Avaliação de Português Da Iii Etapa 2º A para Postar O.K
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QUESTÃO 01
OBRIGADO POR SER HONESTO! Edson Rossato
Dia desses, minha mãe veio me perguntar se eu sabia de alguma empresa que estava
contratando, pois o filho da vizinha dela estava desempregado, e entre os argumentos de que ele
era uma pessoa que merecia a tal chance ela mencionou "honesto" e "sempre chega no horário".
Realmente ser pontual é uma grande vantagem em relação a maioria dos profissionais por aí,
porque hoje, se você marca uma reunião às nove da manhã no escritório, ela não começa às nove.
Ela começa umas nove e quinze, nove e vinte... Então, quando dizem "te espero às nove" isso
pode ser traduzido como "te espero lá pelas nove" ou seu equivalente "a gente se encontra nove
horas mais ou menos".
Honestidade também é algo que as pessoas se orgulham de ter.
Outro dia, fui tomar um café e paguei com uma nota. O caixa me deu o troco. Eu ia saindo,
quando ele me chamou. Ele havia me dado troco para vinte, quando deveria ser para cinquenta.
Ele me entregou a quantia certa, abriu um sorriso, como se quisesse dizer "viu como sou
honesto?". Acho que ele esperava ser agradecido por isso, então dei o que ele queria: "Obrigado
por ser honesto!".
Isso me fez pensar em quanto nossos valores sociais mudaram. Quando na História
"honestidade" e "pontualidade" se tornaram qualidades? O mesmo vale para "justiça". Deveriam ser
obrigação de qualquer cidadão.
E destaco "justiça", pois se as pessoas fossem justas não tirariam vantagem das outras e
assim extinguiríamos o "jeitinho brasileiro" tão vergonhoso, uma vez que não é justo cortar uma fila,
pois as pessoas que estavam na frente chegaram antes.
E em algumas situações, essa mentalidade de valorizar aspectos que deveriam ser obrigação
de todos nos cega. Quantas vezes, no ônibus, metrô ou trem você se deparou com um vendedor
ambulante com o seguinte discurso:
— Eu poderia estar roubando ou matando, mas estou trabalhando. Vendo essa caneta por um
real.
Aí você se sensibiliza e compra a tal caneta, pensando "poxa, o rapaz está trabalhando". Mas,
na verdade, ele está querendo dizer:
— Se eu não tirar dinheiro suficiente desse trabalho, vou virar ladrão ou assassino. A
responsabilidade é sua.
Os valores sociais e a cidadania não podem mudar com o tempo. Pelo menos não
negativamente como tem acontecido. Uma forma de preservá-los é manter os olhos e a mente
aberta e enxergar as situações como elas realmente são.
Fiz o que minha mãe pediu e encaminhei o currículo do rapaz para algumas empresas que eu
conhecia, mas não antes de dar uma bela olhada. Entre os motivos que ele julgava que o tornava
Acesso em: 09 jun. 2016
01- A função do último parágrafo é
A) concluir o que foi dito no penúltimo parágrafo.
B) retomar o assunto comentado no 1º parágrafo.
C) confirmar os exemplos dados no 4º, 7º, 8º, 9º e 10º parágrafos.
D) refutar a informação de que pessoas honestas existem.
E) enaltecer as qualidades do dono do currículo.
QUESTÃO 02
QUESTÃO 07
Sofia desceu logo, achou Rubião transtornado, fugindo com os olhos. Perguntou-lhe o que
era; ele respondeu que nada, dor de cabeça. Dondon saiu, o diretor do banco despedia-se;
Palha agradecia-lhe a fineza, estimava-lhe a saúde. Onde estava o chapéu? Achou-o;
deu-lhe também o sobretudo; e, parecendo que ele procurava outra coisa, perguntou se era
a bengala
— Não, senhor, é o guarda-chuva. Creio que é este; é este. Adeus.
— Ainda uma vez, obrigado, muito obrigado, disse o Palha. Ponha o seu chapéu, está
úmido, não faça cerimônias. Obrigado, muito obrigado, concluiu apertando-lhe a mão
nas suas, e curvado em ângulo.
Voltando ao gabinete, deu com o sócio, que teimava em sair. Instou também; disse-
lhe que tomasse uma xícara de chá, que lhe passava logo; Rubião recusou tudo.
— A sua mão está fria, observou a moça ao Rubião, apertando-lha; por que não
espera? Água de melissa é muito bom. Vou buscar.
Rubião deteve-a; não era preciso; conhecia aqueles achaques, curavam-se com
sono. Palha quis mandar vir um tílburi; mas o outro acudiu dizendo que o ar da noite lhe
faria bem, e que no Catete acharia condução. Quincas Borba, Machado de Assis.
07- Sobre os elementos que constituem a frase “Água de melissa é muito bom”, é
possível afirmar que ela
(A) está incorreta, do ponto de vista da língua-padrão, já que o adjetivo “bom” deveria
estar no feminino para concordar com “ á g u a ”.
