Projeto de Ensino Lariane

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UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


CURSO DE PEDAGOGIA

LARIANE MORAES MACIEL VIANA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Nova Friburgo
2020
LARIANE MORAES MACIEL VIANA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Projeto de Ensino apresentado à UNOPAR, como


requisito parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.

Docente supervisor: Prof. Tiago Almeida

Nova Friburgo
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3
1 TEMA.................................................................................................................................5
2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................6
3 PARTICIPANTES..............................................................................................................8
4 OBJETIVOS.......................................................................................................................9
5 PROBLEMATIZAÇÃO...................................................................................................10
6 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................12
7 METODOLOGIA.............................................................................................................34
8 CRONOGRAMA..............................................................................................................35
9 RECURSOS......................................................................................................................36
10 AVALIAÇÃO...................................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................38
REFERÊNCIAS........................................................................................................................40
3

INTRODUÇÃO

Este projeto de ensino tem como tema “A importância dos jogos e brincadeiras para a
educação infantil”.
Entre as diversas concepções de jogo abordamos neste trabalho o jogo na percepção de
Piaget, Vygotski. Um significado generalizado o jogo parte do principio de ser um conector
entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Com isso, verifica-se a importância
do jogar e brincar, em que a criança irá “modelar” o mundo a sua volta, apropriando-se de
experiências, informações, atividades, atitudes e valores. Assim o ato motor que inicia-se na
vida fetal, vai difundir-se no espaço exterior através do ato voluntario, dando origem ao jogo.
A criança vai adquirindo prazer em brincar com o corpo vai desenvolvendo uma
aprendizagem progressiva de domínio do corpo. A primeira atividade que a criança
desempenha é o brincar e é através desse brincar, que será estimulada para o mundo, sendo o
inicio de uma série com outras atividades que se desencadeiam à medida que se tornam ação,
levando-a a reconhecer novas formas de aprendizagem, numa dialética permanente entre o eu
e o mundo.
Os jogos podem a vir contribuir para o processo de formação do conhecimento,
participando como mediador das aprendizagens significativas, ao mesmo tempo em que
contribui para as atividades didático-pedagógicas durante qualquer aula. No entanto, a
contribuição de jogo referente ao desenvolvimento das atividades pedagógicas, irá resultar da
concepção de jogo, criança, aprendizagem e desenvolvimento. O jogo tem o papel de
despertar na criança a descoberta e o prazer, sendo ao mesmo tempo uma tradução do
contexto sócio-cultural-histórico refletido na cultura, ou seja, as experiências.
De acordo com a pesquisa e análise realizada pelo trabalho proposto percebemos as
várias concepções de jogo na percepção dos pensadores: Piaget, Vygotski e Wallon,
verificando a importância que cada um faz do jogo para o desenvolvimento da criança, ao
mesmo tempo em que é muito relevante para a nossa área de Educação Física conhecer,
reconhecer e saber aplicar os tipos de jogos para as crianças, tal como para o seu
desenvolvimento, cognitivo, afetivo, motor e social.
Considera-se que a pesquisa realizada propiciou entendimento de como é importante
uma prática de atividades lúdicas nas instituições de Educação Infantil. Também se discutiu
a importância das atividades lúdicas realizas com crianças,
independente de sua idade, visto que essas atividades permitem um desenvolvimento mais
efetivo dos infantes.
O brincar é importante, em toda faixa etária de idade, a criança vive o mundo de
fantasia com o mundo real com toda sua complexidade se torna simples através do olhar da
criança e é brincando ou jogando que elas expressas seus sentimentos.
As atividades lúdicas auxiliam na descoberta, na criatividade, de modo que a criança
se expresse, analise, critique e transforme a realidade à sua volta. Para a realização do trabalho
foi realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando autores de renome nessa área do
conhecimento. Notou-se, pela leitura dos textos consultados, como é de relevante importância
a presença dos jogos e das brincadeiras na vida das crianças para estimular seu aprendizado.
Concluiu-se que não se deve esquecer de que os jogos e as brincadeiras também são
capazes de ensinar e deixar a criança ser mais feliz, fornecendo-lhe uma estrutura emocional
com capacidades para desenvolver os seus diversos aspectos. É, portanto, fundamental que os
espaços e, principalmente, o tempo escolar destinado ao brincar esteja incluído na rotina
Educação Infantil, não somente em forma de disciplina, mas como prática permanente de uso
das diferentes linguagens pela criança.
Ao permitir que a criança brinque e utilize os jogos e as brincadeiras, então estarão
sendo oferecidos instrumentos para torná-la cada vez mais ativa no processo de
aprendizagem, e, ao mesmo tempo, considerando seu aspecto emocional, construindo
possibilidades para que ela possa construir, ao brincar, sua própria imagem e a do mundo que
a cerca.
Desse modo, o lúdico para a criança tem um significado importante onde ela passa a
ter conhecimento e compreende o que constrói. Sendo assim o lúdico colabora para uma boa
saúde física das crianças ajuda no desenvolvimento intelectual facilitando o convívio social.
Os profissionais que estão dispostos a trabalhar com a educação infantil, deverão ter a
consciência do verdadeiro sentido das atividades lúdicas proporcionando, o brincar sendo o
foco da sua proposta pedagógica porque ele vai além de ocupar o tempo das crianças precisa
ser desenvolvidos com afetividade, carinho e sensibilidade utilizando, o lúdico a maior fonte
do ensino da aprendizagem.
5

1 TEMA

O tema escolhido para desenvolver este projeto de ensino é “A importância dos jogos e
brincadeiras para a educação infantil”.
2 JUSTIFICATIVA

O projeto “Jogos e brincadeiras” visa trabalhar de uma forma lúdica e de vivência,


estimulando o Raciocínio Lógico, a criatividade, auxiliando as crianças no processo de
construção do conhecimento.
O desenvolvimento deste projeto pode potencializar essas capacidades, ampliando as
possibilidades das crianças de compreenderem e transformarem a realidade.
Tendo em vista que, o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou
brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece os desenvolvimentos físicos, cognitivos,
afetivos e principalmente a interação e o respeito pelos amigos.
"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança
descobrir” (Jean Piaget).
O presente trabalho teve como objetivo estudar os pressupostos teóricos e
metodológicos sobre a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança na
Educação Infantil. Para a realização deste trabalho a busca à literatura foi imprescindível.
Saber o que os autores apontam com relação à temática sobre o desenvolvimento da criança e
o processo da construção da aprendizagem oportunizou a construir a relação existente entre
ensino aprendizagem e a ludicidade em favor do aprender. De acordo com os relatos
históricos a Educação Infantil nasceu de um cunho assistencialista e apresentava seu olhar
voltado apenas para o cuidar físico da criança, mas com o passar dos tempos houve uma
mudança significativa em sua perspectiva e o cuidar ficou atrelado ao educar e hoje são
indissociáveis.
O ato de brincar pode ser conduzido independentemente de tempo, espaço, ou de
objetos isto proporciona que a criança crie, recrie, invente e use sua imaginação, tornando o
espaço escolar atrativo. Assim a partir da problemática levantada foi delimitado o objetivo
geral que teve como princípio refletir sobre a importância dos jogos e das brincadeiras, numa
perspectiva lúdica, no processo de ensino aprendizagem do aluno da educação infantil.
Para, tanto os objetivos específicos foram delimitados em realizar um estudo
bibliográfico sobre a importância dos jogos e brincadeiras numa perspectiva lúdica, para a
educação infantil; identificar os benefícios das atividades lúdicas na educação infantil e
observar qual o papel do professor em relação aos jogos e brincadeiras na educação infantil.
O professor deve recorrer a diferentes técnicas e métodos de ensino para transmitir e
construir o conhecimento dos seus alunos. Os jogos e brincadeiras constituem um recurso
pedagógico com elevado nível de riqueza que acarreta informação, cultura, evidenciam
direitos, desenvolve os valores em educação, entre outros benefícios e vantagens para a
aprendizagem e contribui com o desenvolvimento da criança e de suas potencialidades, além
de estabelecer relações cognitivas centradas no afeto, respeito, solidariedade,
companheirismo.
Na educação, processo de aprendizagem no qual o conhecimento é construído,
avaliado e renovado a cada dia, o brincar e o aprender constituem uma relação que se efetiva e
se consolida ao longo de todo o processo de aquisição do conhecimento. O lúdico é um dos
recursos pedagógicos mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem,
principalmente na educação infantil.
Este estudo buscou identificar os fatores que contribuem para que o lúdico perca
espaço na educação infantil em uma turma de alunos de cinco anos de idade. O referencial
teórico desenvolvido e a metodologia aplicada para o estudo de caso permitem concluir o uso
do lúdico como recurso de intervenção que requer maior compromisso do educador em
relação aos conteúdos trabalhados, que precisam ser significativos e fazer sentido para as
crianças e para os professores. Através da pesquisa de campo podemos perceber a importância
dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da criança na educação infantil.
3 PARTICIPANTES

Crianças de 3 a 5 anos do Ensino Infantil.


