Meiuca: Design System & Ops - Mostra Tua Cara 2021

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Design

System
& Ops
Mostra
tua cara

Uma pesquisa Meiuca - 2021


para escancarar o perfil e a
maturidade de Design System
& Ops no mercado brasileiro.
Fala aí,
tudo bem?

É com um sorriso de orelha a orelha que apresentamos


o primeiro estudo brasileiro sobre o tema Design
System & Ops, produzido pela Meiuca. Muita coisa
rolou durante o processo de pesquisa e aprendemos
demais, esperamos que você também.

Hoje a Meiuca é uma intersecção (daí que vem nosso


nome) de projetos, iniciativas de educação e produtos
digitais. Tudo isso sem perder de vista duas grandes
missões: tornar empresas mais escaláveis e nossa
sociedade um pouquinho mais justa.

Depois de anos ajudando empresas e times a construir


Design Systems e implementar operações de Design
Ops, mergulhamos mais fundo no tema para traçar seu
real cenário no nosso Brasilzão. Para isso, levamos
em consideração: formato e estrutura de times,
métricas, ferramentas utilizadas e também desafios e
motivações.

Sem mais delongas, o .pdf é todo seu.


Clique nos títulos para ir direto à página

Comece aqui
Sobre a metodologia
Design System x Design Ops

Mergulho no tema
Perfis
Relação com Design System
Relação com Design Ops
Ferramentas & Plugins

Teoria Meiuca
O que levamos de tudo isso
1. A luta para mostrar valor
2. Primeiros passos
3. Início da implementação
4. Primeiros frutos
5. De olho no futuro
Dez mandamentos

Para não esquecer


Notas finais
comece aqui
Capítulo 1
Sobre a metodologia 5

Clique aqui
para voltar
ao menu :)

Sobre a metodologia

O desenvolvimento
da pesquisa
passou por duas
etapas.
A primeira etapa coletou dados de forma quantitativa,
entre os dias 15/03/2021 e 25/04/2021, por meio de um
formulário que rodou via Google Forms e foi divulgado
em redes sociais, grupos e comunidades ligados à
prática de design e desenvolvimento de produtos digitais
no Brasil.

Qualquer pessoa que estivesse trabalhando ativamente


com produtos digitais no período em que rodamos
a pesquisa foi considerada apta a responder,
independente de trabalhar ou não diretamente com
Design System & Ops.
Sobre a metodologia 6

Foram um total de 465 pessoas participantes, de 19


estados do Brasil, divididas entre os seguintes perfis:

Trabalho com Trabalho com Trabalho em Lidero


produtos digitais, produtos digitais um time de um time de
mas não tenho e também Design Ops Design Ops
contato com com Design
Design System System

A segunda etapa coletou dados qualitativamente,


entre os dias 10/06/2021 e 10/07/2021, através de
entrevistas individuais remotas, visando aprofundar
o entendimento da atuação e dos contextos dos
profissionais de Design System e Ops no Brasil.

Foram entrevistadas 9 pessoas designers, com perfis


seniores ou de liderança, que possuem experiências
nas áreas de Design System e Ops e atuam em
diferentes segmentos do mercado brasileiro, com times
em diferentes níveis de maturidade.

Duas coisas
importantes:
• Essa não é uma amostragem estatística, mas é
completa o suficiente para extrapolar tendências de
mercado.

• Os resultados e principais insights dessa pesquisa


estão disponíveis de forma aberta e gratuita, mantendo
as respostas individuais anônimas, com exceção das
citações previamente autorizadas.
Design System x Design Ops 7

Design System X Design Ops

Design System
é um produto,
enquanto
Design Ops é
uma disciplina.
Com mais de 4 anos de estrada trabalhando com
Design System e Design Ops, nós da Meiuca,
pensamos, repensamos e chegamos na nossa própria
definição para esses conceitos:

Entendemos Design System


como um ecossistema
de bibliotecas que inclui
componentes codados a partir
de semânticas de design,
gestão de estilo centralizada e
alguns artefatos não instaláveis
tão importantes quanto, como
guias de redação, ilustração
e fotografia.

Essa definição acumula uma série de insights.


O primeiro é o fato de que empresas trabalham com
múltiplas tecnologias, desenvolvendo interfaces para
Design System x Design Ops 8

devices a partir de diferentes linguagens, que por


consequência necessitam de diferentes bibliotecas, e
por isso um ecossistema.

O “codado” é para lembrar o fato de que um Design


System não existe sem tecnologia. Já com a palavra
semântica, queremos dizer “razões de existir”. Cada
componente de um sistema precisa ser pensado e
essas definições partem, em sua maioria, do time de
design (por isso “semânticas de design”).

A gestão de estilo centralizada fica por conta dos


Design Tokens (termo foi popularizado pela Salesforce),
que são as nossas variáveis semânticas de estilo,
devidamente espelhadas entre design e tecnologia.
Basicamente são todas as opções visuais que temos
para compor um componente.

E por aqui entendemos Design Ops como uma


pessoa ou time responsável por otimizar e padronizar
ferramentas, processos e habilidades capazes de
escalar a entrega de um produto.

Gostamos de ter essas definições claras para


justamente refletir sobre o que fazemos, mas sempre
devemos pensar o papel e as responsabilidades de
acordo com o cenário de cada empresa, seus recursos
e estratégia. Nesse processo levamos em consideração
que tanto um Design System, quanto um time de
Design Ops evoluem, e de maneira cíclica.

Essa pesquisa veio justamente para nos ajudar a


entender um pouco mais como estes dois estão
evoluindo no mercado brasileiro.
mergulho no
Capítulo 2

tema
Perfis 10

Perfis

De todo mundo
que respondeu:
Perfil 1: 145 pessoas - (31,4%)
Trabalha com produtos digitais, mas não
tem contato com Design System

Perfil 2: 232 pessoas - (50,2%)


Trabalha com produtos digitais
e com Design System

Perfil 3: 53 pessoas - (11,5%)


Trabalha em um time de Design Ops

Perfil 4: 32 pessoas (6,9%)


Lidera um time de Design Ops

Do total de 465 pessoas respondentes, 3 não


especificaram o seu perfil.

Foram 351 empresas diferentes participando dessa


pesquisa. Empresas de São Paulo, do setor “Internet,
Tecnologia, Telecomunicações e Produtos Eletrônicos”
representaram a maior parte do bolo.
Perfis 11

Gráfico 1. Onde estão


localizadas as empresas?

A grande maioria das pessoas respondentes (51,2%)


atuam em empresas localizadas em São Paulo,
seguido por Santa Catarina (9,2%) e Rio Grande do Sul
(8,8%).

Em porcentagem de respostas:

51,2%
São Paulo

9,2%
Santa Catarina

8,8%
Rio Grande
do Sul

30,8%
Outros estados*

* Rio de Janeiro (6,9%), Paraná (5,8%), Minas Gerais (5,6%), Distrito Federal
(3,2%), Pernambuco (1,9%), Bahia (1,3%), Ceará (1,3%), Espírito Santo (1,1%),
Sergipe (0,8%), Alagoas (0,7%), Amazonas (0,4%), Goiás (0,4%), Maranhão
(0,4%), Rio Grande do Norte (0,4%), Pará (0,3%) e Tocantins (0,3%).
Perfis 12

Gráfico 2. Quais as principais


áreas de atuação das empresas?

As áreas de atuação mais expressivas entre as


empresas são “Internet, Tecnologia, Telecomunicações
e Produtos Eletrônicos” (30,3%) e “Serviços
Financeiros, Bancos e Seguros ” (25,6%).

Em porcentagem de respostas:

30,3%
30%

25,6%

20%

10%
6,9%
5,6%
4,9% 4,7%

... *
0
Internet, Tecnologia,
Telecomunicações,
Produtos Eletrônicos

Serviços Financeiros,
Bancos e Seguros

Serviços de
Consultoria

Educação

Saúde e Produtos
Farmacêuticos

Varejo e Bens de
Consumo Duráveis

* Publicidade e marketing (2,6%), Serviços automobilísticos de transporte,


entrega e logística (2,4%), Pesquisa e desenvolvimento (1,7%), Entretenimento
e mídia (1,5%), Viagens e lazer (0,6%), Saas imobiliário (0,4%), Entidades sem
fins lucrativos (0,4%). Segmentos com apenas 1 menção não foram listados.
Perfis 13

Gráfico 3. Quantas pessoas


trabalham na empresa?

Apenas 5,2% das pessoas respondentes atuam em


empresas com menos de 10 pessoas colaboradoras.
A maioria atua em empresas de médio e grande porte.

Em porcentagem de respostas:

30%

22,4%

20%
16,8%
14,9% 15,3%
14,2%

11,2%

10%

5,2%

0
Pessoas
Funcionárias
01 - 10

11 - 50

51 - 200

201 - 500

501 - 1000

1001 - 5000

5000 +
Perfis 14

Gráfico 4. Quantas pessoas


designers trabalham na empresa?

