Segurança Executiva e de Autoridades

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1\'I~ ED ITO R A

~ intersaberes

O selo DIALÓCICA da Editorn l11terSabcresfaz referência às publicações


t1u.e privilegi<un uut<t linguage.1n na t1ual <> a.ulor <iialogo co111 o leilor por
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dintiniico. Siío Jivros que cria111 tun a1ubiente de interaç<1o coo1 o leitor - seu
unir1erso cultural, socit1l e de elaboraç11o de conlu:cin1entos - , possibilitando
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f1Kli tts 1)11.ra ealálogosi Mcm41ico:
I, S~:g11rança Ot't"UIÍ\3 Cde autoridades:
t\dministrnçào 363.289
prefácio 13
apresen tação 15
como aprovei tar ao máximo este livro 17

Capítulo l Considerações preliminares - 21


u Desenvolvimento histórico da proteção
pessoal de autoridades e executivos - 22
1.2 Sistemas de proteção ele autoridades e
executivos - 24

Capítulo 2 Gestão em proteção pessoal de


autoridades e executivos - 33
2.I Gestão de pessoas - 34
2.2 Gestão dos recursos materiais - 36
2.3 Gestão da form ação e do
aperfeiçoamento dos agentes de
proteção - 40
2.<I· Gestão dos processos de trabalho - 43 o
• l"'""'I
2.5 Intel igência na proteção de a utoridades ~
e executivos - 46 'CÕ
2.6
2.7
Liderança e motivação - 4 7
Planejamento de missões de
a~
proteção - 50 íl1
Capítulo 3 Estrutura de uma seção
de proteção - 63
:u Recw·sos humanos - 64
3.2 Recw·sos materiais - 67

Capítulo 4 O trabalho operacional - 73


1L1 O perfil do agente de proteção - 74
•l·.2 Vestuário, armamentos e
equipamentos - 76

Capítulo 5 Procedimentos e normas - 85


s.1 Locais fixos - 88
.'i.2 Em deslocamento - 89
s.3 Varreduras e inspeções - 117

Capítulo 6 Planos de contingên cia


e tecnologias aplicadas à
proteção de autoridades e
executivos - 131
6.1 Planos de contingência - 132
6.2 Tecnologias aplicadas à proteção de
autoridades e executivos - 135

para concluir 149


refe rências 151
respostas 155
sobre o autor 159
Dedico est.e tmballw à. minha
mulhe1~ Suzana, e aos meus
dois filhos, João Pedro e
Bernardo, pelo esforço, pelo
sacrifício e pela compreensão
quando das minhas
ausências.
Ao Grande Arquiteto do
Universo, por me dar saúde
e disposição.

;} minhafamtlia, pelo
apoio prestado em todos
os momentos.

Ao meu amigo José Semmer


Neto, profissional de alto
gabarito que contribuiu
significati-uam.ente para a
realização desui obra.
"O ignorante afimw, o sábio
dwvida, o sensato reflete."

Ari.st6teles
Enquanto escrevo esle prefácio, as manche tes estão novamente "gri-
tando" sobre os mais recentes ataques terror istas num mundo em
que nossa insegurança est;'í aumentando cada vez mais.
Pelo menos 39 mortos atirados em Istambul, uma dupla bomba
suic ida deixou 27 pessoas mortas em Bagdá - o ano novo está come-
çando como o ano velho terminou. E nenhum país está imune: ata-
ques em 2016 na França, na Alemanha e nos Estados Unidos provam
que nossas esperanças de q ue existem lugares seguros são meras
ilusões.
A nova realidade de ataques lone wolf1' exige inovação e vigilâ n-
cia reforçada. Mais do q ue nunca, é de suma importância que nossos
políticos e líderes da economia sejam protegidos para que possam
estabelecer uma sociedade viável.

* lhne rrol/é urna cxpí'essão que illdica a açiio de urna (Jr1ica


pessoa. c:-01110 os atiradores cru escolas. shopping centers e
danceterias, bastante con1uns nos Estados Unidos.
A necessidade de oferecer segurança vital aos indivíduos c ria
oportun idades às pessoas nas esferas privada e pública. Neste 'l ivro,
o Capitão Agibert nos brinda com uma visão completa sobre a segu-
rança executiva, a importância de ta l serv iço e as etapas precisas
nesse complexo ambiente.
Como um policial encarregado da segurança de uma insta lação
de infraestrutura vital na cidade de Chicago e na proteção do pes-
soal-chave que hi trabalha, posso ates tar que a obra cobre os mais
importantes aspectos da proteção e do planejamento.
O Capitão Agibert revela um conhecimento aprofundado do
a ssunto de segurança executi va e nos traz conselhos úteis na
execução dessa tarefa. Depois de ler este livro, estou planejando
implementar algumas das ideias dele numa tentativa de aperfeiçoar
nosso próprio s iste ma de segura nça.
Estou cer to de que qualquer indivíduo interessado em segurança
executi va irá achar esta obra indispensável. O Capitão Agibert nos
deu o plano; agora cabe a nós o implementarmos.

Eugene J. Roouey
Police Officer
Chicago Police Depa rtment
Chicago-II, USA
Esta é uma obra destinada à área de segurança, públ ica ou pri-
vada, no que diz respeito às ações voltadas para proteger autorida-
des, djgn ilários e pessoas muito importan tes, seja pela relevânc ia
pública de seus cargos, seja pelo papel estra tégico de suas posições.
No Bras il, praticamente não ex iste his tórico s ign ifica tivo de
alentados dessa natureza, de maneira a caracteriza r como endê -
mico o problema. Todavia, podemos mencionar o caso do ex-pre-
feito de Santo André, Celso Da niel, em 2002, do vice-governador
de Goiás, José Eliton, em 2016, e de alguns candidatos a cargos
eletivos. Além disso, juízes e promotores de Jus tiça também foram
mortos. Portanto, mesmo não sendo crítica a agressão sis te mática
contra autoridades, digni tá rios e pessoas mu ito importa ntes no
Bras il, cada vez mais verificamos que os profissionais e mpenha-
dos na proteção deles devem estar devidamente capacitados para
m1n1m1za r as a meaças.
Em seis capítulos, este livro aborda diversos assuntos relacio-
nados, d ire ta ou indiretamente, à atividade de proteção pessoal.
No Capítulo 1, tra tamos sobre o desenvolvimento histórico da
proteção pessoal de autoridades e executi vos e os s istemas de pro-
teção destes.
No Capítulo 2, discutimos sobre gestão de pessoas, gestão dos
recursos mate riais, geslão da form ação e aperfeiçoamento dos agen-
tes de proteção, gestão dos processos de trabalho, inteligência na
proteção de autoridades e executivos, auditoria em proteção de auto-
ridades e executivos, lidera nça e motivação e planejamento de mis-
sões de proteção.
U no Capítulo 3, apresentamos a estrutura de uma seção de pro-
teção no q ue diz respeito aos recursos humanos e aos recursos mate-
riais. No Capítulo 4, tratamos sobre perfil do agente de proteção,
vestuário, armamentos e equipamenlos e procedimentos e normas.
No Capítulo 5, a proposta é refiei ir a respeito dos procedimentos e
normas a serem aplicados pelos agentes nas missões de proteção.
Por último, no Capítulo 6, abordamos a necessidade de planos
de contingência e as ca racterísticas destes. Além disso, discorre-
mos sobre o uso de veículos blindados na proteção de autoridades e
executi vos, entre outras tecnologias.
A necessidade de escrevermos uma obra desse porle ocorreu prin-
cipalmente em virtude da escassez de material científico sobre o
lema, já que o conteúdo se encontra, na maioria das vezes, disperso
em apostilas de cursos de especialização. Inserimos sínteses, qua-
dros sinóticos, referências e atividades que reforçarão os assuntos
tratados e est·imularão a pesquisa, uma vez que o conhecimento eleve
sempre ser atualizado.
Nosso desejo é que você busque a todo momento novas questões,
formule oulras hipóteses, raciocine sobre as diversas oportunidades;
e nfim , ape rleiçoe o modelo proposto.

Boa leitura e bons estudos!

t6
Este livro traz alguns recursos que visam enriquecer o seu aprendi-
zado, facilitar a compreensão dos conteúdos e tornar a leitura mais
dinâmica. São ferramentas projetadas de acordo com a natureza dos
temas que va mos examinar. Veja a seguir como esses recursos se
encontram distribuídos no proje to gráfico da obra.

CQnteúdQs dQ cnpítufo:

Logo 1w abertura lW capítulo,


.... _ você.fica conhecendo os
conteúdos que nele serão
Apó:ou e>f1J1.lo de.-te t-;:i,rw'\utc..
abordados.
H~ ~~ t~~(lll'.. e~:

.. ...__......'"'""'*,.........-"""""• __,._
· - -...... - 1....1.... _ .. _ .._

............ Após Q est1LdQ deste


... ~·-"-· ·"'"-·-··-~
:

~
~
..............
~-- ..
,....,....... _~·~ capít1Lfo, vQcê será
capaz de:

Você também é i11fomwdo


a respeito das competências
que irá desenvolver e dos
conhecimentos qne irá adquirir
com <> estudo do capítulo.
\___........-i..•-""'"... ~~· Sín tese
_.. ........... . _ ..... .a._w ........- · - · -
........._..,_ •• .,....._..... ~-i.-96W··"-"""

_.............._......._.,....__
,...._ _ _ ...,_ _...11_.... 1_ •• " ..... _ _

... _ ..................-- ...


....... _....._ .......,... Você dispõe, tlO final do
• _ , . . . . _ . . . , , . _ ••1...- . ..........-
capCtulo, de uma síntese que
_,.,i.-"'-""""-.._.................u-c.i..
1:-••·-·--""" .,t.-l "-"-•·-·-..i.a. traz os principais conceitos
-o>oi;..-.11~

nele abordados .
.. ..- _
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.... ... _....,,.....,.._........ .........
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_,_,..,._... .... _
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j ,,,.,.. Questões p<trct revisão
.......... ,,,._,.i_...l
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. ...................................
~'- ..·-·'*'t......-..,.,_........
.. Com. estas ativul(l(les, você

,...,...
~-·..... o(....~-··"'--h~

tem. a possibilidade de rever


os principa.i.s conceitos
arwlisados. Ao final do livro,
o autor disponibiliza as
respostas às quesf<jes. afim de
que você possa verificar como
está sua aprendizagem.

lt v-.... _ .............., _... _ _ ...............


~.1;.,...cw .• _ ........

Q1testões pa ra refl exã o


- ''"~·· _
................... ..
..._..... .......i-.....&.............i.-~-
........- . - . . l .......1;,i-,_.. -~
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.... _ . _ .... , ....... .w...... ,,_.... _ _ ..
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.......
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"-'.,,,..!~ ..., ........... - -.. - · ,...... -

Nesui seção, a proposl<i é levá-lo ·---·-···l.·lo . .----...... __


,....... _ ..........,.. . . _,_.i-_
.....i.-u. ........ _ . ............... . ,.._ _ ...

a refletir criúcamente sobre --~·-

-.--
u..---...;... .............
........ ,.,, ...................
........ ,,.... - .......i -....- ............. _
alguns assuntos e a trocar i<leias -~- .......... ........
.......... ._....... ~.. --.'~--­
e experiências com seus pares. ....._...
i,.....i.,.,.-+~--·"'""-·~·
""'•-' '"'...r.~·--w,..-- ..- .....
,, ~ .... _

...._.... _ • ..._._......1.-... _......


# _ .... _ _, .. _,_...._...._ ...., _.......

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. .••i - , _ - ......~........ ....i....~-·
~ ...__..... ...,.e.- .--"'··.... Perg m1t<ls e respost<is
..,.._.. ......
.. o.,._..... ___.. ,...i...;....... __

··---..1,.._,.._._
.td.. ....~.. Nesta seção, o autor responde a
~·--- ..--.i•---""'·---
........ ,,,___\··-.......
'- '-"-"""""'"ª'"'--·"-....- .. ~ dúvidas freq uen.tes relacionadas
...i........._

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aos conteúdos do cap(tu/o.

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...-···- ·'" __ ,....
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~

Prest e €tte11 ção !

Nestes boxes, você confere


informações complementares
a respeito do assunto que está
sendo tratada.

P"r" Sltber rtutis

Você pode consultar as obras


indicadas nesta seção para
aprofundar sua aprendizagem.
-
1

r:./)
a,)
Conteúdos do capítulo: ~
crj

» Desenvolvimento histórico da proteção pessoal de autorida-


des e executivos.
=
·~
s
·~
» Sistemas de proteção de autoridades e executi vos. ~
a,)
~
o..
Após o estudo deste capítulo, r:./)
a,)
você será capaz de: ~o
Üll
crj

1
l. discorrer sobre a proteção pessoal de autoridades e executivos ~
a,)
como serviço especializado da área de segurança;
2. desc rever a evolução c ronológica dos serviços de proteção
'"'O
·~
r:./)
pessoal;
3. identificar alguns s istemas ele proteção de autoridades e
executivos. u
=
o
Antes de nos aprofundarmos na temática desta obra, é muito impo1~
Lante entendermos a evolução histórica da atividade de proteção de
autoridades e executivos. Analisar como isso se desenvolveu faci-
litará a absorção dos conhecimentos técnicos posteriormente, e é o
que faremos nes te capítulo.

1.1 Desenvolvimento histórico


da proteção pessoal de
autoridades e executivos
A proteç,ão de autoridades e executivos, como serviço especiali:.:ado
na área de segurança, é tema relati vamente recente. Nesse sentido,
Dale L. June (2015, p. 83, tradução nossa) assim observa :

Se ti·vermos de compreender as questões comple.~as que


definem a proteção pessoal de alto n(uel atualmente, o
ponto adequado de in{cio da. hist6ria deste campo siw
<1s últimas quatro décadas do século XX. Desde os anos
turbulentos e ·violentos dn década de 60, a proteção pes-
soal aproximada evoluiu do guorda.-costas baseado na.
mentalid(ule de rei.aguarda com compleição física con-
siderá·vel ao especialista ern artes marciais e à proteção
executiva e agora aos altamente treinados e profissionais
especialistas de proteção pessoal.

