UNIFAMMA - U2 - Linguagem Fotográfica
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Objetivos de Aprendizagem
Compreender a construção do pensamento fotográfico;
Identificar os tipos de enquadramento;
Conhecer a construção estética da imagem fotográfica;
Reconhecer a presença e a função da poética, linguagem e discurso
fotográfico.
Plano de Estudo
Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos:
1. A construção do pensamento fotográfico
2. Construção da linguagem poética e discurso fotográfico
3. Os discursos presentes na imagem fotográfica
4. A estética na fotografia
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CONVERSA INICIAL
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Módulo 1 - A construção do pensamento fotográfico
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implicações culturais e sociais decorrentes das tomadas das imagens que
fazemos do mundo.
Sintetizando, podemos dizer que a fotografia se dedica a criar imagens que se
destinam a, pelo menos, três tipos de função: documental, comunicativa e
expressiva.
As imagens documentais são aquelas que cumprem a função de registro.
Destinadas a documentar fatos, eventos, acontecimentos e circunstâncias às
quais atribuímos valor social e que, em última instância, constituem nosso
repertório histórico, antropológico, étnico e cultural.
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Foto: O Boticário
Foto: Dior
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Como as fotografias cumprem diferentes funções sociais, uma mesma imagem
pode cumprir mais de uma delas, embora todas possuam aspectos técnicos e
estéticos semelhantes, o que as diferencia ou as coloca em uma ou em outra
função, é sua relação com o contexto discursivo.
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Construção de Significados Visuais: a participação de jovens a partir da
fotografia participativa. Daniel Meirinho. Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/meirinho-daniel-2018-construcao-significados-
visuais.pdf
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às habilidades técnicas ou artísticas destinadas ao desenho, à pintura ou à
escultura.
A principal característica da fotografia consiste no pressuposto de que a
imagem obtida por ela decorre de condicionantes e ocorrências manifestas
previamente no meio e tomadas no ato fotográfico como um recorte,
ressignificando o visível. Ou seja, uma imagem fotográfica depende de que
algo tenha, obrigatoriamente, ocorrido no mundo que seja registrado pela
câmera.
A câmera fotográfica não “inventa”, “cria" ou “imagina”, apenas registra o que já
existe no mundo. Embora o registro possa ser, em boa parte, conduzido pelo
fotógrafo, a ocorrência em si, mesmo que tenha sido ordenada, produzida e
coordenada pelo ser humano, deve ter acontecido antes para existir, e depois,
ser eternizada na imagem fotográfica. O ato fotográfico em si, reside na
capacidade de identificar, escolher e reter informações visuais do meio
ambiente, exclusivamente pela luz.
Entendemos que este processo da reprodução do visível, foi a maior
responsável pela difusão e consolidação da fotografia, fazendo com que ela
superasse a produção das demais imagens conhecidas. O que também a
valorizou foi o seu potencial de aplicação em diferentes áreas do conhecimento
e da expressão humana, atendendo diferentes funções, dos registros, à
informação e criação.
Pode-se dizer que a fotografia sempre operou em duas instâncias distintas:
captação e registro. E, desde sua invenção, atuou em dois domínios técnicos:
óticos e digitais. Pode-se dizer que, desde os primeiros momentos da história o
ser humano buscou entender os fenômenos óticos, isto serviu para intuir a
possibilidade de reproduzir imagens mais próximas do mundo natural, talvez
tenha sido esta a motivação da descoberta do fenômeno estenopéica.
Entretanto, apenas depois do momento em que foram descobertos os materiais
que são sensíveis à luz é que foi possível a invenção da fotografia. Logo, seu
surgimento deu-se em razão do domínio dos conhecimentos químicos,
substituído, mais tarde, pelo sistema de fotografia digital.
Agora que conhecemos e reforçamos os conhecimentos sobre a imagem
fotográfica, vamos verificar o processo de leitura das fotografias. Esse
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processo é dividido em quatro etapas: imago, imaginação, imaginário e
imagética.
Imago, traduzido do latim, significa imagem. A palavra “imagem”, na nossa
compreensão, acomoda tanto a ideia de representação como a ideia de
criação, ou seja, a tomada de alguma coisa que já existe como também a
possibilidade de criar algo novo.
Neste caso, a criação passa a ser resultado do ato de elaborar, inventar e criar
que, nada mais é, do que imaginar. Ao longo da história humana, o processo
de criação de imagens foi se desenvolvendo, tanto técnica como
conceitualmente, possibilitando às imagens cumprirem diversas funções
sociais, formando assim, a imaginação.