4 OBJETIVOS

Objetivo geral:
Proporcionar as crianças a oportunidades de ampliar seus conhecimentos através
de atividades lúdicas interativas e de vivência.

Objetivos específicos:
Compreender o valor dos jogos e atividades lúdicas na educação infantil como
subsídios eficazes para a construção do conhecimento realizado pela própria criança;
Desenvolver estudos sobre situações de jogos e brincadeiras que
proporcionem às crianças a estimulação necessária para sua aprendizagem.
5 PROBLEMATIZAÇÃO

Considera-se que a pesquisa realizada propiciou entendimento de como é importante


uma prática de atividades lúdicas nas instituições de Educação Infantil. Também se discutiu a
importância das atividades lúdicas realizas com crianças, independente de sua idade, visto que
essas atividades permitem um desenvolvimento mais efetivo dos infantes.
O brincar é importante, em toda faixa etária de idade, a criança vive o mundo de
fantasia com o mundo real com toda sua complexidade se torna simples através do olhar da
criança e é brincando ou jogando que elas expressas seus sentimentos.
As atividades lúdicas auxiliam na descoberta, na criatividade, de modo que a criança
se expresse, analise, critique e transforme a realidade à sua volta. Para a realização do trabalho
foi realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando autores de renome nessa área do
conhecimento. Notou-se, pela leitura dos textos consultados, como é de relevante importância
a presença dos jogos e das brincadeiras na vida das crianças para estimular seu aprendizado.
Concluiu-se que não se deve esquecer de que os jogos e as brincadeiras também são
capazes de ensinar e deixar a criança ser mais feliz, fornecendo-lhe uma estrutura emocional
com capacidades para desenvolver os seus diversos aspectos. É, portanto, fundamental que os
espaços e, principalmente, o tempo escolar destinado ao brincar esteja incluído na rotina
Educação Infantil, não somente em forma de disciplina, mas como prática permanente de uso
das diferentes linguagens pela criança.
Em diversos momentos de nossa vida nos deparamos com a palavra jogo, pois,
encontra-se presente no cotidiano e na sociedade, e cada vez ganho maior espaço. Os jogos e
as brincadeiras são considerados umas das atividades mais realizadas pelas crianças, por se
tratarem de atividades prazerosas e que além de educativas transmitem alegria.
A prática de jogos deve tentar relacionar alegria, espontaneidade, prazer e não
constrangimento da criança.
O jogo, claro, está presente na escola. Para a Educação Física, o jogo é considerado
uma prática corporal de expressividade humana.
Vale ressaltar a importância de o educador oriente sua atuação, no sentido de variar e
aumentar o repertório das crianças, tanto referente à lingüística como também
culturalmente. O professor, portanto, deve estimular o imaginário do aluno, para que as
atividades que serão realizadas sejam enriquecidas, tornando-se cada vez mais complexas com
as relações que vão se constituindo. O educador deve ser cauteloso ao escolher uma atividade
para realizar para criança uma vez que visa a compreensão e conhecimento da mesma, deve
ter cuidado e clareza nos objetivos. Assim o brincar deve ser considerado uma atividade
fundamental para construção cultural e de sua personalidade.
Alguns fatores se tornam relevantes para caracterizar um jogo como: a) É de caráter
livre, não devendo ser imposto por uma necessidade física ou por uma obrigação moral, sendo
executado nas horas livres sem compor uma tarefa. b) Faz com que deixemos a esfera real de
nossa vida partindo para uma de atividade. Exemplo: a) criança consegue/ b)sabe diferenciar o
fazer de conta da realidade. c) Tem-se presente o isolamento e a limitação, ou seja, o jogo
ganha espaço fora da vida comum, considerando tempo e espaço (duração e lugar). Quando
esta praticando tudo passa a ser movimento, sucessão, associação, separação. d) O jogo é
considerado um fenômeno cultural, é mantido na memória, podendo tornar-se tradição. e) O
jogo cria ordem, mesmo por um tempo limitado. f) O jogo desenvolve uma tensão, visto que
os jogadores querem ser vitoriosos. Essa tensão deve desenvolver um caráter ético, na
proporção em que o jogador, a capacidade espiritual e a lealdade são avaliadas. A criança tem
a característica de entrar no mundo dos sonhos das fábulas e normalmente utiliza como ponte
às brincadeiras. Quando esta brincando se expressa mostrando seu intimo, seus sentimentos e
sua afetividade.
As brincadeiras são importantes por fazerem parte do mundo das crianças e por
proporcionarem momentos agradáveis dando espaço à criatividade. Todos deveram buscar o
bem–estar dos pequenos durante o processo de ensino e aprendizagem, resgatando assim o
lúdico como instrumento de construção do conhecimento.
Desta forma, este estudo tem como objetivo abordar os jogos na concepção de três
diferentes teóricos do desenvolvimento cognitivo: Piaget e Vygotski, de maneira que as
contribuições advindas do jogo sejam relacionadas ao desenvolvimento da criança. A
metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, onde utilizaremos fontes já publicadas
para o levantamento de dados.
6 REFERENCIAL TEÓRICO

01-O que é brincar?


