
fazendo uso de reflexões mais subjetivas e não apenas como reflexo do real.
Tendo assim um olhar mais
abrangente e com mais possibilidades de interação.
O
dicionário Aurélio define arte (1999, p.204), como “capacidade que tem o ser
humano de pôr em
prática uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a
matéria”. Portanto, seja de forma espontânea,
como tentativa, aprendizado ou
ofício, a arte se faz através da matéria, refere-se
à capacidade que leva
o indivíduo a compreender e então descobrir e desenvolver
as habilidades contidas em
si. Sendo assim,
a arte é de extrema importância no cotidiano
escolar, através dela é possível brincar, criar, expressar-se,
trabalhar em
grupo, experienciar a cooperação, seguir o caminho da própria imaginação. 
A arte é importante dentro da escola porque é
importante fora dela. Está presente em tudo,
vivemos num mundo visual, desde a
combinação de uma roupa que depende da harmonia de cores até
mesmo para
entender a decoração de um ambiente onde entra o equilíbrio das cores mais uma
vez
presente no dia a dia. Nos ajuda a compreender o estado de espírito das
pessoas, uma vez que
expressam seus sentimentos por meio das diversas
linguagens artísticas como música, dança, teatro e
artes visuais.
A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB nº 9.394), aprovada em 20 de
Dezembro de 1996, lei que obriga o
ensino, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino da arte
constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação
básica de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Ainda, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
de Arte (1998, p.95):
É importante esclarecer que a qualidade dessa intervenção depende da
experiência que o professor
tem, tanto em artes quanto de seu grupo de alunos.
É fundamental que o professor conheça, por
experiência própria, as questões que
podem ocorrer durante um processo de criação, saiba formular
para si mesmo
perguntas relativas ao conhecimento artístico e saiba observar seus alunos
durante
as propostas que realizam, para que esse conjunto de dados conduzam
suas intervenções e
reflexões.

No entanto pode-se perceber que a escola não está


preparada para aceitar a diversidade, e a
arte, é por definição, revolução permanente.
Fazer arte, na educação, é estar junto, dar liberdade,
permitir que o educando
possa expressar-se através da pintura, gravura, dança, teatro. A criatividade
deve ser incentivada no contexto escolar contribuindo para a qualidade de vida.
Portanto a arte é muito importante no cotidiano
escolar e deve estar presente nas salas de aula
porque é uma linguagem, é uma
maneira de representar o mundo em que vivemos. A arte deve
extrapolar as dimensões da escola ultrapassando a teoria do
pensamento artístico. Toda cultura e todo o
meio em que se vive têm suas
próprias características, seus padrões, valores, normas, idéias e objetivos,
que são transmitidos e reforçados para as gerações que em nela se vive.
De modo geral, a cultura na qual a criança
cresce prescreve conteúdos, métodos e modos em que
ela deverá ser treinada,
estabelecendo assim atitudes e valores a serem implantados. Dessa forma, o
ensino da arte deve ser voltado à parte intelectual e social do educando,
fazendo assim com que ele
ultrapasse suas próprias barreiras do conhecimento. Algumas
pesquisas feitas nas escolas mostraram
que os educadores do ensino da arte tem ciência
que a arte ajuda na capacidade de aprendizagem para
outras disciplinas, segundo
elas o ensino da Arte as torna mais observadoras, despertando a imaginação
e
estimulando o conhecimento.
Muitas pessoas ainda costumam pensar que a palavra
é a única forma de comunicação existente
no mundo. Mas, contrário a esse
pensamento, assim como aprendemos a ler as palavras, também
podemos fazer
leituras de imagens para melhor compreender o mundo, construir conhecimentos,
aprender sobre culturas diferentes, por meio das Artes Visuais, do Teatro, da
Dança, Música, enfim, das
linguagens da Arte. Nesse sentido,

Pensar o Ensino de Arte é pensar na leitura e produção de uma linguagem


que desconhece
fronteiras, que existe em todo o mundo, quaisquer que sejam as
etnias, os credos, as épocas, e que,
como toda linguagem, possui seus códigos
próprios, em um sistema estruturado de signos
(SILVEIRA, 2006, p. 93).