A maioria dos times de Design são formados de 1 a 20


pessoas designers, tanto em empresas de pequeno
porte, quanto em empresas de médio porte.

Em porcentagem de respostas:

33,3%

30%

20%
19,1%
18,1%

14,4%

11,4%

10%

1,9%
0,8% 1%

0
Pessoas
Designers
01 - 05

06 - 10

11 - 20

201 - 500
0

501 - 1000
21 - 50

51 - 200
Perfis 15

Gráfico 5. Existe um time


de Design Ops onde existe
Design System?
Tivemos um total de 232 empresas diferentes
que trabalham com algum tipo de Design System,
seja ele um Design System próprio ou open source.
A maioria dessas empresas (62,8%),
não possui um time de Design Ops.

Em porcentagem de respostas:

62,8%
Não possui time
de Design Ops

37,2%
Possui time de
Design Ops
Relação com Design System 16

Relação com Design System

A maioria dos Design


Systems do mercado
brasileiro são jovens,
com menos de 2 anos
de existência.
54,3% dos Design Systems tem menos de 1 ano e 26,6% entre 1 ano e 2.
Design Systems com mais de 2 anos representam apenas 14,5% do total.

Os Design Systems mais maduros, com mais de 2 anos de existência,


pertencem a empresas localizadas nas regiões sudeste e sul
(representando 90%).

As 5 áreas de atuação que mais possuem Design Systems são:

1. Internet, Tecnologia, Telecom. e Produtos Eletrônicos (30,5%)


2. Serviços Financeiros, Bancos e Seguros (30,5%)
3. Serviços de Consultoria (5,6%)
4. Educação (5,2%)
5. Saúde e Produtos Farmacêuticos (4,9%)
Relação com Design System 17

Gráfico 6. Há quanto tempo


o Design System existe?

Em porcentagem de respostas:

54,3%
Menos de 1 ano

26,6%
1 - 2 anos

8,6%
2 - 3 anos

4,6%
Não sei

3,6%
Mais de 4 anos

2,3%
3 - 4 anos
Relação com Design System 18

As principais motivações
para a implementação
do Design System
estão relacionadas
à diminuição de
inconsistência,
melhora da experiência
e otimização dos
processos entre design
e desenvolvimento.
Ranking das principais motivações para a implementação, considerando as
respostas gerais:

1. Diminuir inconsistências dos produtos


2. Melhorar experiência e usabilidade dos produtos
3. Melhorar processos entre desenvolvimento e design
4. Aumentar a produtividade das squads ou equipes
5. Tornar times de design e desenvolvimento mais integrados

Outras motivações que surgiram, em ordem de incidência:

Diminuir o tempo entre concepção e lançamento dos produtos (6º),


Melhorar a acessibilidade dos produtos (7º), Aumentar a relevância da
empresa dentro das comunidades de design e tecnologia (8º) e Trabalhar
melhor com as múltiplas marcas da empresa (9º).
Relação com Design System 19

Por trás dos


números:
Gabriel Vaz “A primeira motivação foi a descentralização da
Product Design documentação. Nós tínhamos 2 documentações, 1 delas em
Manager na html e outra que era uma biblioteca de componentes. Ambas
Jusbrasil eram muito bagunçadas, difícil de encontrar o componente e
não tinha informação sobre qual era o uso de cada coisa.

A segunda motivação foi a falta de sincronia de design com


desenvolvimento. Começamos a entender que o designer
chamava e entendia o componente de uma forma e o
desenvolvedor de outra.

E a terceira, que mais ajudou a empresa a priorizar o


Design System, foi a escalabilidade. Estávamos perdendo o
aproveitamento de recurso, refazendo linhas de código sem
necessidade.”

Henrique ”A conversa sobre Design System já acontece no PicPay


Fonseca desde 2018 e nesse período o time mudou muito. No final
Design System do ano passado tínhamos em média 15 designers e agora
Ops no PicPay já estamos passando de 100. Então, com essa previsão de
uma futura escalabilidade do time, o Design System veio
pela motivação de conseguir agilizar o dia a dia desse time,
trazendo mais eficiência.”

Gabriela “Nossas motivações vieram muito das questões sobre


Attilio consistência e produtividade em termos não só de design,
mas também de desenvolvimento. Não faz sentido ficarmos
Product
codando sempre a mesma coisa. Um exercício que fizemos
Designer
no início do processo de construção do Design System foi
na Origin
listar o que isso traria de benefício para empresa, pro time e
para todo o ecossistema.”
Relação com Design System 20

Priorização, criação
de uma estratégia,
sistemas legados e
vícios processuais são
desafios recorrentes no
desenvolvimento do DS.
A ausência de apoio das lideranças e a falta de interesse interno em se
aprofundar no funcionamento de um Design System se mostraram as
barreiras mais difíceis de se ultrapassar.

Ranking dos principais desafios enfrentados para a implementação,


considerando as respostas gerais:

1. Dificuldade de priorizar o Design System entre as


tarefas da empresa.
2. Dificuldade em criar uma estratégia de desenvolvimento
e implementação.
3. Desafios técnicos (sistemas, legados e tecnologias obsoletas).
4. A empresa não encara o Design System como um produto.
5. A cultura da empresa.

Outros desafios que surgiram, em ordem de incidência:

Liderança da empresa não entende as necessidades e vantagens de um


Design System (6º), Design System não se encaixa dentro dos objetivos da
empresa (7º), Dificuldade em contratar pessoas especializadas (8º), Times
frustrados com tentativas anteriores que não deram certo (9º), Time de
desenvolvimento não entende as necessidades e vantagens de um Design
System (10º) e Time de design não entende as necessidades e vantagens
de um Design System (11º)

Para os perfis 3 e 4, vinculados às áreas de Design Ops, o desafio


número 1 é a categoria Desafios técnicos (sistemas, legados e tecnologias
obsoletas).
Relação com Design System 21

Por trás dos


números:
Ilton “Quase todos os nossos designers são seniores ou
Alberto especialistas, mas essa não é a realidade de todas as
Design Ops squads e isso dificulta no entendimento e uso do que
na Warren construímos. Estamos tentando evangelizar e divulgar o
conceito do Design System porque é muito ambíguo. Quando
eu falo o que é Design System e o que é biblioteca, algumas
pessoas não sabem a diferença e acham que é uma coisa
só. De longe, acho que esse é o maior desafio: definir uma
linguagem única para toda empresa.”

Raphael “No início, o primeiro grande desafio foi estruturar a área


Sonsino de design que não era tão bem definida e colocar de pé o
Head of Design Design System, vendendo o porquê de ser importante para
Ops na XP várias áreas da empresa e isso demorou aproximadamente
um ano. Uma coisa que acontece até hoje, e em qualquer
grande organização, é que o produto é bacana e muita
gente vê valor e entende, mas temos que provar com mais
detalhes que realmente funciona antes de tê-lo desenvolvido.
Por isso, acabamos criando uma calculadora do SOMA
Design System, para mostrar pra galera o porque aquilo era
importante e conseguir o engajamento e a priorização que
precisávamos. Nós não podíamos virar gargalo.”

Henrique “Temos alguns desafios com times que criaram um Design


Fonseca System próprio ou squads que não passam as telas pelo
Design System review e já colocam em produção. Pelo time ser grande,
Ops no PicPay manter a consistência e os acertos nesse início é mais difícil.”
Relação com Design System 22

Apesar de existirem
barreiras, é notável
o aumento do
entendimento sobre
o papel, os ganhos
e a importância de
um Design System
na evolução dos
produtos digitais.
Das 158 pessoas respondentes que não utilizam Design System:

77,8% dizem haver uma necessidade de desenvolvê-lo e


implementá-lo em sua empresa
7% apontaram não haver necessidade
15,2% não souberam responder.
Relação com Design System 23

Por trás dos


números:
Claudio “Hoje as empresas já possuem uma melhor noção do
Cologni papel de um Design System e isso torna mais fácil o nosso
Senior Product discurso de venda sobre sua importância e investimento.
Designer na Gastamos mais energia, explicando processos e formas de
IBM iX atuação. Porém, ainda vejo que as discussões sobre Design
System no mercado são muito iniciantes. Elencam apenas
pontos técnicos e ignoram as burocracias e estruturas
organizacionais que podem nos atrapalhar o tempo inteiro.
Sinto falta de uma comunidade mais especializada onde
consigamos aprofundar essas discussões.”

“Anteriormente não tínhamos uma squad com foco em


Caroline
Design System, era um processo cascata entre o time de
Guilherme
design e time de engenharia e isso resultava em muitos
Lead Interaction
gargalos para os times que já precisavam de novas
Designer na
implementações. Hoje estamos definindo melhor os papéis
RD Station
e processos.”
Relação com Design System 24

Os principais ganhos
percebidos com
a implementação e o uso
do Design System são
a melhora na organização
e visibilidade interna da
estrutura dos produtos,
melhora nos processos
entre desenvolvimento
e design e aumento
da escalabilidade através
do reaproveitamento
de código e otimização
de recursos.
Relação com Design System 25

Por trás dos


números:
Gabriel Vaz “Eu destacaria 3 benefícios que tivemos: sistema
Product Design legado gerenciado de uma maneira muito mais prática,
Manager na documentação unificada onde todos os designers têm
Jusbrasil visibilidade de como funcionam os componentes e termos
conseguido uma governança de Design System, onde temos
o inventário de componentes e um pipeline bem definido do
que eles são e como deveriam ser criados.”

