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Cátedra Unesco de Comunicação e Desenvolvimento/Universidade Metodista de São Paulo

XI Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial


Centro Universitário Adventista de São Paulo - EC, SP, 18/8/2016

O Uso De Encenações Na Igreja: Uma Perspectiva Bíblico-Adventista1

Dalmo Dion Costa LIMA2

RESUMO:

Devido as mudanças na sociedade, pode ser observado nas programações e cultos da


Igreja Adventista do Sétimo Dia o uso constante de encenações teatrais para atrair e
dinamizar os programas. No entanto, essas dramatizações vêm provocando um debate
entre membros de todas as idades. Esse trabalho visa levantar princípios para a utilização
desse recurso nas atividades da igreja. Após observar o relato bíblico, uma análise de
como era o teatro na época de Ellen White e os conselhos por ela proferido, podemos
observar que: as encenações devem ser claras; devem levar a adoração a Deus; não devem
gastar demasiado tempo, recursos e esforços, nem ser extravagante, com exibicionismo e
ostentação; não deve ser utilizada no sermão ou como sermão; não deve degradar os
padrões do cristianismo e nem conter cenas desmoralizantes, tolices e humor vulgar e;
não podem tomar tempo para o estudo da Bíblia.

PALAVRAS-CHAVE: Encenação; dramatização; teatro; igreja; Ellen White.

TEXTO DO TRABALHO
A constante mudança na sociedade tem influenciado o interesse de jovens e adultos em
assuntos de cunho espiritual. Um aumento do uso de encenações em congressos,
programações de jovens, camporis, campais e outros grandes e pequenos eventos
promovidos pela Igreja Adventista do Sétimo dia, pode ser observado em uma breve
análise das edições de janeiro/1906 até a edição de janeiro/2016 da “Revista Adventista”3,
como uma estratégia para atrair cada vez mais o público diverso.

Uma matéria da RA (Revista adventista) de fevereiro de 2013 demonstra que grupos de


dramatização tem ganhado força por todo o Brasil, e as peças são de “temas variados,

1Trabalho apresentado na XI Conferência Brasileira de Comunicação Eclesical (Eclesiocom), realizada Engenheiro


Coelho, SP, 18/8/2016
2Graduando em Teologia pela FAT/UNASP – Faculdade Adventista de Teologia/ Centro Universitário
Adventista de São Paulo. Engenheiro Coelho, SP. E-mail: [email protected]
3Revista denominacional e com edições disponibilizadas online através do site:
http://acervo.revistaadventista.com.br/capas.cpb

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desde o namoro cristão à guerra entre o bem e o mal” (GUIDOLIM; MEIRELES, 2013,
p. 30).

Para CRUZ et al (2010, p. 28):


É preciso traduzir as verdades imutáveis da Bíblia numa linguagem que
seja inteligível para uma sociedade cada vez mais arredia à religião
institucionalizada.

O Pr. Herbert Cléber, em uma entrevista concedida a RA (fev/2013, p. 31), também


argumenta:
Devidamente direcionadas, as encenações poderão alcançar essa
geração impessoal e impaciente dos nossos dias, que está menos
disposta a ouvir um discurso de cinquenta minutos.

Vários outros argumentos também são utilizados na defesa de tal recurso: método de
evangelismo, nova maneira de pregar, clara transmissão da mensagem, facilidade de
compreensão devido a utilizar os sentidos audiovisual, interação dos jovens no trabalho
da igreja, transformação espiritual, e etc.

Um artigo publicado pela RA em setembro de 1995, sugeria que uma das maneiras de
melhorar a adoração na igreja, era realizar uma dramatização do texto do sermão
acrescentando assim “vida e brilho ao nosso culto”. Por sua vez, para o Pr. Herbert Cléber,
(RA, fevereiro de 2013, p. 31) “as encenações não devem ocupar o lugar da Bíblia nos
púlpitos, mas auxiliar nas ilustrações sobre as histórias do texto sagrado”.

O uso de dramatizações vem provocando um debate entre membros de todas as idades,


criando e despertando observações diversas, que defendem desde a abominação dessa
prática, quanto a utilização desse recurso com alguns cuidados e em momentos
específicos, até a permissão e iniciativa para o uso frequente.

