Ensino Coletivo de Violao Tecnicas de Arranjo Gabriel-With-Cover-Page-V2
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Gabriel Vieira2
(Escola de Música e Artes Cênicas – EMAC/UFG- graduando)
Sônia Ray3
(Escola de Música e Artes Cênicas – EMAC/UFG- docente)
Introdução
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Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional da ISME na América
Latina – 2007
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Graduando em Educação Musical habilitação em Ensino Musical Escolar pela UFG e secretário da
revista Música HODIE desta mesma instituição. Vem atuando como pesquisador principalmente nos
seguintes temas: arranjo, resgate histórico-musicologico, musicalização, iniciação ao violão/piano e canto
coral. E-mail: [email protected]
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Atualmente, desenvolve projetos de pesquisa com o apoio do CNPq e da FUNAPE nas áreas de
Performance Musical e de Catalogação de música brasileira para contrabaixo, e é editora-chefe da Irokun
Brasil Edições Musicais e presidente do conselho editorial da Revista Música HODIE. Professora na
EMAC – UFG, onde leciona contrabaixo, música de câmara, metodologia de pesquisa e música
contemporânea. E-mail: [email protected]
Segundo Moraes (1997) há algumas décadas o ensino coletivo de instrumento
em grupo tem sido praticado e avaliado em países como os Estados Unidos e Inglaterra,
onde os professores que ministram estas aulas não objetivam mais comprovar a
eficiência deste, mas sim a sistematização de sua prática através da publicação de
referencias que auxiliem o professor interessado em ensinar através desta metodologia.
Este e demais pesquisadores como Cruvinel (2001), Negreiros (2003) e Queiroz (2005)
vêem o ensino coletivo como uma importante ferramenta para o processo de
socialização do ensino de música, acreditando então que ele democratiza o acesso do
cidadão a formação musical através da motivação e interação social.
Nota-se que apesar da eficiência desta metodologia de ensino estar sendo
apontada por diversos autores, há no presente momento uma falta de repertório que
trabalhe a iniciação no instrumento musical através da proposta de ensino coletivo
(Rodrigues, 2005; Negreiros, 2003), bem como a elaboração de materiais didáticos
pedagógicos. Se pensarmos nesta proposta para o violão, notaremos o mesmo, ou seja,
uma carência de repertório que aborde este tema, pois as discussões em torno deste
estão se formando gradativamente, além de mencionar é claro a recente entrada do
violão nas salas de concerto do nosso país bem como a existência de poucas escolas
e/ou metodologias especificas para o suporte de seu desenvolvimento mais elaborado
(Cruvinel, 2001).
Partindo deste prisma o presente trabalho objetiva apresentar técnicas de arranjo
musical embasadas na observação dos métodos de Guest (1996), Fernandes (1995) e
Adolfo (1997). Discutir diferenças e semelhanças entre as palavras “arranjo”,
“transcrição”, “adaptação” e “redução”, e assim fornecer a pesquisadores e em especial
aos professores de violão ferramentas de auxilio para uma aula instrumental em grupo.
Em conseqüência espera-se, a ampliação das possibilidades pedagógicas através da
criação de repertorio, bem como a oferta de material para pesquisas desenvolvidas no
Brasil sobre o fazer e ensinar música.
Quando os acordes são formados por três sons são chamados de tríades e quando
formado por quatro sons de tétrades.
2. Técnicas de arranjo
Aqui serão apresentadas algumas técnicas de arranjo de fácil compreensão e
construção. Para isso partiremos da melodia da música “Minha canção” do musical “Os
saltimbancos” (Holanda, 2002) para elucidar e exemplificar algumas técnicas.
Observe que a melodia desta música é nada mais nada menos do que um
movimento ascendente e descendente da escala de Dó Maior, assim os oito primeiros
compassos poderiam ser harmonizado seguindo ascendentemente os acordes do campo
harmônico desta tonalidade, ficando da seguinte forma:
No entanto esta harmonia é muito obvia e simples, devemos então tentar utilizar
o campo harmônico para que as notas melódicas deixem de ser somente a nota
fundamental do acorde, passando a ser a 3ª, a 5ª ou a 7ª. Observe:
Com base nesta segunda harmonia, uma vez mais complexa e com
possibilidades de desenvolvimento em maior escala do que a primeira harmonia segue
abaixo algumas técnicas de arranjo para grupos de violão.
2.2 Cerrada
2.3 Drop 2
Ex: Peixe – vivo (Folclore mineiro), formação em terças com a 4ª voz em ostinato
rítmico.
Às vezes uma bruma de dúvidas aparece quando tentamos definir o que vem a
ser um arranjo, uma transcrição, uma adaptação ou uma redução. Perguntamos-nos “o
que difere uma da outra?”, “qual destes devo colocar quando terminar meu trabalho:
arranjo ou adaptação?” ou ainda “qual a definição de cada uma delas?”. As respostas a
estas questões não encontramos com facilidade, pois elas se entrelaçam umas as outras
ficando subtendidas em livros teóricos, mas às vezes não explicita de forma clara e
direta.
O “arranjo musical” consiste em reescrever uma obra musical dando a esta um
caráter diferente da proposta original destinando-a a formações vocais ou instrumentais
organizadas de acordo com os recursos disponíveis, tais como a instrumentação e
habilidade dos músicos. Adolfo (1997) define assim o arranjo: “A arte do arranjo
consiste em organizar idéias musicais, ornamentar ou vestir uma música, mantendo total
sintonia com os participantes de sua execução” (p.05).
A “transcrição” por sua vez consiste em mudar o universo sonoro de uma peça
musical, mudando sua estrutura timbristica, mantendo sua forma, mas em outro
contexto, ou seja, respeita-se a obra original, mas a adapta a uma nova situação, por
exemplo, uma obra escrita originalmente para um quarteto de cordas, transcrita a um
piano, esta permanece a mesma, com algumas adaptações só que com o instrumento
emissor de vibrações sonoras diferente do original.
A “adaptação musical” como indicada pelo próprio verbo objetiva adequar ou
modificar uma peça musical, seria uma forma de “embelezar” com ornamentos,
apogiaturas, trêmulos, bends e etc, ou “enfear” uma música retirando dela elementos de
sua estrutura como os anteriormente citados, e assim adequando-a a um conjunto
instrumental ou vocal.
Bastos (2003, p. 24) define assim a adaptação, o arranjo e a transcrição:
Por fim, a “redução” consiste em reduzir e assim limitar uma peça instrumental
ou vocal de grande amplitude a um contexto comprimido (exemplo: redução de um
concerto orquestral para piano). Procura-se na redução dar ênfase aos pontos mais
importantes da obra, necessitando para tal uma análise musical antes do trabalho
reducional.
Conclusão
REFERÊNCIAS:
GUEST, Ian. Arranjo: método prático, 2o vol. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 1996.
MORAES, Abel. Ensino Instrumental em Grupo: uma introdução. Música Hoje Revista
de Pesquisa Musical. Departamento de Teoria Geral da Música EM-UFMG, n.4,1997.
QUEIROZ, Cíntia Carla de; Ray, Sonia. O ensino coletivo de cordas em Goiânia:
mapeamento, análise das técnicas utilizadas e reflexo na formação do professor musical.
Relatório final apresentado ao programa de bolsa PROLICEN. Universidade Federal de
Goiás. Goiânia, 2005. 18 p.
RODRIGUES, Ricardo Newton L. Ensino coletivo de contrabaixo: criação de
repertório para a proposta de Negreiros. Artigo ao curso de música-bacharelado em
instrumento musical - contrabaixo. UFG, 2005. 13 p.