Ilton “Para o desenvolvimento, começamos a ter tudo tokenizado


Alberto e isso facilitou muito as trocas. Antes era tudo hard coded e
Design Ops na era bem problemático, tínhamos muita breaking change no
Warren projeto e eliminamos isso quando falamos de tokens. Já pro
time de design, agora temos tudo no Figma, em uma única
fonte organizada e padronizada. Antes os designers não
entendiam como utilizar a biblioteca, os nomes não batiam e
acabavam usando token de um contexto errado.”

“Eu faço o tracking do processo de design e tivemos uma


Gabriela queda legal de craft, que é uma tarefa que eu uso para
Attilio mensurar a evolução da interface. Tivemos um impacto
Product
de pelo menos 20%. Fora isso, o Design System facilitou
Designer na
bastante a troca com os desenvolvedores e a análise das
Origin
variantes do Figma, sentimos que a nossa conversa com
eles ficou mais empoderada.”
Relação com Design System 26

A resistência em aderir
ao uso do Design System
é mais alta nos times de
desenvolvimento do que
nos times de design.
Um fato decorrente da falta de inclusão ou de uma
inclusão tardia dos times de desenvolvimento nas
discussões e tomadas de decisão.

Idealmente, a construção do Design System passa por


um processo colaborativo que envolve tecnologia e
todo o capítulo de design em diferentes níveis.

A maioria dos times de design já utilizam com êxito o


Design System e 34,5% mostram utilizar com um alto
engajamento.

Outros 34,5% dos times de design estão começando


a usar o DS agora e apenas 4,3% sentem uma certa
resistência durante a utilização.

Os maiores índices de times que estão utilizando


o Design System com alto engajamento vêm das
respostas dos perfis 3 e 4, os perfis que atuam
em Design Ops.
0
10%
20%
30%
A maior parte do
time utiliza e está

34,5%
bem engajada

A maior parte do
time já utiliza

21,7%
de design?

Em porcentagem de respostas:
O time está
começando

34,5%
a utilizar

Existe uma certa


resistência pela

4,3%
maior parte do time
Gráfico 7. Como o Design

Não sei
Relação com Design System

responder
System é utilizado pelo time

4,9%
27
Relação com Design System 28

Gráfico 8. Como o Design


System é utilizado pelo time
de desenvolvimento?
Quando olhamos para o uso dos times de
desenvolvimento, o percentual de resistência ao uso é
maior (14,1%). 40,1% está começando a usar agora e
36,5% já utiliza com êxito.

Em porcentagem de respostas:

40,1%

30%

19,7%
20%
16,8%
14,1%

9,2%
10%

0
A maior parte do
time utiliza e está
bem engajada

A maior parte do
time já utiliza

O time está
começando
a utilizar

Existe uma certa


resistência pela
maior parte do time

Não sei
responder
Relação com Design System 29

Por trás dos


números:
Gabriel Vaz “Acho que um ponto importante que toda empresa deveria
Product Design olhar é a inclusão de um desenvolvedor nas discussões
Manager na de Design System. Na maioria das vezes quando temos
Jusbrasil algum problema aqui de quebra de componente ou tela,
por exemplo, é porque não houve esse alinhamento com o
desenvolvedor. Perdemos muito tempo até perceber isso
e poderíamos ter feito antes. Teríamos menos problemas
legados com certeza. Inclusive quando lançamos a nossa
documentação, envolvemos os desenvolvedores e eles
foram os que mais ficaram felizes em ver o material.”

Carla “Nós tivemos algumas iniciativas que acabaram se


Priscila perdendo com o tempo porque eram muito específicas
Demarchi para desenvolvedores ou muito específicas para designers.
Design System Acho que é um erro comum que muitas empresas cometem
Senior na Globo quando estão iniciando um Design System, afinal não existe
uma receita de bolo. Depois de algumas tentativas, para
nós ficou claro que o Design System precisava ser uma
iniciativa que conectava design e tecnologia, e então fomos
ajustando isso.”
Relação com Design System 30

Existem Design Systems


sendo desenvolvidos
sem o suporte de um
time de Design Ops.
Porém, os implementados com esse suporte têm mais
sucesso em obter engajamento e seguir estratégias de
implementação e crescimento.

64,4% dos Design Systems têm algum tipo de


estratégia traçada para a implementação, porém,
apenas 41,4% conseguem segui-la.

A maioria das respostas referentes à conseguir seguir


a estratégia de implementação vem dos perfis 3 e 4,
ligados às áreas de Design Ops.

24,7% dos Design Systems não possuem uma


estratégia de evolução e crescimento. 66,8% dos
Design Systems possuem uma estratégia, porém 48%
dos times estão seguindo essa estratégia e 18,8% não
estão.

Aqui, a maioria das respostas referentes a estar


seguindo a estratégia de evolução e crescimento
também veio dos perfis 3 e 4, ligados às áreas de
Design Ops.
Relação com Design System 31

A maturidade do
Design System em
relação ao suporte
para outras marcas,
acessibilidade,
animações e
microinterações
ainda é baixa.
Mas esse amadurecimento está em evolução
constante, visto que o interesse das pessoas
designers em estudar os temas e implementar
melhorias é alto.

Entre esses temas, acessibilidade é o que mais se


destaca, sendo enxergado como um desafio amplo,
mas de extrema importância.
Relação com Design System 32

Gráfico 9. O Design System


oferece suporte à múltiplas
marcas?
35,9% dos Design Systems não têm necessidade de
suportar múltiplas marcas. Dos 61,9% que necessitam
dar suporte à múltiplas marcas, 18,8% já oferecem
suporte e 43,1% ainda não oferecem.

Em porcentagem de respostas:

35,9%

30%

25,7%

20% 18,8%
17,4%

10%

2,3%

0
O DS oferece
esse suporte

Existe essa
necessidade e estamos
trabalhando nela

Existe essa
necessidade mas o DS
não oferece suporte

No momento
não existe essa
necessidade

Não sei
responder
Relação com Design System 33

Acessibilidade:
79,9% das pessoas
respondentes dizem
estar estudando ou
tentando evoluir a
acessibilidade no
Design System.
Apenas 15,8% dizem que o Design System
em questão está muito ou completamente maduro
em relação à acessibilidade.
Relação com Design System 34

Por trás dos


números:
Ilton “Nos preocupamos bastante com acessibilidade, mas foi
Alberto necessário dividir e priorizar um pouco porque o escopo de
Design Ops acessibilidade é muito grande. Apesar disso, já deixamos
na Warren algumas regras claras como: não podemos entregar um
componente que não passe em leitor de tela, que não tenha
os atributos necessários como ter contraste, cores validadas
pela WCAG, etc. Se a squad tentar passar alguma coisa sem
esses pontos, a gente já barra no PR.”

Raphael “Também olhamos muito forte para acessibilidade, é um


Sonsino desafio, mas é algo importante. Acompanhamos os principais
Head of Design especialistas e estamos fazendo um trabalho bem grande
Ops na XP aqui dentro pra que nossos produtos sejam cada vez mais
acessíveis e atendam cada vez mais pessoas, de forma
inclusiva.”
Relação com Design System 35

Animações e
Microinterações:
Apenas 2% das
pessoas respondentes
consideraram o seu
Design System maduro
em relação às animações
e microinterações nos
Design Tokens.
Mais da metade, 51,3%, não contemplam animações e
microinterações e 41,4% estão começando a estudar o
tema agora ou melhorando o pouco que possuem.
Relação com Design System 36

Por trás dos


números:
Henrique “Motion e microinterações não é algo que estamos olhando
Fonseca tanto agora, pode vir a surgir isso ao longo do ano, mas
Design System por enquanto não. Uma coisa que começamos a discutir foi
Ops no PicPay sobre sound design. Sobre ilustrações, já temos ilustradores
no time que estão redesenhando ilustrações antigas,
que antes eram feitas com freelas. A ideia é evoluir
essa biblioteca e em seguida olharmos para ícones
personalizados também.”
Relação com Design System 37

As métricas para
medir a efetividade
de implementação do
DS ainda são pouco
usadas, mesmo
sendo consideradas
importantes.
A falta delas impacta diretamente a criação de
estratégias e a priorização do desenvolvimento

Times que já conseguem utilizar métricas de forma


consistente possuem Design Systems mais maduros
ou fazem parte de contextos organizacionais onde a
prática de mensurar é cultural.

Na maioria dos contextos analisados, o primeiro passo


para avaliar a implementação do DS foi dado de forma
qualitativa, entendendo a satisfação de uso dos times e
o impacto na experiência das pessoas usuárias.