Alguns autores adventistas como Alberto R. Timm, Arthur L. White, José Maria Barbosa,
e outros, já escreveram sobre o uso de encenações. Porém, em meio a todo esse debate na

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Igreja adventista, esse presente estudo propõe analisar de maneira não-delongada: (1) O
que a Bíblia e os escritos da autora Ellen White falam do uso das dramatizações, (2) quais
os princípios norteadores para a utilização desse recurso e, (3) como emprega-lo de
maneira a não ferir as verdades bíblica e profética.

1. Conceito

Para PRAVIS (2008, p. 67) a dramatização é a “adaptação de um texto ... para um material
destinado ao palco”. ALMEIDA (2011, p. 21) por sua vez, aborda encenação como “a
arte de pôr em cena, de transformar em espectáculo (sic) um texto escrito”.

Como no contexto bíblico não havia um texto escrito que seria encenado, consideraremos
nesse estudo como dramatização e encenação a arte de comunicar através de um conjunto
de gestos, falas, cenários e/ou ações, uma mensagem a ser transmitida.

2. O uso de dramatizações na Bíblia

Uma das maneiras de Deus ensinar para o seu povo as Suas verdades era através do uso
de símbolos, imagens, sacrifícios, ritos, ilustrações, parábolas e etc. A utilização desses
recursos visuais está presente em todo o texto bíblico. Mas será que conseguimos observar
o uso da arte de encenação na Bíblia e extrair alguns princípios sobre esse assunto?

2.1 O uso no Antigo Testamento

Em seu artigo publicado pela RA no ano de 1996, Alberto R. Timm (p. 8) afirma que os
serviços ministrados pelos sacerdotes e os rituais simbólicos ensinados no Antigo
Testamento “constituíam uma prefiguração dramática da salvação que haveria de se
concretizar através do sacrifício e do sacerdócio de Cristo”. Nessa perspectiva,

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observamos que o livro de Hebreus declara que os sacerdotes ministravam em “figura e


sombra das coisas celestes” (Hb 8:5).

Timm continua em seu artigo relatando outros eventos e símbolos demonstrados pelo
Antigo Testamento que também apresentam o uso de dramatizações. Ele comenta que nas
festas de Israel haviam dramatizações; que a cerimônias de circuncisão era uma maneira
sinalizar a aliança entre Deus e o homem; que a serpente de bronze levantada por Moisés
era para simbolizar Cristo; e que a pedra do sonho da Estátua de Nabucodonosor no
capítulo dois de Daniel, era um meio de encenar a Segunda Vinda de Jesus (1996, p.8).

Podemos expandir um pouco mais o uso das dramatizações expressada por Timm e falar
também de outras situações no AT. Ao estudarmos o relato de Gênesis 3:21 onde descreve
Deus fazendo vestimentas para Adão e Eva através do sacrifício de um animal,
compreendemos que aquela era uma maneira de ensiná-los que assim como um animal
fora morto para cobrir a nudez do casal, assim também um sacrifício de morte ocorreria
para resolver o problema que o pecado trouxera. Essa dramatização deve ter provocado
no casal bastante comoção e deve tê-los levado a uma grande reflexão tendo em vista que
nunca havia tido uma morte no paraíso e pela primeira vez uma vida fora tirada.

Podemos observar ainda no livro de Gênesis a forma como Deus, ao firmar uma aliança
com Abrão, passa, representado por “um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo” (Gn
15:17) entre os animais cortados ao meio e dispostos “em ordem as metades, umas
defronte das outras”. (Gn 15: 10). Naquela cena, que não consistia somente de uma
simples encenação, o próprio Deus, ratificava que se caso não cumprisse a promessa da
aliança que estava fazendo, que Seu corpo fosse cortado em pedaço assim como aqueles
animais foram divididos (ROBERTSON, 2011, p. 109).

