Energia Eólica Na Bahia

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DOI: http://dx.doi.org/10.9771/cp.v12i5.

27396

Energia Eólica na Bahia: seus parques e sua


contribuição para a matriz energética do estado
Wind Energy in Bahia: its parks and its construction for the energy
matrix of the state

Cidinei Paulo Campos1


Thiago Messias Carvalho Soares1
Wagna Piler Carvalho dos Santos1
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar a energia eólica e sua contribuição à matriz energética do estado da
Bahia para fornecimento de energia elétrica. Em face dos problemas ambientais, a incidência nos últimos anos
de períodos de seca, principalmente no Brasil, tem havido o comprometimento de energia elétrica oriundas das
hidroelétricas. Assim, o uso de fontes energéticas renováveis, como no caso da energia eólica, tem demonstrado
ser uma alternativa viável e, sobretudo, limpa, causando menor impacto ambiental. Para este estudo, foram
levantados dados nos órgãos competentes (ANEEL, CHESF, ABEEólica, entre outros) que indicam a Bahia como
segundo produtor nacional de energia eólica, conforme dados de fevereiro de 2018, mas com enorme potencial
para brevemente chegar na liderança, dada a potência em construção. Ademais, o território da Bahia favorecido
pela qualidade e quantidade de seus ventos, combinado com as características do sistema eólico, criam um cenário
ideal para expansão e investimentos em energia eólica.

Palavras-chave: Energia eólica. Bahia. Matriz energética.

Abstract
The present article aims to present the wind energy and its contribution to the energy matrix of the state of Bahia
for the supply of electric energy. In the face of environmental problems, the incidence in the last years of periods of
drought, mainly here in Brazil, has been the commitment of electrical energy coming from hydroelectric plants. Thus,
the use of renewable energy sources, as in the case of wind energy, has been shown to be a viable and, above all,
clean alternative, causing less environmental impact. For this study, data were collected from the competent agencies
(ANEEL, CHESF, ABEEólica, among others) that indicate Bahia as the second national wind energy producer,
according to data from February 2018, but with enormous potential to briefly the power under construction. In
addition, the territory of Bahia favored by the quality and quantity of its wind, combined with the characteristics of
the wind system, create an ideal scenario for expansion and investments in wind energy.

Keywords: Wind energy. Bahia. Energy matrix.

Áreas tecnológicas: Sustentabilidade. Energia alternativa. Matriz energética.

Direito autoral e licença de uso: Este artigo está licenciado sob uma Licença Creative Artigo recebido em: 16/07/2018
&RPPRQV&RPHVVDOLFHQoDYRFrSRGHFRPSDUWLOKDUDGDSWDUSDUDTXDOTXHU¿PGHVGHTXH Revisado em: 12/08/2018
atribua a autoria da obra, forneça um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações.
Aprovado em: 16/09/2018
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Energia Eólica na Bahia: seus parques e sua contribuição para a matriz energética do estado

1 Introdução
Inquestionavelmente, a temática energia é uma das mais relevantes discussões para a so-
ciedade contemporânea. Diante da perseguição do desenvolvimento sustentável, por soluções
para a garantia dos recursos às gerações futuras, pesquisas sobre energias alternativas e limpas
têm sido desenvolvidas no intuito de atender à crescente demanda da sociedade em resolver o
desequilíbrio causado pelo domínio inconsequente do próprio homem sobre o meio ambiente,
dada, por exemplo, a grande industrialização, técnicas agrícolas inadequadas, urbanização de-
senfreada, e outras formas de domínio e obtenção de recursos de forma insustentável.
De acordo com Ferreira Junior e Rodrigues (2015), evidências sobre a busca inevitável
por soluções energéticas alternativas deram-se principalmente na crise do petróleo ocorrida na
década de 1970, quando os interesses voltaram-se para estudos em energia eólica. Esse inte-
resse foi intensificado recentemente pela necessidade do homem em diminuir as agressões ao
meio ambiente, haja vista a dependência de muitos países por matrizes energéticas oriundas da
exploração de combustíveis fósseis e minerais (petróleo, gás, urânio e carvão), cuja utilização,
também, tem provocado um grande desequilíbrio ao meio ambiente.
Conforme tem se observado nos noticiários nacionais, a incidência nos últimos anos de
períodos de seca, principalmente na Região Nordeste, tem comprometido a geração de energia
elétrica oriundas das hidroelétricas. Soma-se ainda o fato da constante elevada dos custos dos
combustíveis fósseis devido a diversos fatores (crises políticas, sociais e econômicas nas regiões
produtoras). Dessa forma, na tentativa de se amenizar tal problemática, debates, conferências e
demais encontros têm sido realizados para a abordagem do tema inovação em sustentabilidade.
No presente trabalho, será apresentado um estudo sobre o potencial e viabilidade econômica
da energia eólica enquanto energia alternativa, principalmente, no contexto do estado da Bahia.