Apenas 18,4% utilizam métricas, sendo elas:


(1 mais usada -> 5 menos usada)

1. Presença do Design System nos produtos


2. Utilização do Design System pelas squads
ou equipes
3. Produtividade das squads ou equipes
4. Satisfação e evolução das squads e equipes
5. Inconsistência dos produtos

As mais utilizadas pelas equipes de Design Ops


(perfil 3 e 4) são: “utilização do Design System pelas
squads ou equipes“ e “presença do Design System
nos produtos”.
Relação com Design System 38

Gráfico 10. Existem métricas para


acompanhar o desempenho e o
impacto do Design System?

67,1% das pessoas respondentes que utilizam Design


System dizem não possuir nenhuma métrica para
acompanhar o desempenho do seu DS.

Em porcentagem de respostas:

67,1%
Não

18,4%
Sim

14,5%
Não sei responder
Relação com Design System 39

Por trás dos


números:
Alfredo “Em relação a métricas, estamos estruturando nossos
Schaitza OKRs do Design System, olhando para indicadores do
UX Manager Jira e entendendo o tempo de entrega das squads. Mas
de Design nós não queremos que as pessoas entreguem só mais
Ops no Grupo rápido. Queremos que direcionem melhor o tempo das
Boticário entregas, com mais qualidade e com a parte de delivery
bem desenvolvida. Então, as métricas do Design System
também precisam considerar esses pontos. Por isso,
olhamos para volume de bugs, avaliamos a satisfação
das equipes e o ganho percebido vs. ganho real. Porque
mesmo não economizando tempo, o desenvolvedor pode
perceber que está investindo seus esforços em coisas mais
importantes. Por fim, temos também métricas relacionadas
à acessibilidade, onde conversamos com pessoas com
deficiência para entender a percepção de melhoria de forma
qualitativa.”

Caroline “No geral, sabemos que temos 30% das páginas com o
Guilherme Design System. Temos uma meta de chegar com pelo menos
Lead Interaction 80% das páginas acessadas com a nova interface até o final
Designer na do ano e acompanhamos essa evolução. Mas não é uma
RD Station métrica por componente, por exemplo. Não olhamos isso
ainda e não acho que iremos olhar. O valor disso não é tão
claro quanto falarmos do impacto que isso tem pro usuário,
então, a gente mede satisfação x redesign. Cada micro
serviço também tem o seu dashboard com métricas mais
operacionais.”

Carla “Hoje a nossa mensuração tem sido muito mais orgânica,


Priscila tentamos ouvir o máximo possível. É super importante que
Demarchi não sejam decisões que o time de Design System esteja
Design System impondo e sim decisões que tomamos em conjunto com
Senior na Globo outras pessoas. Acho que esse momento de usarmos
métricas mais quantitativas precisa e vai existir, mas um
pouco mais pra frente.”
Relação com Design System 40

A documentação se
mostrou um material
essencial para o Design
System, tanto para
garantir o nivelamento
internamente quanto
para colaborar com a
comunidade de design e
tecnologia externamente.
Apesar disso, a grande maioria ainda não é aberta
para a comunidade devido a regras de proteção de
dados das empresas e a um consenso de que a
documentação só deve ser divulgada quando o Design
System atingir um nível considerável de maturidade.
Relação com Design System 41

Gráfico 11. O Design System


possui documentação?
68,7% possui documentação, mas apenas 16,1%
é aberta. 28,9% ainda não possui nenhum tipo de
documentação.

Em porcentagem de respostas:

52,6%
Possui documentação
mas não é aberta

28,9%
Não possui
documentação

16,1%
Possui documentação aberta

2,3%
Não sei responder
Relação com Design System 42

Por trás dos


números:
Carla “A documentação sempre foi um grande problema pois
Priscila sabemos da sua importância, mas nem sempre ela é
Demarchi tratada com essa importância na hora da priorização e
Design System das tarefas do dia a dia. Pensamos em algumas formas
Senior na Globo de como resolver isso, construindo uma documentação
mais detalhada sobre as decisões que tomamos, o porquê
de cada coisa, assim fica mais fácil das outras pessoas
questionarem ou terem um histórico disso. Mas ainda não
achamos um modelo ideal. Existe uma dúvida sobre o quanto
detalhamos algumas coisas e somos mais sucintos em
outras. Precisamos encontrar um equilíbrio entre o conteúdo
que é mais teórico e o mais técnico.”

“Atuo em um time com níveis de experiência muito diversos,


Claudio
Cologni então nos preocupamos muito com a documentação.
Tentamos dar boas práticas de design, de acessibilidade, de
Senior Product
interface, além das próprias especificações do componente.
Designer na
Mesmo que para alguns sejam infos superficiais,
IBM iX
entendemos através de pesquisas que essas informações
seriam importantes para educarmos quem está no início ou
migração de carreira, evitando problemas básicos de design
de interfaces.”
Relação com Design System 43

Ranking dos tópicos mais documentados:

1. Brand e Identidade Visual


2. Design Tokens
3. Princípios de Design
4. Implementação dos Componentes
5. Semântica dos Componentes

Ranking dos tópicos em processo de documentação:

1. Implementação dos Componentes


2. Acessibilidade
3. Semântica dos Componentes
4. Design Tokens
5. Princípios de Design

Ranking dos tópicos menos documentados:

1. Animação e Motion
2. Acessibilidade
3. Princípios de Design
4. Brand e Identidade Visual
5. Semântica dos Componentes
Relação com Design Ops 44

Relação com Design Ops

A maioria dos
times de Design
Ops estão só
no comecinho,
com até 2 anos
de existência e
equipes de 1 a 10
integrantes.
55,5% têm menos de 1 ano e 32,7% têm entre 1 e 2
anos. Apenas 4,5% dos times têm mais de 2 anos.

65,5% têm de 1 a 5 integrantes e 20% têm entre


6 e 10 integrantes. Times com mais de 10 pessoas
totalizam 10,9%.
Relação com Design Ops 45

Gráfico 12. Há quanto tempo


o time de Design Ops existe?

Em porcentagem de respostas:

55,5%
Menos de 1 ano

32,7%
1 - 2 anos

2,7%
2 - 3 anos

7,3%
Não sei

0,9%
Mais de 4 anos

0,9%
3 - 4 anos
Relação com Design Ops 46

Gráfico 13. Quantas pessoas


trabalham no time de Design Ops?

Em porcentagem de respostas:

65,5%
1 - 5 pessoas

20%
6 - 10 pessoas

9,1%
11 - 20 pessoas

1,8%
21 - 50 pessoas

3,6%
Não sei
Relação com Design Ops 47

As principais motivações
para a implementação
de um time de Design
Ops estão relacionadas
com a melhoria de
processos entre os times
e o desenvolvimento de
habilidades.
Das 327 pessoas respondentes que não possuem um time de Design Ops
na empresa em que atuam, 48,9% dizem haver necessidade de tê-lo.

31,5% não soube responder e apenas 19,6% diz não haver necessidade
para o momento atual.

Ranking das motivações para a implementação de um time de Design Ops,


considerando as respostas gerais:
(1 maior motivação -> 11 menor motivação)

1. Melhorar processos entre desenvolvimento e design


2. Desenvolver e potencializar as habilidades do time de design
3. Disseminar cultura de design em escala pela empresa
4. Padronizar e gerenciar ferramentas
5. Tornar times de design e desenvolvimento mais integrados

Outras motivações que surgiram, em ordem de incidência: Aumentar a


produtividade das squads ou times (6º), Incentivar inteligência coletiva do
time de design (7º), Desenvolver, implementar e fazer a gestão do Design
System (8º), Escalar métodos e insights de Research (9º), Aumentar a
relevância da empresa dentro das comunidades de design e tecnologia
(10º) e Economizar custos com ferramentas (11º).
Relação com Design Ops 48

Já os principais desafios
estão relacionados à
cultura da empresa, ao
entendimento do valor
que a área pode trazer
e à contratação de
profissionais.
Ranking dos desafios enfrentados para a implementação de um time de
Design Ops, considerando as respostas gerais:
(1 maior desafio -> 5 menor desafio)

1. Cultura da empresa
2. Liderança da empresa não entende as necessidades e vantagens
de um time de Design Ops
3. Dificuldade em contratar profissionais especialistas
4. Design Ops não se encaixa dentro dos objetivos atuais da empresa
5. Empresa não entende que um time de Design Ops pode existir sem
um Design System

Quando olhamos apenas para as respostas dos perfis 3 e 4, que já


atuam diretamente em um time de Design Ops, as primeiras posições dos
principais desafios enfrentados se alteram para:

1. Dificuldades em encontrar profissionais especialistas


2. Time de desenvolvimento não entende as necessidades
e vantagens de um time de Design Ops
3. Cultura da empresa
Relação com Design Ops 49

Por trás dos


números:
Ilton “O maior desafio hoje é colocar essa cultura de Design Ops
Alberto dentro do time e da empresa. Antes era muito aberto, cada
Design Ops designer ficava muito sozinho, não se conversava, e agora
na Warren estamos tentando nos entender mais como chapter.”

