Tecnica para Fabrivação de Espuma

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RESPOSTA TÉCNICA – Espuma para colchões e sofás

Espuma para colchões e


sofás
Informações sobre a fabricação de espumas para
colchões e sofás.

Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico - CDT/UnB

Fevereiro/2015
RESPOSTA TÉCNICA – Espuma para colchões e sofás

Resposta Técnica LIMA, Larisse Araújo


Espuma para colchões e sofás
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico - CDT/UnB
27/2/2015
Informações sobre a fabricação de espumas para colchões e
sofás.
Demanda Gostaria de saber sobre os tipos de espumas para colchões
e sofás. Quais os equipamentos e reagente utilizados na
confecção dessas espumas?
Assunto Fabricação de espuma de borracha
Palavras-chave Colchão; espuma de poliuretano semirrígida; fabricação

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RESPOSTA TÉCNICA – Espuma para colchões e sofás

Solução apresentada

“As espumas flexíveis em bloco tem sido produzidas durante décadas, em grande variedade
de densidades e suporte de carga, para difer3entes usos, como colchões somente de
espuma, ortopédicos e de mola, travesseiros, artigos de mobília, materiais almofadados
dentre outros” (Vilar, [200-?]).

Tipos de Espumas

De acordo com Vilar ([200-?]) existem quatro tipos de espumas flexíveis: espumas
convencionais, de alta resistência (HR), com carga e de alto suporte de carga:

Espumas Convencionais - As formulações de espumas convencionais


podem ser modificadas para produzir espumas com uma extensa gama de
propriedades que podem ser classificadas [de acordo com sua dureza].

Espuma de Alta Resiliência (HR) - As espumas HR apresentam resiliência


de cerca de 60%, semelhante à espuma de látex de borracha. Elas estão
disponíveis em uma extensa gama de densidades e durezas e são
projetadas para oferecer principalmente características de alta resiliência e
alto suporte de carga. Considerando que elas são mais caras que as
espumas convencionais, o uso delas está limitado aos produtos de alto
desempenho.

Espumas com carga - Espumas flexíveis em bloco com carga usam cargas
inorgânicas (carbonato de cálcio e sulfato de bário) para aumentar a
densidade da espuma e as características de suporte de carga, porém este
aumento geralmente é acompanhado por uma redução na resistência à
tração e ao rasgo, alongamento, e diminuição da resistência à fadiga.
Cargas como melamina são usadas para melhorar resistência ao fogo.

Espumas de Alto Suporte de Carga - Espumas com alto suporte de carga


incorporam um poliol polimérico na formulação para aumentar a dureza.
Porém, os fabricantes têm que equilibrar cuidadosamente a melhoria na
dureza contra o aumento de densidade a fim de evitar sacrificar outras
propriedades físicas da espuma. Caso contrário eles podem apresentar
diminuição na resistência à fadiga (VILAR, [200-?]).

Espumas especiais e seus principais usos

De acordo com Vilar ([200-?]) além das espumas convencionais existem ainda espumas
consideradas especiais. A utilização dessas espumas irá depender do intuito do
estofamento:

Espumas Antiestáticas - É possível incluir propriedades de controle


estáticas em espumas flexíveis, tornando-a uma escolha excelente para
aplicação de empacotamento eletrônico.

Espumas Viscoelásticas - Espumas viscoelásticas, com recuperação lenta


são um tipo de espuma com resiliência menor que 20%, comparado com os
40% para a espuma convencional e 60% para espumas de alta resiliência.
3
Normalmente, são fabricadas em densidades entre 40 e 30 Kg/m , com
valores mínimos de: resiliência à compressão de 10kPa a 50% de
deformação; força de endentação de 10N a 40% de deformação; e fator de
conforto de 2,3 (ABNT NBR 13579-1). Elas exibem propriedades de alta
absorção de impacto (até 90%), som e vibração, e devido ao toque suave, e
redução de pontos de tensão na pele são utilizadas em diversas áreas
como: na médica em colchões hospitalares, cadeiras de roda, almofadas
para hemorróidas, etc; na domestica de alto conforto em colchões,
estofados, travesseiros, mantas, etc; na calçadista, em palmilha; na de
transporte junto com as espumas HR em assentos, apoios de cabeça, etc.

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Espumas Hiper-moles - As espumas hiper-moles ou hiper-macias (hiper


soft) são caracterizadas por um toque inicial muito macio, baixa resistência
à compressão, excelente histerese e propriedades de alongamento. São
normalmente fabricadas com densidades de 30Kg/m3 e como às
viscoelásticas são usadas em aplicação de alto conforto, nas camadas
superficiais de estofos mobiliários, banco de ônibus leito, etc, junto com
espuma convencionais e HR.