Muitos têm preconceito à arte e, conseqüentemente,


não valorizam o seu ensino formal, ou seja,
aquele lecionado na escola, por
meio de aulas planejadas e organizadas. Neste sentido, refletimos sobre
o
questionamento de Martins ao dizer que:
Ainda é comum as aulas de arte serem confundidas com lazer, terapia,
descanso das aulas, o
momento para fazer a decoração da escola, as festas,
comemorar determinada data cívica, fazer o
presente do dias dos pais, pintar o
coelho da páscoa e árvore de natal (MARTINS,1998, p. 10).
Por meio do estudo da arte é possível fazer uma
ressignificação da realidade, uma vez que, a
troca de experiências que ocorre
no ambiente escolar mostra que cada indivíduo compreende a mesma
coisa de
maneira diferente, construindo o próprio conhecimento, isto é, seu ponto de
vista.
O ensino de Arte é tão importante na vida dos seres
humanos, que podemos dizer que o indivíduo
que não possui um contato direto com
a Arte, terá uma experiência de aprendizagem limitada, pois,
“escapa-lhe a
dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade
instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e
luzes que buscam o
sentido da vida. Apenas um ensino criador pode favorecer a
integração entre a aprendizagem racional e
estética”, conforme esclarece os
PCN’S de Artes (1997; p.39).
Sabemos que nem sempre as escolas possuem material adequado e necessário
para a realização
das atividades de arte, muito menos professores
especializados para atender a demanda, geralmente o
professor que fica com
essas aulas é aquele que precisa preencher a carga horária e, ainda muitas
vezes a arte não é compreendida pelos próprios alunos, que questionam o porquê
aprender
determinados conteúdos, como: cores, figuras geométricas, técnicas de
pinturas, entre outros.
Vale ressaltar que existem escolas que adotam planejamentos que
valorizam a questão da arte,
da estética e da criatividade na formação dos seus
alunos, adotando a arte como aliada à educação.
Este número, porém, vem
decrescendo com a exclusão das artes na grade disciplinar.
O importante e necessário é que a escola precisa entender a natureza da arte,
precisa avançar
mais na compreensão da importância das linguagens artísticas e
o educando com certeza irá valorizar a
arte que tiver significado para ele, por
isso é necessário despertar nos alunos o amor pela arte e a sala
de aula
precisa ser um lugar agradável que motive ao conhecimento e não constrangedor,
que tolha o
desenvolvimento e crescimento pessoal do mesmo. A criança precisa
se sentir livre, a vontade e segura
para poder ter a curiosidade de criar, ela
precisa ser estimulada a gostar do que faz e o ensino da arte é
um dos melhores
recursos para que possa se expressar. Enfim,
o homem não vive sem se expressar
tornando-se quase impossível viver sem
compreender um pouco as linguagens artísticas tão presentes
no nosso cotidiano.
A arte promove ao ser humano a oportunidade de se conhecer como também de
demonstrar seus sentimentos e pensamentos. Talvez
tudo isso seja remédio para ajudar o homem a lidar
melhor com sua própria
realidade e em si mesmo encontrar forças para lutar contra a diversidade que
existe na sociedade em que vivemos.
Por ser um conhecimento construído pelo homem através dos tempos, a arte
é um patrimônio
cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso
a esse saber.
A autora Mª Claudia Ollé diz:

Entendo que, no ensino da Arte, a


reflexão da prática deve ser uma constante e é através da
reflexão que vão
acontecer às mudanças. A arte deve ser entendida para além de uma simples
distração ou “passatempo”, a arte deve ser facilitadora de uma compreensão,
além de formadora de
uma consciência sobre quem somos e sobre o mundo. (2006,
p. 12).