“Eu como líder sei que é uma dificuldade para o time eles
Caroline
verem o valor das entregas, porque é bem diferente de se
Guilherme
estar em uma squad. Numa squad sempre vai ter um PM
Lead Interaction
falando o valor daquela entrega. Então, temos que mudar
Designer na
um pouco o mindset e buscar novas formas de engajar, mas
RD Station
esse é o desafio legal.

O lado não tão legal é quando vemos coisas que precisam


mudar, mas não temos a ferramenta ou autonomia para
isso. Estamos sempre iterando pra descobrir qual é a melhor
maneira de evangelizar e fazer os conteúdos funcionarem
pra galera.”
Relação com Design Ops 50

Observamos que os
times de Design Ops
têm surgido nas
empresas de formas
muito distintas, sem
uma estratégia ou padrão
de atuação consistente.
Os principais problemas de atuação ainda estão
relacionado aos estágios iniciais de formação do time,
como mostrar valor, estabelecer processos e gerir de
forma saudável.
Relação com Design Ops 51

Por trás dos


números:
Ilton “Defendo Design Ops como uma área mesmo, não acho
Alberto que é uma atribuição. Hoje, falar que uma pessoa é Design
Design Ops Ops soa como dizer que ela é Designer. Tá, mas designer
na Warren do quê? A atuação já é muito ampla. Ainda tem um pouco de
estigma de se definir apenas pelo desenvolvimento de um
Design System, mas vai além. É uma área que precisamos
começar a ver mais como a responsável por processos
e ferramentas dentro de um time. E vale ressaltar que
empresas diferentes trabalham de formas muito diferentes,
por enquanto, não tem um padrão. Em todas as áreas
de Ops que eu já passei ou quando converso com outras
pessoas sempre vejo atribuições diferentes de acordo com o
momento da empresa.”

Raphael “Não acreditamos no Design System existindo sozinho,


Sonsino sem Design Ops. Cada empresa vai explicar a área de um
Head of Design jeito, vai depender muito de como isso começou dentro da
Ops na XP empresa. Para nós, Ops é desde uma abordagem até um
serviço ou produto como o Design System, gerado por um
time que foca em eficiência operacional e faz essa gestão.”

Caroline “Estrategicamente falando sobre como evoluir Design Ops


Guilherme tenho estudado bastante e ainda não encontrei nada muito
Lead Interaction relevante, já que é claro que cada empresa faz de uma
Designer na forma. Acho que está todo mundo na mesma, vendo quais
RD Station são os próximos passos.”
Relação com Design Ops 52

“Time dedicado com


pessoas dedicadas à
Design Ops” é o modelo
de organização mais
exercido hoje pelos
times de Design Ops.
Percebemos que deve haver uma evolução natural
desse modelo para o de “time dedicado com pessoas
embaixadoras (pessoas dedicadas à Design Ops e
embaixadoras espalhadas pelas diferentes squads
ou equipes)”.

Os modelos de organização exercidos mais


citados foram:

1. Time dedicado com pessoas dedicadas à Design Ops (36,4%).


2. Time dedicado com pessoas embaixadoras: pessoas dedicadas à
Design Ops e embaixadoras espalhadas pelas diferentes squads ou
equipes (20%).
3. Modo solo com apenas 1 pessoa dedicada à Design Ops (19,1%).
4. Chapter com pessoas em diferentes squads ou equipes que
dedicam parte do seu tempo para Design Ops (15,5%).
Relação com Design Ops 53

Gráfico 14. Como o time de


Design Ops pretende estar
organizado daqui a 1 ano?
68% das lideranças dos times de Design Ops
pretendem direcionar o time atual para o formato
“Time dedicado com embaixadores no próximo ano, 24%
para “Time dedicado com pessoas dedicadas à Design Ops”
e 8% para “Chapter com pessoas em diferentes squads ou
equipes que dedicam parte do seu tempo para Design Ops”.

Em porcentagem de respostas:

68%
Time dedicado com pessoas
embaixadoras: pessoas
dedicadas à Design Ops
e pessoas embaixadoras
espalhadas pelas diferentes
squads/equipes

24%
Time dedicado:
pessoas dedicadas à
Design Ops

8%
Chapter: pessoas em diferentes
squads/equipes que dedicam
parte de seu tempo à Design Ops
Relação com Design Ops 54

Por trás dos


números:
Alfredo “A equipe de Design Ops ainda está em construção e é a
Schaitza única gerência de atuação horizontal dentro da estrutura
UX Manager de de UX, atendendo todas as cadeias de valor e garantindo a
Design Ops no otimização. Dentro dessa gerência buscamos assegurar que
Grupo Boticário designers que estão pulverizados em diversas equipes, ainda
mais remotos, tenham uma equipe onde possam centralizar
seus ritos, trocas de conhecimento, etc. Estamos mantendo
um canal aberto para que todos acessem Ops e o Design
System, mas ainda não temos pontos focais específicos para
cada linha de produto. A decisão de operar nesse formato
foi mais estratégica. A necessidade nasceu como uma
consequência da estrutura de squads, que descentraliza a
equipe. A área de Ops pode ser esse canal que se torna uma
referência e volta a centralizar as pessoas.”

Caroline “O time de Design Ops atua de forma dedicada para o


Guilherme chapter e para todas as squads ao mesmo tempo, com
Lead Interaction pessoas de perfis especialistas. Nós não temos o perfil
Designer na especialista dentro das squads, todos dentro das squads
RD Station são Product Designers e fazem a ponte com a gente de Ops
quando precisam de alguma coisa.

Chegar nesse formato foi um meio caminho entre uma coisa


estruturada e uma coisa orgânica. Entendemos que o time
de design era nosso cliente e começamos a pesquisar com
eles as necessidades, entender as rotinas, etc. Levantamos
todos os pontos de atenção e levamos pro time para que as
priorizações das iniciativas fossem tomadas em conjunto.
Mantemos isso medindo os impactos de forma quase sempre
qualitativa. Essa posição quase que de liderança de cada
pessoa do time de Ops, refletiu muito bem pro time de design
como um todo.”
Relação com Design Ops 55

Gráfico 15. Quais as principais


funções de quem trabalha no
time de Design Ops?
A função mais expressiva dentre as pessoas que integram os
times de Design Ops é a de Product Designer, com um perfil mais
generalista. Perfis especialistas começam a ser considerados
de acordo com o crescimento dos times de design e com a
necessidade de suporte dedicado para frentes específicas.

Product
Designer 19,5%

UX
Designer
13,2%

Front-End
Dev 12,4%

UI 11,8%
Designer

UX
9,4%
Researcher

UX
Writer
7,6%

Visual
Designer 7,3%

Product
Manager 5,2%

Back-End
Dev
3,2%

Product
Owner 3,2%

QA Analyst 2,7%

Pessoa
Ilustradora 2,3%

Motion
Designer 1,5%
Em porcentagem de respostas.
Não sei 0,75% As pessoas podiam responder
responder mais de uma função.
Relação com Design Ops 56

Times de Design Ops


não atuam isoladamente.
Além das diversas
atividades atribuídas
ligadas à gestão, temas
como colaboração,
comunicação, facilitação
e inclusão também são
constantes no dia a dia
do time.
Ranking das atividades mais realizadas pelos times de
Design Ops atualmente:

1. Desenvolvimento, implementação e gestão


do Design System
2. Gestão de ferramentas
3. Gestão de processos
4. Disseminação da cultura de design em escala
pela empresa
5. Gestão e desenvolvimento de pessoas

Outras atividades, em ordem de incidência:

Gestão de ritos e cerimônias (6º), Gestão de pesquisas


(Research Ops) (7º), Validação de tarefas (Quality
Assurance) (8º).
Relação com Design Ops 57

Por trás dos


números:
Gabriela “Entendemos Design Ops como você construir uma base
Attilio que deixe todos e todas confortáveis para fazerem o melhor
Product trabalho possível, da melhor forma possível. E aí envolve
Designer toda a parte de processos, ferramentas e pessoas. Temos
na Origin olhado para as iniciativas de Design Ops por entendermos
que é importante termos tudo organizado e estruturado para
escalarmos o produto de fato.”

Alfredo “Hoje a nossa principal iniciativa em Design Ops é o Design


Schaitza System, que precisa ser tocado como um produto e não
UX Manager de como projeto paralelo, mas também olhamos para atividades
Design Ops no diversas como a organização dos ritos, onde criamos uma
Grupo Boticário mini guilda para administrá-los de forma corresponsável
entre Ops e os Product Designers. Atendemos também
demandas projetizadas, frente que possibilita incubar novos
produtos já que a estrutura de squads é mais propícia para
a evolução e manutenção de plataformas já existentes,
olhamos para acessibilidade digital dentro e fora do Design
System e, por fim, evoluímos os processos de UX.”