Conceito Pedagógico Sobre o Brincar
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos,
sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva
sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e
da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. A diferenciação de papéis se faz
presente, sobretudo no faz-de-conta, quando as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe,
o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões, etc., imitando e recriando personagens
observados ou imaginados nas suas vivências.
A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda
mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem de uma pessoa, de
uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e
perceptíveis para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados
vivenciados em outras circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças
tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la. Os heróis, por
exemplo, lutam contra seus inimigos, mas também podem ter filhos, cozinhar e ir ao circo.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e
comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser
uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-
conta” que é outro. Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das
experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam
no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da
memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio
da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma
atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação
da realidade,
sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando
e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto,
podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade
imediata.
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade,
porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre
as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Na brincadeira,
vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a
elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das
construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e
depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de
interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas
polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora,
grande/pequeno, feio/bonito, etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas
emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
O desenvolvimento infantil se encontra particularmente vinculado ao brincar, uma vez
que este último se apresenta como a linguagem própria da criança, através da qual lhe será
possível o acesso à cultura e sua assimilação. O brincar se apresenta como fundamental tanto
ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua socialização, sendo um
importante instrumento de intervenção em saúde durante a infância.
A linguagem cultural própria da criança é o lúdico. A criança comunica-se através dele
e por meio dele irá ser agente transformador, sendo o brincar um aspecto fundamental para se
chegar ao desenvolvimento integral da criança.
Portanto, o ato de brincar é importante, é terapêutico, é prazeroso, e o prazer é ponto
fundamental da essência do equilíbrio humano. Logo, podemos dizer que a ludicidade é uma
necessidade interior, tanto da criança quanto do adulto. Por conseguinte a necessidade de
brincar é inerente ao desenvolvimento.
No brincar, quanto mais papéis a criança representar, mais amplia sua expressividade,
entendida como uma totalidade. A partir do brincar ela constrói os conhecimentos através dos
papéis que representa, amplia ao mesmo tempo dois vocabulários - o linguístico e o
psicomotor - além do ajustamento afetivo emocional
que atinge na representação desses papéis.
A criança brinca porque tem um papel, um lugar específico na sociedade, e não apenas
porque o faz-de-conta - como o brincar de cavalo, em que a criança se utiliza do cabo de
vassoura - parte da natureza de tal criança. O jogo é a forma que as crianças encontram para
representar o contexto em que estão inseridas.
Além disso, o ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais em que as
atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, o autoconhecimento, a cooperação, porque
estes conduzem à imaginação, à fantasia, à criatividade, à criticidade e a uma porção de
vantagens que ajudam a moldar suas vidas, como crianças e como adultos. E sem eles a
criança não irá desenvolver suficientemente o processo de suas habilidades.
O modo como ela brinca revela o mundo interior da mesma, proporcionando o
aprender fazendo entendidas aqui por aquelas ações concretas da criança. O brincar de
médico, por exemplo. Implica apropriar-se de algumas características do ato da realidade. É a
reprodução do meio em que a criança está inserida.
Através do lúdico, a criança realiza aprendizagem significativa. Assim, podemos
afirmar que o jogo propõe à criança um mundo do tamanho de sua compreensão, no qual ela
experimenta várias situações, entre elas o fazer comidinha, o limpar a casa, o cuidar dos
filhos, etc.
O ato de brincar proporciona às crianças relacionarem as coisas umas com as outras, e
ao relacioná-las é que elas constroem o conhecimento. Esse conhecimento é adquirido pela
criação de relações e não por exposição a fatos e conceitos isolados, e é justamente através da
atividade lúdica que a criança o faz. O brincar é o meio de expressão e crescimento da criança.
A criança sempre brinca, mas esse ato depende do contexto em que está inserida,
independente de época, classe social e outros fatores.
Desde os primeiros anos da infância, encontram-se processos criativos que se refletem,
sobretudo nos jogos. É através deles que as crianças reelaboram, criativamente, combinando
fatos entre si e construindo novas realidades de acordo com seus gestos e necessidades.
Também nestes jogos aparece toda a experiência acumulada da criança. Neles as lideranças
são desenvolvidas, e aí ela aprende a obedecer e respeitar regras e normas.
No brincar, ocorre um processo de troca, partilha, confronto e negociação, gerando
momentos de desequilíbrio e equilíbrio, e propiciando novas conquistas
individuais e coletivas. A ação de brincar é fonte de prazer e ao mesmo tempo, de
conhecimento.
A criança vai construindo seu conhecimento do mundo de modo lúdico,
transformando o real com os recursos da fantasia e da imaginação. Tem a chance de dar vazão
a uma afetividade que, frequentemente, é tolhida na difícil luta pela sobrevivência enfrentada
dia-a-dia por seus pais.
A criança que brinca, precisa ser respeitada, pois seu mundo é mutante, e está em
permanente oscilação entre fantasia e realidade. Precisa tanto de brinquedos como de espaço,
o suficiente para que se sinta à vontade e dona do mesmo.
É através da atividade lúdica que a criança prepara-se para a vida, assimilando a
cultura do meio em que vive, a ele se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe
oferece, aprendendo a competir cooperando com seus semelhantes, e conviver como um ser
social.
Em síntese, além de proporcionar prazer e diversão, o jogo pode representar um
desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança.

O PAPEL DO PROFESSOR COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO


Uma vez que o professor é responsável pela orientação, seja teórica, metodológica e
técnica, pode-se considerar que, nesse sentido, ele é um agente transformador, tendo em vista
que contribui para a transformação dos seus alunos.
Tal realidade exige, portanto consciência crítica de todos os que trabalham com a
educação. O importante é saber que ainda hoje não se pode esquecer essa consciência crítica,
de questionar diante das políticas educacionais existentes. Para Ruiz (2003, s/p), o
profissional da educação precisa ter uma posição muito clara, isto é, primar pela mudança.
Para autora:

Os papéis dos profissionais de educação necessitam ser repensado. Esses não podem
mais agir de forma neutra nessa sociedade de conflito, não pode ser ausente
apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas, não pode mais ser omisso,
pois os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais,
mas como alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e
que está disposto ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber (RUIZ,
2003, s/p).

O professor pode ser sim um agente de transformação, principalmente em situações


que exigem um posicionamento firme de sua parte. Não apenas na sala de aula, mas na
sociedade, no ambiente escolar ou universitário e estar atento ás discussões no que se refere
ao mundo à sua volta. É importante, participar de grupos
de estudos, envolverem-se em pesquisas, incentivar seus alunos a buscarem sempre a
conhecer mais.
O professor, em vez de ser um agente de transformação nos processos de ensino e
aprendizagem, é utilizado como instrumento a serviço de interesses que regem os modelos
educacionais instituídos nas escolas e nas universidades. Com isso, aqueles profissionais
preocupados com a melhoria do ensino e com a educação, são tidos como problema, tendo em
vista à concepção conservadora predominante ainda na sociedade.
O professor tem que partir de experiências e conhecimentos dos alunos e oferecer
atividades significativas, favorecendo-as compreensão do que está sendo feito por intermédio
do estabelecimento de relações entre escola e o meio social.

ALGUMAS FUNÇÕES DO PROFESSOR FRENTE AOS JOGOS


Uma das responsabilidades do educador é promover a socialização entre os alunos,
auxiliando-os, dentro da sua faixa etária e potencialidades, a conviver com seus grupos,
enfatizando o grupo escolar. Independentemente do nível de educação, as ações pedagógicas
visam, de certa maneira, promover a boa convivência social, o conhecimento do outro e o
respeito pela diferença.
As atividades lúdicas escolhidas pelos educadores, além de oportunizarem diversão e
aprendizado como própria função pedagógica, devem considerar, também, o desenvolvimento
das pessoas envolvidas.
O trabalho pedagógico com o conhecimento pode adquirir maior significado na
medida em que é desenvolvido por meio de diferentes abordagens metodológicas.
O jogo, atividades lúdicas, brincadeiras, se usados adequadamente, contribuem
significativamente na construção e compreensão do conhecimento, é uma atividade essencial
no desenvolvimento e na aprendizagem da criança, é importante que o professor conheça cada
tipo e seu objetivo, para promover um trabalho de qualidade nesse aspecto.
A brincadeira ou o jogo somente tem validade se usado na hora certa, e essa hora é
determinada pelo professor, ele é quem determina para o aluno qual o objetivo do jogo, das
regras e do tempo.
Durante todo o processo de desenvolvimento físico, moral e social da criança, os
ambientes em que elas estão inseridas e as brincadeiras espontâneas ou dirigidas podem
contribuir de forma significativa na sua formação integral. É importante à
criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações cotidianas e, assim, vai
construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que a cerca.
A criança é um ser sociável que se relaciona com o mundo que a cerca. De acordo com
sua compreensão e potencialidades, ela brinca espontaneamente e independentemente de seu
ambiente e contexto. Por isso, quanto maior o número de brincadeiras infantis inseridas nas
atividades pedagógicas, maior será o desenvolvimento da criança. Mas, por isso, deve-se
respeitar cada uma das fases de seu desenvolvimento, a fim de que os objetivos sejam
atingidos.