2 Metodologia
Por meio de uma abordagem quali-quantitativa, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre
o assunto, transcendendo para as demais questões que permeiam o tema, de forma a se enten-
der sobre seu histórico, conceitos e dados técnicos para melhor elucidação. Foi desenvolvido,
também, levantamento de dados diversos nos órgãos competentes, empresas do ramo (ANEEL,
CHESF, ABEEólica, entre outros) e no site do Orbit Intelligence. As informações foram estu-
dadas e os dados compilados para o melhor entendimento do fenômeno na região (estado da
Bahia), compreendendo sua situação atual e sua projeção (tendência de crescimento) para a
contribuição da matriz energética.
Foram também analisados dados geográficos e climáticos do estado, que o coloca como
um dos grandes promissores para a geração de energia elétrica a partir da utilização de fontes
eólicas. Merece destaque para embasamento deste estudo o Atlas do Potencial Eólico do Estado
da Bahia, realizado pela Concessionária COELBA e ANEEL, o qual fornece informações sobre
os recursos eólicos da região, destinados a planejamentos, projetos e demais estudos na área.

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3 Resultados e Discussão
De uma forma bem simples, o vento é o ar em movimento, porém gerado e condicionado
por diversos fatores que o promove de forma mais ou menos intensa, com velocidade conside-
rável ou não, em constância, ou de forma intermitente, dependendo, por exemplo, da altitude,
temperatura, pressão atmosférica, relevo e demais obstáculos.
Dentre esses fatores, prepondera para a geração dos ventos, o aquecimento desigual da
atmosfera terrestre, dada a incidência distinta, sobre esta, dos raios solares e também pelo
movimento da Terra. Assim, de uma forma simplificada, nas regiões mais aquecidas (entre os
trópicos) o ar tende a subir, sendo substituído pelo ar que vem das regiões menos aquecidas.
Existem, dessa forma, lugares no planeta que são mais ou menos propícios para o aprovei-
tamento do regime dos ventos e a viabilidade de instalações de usinas eólicas dependem de
alguns estudos, os quais serão vistos mais a frente, por exemplo, no caso do estado da Bahia.
O sistema de geração de energia elétrica por meio do vento pode ser explicado segundo
descrição de Ferreira Junior e Rodrigues (2015, p. 3):

A energia é gerada por meio de aero gerador, nas quais a força do vento é captada
por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. A quantidade de
energia transferida é função da densidade do ar, da área coberta pela rotação das pás
(hélices) e da velocidade do vento.

Segundo Martins, Guarnieri e Pereira (2008, p. 2) “[...] o grande desenvolvimento da apli-


cação da energia eólica para geração de eletricidade iniciou-se na Dinamarca em 1980 quando
as primeiras turbinas foram fabricadas por pequenas companhias de equipamentos agrícolas”.
No entanto, a tecnologia moderna das turbinas eólicas de grandes dimensões surgiu na Alema-
nha entre os anos de 1955 a 1968 com a construção do aerogerador com o maior número de
inovações da época, as quais persistem ainda hoje na concepção dos modelos atuais (BRITO,
2008).
Segundo, ainda, Ferreira Junior e Rodrigues (2015, p. 4):

A partir de experiências de estímulo ao mercado, realizadas na Califórnia na década de


1980 e na Dinamarca e Alemanha na década de 1990, o aproveitamento da energia
eólica como alternativa de geração de energia elétrica atingiu escala de contribuição
mais significativa ao sistema elétrico, em termos de geração, eficiência e competitividade.

Observa-se, a partir daí, considerando o grande potencial dessa inovação em sustentabili-


dade, a industrialização e aumento da competitividade para a produção dos geradores e demais
equipamentos que vão permitir a implementação de toda a tecnologia pertinente.
Atualmente, a energia eólica é a tecnologia limpa que mais tem sido ampliada, trazendo
benefícios ambientais e sociais para diversos países. A tecnologia é limpa, pois não emite ne-
nhum resíduo tóxico, nem emissão de gases do efeito estufa (GEE). Traz benefícios ambientais,
porque não provoca nenhum impacto às localidades e ecossistemas adjacentes aos parques e
contribuem para o desenvolvimento social na geração de empregos temporários (no período das
obras) e fixos (para operação e manutenção dos equipamentos), além de promover a geração

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de energia elétrica, que confere o conforto e praticidade próprias dessa inovação tecnológica.
Além de ser uma energia limpa, é também renovável, abundante e disponível de forma gratuita
em várias localidades do mundo (SANTOS; TORRES, 2014).
“O desenvolvimento tecnológico das grandes turbinas eólicas convergiu para certa unifor-
mização da oferta comercial que, na sua grande maioria, apresenta turbinas de eixo horizontal
com rotores de três pás colocados a montante da torre.” (REZENDE, 2011, p. 26). Aqui na
Bahia, por exemplo, adotou-se desta tecnologia em seus parques eólicos, cujo sistema de fun-
cionamento pode ser mais bem elucidado pela ilustração da Figura 1.