Podemos observar dramatizações também nos escritos dos profetas. Em Isaias vemos que
Deus lhe pede para andar por “três anos despido e descalço” (Is 20:3). Através deste ato,
ele ensinava ao povo que os Egípcios e Etíopes seriam levados presos, “tanto moços como

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velhos, despidos e descalços e com as nádegas descobertas” pelos Assírios (Is 20:4). Ao
profeta Oséias vemos também que Deus lhe pede para casar com uma “mulher de
prostituições” representando assim que “a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR”
(Os 1:2)

ARAUJO ([2009]) afirma que


“Era comum entre os profetas transmitir uma mensagem mediante
dramatização, que seria um recurso didático para prender a atenção dos
ouvintes. Os eventos simbolizados eram uma declaração de Deus,
através de seus mensageiros, daquilo que ele estava prestes a fazer ou
de alguma realidade espiritual”.

Até aqui já podemos observar que o uso de recursos visuais como as dramatizações, era
sempre utilizado por Deus, pelos patriarcas e pelos profetas nos textos do Antigo
Testamento. Mas essa idéia não fica reservada somente a primeira seção da Bíblia.

2.2 O Uso no Novo Testamento

TIMM (1996, p. 8) assinala que “os quatro Evangelhos apresentam inúmeras ocasiões em
que Cristo usou ilustrações vividas da Natureza e da vida diária para ensinar lições
espirituais”. Ele relata que a cerimônia de batismo é uma maneira de dramatizar a nossa
morte para uma antiga vida, marcando o começo de uma dedicação total a Deus. Também
apresenta que a santa ceia possui um fundo dramatúrgico pois nos lembra da morte de
Cristo na cruz. Essa por sua vez, também fora uma maneira de nos ensinar; não sendo
uma mera encenação, mas “uma revelação, aos nossos sentidos embotados, da dor que o
pecado, desde o seu início, acarretou ao coração de Deus” (WHITE, 2008, p. 212).

Jesus também teatralizou quando lavou os pés dos discípulos (Jo 13:4,5) admoestando-os
que assim como Ele, que era o mestre, lavou os pés deles assim deveriam “lavar os pés
uns dos outros” (v. 14) não havendo ninguém maior ou melhor. Cristo também nos faz
recobrar na memória a criação do homem quando, na cura de um cego de nascença, cuspiu

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no chão e com a saliva fez um pouco de lama, aplicando-a nos olhos do cego que, após
se lavar, passou a ver (João 9: 1-7). Ao observamos essa cena, compreendemos que Ele
era verdadeiramente Deus e sempre deteve, assim como no princípio, o poder da criação.

Essas encenações não se restringem somente aos evangelhos no Novo Testamento. No


livro de Apocalipse, escrito por João, vemos o constante uso de
Dramatizações simbólicas, que descrevem pictoricamente o
desenvolvimento do plano da salvação no contexto do grande conflito
entre as forças do bem e os poderes do mal. (TIMM, 1996, p. 8)

Após analisar o uso dos recursos visuais (incluindo as dramatizações) presentes tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento, SANTOS (2008, p. 275) conclui em sua tese
doutoral, que após a queda do homem esses recursos estavam “relacionados à execução
do plano da redenção”. Ele afirma mais:
Dentre os objetivos que motivaram o uso dos recursos adequados,
destacam-se a adoração ao verdadeiro Deus (doxologia), a salvação dos
pecadores arrependidos (soteriologia) e a missão designada a espalhar
a verdade a respeito de Deus, Seu caráter e amor (missiologia).
(SANTOS, 2008, p. 275)

Com isso, podemos constatar após o estudo da Bíblia e dos materiais apresentado:

(1) As encenações tinham como objetivo transmitir uma mensagem. Deus queria
ensinar para Adão e Eva qual era o resultado do pecado, assim como a Israel que
eles haviam se prostituído com outros deuses no caso de Oséias. As encenações
não eram simples ações. Santos (2008, p. 275) diz que as imagens “nunca existem
por si mesmos. Quando são usados, servem como instrumental de ligação com
outros fatos”.
(2) O povo entendia as mensagens transmitidas nas encenações, era-lhes claro e
compreensível. Abrão prontamente entendeu o que aconteceria com Deus caso ele
não cumprisse a Sua parte na promessa, aquele rito de aliança era algo comum na
época. (Ver ROBERTSON, 2011, p. 109). Da mesma maneira quando a serpente
fora levantada no deserto o povo aprendeu que não podiam salvar-se a si mesmos,

