História e Cultura Das Artes
História e Cultura Das Artes
História e Cultura Das Artes
A par da arquitetura académica de raiz historicista e/ou eclética desenvolveu-se uma outra mais inovadora
e atual, concretizada pelos engenheiros- a arquitetura do ferro e do vidro (arquitetura da revolução
industrial. As condições que explicam a expansão desta nova arquitetura repousam no avanço da
industrialização e no crescimento económico (necessidade de novas fábricas estufas silos armazéns…), no
extraordinário crescimento demográfico e urbano (aumento das necessidades construtivas nas cidades) e
no desenvolvimento do transporte gares, pontes, viadutos etc.)
A arquitetura do ferro e do vidro caracteriza-se por:
Novos materiais como o ferro, vidro o tijolo e também aço e betão (a vantagem de resistir melhor às
cargas, serem moldáveis e polifuncionais tornando-se mais eficazes).
Recorrer a sistemas e processos construtivos modernos que aplicavam novas maquinarias e
assentavam no esqueleto interno em ferro (permite distribuir melhor as forças e opor-lhes maior
resistência; permitiu tornar as paredes livres da função de sustentação e facilitou a progressão em
altura das construções. Possibilitava a construção modular estandardizada, poupando mão de obra e
tempo).
Novas tipologias construtivas que respondessem com maior racionalidade e funcionalidade às
necessidades específicas da encomenda (estufas e jardins de inverno, cobrir antigos pátios internos
descobertos, pavilhões fabris e destinados a exposições, armazéns, galerias comerciais vilas operárias,
gares e alfandegas;
Implementar uma nova estética arquitetónica linear e estrutural, dinâmica, luminosa, transparente e
etérea com interpenetração interior e exterior mais racional e funcional;
Na prática desta arquitetura distinguiram se para além de Eiffel e Joseph, os arquitetos Henri Labrouste
(Biblioteca de Santa Genoveva e a Biblioteca Nacional, ambas em Paris, Dupla Dutert e Contamin com a
Galeria da exposição universal de 1889, em Paris.
Rejeição dos estilos historicistas e revivalistas do tempo, procurando um novo repertório inspirado na
natureza no homem e nos animais.
Mistura entre materiais e técnicas industriais com materiais naturais e com técnicas tradicionais.
Nova estética baseava na linha sinuosa, elástica e flexível usada em composições que buscavam o
ritmo, o decorativismo, o simbolismo poético.
Estes princípios comuns manifestaram-se através de diferentes estilos pessoais diferentes escolas regionais
e nacionais. Difundiram-se em duas grandes tendências:
Fauvismo Século XX
O fauvismo foi o primeiro movimento estético do século XX, e foi também o mais curto. Nasceu das
pesquisas cromáticas realizadas por Henri Matisse e Albert Marquet em Paris, e Derain e Vlaminck, em
Chatou. Oficializou-se na exposição do Salão de Outono de 1905.
O fauvismo fez a rejeição teórica de todas as tendências artísticas anteriores, bem como todos os
convencionalismos na pintura, essa rejeição é justificada pela demasiada fidelidade ao mundo visível e
pela demasiada intelectualização que essas correntes trouxeram á arte. Derivar de muitas conquistas pós-
impressionistas (Van Gogh, Cézanne e Gaugin). Os Fauvistas valorizavam exclusivamente os elementos
plásticos da linguagem pictórica e pela sua função decorativa, promovendo a autonomia do quadro (a obra
de arte).
O autor mais representativo e que a ele se manteve ligado mais tempo ao Fauvismo foi o francês Henri
Matisse.
Pintura
Pintura instintiva e imediata.
Cores fortes e puras.
Harmonias em contrastes.
Simplificaram as formas, distorcendo volumes e perspetivas.
Assumiram a bidimensionalidade dos quadros.
Composições em linhas sinuosas, com carater lírico e sensual.
Os temas não foram relevantes, as pinturas não têm outro objetivo senão a comunicação estética.
Dadaísmo
Foi um movimento cultural de grande abrangência, surgido durante a primeira grande guerra em Zurique,
na Suíça, em Nova Iorque, quase em simultâneo. A iniciativa de veio de um grupo alargado de intelectuais,
que se havia refugiado da guerra nestas cidades neutrais. Após o fim da guerra a dispersão geográfica dos
membros destes grupos levou à formação de novos núcleos difusores do dadaísmo, em vários pontos do
mundo.
O dadaísmo explica-se como uma reação às sociedades burguesas e capitalistas e a cultura que elas
defendiam. Foi motivada pela revolta contra os grandes sofrimentos causados pela guerra, os quais o
dadaísmo queria tornar visíveis e pelos quais culpabilizaram os sistemas sociopolíticos vigentes.
