Prova Lucielle S Neves Ibet Ect CSCYV5YPha
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PROVA
São Paulo
2021
1. Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos
entes federativos, responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, por meio de lei ordinária, podem estabelecer prazo diverso do
constante no CTN para a decadência e prescrição de seus créditos? E
mediante lei complementar estadual ou municipal? Considere em sua resposta
o julgado abaixo e ofereça sua opinião fundamentada acerca da decisão?
O primeiro passo é saber que são as tão faladas normas gerais de direito
tributário. E a resposta vem depressa: são aquelas que dispõe sobre conflito
de competência entre as entidades tributantes e também as que regulam as
limitações constitucionais ao poder de tributar.
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Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
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CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. – 28. ed. – São Paulo : Saraiva, 2017, p.
229.
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Nesse sentido, em atenção ao contido no mencionado artigo 146, III, “b” da
Constituição Federal de 1988, não é autorizado à União, aos Estados, Distrito
Federal e aos Municípios, disciplinarem, por lei ordinária, prazo diverso para os
institutos da decadência e da prescrição dos constantes no Código Tributário
Nacional, por ser incompatível com o previsto na CF/88, sendo portanto,
inconstitucional.
De outro lado, sobre a possibilidade de estabelecimento de prazo diverso por
meio de lei complementar no âmbito estadual ou municipal, destaca-se o previsto no
artigo 24, caput, inciso I4, bem como o §1º5 do mesmo artigo, todos da Constituição
Federal de 1988. O mencionado artigo trata da competência ordinária da União para
edição de normas gerais em matéria tributária, e, em caso de inexistência de norma
geral, a competência residual dos Estados e do Distrito Federal para legislar.
Todavia, apesar da previsto na CFRB, ressalta-se, novamente, que o Código
Tributário Nacional foi recepcionado com status de Lei Complementar com a
promulgação e vigência da Constituição Federal de 1988, motivo pelo qual as regras
gerais sobre prescrição e decadência restam fixadas, não podendo ser alteradas por
pelos Estados, Distrito Federal e/ou Municípios.
Com relação ao julgamento do Recurso Extraordinário nº 560.626/RS, na
mesma linha do entendimento adotado no julgamento do Recurso Extraordinário nº
559.943, o Supremo Tribunal Federal, em repercussão geral, declarou
inconstitucional dos artigos da Lei 8.212/1991, o qual estabelecia o prazo de 10
(dez) anos para prescrição e decadência das contribuições especiais destinadas ao
custeio da seguridade social.
Inclusive, em decorrência do referido julgamento, o Supremo Tribunal Federal
editou a Súmula Vinculante nº 8 que preceitua: “São inconstitucionais o parágrafo
único do artigo 5º do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991,
que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário.”
Portanto, as contribuições previdenciárias destinadas ao custeio da
seguridade social, devem observar, necessariamente, os prazos estabelecidos nos
artigos 173 e 174 do Código Tributário Nacional, como norma geral em matéria
tributária vigente em nosso ordenamento jurídico, com fundamento no comando
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
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§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
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contido no artigo 146, III, da CF/88. Esse entendimento deve ser adotado em face de
qualquer norma jurídica que discipline sobre prazos diversos dos constantes no
CTN, sob pena de violação expressa ao artigo 146, III, “b” da CF/88.
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Referências