Espumas CMHR e CSMHR - Espumas CMHR são espumas de alta


resiliência (HR) aditivadas com retardante de chama, para apresentar
resistência á propagação do fogo. As CSMHR apresentam resistência à
propagação de chama e pouca formação de fumaça (redução de até 80%
do HCN), atendendo as normas BS-5852 Crib 5, Califórnia 117, AFNOR X
70-100 e AFNOR NF F 16-101, que estabelecem métodos para avaliação
de flamabilidade em colchões e estofados, e requeridas para assentos de
veículos de transporte de passageiros, como trens (VILAR, [200-?]).

Equipamentos utilizados na fabricação de espumas

Segundo Gonçalves ([200-?]) os equipamentos utilizados na fabricação das espumas são:

Será preciso ter uma balança eletrônica digital para 250 kg, cortadeira de
espuma vertical com faca sem fim, compressor de ar, grampeador
pneumático, máquina para fechar colchão, máquina de costura industrial de
braço cilíndrico; mesas industriais, móveis de escritório, seladora de
sacos plásticos, com solada útil de 980 mm de comprimento e uma serra
circular (GONGALVES, [200-?]).

Matéria prima utilizada e suas principais funções na fabricação de espumas

“A espuma é conhecida como poliuretano, um material feito a partir da mistura de tolueno de


isocianato (TDI), poliol, silicone, octoato de estanho (T.9), amina, corantes e cloreto de
metileno” (GONGALVES, [200-?]).

“Nos processos de fabricação de espumas flexíveis são utilizadas diferentes matérias-


primas, como polióis, isocianatos, água, catalisadores, surfactantes, agentes de expansão
auxiliares, retardantes de chama,pigmentos, cargas” (VILAR, [200-?]).

Segundo Vilar ([200-?]) na fabricação das espumas podem ser utilizadas agentes de
expansão auxiliar (AEA). Sua função principal é diminuir a densidade e a dureza das
espumas flexíveis:

Os AEAs são volatilizados pelo calor da reação, diminuindo os riscos de


incêndio, e como não formam segmentos rígidos de poliuréia não
aumentam a dureza da espuma. A variação da proporção de água/AEA
permite que sejam feitas espumas com a mesma densidade e diferentes
durezas. Com as restrições ambientais aos CFCs, são utilizados: o cloreto
de metileno que sofre restrições em países europeus; a acetona que é
inflamável; e o dióxido de carbono liquido. Como o volume de gases gerado
é proporcional ao peso molecular do AEA, uma parte em peso de água
libera um volume de gases equivalente ao liberado por 10 partes em peso
de CFC, 8,5 de cloreto de metileno, 6 de acetona, e 3,3 de dióxido de
carbono liquido. O aumento do teor de AEA na formulação acarreta
diminuições da densidade, dureza, alongamento e resistência á tração e ao
rasgo (VILAR, [200-?]).

De acordo com Vilar ([200-?]) os catalisadores possuem uma função especial na obtenção
de espumas, pois esses irão definir propriedades importantes tais como:

Compostos organometálicos são os mais usados na catálise da reação de


polimerização das espumas de PU especialmente o dioctoato de estanho II.
O octoato estanoso é normalmente diluído a 10% no poliol antes de ser
usado, ou adquirido já diluído. A solução deve ser feita diariamente por ser
hidrolisável (após 12 horas) pela água contida no poliol, tornando-se leitosa e

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perdendo a atividade. Em climas quentes e secos, após 3 ou 4 horas, a


solução pode mudar de amarelo pálido para marrom escuro sem perda da
atividade. Alternativamente, o dilaurato de dibutil estanho (DBTL), que tem
maior atividade catalítica e resistência à hidrolise pode ser utilizado,
especialmente quando são feitas pré-misturas com poliol, contendo água,
aminas e silicone.

As aminas terciárias utilizadas para catalisar a reação de expansão com


desprendimento de gás carbônico e formação de poliuréia. Dependendo da
sua estrutura, têm efeito catalítico mais pronunciado nas reações de
expansão (catalisador de expansão), gelificação (catalisador de gelificação) e
cura da pele (catalisador de cura da pele). Sais de ácidos carboxílicos das
aminas terciárias são empregados como catalisadores de ação retardada. As
aminas terciárias mais utilizadas são: 1) bis-(2-dimetilaminoetil) éter
(BDMAEE) que tem forte efeito catalítico na reação de expansão reduzindo o
tempo de creme da espuma. 2) Diaminobiciclooctano (DABCO) ou
trietilenodiamina (TEDA) que tem menor efeito na reação de expansão do que
a BDMAEE e maior na reação do gelificação, sendo útil em formulações com
alto teor de cloreto de metileno. 3) N,N-dimetiletanolamina (DMEA) que tem
maior atividade na reação de expansão e perde atividade nos estágios finais
da expansão. Para facilitar o manuseio, estas aminas são também fornecidas
diluídas em dipropileno glicol (DPG). Além disso é prática comum utilizar
misturas de duas ou mais aminas para maior latitude de processo.