Proclamava também o vazio espiritual e o sentimento a absurdo que a guerra instalara.
Os autores dadaístas acreditavam pela destruição também se cria, ou seja, para construir uma sociedade é
necessário começar por destruir o que já existia. A arte dadaísta caracterizava-se por:
Nas temáticas- assuntos provocatórios explorando conteúdos insólitos e incongruentes aparentemente
sem sentido;
Na execução técnica- usar técnicas provocatórias quase todas inovadoras e outras inspiradas no
cubismo.
O objetivo era inquietar e provocar o público, promover a consciencialização da noção de absurdo e de
vazio
Na pintura
Misturou colagens e objetos encontrados usou fotomontagens e rayographs.
Na fotografia
Fotomontagem e rayographs, manipulou fotos e laboratório.
Na escultura
usou assemblages e inventou os ready made (peças já feitas, não manipuladas pelo artista).
Os dadaístas chegaram mesmo á sua negação, afirmando que a verdadeira arte era antiarte. Segundo eles,
a arte e o artista só deveriam ter lugar na sociedade se a ela fossem úteis.
O dadaísmo não foi entendido pelo publico, mas teve consequências culturais e artísticas:
Promoveu a discussão em torno do ensino das artes;
Contribuiu para a evolução do conceito de arte e aparecimento de novas modalidades;
Passou influências, conceptuais, técnicas e estéticas a outros movimentos como o Surrealismo.
Cubismo
O cubismo foi um movimento pictórico que constituiu uma das primeiras vanguardas plásticas do
século XX, e é considerado uma das raízes estéticas da arte abstrata.
pintura pura, cerebral e conceptual que
elaborou a reconstrução lógica e geométrica das formas da Natureza.
Propôs novos modos de representação dos espaços e das formas, com base na invenção plástica e em
pressupostos teórico-científicos como as novas geometrias e as mais recentes descobertas da Física
(teoria da relatividade e o seu conceito de 4ª dimensão) e da Filosofia.
A sua construção repousa em antecedentes como Paul Cézanne e a sua conceção de pintura enquanto
reconstrução lógica e geométrica da Natureza, e o exemplo da arte étnico-primitiva.
O cubismo evoluiu em três fases:
Cezanniana 1907-1909
Prática de temáticas de paisagem e figura humana.
Representação racional e geométrica das formas.
Linhas de contorno quebradas.
Manutenção dos volumes.
Existência de perspetivas múltiplas com desdobramento de planos.
Rostos simplificados ou em máscara e redução da paleta cromática.
Futurismo
O Futurismo foi um movimento cultural (literário e artístico) que se instituiu em 1909, com a publicação do
Manifesto Futurista do poeta um Marinetti, e se prolongou até pelo menos a Segunda Guerra Mundial.
Nasceu da contestação e da
A 1ª fase decorreu de 1909-1910 á primeira guerra mundial, formado e definido em Itália, país onde
teve início da divulgação;
A 2ª fase ocupa o período das guerras. Foi a fase de alargamento dos princípios futuristas a outras
modalidades como o design industrial, o estilismo e o cinema;
A 3ª fase decorreu de 1947-1950, restringe-se á França onde houve uma tentativa de restabelecimento
desta corrente.
Pintura
Temáticas inovadoras (símbolos da vida moderna, futuro como a vida ruidosa das cidades, as máquinas
em funcionamento, a luz elétrica, guerra, cinema…).
Decomposição geométrica das formas, através de linhas quebradas em ângulos agudos.
Prática da simultaneidade, interpenetração e compenetração dos planos formais e espaciais.
Linhas de cores puras, ortogonais, angulares ou espiraladas, que atravessam a tela como raios
luminosos, simulando movimento ou decomposição da luz na atmosfera.
Cores fortemente contrastadas, estridentes e violentas.
Método divisionista na aplicação de cor, em algumas obras.
As telas exaltavam emoções fortes como movimento, dinamismo, coragem e determinação;
valorizavam a plástica da cor e da luz-movimento; exaltavam a modernidade e o Futuro.
A arte abstrata
Arte abstrata conheceu o seu primeiro desenvolvimento entre 1918 e 1933.
Sendo por definição uma arte sem tema, nem objeto assume-se como a expressão mais pura do espírito,
liberta de programas ideológicos e de fácil compreensão. A arte abstrata manifesta-se nas correntes que
passamos ainda a analisar:
Abstracionismo Lírico
Tem como anos 70 pintura de o cavaleiro azul e teve em Kandinsky, o seu iniciador e principal
representante. Inspira-se na imaginação, no inconsciente, e na música.