No entanto, é importante Lerm os uma perspectiva c ronológica


dos serv iços de proteção pessoal. Nessa linha, destaca-se a maté-
ria disponível no site da Sykes Group LLC (2012, tradução nossa):
O exato i11Ccio do conceito de guarda-costa.s ncio é conhe-
cido; contudo, os samurais japoneses foram localizados
no século V depois rle Cristo. Os scwwntis eram b(lsÍC<t-
mente guarda-cosi.as a quem eram destinadas missões
com a responsabilidade de manter seus senhores vivos e
n.o poder. Em uma missã-0 que os samurais leva·vam mui-
to a sério. Se o samurai jàllwsse na s1w missão, vergonlw
e desonra cairiam sobre ele, e o método para se redimir
de siwfitlha era cometer o Hari Kari {suicülio).

De acordo com o site, e ntre 800 e 900 d.C., gangues de guerrei-


ros na Noruega cumpriam o papel de guarda-costas da corte real.
Eles foram chamados de Berserkers em virtude de um hábito curioso:
durante as batalhas, tiravam as roupas e se lançavam em urna car-
nificina (Sykes Group LLC, 2012).
Importante enfatizar que, como mencionado no supramencionado
site, "os protetores foram até o limite de experimentar a comida dos
protegidos pa ra protegê-los contra e nvenenamento" (Sykes Group
LLC, 2012).
Muito interessante notar também que a Royal Body G1Kud ofthe
Yeomen o.fthe Guard* protege o rei (rainha) da Inglaterra há vários
séculos .
Dessa maneira, podemos verificar que a necessidade de proteção
de autoridades existia desde tempos imemoriais; os escolhidos para
essa ta refa eram aqueles com melhor condição física.

23
* Para 1nais infonnaçõcs, con:=:uhar o sile da Royal B()dy Cu<Htl
of tlte lwme11 of the C1wrd, disponível cm: <l11t1)://yeo111enof-
1heguanl.co111/index.h1m>.
1.2 Sistemas de proteção de
autoridades e executivos
Atualmente, existem excelentes sistemas de proteção de autorida-
des e executi vos no mundo. Devem ser destacados o Shin Bet israe-
le nse, a BKA alemã, a VIPPU chinesa, a RCMP ca nadense e o
ser viço secreto americano, entre outros. No Brasil, há vá r ias orga-
njzações com responsabilidades de proteção, como o Departame nto
da Polícia Federal, o Departamento da Polícia Rodoviária Federal,
as Políc ias Civis e as Polícias Militares (estas mais es pecifica-
me nte nas Casas Militares, com missão de proteger o governador,
vice-governador e familiares).
Sem sombra de dúvidas, o serviço secreto americano é uma das
mais preparadas agências de proteção. Portanto, é relevante pe rceber
a evolução da atividade nos Estados Unidos, consoante matéria dis-
ponível no site da Sykes Group LLC (2012). De acordo com o texto,
no período compreendido entre 1865 e 1977, vá rios incidentes ocor-
reram naq uele país, entre os quais os assassinatos dos presidentes
norte-americanos Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881)
e William McKi nley (1901), aos quais se somaram atentados con-
tra outros presidentes. Tal cenário motivou inúmeras mudanças, que
ga nharam corpo em 1916, quando o secretário de Es tado, Robert
Lans ing, estabeleceu formalmente a segurança no Depa rtamento de
Estado Americano. Ao longo do tempo, o ser viço secreto dos Estados
Unidos atingiu um nível ele excelência em missões ele proteção, como
é possível observar hoje.
Iniciando no final <Üi déc<ida. de 1960, vários embaix<i-
dores e funcionários de departamentos foram. Oll seques-
trados ou assassino.dos. Essas ações ressa /taram. a possí-
vel exploração de diplomatas americanos com. objetivos
políticos. Para en}i-entar essa nova ameaça, o Escrit6rio
de Segurança ma:úmizou. s1ws capacidades de prote-
ção. Os atos de terrorismo criaram zuna nova e crescen-
temente perigosa ameaça aos cidadãos americanos e às
missões no exterior, tanto quanto a visitas ilustres nos
Estados Unidos. O Escrit6rio de Seguranç<i respondeii
à ameaça cont.rauuulo mais de cem novos agentes sob o
"Plano Ea.gleburger" e começou a adquirir veículos, rá-
dios e outros equipamentos de suporte pam e1!frentar esse
desafio. [ .. }começou <L produzir apostilas e manuais so-
bre terrorismo, fornecendo assessoria para o pessoal no
exterior. Agentes de segurança receberam treinamentos
mais intensivos e aprenderam novas lwbili<Üides, como
direção defensÍ'Va.
A intensi<l<ule dos ataques terroristas awnentou. { .. ./
Em 4 de novembro de 1985, o Escrit6rio de Segurança
Diplomática. e o Se1-viço de Segurança Diplomática.fo-
ram ojici<ilmente estabeleci<los. (Sykes Group LLC Law
En forcement/Secu rity Trai ni ng & Consu lting, 2012, trn-
d ução nossa)

Ao longo desta obra, você poderá estudar conceitos, técnicas e


procedimentos util izados por várias escolas de proteção, e não ape-
nas os provenientes de uma escola específica. Isso certamente lhe
trará novas informações, bem como enriquecerá seu conheci mento
ace rca do assunto.

25
Síntese

Vimos neste capítulo que o serviço de proteção de autoridades - do


modo como se observa hoje - não existe há muito tempo, embora
a necessidade esteja presente desde tempos imemoriais, quando
a principal característica do agente de proteção era a força fís ica.
ldenti ficamos também que atualmente há excelentes s istemas ele
proteção de autoridades e executivos no mundo, entre os quais o Shin
Bel israelense, a BKA a lemã , a VIPPU chinesa, a RCMP canadense
e o ser viço secreto americano, entre outros.
Finalmente, come ntamos acerca das várias organizações que,
no Brasil , inc umbe m-se d a responsabilidade de proteção, como
o Departamento da Polícia Fede ral, o De partamento da Polícia
Rodoviária Federal, as Polícias Civis e as Polícias Militares (estas
mais especificamente nas Casas Militares, com missão ele proteger
o gove rn ador, vice-governador e familia res).

Questões para revisão

~
1) Sobre o desenvolvimento histórico da p roteção pessoal de auto-
~
ridades e executivos, assinale a alternativa correta:
~i5
~
a. A proteção de autoridades e executivos , como ser viço
~ especializado na área ele segurança, remonta a te mpos
"
"
.:i 1memona1s.
~ h. Os samurais eram basicamente guarda-costas a quem eram
a"
:: destinadas missões com a responsabilidade de manter seus
;::

~ senhores vi vos e no poder.

26
e. Na Noruega, em algum momento entre os anos 1.500
e 1.800 d.C., gangues de guerreiros se aliavam à corte
real para servir como guarda-costas.
d. O(A) Rei(Rainha) da Inglater ra atualmente não é mais
protegido(a) pelos Yeoman ofthe Guard.
2) Sobre os sistemas de proteção de autoridades e executi vos, assi-
nale a alternativa incorreta:
a. O sistema BKA israelense é um dos mais mode rnos no
mundo.
b. As Polícias Militares, por meio das Cas as Militares, têm
a missão de proteger o governador, vice-governador e
familiares.
e. No Bras ü, as autoridades estrangeiras, em regra, quando
e m vis ita oficial, são protegidas pelo Departame nto de
Polícia Federal.
d. Na Amé rica , entre os anos 1865 e 1977, hou ve vários
incidentes, incluindo o assassinato de três presidentes
(Abraham Lincoln: 1865; James Garfield: 1881; e William
McKinley: 1901) e quatro alentados contra presidentes,
que colocaram e m desenvolvimento uma série de mudan-
ças que trouxeram o serviço secreto americano ao seu nível
atual de competência e e;tpertise em operações de proteção.

3) Analise as afirmações a seguir e marque V para as verdadei-


~
ras e F para as falsas: "'
.:;
( ) Existem ape nas duas escolas de proteção de aulorida-
des no mundo.
-"'

:::
·!E
( ) No Brasil, há um histórico significativo de ale ntados con- :;;;"
'.<!
tra autoridades e executivos. d
( ) No Canadá, a agência especializada é a RCMP. 27
( ) No Brasil apenas o Departamento de Polícia Federal rea-
liza missões de proteção.
4) Quais são as agências responsáveis pela proteção de autori-
dades no Brasi 1?
5) Qual o evento mais recente ocorrido contra uma au toridade
no Brasil?

Questão para reflexão


1) Muitas vezes ' a ocorrência de uma lraaédia
. ~
acaba acarretando
a revisão de procedimentos e, por conseguinte, o aperfeiçoa-
mento destes e elas técnicas ut ilizadas. Alan Silverleib (2011,
tradução nossa), em 30 de março de 2011, no artigo intitulado
"The day thal changed presidential security forever", anali-
sando a tentativa de assassinato contra o presidente Ronald
Reagan, assim observou:

7)·ês décadas depois, o que foi aprendido pela tentativa de


a.~sassinato feiui por Hinckle)'? Todos os procedimentos
do Serviço Secreto foram observados naquele dia, lem-
br<i Shaddick. Mas líinckley e;r.ploroii um ponto fraco
na segurança presidencial: o fato de que, à época, em
muito fácil chegar perto do presidente em. alguns pontos.
Des<le <i tentati·vci contra a vicki de Reagan, magnetô-
metros têm. sido um dispositivo mais com.wn nas sa.tdas
presidenciais. Ninguém pode chegar tão perto do presi-
dente sem ser totalmente escaneado. E enquanto os pe-
rímetros <le segurança têm sido aumentados, barracas
agora são frequentemente usadas para blindar as entra-
das e as saíclas do presidente, de acordo com o jornalista
Del Quentin Wilber, autor de "Rawhide Down", um. livro
recém-publicado sobre a /.entativa de nssassinato. Wilber
também observa o regular e rigoroso treinamento q1ie os
membros da equipe de segurança presidencial têm que
passar nas instalações do Serviço Secreto em Belts ville,
Maryland. Os agentes agora /.reinam duas semanas a
cadcl oito. O treinamento contlnuo efeüvcunent.e come-
çou no final dos anos 1970, m.as sua importância foi
awnentcula. pelo Ma.que de flinckley. "Eles não querem.
arriscar que os agentes pensem.", diz Wilber. "Eles s6 têm.
que agir". "Você se pergunta como se responde com. tama-
nlw. ·uelocidade",jàlti Shaddick. "O treinamento toma a
ação mais instintiva".

Dessa maneira, é possível ressaltar que as medidas de proteção


tendem a minimizar ao máximo os riscos, porém é impossível
eliminá-los por completo. A atenção deve sempre ser redo-
brada quando em uma missão real, e subestimar a ação de
elementos adversos pode ser um erro decisivo. Como dilo, o
agente deve Irei nar tanto a ponto de adotar os procedimentos
instintivamente.
Baseado nesse relato, responda: Você acredi ta que as med idas
de proteção eliminam por completo os riscos a q ue estão expos-
tos os líderes, dignitários e pessoas importantes? Justifique
sua resposta.

Perguntas e respostas

1) Sem sombra de dúvidas, o serviço secreto americano é uma das


mais preparadas agências de proteção de autoridades e digni-
tários. Sobre isso, assinale a alterna tiva correta:
a. Na América, entre os anos 1865 e 1977, hou ve vá rios inci-
den tes que colocaram em desenvolvimento uma série de
mudanças que trouxeram o serviço secreto americano ao 29
seu nível aluai de competência e experúse em operações
de proteção.
h. A segurança do Departamento de Estado Americano foi ÍOt"
malmente estabelecida em 1936, pelo secretário de Estado
Robert Lansing, e era liderada pelo agente especial chefe.
e. No fina l da década de 1980, vá rios embaixadores e fun-
cionários de departamentos começaram a ser sequestrados
ou assassinados. Essas ações ressalta ram a possível explo-
ração de diplomatas america nos com objetivos políticos.
cl. Os atos de terrorismo não criaram uma nova e crescente
ameaça aos cidadãos americanos e às missões no exterior,
assim como as visitas ilustres nos Estados Unidos.

Respostas:
a. Correta.
b. Incorreta: O a no é 1916.
e. Incorreta: A década é a de 1960.
cl. Incorreta: Os atos de terroris mo criaram uma nova e cres-
cente a meaça aos cidadãos americanos e às missões no
exterior.

Comentá1·io:
Inegavelmente, o serviço secreto an1ericano se conso1dou como
um dos melhores do mundo em virtude de eventos que o afola-
ram. Assim, muitas vezes o aperfeiçoamento somente vem pela
"dor", ou seja, pela ocorrência de alentados ou de a taques, com
várias pessoas mortas e/ou feridas.
Ser profissional da área de proteção de autoridade/
executivo implica preparo físico, intelectual, psicológico
e disposição para aprend er e enfrentar situações novas e
inesperadas.

Para saber mais


O serviço secreto americano é uma das mais preparadas agências
de proteção de autoridades e digni tários. Para mais deta lhes, con-
sulte o seguin te site (em inglês) :

UN lTED STATES. Secr et Se1·vice. Disponível em: <hllp://www.


secretservice.gov>. Acesso em: 3 dez. 2016.

31
II

Conteúdos do capítulo:
» Gestão de pessoas.
» Gestão dos recursos materiais.
» GesLão da formação e aperfeiçoamento dos agentes de proteção.
» Gestão dos processos de trabalho.
» Inteligência na proteção de autoridades e executivos.
» Lide ra nça e moti vação.
» Planejamento de missões de proteção.

Após o estudo deste capítulo,


você será capaz de:

1
l. tratar sobre a gestão de pessoas;
2. discorrer sobre a gestão de recursos materiais;
3. disserta r sobre a gestão da formação e do aperfeiçoamento dos
agentes de proteção de autoridades e executivos;
4. discorrer sobre a gestão dos processos de trabalho;
S. perceber a importâ ncia da intel igência na proteção de a utori-
dades e executivos;
6. explicar a importância das técnicas de liderança e moti vação;
7. planejar missões de proteção.
Para quaisq uer atividades, a gestão desempenha papel fundamental
e determinante do sucesso das organizações. Isso também se apl ica
ao contexto da segurança executiva e de autoridades, no qual esse
cuidado é necessário e envolve pessoas, materiais, processos de tra-
balho etc. este capítulo, tra taremos sobre esse lema, apresentando
as principais ideias e reflexões da área.