Pode-se dizer que a arte é mediadora do


conhecimento, e o melhor de tudo isso é que a arte, no
cotidiano escolar,
permite que não somente que os educandos aprendem, mas também os educadores
tenham experiências enriquecedoras e criativas. Eles vivenciam situações novas,
divertidas, às vezes até
inusitadas, envolvendo seu próprio crescimento como
seres humanos e a ampliação da sua prática
pedagógica. Nesse sentido, torna-se
realidade a frase de Paulo Freire em que ele afirma que o
“educador já não é o
que apenas educa, mas o que, enquanto educa, em diálogo com o educando que,
ao
ser educado, também educa”.
Segundo
Pareyson, (1984, p. 30), um grande pensador sobre a arte, escreveu:
Certamente, a arte é
expressão. Mas é necessário não esquecer que há um sentido em que todas
as
operações humanas contem a espiritualidade e a personalidade de quem toma a
iniciativa de
fazê-la e a ela se dedica com empenho; por isso, toda a obra é
como um retrato da pessoa que a
realizou.

Concordo com o autor


e acredito que quando a pessoa se dedica totalmente ao que está
realizando,
quando o faz com empolgação, não terá apenas um resultado e sim um processo de
desenvolvimento.
Portanto, é
fundamental e de extrema importância nas aulas de arte alimentar a fantasia e
estimular a observação, pois são ingredientes indispensáveis para perceber o
que ocorre no cotidiano da
criança e é na sala de aula que a arte vai além de
uma ferramenta, através dela é possível poder
conhecer e compreender as
mudanças que ocorrem no íntimo da criança.
Por muito tempo, de
maneira tradicional o ensino de arte era hierarquizado nos seus conteúdos e
em
relação ao público alvo. A arte era somente estudada nas academias de belas-artes.
Na escola
regular os alunos eram orientados a fazer cópias de desenhos,
aprendiam a decodificar uma partitura
musical de modo mecânico, os teatros só
eram permitidos em datas festivas, sempre visando valores
cívicos e morais, a
dança estava ligada a Educação Física. O ensino era centrado no professor e
voltado
apenas para a aquisição de informações, nada era democrático no
ambiente escolar e só quem tinha
maior poder financeiro tinha acesso a esse
conhecimento. Pode-se dizer ainda, que aprendia-se arte
sem ver arte, o que é o
mesmo que aprender a ler sem ter acesso aos livros e ao mundo da escrita.
Com o passar dos
anos, o ensino passa a centrar-se no aluno e as aulas de  arte a desenvolver
habilidades que levam ao desenvolvimento
da criatividade e liberação emocional.
Atualmente, quando se
fala em arte no cotidiano escolar, nós professores que lecionamos arte,
ainda
precisamos justificar, explicar ou provar o seu valor. Isso acontece justamente
porque as pessoas
não percebem a presença da arte em suas vidas e nem percebem
que precisam dela para viver.
A arte tem muitas
funções como: questionar, criticar, sensibilizar, mostrar a realidade e
embelezar,
mas não significa que tudo deve ser “belo” e sim que deve ter um
significado, uma importância.
Os objetivos do
ensino da arte na escola podem ser muitos. No entanto o importante é que se
sustentem sobre os três pilares que são: formação dos sentidos, conhecimento
artístico, atividade de
apreciação e produção artística.
O primeiro pilar, a
“formação dos sentidos”, é o que nos permite ordenar, transpor e interpretar
por
meio das diferentes linguagens nossa visão sobre a realidade. Compreender
nosso entorno é
indispensável para a expressão e interpretação do espaço do
fazemos parte. Além de ter o domínio do
conhecimento artístico e ampliar a
compreensão da cultura visual, sonora, cênica e da dança.
O segundo pilar,
“Conhecimento artístico”, é considerado fundamental para que o aluno possa
explorar o universo onde vive possibilitando o domínio de diferentes formas de
interpretação, tomando
como referência a sua visão e seu conhecimento.
E o terceiro pilar,
“Atividade de apreciação e produção artística”, é quando o aluno, a partir de
um
determinado tema possa construir estratégias de compreensão e interpretação
dos objetos que
constituem a produção cultural.
Então, pode-se dizer
que para poder cumprir com os objetivos do ensino de arte, para simplificar
um
pouco essa questão, será importante: a relação entre a atividade de apreciação
e produção artística;
a realidade cultural da escola como ponto de partida do
trabalho; a articulação entre os conteúdos dos
diversos grupos.
O aluno deve ter
acesso a diversas manifestações artísticas, podendo familiarizar-se com a arte
e
compreender que ela nos mostra realidade e o modo dos indivíduos num
determinado contexto.
Conhecendo o
significado do que se aprecia é de fundamental importância não perder de vista
o
ato de apreciar a arte como prazer estético. Afirma Magnani:

É
lógico, portanto, que a razão se sinta impelida a refletir em torno do fato
estético, fixando limites e
criando normas. Quando isto se dá, ao ato estético per se se sobrepõe uma atitude
filosófica, nobre
e, ao mesmo tempo delicada; de fato, pode ela potenciar o ato
estético, fazendo com que este
invada – por assim dizer – todos os componentes
da personalidade e todas as atividades do espírito;
mas pode também viciar a
fruição estética com indevidas interferências, turvando as águas do
irrepetível
milagre que a obra de arte suscita em nosso espírito. O objetivo de uma bem
orientada
reflexão estética é, justamente, o de levar a razão a potenciar a
emoção estética. (MAGNANI, 1996,
p. 19)  

Portanto, para poder


conseguir trabalhar com apreciação, o professor precisa ter criatividade,
materiais disponíveis, estar munido de tecnologia e sempre buscar novos
conhecimentos, levando em
consideração que apreciar é mais do que ver, é ver ou
ouvir, analisando, compreendendo, questionando.
As atividades do
ensino de arte realizadas no cotidiano escolar devem estar relacionadas ao
interesse
do aluno e a realidade cultural da escola. Em relação ao interesse do aluno é
importante
escolher conteúdos de acordo com a faixa etária, interesse e cultura
do grupo. Sobre cultura, analisemos
o trecho de um texto de Snyders que diz o
seguinte:


formas de cultura que são adquiridas fora da escola, fora de toda autoformação
metódica e
teorizada, que não são o fruto do trabalho, do esforço, nem de
nenhum plano: nascem da
experiência direta da vida, nós a observemos sem
perceber; vamos em direção a elas seguindo a
inclinação da curiosidade e dos
desejos; eis o que chamarei de cultura primeira. Queria evocar
alegrias da vida
cotidiana, alegrias da cultura de massa: essas são verdadeiras alegrias; não
tenho
absolutamente a intenção de enfraquecê-las, mas tentarei dizer no que
elas me parecem
insuficientes e isso em relação às suas próprias promessas.
Sustentarei que é a cultura elaborada
que pode, melhor que a cultura primeira,
atingir seus objetivos, isto é, finalmente as satisfações da
cultura primeira.
A cultura primeira visa a valores reais, fundamentais: em parte, ela os atinge,
em
parte, não o consegue: a cultura elaborada é uma chance maior de viver esses
mesmos valores com
plenitude. (1992, p. 23 – 24)