Pintura de pontos, linhas e planos de cor que prefiguram formas orgânicas, arredondadas e regulares
Cores vibrantes planas e puras ora com nuances.
Formas organizadas livremente sobre a tela segundo ritmos musicais, dinâmicos.
As telas comunicam pelos efeitos emocionais e plásticos que em nós provocam. A intenção é expressar os
conteúdos espirituais através da essência da pintura, reagindo contra o materialismo (Teosofia)
O Suprematismo
Formas geométricas básicas, de diferentes tamanhos.
Cores primárias e planas, associadas ao branco e ao preto.
As formas pairam sobre o fundo branco, e vazio das telas.
Sem noção de perspetiva ou profundidade.
As composições organizam-se sem direções paralelas ou convergentes criando sobreposições, o que
provoca sensações de movimentos dinamismo e ritmo.
A intencionalidade era praticar uma pintura pura expressar o espírito humano sem qualquer ligação á
realidade.
O Neoplasticismo
Foi um movimento amplo que abrangeu a pintura, escultura, arquitetura, design, e a literatura.
O Neoplasticismo, visou criar uma nova estética, pura e universal, não representativa, mas objetivo e
racional, que eliminasse o trágico da vida humana. Para isso criou uma simbologia universal, um código
limitado de formas e cores capaz de expressar mensagens espirituais.
Representar quadrados e retângulos de cor (primária por vezes outras) planas e lisas, delimitadas por
linhas ortogonais a negro, com diferentes espessuras.
A composição vive da relação espacial entre formas e linhas, organizadas sobre o espaço do quadro de
forma dinâmica ou estática.
Composições ora provocam equilíbrio, ordem e serenidade, ora movimento e dinamismo.
A impressão dominante é de racionalidade clareza e harmonia.
Arte informal (2ª fase da arte abstrata) - quatro expressões individuais
No. pós-Segunda guerra, a arte ocidental deixou de depender unicamente dos centros produtores
europeus, que passam a dividir protagonismo com os centros da arte americana. É uma das primeiras
vanguardas pictóricas do pós-segunda grande guerra desenvolveu-se nos Estados Unidos e na Europa, ao
mesmo tempo.
Conceito novo de arte, que consegue a criação e a execução artísticas como um ato só, praticadas em
simultâneo e em constante dialética,
Rejeita toda a racionalização e formalidades da arte anterior.
As técnicas usadas têm um carácter artesanal e provêm do cubismo, dadaísmo e surrealismo.
Pintura gestual
Pintura intuitiva e espontânea,
Executada em grandes gestos lançados ao acaso, em pinceladas largas ou em escorridos,
Telas de grande dimensão, que vão formando tramas lineares densas e complexas que cobrem até à
exaustão.
Baseia-se no conceito surrealista de automatismo psíquico, na relação direta que existe entre o
inconsciente, o gesto criativo e o material pictórico. Franz Kline, Sam Francis.
Arte Bruta
nasceu na Suíça com autores como Jean Dubuffet e Jean Fautrier,
Desenho infantil e deformante.
Cores sujas e empastadas, associadas a materiais colados e depois arranhados e raspados.
Pintura Matérica
Executa-se com pastas e materiais não pictóricos, aplicados no suporte por vários processos e depois
intervencionados pelo pintor (rasgados, enrugados) de modo a criar texturas de expressividade
plástica. Exemplos disso Antoní Tàpies, Alberto Burri.
Expressionismo abstrato (2ª fase da arte abstrata) - Estados Unidos da América, cerca de
1947
É um movimento que mistura conceitos do expressionismo, surrealismo e do abstracionismo
Utiliza uma linguagem plástica abstrata e figurativa,
processos e técnicas informalistas, manchas, escorridos, riscos, colagens.
Visa expressar os estados de espírito e as emoções do artista.
Abstração geométrica (2ª fase da arte abstrata) - Estados Unidos da América anos 50
Define-se por assumir a pintura unicamente pelos seus valores próprios e exclusivos, renegando todos
os outros.
Pintura restrita aos valores da cor e da bidimensionalidade.
Cores puras, límpidas e finas, sem textura, preenchem superfícies de formas regulares e/ou
geométricas, ou ocupam toda a tela.
Anula toda a expressão individual e toda a emoção, assumindo a pintura como um exercício plástico e
conceptual.
Surrealismo
O surrealismo foi um movimento literário e artístico que envolveu a pintura, a escultura, a fotografia e o
cinema, a moda, a decoração e a publicidade que se desenvolveu entre as duas guerras mundiais no século
XX. Começou na Europa, França (através do Manifesto de André Breton) e abrangeu as Américas e o
Extremo Oriente.
Reação dos artistas e intelectuais às duras condições de vida no pós-primeira grande guerra na Europa
e ao absurdo da própria existência humana no mundo desumano e caótico.
