Projeto Mestrado
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MOSSORÓ/RN
2021
QUESTÃO DE GÊNERO E DIVERSIDADE NO ENSINO DA GEOGRAFIA: Entre a
construção e a omissão
MOSSORÓ/RN
2021
1 PROBLEMA DA PESQUISA
A proposta de estudo tem relação com a linha de pesquisa Práticas Educativas, Cultura,
Diversidade e Inclusão, pois a questão de gênero é aqui compreendida como uma construção
social permanente que consiste em um importante tema no ensino da escola. Assim,
considerando que a escola é um lugar onde as relações se produzem e reproduzem,
configurando um ambiente em que as diversidades se encontram, a geografia deve participar
ativamente dos processos que resultem numa direção pela construção do diálogo e compreensão
do mundo em sua diversidade, contribuindo, assim, para a formação do aluno crítico e reflexivo
que saiba se situar e atuar em conformidade com seu papel de cidadão em formação diante dos
desafios no contexto contemporâneo.
4 OBJETIVOS DA PESQUISA
Objetivo geral
Compreender como a geografia percebe a questão de gênero e diversidade em seu ensino
escolar, ressaltando como este campo disciplinar pode contribuir para a construção social e
identitária dos alunos no contexto de uma sociedade diversa, plural e democrática com base nas
possibilidades postas por uma educação transformadora e libertadora.
Objetivos específicos
Saber como a geografia como campo do conhecimento tem se reportado a questão de
gênero e diversidade em seu ensino escolar;
Identificar a questão de gênero e diversidade na disciplina de geografia a partir das Leis
de diretrizes e bases - LDB e da Base nacional comum curricular- BNCC;
Reconhecer que o ensino da geografia pode contribuir para a construção social e
identitária dos alunos e a afirmação da diversidade como expressão da sociedade plural e
democrática.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Assim, gênero tem sido cada vez mais usado para referir-se a toda construção
social relacionada à distinção e hierarquia masculino/feminino, incluindo
também aquelas construções que separa os corpos em machos e fêmeas, mas
indo muito além disso. (2013, p.92.)
Mesmo que a sociedade tenha definido o que é ser “homem” ou “mulher”, os arranjos
sociais têm nos mostrado outras identidades de gênero que não se encaixam nos padrões
estabelecidos. Para Buttler (2016, p.30) “O corpo é representado como um mero instrumento
ou meio com o qual um conjunto de significados culturais é apenas externamente relacionado”
E aqueles que não se encaixam nos padrões seguidos pela sociedade tendem a sofrer
algum tipo de preconceito e violência. Por muito tempo essas pessoas foram silenciadas e
excluídas por grupos dominantes: “O patriarcado sempre legislou, sempre quis dizer o que era
melhor para elas - assim como o sistema faz com pessoas marcadas como negras, pobres, ou
diferentes no geral” (TIBURI, 2018, p77).
Ao longo dos tempos, os sujeitos vêm sendo normatizados, classificados, hierarquizados
e definidos pela aparência de seus corpos a partir dos padrões de referências, das normas,
valores e ideais da cultura (LOURO, 2004). A sociedade insiste em regularizar normas e
estabelecer padrões, contudo as escolas precisam ser ambientes que passem a enxergar os
sujeitos e suas diversidades, sem discriminação.
E apesar de se tratar de uma instituição de formação, apresenta muita resistência ao
discutir a questão de gênero. Tivemos avanços no âmbito educacional no qual é incontestável,
mesmo assim encontramos delimitação como destaca Louro:
As diferenças estão na escola porque elas fazem partes dos sujeitos, não é algo que possa
se despir ao entrar. “Os sentidos precisam estar afiando para que sejamos capazes de ver, ouvir,
sentir as múltiplas formas de constituição dos sujeitos implicadas na concepção, na organização
e do fazer cotidiano escolar” (LOURO,2010, p,59).
Não se resolver todos os problemas e conflitos, seria uma utopia pensar que sim, mas
se pode proporcionar a discussões que os leve a analisar as diferenças, as várias construções
sociais, de modo que possam ser respeitadas, entendidas, e que esses sujeitos possam se tornar
cidadãs capazes de lidar com os vários contrastes sociais.
Por isso a discursão das “relações de gênero são fundamentais em todas as formações
sociais que conhecemos e são centrais para o entendimento de questões referente a: divisão do
trabalho, dominação, politica, exploração de ideologia dentre outras (REIS ,2015, p.3).
O pensamento elitista, o desconhecimento histórico, o conservadorismo perverso nos
trouxeram até aqui, uma verdadeira desordem e precarização do sistema educacional, e com
isso é indispensável o discurso sobre gênero no âmbito educacional de todas as esferas, a
desigualdade estrutural é gigantesca, e a omissão do estado contribui para que a violência se
perpetue. O Brasil é um país no qual crimes de homofobia e feminicidio vem ganhado grande
destaque.
Prevenir os pré-conceitos enraizados pelo senso comum, é de suma importância e a
geografia enquanto ciência que estuda as transformações do espaço e como disciplina escolar,
contribuir para o debate sobre a questão de gênero e diversidade diante de uma sociedade
“heteronormativa” e “patriarcal” que perante tantas mudanças ainda insiste em perpetuar o
conservadorismos em detrimento da diversidade social.
Vivemos em uma sociedade dita moderna, que ainda assim traz fortes elementos do
passado, principalmente no que se refere aos valores morais e culturais em que as relações de
poder são estabelecidas e controladas, um conjunto de interações das representações sociais
gerado em um espaço artificializado no qual as ações humanas se desenvolvem:
METODOLOGIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Localização Espacial / 7ª Edição, Editora Ática, São
Paulo,2000.
-----------. Um corpo estranho - ensaio sobre sexualidade e teoria queer – Belo horizonte:
Autentica, 2004.
REIS, MAÍRA LOPES - Estudos de gênero na geografia: uma análise feminista da produção
do espaço e cultura. UERJ, RJ, N. 38, P.XX-XX, Jul./Dez. 2015.
SANTOS, Milton, A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção / Milton Santos.
- 4. ed. 2. reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
TIBURI, Marcia. Feminismo em comum: para todas, todes, e todos – 1ª ed.- Rio de janeiro.
Rosa dos tempos, 2018.