Figura 1 – Esquema de aerogerador de médio a grande porte

Fonte: Ministério de Minas e Energia (2014)

Com base nos levantamentos de patentes na área, especificamente em temas como aero-
geradores, a partir de pesquisas no site do Orbit Intelligence (sistema de busca, seleção, análise
e exportação de informações contidas em patentes – produzido pela Questel Orbit), constata-se,
com base nos gráficos a seguir (Figura 2), considerando banco de dados desde o ano de 1998,
um contingente de 5.204 famílias de patentes, distribuídas no mundo conforme mapa da Fi-
gura 3. Há de se considerar que desse total, aproximadamente 50% teve concessão, estando o
remanescente com pendências, em análise ou caducadas. Evidencia-se, conforme esses dados,
a importância e o crescimento dessa inovação tecnológica para a geração de energia elétrica.

Figura 2 – Publicação anual de famílias de patentes para produtos relacionados a aerogeradores

Fonte: Orbit Intelligence (2018)

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Figura 3 – Famílias de patentes por país prioritário (sem WO e EP)

Fonte: Orbit Intelligence (2018)

Também é interessante citar o Sistema Interligado Nacional, o qual configura a rede de


transmissão da energia elétrica no Brasil, formado pelos subsistemas: Nordeste (estados do
Nordeste, exceto Maranhão), Norte (Maranhão, Pará e Tocantins), Sudeste e Centro-Oeste (to-
dos estados do Sudeste e do Centro-Oeste, Rondônia e Acre), Sul (Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná). Existem, ainda, subsistemas isolados que não estão conectados ao SIN.
O SIN confere uma alimentação de energia elétrica de forma compensatória para todas as
regiões do País. Dessa forma, havendo alguma escassez de água nas hidrelétricas da Região
Nordeste, esta pode ser compensada pela energia da Região Sudeste. Salienta-se que o SIN
pode ser alimentado também por diversas fontes de energia (hidroelétricas, termoelétricas,
eólicas etc.).
Nas análises mais a frente se dará destaque à contribuição da energia eólica na Bahia para
esse sistema. Conforme Bezerra e Santos (2017), no Nordeste, em particular, embora a fonte
hídrica seja preponderante, seguida das térmicas movidas a combustíveis fósseis, a fonte eólica
ganha destaque, representando, atualmente, 27,4% da capacidade instalada de geração elétrica
da região.

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Figura 4 – Potência instalada de geração de energia elétrica por fonte (MW) nas regiões brasileiras

Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (2017)

O estado da Bahia é um dos mais plurais da nossa federação. Sob os múltiplos aspectos
em que se analisa um território, a Bahia apresenta um mosaico de variedades sociais, culturais,
econômicas e ambientais. É um estado com o maior número de biomas e com um rico e variado
processo de formação de seu povo, oriundo da miscigenação entre povos tradicionais do Brasil
pré-colonial com os escravos das nações africanas e imigrantes advindos dos diversos países
do mundo em momentos diferentes da nossa história a exemplo dos portugueses, espanhóis,
italianos, japoneses, entre outros (BARRETOS, 2013).
O setor de energias renováveis está em franco crescimento na Bahia, consolidando-se como
o principal polo nacional na fabricação de componentes para a cadeia produtiva de energia
eólica do País. A Bahia é o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica,
atrás somente do Rio Grande do Norte, com 68 usinas em operação e 1,71 GW de potência
gerada. Há ainda outros 41 empreendimentos em construção e 118 projetos que iniciarão as
obras nos próximos anos.
Esses parques estão sendo desenvolvidos em 22 municípios concentrados no eixo central do
estado (Sudoeste até o norte do Vale do São Francisco). Baseado nessas projeções, o Governo
do Estado prevê que o estado da Bahia deve se tornar o primeiro estado produtor de energia
eólica até 2018 (BAHIA, 2015).

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O setor de energia renovável está se consolidando no estado. Atualmente, a Bahia possui


182 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL, entretanto, quando
adicionados a este número o mercado livre, que são os contratos privados de energia eólica, o
número de empreendimentos chega a 234 (SDE, 2018).