CONTRIBUIÇÕES QUE A BRINCADEIRA E O JOGO PROPORCIONAM NO


DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A atividade lúdica tem conquistado um grande espaço na Educação Infantil. O brincar
é a essência da infância e seu uso permite o trabalho pedagógico que possibilita a produção do
conhecimento e também a estimulação da afetividade na criança. A função educativa da
brincadeira oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua
compreensão do mundo. Portanto, as disciplinas apresentada por meio de atividades lúdicas
tornam-se envolvente e favorece a construção de significados de conhecimentos próprios do
mundo da criança.
A ludicidade é uma necessidade da criança em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão. O brincar facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e
cultural, colabora para uma boa saúde mental, facilita os processos de socialização,
comunicação, expressão e construção de conhecimento.
As atividades lúdicas são a essência da infância, por isso, ao abordar este tema não
podemos deixar de nos referir também à criança. Ao retornar a história e a evolução do
homem na sociedade, vamos perceber que a criança nem sempre foi considerada como é hoje.
Antigamente, ela não tinha existência social, era considerada miniatura do adulto, ou quase
adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o
futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho,
colaborando na geração da renda familiar.
Essa importante etapa da infância seguem por duas fases do desenvolvimento de
Piaget, que são o período sensório motor (0 a 2 anos) e o período operatório concreto (2 a 7
anos). Cunha (1988) estabelece condutas, ações e tipos de brinquedos e jogos para a
aprendizagem e o desenvolvimento infantil, de acordo com as fases do
desenvolvimento proposto por Piaget. Segundo a autora, a conduta sensória motora
compreende as ações de repetição, reconhecimento sensório motor, generalização sensória
motora e o raciocínio prático.
Brincando, a criança entra em contato com as diferenças culturais existentes no grupo,
resolve problemas e amplia sua forma de ver e entender o mundo, ampliando seus conceitos.
Por exemplo, quando uma criança brinca de casinha, ela entra em contato com diferentes
olhares ou conceito de mãe, o que pode ampliar o seu próprio conceito. Nesse sentido. O
brincar cria as condições para o desenvolvimento infantil, pois a brincadeira amplia a
possibilidade de pensar e de atuar sobre seu próprio cotidiano. Sendo assim, brincar não é
apenas passatempo, mas uma atividade que lhe permite trabalhar com sonhos, fantasias,
angústias e conhecimentos.

1.1 A importância das brincadeiras na eduacação infantil


Diante da realidade na qual o que predomina é a industrialização, muitos estudiosos
apontam que os setores produtivos estão disponibilizando brinquedos na área educacional,
dando maior destaque para tais produtos. Brincar não significa perda de tempo como também
não é uma forma de preenchimento de tempo, mas uma maneira de se colocar a criança de
frente com o objeto, muito embora nem sempre a brincadeira envolva um objeto. Até porque
o brinquedo possibilita o desenvolvimento total da criança, já que ela se envolve afetivamente
no seu convívio social. A brincadeira faz parte do mundo da criança. É nesse momento que
ela experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para o grupo. Desse modo,
o brincar é uma das formas de linguagem que a criança usa para entender e interagir consigo
mesma e com os outros e o próprio mundo.
O RCNEI (BRASIL, 1998, p. 58) destaca a importância de se valorizar atividades
lúdicas na Educação Infantil, visto que “as crianças podem incorporar em suas brincadeiras
conhecimentos que foram construindo”. Ainda se observa no RCNEI a valorização do
brinquedo, entendidos como componentes ativos do processo educacional que refletem a
concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da
aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para a definição
de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil (BRASI, 1998, p. 67.
v. 1).
No entanto, ainda se observa que quando se fala em brinquedos e brincadeiras,
muitas das vezes ecoa, no fundo das expressões, pré-conceitos marcados pelas relações de
desdém, de poder de valores pejorativos na relação “trabalhar-seriedade X brincar-seriedade”.
Precisa-se entender que esses conceitos não possuem fundamento, pois hoje se sabe que é
através das ações, do fazer, pensar e brincar, que o ser humano vai construir seu conhecimento
e desenvolvendo suas estruturas psíquicas para se relacionar com o mundo concreto.
Nesse sentido, as brincadeiras são de suma importância para o desenvolvimento da
chamada motricidade, do raciocínio por meio do faz-de-conta, utilizando sempre pelas
crianças quando estão brincando. À medida que a criança vai se desenvolvendo fisicamente,
as brincadeiras vão tomando dimensão mais socializadora, os participantes se encontram,
numa atividade comum e ao mesmo aprendem a coexistência, contudo lhes possibilita
aprender, como lhe dar com respeito mútuo, bem como partilhar brinquedos, dividir tarefas e
tudo aquilo que implica uma tarefa coletiva no seu dia a dia.
Além disso, acreditamos que é brincando que a criança começa a se relacionar com as
pessoas, que ela descobre o mundo, se desenvolve com o que ela aprendeu, a criança
desenvolve com mais saúde, elimina o estresse, aumenta a criatividade e a sensibilidade,
estimula a sociabilidade. Brincar é um dos alimentos mais importantes da infância. Brincar é a
atividade que permite que a criança desenvolva, desde os primeiros anos de vida, todo o
potencial que tem. Por fim, acredita-se que é a brincadeira que faz a criança ser criança.

1.2 A Contribuição da Brincadeira no Desenvolvimento do Aprendizado da


Criança
Em décadas passadas, as crianças brincavam a partir dos saberes que eram passados
por avós, tios e tias ou até mesmo do seu vizinho. Mas com o passar dos anos, houve mudança
nas formas de brincadeiras, bem como nos próprios brinquedos. Antes, os brinquedos eram
confeccionados pelos pais e avós, agora esses mesmos brinquedos são confeccionados pela
indústria, esta passou a criar e produzir brinquedos em todo mundo. As crianças, ao
aprenderem a fazer seus próprios brinquedos com a ajuda dos seus avós e pais, desenvolviam
a criatividade e raciocínio. Hoje, as crianças não precisam mais de criatividade para brincar e
confeccionar seus brinquedos, nem tudo já se encontra criado industrializado para a venda.
Diante desse quadro, observa-se que as brincadeiras de antes permitiam mais
às crianças descobrir, inventar e procurar soluções para situações-problema que há nas
brincadeiras e jogos. Sendo assim, o brincar para a criança é obedecer aos impulsos
conscientes e inconscientes que levam às atividades físicas mentais de grande significação e,
por ser o brincar de interesse da criança, promove atenção e
2.3 concentração, levando-a a criar, pensar, e conhecer novas palavras situações e habilidades.
Segundo Velasco (1996, p. 78):

brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais.


Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as
capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já
quando brinca a vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto
equilibrado, consciente e afetuoso.

Para Velasco (1996), as brincadeiras abordam o desenvolvimento, bem como a


socialização e a aprendizagem. É nesse momento que a criança tem prazer em realizá-las, pois
permite a ela todo o desenvolvimento sem esforço. Independente da época e da cultura, as
crianças sempre brincaram e brincam, ou seja, elas vão brincar e aprender da forma que mais
gostam. Acredita-se que o lúdico é de grande importância para as crianças, pois sem distinção
de idade ou classe social, estas atividades lúdicas devem constar no contexto político
pedagógico da escola. O lúdico compreende os jogos as brincadeiras e os próprios brinquedos,
tanto as brincadeiras de antigamente, bem como as atuais, pois são de cunho educativo e
auxiliam na aprendizagem dos alunos, assim como no convívio social. É com a interação que
as crianças vão desenvolvendo suas criatividades e liberdades.
Desse modo, o brinquedo traduz, de acordo com Piaget (1973), o real para a realidade
infantil. Portanto, com a brincadeira, a inteligência e sua sensibilidade estão sendo
desenvolvidas. Assim, a presença de atividades lúdicas na prática educativa articula-se na
forma espontânea e dirigida, em que ambas são educativas. É na fase espontânea que se
constitui o brincar cotidiano da criança, que flui e é mobilizado a partir de questões internas
do sujeito, sem nenhum comprometimento com a produção de resultados pedagógicos.
De acordo com Piaget (2003), o caráter educativo do brincar é visto como uma
atividade formativa, que pressupõe o desenvolvimento integral do sujeito quer seja, na sua
capacidade física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a
formação do caráter e da personalidade de cada um. Enquanto que na fase dirigida há a
presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo
específico é o de promover a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja, além de
serem marcados pela intencionalidade do educador.

1.3 Conceituando o jogo


Segundo Huizinga (2001), o jogo para criança não é igual ao jogo dos adultos, pois é
preciso pensar que para a criança trata-se de um momento em que, em geral, ocorre
aprendizagem e, em geral, par o adulto, é recreação. O jogo para os adultos não tem o mesmo
significado enquanto que, para as crianças, o jogo tem muita importância, pois dali ela pode
perceber que a brincadeira é uma ótima ideia para se aprender.
O jogo também favorece a auto-estima dos alunos, pois a brincadeira faz a criança
adquirir mais confiança e isso vai fazer diferença na aprendizagem. Kishimoto (1998) ressalta
que o jogo, os brinquedos e as brincadeiras são termos que terminam se misturando. As
diversas brincadeiras e jogos, faz-de-conta, jogos simbólicos, sensório motores, intelectuais,
individuais, coletivos, dentre outros mostram as multiplicidades das categorias de jogos.
O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da
criança tanto na criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem
regras como ocupação do espaço e a percepção do lugar.
Kishimoto (1993, p. 15) afirma:
Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos
e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência
entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um
convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da
cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e
desenvolver formas de convivência social.