Carla ”Nosso time de Design Ops tem uma organização um


Priscila pouco diferente do que vemos lá fora, onde Design System
Demarchi geralmente está dentro da organização de Design Ops.
Design System Aqui ele é um time que trabalha muito a parte de processos,
Senior na Globo pessoas e tem uma vertente de ferramentas. Hoje ele atua
sendo um parceiro do Design System. É uma parceria muito
próxima e estamos conseguindo atuar em diversas frentes,
como a compra de ferramentas de design e organização
de licenças. Acho que você não se dá conta do quanto é
maravilhoso ter um time de Design Ops até de fato ter um.”
Ferramentas e Plugins 58

Ferramentas e plugins

Ranking das ferramentas


mais usadas pelos
times de Design
Além de tudo que aprendemos sobre formato e
estrutura de times, métricas, desafios e motivações,
ainda sobrou um tempinho para abrir a caixa de
ferramentas* dos times e entender o que está sendo
mais utilizado hoje.

1. Figma
2. Miro
3. Adobe XD
4. Zeroheight
5. Sketch
6. Zeplin
7. InVision Design System Manager
8. ProtoPie
9. Principle

*Lista de ferramentas baseada no site UX Tools.


Ferramentas e Plugins 59

Ranking dos plugins


mais usados pelos
times de Design
1. Stark
2. Autoflow
3. Contrast
4. A11y - Color Contrast Checker
5. Rename It
6. Iconify
7. Unsplash
8. Content Reel
9. Zeplin
10. Craft
11. Lorem Ipsum
12. Material Design Icons
13. Able
14. Color Blind
15. Themer
Outros plugins citados:

Abstract; Adee; AEUX; Angle Mockup; Anima; Arrow Auto; Auto Grid; Automate; Avatars; Avocode;
Axure Plugin; Better File Thumbnails; Blindness Check; Blobs; Blush; Breakpoints; Camilo; Change
Text; Chart; Chroma; Clay Mockups; Cluse; Color Blender; Color Search; Component Variables;
CSSGen; Design Lint; Design Lint; Design System Manager; Design System Organizer; Detach Master;
Ditto; DSP Reader; Feather Icons; Figma Measure; Figma Tokens; Figma Walker; Figmiro; Figmoji;
Figmotion; Find and Place; Font Awesome Icons; Font Master; Frame Status; Google Sheet Sync; Icon
Finder; Icon Resizer; Instance Finder; Link to Documentation; Lottie Files; Maintenance; Mapsicle;
Marvel - Prototyping Plugin; Nudged; Pixel Perfect; Plant; Red Lines; Remove BG; Resize Layers;
Roller; Semantic Color Sync; Similayer; Simple Status; Sketch Guides; Smart Text; Sorter; Spacers;
Sticky Notes; Streamline Icons; Style Organizer; Styler; Symbol Organizer; Sympli Handoff; Text Styles
Generator; Theme Switcher; Time Machine; Timer; To Do; UI Faces; unDraw; User Flow; Userberry;
Visibility; Visual Eyes; Vizzy Charts; Wireframe Library.
teoria Meiuca
Capítulo 3
O que levamos de tudo isso 61

O que levamos de tudo isso

Os níveis de maturidade
quando o assunto é
Design System & Ops
A partir daqui, vamos apresentar a nossa teoria sobre
os níveis de maturidade das empresas em relação a
Design System & Ops e como enxergamos o mercado
brasileiro atualmente. Como isso funciona? Criamos
uma escala de 05 níveis, na qual enquadramos
separadamente o “produto Design System” e a
“disciplina Design Ops” para deixar claro qual é a
jornada de cada um deles, seus maiores desafios e
algumas armadilhas perigosas que precisamos escapar
pelo caminho.

Um breve spoiler: aprendemos com o tempo que


colocar os dois no mesmo bolo, inclusive quando o
assunto é design organizacional, dificulta bastante
a gestão, a evolução e o investimento nas frentes.
Na conclusão da nossa teoria destacamos essa
preocupação entre os 10 mandamentos para uma
jornada saudável.
O que levamos de tudo isso 62

Mas por que criar uma régua? Essa pesquisa reforçou


aquilo que já estava na nossa cabeça: as empresas
têm bastante dificuldade em enxergar onde estão e,
consequentemente, isso torna difícil a nossa missão
de entender como o nosso mercado está caminhando.
A partir de agora, vamos rodar todos os anos o “Design
System & Ops - Mostra a tua cara!” com o objetivo não
só de mensurar a nossa evolução como comunidade,
mas também para levantar tendências e possibilidades
que nos ajudem a apontar os prováveis próximos
passos do mercado.

Vale lembrar que a teoria que você vai ler na sequência


consumiu insights dessa pesquisa, mas é sobretudo
produto das nossas vivências nos últimos 04 anos
apoiando empresas de diferentes portes e segmentos.
Ela é, portanto, reflexo da nossa visão, sem nenhuma
ambição científica e de nos colocar como quem detém
a verdade absoluta.

Vamos lá? :)
1. A luta para mostrar valor 63

1. A luta para
mostrar valor
Design System
A imensa maioria das empresas no Brasil ainda se
encontra aqui, tentando mostrar à companhia o valor
de se investir em Design System. Nesse estágio
pode até se ter a falsa sensação de “estar dando os
primeiros passos” por existirem iniciativas pontuais em
times isolados, pelo chapter de design começar a se
organizar para debater o tema ou ainda pelas pessoas
de front-end já contarem como uma biblioteca de reuso
de componentes (mas que na imensa maioria das
vezes não nasceu em design).

Maior desafio

Apresentar razões concretas para se começar a investir


em um Design System através de um time 100%
dedicado.
1. A luta para mostrar valor 64

Possíveis armadilhas

01. Por ser difícil defender o investimento em um time


dedicado, você talvez decida começar investindo um
tempo parcial dos times de design e front-end para
começar o seu Design System. O perigo é que talvez
dessa forma ele demore muito para sair do papel.
A falta de foco ou pessoas responsáveis de forma
oficial podem ser também um grande obstáculo para a
sua governança e evolução. Tudo isso pode desgastar
a iniciativa, gerando um impacto na sua credibilidade
e uma super resistência por parte dos times, o que vai
ser difícil reverter no futuro.

02. Antes de começar, entenda de uma vez por todas


que Design System é um produto que retroalimenta
todos os outros produtos da companhia e que,
consequentemente, precisa do envolvimento das
pessoas de produto e tecnologia desde o primeiro dia.
Não deixe parecer que essa é uma iniciativa “do time
de design” da companhia, isso vai tornar mais difícil o
acesso a verba (já que partiria apenas do departamento
de design) e ainda pode causar uma resistência muito
grande na hora da implementação. E lembre-se: você
só tem um Design System quando suas bibliotecas são
100% espelhadas entre design e código, não é uma
biblioteca no seu software de design que vai resolver
o problema.

03. Sim, um Design System vem para trazer mais


eficiência, consistência e até um melhor time to market
e antecipação de receita, além de muitos outros
impactos para a experiência e para o negócio. Só não
esqueça de alinhar muito bem que ele também é uma
ferramenta de transformação, mais especificamente
sobre a forma como projetamos e desenvolvemos
nossos produtos. Ou seja, seu impacto leva tempo.
1. A luta para mostrar valor 65

Em grandes empresas, é seguro dizer que você vai


precisar de algo perto de 06 meses para desenvolver
uma ótima V.01 do seu Design System e no mínimo mais
06 meses para começar a difundir a sua implementação
para toda a companhia. Obviamente tudo isso pode
variar de acordo com as habilidades do seu time,
complexidade do seu cenário e quantidade de pessoas
100% dedicadas. O recado aqui é: não prometa impacto
a curto prazo!

O que você precisa para começar?

Como todos os outros produtos da companhia, você


pode começar pequeno e ir crescendo com o tempo,
conforme for provando valor ao negócio. Considere a
“mínima estrutura de uma squad” para dar os primeiros
passos de forma concreta: 01 Product Owner + 01
Designer + 01 Dev Front-End. Mas claro, você precisa
entender que as stacks do seu “ecossistema de
bibliotecas” vão influenciar diretamente nessa estrutura.
Caso decida ter bibliotecas nativas iOS + Android, por
exemplo, deverá contar com uma pessoa especialista
por linguagem nesse time. Você também pode adicionar
perfis como “testers” para garantir a qualidade, pessoas
ilustradoras ou até pessoas dedicadas ao suporte e
capacitação do time. A composição desse time pode
variar de acordo com o seu cenário e evoluir de acordo
com a curva de maturidade do assunto na companhia.
Dica importante: tente vender esse time como uma
“squad habilitadora”, que vai trazer mais eficiência
e qualidade para todas as outras e, de preferência,
defenda a sua atuação por pelo menos 12 meses para
garantir que vão conseguir entregar e mensurar impacto.
A partir daí fica mais fácil planejar as próximas rodadas
de investimento no produto.
1. A luta para mostrar valor 66

Design Ops
Assim como o Design System, o primeiro passo quando
o assunto é Design Ops é mostrar o valor para iniciar
o investimento. Geralmente as empresas que estão
nessa etapa estão em franco crescimento e passa a
ser necessário operacionalizar a disciplina com uma
gestão mais clara sobre as ferramentas, sobre todos os
processos de design e também sobre como fazemos a
gestão do nosso chapter, do onboarding até a gestão
de carreira.