Tabela 1 – Dados sobre as usinas eólicas instaladas nos municípios da Bahia

Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e


Secretaria de Desenvolvimento Econômico (2018)

Na Bahia, assim como no Brasil, existe uma pluralidade de sistema de fornecimento de


energia. No caso baiano, existem três tipos de usinas geradoras de energia: hidroelétrica, ter-
melétrica, eólica e fotovoltaica. Esses sistemas trabalham conjuntamente na geração de energia
para as demandas do estado com a predominância ainda da energia hidroelétrica, com a des-
vantagem de situação de emergência em períodos de estiagem aumentando a conta de energia
para o consumidor final.
A usina hidroelétrica tem o seu funcionamento baseado na energia potencial da água a qual
se transforma em energia cinética, gerando movimento, que aciona turbina e por fim tem-se a
geração de energia elétrica.
Usinas termelétricas produzem energia a partir da queima de carvão, óleo combustível e
gás natural em uma caldeira, ou pela fissão de material radioativo (como o urânio). O calor
gerado a partir desses elementos transforma em vapor a água presente em tubos localizados
nas paredes da caldeira. Tal vapor, em condições de alta pressão, faz girar uma turbina, que
aciona o gerador elétrico (LIMA, 2016).
Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em movimento
(vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação
em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também denominadas
aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou cataventos (e moinhos), para trabalhos me-
cânicos como bombeamento d’água (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2003).
A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre por meio da conversão de
energia luminosa, radiação solar emitida pelo sol, em eletricidade, por intermédio de materiais

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semicondutores. Esse fenômeno é conhecido como efeito fotovoltaico (BEIGELMAN, 2013).


As figuras seguintes demonstram a potência instalada e a potência em construção, ambos em
Mega Watts. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) obtidos em
fevereiro de 2018. A análise da informação indica que, atualmente, a Bahia está em segundo
lugar, em termos de potência instalada de energia eólica (Figura 5), mas com futuro potencial
para ultrapassar o estado do Rio Grande do Norte e liderar a geração de energia eólica no Bra-
sil (Figura 6). Assim, reafirma-se a previsão de Bahia (2015), no qual o estado baiano deverá
assumir a liderança nacional da produção de energia eólica no Brasil ainda em 2018.

Figura 5 – Potência Instalada (MW)

Fonte: Associação Brasileira de Energia Eólica (2018)

Figura 6 – Potência em construção (MW)

Fonte: Associação Brasileira de Energia Eólica (2018)

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4 Considerações Finais
Conclui-se que a configuração de energias limpas com mínimos impactos para o meio
ambiente é o futuro para situações sustentáveis, na qual a Bahia se insere, especialmente, no
que diz respeito à produção de energia eólica. Em contrapartida, o uso dominante da energia
hidroelétrica gera mais impactos ambientais, além do problema do aumento da conta de energia
para os consumidores ou não geração de energia em casos mais extremos.
Dados de fevereiro de 2018 da ABEEólica mostram que a Bahia tem um enorme potencial
de geração de energia eólica no território nacional. Tal fato pode ser observado nas Figuras
5 e 6. Atualmente, a Bahia está em segundo lugar, mas lidera a construção de novos parques
eólicos e brevemente poderá tomar a liderança na produção de tal energia, contribuindo de
sobremaneira para a matriz energética nacional.
Evidencia-se assim, que seu território é favorecido pela qualidade e quantidade de ventos
favoráveis, que combinado com as características de sua geografia e da tecnologia eólica, criam
um cenário ideal para investimentos e expansão na área.

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Sobre os Autores

Cidinei Paulo Campos


E-mail: [email protected]
Formação: Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação, pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA); especialista em Gerenciamento da Construção
Civil, pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); arquiteto e urbanista, pela Universidade Federal
da Bahia (UFBA).
Endereço profissional: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Reitoria. Av. Araújo Pinho,
39, Canela – Salvador, BA. CEP: 40110-150.

Thiago Messias Carvalho Soares


E-mail: [email protected]
Formação: Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação, pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA); especialista em Construção Civil, pela AVM Faculdades
Integradas; engenheiro civil, pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Endereço profissional: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Reitoria. Av. Araújo Pinho,
39, Canela – Salvador, BA. CEP: 40110-150.

Wagna Piler Carvalho dos Santos


E-mail: [email protected]
Formação: Doutora e mestre em Química, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Endereço profissional: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Campus Salvador. Rua
Emídio dos Santos, s/n., Barbalho – Salvador, BA. CEP: 40110-150.

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