Deste modo, o conjunto ou a coleção destas imagens de diferentes origens,
funções e, sobretudo, ideologias, constituiu no que chamamos de imaginário.
Em suma, nossa atuação em torno da imagem nos habilita, ou possibilita,
pensar em estratégias de observação e transformação que constituem um
campo específico ao qual podemos chamar de imagética. Ou seja, um lugar
onde construímos, desenvolvemos, tratamos e significamos as imagens.
No caso da fotografia, em especial, atuamos no campo imagético e mais, ao
longo do tempos nos apropriamos das percepções, qualidades sensíveis,
aspectos plásticos e valores inerentes às demais imagens, com a vantagem de
termos à disposição um aparelho específico para o registro das imagens. Logo
percebemos que a câmera fotográfica nada mais é do que um aparelho criado
para produzir imagens e, ao mesmo tempo, é um equipamento que respeita a
visão mais técnica da construção das imagens registradas pelo ser humano do
que da perspectiva ótica.
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Indicação De Recurso Didático
• Photography: a cultural history. Mary Warner Marien. 2002.
Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=NsolmLbz8igC&printsec=frontcover&dq=
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BR&sa=X&ved=0ahUKEwju_9fGvd3jAhXoH7kGHT3gBeEQ6AEIMTAB#v=onep
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• The Manual of Photography. Elizabeth Allen, Sophie
Triantaphillidou. 2011. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=IfWivY3mIgAC&printsec=frontcover&dq=
photography&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwju_9fGvd3jAhXoH7kGHT3gBeEQ6AEIPzAD#v=onep
age&q&f=false
• Digital Photography Bible. Dan Simon. 2004. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=3ygQ6Ie0pWEC&printsec=frontcover&dq
=photography&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwju_9fGvd3jAhXoH7kGHT3gBeEQ6AEITjAF#v=onepa
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• Metodologia do Ensino de Artes: linguagem das artes visuais.
Luciana Barone Bueno. 2008. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=Nfg-
gxHQinIC&pg=PA107&dq=lendo+imagens&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwjbhdPUvd3jAhW0FbkGHV1aDzwQ6AEILTAB#v=one
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• Leitura de Imagens. Lucia Santaella. 2012. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=Hrv0pjjqoncC&pg=PT22&dq=lendo+ima
gens&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwjbhdPUvd3jAhW0FbkGHV1aDzwQ6AEINzAD#v=one
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Módulo 4 - A estética na fotografia
Para ler fotografias temos que considerar todo o percurso histórico e técnico da
construção de imagens, caso contrário, nosso caminho ficaria incompleto e
faltariam dados para sua compreensão. É como se, em uma viagem, víssemos
apenas a chegada e não tivéssemos presenciado o início e vivenciado o
percurso.
A superposição de todas estas camadas de informação são essenciais para ler
fotografias, considerando que ela assume a tradição das imagens, desde suas
origens, e vai além desta tradição aditando tecnologia a este processo.
Portanto, temos que considerar, nesta leitura, aspectos perceptivos, aspectos
psicomotores, aspectos da física, da química, da informática, bem como,
aspectos históricos, sociais, antropológicos e estéticos.
É nisso que se constituiu o pensamento fotográfico. Se, de um lado, há a
imagem produzida tecnicamente, de outro, há também a imagem simbólica,
aquela que o ser humano preza e revela todos os seus valores, crenças e
desejos.
Desde seus anseios humanos mais primitivos, que eram procriar e se
alimentar, outros foram sendo acrescidos especialmente os da atualidade,
alimentados pela sociedade capitalista, instaurados pela indústria e comércio
como o marketing e o consumo.
Desta forma, é muito importante compreendermos como a estética na
fotografia trabalha para a administração e construção dos desejos da
sociedade atual. A estética faz referência a uma filosofia da fotografia em
busca de sua linguagem.
Para falarmos de estética, em qualquer campo da arte ou da expressão
humana, é necessário iniciarmos a discussão pelo próprio sentido do termo
“estética”. Estética vem do grego Aístetikós que, por sua vez, se origina em
Aísthésis. Este termo se refere à apreensão sensível do mundo, ao sensório,
sensorial, ao perceptivo e estético. O campo estético está relacionado ao
âmbito sensorial e perceptível. Logo, o conceito de estética, parte do perceptivo
e do sensível.
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Perceba, caro aluno, que estamos novamente permeando as definições de
aspectos perceptíveis e qualidades sensíveis. No campo estético da fotografia,
essas qualidades se mostravam nos elementos expressivos usados nas
diferentes modalidades artísticas, portanto, o estético está relacionado com
qualidade e valor.