Maior desafio

Com certeza é sobre mostrar a importância de


se investir em uma pessoa ou time dedicado a
Design Ops.

Possíveis armadilhas

01. Tanto o Design System quanto a Design Ops


vieram como uma consequência da maturidade do
design como disciplina e da necessidade de escalar
os nossos times (que não param de crescer) e da
própria forma como projetamos nossos produtos. Por
isso, um sempre teve forte ligação com o outro e, por
muito tempo, entendemos o Design System como uma
ferramenta de Design Ops. Porém, de um tempo pra
cá, começamos a entender que times de Design Ops
que embarcam o Design System como uma de suas
atribuições têm uma tendência muito forte a terem a
sua energia bastante consumida por ele, o que faz com
que passe a ser difícil equilibrar a energia com todos os
outros desafios. Ou seja, reforçamos que você só tem
a ganhar ao encarar Design Ops como uma disciplina
1. A luta para mostrar valor 67

de “designers para designers” e o Design System como


um produto, com gestão e investimento compartilhado
entre design, tecnologia e produto (negócio).

02. Independente do que dizem sobre o que é Design


Ops por aí, entenda que o importante é essa pessoa ou
esse time servir a disciplina de design como um “caça
gargalos”, como alguém que vai buscar operacionalizar
ou criar padrões que facilitem a prática do design na
companhia. Se dê ao luxo de definir os pilares de
atuação, desenhar modelos de colaboração para o
chapter e definir as pessoas que fazem parte desse
time de acordo com o seu cenário.

03. Diferente do Design System, é viável começar


Design Ops apenas com uma pessoa. Então comece
pequeno e desenvolva mecanismos de usar o próprio
chapter para evoluir questões importantes para a
disciplina. Você pode atribuir a missão de desenhar
um onboarding incrível para uma pessoa, melhorar
o processo de handoff para outra, testar novas
ferramentas para uma terceira. É possível pessoas
designers alocadas em squads reservarem parte do
tempo para se doarem a Design Ops.
2. Primeiros passos 68

2. Primeiros passos
Design System
Consideramos aqui as empresas que já possuem
de fato um time dedicado ao assunto, com foco e o
mínimo planejamento alinhado com stakeholders. É
quando começamos de fato a entender o nosso cenário
para projetar um Design System que dê suporte às
necessidades da companhia e consiga evoluir como
um produto.

Maior desafio

Nessa etapa “gerenciar expectativas” de todos os


stakeholders e dar pistas de que estamos no caminho
certo enquanto desenvolvemos de fato a V.01 do nosso
Design System é com toda certeza o grande desafio.
2. Primeiros passos 69

Possíveis armadilhas

01. É natural que surja uma certa dose de ansiedade


por métricas, mas é fundamental você entender que
elas devem acompanhar a fase do seu produto Design
System. Enquanto estiver na fase de concept, tente
entender o quanto cada stakeholder enxerga valor e
mostre como isso tem melhorado desde que começaram
a falar e propagar o assunto na companhia. Quando
começar a sua implementação o foco será a satisfação
de quem está usando e a qualidade do código, talvez a
eficiência e qualidade do seu suporte também. Depois
você vai começar a entender quantos times estão usando
(a cobertura do seu Design System) e, na sequência, a
penetração em cada produto. Só com a implementação
em estágio avançado começamos a entender o seu
impacto em produtividade global e nos produtos em si.
Mas claro, durante todo esse processo é fundamental
entender sobre quais indicadores estamos falando e como
criar “grupos de estudo”, isso vai ajudar a fazer algumas
projeções e planejar os próximos passos e crescimento
do time.

02. Assuma de uma vez por todas o Design System como


produto, não leve ele como um simples projeto. Isso quer
dizer trabalhar baseado nas mesmas rotinas e modelo
de metas ou planejamento dos demais produtos. E claro,
mesmo que na sua companhia o planejamento aconteça
a cada trimestre, não esqueça de desenhar um roadmap
de pelo menos um ano para dar visibilidade aos objetivos
do produto de médio e longo prazo.

03. Engaje os times enquanto desenvolve a primeira


versão. Seu Design System não vai entrar no dia a dia
de toda essa galera de uma hora para outra e, se tudo
der certo, também não será uma realidade para todos ao
mesmo tempo. Porém, é muito importante garantir que
estejam comprados com a sua chegada e que saberão
trabalhar a partir dele quando esse dia chegar. Invista
em treinamentos, comunicados e rodadas de “critique”.
Quanto mais as pessoas se sentirem parte da concepção,
menor será a resistência na implementação.
2. Primeiros passos 70

Design Ops
Aqui estão as empresas que já contam com uma
pessoa ou time dedicado a Design Ops. Vale a reflexão
se essa pessoa ou time na verdade não está apenas
com foco em tirar o seu Design System do papel. Se
esse for o caso, talvez seja interessante dar alguns
passos para trás e entender como repensar essas
atribuições. Conseguimos perceber uma quantidade
considerável de empresas nessa fase.

Maior desafio

Aqui o foco está em estruturar de fato a sua operação,


definindo pilares de atuação, sub-desafios abaixo de
cada um deles, modelos de colaboração do chapter
com a disciplina e quais serão as pessoas que vão
fazer parte desse time.

Possíveis armadilhas

01. Invista energia no planejamento da sua operação,


entenda para onde vai o negócio e a disciplina de
design. É muito importante dividir a sua energia entre
atuar nos gargalos de curto prazo e tudo aquilo que é
necessário para os próximos passos acontecerem de
forma mais saudável e estruturada.

02. Entenda como DevOps ou outras disciplinas


que buscam a excelência operam na sua empresa
atualmente, isso pode dar muitos insights sobre como
se planejar ou mostrar valor dentro da sua estrutura.

03. Lembre-se que Design Ops também é sobre


suporte, ou seja, aqui também é fundamental separar
parte da sua energia para os incêndios que vão
acontecer no dia a dia e para ouvir o seu próprio time.
É nesse processo inclusive que você acaba ganhando
a confiança das pessoas, o que é essencial para o
sucesso da disciplina.
3. Início da implementação 71

3. Início da
implementação
Design System
Nessa etapa estão as empresas que já conseguiram
construir a primeira versão do seu Design System com
uma quantidade relevante de componentes e estão
iniciando a implementação espelhada em design e
tecnologia. Lembre-se: Design System sem código nem
é Design System! ;)

Maior desafio

Essa é talvez a etapa mais sensível do processo, seus


desafios serão não ceder à pressão de disponibilizar
o Design System para todos os times ao mesmo tempo
e contornar o legado dos seus produtos atuais, que
podem trazer feedbacks assustadores como “isso
não funciona”.
3. Início da implementação 72

Possíveis armadilhas

01. Não subestime a importância de uma


implementação piloto. Lembre-se de, na hora de criar
sua estratégia de implementação, estabelecer aquele
time ou produto pelo qual vão começar. Esse momento
é bastante importante para “errarmos” em um ambiente
ainda controlado, ajustarmos as bibliotecas e processos
para novas ondas de implementação. E ainda sim,
recomendamos fortemente que seus próximos passos
aconteçam em ondas, com um número de novos times
sendo suportados a cada mês ou trimestre.

02. Lembre-se que existe uma curva de aprendizado


do outro lado, por isso não esqueça de investir bastante
energia em um onboarding estruturado para os times.
Quanto melhor for o seu onboarding, menor será o
volume de suporte e, em teoria, menor também será
a curva de aprendizado desses times. Sem contar
que uma boa experiência, com as primeiras pessoas
que usam, faz com que seu Design System fique bem
falado na companhia, o que vai diminuir a resistência
dos próximos e, se for a sua estratégia, tornar viável
a construção de uma verdadeira rede de pessoas
embaixadoras.

03. Se seu Design System é um produto, você precisa


ouvir quem está usando e entender que é natural que
ele evolua. No início da sua implementação muita coisa
pode “não dar certo”, entenda cada feedback como um
presente e evolua a partir dele. Lembre-se que nesse
momento é fundamental que todo o time dedicado
ao Design System dedique parte considerável da
sua “capacity” (tempo disponível em uma sprint) para
suporte aos demais times e bugs. E não se esqueça
também de estabelecer canais por onde vão entrar em
contato e, se você trabalhar em uma grande empresa,
pode ser legal estabelecer também um SLA (tempo
de resposta) para cada tipo de chamado, além de
mensurar a satisfação com cada atendimento.
3. Início da implementação 73

Design Ops
São aquelas empresas onde a Design Ops já está
começando a rodar. Uma vantagem interessante
das operações em relação a um Design System é
que podem ser implementadas muito mais rápido e,
consequentemente, entregar valor mais rápido também.