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deveriam confiar no meio que Ele provera, que ela era um símbolo de Cristo
(WHITE, 2006, p. 430)
(3) As encenações faziam parte da mensagem e não eram o centro da mensagem.
Deus usava este recurso para clarificar a mensagem e elas tinham um contexto,
não eram toda a obra.
(4) As encenações usavam o que era comum ao povo. Tudo o que fazia parte da
encenação era algo que o povo já conhecia de maneira que ao vê-la eles logo
pudessem entender. Não ficavam duvidas em sua mente ou havia confusão.
(5) O foco das encenações não era o homem (ou os atores) mas o próprio Deus e
sua mensagem.
(5) SANTOS (2008, p. 275) destaca que essas encenações devem nos fazer: adorar
ao verdadeiro Deus e/ou; reconhecer que somos pecadores e/ou; que devemos
espalhar as verdades a respeito de quem Ele é.

3. Dramatizações em Ellen White

3.1 Contexto histórico

Ellen G. White nasceu no dia 26 de novembro de 1827 na cidade de Gohan, Maine,


Estados Unidos e morreu no dia 16 de julho de 1915 (WHITE, 2015, p. 13 e 538). Ela é
considerada pela Igreja Adventista do Sétimo dia como um co-fundadora e profetisa,
tendo desde o ano de 1844 até a sua morte, 70 anos de ministério profético (Nisto Cremos,
2008, p. 285).

A sociedade Norte-americana em Sua época passava por grandes transformações.


Benjamin McArthur, em seu artigo “Divertindo as massas” descreve como era a diversão
e as recreações no período em que Ellen White estava viva.

Ele comenta que na última metade do século dezenove, a América passava por mudanças
fundamentais. Havia um crescimento populacional, um desenvolvimento dos centros

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urbanos e uma expansão do comércio e das indústrias. O povo saia do campo em direção
as cidades devido em grande parte, a “nova predominância dos divertimentos
comerciais”. A urbanização e as grandes, intensivas e repetitivas jornadas trabalho (70
horas semanais na década de 1850 e 60 horas semanais no final da década de 1880), criou
nos americanos uma necessidade de um novo entretenimento, tornando a indústria de
diversão um grande negócio. As peças teatrais, circos, esportes e outros, tomaram nova
dimensão após a guerra civil e tornou-se parte intensa da vida americana.

Nos palcos teatrais havia uma gama muito grande de atrações. Clássicos do drama inglês
de Shakespeare, Sheridan e Goldsmith, era uma das inúmeras opções. Um dos maiores
sucessos da época era os melodramas. McArthur comenta que essas “peças eram
previsíveis em enredo e estrutura”, geralmente tinha “um herói e uma heroína, um vilão,
uma ingênua e sua jovem adorável, alguns caracteres étnicos ou por outro lado engraçados
para um realce cômico, e atores extras para que houvesse um rodízio entre o grupo”.
Apresentava claramente uma distinção do certo e errado, do bom e do mau. Não
desejavam retratar dilemas morais mas reafirmar e dividir os padrões Vitorianos da época.

O mais famoso melodrama da época foi a adaptação de Uncle Tom’s Cabim escrita por
Harriet Beecher Stowe. Nessa peça o sentimentalismo extremo apelava. Falava sobre
escravidão, “separações familiares, crueldade, injustiça e cenas de morte dramáticas”.
Tudo com o intuito de mexer com as emoções do começo ao fim. Porém, isso começou
depois de um tempo a se tornar monótono. Para melhorar o enredo, acrescentou-se
algumas vezes mais personagens, mais emoções e até uma cena de morte onde Little Eva,
“seria levantada em direção aos céus, acompanhada de anjos que a rodeavam”.