O texto salienta que


a cultura primeira na qual o aluno está inserido é importante, deve ser
trabalhada e compreendida, mas não é suficiente, é o ponto de partida para
chegar a cultura elaborada.
Percebe-se então que a arte mostra o mundo onde
vivemos e nos ajuda ampliar nossos horizontes.
Desde a arte rupestre,
onde as pinturas eram feitas nas paredes até a arte produzida nos dias
atuais,
pode-se observar que ela é uma expressão verdadeira, propícia para cada momento
da história
da civilização humana.
A arte indígena
também foi admirada desde os primeiros tempos de Descobrimento. Os nativos de
diversos grupos produziam seus próprios utensílios como: vasos e panelas de
barro, cestos
ornamentados, além da pintura corporal que era rica em formas e
cores, expressando seus valores, sua
história e sua arte é admirada até os dias
atuais.  
Hoje também é um desafio para nós educadores a
implementação dos conteúdos relacionados à
arte e cultura africana e
afro-brasileira. Embora se reconheça muitas iniciativas a respeito do tema,
existe
ainda uma lacuna dentro das escolas, quer por desinteresse ou mesmo
falta de    preparo por parte do
corpo docente. Não há receitas que
possam prescrever de que forma trabalhar estes conteúdos, mas,
creio que uma
coisa é imprescindível: que o professor realmente esteja convencido da
importância
destes conteúdos estarem inseridos nas escolas.
O ensino da arte nos anos
iniciais o professor não pode ser o autor, mas sim um coadjuvante. As
atividades devem ser feitas exclusivamente pelo aluno, o professor apenas
orientará o aluno em sua
atividade, para que ela não se desvie do caminho
trilhado pelo educador. Todo o professor tem um
grande obstáculo, um desafio,
cada criança tem a sua própria personalidade, gostos, inquietações e
dificuldades, nem sempre um método de ensino e aprendizagem que envolva a arte
serve para toda a
turma, é preciso que o professor esteja preparado para
diferenciar os seus métodos, a criança nesta fase
inicial vive em constante
mudança, mas nem sempre consegue assimilar todas elas, assim conseguirá
fazer
da criança uma peça a mais para a construção do seu próprio aprendizado. É
preciso dar
oportunidade para ela fazer e perder o medo de errar, porque muitas
vezes o “medo” prejudica a criança
a aprender.
Segundo Loke (1986, p. 32):

Imagino
que o espírito das crianças toma este ou aquele caminho tão facilmente como
água, mas
ainda que seja a parte principal, e nosso primeiro cuidado deva
dirigir-se nesse sentido [...]
(Tradução Livre).