Na atualidade, já há algumas tendências em que o educador elabora jogos e


brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das crianças. Essas atividades terminam
favorecendo o desenvolvimento de habilidades motrícias e sensoriais e estimulam o
raciocínio, ou seja, jogos de construção e não fabricados por uma indústria qualquer.
Kishimoto (1999) ainda comenta que “os jogos de construção são considerados de
grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e
desenvolver as habilidades das crianças”. (KISHIMOTO, 1999, p. 40).
1.4 Brinquedo
Qualquer tipo de brinquedo traz consigo uma relação de aprendizagem, bem como
educativa. Quando uma criança confecciona seu próprio brinquedo, aprende com o seu
trabalho transformar matérias-primas oriundas da natureza em objetos novos, que vão se
constituir em um novo objeto, ou seja, novo brinquedo.
Para Oliveira (1984, p. 44), o brinquedo educativo se auto-define como agente de
transmissão metódica de conhecimentos e habilidades que, antes de seu surgimento, não eram
veiculadas às crianças pelos brinquedos. Simboliza, portanto, uma intervenção deliberada no
lazer infantil no sentido de oferecer conteúdo pedagógico ao entretenimento da criança.
O brinquedo sempre chamou atenção da criança independente do tamanho ou da
qualidade. Enquanto objeto, ele é sempre suporte de brincadeira, e a brincadeira nada mais é
do que ação que a criança desenvolve ao realizar as regras do jogo, ou seja, mergulhar na ação
lúdica.
Kishimoto (1999, p. 18) ressalta que o brinquedo é outro termo indispensável para
compreender este campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a
criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que
organiza sua utilização.
A partir desse momento, o brinquedo pode gerar um sentimento mais próximo onde
em algumas situações o amigo não consegue construir tornando com isso o melhor amigo que
fala, ouve e sente, pois, a criança vive num mundo de imaginação onde seus brinquedos de
ficção acabam ganhando vida e ao mesmo tempo sentimentos. Nessa perspectiva, a criança
amplia no brinquedo todas as suas sensibilidades, pois este vai permitir a ela curiosidade e
conhecimento ao mesmo tempo. Sendo assim, é através do brinquedo que a criança faz sua
incursão no mundo, trava contato com os desafios e busca, com isso, o conhecimento dos
elementos.
Muitas vezes, a criança é levada a destruir alguns brinquedos na busca do
entendimento e conhecimento dos mesmos. Com isso, ela quebra e tenta consertar e, daí, vem
o descobrimento e conhecimento do seu brinquedo.
Kishimoto (2003) comenta que o uso do brinquedo/ jogo educativo com fins
pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-
aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de
modo intuitivo adquire noções espontâneas, em processos interativos envolvendo o ser
humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações
sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la.

1.5 Brincadeiras
É por meio da brincadeira que a criança pode desenvolver a sua própria liberdade e sua
expressão, bem como sua criatividade ao manipulá-los. É na interação com os próprios
brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus conhecimentos, ou seja, através
das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e reelaborando.
Para Oliveira (2002, p. 160):

Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as


de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente
pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a
criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os
elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o
papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma
situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu
pensamento verbal.