A época de ouro do teatro americano é considera frequentemente entre os anos de 1850 e


1920. Companhias viajavam por todo o pais apresentando para um grande público.
Grandes nomes se eternizaram nessa época. Porém, esses artistas eram ensinados a serem
emotivos e muitas vezes, por pretender ser quem não eram, eram estigmatizados e sofriam
de instabilidade emocional, se envolvendo com o álcool e muitas vezes associados com a

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imoralidade. O divórcio era comum no meio atores ao contrário do que ocorria na


sociedade da época. As peças do final do século dezenove, tinham muito romance e
falavam de separação, manchando a reputação dos atores levando-os a serem
considerados libertinos pelos seus contemporâneos. As pessoas mais respeitáveis
evitavam se associar com eles mas amava assisti-los. Ao final do século XIX o teatro
estava se tornando muito comum e aceito, exceto pelos Cristãos conservadores. As
pessoas de classe média o patrocinavam e por isso foram abolidos os programas das
prostitutas que ocorriam em lugares reservados nos teatros.

Outro grande sucesso da época, surgindo principalmente na década de 1830, era os


Menestréis - “homens brancos que enegreciam suas faces e assumiam comportamento
estereotipado dos negros”. Era um show rápido com uma mistura de comédia e um
musical com canções sentimentais e cômicas. A ordem era bem definida. Tinha cinco ou
mais apresentadores bem vestidos, disposto em frente ao público e falando de maneira
empolgada e hilariante conduzindo toda a cerimônia, enquanto outros dois homens,
depois disso, realizavam trocadilhos que chamavam atenção do público. Ao final, um dos
apresentadores falava um “discurso político, sem sentido e descabido”. McArthur
comenta que “o show de menestréis geralmente mantinha um ar de decência, evitava
grosserias encontradas em outros entretenimentos”, e envolvia a cultura negra e um pouco
do racismo da vida americana.

Algo que também fez muito sucesso entre os anos de 1870 até 1929 era o teatro de
variedades. Tony Pastor foi o pioneiro desse show. Ele possuía um teatro e queria atrair
famílias inteiras para aumentar sua audiência, e para isso viu que era necessário melhorar
o conteúdo. Sua idéia funcionou e tornou-se a principal recreação familiar.

Com o sucesso desse tipo de teatro, uma rede foi fundada e alcançou todo o território
nacional. “Teatros suntuosos eram construídos, utilizando ricas roupagens e ornamentos
dourados para aumentar as fantasias dos clientes”. Havia “animais, acrobatas, ilusionistas,
comediantes, pequenas histórias, cantores, menestréis, ciclistas e skatistas – quase tudo

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que alguém pudesse imaginar”. O show com essa rica variedades se apresentava do meio-
dia até a noite sem interrupções, permitindo assim as pessoas encaixar um momento de
diversão durante o trabalho, as compras ou os negócios. As pessoas que o assistia, muitas
vezes acabara de chegar do campo e aprendiam lá como se vestir, falar e se relacionar na
nova vida urbana. Essa era uma importante influência para os espectadores.

Como citado anteriormente, o teatro era um dos muitos tipos de entretenimentos que havia
na época e o debate quanto a utilização desses entretenimentos era grande. A maioria dos
americanos os desaprovava principalmente por causa da reprovação religiosa que os
consideravam imorais. A elite também tinha medo de provocarem um decréscimo na
produção por serem uma distração do trabalho. No entanto, viu-se que era necessário a
promoção de lazer em meio as grandes jornadas de trabalho e “líderes culturais e
religiosos começaram a admitir que a vida moderna requeria recreação moderadamente”.
Mas que tipo de lazer desfrutar?

Reformadores entendiam que a recreação significava uma “re-criação” assim o lazer


deveria ser a “renovação das forças para trabalhar mais” e deveriam capacitar “o
indivíduo novamente para a tarefa de servir a Deus e ao homem... mesmo o drama poderia
ser benéfico se grupos amadores apresentassem peças de mérito”, mas ainda que, ações
fossem tomadas para suprir a necessidade de recreação dos norte-americanos tentando
diminuir os problemas morais, uma mesma preocupação nos resta hoje: qual o caráter que
esses entretenimentos nos apresentam e, o quanto impactam a nossa vida.