2.1 Gestão de pessoas


A gestão de pessoas é de rundamental importância no sucesso das
organizações, qualquer que seja a atividade destas. Concordamos
com o pensamento da e mpresa Anthuerpia Consultoria & Treina-
mento (2016), no sentido de que "as pessoas são o maior tesouro de
uma organização, e assim como os diaman tes, precisam ser lapida-
das com muito trabalho, sabedoria e dedicação para se tornarem
ainda mais valiosas".
Realmente não existe recurso mais vaJ ioso que o humano, já que
profissionais mol ivados são os responsáveis diretos pelo sucesso de
qualquer organização. Dessa maneira, é necessário ter conhecimento
da administração de pessoas para o melhor a tingimento de melas.
Nesse sentido, Lucas Veiga Ávila e Jaime Peixoto Stecca (2015,
p. 18-19) assim esclarecem :

A Admin.istraç(i.O de Recursos Nu.ma.nos (A R H) consiste no


planejamento, 1ui 01gan.ização, no desenvolvim.ent,o, na
34.
coordenação e no controle de técnicas capazes de promo-
ver o desempenho eficiente elo pessoal, ao mesmo tempo
em que a orgfuiizaç<io representa o meio que permite às
pessoas que com ela colaboram alcançar os objeti'VOS in-
dividuais relacionados direta 011. indiretamente com o tra-
balho. Podemos entender que a ARH busca conquistar e
manter emprega;los 1w organização, trabalhaiulo e dan-
do o máximo de si, com wna at.itude positi-v<i ejàvorável.

Inegável, portanto, que em uma seção/de partamento com res-


ponsabilidade de proteção de autoridades e executivos a gestão ade-
quada de pessoas ganha relevo especial, porque trata dos maiores
bens existentes (a vida e a integridade física). Ter a habilidade para
gerir com eficiência e eficácia os recursos humanos é, portanto, fun-
damental. essa linha, José Lu iz Bichueui (2015) come nta:

Gerir gente eficazmente é saber definir as necessid<ules


de pessoal, saber atrair, contratar, rete1; motivar, avalia.r
desempenho, desenvolver, remunerar, reconhecer empe-
nho (diferente de desempenho) e, aM, saber demitir. É re-
conhecer que gente é o prop11lsor que move as empresas.

Há diferentes tipos de planejamento estratégico para gestão de


pessoas. Nessa linha, Ávila e Stecca (2015, p. 26, grifo do origi-
nal) assim lecionam:

» Planeja.mento conserv(ldor - püuiejamento vol-


tado para <• estabilida.de e ma1111J.e11çã-0 <ÚL situação
existe11te. As decisões S<to tomadas no senti<lo de obter
bons res11ltados, porém dificilmente este planejamen- g .~
~

~ ~
to procurará j(1zer m11danças radicais da mga11ização. "'-
~
.g
"'
» Plcu iejmne n t o otim.iza.n te - ·voltado para a e"'""'- ...,""
~

adaptabilida<le e inovaçüo da organização. As de- s .,,


~
~
"
cisões são tomadas 1w se11tido de obter os melhores •"• ~ "
resultados possíveis minimizando recursos ou ma,-r.i-
"'
~ ~

35
mizando o desempenho para melhor utilizar os recur-
sos disponvveis.

» Pla.n ejw nent.o prospectivo - é o planejamen-


to voltado para as contingências e para o.futuro <ÚL
orga.nizaç<1o. As decisões são tom.adas 110 sentido de
compal.ibilizar os diferentes interesses envolvidos, atra-
vés de uma composição capaz de levar a resultados para
o desenvolvimento n(ltural da empresri e ajustá-las às
contingências que surgem no meio do caminho.

Em um primeiro mome nto, pode mos pensar que o ti po mais


adequado para a gestão de pessoas em proteção de autoridades e
executi vos deve ser o conservador. Ledo e ngano. As técnicas opera-
cionais estão em constante desenvolvimento e, sempre que possível, a
inovação e o aperfeiçoamento devem ser considerados . Devemos res-
saltar, no entan to, q ue protocolos de proteção (para o agente e para
o protegido) devem ser seguidos rigorosamente, sob pena de com-
prometimento da segurança. Entretanto, a contribuição dos agen tes
para que esses protocolos sejam revistos, atua 1izados e melhorados
é fundamental. O perfil adequado para a função de agente de pro-
teção será visto mais adiante nesta obra.
Consideramos, por consegui nte, que o elemento humano constitui
a maior riqueza de q ualq uer organização. O planejamento adequado,
a men talidade sensível à inovação e o gerenciamento humanizado,
~ voltado ao resultado, são fatores primordiais para o sucesso em uma
:;;
s seção/departa mento de proteção.
~
{!
";;
.:;
ã
:;
.; 2.2 Gestão dos recursos materiais
De igua l sorte, uma administração correta dos recursos materiais -
muitas vezes escassos - pode contribu ir significati va mente para o
36
sucesso da organização. Renato Ribeiro Fenili (2015, p. 9) observa
que a gestão de recw·sos materiais

é sobremaneim simples e objetiva: as organizações admi-


nistmm. recursos escassos. Como decorrênci(t l6gicci, a
gestão acurada repousei 1w determinação das altema-
tivas parei acesso a recursos, bem. como para a elimina-
ção de desperdícios em sita utilização, consubstancicui-
do modos de angariar vantagem competitiva - na. eefém
privada - ou e.i;pressões do binômio eficiência/economi-
cidade - na e~fera p1í.blic(t.

É relevante aqui trazermos o conceito de recw·sos mate riais.


l essa esteira, Paulo Nunes (2016) observa:

Os recursos m.ateria.is são um. tipo espec(fico de recursos


01gcmizcicio1utis colocados à disposiçri.o de um.a deter-
minada organização para que esta possa desenvolver a
sua atividade e atingir os seus objecúvos e incluem as
máquinas, equipamentos e utensflios utilizados pela or-
ganização, as suas i1i5talações produtivas e administra-
t.ivas e também. as tecnologias e processos utilizcidos na
produção e na gestão.

Os recursos materiais podem ser de dois tipos, como ensina Fenili


(2015, p. 15, grifo do original):

Para fins de gestão. os recursos materiais, em. sentido


amplo, podem ainda ser classificados em duas subca-
g .~
~

tegorias: (. ..J ~
"'- ~
.g ~
R ecurso m<Lteri<tl, em sen tido estrito, é todo o bem "'
f~sico (tangvvel) empreg(ido em wna 01ganização que de-
e""""'- .,,""
~
~

s
'" ~

tém natnreza não permanente. Em geral, constituem-se


"••" ~"
em. materiais qne são consumidos ao Longo do tempo, ~"" ~
constituindo-se, usualmente, bens de estoque. Apescir de 37
ser esta uma classifu:ação contábil, o conceito de recurso
material, em senJ.ido estriw, aproxima-se sobremaneim
do inerente <t material de cm1.mmo.

R ecurso pa.trim.011.ia.l é todc o bem fCsico (tangfvel)


empregado em uma organização que detém natureza
permanente. Em geral, os bens patrimoniais podem ser
de três tipos: im6'veis (prédios, terrenos etc.), instalações
(uma central de ar condicion<tCÚ>, por e.w mplo) e mate-
riais permanentes (máquinas, m6veis, computo.dores etc.).

Uma seção ou um departamen to de proteção podem ser constituí-


dos no ambiente público ou privado. No âmbito público, devem ser
rigorosamente observados os princípios da Administração Pública
previstos na Constituição Federal de 1988:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual-


quer dos Poderes da União, dos Estados. do Distrito Federal
e dos Munidpios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência(... ).
(Brasil, 1988)

Dessa ma neira, questões a !etas a aquisição, transforências, utili-


zação, inservibilidade e outras precisam obedecer a todas as pres-
crições legais e regulamentares.
Na iniciativa privada, em que pese não haver essa obrigatorie-
dade, é prudente adotar um sistema sustentável, lógico, eficie nte e
eficaz de gestão de recursos materiais, de maneira a otimizá-los em
prol dos objetivos formatados.
Cabe ressaltar que a área de recursos materiais se relaciona com
todas as outras. Vejamos a an<llise de Fenili (2015, p. 20, grifo do
original):

Cúpula da orget.nização ~ determina (L política


de gest.rio de mMeriais dei orgcuiizaçrio. M a:.timizar ou.
minimizar estoques? Alienar ou não determinado bem?
Quais aquisições e contratações devem ser realizadas?
Quais os projetos relacionados à. melhoria. dos processos
de gestão de materiais devem ser patrocinaCÚ>s? Quais as
<t tividades inerentes à. gestão de materiais que de~·em. ser
terceiriuulas? Qual a polrtica de sanções administrati-
vas oriwulas de processos liciuit6rios que será adota.da?
As respostas (lesses qnestionamentos devem ser providos
[sicJ pela cúpula do 6rg<io público.

Área d e recursos hum.anos --+ proví! o f erramental


luwumo à cond11çc7o das tarefas de gestiio de materiais.
Em 61gãos públicos, relaciona-se à verificação de ne-
cessidade de pessoal, ao pfonejamento de sua reposição
('via concursos públicos), bem como à elaboração de cro-
nogramas de treinamento e capaciwção dos envolvidos,
entre outras tarefas.

Área d e i11formá ticci--+ proví! o f e rramental d e sis-


temas de tec11ologia clci i11for11uição e comm1.ica-
ção (TIC) que wbsidiará as tarefas inerentes à gestão
de materiais. O desenvolvimento e emprego de sistemas
informatiza dos de bancos de dmks destinados à condu-
ção das atii;iclades de administração de materiais é extre-
mamente usual no setor público brasileiro contemporâneo.

Clientes internos --+constituem a razão da existên-


cia e da estntttu'ltçii.o d" área de gestão ele ma-
teriais. Exercem. o papel de demandantes e ele usuários
g .~
~

de materiais na organização. ~ ~
"'-
.g ~
"'
Árn" orçamentária --+ busca a provisão dos recursos
e""""'- ...,""
~

necessários à (tquisição de novos 11utteriais. [ . .)Compila, s .,,


~
~
"
ainda, os dados de planejamento com. ·vistas ao aporte de
•"• ~ "
recursos para exercCcios financeiros subsequentes. "'
~ ~

39
Área financeira. --+ efetua os pagamentos, controlando
as despesas inerentes à aquisiçã-0 de materiais.

l nst.ânci<is ju.ríclica.s --+ seio responsáveis pela emis-


são de pareceres jurídicos sobre licitações, dispensas 01i
inexigibiliclades [ .. J.
Auditoria intern a ~ ·verifica se rzs rotinas e os atos
administrativos protagonizados pela área de gestão de
materiais mostram-se em co1iformidcuie com os preceil.os
legais, emitindo, ao f incil, relat6rios de recomendaçtio.

Gera lmente uma seção/depat'lamento de proteção conta com tele-


fones (fixos e móveis , quiçá até central telefônica), rádios de comuni-
cação, coletes balísticos, veículos (blindados ou não), eq uipamentos
de varredu ra/inspeção, detectores de meta is, eventualmente arma-
mento, sem mencionar patrimônio como mobiliá rio e computadores.
Saber gerenciar esses recursos é fator primordial para minimizar
c ustos e evita r despe rdícios, ma ximizando a utilização e contri-
bu indo para o atingimento dos resultados esperados.

2.3 Gestão da formação e


do aperfeiçoamento dos
agentes de proteção
Devemos ler em mente que todos os profissionais precisam estar
sujeitos a algum tipo de formação, treinamento e aperfeiçoamento, de
maneira a melhorar o desempenho de suas atividades. Isso é fu nda-
mental em q ualq uer segmento e especialme nte naq ueles q ue atuam
na á rea de proteção de au toridades e executivos.
Os professores Lencastre, f elício e Baptista (2003, p. 21, grifo do
original) discorre m sobre a operac iona lização da formação:

"º 2 .1 In íc io da Fo n n<1ção - Org aniz ar o t t'ítbctlho


colcibor<tti'Vo

» Definir o nLÍmem de elementos que constituem wn gn.1,-


po de trabalho e proceder à sua organizaçii.o;

[ .. .]
2. 2 Estruturação de uirefa.s e m mnbien.te ele i11-
terclep e 11clênci<i positfon p<r.rct os g rupos

» Explicilar os objectivos da formação e relacionar os


conceitos com a experi€ncia passada dos formandos,
de modo <• garantir o máximo de transfer€ncia e de
retenção de con.hecirnentos;

» Seleccionar os conceitos relevantes, expor procedimen-


tos a seguir e dar exemplos para ajudar os.formandos
a. compreender o que vão aprender e com.o vão jitzer
os trabalhos que lhes irão ser propostos;

[ . .]
» Explicitar os critérios de sucesso (avaliação).

2. 3 ~1011.itorização e i11.ter·ve 11.ção

» Monitorar os comportamentos dos formandos de for-


ma a obser·var o seu trabalho colaborativo e o seu es-
tilo de aprendizagem;

[ ..]

