Compostos Fitoterápicos L
Compostos Fitoterápicos L
Compostos Fitoterápicos L
FUNCIONAL E
FITOTERAPIA
Daniela Aguirre
Luciana de
Souza
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
ISBN 978-85-9502-128-0
Introdução
Compostos fitoterápicos são medicamentos cujo princípio ativo são
substâncias vegetais, popularmente conhecidas como plantas medicinais.
Esses compostos atuam sobre o organismo, proporcionando benefícios
como melhora de enjoo e náuseas, aumento da saciedade e melhora do
funcionamento intestinal.
Neste capítulo, você vai conhecer as principais plantas com proprieda-
des medicinais, identificar a fitoterapia como uma terapia complementar
e estudar os princípios ativos fitoterápicos e os cuidados necessários
para o seu uso.
Antes que a população utilize fitoterápicos, é necessário que estes passem por vários
processos que, no final, oferecerão formulações com indicações de uso seguro e
adequado. Esses processos englobam química orgânica, fitoquímica (em que ocorre
o isolamento, a purificação e a caracterização de princípio ativo), farmacologia (in-
vestigando farmacologicamente os extratos e os constituintes químicos isolados),
química orgânica sintética (fazendo as transformações químicas de princípios ativos),
química medicinal e farmacológica (estudando a relação estrutura/atividade e os
mecanismos de ação dos princípios ativos) e, por fim, preparação de formulações
para a produção do fitoterápico.
Antraquinonas
Propriedades laxantes: irritam a mucosa intestinal por ação direta, causando
aumento do peristaltismo; bloqueiam a bomba de sódio no epitélio intestinal,
causando diminuição da absorção de água e eletrólitos.
As antraquinonas causam cólicas abdominais, sendo contraindicadas para
gestantes, portadores de colites crônicas e crianças com menos de 10 anos;
também não são indicadas para utilização com medicamentos que provo-
quem ou sejam afetados por hipocalemia. O uso prolongado pode favorecer
a ocorrência de câncer de colo. Por isso, substâncias com antraquinonas não
Flavonoides
Apresentam baixa toxicidade e são bem tolerados pelo organismo humano.
Contam com ampla variedade de efeitos terapêuticos, mas sua atividade antio-
xidante é bastante presente. Diminuem a permeabilidade capilar e aumentam
a resistência dos vasos. Atuam como tônicos venosos e protetores capilares.
Além disso, fortalecem os vasos capilares e estabilizam o endotélio vascular.
São anti-inflamatórios, diuréticos e antiespasmódicos. Melhoram o fluxo
coronariano e são anti-hepatotóxicos.
Taninos
Propriedades cicatrizantes: formam uma película protetora sobre as
lesões, facilitando a cicatrização e protegendo pele e mucosas;
Propriedades antissépticas: agem como bactericidas e fungicidas;
Propriedades antidiarreicas: diminuem movimentos peristálticos por
ação anti-inflamatória da mucosa.
Propriedades anti-hemorrágicas: precipitam proteínas plasmáticas e
ativam fatores de coagulação.
Usos
Contraindicações
Cuidado
Alcaloides
Muitos alcaloides têm ação sobre o sistema nervoso central (SNC), e alguns
são tóxicos para o fígado. Há também aqueles que atuam no sistema nervoso
autônomo (SNA).
Mucilagens
Propriedades
Indicações
Contraindicações
Cumarinas
Suas ações são espasmolítica, dilatadora dos vasos, sedativa central e bacte-
ricida. Podem ser simples, condensadas ou complexas:
Glicosídeos cardiotônicos
Apresentam alta especificidade pelo músculo cardíaco, podendo causar in-
toxicações graves. Seu uso deve ser restrito e com acompanhamento médico
indispensável.
Os glicosídeos cardiotônicos somente devem ser usados como fitofármacos,
pois são muito tóxicos, tendo uma margem tênue entre dose terapêutica e
dose tóxica. Em casos de intoxicação, podem ocorrer náuseas, vômitos, visão
borrada, arritmias graves, fibrilação ventricular e parada cardíaca.
Efeito e ações
Saponinas
Propriedades
ação emulsionante;
ação expectorante (emulsifica e fluidifica o muco);
ação diurética (carrega água e íons);
ação hemolítica (mas só por via endovenosa, pois tem absorção reduzida
no trato gastrintestinal);
ação hipocolesterolemiante e antifúngica;
aumento da absorção de muitas substâncias químicas e alimentares.
Contraindicações
Referência
Leituras recomendadas
ANTONIO, G. D.; TESSER, C. D.; MORETTI-PIRES, R. O. Fitoterapia na atenção primária
à saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 541-553, 2014. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n3/pt_0034-8910-rsp-48-3-0541.pdf>. Acesso
em: 20 jun. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-
ção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na
Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégi-
cos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa
de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2006.
BRASILEIRO, B. G. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no
“Programa de Saúde da Família”, Governador Valadares, MG, Brasil. Revista Brasileira de
Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 4, out./dez. 2008. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a09.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
BRUNING, M. C. R.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. de M. A utilização da fitoterapia
e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel
e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, v. 17, n. 10, p. 2675-2685, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/csc/v17n10/17.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
FERRO, D. Fitoterapia: conceitos clínicos. São Paulo: Atheneu, 2006.
FRANÇA, I. S. X. de et al. Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas me-
dicinais Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Revista
Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 61, n. 2, p. 201-208, mar./abr. 2008. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n2/a09v61n2.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
OLIVEIRA, M. J. R.; SIMÕES, M. J. S.; SASSI, C. R. R. Fitoterapia no sistema de saúde
pública (SUS) no estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais,
Paulinia, SP, v. 8, p. 39-41, 2006. Disponível em: <http://www.bioethicus.com.br/d_ar-
tigos/1182908606.pdfc