3.2 Conselhos

Arthur L. White, neto de Ellen White, durante o período em que foi secretário das
Publicações de sua avó, escreveu um artigo intitulado “Representações Dramáticas em
Instituições Adventistas” onde declara que um exame dos conselhos proferidos por ela
“não revela uma condenação peremptória de todos os programas dramatizados. Em outras

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palavras, Ellen White não condena um programa só pelo fato de ser dramatizado”. Ele
admite que os conselhos proferidos por ela “fazem a referência a várias situações e assim
fazendo, enumeram princípios que parecem servir como orientação” (1963, p.1).

Em 26 de dezembro de 1888, Ellen White assistiu uma encenação realizada por crianças
durante a programação de Natal na Escola Sabatina. Uma de suas netas estava
participando desse programa que era simples, tinha um farol, crianças usando disfarces,
discursos, poesia e músicas. Em uma carta escrita ao organizador do programa, Ellen
White afirma “Gostei do farol... A parte desempenhada pelas crianças foi boa. A leitura
foi apropriada” (White apud WHITE, 1963, 20). Percebe-se que ela não condena, mas
durante a carta aconselha o que poderia ter sido feito para melhorar a apresentação e o
que não foi muito proveitoso. (Ver Ellen White, Carta 5, 1888 apud WHITE, 1963, p. 20)

Compreendendo a importância dos recursos visuais e como foram usados por Deus, ela
escreve:
Deus mesmo, porém, empregou figuras e símbolos para apresentar aos
Seus profetas lições que queria que eles transmitissem ao povo, e que
assim melhor seriam compreendidas do que se fossem dadas de outro
modo. Ele apelou para o entendimento através do sentido da vista.
(WHITE, 2008, p. 320)

Ao observar a maneira como as peças teatrais eram apresentadas em sua época (com
músicas sentimentais e cômicas, vícios, libertinagem, humor vulgar, exagero nas
apresentações, sentimentalismo, abordagem de assuntos como divórcio e etc. – ver seção
anterior); Ellen White reprova, portanto, o espaço do Teatro e esse tipo de representações
teatrais como uma opção de recreação e entretenimento para o povo de Deus:
Entre os mais perigosos lugares de diversões está o teatro. Em vez de
ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende,
é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e tendências
pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos.
Canções baixas, gestos, expressões e atitudes indecentes pervertem a
imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir
a essas exibições se corromperá em seus princípios. Não há influência
mais poderosa em nosso país para envenenar a imaginação, destruir as
impressões religiosas e tirar o gosto por divertimentos tranqüilos (sic)
e realidades sensatas da vida do que as diversões teatrais. O amor a esses

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espetáculos aumenta cada vez mais, assim como o desejo de bebidas


alcoólicas se fortalece com seu uso. O único caminho seguro é evitar o
teatro, o circo e qualquer outro lugar de diversão duvidosa. (WHITE,
2004, P. 346)

Apesar de os líderes religiosos daquela época entenderam que era necessário criar uma
alternativa de recreação para os Cristãos, proporcionando assim um espaço de
entretenimento, a autora percebeu que o teatro e as representações teatrais seriam usados
pelo inimigo como um meio para destruir a alma do povo de Deus.
Muitos dos divertimentos populares do mundo hoje, mesmo entre
aqueles que pretendem ser cristãos, propendem para os mesmos fins
que os dos gentios, outrora. Poucos há na verdade entre eles, que
Satanás não torne responsáveis pela destruição de almas. Por meio do
teatro ele tem operado durante séculos para despertar a paixão e
glorificar o vício... Em todo ajuntamento onde é alimentado o orgulho
e satisfeito o apetite, onde a pessoa é levada a esquecer-se de Deus e
perder de vista os interesses eternos, está Satanás atando suas correntes
em redor da alma. (WHITE, 2006, p. 459 e 460).

Escrevendo ao homem que havia organizado a peça de 1888, Ellen White demonstra o
que poderia ter sido feito de modo a peça obter um melhor efeito. Com esse conselho e
outros dados por ela, podemos dizer que as encenações (1) não devem conter músicas
confusas, gritantes, com foco no dom do cantor e ser semelhante as do mundo mas devem
apontar para sentirmos necessidade de buscar a Cristo. (Ver Carta 5 de 1888 em WHITE,
1963, p. 19 e 20)

No livro Conselhos sobre a escola Sabatina ela nos diz que (2) “não devem os obreiros
procurar métodos pelos quais ofereçam um espetáculo”. Assim uma encenação não deve
consumir “tempo, dinheiro e esforço” (WHITE, 2004, p. 103).