» Intervir para ultr<lpassar eventuais dificuldades no


trabalho ern g rupo; [ ..].
g .~
~

~ ~
"'-
.g ~
É possível verificar que é imperioso existir um planejamento de "'
curso preparatório para todos os profissionais que integra rem uma
e"'""'- ...,""
~

s .,,
~
~
"
seção de segw·ança de autoridades e de executivos. Além disso, é •"• ~ "
necessfü·io have r um período de estágio obrigatório e instruções "'
~ ~

periódicas de manutenção. Observe no Quadro 2.1 um modelo de "1


proposta de curso de Segurança de Dignitários.
Quadro 2.1 - Modelo de pl<uw de disciplinas
de Curso de Segurança, de Dignitários

Disciplina Carga l1orúria


Legislação Aplicada à Atividade Sh
Planejamento Operacional Sh
Estratégia Operacional Sh
Doutrina de Segurança de Dignit{u·ios/Executivos lOh
Segurança em Operaçõe~ Sh
Segurarn,:a de Dignitários/Executivos 1 20h
Segurança de Dignitários/Executivos II 20h
Segurança de 1nstalações Físicas Sh
Tiro VlP 30h
Defesa de Terceiros 20h
Direção Operacional 20h
Val1'edura e Evacuação Sh
Operações 30h
TOTAL 180h

O período de estágio recomendável é de 30 dias. As instruções


periódicas de manutenção podem ocorrer uma vez por mês, abran-
gendo conteúdos de segurança, varredura, tiro VIP e operações,
ministrados em um final de semana (em torno de 25 horas).
O cuidado com a parle técnica dos agentes de proteção de auto-
ridades e de executivos pode s ignificar o sucesso ou o fracasso de
uma missão. Agentes bem treinados e qualificados tendem a mini-
mizar significativamente os riscos de qualquer operação.
2.4 Gestão dos processos de trabalho
Importante inicialmen te entender o conceito de processo. Nesse
sentido, o Manual Interativo de GesUio por Processos 01gcmizacionais,
elaborado pelo I nsti tulo do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - lphan (2015, p. 8, grifo do original), assim dispõe:

No contexto público, ÚJTocesso] é um conj11nto de aúvida-


des estruturculas com Úlfsi!l. e Eim. que geram J0.i.!u. para
o Cidadão. "Qnalquer at.ivida(le que receba wna entrada.
(lgrega -lhe valor, e gera wna saída para um cliente in-
terno (pessoas e 6rgãos) ou extemo (cidadãos e socieda-
de). Os processos fazem. uso dos recursos da organização
pam gerar resu.luulos concretos para wn cidadão 01t uni-
dade interna ou outra parte interessada". Geralmente as
atividades de imi processo passan·i por diversas unida<les,
on seja., cluunamos isto de tmnwersalidade de atividades
dentro de um processo. Assim, podemos imaginar mna
piscirui com raias e diversos nadadores. As raias são uni-
dades (clepartamentoslcoordenações geraislcoorde1w-
ções) e os nculadores corresponclem. <t atividades. Todas
as aúvidacles deverão ser cumpridas parei (file o ciclo seja
concluído. Processos envolvem. ciclos q1.te se repetem, en-
g .~
~

~ ~
volvendo "entrada, processcunento e saída". .g"" ~
"'
Dessa maneira, verificamos que existe uma sequência, uma rotina,
e""" ...,""
~

s"" ~

que deve ser seguida e melhorada constantemente. a á rea de pro- " '"~ ~

•"• "
teção de autoridades e executivos, portanto, a gestão de processos ~"' ~
se torna fundamental porque lida com a vida, a integridade física e <13

psicológica de pessoas muito importantes.


Nessa linha, gestão po1· pi·occssos é " urna metodologia que
ordena e nos faz continuamente melhorar nosso dia a d ia de uma
forma ordenada e sistematizada" (Iphan, 2015, p. 9). Os gra ndes
sucessos de diversas atividades estão ligados à padronização e ao
estabelecimento de protocolos. Seja na medicina, seja na enge nha-
ria, seja até na segurança pública e privada, tal medida pode ser
fator decisivo.
É deveras relevante q ue a autoridade ou o executivo consigam
entender os protocolos e segui-los adequadamente, porque, do con-
trário, não será possível garantir a probabilidade mínima de ocot'-
rência prejudicial a eles.
De acordo com o ManuaJ Intera ti vo de Gestão por Processos
Organizacionais, referido anteriormente, existe um ciclo da gestão
de processos constituído por: estratégia, mapeamento e diagnóstico,
redesenho, implemen tação e controle, moni toramento, avaliação e
melhoria. O mesmo órgão esclarece (Iphan, 2015, p. 9 -10):

Est,.atégia - Para utilizar a gestão por processos, é ne-


cessário ter-se wnli diretriz, ou seja, 11ma orientaçilo de
onde pretendemos chegar e que se,.viçolproduto tenws
que gerar para alcançar os objetivos propostos para a
concretizaçilo da miss(i.Q da Organizaçilo. Por tal motivo,
a metodologici deve começar por considerar a estratégia.
da Organização. [. ..}

Mapeamento e diagnóstico - O mapeamento ou de-


senho de processo de trabalho constitui a etapn em qne
é.feito o levantamento d.e todas a.1 informações necessá-
<14
rias de um processo d.e trabalho atual, como legislaçilo
que o subsidia, dificuldades de execuç!io, dificuldades
de alinhamento, se há muito retrabalho em sua execução,
se o processo de tmbalho perpassa ou.tras áreas (interfa-
ces), se há comunicação efeti:U(L entre as tmida<ies/áreas
(interfaces) que executam. tal processo de trabalho. [ .. ]
Ern seguida, tais informações serão analisadas consi-
derando as especificidades do processo de trabalho, se1i
alinhamento c01n a estmtégici da organização e com o
objeti:vo a que tiver mais aderêncici (tfim de constituir urn
diagn.6stico que ser·virá corno subsídio para melhoria do
processo de t.rab(l./ho.

Red esenho - Nessa elapa, (. . .]é proposto e !lalidado


wn novo desenho do processo de trabalho. Esse redesenho
(. ..}é concebido considerando premissas legais, força de
trabalho e estrutura, poss(veis, agregação de ·valor e prin-
cipalmente a "meUwr m.aneir(t do processo acontecer", se-
gundo (t percepção dos participantes que o executam. [..]

I m.p le me tttação - Corn o redesenho e plcino de im-


plantação !la.lidados, iniciam-se os procedimentos para
a colocação ern prática do novo processo de tra.balho
ern 11111 esforço conjunto: Gestor do processo e Equipe de
execução. O gestor tem a. responsabilidade pela impla.n-
tação e implementação do n(ruO processo, beni como em
rej)(LSsar iriform<tções de desempenho do processo parei a
unid(ule responsável[. ..].

Controle, m.m1ito rwne11 to, ava.lia.çií.o e m.e lho -


g .~
~

rici - A finalidade, nessa etapa, é medir o processo de ~


"'- ~
trabalho em execução, <ifim de ·verificar se o resultado (t .g ~
"'
que se pretende chegar com. o irulicador e meta. está sen- e""""'- ...,""
~

do alcançado e, obviament,e, se o novo modo de desen- s .,,


~
~
"
volvê-Lo (redesenho) está atendendo às expectCLtivas da •"• ~ "
área executara e consequentemente da organização. Com
"'
~ ~

<15
o controle e 111.011.it.oramento é possÍ'~·el avaliar sna eficiên-
cia e eficácici e traçar soluções para corrigir os desvios
obsernados, bem como apontar outras melhorias possíveis.

Assim, q ualquer seção com a missão de proteção de autoridades e


executivos deve, de acordo com a estratégia, estabelecer protocolos
e padronizar procedimentos. Isso facilitará a execução pelos agen-
tes ele proteção, bem como o treinamento des tes, além ele funcionar
como variável relevan te para a pessoa protegida.

2.5 Inteligência na proteção


de autoridades e executivos

O levantamento de informações que possam ser úteis no desempe-


nho ela missão é decis ivo. Assim, um trabalho prévio de inteligência
para cada evento do qual o protegido participará será fundamen-
tal. É mui to importante que alguém fique com a missão de produzir
inteligê ncia, analisá-la e emitir parecer sobre ela.
Nesse sentido, Vinfcius Domingues Cavalca nle (2016, p. 9-10)
assim esclarece:

Segurança e Inteligência caminham SEMPRE lado a


lado! Em. tocÚ> planejamento de UITUL segurança pessonl,
sempre é necessário coletar informes e a'Valiar todos os da-
dos disponíveis sobre riscos [ ,.], inimigos e <ulversários do
protegido, identificação [ , .] de grupos ou de pessoas, ava-
li<ição de recursos à disposição dos adversários que possam
ser empregados em ações de alentado, histórico de ações
anteriores perpetradas pelos referidos grupos on irulivtduos,
seus "moclus operandi'", c/.emíncias anônimas, informes
de procedências mais diversas, informações sigilosas etc.

[ ..}
<16
Nos Estados Unidos, o Serviço Secreto - que protege o
Presidente da Rep1íblica, .ma Jámíli<i e os candidatos à
presidêncir1 quando em ccunpanlut - recebe informnções
de todos os outros árg<ios governamentais de Segurança
e Inteligência como o FBI, a NSA e <L CIA. Qualquer
indCcio de que cilguém ou algum grupo político poss<t
pretender atentar contra o presidente dos Estados Unidos
merece investigação; uni simples ·'e-mail" (1.meaçador é
checado e su.a autoria a.puradcL. Ap6s o assassiruuo dei
Ministra de Relcições Exteriores da Suécia, Amui Lindlz,
em setembro de 2003, verificou-se que ela vinha. rece-
bendo e-mails ameaçcidores, os quais não rnerecerarn
qualquer atenção.

Uma seção de proteção de autoridades e executivos precisa t reinar


os agentes para coletarem informações que possam ser utilizadas
para a avaliação de riscos, assun to que será abordado ma is adiante.
NatLu-almente, o objetivo é minimizar a possibilidade de o protegido
sofrer qualquer alentado à sua vida, integridade física ou psicoló-
gica. Em havendo possibilidade, deve existir um setor de inteligên-
c ia em uma seção de proteção de autoridades e executivos; se isso
não for possível, pelo menos um agente terá a missão específi ca de
analisar a inteligência, em que pese o fato de que todos os outros
agentes devam ser treinados para a coleta, como dito anteriormente.
Verifica-se, portanto, a importânc ia da inteligência para ativi-
dade de proteção de autoridades e executivos, pois, como afirma
Cavalcanle (2016, p. 35), "As informações oriundas dos levanta- g ~

.~
me ntos de Inteligência são o alicerce do planejamento de uma segu- ~ ~
.g"" ~
rança de dignitários". "'
e""" ...,""
~

s"" ~
" '"~ ~

•"• "
2.6 Liderança e motivação ~"' ~
"7
Naturalmente, as pessoas que trabalham com a proteção de autori-
dades e executi vos precisam Ler espírito de Lderança e motivação
bastante desenvolvidos. lsso ocorre pelas possibilidades de atua-
ção isolada ou, em caso de algum atentado e eventual baixa de um
comandante de equipe, a assunção da função de coorde nador.
Preliminarmente, importante e ntender o conceito de liderança
proposto por Baitlett e Ghoshal, citados por Simone AI ano de Moraes
(2004, p. 34): "Liderança é o processo de influenciar as atividades
de um ind ivíduo ou de um grupo para a consecução de um obje-
tivo numa dada situação. É um processo do líder, do liderado e de
variáveis s ituaciona is".
Assim, é muito importa nte que a liderança seja desenvolv ida nos
agentes de proteção, objetivando o preparo adequado para o cumpri-
rnenlo de sua missão. Nesse sentido, podem ser observados d iversos
tipos de líderes, como bem assinala José Roberto Marques (2015):
» Líder autoritál'io - Decide com base nas próprias ideias,
sem levar em conta a opinião de outras pessoas. É conhecido
como big boss e é temido - não respeitado - pelos su balte r-
nos. Esse modelo de liderança está em desuso nas organiza-
ções mais modernas .
» Líde r carismático - P resente em empresas bem-sucedidas
ou que contam com empregados fiéis; sua postura contagia
todos os colaboradores, tornando-os mais motivados no dia a
dia. Ele estimula o relacionamento entre a equipe e lambém
com as chefias. O carisma constitui um dos a lri butos mais sig-
nificali vos em um líder.
» Líder que motiva - Sua grande contribuição é motivar toda
a sua equipe, levando-a a se supera r sempre de modo a al.in-
gir resultados excelentes. Pode não corresponder plenamente
quanto a aspectos técnicos, característica que não o prejudica
na tarefa de levar a equipe a alcançar o s ucesso.
<18
» Líde1· especialista - Se lhe falta habilidade para influe nciar
sua equipe ou os profissiona is que trabalham com ele, tem a
cara cterística de ser um expert na área de aluação, fazendo
com que seu conhecimento contribua com o grupo e promova
resultados. As relações interpessoais são um aspecto a ser tra-
balhado por esse li po de líder.
» Líder libe1·al - Intervém pouco e estabelece um ambien te
de total liberdade aos colaboradores para q ue criem e tenham
ideias inovadoras. Se o contexto da organização é de um grupo
de profissionais experientes e maduros, essa postura da lide-
rança é positiva; entre tanto, ela pode traze r prejuízos, espe-
cialmente se não houver direcionamento ou orientação sobre
o caminho a seguir.
» Líde r de1nocrático - Estimula a participação de toda a
equipe nos processos de tomada de decisão. Tem o perfil de
não decidir sozinho e de modo autoritário, ao mesmo tempo
que cuida para não deixar na mão do grupo essa tarefa. Sua
postura é de ap resentar as possibil idades, deixando as pessoas
escolherem o melhor caminho e promovendo, assim, a inclu-
são e a valorização de todos.
» Líder coach - Sabe combina r a liderança com técnicas de
coaching, isto é, sabe corno se automotivar e identifica o que
de melhor cada empregado tem, auxiliando-o a aproveitar esse
potencial e a superar as limitações existentes. Esse esforço da
liderança estimula um trabal ho com s inergia, cujo desdobra-
me nto são os ótimos resultados que a empresa atinge.
Com qual l íder você se identifica'? Podemos verificar, então, que g .~
~

~ ~
lide ra r implica também motivar os integrantes da equ ipe. essa "'-
.g ~
"'
linha, assevera Moraes (2004, p. 34) :
e"'""'- .,,""
~

s .,,~
Liderança não é sinônimo de gerência, embora cada " ~

gerente deva ser tttn Uder. lnfeli.zrnente, muitos sabem •"• ~ "
"'
~ ~
pouco do que a liderança exige. Um LCcler, entreianto,
49
1uio precis(L necessariamente gerenciar coisa algwna
(Marchetti, 1997). Motivação é sinônimo de liderança.
O sucesso de wn !Cder pode depender quase qiie exclusi-
vamente de sua capacidade de motivar outras pessoas
(Marchetti, 1997).
Dessa maneira, a liderança e a motivação caminham de mãos
dadas. Mas devemos considerar que a motivação não te nde a vir de
fatores externos, como salário, e ntre outros. Parece que o mais acer-
tado pensame nto orienta que ela pa rle de nosso íntimo. Seguindo
essa linha, Moraes (2004, p. 44), citando Ribeiro, assim leciona:

Estímulos seio im.portan1.es, pois eles relembram às pes-


soas ele sua im.portâ11cia, seus valores e sua existêncici,
porém, não m.otbvam. (Ribeiro, .l 994) . A m.oti·vação é in-
terna., vem ele dentro parafom; portanto, w1w equipe deve
buscar constantemente <1 capacidade de automolivar-se.
O principal responsdvel pela motivação 1U10 são os con-
sultores e 11em os gerentes, mas sim o pr6prio indivíduo
(Rüniro, 1994) .