Maior desafio

Com certeza o maior desafio nessa fase é garantir que


a divisão de responsabilidades entre Design Ops e a
liderança tradicional de design esteja bem definida e
transparente.

Possíveis armadilhas

01. As tarefas podem ser mais complexas do que


parece. Redesenhar o onboarding do time, pensar
como avaliar ferramentas… Os desafios de Design Ops
exigem muitas vezes um esforço bem grande, você
vai se pegar criando métodos, desenhando serviços e
até refletindo sobre questões sensíveis como “a forma
como avaliamos nosso time”. Então vá com calma
na hora do seu planejamento até entender de fato a
energia que deveria investir em cada tarefa, assim
você garante que tudo esteja sendo executado com
qualidade.

02. O maior desafio (definir e saber as fronteiras da


sua responsabilidade) também esconde uma grande
armadilha: virar um time ou pessoa que “tapa buraco”.
No começo é normal uma certa dose de confusão e
talvez você ajude por estar “chegando agora” nessa
cadeira, mas cuide para isso não virar um hábito e
atrapalhar o seu planejamento.
4. Primeiros frutos 74

4. Primeiros frutos
Design System
São aquelas empresas que já estão implementando
o seu Design System em uma parte considerável dos
seus times e já começam a ver ganhos como: mais
consistência, mais eficiência, melhor comunicação
entre pessoas de design e tecnologia, mais
acessibilidade e menor dependência de profissionais
seniores em todas as frentes. É esperado que isso
aconteça após o primeiro ano, não se cobre ou gere
a expectativa de que aconteça antes disso.

Maior desafio

Com a implementação devidamente estabilizada, o


desafio passa a ser evoluir os padrões, documentações
e processos a partir de métricas e testemunhos de
quem usa no dia a dia.
4. Primeiros frutos 75

Possíveis armadilhas

01. Não tenha medo de dizer que um determinado


padrão não faz mais sentido. Um Design System deve
evoluir constantemente e você pode evoluir um padrão,
incluir um novo ou simplesmente voltar atrás com um
que parece não fazer mais sentido. Faz parte, não
encare isso como um “erro”.

02. Vão perguntar “e agora, o que todo esse time vai


ficar fazendo?”. Essa pergunta vem de uma visão
limitada de que o trabalho de Design System é pontual.
Nesse momento é fundamental que você tenha um
planejamento e próximos passos muito claros. Fora
do Brasil já é normal encontrarmos “tribos de Design
System”, com squads dedicadas a diferentes frentes.

03. Nessa altura podem surgir as primeiras métricas


(aquilo que os stakeholders curtem mesmo ver) e
é fundamental que você tenha medido o “antes do
Design System” para conseguir comprovar o impacto.
Então aqui vai uma dica muito importante: enquanto
estiver dando os primeiros passos tente entender tudo
aquilo que pode ser um indicador de produtividade
ou qualidade em design, tecnologia e produto para
comparar nesse momento.
4. Primeiros frutos 76

Design Ops
São aqueles times que começam a ver o reflexo
da operação no dia a dia da disciplina. Isso pode
se materializar através de uma sensação de mais
produtividade, de mais qualidade nas entregas, na
saúde do chapter ou até na forma como a comunidade
e os stakeholders passaram a enxergar o time de
design da companhia.

Maior desafio

Criar mecanismos para metrificar o impacto de


Design Ops.

Possíveis armadilhas

01. Se o crescimento do time de Design Ops não


acompanhar o crescimento do chapter como um todo
você pode ter um problema. Lembre-se que quanto
mais pessoas para dar suporte, maior será a carga
sobre a operação. Tente garantir que essa equação
continue saudável.

02. Cuidado para não atrapalhar o time em busca


de métricas. Lembre-se que nosso foco é facilitar a
vida dos designers, busque evitar mecanismos para
mensurar o impacto de Design Ops que possam trazer
mais trabalho ao dia a dia do time.
5. De olho no futuro 77

5. De olho no futuro
Design System
Aquelas empresas que já estão refletindo sobre os
próximos passos do Design System. O quanto ele
pode contribuir para a construção de experiências
personalizadas onde entregamos de forma dinâmica as
interfaces para cada perfil de usuário, a possibilidade
de construir “Design Tools” para resolver os gargalos
particulares da nossa esteira de produto ou até mesmo
promover uma grande revolução em nossos processos,
com cada vez menos necessidade de se perder horas
prototipando interfaces nos softwares de design.
Com um Design System maduro passa a ser viável
até mesmo “ditar” uma interface para as pessoas de
tecnologia, por exemplo. No Brasil ainda não chegamos
lá, mundialmente falando algumas empresas como
o Airbnb se destacam pelo protagonismo e
viés experimental.
5. De olho no futuro 78

Maior desafio

O maior desafio nessa etapa está em provar o valor


de se investir em “inovação”, mantendo parte do time
dedicado a experimentar novas abordagens sem a
certeza de um retorno prático.

Possíveis armadilhas

Não fazemos ideia, mas não vemos a hora de


ajudar empresas a mergulharem nesse caldeirão de
possibilidades! :)

Design Ops
Aqui estão os times onde a Design Ops já está 100%
rodando, com todo o planejamento executado e
métricas que comprovem sua evolução constante.
Esses times passam a refletir como fragmentar a
disciplina em outras operações como Research Ops e
como contribuir com a operação do dia a dia de produto
como um todo, além do design.

Maior desafio

Estabelecer alianças e encontrar formas de atuação


com outras disciplinas.

Possíveis armadilhas

Ainda vivenciamos pouco esse estágio, em breve


traremos algumas dicas! :)
10 Mandamentos Meiuca 79

10 Mandamentos
Meiuca
Aquelas breves dicas para uma jornada saudável
quando o assunto é Design System & Ops.

01 Separe a disciplina do produto: dedique uma


pessoa ou time para Design Ops e crie um time
dedicado ao seu Design System. Lembre-se de
criar uma estrutura mínima de squad;

02 Venda o time de Design System como uma


“squad habilitadora”, que vai facilitar a vida de
todas as outras;

03 Para financiar o seu Design System, busque um


investimento compartilhado entre tecnologia,
design e produto. Não busque verba apenas do
departamento de design (geralmente é a área em
construção, com menos recursos);
10 Mandamentos Meiuca 80

04 Não promova o seu Design System como uma


iniciativa de design. Mais uma vez, repita comigo:
ele é um produto que vai retroalimentar todos os
produtos da companhia;

05 Deixe claro quais serão seus impactos positivos,


mas deixe mais claro ainda que provavelmente
eles só vão começar a acontecer depois dos 12
primeiros meses;

06 Quando o assunto é Design Ops, lembre-se de


entender os seus pilares de atuação, desafios
abaixo deles e planejar o primeiro ano
da operação;

07 O chapter de design pode contribuir com desafios


de Design Ops, você só precisa desenhar essa
forma de contribuição com muito carinho;

08 Na hora de mensurar o impacto de tudo isso,


lembre de não sacrificar o seu time por métricas.
Elas são importantes, mas a prioridade continua
ser “facilitar a vida” de todo mundo, não
o contrário;

09 Lembre que tanto Design System quanto Design


Ops é sobre “dar suporte”, reserve um tempo
considerável para atender e ouvir.

10 Entenda a razão pela qual estão fazendo, planeje


com cuidado, comemore as pequenas vitórias e
mantenha a expectativa de que o resultado não
vem do dia para a noite. Vai dar certo! :)
para não
Capítulo 4

81

esquecer
Para não esquecer 82

Notas finais
Entender o uso prático de Design System e Ops no dia a
dia do mercado não é uma tarefa fácil, afinal, organizar,
desenvolver e padronizar não é tão simples quanto
parece, envolvendo legados técnicos e culturais.

Nosso maior aprendizado foi que, apesar de ainda


engatinhar em alguns temas importantes como métricas
e acessibilidade, a presença de Design Systems e áreas
de Design Ops no Brasil cresceram expressivamente
nos últimos 2 anos, quebrando barreiras em empresas
de diferentes tamanhos e abrindo espaço para novas
atuações de pessoas designers brasileiras.

Encerramos essa jornada de investigação otimistas


por perceber o quanto as empresas brasileiras estão
dispostas a aprender e dividir suas experiências sobre o
tema umas com as outras.

Esperamos que essa pesquisa possa fortalecer o debate


sobre Design System e Ops em nossa comunidade,
sendo o primeiro passo para começarmos a analisar
e acompanhar esse cenário em evolução com mais
profundidade.

O nosso muito obrigado a todas as pessoas que


reservaram parte do seu tempo para participar e colaborar
com esse estudo.

Design System & Ops


Mostra Tua Cara,

Flw, valeu.

Se você tem interesse em saber mais ou apoiar projetos de


pesquisa de design como este, entre em contato em meiuca.co

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