Os estudos estéticos realizados por diversos autores elevou a questão estética
na fotografia a um patamar de disciplina rica, complexa e ao mesmo tempo
desafiadora. Considerando estes aspectos, não há como definir apenas uma
estética para o contexto da arte em geral, mas sim de delimitar, para cada
modalidade expressiva, quer seja visual, sonora, cênica ou literária, os
contornos estéticos para a análise de cada campo de expressão.
Podemos dizer numa aproximação superficial, que o percursos da fotografia
delineou um caminho próprio e exclusivo, onde apenas ela é capaz de
expressar e significar do modo que o faz.
Pode-se afirmar que, em uma aproximação superficial, o percurso da fotografia
delineou um caminho próprio e exclusivo, onde apenas ela é capaz de
expressar e significar do modo que o faz. Como já vimos, originariamente a
fotografia buscou filiar-se à pintura. As primeiras imagens produzidas pelos
artistas/ fotógrafos, tinham influência muito forte da estética pictórica.
Isso faz sentido quando analisamos a primeira tendência da fotografia, o
fotopictorialismo, ou pictorialismo fotográfico. O movimento pictorialista teve
como principal objetivo promover a produção de fotografias artísticas, capazes
de conferir aos fotógrafos o mesmo reconhecimento dado aos artistas
tradicionais.
A segunda tendência estética na fotografia pode ser identificada como
movimento Foto Secessão. A proposta deste movimento foi a autonomia da
produção fotográfica, o que se assemelha a Arte Moderna, que possuí o
mesmo objetivo.
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Fotografia Pictorialista de Henry Peach Robinson
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• Faces Fotografia e a Arte do Retrato. Paul Fuqua, Steven Biver. 2010.
Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=YP0vRVpXnlgC&pg=PR7&dq=fotografia
+arte&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwiA2aeK6d3jAhWoIbkGHXHgA_4Q6AEIMjAC#v=onep
age&q&f=false
• Fotografia Usos e Funções no Século XIX. Annateresa Fabris. 2008.
Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=84ERMEgyezoC&pg=PA173&dq=fotogra
fia+arte&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwiA2aeK6d3jAhWoIbkGHXHgA_4Q6AEIPTAE#v=one
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• Intermediário Aula 12 - O Significado da Estética - Jan Mukarovsky -
Sit Kong Sang. Escola Pública de Fotografia. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=kwDFVIX309U&ab_channel=EscolaP%C3%
BAblicadeFotografia
• Estética da Fotografia. Rebecca Torquato. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=uNUsYv520Gk&ab_channel=RebeccaTorqu
ato
• A Crise da Aura na Fotografia: estudo sobre os desdobramentos do
texto de Walter Benjamin, a obra de arte na era da sua reprodutibilidade.
Gustavo José Barbosa Paraiso. 2007. Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/paraiso-gustavo-crise-na-fotografia.pdf
O que Vemos: experiências fotográficas a partir do mundo interior. Iulo
Almeida Alves. 2009. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/alves-iulo-o-
que-vemos-experiencias-fotograficas.pdf
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Conclusão
Concluímos assim, mais uma Unidade. Nos últimos quatro módulos estudamos
sobre alguns movimentos fotográficos, qual a relação da fotografia com a
estética e as melhores formas de ler e compreender uma imagem.
Percebemos caro aluno, que quando bem estudada, a fotografia promove
compreensões, experiências e vivências únicas. Enquanto forma de arte
,promove a reflexão de diversas formas de expressão e pode ser vista como
uma maneira de conexão entre as pessoas.
A observação do mundo, ou seja, a observação das coisas ao nosso redor, faz
com que interpretemos as imagens fotográficas de forma muito mais profunda.
É necessário treinar o olhar para, a partir das concepções apresentadas,
possamos compreender o imagético fotográfico de uma maneira concreta e
relevante.
A Linguagem fotográfica é o resultado da soma de diversos elementos que
compõem o discurso da fotografia. Compreender a Linguagem Fotográfica é
entender todo o processo da fotografia, desde sua produção até a sua
divulgação.
Desta forma, caro aluno, é muito importante reiterarmos que a fotografia é um
processo técnico, artístico e expressivo muito importante para o homem, desde
aspectos comerciais até aspectos históricos e sociais.
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Referências
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2 ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
CARROLL, Henry. Leia Isto se Quer Tirar Fotos Incríveis. São Paulo: G.Gilli,
2016.
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