A despeito da necessária preocupação que a chefia ele uma seção


ele proteção de autoridades e executivos deva ter com a motivação de
seus recursos huma nos, é inegável que cada um precisa encontra r
elementos que catalisem internamente o sentimento de motivação.
Buscar a motivação den tro de s i mesmo pode sign ificar o desenvol-
vimento adequado das atribuições, com consequentes resultados
satisfatórios. Com isso todos são vencedores, todos ga nham: a orga-
nização e o ind iv íduo.

2.7 Planejamento de missões


de proteção
.50
O planejamento de uma missão de proteção envolve várias atividades.
Portanto, o conceito de planejamento deve ser bem compreendido.
Sobre isso, Jeffers on Silva (2012, p. 34-35) comenta:

Segundo ChicwencLto (2000, p. 212), "planejamento é a


função a.dmin i.strativa que define objeti'VOs e clecicle sobre
os recursos e tarefas necessários para alcançá-los adequa-
damente". Ou seja, o ato de planejar é,fiuulamentalmen-
te, a. organização dosfatores pam alcançar determúwda
meta f11t11ra. Continu<uulo seu pensamento, o autor diz
q11e: [ .. ]A principal consequência do planejamento sã.o
os planos. Os planos nã.o somente tornam uma orgcmi-
zaçã.o bem-sucedida na realização de s11as metas e obje-
tivos, como também funcionam como verdadeiros guias
ou balizamentos [. . .). E ainda, planejar significa. olhar
para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito,
elaborar bons pla.11 os e ajudar as pessoas cifazer hoje as
ações necessárias par<i mellwr enfrentar os desafi.os do
amanhii [ ..J.

Cavalcante (2016, p. 49) apresenta posicionamento bem


i nteressanle:

Um planejamento de segurança deve ser elltendido como


a fornwlcição de um conjunt.o de medidas - em. sua maio-
ria, preventivas - que ·visam proteger nosso segurado de
wnn série de ameaça.5 previsíveis. O planejamento exige
do agente de seg11rança a identifi.caçã.o de potenciais fo-
cos de ant.agonismo que possam atingir a pesso<t prote-
gida.; avaliar qual a importdncia. ou projeção da pessoa g .~
~

~ ~
nwn con/exto s6cio-polCtico-econ8mico; qllem quer que "'-
.g ~
"'
tenha razões para temê-la Oll odiá-la; saber quem ou
e"'""'- ...,""
~

quais grupos podem pretender atentar contra ci integri- s .,,


~
~
"
dade dei pessoa segura.da; qu<iis os objetivos dos autores; •"• ~ "
avaliar as m.ot.ivações e os recursos que os adversários po- "'
~ ~

derão lançar nulo para atingir seus objetivos etc. 51

[. ..]

Nã-0 se deve 1:niciar qualquer "atividade de campo" sem.


que essas indagações hajam. sido objeto <ie rüscussões e
análises minllciosas.
Natu ralmente, planejar envolve minimamente alguns aspectos
fundamenta is. Jefferson Silva (2012, p. 38-40, grifo nosso) escla-
rece quais são os elementos essenciais do planejamento de uma ope-
ração de proteção:

a. Missão ~ É o princípio de todo planejamento, pois


é quando se toma conhecimento de todos os pormeno-
res do que irá ocorrer, seja em atividades rotineiras ou
em evento que a autoridade participará, detalluuzdo
aonde a autoridade irá, o que a autoridade irá fazer,
quando e onde será o evento, qual a comitiva que irá
acompanhar a autoridade no evento, quais os meios
de transporte disponíveis, quais os apoios que ser<i-0
necessários, quais implicações polClicas, enfim toda
e qualquer particularidade que possa favorecer o sii-
cesso da missiio.

b. Estudo d e Sit1.wção ~ No qual se realiza a <uuí-


lise dos fatores importantes para definiçiio de quais
caminhos serão <Wotruios 110 cumprimento da missão,
ern que serão exami<wdas todas a.s possibilidades de
fatores que possam dificultar o sucesso do serviço a ser
executado e assim determinar qual o melhor caminho
que será seguido. Primeiramente, a cham(l(lci "equipe
precursora.", a. qual tem a responsabilidade de antece-
der a ida da autoridade (L qiwlquer evento, acercan-
do-se que /.udo está em pe1jeitas condições para. sua
chegada. Há ainda a necessidade de levantar jun-
to ao organizador qual a previsão de público p<)ra o
.52 evento, e se há pre-visão de manifestações que possam
denegrir a imagem ou (ité mesmo a. integridade frsi-
ca das autoridades, solicita11do se necessário apoio
de efetivo caracterizado da unidade policial da área,
1w. realização de atividade de policiame11to ostensivo
preventi:vo. Ap6s ci análise dos fatores acima expostos
devem ser deLerniina<los qual o efetivo e qual a neces-
sidade de recursos materiais para o cumprimento <fa
missão, detalh<uuw individualmente <t c<ida agente
de segurança que fará parte da nússão qual sua res-
ponsabilidade, sendo que deverá ainda ser determi-
nado um chefe pam cada local espec(fico,facilitan.do
assim o fluxo de informações.

e. Atividade d e lnteligên cin-'> É fwulamenLal a


atividade de inteligência pam o planejamento das
atividades de segurança, havendo, portanto a necessi-
detde de uma proximidade com. o serviço de inteligên-
cia das organizações policiais em suas mais diversas
modalidades, pois as Íl!formações são fundamentais
para antecipar, evitar eloufazerfrente a possCveis ris-
cos que possam causar danos a integridade físicci e/
ou. moral da aul.orida.de.

É fácil verificar que não existem regras rígidas sobre o plane-


jame nto, bem como quais procedimentos especificamente consti-
tuem os elementos essenciais. Silva (2012) ajuda-nos a compreender
melhor essas questões:
» Reuniões prepa ratórias - Servem para decidir que entida-
g .~
~

des e órgãos estarão envolvidos na missão da segurança, bem ~ ~


"'-
.g ~
como a quantidade de pessoas (convidados e autoridades) esta- "'
rão no palanque ou em outro espaço, a depender do tipo de e""""'- ...,""
~

s .,,
~
~
evento. Definem-se também nesses encontros outros órgãos "
•"• ~ "
que da1·ão suporte, como ambulâncias, Corpo de Bombeiros, "'
~ ~

policiamento de trâns ito e outros. 53


» Tl·einam e nto - Simulação daquilo que deve ocorrer no d ia
do evento, a fim de permitir que se coloquem em prática o que
foi discutido. Essa iniciativa auxilia os envol vidos a terem a
melhor dimensão daquilo que devem realizar.
» Plano - Construção do planejamento final, em que são leva-
dos em conta as etapas de reuniões e de t.reinamenlo. No plano
também deve ser incluído o conjunto de medidas (operacionais
e administrativas) a ser posto em prática na missão.
» Execução - Presença alenta e alerta de Lodos os envolvidos
na missão, para que Ludo o que foi plan~jado seja feito de modo
adequado e bem-sucedido. Eq uipes devem estar preparadas
para imprevistos que obriguem a alterar o planejamento, sem,
contudo, surpreendê-las, haja vista a experiência e o preparo
para tais situações.
Cavalcante (2016, p. 49-50) recomenda a seguinte metodologia :

1.1. inicialmente, procure definir quais as potenciais


ameaças que incidem. sobre a pessocL protegida.

1.2. Avalie essas ameaças em. termos de probabilidade de


se materializarem. [...)

1.3. Â'Valie a. ·vidci pública elo dignitário e 'Vej<L as possi-


bilidades de perigo que ela pode acarretar. A quais inte-
resses ele se contrapõe? Quem tem. razões pam temê-lo ou
odiá-lo? Qual o hist6rico de <Lção 'Violent<L de tais gru-
pos? De que recursos dispõem? [ ..]

1.4. Colete a maior quantidade poss(vel de informações


sobre as poss(veisfon.tes de hostilidade.[ ..]

1..5. A·valie a ·vida privada do dignitário. Quem são seus


amigos? Quem são seus inimigos? Como ele é 1ui inti-
midnde? CosUL <le ost.entnção? É di.screto?
54.
1.6. Avalie o grau de 'Vulnerabilidade e riscos elos "locais
base" do protegido {residência, escrit6rio ou gabinete,
casa de '/Jera.neio, fazenda etc.) tendo em mente a máxi-
ma que estabelece que "onde 'VOCê puder ser esperado, lá
o perigo pode lhe espreitar". [. .. )
l. 7. Avali,e os procedimentos de seg1imnça. existentes.
Pense se eles seriam s1ifi,ci,e11tes pam deter ·você mesmo
com.o a.gressor; no caso hipotético de qu.e ·você pretendes-
se atentar cont.ra o segurado.

1.8. Liste um. co11jwllo de sugestões para contornar as


deficiências constatadas, preferencialmente fazendo-as
acompanlwr de notícias da mídia q1w exemplifiq1wm. a
incwequa.ção dos procedimentos e recursos existentes e
que obrigatorfom.en.te de11erão ser m.odifú;ados.

1.9. Enuncie escrup11losamente as necessidades de equi-


pamentos, t.reirwmentos e quaisquer recursos, levando
em consideração q1te a proteção 11ão deve se constituir
nwn ônus pesado clemais para o erário público 01i, se for
o caso, para as finanças do protegido.

1.1O. Corwerse com. o protegido e explique-lhe a necessi-


clade dei adoção dos procedime11tos, wn por um.. Você é o
técnico cl<i matéria SEGURANÇA PESSOAL e prowre
nc1o deixar muito espaço para as contra.-argumentações
jimdamentadas no "achisrno''. { ..]

1.11. lmplem.ente os 11ovos procedimentos de segurança:


Pla11os operacüma.is p(l.m a equipe de segurança, normas g .~
~

~ ~
de procedimento para os demais f11ncionários, medidas .g"" ~
"'
de segurança na. residêncici, 110 gcibinete etc. Coloque
tudo no papel, informe e fiscalize o c11rnprime11to!
e""" ...,""
~

s"" ~
" '"~ ~

Por fim , realizar um planejamento objetivo, flexível e o mais com- •"• "
~"" ~
pleto possível minimizará significativamente os riscos em uma opera-
55
ção de proteção de autoridades e executivos. É claro que é impossível
prever todas as possibilidades; todavia, com o devido preparo, a pro-
babilidade de incidentes tende a cair e, por conseguinte, a operação
tem mais chances de ser bem-sucedida.
Síntese
Vimos neste capflulo que realmente não exis te recw·so mais valioso
que o humano, já que profissionais moti vados são os responsáveis
diretos pelo sucesso de qualquer organização. Dessa maneira, é
necessário ter conhecimento da administração de pessoas para o
melhor atingimento de melas.
O planejamento adequado, a men talidade sensível à inovação e
o gerenc ia mento huma nizado, voltado ao resultado, são fatores pri-
mordjais para o sucesso em uma seção/depar tamento de proteção.
De igual sorte, uma administração correta dos recursos materiais -
muitas vezes escassos - pode contribu ir significati vamente para o
sucesso da organização. Saber gerenciá-los é essencial para mini-
mi:i:a r c ustos e evitar despe rdícios, maximizando a utiliiação e con-
tribuindo para o atingimento dos res ultados esperados.
Devemos Le r em mente que lodos os p rofissionais precisam estar
sujeitos a algum tipo de formação, treinamento e aperfeiçoamento,
de maneira a melhorar o desempenho das atividades. Isso é funda-
mental e m qualquer segmento e especialmente naqueles que atuam
na área de proteção de autoridades e executivos.

56
Questões para revisão
1) Sobre a gestão de pessoas, assinale a alternativa correia:
a. Consoante Anthuerpia Consultoria & Treinamento (2016),
"as pessoas são o maior tesouro de uma organização, e
assim como os diaman tes, precisam ser lapidadas com
muito trabalho, sabedoria e dedicação para se tornarem
ainda mais valiosas".
b. Profissionais motivados não são os responsáveis di rei.os
pelo sucesso de qualquer organização, pois este depende
dos líderes.
e. Gerir gente eficazmente é apenas saber defin ir as neces-
s idades de pessoal.
d. O tipo mais adequado para a gestão de pessoas e m pro-
teção de autoridades e executivos deve ser o conservador.
2) Sobre a gestão dos recursos materiais, assinale a alternativa
incorre ta:
a. Conforme Pau lo Nunes (2016) observa, "os recu rsos
materiais são um tipo específico de recursos organáacio-
nais colocados à disposição de uma determinada organi-
g .~
~

zação para que esta possa desenvolver a sua atividade e ~ ~


atingir os seus ohjectivos e incluem as máquinas, equipa- .g"" ~
"'
mentos e utensílios utilizados pela organização, as suas e""" ...,""
~

s"" ~
ins talações produtivas e administrativas e também as tec- " '"~ ~

•"• "
nologias e processos utilizadas na produção e na gestão". ~"" ~
h. Conforme destaca Renato Ribeiro Fenili (2015, p. 15, grifo 57
do original), "Recurs o mate rial, em sentido estrito, é
Lodo o bem físico (tangível) empregado em uma organiza-
ção que detém natureza não permanente. Em geral, cons-
tituem-se e m mate ria is que são consumidos ao longo do
tempo, constituindo-se, usualmente, bens de estoque.
Apesar de ser esta uma classificação contábil, o conceito
de recurso material, em senlido estrito, aproxima-se sobre-
maneira do inerente a material de consumo".
e. De acordo c om Renalo Ribe.iro F'e nil i (2015, p. 15, grilo
do original), "Recu 1·so patriuiouial é todo o bem físico
(tangível) empregado em uma organização que detém natu-
reza permanente. Em geral, os be ns patrimonia is podem
ser de três tipos: imóveis (prédios, terrenos ele.), instala-
ções (uma central de ar condicionado, por exemplo) e mate-
riais permanentes (máquinas, móveis, computadores etc.)".
cl. Urna seção/departame nto de proteção pode ser cons -
tituída no ambiente público ou privado. No âmbito pri-
vado, devem ser rigorosamente observados os princípios ela
Administração Pública previstos na Constituição Fede ral.
3) Sobre a gestão da formação e aperfeiçoamento cios agentes de
proteção, assina le a a lternativa correta:
a. Não é imperioso existir um planejamento de curso prepara-
tório para Lodos os profissiona is que integrarem uma seção
de segurança de autoridades e de executi vos.
b. Deve-se te r em mente que todos os profissionais preci-
sam estar sujeitos a algum tipo de formação, treinamento
e aperfeiçoamento, de maneira a melhorar o desempenho
de suas ali vidades.
e. Não se faz necessário have r um período de estágio obriga-
tório nem instruções periódicas de manutenção.
cl. Agentes bem treinados e qualificados tendem a maximizar
58
s ignificativamente os riscos de qualquer operação.
4) Comente a importância da gestão de processos na atividade de
proteção de autoridades e executivos.
5) Disserte sobre a atividade de inteligência para a proteção de
autoridades e executi vos.