Podemos
perceber que conforme o autor, a criança é um ser volúvel, instável e
influenciável que
segue o caminho que o adulto lhe indicar ela vai seguir, é
preciso ter muito cuidado nas nossas práticas
pedagógicas.
Normalmente, quando as pessoas pensam na grade
curricular para criar avaliações de
vestibulares, de seleção de empregos e as
avaliações desenvolvidas para medir o desempenho dos
estudantes (ENADE, ENEM,
SARESP, etc.); atribuem demasiada importância aos conhecimentos
voltados para
Língua Portuguesa por acreditarem que a escrita é o principal meio de
comunicação da
sociedade.
Em segundo lugar, dão preferência aos conhecimentos
matemáticos, uma vez que são
necessários para sobreviver em um mundo tão
capitalista. Posteriormente, preocupam-se com os
conhecimentos gerais, voltados
as disciplinas de Geografia e História e, por fim, menciona-se o Estudo
da
Arte, talvez por não encontrarem tanta utilidade.
Entretanto, há estudos que mostram que o ser humano
compreende o mundo por meio da relação
com os sons, com a escrita, com as
imagens e expressões corporais, pois da mesma maneira que se
aprende a ler
palavras é possível fazer leituras dessas relações e desta forma compreender
melhor o
mundo em que se vive. Porém, na maioria das vezes não é o que acontece
sendo possível perceber que
muitos demonstram desinteresse pela questão
estética. Ora por falta de oportunidade, ora por falta de
compreensão da
influência que a mesma exerce em sua vida.
Na escola por meio dos conhecimentos sistematizados
e obtidos pela mediação e intervenção do
professor é que se tem a possibilidade
de desenvolver um olhar crítico em relação às suas vivências e
dar sentido as
mesmas. Esses conhecimentos adquiridos fazem parte de um processo ao longo
prazo,
pois, imperam em mudanças de conceitos, valores, fatos e até mesmo as
atitudes.
Atualmente é evidente perceber o crescimento das
produções culturais, sendo papel da escola
aproximar o aluno ao contato com
este meio a fim de que ele possa selecionar e aproveitar um pouco de
cada uma
dessas manifestações artísticas
Desta forma, ao pensar na importância da arte no
cotidiano escolar, nota-se que além de ser
responsável pelas expressões de
sentimentos e pensamento de todo e qualquer indivíduo, mesmo que
ele não
perceba, é por meio das linguagens artísticas que os indivíduos conseguem
compreender e
estabelecer relações entre o mundo externo e interno, ou seja,
sentimentos e realidade.
A escola não é somente espaço para se aprender a
ler, escrever e fazer contas e deve trabalhar o
desenvolvimento da
sensibilização e expressividade dos alunos para que ele se conheça e é de
extrema
importância que o professor de arte adquira uma formação de qualidade
como também de uma
educação continuada para que possa desenvolver as diversas
linguagens, como arte cênica dança
música e artes visuais em sala de aula.
Conforme site http://www.portaleducacao.com.br:
Educar
em arte é também atuar com o meio
ambiente, transformar o social, resistir ao
conformismo e aprender a utilizar os problemas como desafios
de superação.
Disponibilizar o acesso a diferentes linguagens e materiais, desenvolver
técnicas
vislumbrando as inúmeras formas que podem ser criadas. Formas essas
que refletirão as ânsias, os
prazeres, a imaginação e as frustrações de cada
grupo ou indivíduo. Formas que possibilitem a
descoberta de novas formas e
possibilidades. E que não sejam formas pré-definidas pelo professor, pois
chegar
a um produto final uniforme é igual para todos os indivíduos de um grupo.
Educar é identificar
problemas e encontrar saídas estéticas para
transformá-los.
Educar em arte é
manter a criança livre para expressar, através de seu corpo, linhas e
pinceladas,
idéias, sentimentos e capacidades, possibilitando chances de
desenvolver sua autonomia, auto-estima e
segurança para falar e expressar suas
idéias. Possibilitando meios para criar é aprender que o caos
também faz parte
do processo de reordenação e que este mesmo processo é cíclico e em constante
mutação.
Tal compreensão
acompanhará a criança pelo resto da vida e mudará sua forma de se relacionar
com o mundo, de compreender que a ordem não existe sem o seu oposto e que bem e
mal são relativos
quando não ferem a liberdade do outro; que é necessário
aceitar o feio se isto lhe convém, e renegar o
“belo” se este é colocado como
um impedimento ao desenvolvimento sensível da expressão.
Uma das maiores missões
da arte é fazer com que o aluno expresse todo tipo de sentimento que
existe em
sua mente e coração. É importante compreender que a arte acompanha nosso cotidiano ao
longo da história. Foi
através dela que pudemos
conhecer um pouco da nossa história, da nossa evolução. A arte acompanha
cada passo de
nossa sociedade, intervindo e registrando acontecimentos, seja
ele registrado em forma de desenho,
pintura, dança, ou até mesmo a escrita
(BRASIL, 1997).
Barbosa (1991, p. 4)
afirma que “Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um
país
que se desenvolve. Arte não é enfeite. É cognição. É profissão. É uma forma
diferente da palavra
para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é
conteúdo.”
Vale ressaltar que existem escolas que adotam planejamentos que
valorizam a questão da arte,
da estética e da criatividade na formação dos seus
alunos, adotando a arte como aliada à educação.
Este número, porém, vem
decrescendo com a exclusão das artes na grade disciplinar.
E a idéia de estética, do que realmente é belo, necessita estar
constantemente sendo revista, pois
padrões e conceitos vivem e revivem como
ciclos transformados a cada época.
Segundo Perissé, a respeito de Rodin, é taxativo sobre a
beleza:

Não há, na realidade, nem estilo


belo, nem desenho belo, nem cor bela. Existe apenas uma única
beleza, a beleza
da verdade que se revela. Quando uma verdade, uma idéia profunda, ou um
sentimento forte explode numa obra literária ou artística, é óbvio que o
estilo, a cor e o desenho são
excelentes. Mas eles só possuem essa qualidade
pelo reflexo da
verdade. (Rodin apud Perissé, Ensaio Beleza!
in http://www.hottopos.com/
mirand5/beleza.htm).

