Nirvana Shatkam Port
Nirvana Shatkam Port
Nirvana Shatkam Port
org
Nirvāaa kam
Seis estrofes sobre o nirvāa
O hino chamado Nirvana Shatkam (nirvāaa kam), também conhecido como Atma
Shatkam (ātmāa kam), é um poema com seis estrofes, atribuído a Ādi Śakara (século VIII ou
IX d.C.), um grande mestre da filosofia Vedanta não-dualista.
O hino descreve a percepção de si mesmo por uma pessoa que ultrapassou a dualidade e se
identificou ao Absoluto (Brahman). No final de cada estrofe, o hino repete o refrão “Shivo'ham,
Shivo'ham” (“eu sou Shiva, eu sou Shiva”), que indica que essa pessoa já não se identifica mais
com as características de um ser humano, tendo percebido sua essência divina descrita como
consciência (cit) e beatitude (ananda). Assim, essa pessoa já não é mais nem o corpo nem
mesmo a mente, não tem família, não pode ser identificada como uma simples pessoa.
Shiva, aqui, não deve ser interpretado como um ser mitológico externo, mas sim como a
essência oculta dentro de todos os seres, como sendo o próprio Absoluto, mas indicado
principalmente por sua característica de consciência pura (cit), que é o Eu (atman) mais
i
profundo. É exatamente por isso que um dos nomes do hino é Atma Shatkam (seis estrofes sobre
o atman).
O outro nome deste hino, Nirvana Shatkam, merece uma explicação. A palavra sânscrita
nirvana significa, literalmente, aquilo que se apagou (como a chama de uma vela) ou que se
calou (como uma pessoa que cessa de falar). Representa a cessação das perturbações que agitam
os seres humanos. No hinduísmo, o objetivo de toda evolução espiritual humana é atingir a
libertação (moksha) que permite à pessoa não passar mais pelo ciclo de renascimentos. Ao
conseguir essa libertação, a pessoa se identifica com Brahman (o Absoluto), e esse estado é
muitas vezes denominado Brahman Nirvana. Trata-se de um estado em que a pessoa superou
seu ego, superou todas as dualidades, superou suas limitações humanas e atingiu a união com a
divindade.
Ādi Śakara
Esta é uma recitação de estilo indiano tradicional. Podem ser encontradas na Internet muitas
outras gravações diferentes, que costumam ser adaptações ocidentais musicadas e que não
respeitam a tradição original.
ii
िनवाणषकम्
Nirvāa a
kam
Seis estrofes sobre o Nirvāa
por Ādi Śakara
मनोबुयहकार
ं िचतािन नाहं । न च रोरिजहे न च राणनेरे ।
न च योम भूिमन तेजो न वायःु । िचदान"द#पः िशवोऽहम् िशवोऽहम् ।। १ ।।
manobuddhyahakāra cittāni nāha
na ca śrotrajihve na ca ghrāanetre
na ca vioma bhūmir na tejo na vāyu
cidānandarūpa śivo'ham śivo'ham ||1||
Eu não sou a mente, nem o intelecto, nem o ego, nem o pensamento,
Nem sou a audição, nem o paladar, nem o olfato, nem a visão,
Nem o espaço, nem a terra, nem o fogo, nem o vento,
Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva (1)
न मे 3षरागौ
े न मे लोभमोहौ । मदो नैव मे नैव मासयभावः ।
न धम7 न चाथ7 न कामो न मो/षः । िचदान"द#पः िशवोऽहम् िशवोऽहम् ।। ३ ।।
na me dvearāgau na me lobhamohau
mado naiva me naiva mātsaryabhāva
1
na dharmo na cārtho na kāmo na moka
cidānandarūpa śivo'ham śivo'ham ||3||
Não tenho aversão nem apego, nem cobiça, nem ilusão.
Nem vaidade, nem inveja,
Nem dever, nem objetivo; nem desejo, nem libertação.
Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva (3)