Questão para reflexão


1) O planejamento adequado deven'í conter o maior número de
informações e considerar todas as variáveis concebidas, ainda
que minimamente prováveis. Um erro de planejamento contri-
buiu para a morte de Yitzhak Rabin, o primeiro-ministro de
Is rael, em 4 de novembro de 1995. O assassino foi um israe-
lense, Ygal Amir. Jamais se considerou a possibilidade de um
is raelense atentar contra a vida do primeiro-ministro.
Dessa maneira, enfatiza-se que, no planejamento, devem ser
consideradas todas as possibilidades, ainda que remotas, bem
como os proced imentos a serem adotados.
Com base nessa informação e no que você estudou neste capí-
tulo, responda: Mesmo que sejam re motas as chances de um
g .~
~

alentado ou qua lquer outro incidente grave e nvolvendo a segu- ~ ~


rança de executivos e l íderes, essa possibilidade precisa ser .g"'" ~
"'
levada em cons ideração no mome nto de planejar a atuação e""" ...,""
~

"'s" .,,~
dos agentes? Por quê? Se a resposta for positiva, como isso " ~

•"• ~ "
deve ocorrer? "'
~ ~

59
Perguntas e respostas
1) Com toda a certeza, o planejamento de mjssões de proteção
é um dos aspectos mais importantes. Sobre isso, assinale a
alternativa correta:
a. Um planejamento de segurança deve ser entendido como a
formulação de um conjunto de medidas - em s ua maioria,
repressivas - que visam proteger nosso segurado de uma
série de ameaças previsíveis.
b. Os planos não somente tornam uma organ ização bem-suce-
d ida na realização de suas metas e objetivos, como tam-
bém funcionam como verdadeiros guias ou bal izamentos.
e. Todo planejamento envolve regras rígidas .
cl. Na metodologia do planejamento, a primeira providência é
analisar as ameaças.

Respostas:
a. Incorreta: As medidas são, na maioria, preventivas, e não
repressivas.
b. Correta.
e. Incorreta: Todo planejamento deve ser flexível.
cl. Incorreta: A primeira providência é definir quais as poten-
ciais ameaças que incidem sobre a pessoa protegida.

Co1ne ntá rio :


Um planejamento flexível, completo, detalhado e contendo o
maior número possível de variáveis lerá, s ignificativame nte,
60
chance muito maior de sucesso. Naturalmente, sempre existirá
a possibilidade de algo dar errado ou não sa ir como o plane-
jado, mas o importante é estar preparado para segwr o proto-
colo e adotar rapidamen te as providências no caso de eventos
imprev istos.
A gestão e a administração de uma seção de proteção de
autoridades/executivos são determinantes para o desem-
penho da atividade. Líderes comprometidos, em busca
constante de atualização, poderão trazer resultados cada
vez melhores.

Para saber mais

Uma obra bastante completa, contendo até check-lists de planejamen-


tos diversos, é o Bodyguard Manual, de Ler:oy Thompson:

THOMPSON, L. Boclyguarcl Manual. Barnsley: Creenhil l


Books, 2006. (Bodyguard l\fanual: Protection Techn iques of
Profess ionals) .

g .~
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Conteúdos do capítulo: e>
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1
r:J2
» Recursos humanos. clj
» Recursos mate riais.
s
~
V
Após o estudo deste capítulo, ""O
você será capaz de: clj
~
~
.p...J
1. discorrer sobre a estrutura de urna seção de proteção quanto
~
aos recw·sos humanos; ~
.p...J
2. identificar a estrutura de urna seção de proteção no que diz r:J2
respeito aos reeursos materiais. ~
Quando pensamos na estrutura de uma seção de proteção, não pode-
mos de modo algum negligenciar os aspectos associados aos recur-
sos humanos e ma teriais. São eles, entre outros mecanismos, que
buscam assegurar missões de proteção bem-suced idas. Nesse sen-
tido, neste capítulo apresentaremos e discutiremos a importância
de tais recursos, identificando como e les se e ncaixam no contexto
de segurança.

3.1 Recursos humanos

A estrutura de recursos humanos encontra papel fundamental no


desempenho das missões de proteção. aturalmente, o tamanho de
uma seção de proteção de autoridades e executivos dependerá da
natureza do cargo da autoridade/executivo e do órgão responsável
pela missão (público ou privado), bem corno do orçamento disponí-
vel. Vinicius Domingues Cavalcante (2016) apresenta um modelo
de organograma, conforme ilustra a Figura 3.1.
Figura 3.1 - Modelo de organograma de uma seção de proteção

Planejamento Ligação e
Chefe
e análise coordenação

Subchefe

Comunicações . . _ Arquivo e
- Ad1111111stração - Operações - Jnsb·ução
e transportes identificação
» Te6l"ica
» Regis tros
»Prática
» Identfrlade
»Armamento
»Placas
Pessoal Organização

Material

Investigações Proteção pessoal Fiscalização


» Peswal »Guarda-costas »Correspondência
» Empregados »Agente de »Volumes
»Controle de viagens segurança »Alimentos
»Investigações »Outros »Bebidas
espec1a1s »Outros

Inspeções Controle ele multidões Outras operações


»It inerários » Pessoal com uniforme » Serviço de guarda
»Edifícios » Pessoal civil » Todos os serviços
»Terrenos » Ba1Teiras necessários à pro-
»Fotografias teção da PMI'
»Mapas
»Croquis * Refere-se à "pessoa
111uito i111portau1e··.
»Viaturas

fonte: Ad11ptado de Cavidcante, 2016, p. 99.


Considerando-se o modelo proposto por Cavalcante {2016) como
ideal, uma seção de proteção de autoridades e executivos teria o efe-
tivo conforme aponta o Quadro 3.1.

Q1wdro 3 .1 - Efetivo previsto para uma seção e proteção

Q uan titativo
Nível Função
Chefia Auxillai·es
1 Chefe l o
2 Subchefe l o
3 Ligação e coordenação l 2
3 Planejamento e amíUse l 2
3 Comuni cações e trans portes l 2
3 Administração l o
4 Pessoal l 2
4 Mate rial l 2
4 Organização 1 2
3 Arqu ivo e identificação l 2
3 Instrução l 2
3 Operações l l
4 Investigações l 4
4 Ins peções l 5
4 Proteção pesso<i l l 30
4 Controle de multidões l 3
4 Fiscalização l 3
4 Ou tras operações 1 5
Total 18 67
TotaJ geral 85
Obviamente, o efetivo poderá variar. Consideradas as devidas pro-
porções, será possível conceber estruturas me nores, ma ntendo-se,
no entanto, as ati vidades previs tas, uma ve z que elas re presentam
prat icamente todas as va riá veis envo.lvidas na proteção de autori-
dades e executivos.

3.2 Recursos materiais

Nesta seção, igualmente trataremos de questões ideais, abordadas


de maneira genér ica e que, no caso concreto, deverão ser personali-
i adas. O primeiro aspeclo importante é orçamento d isponível, o que
permitirá ao chefe da seção de proteção de autoridades e executi vos
planejar investimentos em equipamentos, armamentos, materiais de
informática e de exped ie nte, treinamentos e outros.
De maneira geral, por óbvio, de ve haver mobi liá r io, telefones
fixos e celulares, computadores, laptops, tablet.ç, máquinas fotográ-
fi cas, tri turadores, impressoras, dispon ibilidade da rede mundia l
de computadores (intern et) - fi xa e móvel. Se for possível, arma-
mento, coletes balísticos, rádios comunicadores, detectores de metais,
guarda-chuvas, capas de chu va, alé m de veíc ulos - pelo menos o
de uso da autoridade ou executivo deverá ser blindado. Em alguns
casos, qua ndo aplicável, deve haver uma central de comun icaç.ão
67
(rádio e telefone) com age ntes 24 horas por dia. É relevante ressal-
ta r que a segurança da seção é muito importante, restringindo-se o
acesso principalmente nos locais mais sensíveis.
Com a dimensão da estrutura de uma seção de proteção de auto-
ridades e executivos, no que diz respeito aos recursos huma nos e
materiais, serão estudados a seguir os aspectos operacionais, desde
o perlil do agente de proleção até equipamentos, vestuários e pro-
cedimentos operacionais propriamente di tos .
Síntese

Vimos neste capítulo que o tamanho de uma seção de proteção de


autoridades e executivos dependerá da natureza do cargo da autori-
dade/executivo e do órgão responsável pela missão (púbI ico ou pri-
vado), bem como do orçamento disponível. Isso vale tanto pai·a os
recursos humanos.
Observamos também que, se possível, devem ser contemplados
a rmamento, coletes ba 1ísticos, rádios comunicadores, detectores
ele metais, guarda-chuvas, capas de chuva, além de veículos - pelo
menos o d e uso da autoridade ou executivo deverá ser blindado.
E m alguns casos, quando aplicável, deve haver uma central de
comunicação 24 horas.

Questões para revisão

1) Sobre a estrutura de uma seção de proteção no que diz respeito


aos recursos humanos, assinale a alternativa correta:
a. O tamanho de urna seção de proteção de autoridades e
executivos dependerá da natureza do cargo da autoridade/
executi vo, do órgão responsável pela missão (público ou
privado) e do orçamento disponível.
b . O efetivo mínimo não poderá ser inferior a 85.
e. Quando houver uma redução do efetivo, algumas ativida-
des poderão ser desconsideradas.
d . Quanto maior o efetivo, mais eficiente será a seção de
proteção.
2) Sobre a estrutura de uma seção de proteção no que diz res-
peito aos recursos materiais, assinale a ahernat iva in corre ta:
a. De maneira geral, por óbvio, deve haver mobiliário, telefo-
nes lixos e celulares.
b. Sempre deverá haver armamento, coletes balísticos, rádios
comunicadores, detectores de metais, gua rda-chuvas, capas
de chuva, além de veículos bl indados.
e. Em alguns casos, quando aplicáve~ deve haver uma central de
comun icação (rádio e telefone), com agentes 24 horas por dia.
d. No geral, deve haver também computadores, laptops, tablets,
m<'íquinas fotográficas, trituradores, impressoras, d ispo-
nibilidade da rede mundial de computadores (internet) -
fixa e móvel.
3) Analise as afirmações a seguir e marque V para as verdadei-
ras e F para as falsas:
( ) Uma seção de proteção deve Le r um efetivo mínimo
padronizado, não importando quaisquer outras variáveis .
( ) Uma central de comunicações será sempre obrigatória.
( ) É importante que todo o efetivo seja treinado para fazer
todas as atividades.
( ) Armamento será obrigatório em qualquer seção de
proteção.
4) Comente a importância da distribuição de missões de maneira 69

específica.
5) A inexistência de alguns meios materiais, como uma central
de comunicação, pode ser determinante para o insucesso de
uma seção de proteção'? .Justifique sua resposta.
Questão para reflexão
1) Uma seção de proteção de autoridades/executivos, obvia-
mente, precisa convergir muitas variáveis para garantir sucesso.
Efetivo e recursos materiais são aspectos importantes, mas não
determinantes. O treinamento, o comportamento e as atitudes
de Lodos os envolvidos (em todos os níveis) serão considerados.
Também é necessário que haja interação com outras seções/
agências, uma vez que o intercâmbio de informações, a troca
de experiências e das melhores práticas podem incrementar,
em muito, o desempenho.
Um exemplo de intercâmbio que ocorreu reservadamente foi
o do chefe da Agência de Segurança Nacional dos Estados
Unidos à Agência de Inteligência Is raelense (Shin. Bet, em
inglês, lsraeli Security Agency), que tem, entre outras missões,
competência pa ra a proteção de a ltas autoridades israelenses e
estrangeiras. A visita foi noticiada por Barak Ravid (2016, tra-
dução nossa), em seu artigo intitulado '"U.S. National Security
Agency Head Paid Secret Visit to Israel". Observe:

O Chefe dei Agência de Segurançci Nacional dos Estados


Unidos, Almirante Michael Rogers, esteve secretamente
em fsmeL na semana passada para uma ·visita de tra-
70 balho que se destinou a melhorar a cooperação na área
cibernéticct com. a Seção de lnteLigêncÍ<t das força.s de
defesa de Israel, Unidade 8200, especialm.ente contra
ataques do 1rã e do Hezbollah, wn oficial sênior israe-
lense comentou com Haaretz.

Dessa mane ira, estruturar da melhor forma possível a seção ele


proteção de au toridades e executivos, treinar o efetivo e esta-
belecer parcerias e intercâmbios podem contribuir significa-
tivamente para a eficiência daquela.
Baseado nesse rela to e no que você estudou no capítulo, res-
ponda: Que tipo de contribuição os intercâmbios e as trocas de
informação com seções/agências de segurança podem trazer
para aqueles que aluam diretamente com o lema de segurança
de autoridades, líderes e dignitários? Comente sua resposta.

Perguntas e respostas

1) Analisando-se o modelo de organograma de uma seção de pro-


teção proposto por Vinicius Domingues Cava lcanle (2016),
assinale a allerna tiva correta:
a. O chefe de planejamento e análise está no mesmo nível de
responsabilidade que o chefe da seção de proteção.
b. O chefe de operações se reporta ao subchefe da seção de
proteção.
e. O chefe de inst1·ução está em um nível acima do chefe de
operações.
d. O setor de inspeções está dire tamente ligado à parle de
ligação e coordenação.