(B) só se justifica no registro informal da língua, comum nos ambientes domésticos,
como o da passagem transcrita.
(C) observa os princípios da concordância nominal por atração, constituindo emprego de
natureza estilística.
(D) tem o adjetivo no chamado gênero neutro, concordando com a expressão “água de
melissa”, empregada sem um artigo determinante.
(E) se constrói, segundo as normas gramaticais, com o emprego facultativo do adjetivo no
masculino, já que, no caso, seria admissível também o feminino.
QUESTÃO 08
Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo.
Um dos problemas de morrer é esse: vão falar muita asneira a seu respeito. E você já
nem pode se defender. Não bastou serem fuzilados, os cartunistas do Charlie Hebdo foram
vítimas de um massacre póstumo.
Pessoas de todas as áreas de atuação lamentaram a tragédia, MAS (não entendo como
alguém, nesse caso, consegue colocar um "MAS") lembraram que o humor que eles faziam
era altamente "ofensivo".
Poucas coisas irritam mais do que a vagueza desse termo "ofensivo" quando usado
intransitivamente. Ofensivo a quem? A mim, definitivamente, não era. "Eles não deviam ter
brincado com o sagrado", alegam alguns. MAS (aqui sim cabe um "mas") o que define o
humor é exatamente isso: a brincadeira com o sagrado. [...]
DUVIDIER, Gregorio. “Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo”. In: Folha de S.Paulo, 11 jan. 2015.
Disponível em: <http://www.contraocorodoscontentes.com.br/2015/01/sobre-o-terror-islamico-viva-falta-de.html>. Acesso em: 4 abr.
2015.
08 -Identifique em qual fragmento do texto as aspas foram usadas para sinalizar ironia.
A) ...os cartunistas do “Charlie Hebdo” foram vítimas,,,
B) ... (não entendo como alguém, nesse caso, consegue colocar um "MAS")...
C) ... o humor que eles faziam era altamente "ofensivo"...
D) Poucas coisas irritam mais do que a vagueza desse termo "ofensivo"...
E) "Eles não deviam ter brincado com o sagrado”...
QUESTÃO 09
- Pai........
- Hummmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e Feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "SEXO" é masculina. O SEXO
masculino, o SEXO feminino.
- Não devia ser "A SEXA"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "SEXO" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo.Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer...Olha aqui. Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- Temos que ficar de olho nesse guri...
- Por quê?
Ele só pensa em gramática.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Sexa. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
10- No texto “Sexa”, de Luís Fernando Veríssimo,
A) a pontuação é um importante instrumento, uma vez que é empregada expressivamente
para demarcar a mudança de humor de um dos personagens da narrativa..
B) a interação entre os personagens foi finalizada de modo bem-sucedido no desfecho da
crônica em análise.
C) a conjunção porque é empregada, ao longo da narrativa, para indicar as conclusões do
pai sobre o assunto discutido.
D) o duplo sentido da palavra sexo é um fator acessório para garantir a textualização da
crônica.
E) o neologismo que dá título ao texto promove dificuldade de compreensão do sentido
geral da crônica.
QUESTÃO 11
O SUCESSO DA MALA
Respiro ofegante. Trago nas mãos uma pequena mala e uma agenda tinindo de nova.
É meu primeiro dia de aula. Venho substituir uma professora que teve que se ausentar "por
motivo de força maior". Entro timidamente na sala dos professores e sou encarada por
todos. Uma das colegas, tentando me deixar mais à vontade, pergunta:
– É você que veio substituir a Edith?
– Sim - respondo num fio de voz.
– Fala forte, querida, caso contrário vai ser tragada pelos alunos - e morre de rir.
– Ela nem imagina o que a espera, não é mesmo? – e a equipe toda se diverte com a
minha cara.
Convidada a me sentar, aceito para não parecer antipática. Eles continuam a conversar
como se eu não estivesse ali. Até que, finalmente, toca o sinal. É hora de começar a aula.
Pego meu material e percebo que me olham curiosos para saber o que tenho dentro da
mala. Antes que me perguntem, acelero o passo e sigo para a sala de aula. Entro e vejo um
montão de olhinhos curiosos a me analisar que, em seguida, se voltam para a maleta. Eu a
coloco em cima da mesa e a abro sem deixar que vejam o que há lá dentro.
– O que tem aí, professora?
– Em breve vocês saberão.
No fim do dia, fecho a mala, junto minhas coisas e saio. No dia seguinte, me comporto
da mesma maneira, e no outro e no noutro... As aulas correm bem e sinto que conquistei a
classe, que participa com muito interesse. Os professores já não me encaram. A mala,
porém, continua sendo alvo de olhares curiosos.
Chego à escola no meu último dia de aula. A titular da turma voltará na semana
seguinte. Na sala dos professores ouço a pergunta guardada há tantos dias:
– Afinal, o que você guarda de tão mágico dentro dessa mala que conseguiu modificar a
sala em tão pouco tempo?
– Podem olhar – respondo, abrindo o fecho.
– Mas não tem nada aí! – comentam.
SUCESSO!!!!