Explorar o mundo interior e o poder da imaginação, desvendando o inconsciente e desmascarando o
perante a sociedade, provocando o escândalo e assumindo atitudes de agressividade.
Expressou-se de duas maneiras:
Tal como o dadaísmo, o surrealismo renegou toda a cultura e valores tradicionais nas sociedades
ocidentais, numa atitude provocatória de rebeldia e contestação á ordem cultural e ético-política
estabelecida;
Por outro lado, exprime o desejo da inovação e mudança pela afirmação da liberdade do eu interior de
cada artista visando o conhecimento da individualidade.
Estilisticamente caracteriza-se por:
Vanguardas Plásticas
Arte enquanto processo
Submetida aos efeitos da globalização, a arte atual vai denunciá-los de formas variadas e inovadoras,
tornando mais notória a diversidade de áreas de produção e circulação.
Pop Art
A década de 60 do século XX marcou uma viragem na arte ocidental. Numa sociedade que vivia pelo
consumo, a arte surgiu como reflexo das novas formas de relacionamento social, ponde objetos e imagens
se impunham como ícones, através da publicidade e dos media. Andy Warhol, na década de 50, em Nova
Iorque e 60, formulou a essência da Pop Art. Apresentou-se como
É um tipo arte efémera, ou seja, dura apenas enquanto acontece, resultando dela apenas fotografias e
vídeos.
É uma arte de contestação às sociedades capitalistas da época, não pode ser guardada ou
comercializada.
Happening
Ação de caráter único e irrepetível, esgota-se no próprio ato da execução. Reside na expressão corporal
do autor ou autores.Allan Kaprow, Joseph Beuys.
Body Art
Ações plásticas ou estéticas que utilizam o corpo humano como tela.Yves Klein, Vito Acconci.
Exprime numa linguagem plástica básica e essencial. Recorre a materiais produzidos industrialmente e
possui um caráter impessoal. Materializou-se na escultura com peças tridimensionais designadas por
estruturas primordiais.
Land Art
Arte efémera e não comerciável, de raiz conceptual. Consiste na intervenção estética e plástica na
paisagem, em espaços naturais. Utilizou materiais naturais e biodegradáveis. Robert Smithson, Richard
Long
Instalação
Na Pintura
Para conseguir essa verosimilhança integrou no processo obras a fotografia, técnicas de projeção de
imagem e telas fotossensíveis, obtendo quadros sem textura que parecem fotografias. (Robert
Cottingham, Don Eddy).
Na Europa, o Hiper-Realismo teve pouca expressão por isso surgiu a Nova Figuração
A arquitetura ocidental conheceu após 1960, uma crescente individualização. As tendências mais
importantes foram:
Pós-modernismo
A arquitetura pós-modernista foi contra o modernismo dos anos 20. Manifestou-se essencialmente através
de duas tendências:
Neorracionalismo
Continuação do modernismo
Esta arquitetura foi assim chamada por retornar e dar continuidade aos princípios e regras construtivas da
Bauhaus e de Le Corbusier, atualizando tendo em conta a evolução social e tecnológica atual:
Modernismo tardio
Nasceu em Nova Iorque e concretizou edifícios de forma geométricas regulares, com estruturas
internas de aço, faixas envelope envidraçadas e paredes brancas. Este modernismo tardio não possui
qualquer programa de intervenção social. Richard Meier e Charles Gwathmey.
Arquitetura High Tech
Caracteriza-se por utilizar materiais processos e técnicas avançados deixando as complexas estruturas
construtivas à mostra, assumindo-as também pelo seu efeito estético.
Praticou se em pavilhões para exposições, gares, fábricas, estádios desportivos e mergulha as suas
raízes na arquitetura industrial. Centro Georges Pompidou, Renzo Piano e Richard Rogers.
O Neomodernismo
Substitui-se ao pós-modernismo.
Reage e engloba uma série de estilos pessoais e inovadores revestindo nalguns casos um carácter de
pesquisa e de experimentação,
A corrente maioritária desta nova modernidade é a do Desconstrutivismo.
Recolheu influências do Construtivismo e do Suprematismo Russos, mas definiu-se a partir de experiências
pessoais realizadas por alguns é que arquitetos como Frank O. Gehry e Peter Eisenman.
Ligados ao Modernismo dos anos 20- Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas; Neomodernismo- Fernando
Távora, Siza Vieira
Na escultura
Alberto Carneiro, com manifestações na Land Art; João Cutileiro, escultor de mármore com influências
de Henri Moore; Pedro Cabrita Reis na instalação; Rui Chafes, com trabalhos em ferro pintado a negro.
Na pintura