Respostas:
a. lncorrela: Ninguém está no mesmo nível de responsabili-
dade do chefe da seção de proteção. 71

b. Correta.
e. Incorreta : O chefe de instrução eslá no mesmo nível do
chefe de operações.
d. [ncorrela: O setor de ins peções está direlamenle ligado à
parte de operações.
Couumtário:
Compreender bem o organograma de urna seção de proteção
é muilo importante para entender a missão desta, a cadeia de
comando e as responsabilidades de cada um dentro dela.

Ter conhecimento do papel e dos demais integrantes de


uma seção de prote<;ão pode ser decisivo em uma situação
de risco.

Para saber mais

Conhecer as diversas agências de proteção pode ajudar na criação


do modelo que você deseja ou necessita. Para mais detalhes, con-
sulte o seguinte site (em inglês):

W lKIPEDIA. List of Protecti ve Ser vice Agen cies. Dis ponível em:
<hups://en.wikipedia.org/w iki/Lis t_of_protective_service_agencies>.
Acesso e m: 3 dez. 2016.
IV

Conteúdos do capítulo:
» O perfil do agente de proteção.
» Vestuário, armamentos e equipamentos.

Após o estudo deste capítulo,


você será capaz de:
l. identificar as caracterís ticas ideais do agente de proteção;
2. discorrer sobre vestuário, a rmamentos e eq uipamentos util i-
zados por um agente de proteção.

Este capítulo trata do trabalho operacional realizado pelos agen-


tes de proteção, identificando especialmente o seu perfil e o modo
como devem se portar no exercício de suas atividades - vestimentas,
armamentos e equipamentos que utilizam. Certamente esses cui-
dados contribuem para que os resultados de atuação destes sejam
sal isfatórios e bem-sucedidos. o
4.1 O perfil do agente de proteção

É muito importante entender que nem todos os perfis profissiona is


são adequados para a função de proteção de autoridades e executi vos.
Ao agente de proteção é conferida w11a missão de muita importância.
Para tanto, ele deve ter certos atributos essenciais pai·a atingir um
desempenho adequado. Ser profissional, dedjcado, resiste nte física
e mentalmente, técnjco, polido, culto, atento e disposto a dar a pró-
pria vida para salva r o "protegido" são apenas alguns deles.
Vinicius Domingues Cavalcante (2016) ap resenta as qualidades
necessárias para um agente de proteção: excelente caráter, sem
vícios (drogas, álcool, narcóticos) nem registro de qua l.quer atividade
criminosa por ter praticado delito. Somam-se a isso boa memória,
disciplina, paciência, atenção a detalhes, além de boa visão, condi-
cionamento físico e audição apurada.
A esses atributos, Cavalcante (2016) acrescenta que o agente de
proteção deve ter total domínio de técnjcas de combale sem uso
de armas, ao mesmo tempo que conhecer armamentos de porte e
ser expert em técnicas de tiro em s ituações-limite. O fato de pres-
tar serviços para pessoas ilustres e importan tes o leva a frequen-
tar lugares que exigem uma postura adequada, raz.ão por que uma
boa formação cultu ral e uma apresentação adequada são aspectos
fundamentais. "Boa parte das s ituações que embaraçam a pessoa
protegida são resolvidas com diplomacia e ninguém de bom senso
emprega um segurança que não sabe conduzir-se e ex pressar-se"
(Cavalcanle, 2016, p. 15).
Outra caracte rística requerida do agente de segurança está rela-
cionada à d iscrição. O fato de e nlrar na intimidade das pessoas
sob os cuidados dele - essa é uma exigência do ofício - não deve
s ignificar uma aproximação além dos limites e um consequente
relaxamento no exercício do trabalho. A esse respeito, Cavalcante
(2016, p. 16) comenta:

A " intimidade" com os segurados também tem seu lado


potencialmente negaúvo; por mais amigo que o segu-
rançn venha n se tornar; vole lembmr q1Le ele não deve
divert.ir-se ou beber com seu protegido, pois tais situa.ções
de refo:wmento e descontmção podem comprometer todo
trabalho de proteção, colocando a ·vúüi de ambos ern risco.

Além de trabalhar em equipe, o agenle de proteção deve saber


planejar. Isso significa que precisa analisar a vida e os hábitos da
autoridade ou do empresário que protege, identificar eventua is ris-
cos e ameaças e criar condições para que isso seja eliminado ou
inibido (Cavalcante, 2016) . O falo de portar armas - de diferente
tipos e calibres - exige do profissional g rande responsabilidade.
De acordo com esse mesmo autor:

Embora. tal fátor t.enlw importância em situações oii ce-


nários especrficos, ele não é determinant.e 11a profi.ssiio de
segurançci pessoal. As armas existem "para serem man-
tidas 110 coldre". O bom. agente é wn bom atirador, mas,
conhecendo as implicações do uso dei arma, dificilmen- 75
te a exibirá e apenas fará uso da. mesma em úlúmo caso.
Se houver rea.l necessidade de utilizar a arnui, vai pesar
muito sua perCcia como atirador e ci suei capacidade sei-
car rapidamente e de efetuar disparos precisos contr(), seus
alvos. (Cavalcan te, 2016, p. 16-17)

Dessa maneira, verificamos facilmente que a função de agente


de proteção não é para "qualquer um'', no sentido de que o profis-
sional deve congregar inúmeras caracterís ticas, próprias de perfis
relati vamente distintos. Isso torna o processo seleti vo muito c rite-
rioso, todavia necessário, porque, como d ito a nteriormente, o maior
bem jw·ídico existente - a vida - é o que está em jogo.
4.2 Vestuário, armamentos
e equipamentos
Muitas pessoas podem pensar que um agente de proteção deve sem-
pre estar de passeio completo. Ledo engano. O vestuário depen-
derá de dois critérios básicos: o estilo pessoal da au toridade e/ou
executi vo e o evento do qual ele/ela participará. Dessa maneira, o
agen te deve ter noções razoáveis de etiqueta social, porque preci-
sará saber se comportar em Iodas as ocasiões, das mais simples às
mais sofisticadas.
Porta nto, o agente de proteção deverá se certificar previamente
sobre a natureza da ocasião e verificar como o protegido estará, a
fim de que eles possam estar compatíveis . Naturalmente, as mulhe-
res também precisam estar vestidas adequada e confortavelmente.
Nunca podemos nos esquecer de que o vestu{u-io do agente de pro-
teção precisa alia r adequação e conforto, por causa das vá rias horas
em pé, da utilização de armamen tos e equipamentos, da necessi-
dade de correr e pular, e ntre outras atividades. Ter a sensibilidade
e a perspicácia para processar essas variáveis cliforencia "o agente
i6 de proteção" de " u1n agente de proteção".
Com relação aos a rmamentos/mu nições, devemos entender que
isso dependerá da qualificação cio protegido. Se ele/ela for uma auto-
ridade públ ica, os agentes de proteção serão policiais federais, rodo-
viários federais, civis ou militares q ue, por conseguinte, poderão
portar armamento "de uso restr ito". Se o protegido for um executivo,
os agentes de proteção não serão policiais e, portanto, somente pode-
rão portar armamento "de uso permilido".
O Regu lamento pa ra F iscalização de Produtos Controlados
(R-105), aprovado pelo Decreto Federal n. 3.665, de 20 de novembro
de 2000, dá as definições de armamento de uso permi1ido e reslrilo,
bem como estabelece os instrumentos que se enquadram em cada
urna delas. Por queslões de economia, citamos alg uns exemplos:

Art. 3~ Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada


aplicação, são adotadas as seguintes definições:
[ .. ]
XVII - arma de uso permitido: arma cuja utilização é permiti-
da a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas juridicas,
de acordo com a legislação normativa do Exército;
XVIII - arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada
pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança,
e por pessoas tisicas e jurídicas habilitadas, devidamente au-
torizadas pelo Exército. de acordo com legislação específica;
[ .. ]
Art. 15. As armas. munições. acessórios e equipamentos são
classificados, quanto ao uso. em:
1- de uso restrito; e
li - de uso permitido.
Art. 16. São de uso restrito:
1- armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou
que possuam alguma característica no que diz respeito aos
empregos tático, estratégico e técnico do material bélico 77
usado pelas Forças Armadas nacionais;
11- armas, munições, acessórios e equipamentos que, não
sendo iguais ou similares ao material bélico usado pelas
Forças Armadas nacionais, possuam características que só as
tornem aptas para emprego militar ou policial;
[ .. ]
V - armas de fogo automáticas de qualquer calibre;
[ .. ]
IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os
dispositivos com aparência de objetos inofensivos, mas que
escondem uma arma, tais como bengalas-pistola. canetas-
-revólver e semelhantes;
[... J
XVI - equipamentos para visão noturna. tais como óculos,
periscópios. lunetas etc.;
[ l
XVIII - dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro
meio de marcar o alvo;
XIX - blindagens balísticas para munições de uso restrito;
XX - equipamentos de proteção balística contra armas de
fogo portáteis de uso restrito, tais como coletes. escudos,
capacetes etc.; e
XXI - veículos blindados de emprego civil ou militar.
Art. 17. São de uso permitido:
1- armas de fogo curtas, de repetição ou semiautomáticas,
cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de
até trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas
munições, como por exemplo. os calibres .22 LR, .2 5 Auto.
.32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto;
[. l
78 IX - blindagens balísticas para munições de uso permitido;
X - equipamentos de proteção balística contra armas de
fogo de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos,
capacetes etc.; e
XI - veículo de passeio blindado.
Art. 18. Os equipamentos de proteção balística contra armas
portáteis e armas de porte são classificados quanto ao grau
de restrição - uso permitido ou uso restrito - de acordo com
o nível de proteção. conforme a seguinte tabela:
Energia
Grau de
Nível Munição Cinética
Restrição
(Joules)
.22 LRHV 133 (cento e
1 Uso permitido
Chumbo trinta e três)
342 {trezentos
.38 Special
e quarenta e Uso perm itido
RN Chumbo
dois)
441
(quatrocentos
li-A 9FMJ Uso permitido
e quarenta e
um)
.357 740 (setecentos
Uso permitido
Magnum JSP e quarenta)
513 (quinhentos
li 9FMJ Uso permitido
e treze)
.357 921 (novecentos
Uso permitido
Magnum JSP e vinte e um)
726 (setecentos
Ili-A 9FMJ Uso perm itido
e vinte e seis)
.44 Magnum 1411 (um mil
swc quatrocentos e Uso permitido
Chumbo onze)
7,62 FMJ 3406 (três mil
Ili (308 quatrocentos e Uso restrito
Winchester) seis)
4068 (quatro mil
IV .30-06 AP e sessenta e Uso restrito 79
oito)

Fonte: Adaptado de Brasil, 2000.

Parágrafo único. Poderão ser autorizadas aos veículos de


passeio as blindagens até o nível Ili. (Brasil, 2000)

Além das armas de porte, podem ser uLilizadas as portáteis (como


s ubmelralhadoras) em pas tas ou valises. Confira um exemplo na
Figura 4.1 a seguir.
Figura 4.1 - Maleta com rev6lver

Os espargidores com gás pimenta, as a rmas de "choque" tipo


taser e outras menos letais também podem ser restritos a po]jciais
80
na função de agentes de proteção. Verificamos, então, maior dificul-
dade para os agentes de proteção não pol icia is.
No q ue se refere aos equipamentos, pode haver mais opções, ele
acordo com o orçamento dispon ível. O certo é que os agentes ten ham
consigo, pelo menos, celulares smartphones, máquinas fotográficas,
laptops, lablets, canetas, blocos ele a notaç.ão, kits de primeiros soco1'"
ros, bandagens de emergência, rád ios comunicadores, guarda-chu-
vas, capas de chuva, além de certa q ua ntia de dinheiro em espécie
e em cartão.
Como visto, portanto, a utilização do armamento/munição e eq ui-
pamentos adequados será fundamental para o melhor desempenho
da missão, minimizando significativamente os riscos.
Síntese
Vi mos nesle capflulo que ao agenle de proleção é conferida uma
missão de muiLa importância. Para tanto, ele deve apresentar cer-
tos atributos essenciais a fim de atingir um desempenho adequado.
Muitos podem pensar que um agente de proteção deve sempre
esta r de passeio completo, o que é um equívoco, pois o vestuário
dependerá de dois critérios básicos : o estilo pessoal da auloridade
e/ou execuli vo e o evento do qual ele/da pa rticipará. Porta nto, o
agente de proteção (homem ou mulher) deverá se certificar previa-
mente sobre a natureza da ocasião e verificm· como o protegido esta rá,
a fim de que possam estar compalíveis.
Com relação aos armame ntos/munições, vimos que isso depen-
derá da qualificação do prolegido. Além disso, armas de porte,
armas portáteis em pas tas ou valises, espargidores com gás
pimenta, armas de "choque" e outras menos leta is podem serres-
tritos a policiais na função de agentes de proleção. No que se refere
aos equipame ntos, vimos que pode have r muitas opções conforme
o orçame nto d isponível.
81

Questões para revisão


1) Sobre o perfil do agente de proteção, assinale a alternaliva
correta:
a. Ao agente de proteção é conferida uma missão de pouca
importância, já que apenas o comandante da equipe
desempenha papel de destaque.
b. Te r c ultura pouco importa ao agente de proteção, pois
nunca interagirá com outras pessoas, fi cando ape nas
focado no protegido.
e. A função de agente de proteção pode ser realizada por pes-
soas com perfis rígidos, dada a natureza da atividade.
d. O agente de proteção deve ter certos atributos essenciais
para atingir um desempenho adeq uado; ser profissional,
dedicado, resistente física e men talmente, técnico, polido,
culto, alento e disposto a dar a própria vida para salvar o
protegido são apenas alguns deles.
2) Sobre vestuário, a rmamen tos e equipamentos, assinale a alter-
nai iva incorre ta:
a. Muitas pessoas pode m pensar que um agente de prote-
ção deve sempre estar de passeio comple to. Ledo engano.
O ves tuário dependerá de dois critérios básicos: o estilo
..,.;)
{ pessoal da a utoridade e/ou executivo e o evento do qual
·.:
s ele/ela participará.
""'
-e"' h. No que se refere aos equipamentos, há mais opções, de
"
.::"
~ acordo com o orçamento disponível. O certo é que os agentes
"~
Lenham consigo, pelo menos, celulares smartphones, máqui-
""'
e nas fotográficas, laptops, tablets, canelas, blocos de ano-
~ tação, kits de primeiros socorros, bandagens de e mergên-
c)l

82 cia, nídios comunicadores, guarda-chuvas, capas de chuva,


além de certa quan tia de dinheiro em espécie e em cartão.
e. O agente de proteção poderá portar armas de uso permi-
tido ou restrito.
cl. Nunca se pode esquecer de que o vestuário do agente de
proteção precisa aliar adequação e conforto, por causa das
várias horas e m pé, da utilização de armamentos e equi-
pamentos, da necessidade de correr e pular, e ntre out.ras
atividades.
3) Analise as afirmações a seguir e marque V para as verdadei-
ras e F para as falsas .
( ) O agente de proteção sempre poderá portar armas.
( ) Não exis te uma relação fixa e determ inada da qua nti-
dade de equipame ntos que o agente de proteção poderá
utilizar.
( ) O uso de passeio completo é uma característica imu tável
do agente de proteção.
( ) Cultura gera l de bom nível pode fazer a dife rença no
desempenho da missão.