Segundo o
autor, a beleza é um ato de amor que, no núcleo da realidade, ultrapassa
o  banalizante  e  desumanizante. Trata o conceito de belo como
algo maior que transcende os padrões
comuns de beleza.

3 Conclusão
Após
os estudos realizados posso concluir que por intermédio da arte, o ser humano,
seja qual for
a idade, expressa seus pensamentos, suas emoções, sua visão do
mundo.
A
arte é um veículo de expressão da sua própria elaboração da realidade. Na
verdade, a arte vai
mais além, ela não exprime apenas o que a pessoa vê, o que
ela pensa, mas o que ela realmente é: sua
vitalidade, sua força, sua fraqueza,
seus medos, seus sonhos, suas vontades, suas dúvidas, seus
conflitos, seu
temperamento, seu caráter. A arte é a mais completa forma de expressão do ser
humano.
Quando fazemos arte, estamos trabalhando e desenvolvendo o pensamento,
a percepção, a
sensibilidade, a cognição e a intuição.
A
arte pode ser usada para descrever, desde as pinturas pré-históricas nas
cavernas até um
monte de sucata em um canto de uma galeria. Ainda, pode se
referir à música, ao teatro, a dança, aos
desenhos pinturas e a literatura, sempre
relacionada com as idéias de uma época, à vida, a cultura, ao
processo de
desenvolvimento compreendendo-a em sua própria história.
Acredito
que para desenvolver um bom trabalho como professora de arte é importante descobrir
quais são os interesses de meus alunos, suas vivências, linguagens, o que
conhecem sobre arte e quais
são suas práticas de vida social e cultural. Minhas
ações pedagógicas que poderão mobilizar
transformações em suas vidas,
tornando-se, assim, um desafiante e dinâmico caminho na direção
conhecimento da
arte.
4 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de


Assis; CASTRO, Gustavo de. Ensaios de
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Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO -


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importancia-na-educacao#ixzz2xwbcFF1a [http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/42619/objetivos-
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mirand5/beleza.htm).

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[http://www.artenaescola.org.br/sala_galeria_album.php?album=330] .

[1] [file:///D:/Users/Central/Downloads/372401_1403957071.doc#_ftnref1] Graduação


em Pedagogia pela Universidade de
Santa Cruz do Sul - UNISC, Especialização em Metodologia
do Ensino de Artes pelo Centro Universitário Barão de
Mauá, Ribeirão Preto,São
Paulo, Brasil. E-mail do autor: [email protected] Orientadora: Rosemary Conceição
dos Santos

Comunidade Acadêmica da CIA


http://www.centraldeinteligencia.com.br/portal/comunidade_cia.htm
[http://www.centraldeinteligencia.com.br/portal/comunidade_cia.htm]

Postado há 11th August 2014 por CIA - Publicações Ciclo do Conhecimento

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Anonymous 13 de outubro de 2016 04:02


olá, por favor, eu preciso das referencias desse trabalho.

Grata
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SANDRA 5 de maio de 2020 15:57


ESTE MATERIAL FOI DE GRANDE IMPORTACIA PARA O TRABALHO QUE ESTOU DESENVOLVENDO
Responder

SANDRA 5 de maio de 2020 15:57


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Responder

SANDRA 5 de maio de 2020 15:57


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Anonymous 22 de julho de 2020 06:29


Legal
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