Sendo assim, o brinquedo pode tornar-se uma chance ou oportunidade de


desenvolvimento cognitivo, pelo qual as brincadeiras terminam descobrindo, inventando e
aprendendo através das suas habilidades mesmo sendo criança. A partir disto, a brincadeira é
como uma atividade social específica, ou seja, ela é fundamental na interação e construção de
conhecimentos da realidade das crianças e a mesma faz com que se estabeleça um vínculo
com a função pedagógica da pré-escola.
As brincadeiras se constituem como lazer e ensinamento para a própria criança,
porque é justamente por meio delas que as crianças podem discernir situações, resolvê-las e
aprender ao mesmo tempo. Portanto, a brincadeira sempre aparece de forma educativa e
organizada, pois existe para a criança que brinca certas decisões a tomar e, com o
companheirismo, ela aprende a conviver em grupo, compreende o mundo que vive,
construindo e compartilhando significados, assim como motivação atitudes para sua
sociabilidade e autonomia.
Pode-se considerar que os jogos, brinquedos e brincadeiras são e serão elementos
fundamentais para a infância, já que é por meio do ato de brincar que o brinquedo pode
caracterizar a presença das demais crianças, e brincar é estar junto com as demais crianças.
Estabelecida à caracterização geral do que é o “lúdico e brinquedo “e em que consiste
o “brincar”, passamos agora a enfocar, de maneira mais específica, a teoria
de um dos autores que mais têm contribuído para a compreensão do papel do
brinquedo/brincar no desenvolvimento da criança em idade pré-escolar – a teoria de Piaget.
Como veremos, para esse autor, a criança em idade pré-escolar conhece o mundo
através do relacionamento que ela estabelece com pessoas e objetos, sendo que deste mundo
fazem parte o brinquedo e os jogos, ambos assumindo diferentes modalidades e contribuindo
de diferentes formas para o desenvolvimento do pensamento infantil.
No entanto, dados os objetivos e limites do presente trabalho, apresentaremos, de
forma sintética, os conceitos básicos da teoria piagetiana, a caracterização dos dois primeiros
estágios do desenvolvimento cognitivo e, em seguida, faremos uma breve análise do papel
atribuído por Piaget ao brinquedo no desenvolvimento da criança em idade pré-escolar.
Cabe ao educador por meio da intervenção pedagógica propiciar atividades
significativas que levem a uma aprendizagem de sucesso. Para que isso aconteça é necessário
que o professor reflita sua prática pedagógica percebendo o aluno mais que um mero executor
de tarefa, mas alguém que sente prazer em aprender.
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível e que contribuirá
significativamente para formação de cidadãos que atendam as demandas do século
XXI. De acordo com Freire (1996, p.67) “Saber que deve respeito à autonomia e identidade
do educando exige de mim uma prática em tudo coerente”.
Palavras que levam a refletir sobre a importância de uma prática pedagógica voltada a
valorização e respeito da individualidade do aluno.
Mas a preocupação com uma educação significativa, atualizada e que respeite o aluno,
não começou hoje. Podemos perceber isso claramente através das palavras de Freinet (1975,
p.38) “o professor deve ter sensibilidade de atualizar a sua prática”. O autor com essas
colocações chama o professor a pensar sobre sua prática visualizando a necessidade de uma
constante atualização. Reflexão essa que o autor e também educador já fazia nos anos
vinte do século passado, propondo uma
mudança na escola que considera teórica demais.
Fazendo inclusive sugestões como o uso de: jogos pedagógicos, trabalho em grupo,
aulas passeio, jornal escolar, entre outras.
Defendia ainda a ideia de que a escola deveria ser um lugar bastante alegre com
atividades prazerosas, como a brincadeira, por exemplo, sobre o qual nos fala
Winnicott (1975, p. 32) “A criança brinca para buscar prazer, para controlar ansiedade, para
estabelecer contatos sociais, para realizar a integração da personalidade, por fim para
comunicar-se com as pessoas”.
Considerando as palavras do autor, vemos que o ato de brincar para criança é mais que
uma atividade lúdica, representa um meio riquíssimo de expressão.
E com base no Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil “a intervenção
intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças oferecendo-lhe material
adequado, assim como espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das
competências imaginativas, criativas e organizacionais” (1998, p. 29).
Mas para que isso ocorra o professor precisa ter sensibilidade ao intervir permitindo
que as crianças possam elaborar através da brincadeira de forma pessoal e independente, suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras.
E o brincar é uma das atividades fundamentais da criança. Através da brincadeira ela
fala, elabora seus sentidos, busca compreender o mundo.
De acordo com Oliveira (1995, p. 36) “no brinquedo a criança comporta-se de forma
mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende; objeto e significado”.
Ou seja, a brincadeira possibilita a ação com significados, além disso, as situações
imaginárias fazem com que as crianças sigam regras, pois cada faz-de- conta supõe
comportamentos próprios da situação, ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse
um carrinho, por exemplo, ela se relaciona como o significado em questão (a ideia de carro) e
não com o objeto concreto que tem nas mãos.
2 O jogo na concepção de Piaget
Para entender qual a concepção de jogo para Piaget é necessário que conheçamos pelo
menos minimamente o que o ele estudou a respeito do desenvolvimento cognitivo.
Por meio de seus estudos Piaget passa a acreditar que todos os seres humanos se
desenvolvem passando por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, as quais
denominaram estágios e períodos do desenvolvimento. Sendo assim, o desenvolvimento
cognitivo de uma criança é visto como uma evolução gradativa na qual o grau de
complexidade aumenta simultaneamente ao nível de aprendizado que vai sendo adquirido.
Estes estágios segundo Piaget são caracterizados a partir da maneira como
cada indivíduo interage com a realidade, ou melhor, a forma como cada pessoa organiza seus
conhecimentos visando sua adaptação, ocorrendo então mudanças significativas e
progressivas nos processos de assimilação e acomodação. Levando em consideração que de
acordo com os estudos piagetianos a criança se desenvolve a partir da inter-relação com o
meio, foi criada a teoria do desenvolvimento intelectual por estágios, cujo ponto de partida é o
egocentrismo, em que a criança não se vê separada do mundo, ou seja, não considera a
existência de um mundo externo.
Este pode ser explicado citando uma criança que quando pequena não vê a necessidade
de explicar aquilo que diz, pois está ciente de que está sendo entendida. Conforme a criança
vai se desenvolvendo e o sistema não responde mais à novidade este tem que ser mudado,
caracterizando assim o desenvolvimento da inteligência. Essas mudanças fazem com que o
egocentrismo diminua devido à maior interação da criança com o meio.
As fases do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget são: sensório motor (0 a 2
anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório-concreto (7 a 12 anos) e operatório- formal (a
partir dos 12 anos). No sensório-motor, a criança baseia-se principalmente em percepções
sensoriais e esquemas motores para a resolução de seus problemas. Neste estágio acredita-se
que a criança não tem pensamentos uma vez que não dispõe da capacidade de representar
eventos assim como referir-se ao passado e ao futuro.
É importante saber que até então a criança age sobre o meio por ações reflexas, e que
vai adquirindo noções de tempo, espaço e causalidade através do convívio tido com o
ambiente. A etapa pré-operatória é caracterizada pelo aparecimento da linguagem oral e é a
partir daí que a criança começa a formar esquemas simbólicos com os quais a mesma
consegue substituir ações, pessoas, situações e objetos por símbolos (palavras).
O pensamento nesta fase do desenvolvimento é conhecido como pensamento
egocêntrico (pensamento não flexivo, que tem como ponto de referência a própria criança;
uma de suas características é a atribuição de sentimentos e intenções a coisas e animais -
animismo) e as ações são irreversível, ou seja, a criança não consegue perceber que é possível
retornar mentalmente ao ponto de partida. É no estágio pré-operatório que o pensamento
lógico e objetivo adquirem preponderância e as ações se tornam reversíveis, portanto móveis
e flexíveis.
O pensamento passa a ser menos egocêntrico e a criança consegue construir
um conhecimento mais compatível com o mundo que a rodeia (sem mistura do real com o
fantástico). Por fim, na etapa operatório-formal o pensamento se torna livre das limitações da
realidade concreta, o que faz com que a criança consiga trabalhar com a realidade possível
além da realidade concreta.
Na concepção de Piaget, o jogo é em geral a assimilação que se sobressai à
acomodação, uma vez que o ato da inteligência leva ao equilíbrio entre a assimilação e a
acomodação, sendo a última prorrogada pela imitação. Conforme a criança vai se socializando
o jogo vai adquirindo regras ou então a imaginação simbólica se adapta de acordo com as
necessidades da realidade. O símbolo de assimilação individual dá espaço às regras coletivas,
objetivos ou aos símbolos representativos ou a todos (NEGRINE, 1994).
Barbosa e Botelho, em “Jogos e brincadeiras na educação infantil” afirmam que de
acordo com Piaget as manifestações lúdicas acompanham o desenvolvimento da inteligência
uma vez que vinculam-se aos estágios de desenvolvimento cognitivo.
Seguindo a idéia mencionada por Negrine de que na teoria piagetiana a assimilação e
acomodação são levadas ao equilíbrio no ato da inteligência, é cabível dizer que ao jogar na
atividade lúdica infantil a criança assimila novas informações bem como as acomodam nas
suas estruturas mentais.
Para Piaget, o jogo constitui-se quando a assimilação é produzida antes da
acomodação, sendo então o jogo considerado um complemento da imitação. Considerando a
imitação, este autor reconhece a existência de seis estágios progressivos e a partir desses
estágios define três grandes tipos de estruturas mentais que surgem na evolução do brincar: o
exercício, o símbolo e a regra. Antes de discutir essas estruturas mentais é importante
entender ainda que de forma bem simplificada os estágios da imitação.
Como já dito anteriormente, Piaget classifica os jogos em: de exercício, simbólicos e
de regras. Para tanto é importante lembrar que segundo este autor deve haver uma variação de
conteúdo dos jogos de acordo com a realidade do meio físico e social da criança, bem como,
“[...] o jogo procede por relaxação do esforço adaptativo, assim como por meio do exercício
das atividades, somente pelo prazer de dominá-las e de extrais delas um sentimento de
virtuosidade ou potência” (NEGRINE, 1994, p. 4).
Sendo assim, Piaget define jogos de exercício como podendo ser jogos de exercício de
pensamento como jogos sensório-motores, sendo que ambos estão
relacionados ao prazer funcional ou “à tomada de consciência de novos poderes”
(XAVIER).
De acordo com Negrine (1994), Piaget afirma que nos jogos de exercício não há
necessidade de pensamento nem estrutura representativa especialmente lúdica, diferentemente
do jogo simbólico que requer a representação simbólica de um objeto ausente.
Os jogos simbólicos por sua vez, segundo Piaget citado por Barbosa e Botelho (2008),
aparecem no final dos dois anos de idade, com o aparecimento da função simbólica
(representação de um objeto ausente) quando a criança entra no estágio pré-operatório do
desenvolvimento cognitivo. Desta forma, no jogo simbólico a criança finge ser outrem, atribui
novas funções a objetos ou se imagina em alguma situação. Para que aconteça essa forma de
jogo é necessário que a criança tenha desenvolvido a representação simbólica uma vez que ela
reproduzirá a realidade, será uma cópia da mesma e em seu imaginário pretende viver e
simular a realidade a modificando de acordo com seus interesses.
Por fim, os jogos de regra, de acordo com Piaget aparecerão a partir dos 4 ou 5 anos de
idade, quando a criança larga o jogo egocêntrico, no entanto é somente próximo dos 7 anos
que a criança consegue verdadeiramente se submeter a regras. É neste tipo de jogo que a
criança começa a se adaptar com a vida em sociedade sendo que as leis (regras do jogo) que
fazem com que o grupo se torne coeso e busquem um objetivo em comum: jogar. Vale
lembrar que as crianças neste momento não questionam as regras, apenas as cumprem.

3 Concepção de jogo para Vygotski


Vygotski estuda o desenvolvimento humano considerando os aspectos social ou
cultural dos indivíduos e apresenta estudos sobre o papel psicológico do jogo para o
desenvolvimento da criança; a palavra jogo deve ser entendida como brincadeira,
Caracterizando o brincar da criança como imaginação em ação, um dos elementos
fundamentais. Com isso, é importante investigar as necessidades, as motivações e as
tendências que as crianças manifestam e como se satisfazem nos jogos, a fim de
compreendermos os avanços nos diferentes estágios de seu desenvolvimento, segundo
Negrine 1995:
O surgimento de um mundo ilusório e imaginário na criança é o que, na opinião de
Vygotski, se constitui “jogo”, uma vez que a imaginação como novo processo
psicológico não está presente na consciência da criança pequenas
e é totalmente alheia aos animais. (NEGRINE, 1995 p. 10).