Já no livro Evangelismo podemos observar que (3) “a mensagem da verdade [não pode
ser pregada] em estilo teatral” (2007, p.110). As encenações não devem ocupar o púlpito
ou o sermão ser apresentado assim. O “nosso bom êxito dependerá de realizarmos a obra
com a simplicidade com que Cristo a realizou, sem nenhuma demonstração teatral” (2007,
p. 113).

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No mesmo livro ela adverte que (4) as pessoas não devem serem atraídas por meio de
encenações, e que (5) elas não devem ser um meio de exaltar o homem. Na mesma citação
ela mais uma vez adverte quanto ao gasto de muito dinheiro (Ver Evangelismo, p. 103).

Outras questões levantadas também são:


(6) “extravagâncias ou excentricidades de movimento da parte dos que proferem
a Palavra da verdade” não deve ocorrer. As ostentações teatrais não ajudam “a
fortalecer a crença na Palavra de Deus” (Este dia com Deus, 1979, p. 738);
(7) as encenações e as diversões não devem ser “de molde a rebaixar o padrão
de cristianismo” (Testemunhos para a igreja 4, 2007, p. 564, 565);
(8) não deve criar “na juventude um gosto pelo palco” e,
(9) não devem conter falsidade nem ser “fictícias, irreais, simples e baratas”
(WHITE apud WHITE, 1963, p. 5 e 6);
(10) deve-se ter pessoas maduras para ajudar no desenvolvimento e não devem
se transformar “em ocasiões de brincadeira e risadas barulhentas” (Ver
Mensagens aos Jovens, 2004, p. 361);
(11) Não devem tomar tempo para o estudo da Bíblia, e nem atrapalhar a
comunhão com Deus (ver O lar Adventista, 2004, p. 359);
(12) Devem glorificar a Deus e não ser uma opção de divertimento ao público
(Ver Representações Teatrais em Instituições Adventistas, WHITE, 1963, p. 17);
(13) Não devem conter cenas mudas uma vez que nem todos conseguem
compreender. (Ver No Deserto da Tentação, 2007, p. 64)

Por volta de 1880-1881 foram criadas como um meio de promover programas culturais
para a igreja as “sociedades literárias”. Elas eram um meio de também atrair novos
conversos a fé adventista e continham alguns programas que também incluíam
dramatizações. Ellen White repreende (14) quanto ao uso de cenas desmoralizantes,
tolices vulgares que satisfazem a mente carnal e provoca inimizade com Deus; (15)
pessoas que não são consagradas a Deus e não possuem um verdadeiro cristianismo

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dirigindo o programa e; (16) pessoas incrédulas e sem coração consagrado participando.


(Ver Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, 2007, p. 449 e 450)

TIMM (1996, p. 9) conclui também ao analisar as citações de Ellen White que:


As dramatizações devem: (1) evitar o elemento jocoso e vulgar; (2)
evitar o uso de fantoches (animais e árvores que falam, etc); (3) ser
bíblica e historicamente leais aos fatos, como estes realmente
ocorreram; e, acima de tudo, (4) exaltar a Deus e Sua Palavra (e não os
apresentadores da programação).

4. Conclusão

Ao estudarmos passagens da Bíblia e dos escritos de Ellen White pudemos observar que
não há uma proibição total do uso de encenações. Deus utilizou desse recurso para levar
uma mensagem ao povo e Ellen White reconhecia o valor disso. Contudo, como essa arte
fora depravada e usada pelo inimigo para enganar ao povo, alguns princípios foram
levantados de modo de que essa dramatização possa ser utilizada no nosso contexto hoje.

No entanto, não podemos incorrer no erro de desobedecermos a esses princípios uma vez
que a luta entre Deus e o Satanás tem sido constante, porém devemos acima de tudo ser
Cristãos que procurem cada vez mais se manter firmes no caminho do Senhor.

5. REFERÊNCIAS

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