O balanço entre os teores utilizados de catalisadores de gelificação (dioctoato


estanoso) e de expansão (amina terciária) é muito importante nas
características das espumas. Quando se usa baixa concentração de
catalisador de estanho, o polímero demora muito a gelificar. Neste caso
ocorre a contração dos filamentos poliméricos, enquanto o líquido escoa
resultando em rachos no bloco da espuma. Por outro lado, o excesso de
catalisador de estanho torna o polímero demasiadamente forte e resistente à
pressão interna dos gases. Como conseqüência, as paredes celulares não
são rompidas, a espuma terá células fechadas, e encolherá. O encolhimento
da espuma ocorre porque a difusão do gás carbônico, do interior das células
fechadas, é mais rápida do que a do ar para o interior das mesmas,
resultando numa diminuição da pressão no interior das células. Esta
diminuição é intensificada pelo resfriamento simultâneo da espuma. Por outro
lado, um excesso do teor de catalisador de expansão amina pode ocasionar
rachos ou o colapso da espuma (VILAR, [200-?]).

Conclusões e recomendações

Abaixo estão sugeridas respostas técnicas já elaboradas que discorrem mais


detalhadamente a respeito do processo produtivo dos vários tipos de espumas utilizadas
para estofamento de colchões, sofás e afim mobiliários.

Associação Brasileira da Indústria do Plástico - ABIPLAST


Av. Paulista, 2439 - 8º Andar - cj. 81/82 - 01311-936 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3060-9686
Site: <http://www.abiplast.org.br/>
Email: <[email protected]>

Sugere-se acessar o site <http://www.respostatecnica.org.br> e realizar a busca no Banco


de Respostas, utilizando os códigos das respostas 6423; 18851; 13342; 13933; 2820; 2762;
28015 para encontrar os arquivos disponíveis.

Recomenda-se, especialmente, a leitura das seguintes Respostas Técnicas:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Fabricação de espumas para


colchões de mola. Resposta elaborada por Catiane Alves de Souza. Atualizada por
Jaqueline Cavalcante Milhome em 27 nov. 2013. Salvador: IEL/BA, 2007. (Código da

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RESPOSTA TÉCNICA – Espuma para colchões e sofás

Resposta: 6423). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev.


2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Travesseiro de espuma. Resposta


elaborada por Lisiane Fernanda Fabro de Castilhos. Curitiba: TECPAR, 2011. (Código da
Resposta: 18851). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev.
2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Cura de espumas. Resposta


elaborada por Tiago Alves Mesquita. Brasília: CDT/UnB, 2008. (Código da Resposta:
13342). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev. 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Fabricação de espumas para


colchões. Resposta elaborada por Lisiane Pancotti Fontana. Curitiba: TECPAR, 2009.
(Código da Resposta: 13933). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso
em: 25 fev. 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Tecidos e espuma antialérgica e


seus fornecedores. Resposta elaborada por Camila Gomes Victorino. Atualizada por Fábio
Grigoletto em 29 nov. 2013. São Paulo: SIRT/UNESP, 2006. (Código da Resposta: 2820).
Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev. 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Equipamentos para a fabricação


de colchões de espuma. Resposta elaborada por Carlos A.V. de A. Atualizada por Fábio
Grigoletto em 24 set. 2013. São Paulo: SIRT/UNESP, 2006. (Código da Resposta: 2762).
Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev. 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Equipamentos para a fabricação


de colchões de espuma. Resposta elaborada por Carlos A.V. de A. Atualizada por Fábio
Grigoletto em 24 set. 2013. São Paulo: SIRT/UNESP, 2006. (Código da Resposta: 2762).
Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev. 2015.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Certificação de colchão de


espuma de poliuretano. Resposta elaborada por Luana Bombassaro. Porto Alegre:
SENAI/RS, 2013. (Código da Resposta: 28015). Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 25 fev. 2015.

Fontes consultadas

GONÇALVES, Vinicius. Fábrica de colchão de espuma. [S.l], [200-?]. Disponível em:


<http://www.novonegocio.com.br/ideias-de-negocios/fabrica-de-colchoes-de-espuma/>.
Acesso em: 25 fev. 2015.

VILAR, Walter. Química e Tecnologia dos Poliuretanos. [S.l], [200-?]. Disponível em:
<http://www.poliuretanos.com.br/Cap3/35propriedades.htm>. Acesso em: 25 fev. 2015.

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