O autor acredita ainda que o brinquedo também comporta uma regra relacionada com
o que está sendo representado. Assim, quando a criança brinca de médico, busca agir de modo
muito próximo daquele que ela observou nos médicos do contexto real. A criança cria e se
submete às regras do jogo ao representar diferentes papéis, não se importando com o ganhar
ou perder, pois o fato de estar brincando já lhe proporciona prazer. Trazendo o papel da
imitação, onde a criança faz aquilo que ela viu o outro fazer, mesmo sem ter clareza do
significado da ação. Aos poucos deixa de repetir por imitação, passando a realizar a atividade
conscientemente, criando novas possibilidades e combinações. Por isso a imitação não pode
ser vista como uma simples repetição mecânica dos movimentos e modelos, pois quando a ela
age imitando está construindo novas possibilidades e se desenvolvendo tanto
psicologicamente como fisicamente.

Jogo imaginário e representativo das crianças


As crianças representam nos jogos aquilo que vivenciam em seu dia-a-dia, como por
exemplo: “mamãe e filhinha”, “policia”, “de casinha”, nesses casos ela não cria, mas reproduz
também aquilo que vêem na mídia, nos desenhos, seriados, filmes infantis; é evidente que
quando Vygotski realizou seus estudos os meios de comunicação não eram tão avançados,
mas conforme afirma NEGRINE, 1995, independente da época, “o jogo é sempre uma
atividade com objetivos, isto é, seu propósito decide o jogo e justificativa a atividade, sendo o
objetivo o fim último, que determina duas variáveis relevantes nos jogos da criança”
(NEGRINE, 1995 p. 10).
Negrine 1995 aponta que para Vygotski se por um lado o jogo trás certa liberdade para
a criança, por outro está liberdade é ilusória porque as crianças estão subordinadas ao
significado das coisas e desenvolvem seu pensamento abstrato. Durante o jogo ela passa para
o campo da realidade aquilo que era uma imaginação e são nos jogos coletivos que elas
desenvolvem o controle do seu próprio comportamento e depois se desenvolve o controle
voluntário.

Vínculo do jogo com o desenvolvimento


Para Vygotski o vinculo do jogo com o desenvolvimento é tudo aquilo que interessa à
criança é a realidade do jogo, já que na vida real a ação domina o significado, no qual há uma
transferência onipresente do comportamento do jogo para
a vida real. No jogo a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, isto permite que a
criança esteja acima de sua idade média, que através do jogo contem tendências evolutivas
que é considerada fonte de desenvolvimento.
Segundo Vygotski a zona de desenvolvimento proximal, se refere às funções, que não
estão totalmente amadurecidas, mas que estão em processos. Afirma ainda que a zona de
desenvolvimento proximal é que vai determinar o nível real desse processo em que a criança
se encontra.
Segundo o relato de experiência de Negrine (1995) apresenta que a tentativa de
realizar uma atividade sozinha sem sucesso, há uma desistência e passa a ajudar os próximos,
com essa cooperação a criança vota em sua atividade individual, e começa a sua própria
criação, não como forma de copia mas de uma forma de desenvolvimento da aprendizagem.
(tentei não consegui sozinho, ajudo o colega observo que consigo, e volto realizar sonho
minhas atividades, podendo reconstruir sozinho).
As tarefas cooperativas podem auxiliar no desenvolvimento das crianças, quando
falamos do processo de desenvolvimento da criança não podemos esquecer as ações dom
professor, isto é qual é a relação do discente em relação aos jogos das crianças, ate onde o
professor interfere nessa criação. O professor pode atuar em duas situações, uma em normas
como fechamento e outra como norma como abertura.
A norma como fechamento é quando o professor determina tudo o que deve ser feito
pela criança no tempo e no espaço do jogo. Essa forma de conduzir as atividades pode ter a
perca da espontaneidade das crianças, isto é as crianças perde a sua criatividade.
A norma como aberta, é aquela que a atuação do professor planeja atividades lúdicas
no qual as crianças: a) Transite em diferentes espaços em diferentes formas.
b) Vivências corporais de diferentes formas e estilos.
Nesse sentido Vygotski afirma que a criança avança essencialmente através de
atividades lúdicas, isto é para um melhor desenvolvimento da criança é indicado o trabalho de
norma como aberta, no qual se trabalha a ludicidade com as crianças. O jogo imaginário e
representativo das crianças: situação imaginaria da criança que esta próxima ao real.
A essência do jogo é a nova relação que se cria entre o campo do significado e o
campo real que, seria a relação entre a imaginação que só existe no pensamento
e situações reais. Para Vygotski, tão somente uma analise interna e profunda do jogo permite
determinar o percurso de suas mudanças e seu papel no desenvolvimento. Trazendo essas
informações para a educação física, percebemos que é nessa disciplina que o aluno terá mais
possibilidades de trabalha essa zona de desenvolvimento, possibilitando mais vivências com a
criação e imaginação.

4 Ludicidade na educação infantil


De acordo com Gomes (2004, p.47), a ludicidade é a linguagem humana, que
possibilita a “expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar significado à sua
existência, ressignificar e transformar o mundo”. E mais na frente Gomes (2004) conclui:
“Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade e uma capacidade de se brincar com a
realidade, ressignificando o mundo” (GOMES, 2004, p. 145).
Ainda falando do lúdico, Gomes escreve que:

Como expressão de significados que tem o brincar como referência, o lúdico


representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar valores, os
quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode contribuir, por
um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando
discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o
conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a
emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construção
coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que
impera em nossa realidade (GOMES, 2004, p. 146).

Portanto, sabe-se que a ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e a criança


com seus brinquedos tem a possibilidade de se envolver melhor no seu ambiente, ela
desenvolve uma afetividade de expressar seus sentimentos e anseios.
E para Almeida (1995) a educação lúdica “[…] é uma ação inerente na criança e
aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se
redefine na elaboração constante do pensamento […]” (ALMEIDA, 1995, p. 11).
Assim o simples fato da criança brincar facilita a aprendizagem, pois exigi
concentração na brincadeira que está sendo realizada.
A autora afirma ainda que:

A educação lúdica contribui na formação da criança, possibilitando um crescimento


sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito
democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua
prática exige a participação franca, criativa, livre, critica, promovendo a interação
social e tendo em vista o forte compromisso da transformação e modificação do
meio (ALMEIDA, 1995, p. 41).
Sendo assim cabe ao professor através das atividades lúdicas estarem trabalhando com
seus alunos, conforme suas necessidades, assim as brincadeiras passam a ser momentos
agradáveis. Almeida (1995) afirmar que “a ludicidade nos permite trabalhar de várias formas
para todos estarem interagindo em forma de igualdade e sabendo que cada qual tem sua
habilidade e seu limite”. (Almeida, 1995, p. 41).
Segundo Carvalho (1992) “o brincar se torna importante no desenvolvimento da
criança de maneira que as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da
criança desde os mais simples até os de regras” (Carvalho, 1992, p.14).
Trabalhar com jogos e brincadeiras na educação infantil através de atividades lúdicas
só irá facilitar a aprendizagem das crianças, pois torna a atividades mais prazerosas e de fácil
assimilação aos conteúdos aplicados.
Sendo assim “(…) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto
significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança (…)”
(Carvalho, 1992, p.28).
Seguindo esta linha de pensamento os autores nos deixam claro de como é importante
trabalhar de forma lúdica as atividades aplicadas em sala de aula, proporcionando para a
criança a possibilidade de aprendizagem diferenciada das que estão acostumadas não
deixando de ensinar, mas ensinando-as com diversão e qualidades no processo de ensino e
aprendizagem.
Portanto, fica claro que as atividades que envolvem jogos e brincadeiras na educação
infantil traz para a criança uma aprendizagem mais rápida, pois elas interagem com o outro de
forma que assimila melhor o conteúdo vivido. Por isso o educador é a ferramenta fundamental
nesse processo, devendo ser um elemento essencial.
Educar não se limita em repassar conhecimentos e informações ou mostrar apenas um
caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade, mostrando as
oportunidades para que a pessoa possa escolher seu próprio caminho, tendo uma visão de
mundo diferenciadas com as diversas circunstâncias que cada um irá encontrar.
Portanto educar não é só passar os conteúdos que estão programados em sua grade
curricular, e sim criar situações de cuidados, proporcionando brincadeiras jogos direcionando
para a aprendizagem com isso vem contribuir para o desenvolvimento
das crianças despertando o interesse a ter um conhecimento amplo da sociedade e da realidade
do mudo.
Piaget (1976) fala que é obrigatório o desenvolvimento das atividades lúdicas para
todas as crianças porque brincando as crianças gasta energia e melhora seu conhecimento
intelectual, quando a criança está brincando ela se envolve por completo na brincadeira, e
com a mediação do professor as atividades lúdicas passam a serem agradáveis e significativas
para as crianças, e as desenvolvem com mais prazer.
Maluf (2003) diz que: “O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos,
desenvolve habilidades (…) Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para
um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo” (MALUF, 2003, p. 9).
A criança quando brinca adquiri novas experiências desenvolvem novas habilidades de
forma natural, desta forma quando a criança brinca ela entende melhor o que está sendo
explicado facilitando sua aprendizagem, é no brincar que as crianças constroem seu mundo
interpretando o reflexo da vida real.
Maluf (2003) nos ajuda a compreender melhor a importância do brincar dizendo: “É
difícil alguém dizer que criança não precisa brincar, porém são raros os adultos que dão a
seriedade que esse momento precisa (…) brincar livremente por si só já traz efeitos positivos
para o desenvolvimento das crianças” (MALUF, 2003, p. 13).
O professor deve estar preparado para o aproveitamento das atividades lúdicas
buscando novos conhecimentos. Para Maluf: “O brincar sempre foi e sempre será uma
atividade espontânea e muito prazerosa, acessível a todo ser humano, de qualquer faixa etária,
classe social ou condição econômica” (MALUF, 2003, p.17).
Contudo, a brincadeira não é só divertimento, é uma atividade importante na
aprendizagem da criança, para as crianças brincar é um trabalho, pois neste momento em que
brincam descobre-se talentos e suas habilidades. Sendo assim fica claro que a brincadeira vem
facilitar o desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem da criança.
A escola deve perceber que a criança, o brinquedo, os jogos e as brincadeiras se
completam e tudo isso não pode ser esquecido na proposta pedagógica para a Educação
Infantil.
7 METODOLOGIA

Os métodos utilizados para a realização deste projeto foram leituras de livros, artigos
de revistas, textos e aulas acompanhadas durante os períodos desta Faculdade, buscando
assim identificar, descrever e analisar a importância dos jogos e das brincadeiras na Educação
Infantil.
8 CRONOGRAMA

Ao longo do ano devem ser trabalhadas atividades lúdicas, procurando estimular o


raciocínio lógico das crianças, onde podem confeccionar vários jogos, motivando-as a
interagirem com o grupo. As aulas transformam-se em brincadeiras significativas, que
possibilitarão as crianças construírem e conhecerem cada vez mais a si, a seus colegas, e ao
meio no qual estão inseridas.
9 RECURSOS

Sucatas, material reciclados (latas, garrafas pet, cordas, bolas, EVA coloridos, madeira,
papel, hidrocor , gravuras, livros infantil, cola, isopor, papelão).
10 AVALIAÇÃO

O brincar é de suma importância no desenvolvimento infantil por este motivo é


importante desenvolver um projeto focado em jogos e brincadeiras. Em todas
as aulas as crianças devem ser convidadas a sentarem-se na roda de conversa, onde se discute
sobre os mais variados assuntos (final de semana, meu brinquedo favorito, minha família, os
combinados, a chamada entre outros); em seqüência apresenta-se à proposta, falando sobre o
projeto e a atividade a ser trabalhada no dia vigente.
Todos devem saber o tema do projeto e o que este significa, todos devem ter acesso
aos diversos tipos de jogos e brincadeiras, tanto livres como de regras simples, promovendo
assim o desenvolvimento do raciocínio lógico de todo o grupo, respeitando a etapa
desenvolvimento individual de cada criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As brincadeiras, para a criança, constituem atividades essenciais que trazem, segundo


a revisão bibliográfica deste estudo, grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e
social. Como benefício físico, o lúdico satisfaz as necessidades de crescimento e de
competitividade da criança. Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos exercícios
físicos impostos às crianças pelo menos durante o período escolar. Como benefício
intelectual, o brinquedo contribui para a desinibição, produzindo uma excitação mental e
altamente fortificante. Nesta perspectiva, os jogos podem ser a única maneira de penetrar os
sistemas formais. A criança só se mostra por inteira através das brincadeiras.
Como benefício social, a criança, através do lúdico representa situações que
simbolizam uma realidade que ainda não pode alcançar; através dos jogos simbólicos se
explica o real e o eu. Por exemplo, brincar de boneca representa uma situação que ainda vai
viver desenvolvendo um instinto natural. Como benefício didático, as brincadeiras
transformam conteúdos maçantes em atividades interessantes, revelando certas facilidades
através da aplicação do lúdico. Outra questão importante é a disciplinar, quando há interesse
pelo que está sendo apresentado e faz com que automaticamente a disciplina aconteça.
Concluindo, os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos altamente
importantes; mais que um passatempo; é o meio indispensável para promover a aprendizagem
disciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos básicos, necessários à formação
de sua personalidade. Estudar as relações entre as atividades lúdicas e o desenvolvimento
humano é uma tarefa complexa. A maioria dos estudiosos classificou o desenvolvimento
humano em três fases distintas: aspectos psicomotores, aspectos cognitivos e aspectos afetivo-
sociais.
Nos aspectos psicomotores encontram-se várias habilidades musculares e motoras, de
manipulação de objetos, escrita e aspectos sensoriais. Os aspectos cognitivos dependem, como
os demais, de aprendizagem e maturação que podem variar desde simples lembranças de
aprendido até mesmo formular e combinar ideias, propor soluções e delimitar problemas. Já
os aspectos afetivo-sociais incluem sentimentos e emoções, atitudes de aceitação e rejeição de
aproximação ou de afastamento. O fato é que esses três aspectos interdependem uns do outros,
ou seja,
a criança necessita dos três para tornar-se um indivíduo completo. O lúdico é o grande
articulador desses aspectos. Diante da revisão teórica adotada e da análise descritiva realizada
decorrente da pesquisa bibliográfica, conclui-se que:
O lúdico contribui para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, favorecendo a
criatividade e iniciativa das crianças na expectativa de aprender a aprender e aprender a
conviver. Toda criança tem direito de brincar, assim como tem direito a uma educação de
qualidade. Desde muito pequenas elas constroem conhecimentos em qualquer área a partir do
uso dos recursos lúdicos e de suas vivências.
Por meio do brincar, as crianças equilibram as tensões provenientes de seu mundo
cultural, construindo sua marca pessoal e sua personalidade. • Aprender brincando é um
enunciado que contempla a lógica do Princípio da Ludicidade que permeia as práticas
pedagógicas na Educação Infantil. Os professores que atuam na Educação Infantil precisam
resgatar o aludido Princípio, posto que o brincar é uma característica da infância. O lúdico
contribui para o desenvolvimento motor, social, afetivo e cognitivo da criança.
REFERÊNCIAS

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1995.

ANTUNES, C. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.


Referencial curricular nacional para a educação infantil. Ministério da Educação* e
do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e
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CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que
brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

GOMES, C. L. (org.). Dicionário Crítico do Lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

KISHIMOTO, T. M. jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Tizuko M.


Kishimoto (ORG); – 14. ed. – São Paulo: Cortez, 2011

MALUF, A. C. M. Brincar: prazer e aprendizado. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ:Vozes,2003

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa
Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

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. Brinquedoteca: A criança o adulto e o lúdico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

SMOLE, K. S. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre: Armed,


2000.

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