4) Cite um exemplo de material de uso permit ido.


5) Cite um exemplo de material de uso restrito.

Questão para reflexão

1) Esta r preparado para ado ta r a s providê nc ias necessárias


quando algo acontece pode ser decisivo para proteger a auto-
ridade/executi vo. A te ntaliva de assassinato do Presidente
Ronald Reaga n merece estudo detal hado. Sobre o fato, reco- 83

menda-se assisti r ao vídeo que re trata a ocorrência* (em


inglês). Dessa ma neira, enfatiza-se que um bom Lreinamento,
preparação intelectua l e fís ica para adota r as med idas neces-
sárias certamente fará a d iferença.
Com base nesse vídeo e no que foi estudado no capítulo, res-
ponda: Por que atributos corno treinamento, preparo intelectual
e bom condicionamento físico são indispensáveis para o agente
de proteção? Comente sua resposta.

* ASSASS!NATION Attempt oí Honald Heagan. Oisponfrel


em: <hll ps://w11w. youtu be.00111/watch ?v= l P<IA yN 7zb90>.
AcéSSO em: 2 1 mar. 2017.
O preparo adequado rio agente de proteção, em todas as
suas nuances (física, intelectual e ele treinamento), é fun-
damenta l e decisivo para o desempenho da missão.

Para saber mais

Conhecer a legislação pode ajudar no seu preparo. Para mais


detalhes, consulte o Regulamento para Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105), aprovado pelo Decreto n. 3.665/2000, no
seguinte site:

BRASIL. Decreto n. 3.665, de 20 de novembro de 2000. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 21 nov. 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm>. Acesso
em: 15 fov. 2017.
V

Conteúdos do capítulo:
» Regras para atuação dos agentes de proteção em locais fixos.
» Regras pa ra atuação dos agentes de proteção em situações de
deslocamento.
» Regras para a tuação dos agentes de proteção nos casos de va r-
redw·as e inspeções.
if.J
crj
1
s
~
Após o estudo deste capítulo, o
~
você será capaz de: V
if.J
1. descrever os procedimentos e as normas para a missão de pro- o
~
teção de autoridades e executivos.
~
V

Neste capítulo, vamos apresen ta r os procedimentos operacionais


s
·~
~
adotados para a prestação adequada do serviço de proteção e técni- V
C,)
cas utilizadas. Nosso foco se concentrará nos casos em que autori-
dades, executi vos e dignitários estão e m locais fixos e em situações
o
~
de deslocamento, bem como na tarefa de varreduras e inspeções. ~
Depois de realizado o devido plam*1mento, a eq uipe de proteção
poderá ser eletivamente empregada na missão. Geralmente se t raba-
lha com perímetros de segurança ou círculos de proteção. Jefferson
Silva (2012) aponta que é preciso definir áreas em torno da pessoa
que está sendo protegida, identificando quem poderá Ler acesso a
elas. Segundo o autor, isso ocorre de duas formas: presença física
dos agentes e equ ipe de apoio ou barreiras físicas. Há algumas con-
dições que devem ser levadas em conta: quantidade de participan-
tes, tipo de evento, local, contexto político em questão, riscos de atos
hostis; tempo de permanência da autoridade e demais dignitários
presentes (Silva, 2012).
Michele Maria Sagin da Silva (2011) apresenta os grupos que
devem atuar na proteção de autoridades e/ou executivos: o de pre-
paração e o de execução. O grupo de preparação é constituído por
três equipes:
» Planeja m e n to - Coordena os trabalhos e m conjunto com
outros órgãos, fiscaliza os locais e o trajeto por onde vai passar
a pessoa que está sendo protegida, pesquisa a vida de pessoas
que estarão em contato com ele (garçons, camareiras etc.) e
decide a respeito de outros profissionais estarem envolvidos na
operação, bem como define materiais e equipame ntos.
» Precu1'So1·a - Por meio de policiais, vai aos locais onde serão
realizados os eventos e também onde a autoridade se hospe-
dará a fim de contribuir para o melhor planejamento da segu-
rança; essa etapa antecede a visita do dignitário.
» Vistoria - Por meio de policiais, desloca-se com tempo variável
à frente da autoridade, executivo ou pessoa importante e faz a
varredu ra do trajeto que ela vai fazer, bem como dos locais do
evento e de hospedagem. O objetivo é descobrir, neutralizar ou
eliminar dispositivos que ameacem a segurança.
O grupo de execução, por sua vez, é composto por quatro equ i-
pes, conforme assinala Silva (2011):
1. Ap1·oxin1ada - Cuida da proteção imediata da autoridade e é
responsável pela retirada dele do local quando houver alguma
emergência. É dividida em:
» Fixa - Permanece no local onde ocorre o evento e onde a
autoridade se hospeda; cuida também de man ter preserva-
dos tais locais.
» Móvel - Movimenta-se constantemente com a autoridade,
agindo de forma a assegu rar a integridade física dela.
2. Velada - Por meio de policiais do serviço de inteligência, mis-
tura-se entre a população no trajeto por onde a autoridade va i
passar e no local do evento a fim de identjficar qualquer ati-
tude hostil.
3. Avauçacla - Chega ao local de eventos antes do dignitário - em
torno de 30 minutos - e verifica o comportamento do público
e as condições da área; no caso de situações desfavoráveis ou
anormalidades, deve informar o chefe da eqwpe.
4. O stensi va - Formada por pessoas com prática em trabalhos 87
ostensivos, dá suporte e favorece os deslocamentos do digni-
tário, seja para el iminar ou inibir ações de hostilidade, seja
para ev itar acidentes.
Uma vez compreendidas as diferentes equipes envohridas na pro-
teção de au toridades e/ou executivos, aprenderemos as técn icas e
formações em diversos locais e momentos.

5.1 Locais fixos

Uma autoridade/executivo pode estar presente em vários locais.


Quando se tratar ele prédios, residências e outras instalações físi-
cas, implicará a adoção de algumas medidas. Há locais lixos per-
manentes, como a residência e o local de trabalho da autoridade
e /ou executivo, e locais fixos temporários, como centros de conve n-
ções, feiras, museus, shopping centers e galpões.
Para os locais fixos perma nentes, deve-se realizar estudo espe-
cífico que conte mple os pontos de acesso e as vulne rabil idades,
bem como tomar todas as providências para minimizá-las. Jocemar
Pereira da Silva (2016) esclarece que geralmente os principais recur•
sos usados no caso de uma proteçã.o perimetral são: mu ros, grades,
alambrados, estacas de concreto, estrutura de madeil·a e cercas de
a rame farpado. No Quadro 5.1, podemos identifica r alguns desses
materiais com as respectivas vantagens e desvantagens.

Quadro 5.1 - Materiais de proteção, vantagem e des·vantagens

Mate ria l Vantagens Desva ntagens


Alto custo e ne nhuma
Muros Res istê ncia e difícil violação visibilidade interna ou
extt',rna
Res istência, visibilidade
Grades interna e externa e difícil Alto custo
violação
Baixo c usto, fác il instalação e Pouca resistê ncia e
Alambrados
visib i!idade interna e exte rna fácil violação

fonte : Adaptado de Sil n1, 2016. J•. 36.

Devem ser consideradas também outras providências, como a


ins talação de câmeras e ala rmes. Além disso, o controle de acesso
precisa ser rigoroso, com a devida identificação das pessoas que
entram no ambiente. Portanto, nos loca is fixos permanentes deverá
haver uma equipe aproximada fixa , que diuturnamente protege as
ins talações.
Por outro lado, nos locais fixos temporários, a equipe precur-
sora fará o levantamento dos pontos vulneráveis, a equipe vistoria
realizará a varredura do local e a equipe avançada chegarei um
pouco antes da autoridade/executivo. A equipe aproximada fixa
será a responsável pela segurança do local onde a autoridade/
o executi vo estiver.
De maneira geral, um bom pla nejamento, uma varredura minu-
ciosa e uma execução adequada vão diminuir consideravelmente os
riscos em locais fi xos. Sem dúvida, o maior desafio está nos momen-
tos de deslocamento da autoridade/executivo.

s.2 Em deslocamento

Como mencionado, quando a autoridade/executivo estiver em deslo-


camento, será o momento de maior ate nção e c uidado por parte da
equ ipe de proteção. Leroy Thompson (2006) apresenta os parâme-
tros básicos para o desempenho dos agentes de proteção, entre os
quais se incluem: estejam e m alerta permanenlemente, mesmo que
a tarefa seja s imples; preparem-se para ficar entre o dignitário e a 89
a meaça; não se descu idem da ta refa principal de proteger a a utori-
dade e estejam alentos a qualquer situação que lhes pareça suspeita;
certifique m-se das ameaças que pode haver à pessoa que está sob
cuidados; busquem limitar o acesso a dados e informações da auto-
ridade, repassando-os apenas às pessoas que precisam; respeitem
a privacidade dela; e orientem a pessoa sob proteção a evitar roti-
nas que a tornem um alvo fáci l.
Thompson (2006, t radução nossa) acrescenta a essa lista outros
cuidados para os quais os age ntes devem se voltar nas situações
em que há o deslocamento de autoridades, pessoas importantes
e dign itá rios:

1O. Lembre-se, cautelei é sempre necessári<i: para o guar-


da-costas, um problema evitado é muito melhor elo que
um problema resolvido. [..}
11. Preste atenção nos detalhes: é muitofácilficarenvol-
·uido por preocupações com urn grupo terrorista la.nçando
um ataque de m.as.m que você acaba se esquecendo de
pegar a mesa. mais segura. em. um restaurante.

12. Aprenda a observar as mãos de quem. quer que seja


pr6ximo <} (111toridaclelexecuti1io; olhos podem ser impor-
tantes também, mas as mãos são os melhores indicadores
de intenções hostis.

13. Ao primeiro sinal de perigo, se possível, tire n autori-


dade/executi1iO de lá.

14. Esteja ciente de quaisquer condições médicas da au-


toridade/executivo, bem corno dos membros de sua ji:t-
mtl i<L [ . .].

15. Normalmente, passe antes da. autoridade/execuú-


vo por porU!s dentro de prédios, elevadores, toaletes etc.

16. Esteja particularmente alerta na presença de indi-


·uúluos desconhecidos, especialmente em elevadores [ . .),
corredores, escadarias etc.

17. Sempre que possível, ji:tça reservas de hotéis, res-


taurantes etc. no nome de outm pessoci qne não o da
autoridadelexecuti1io.

O mesmo autor c ha ma a inda a a tenção para a necessidade de


q ue os agen tes de proteção busq uem parcerias, seja com a polícia
local, seja com profissiona is de segura nça de aeroportos, ho téis, no
caso ele viagens. Os deslocamentos feitos e m veículos precisam ser
pla nejados com atenção, já que grande parte de a taques terroris-
tas ocorrem nessas s ituações, bem como elaborados pla nos de con-
tingência, que incluem rotas de fuga, rotas para hospitais e oulras
providências. Também é relevante o conselho voltado à segura nça
cio próprio agente:
24. lembre-se que, apesar de você ler de estar prepa-
rado paro. dar a sua ·v ida pela da autoridadelexecza.i-
vo, é melhor jàzer com que o (ltacante dê <L deleldefo.
Use colete balístico; pratique com suas armas <Llé ·você
conseguir acertos sob quaisquer circunstâncias; allteci-
pe mnea.ços; esteja prepar(ldo para alguns minutos de
longas homs quando ·você encam uma ameaça letal.
(Thompson, 2006, tradução nossa)

A segu ir, veremos as formações para a proteção a pé e em veícu]os,


aeronaves e embarcações.

5.2.l Apé
Existem diversos tipos de formação de uma célula de proleção.
Vinicius Dom ingues Cavalcante (2016) apresenta algumas consi-
derações gerais sobre a escolta a pé. Em sua compreensão, o nível
de risco do protegido vai determinar a quantidade de agentes na
91
escoha, que podem ser um, dois, três ou quatro. Ele chama a aten-
ção para a necessidade de muita prática e treino - e não apenas lei-
turas - , sem falar em atri butos como entrosamento e atenção. Além
de considerar que esse tipo de escolta só deve ser ut ilizada para des-
locame ntos curtos e que deve ser medido o risco do trecho por onde
a pessoa sob proteção vai caminhar, o autor indica algumas orien-
tações que devem ser levadas em conta:

» verificar, sempre, a possibilidade de contar com


veículos de apoio [ . .} no caso de precisar rei.irar o
segurado rapidamente numa emergência;

» em caso de aproxim.aç<io suspeita, procurar afastar o


segurado e salvaguardá-lo;
» obser·var sempre a. disttincia correta do segurado, de
forma <t não causar constrangimen.1.os, pois nem todo
segurado gosta de ser visto sob o cicompa11ham.e11to os-
tensivo de umct equipe de segurança;{..]

» ensaiar as situações de a.dversi<úide previamente com.


toda a equipe, definindo os papéis de cctda agente
dentro do dispositivo;

» conscientizar o dignitário daquilo que se espera dele


em face de w1u.i situação de perigo e de como ele de-
verá se conduzir, colabomndo com seus encarreg(Ulos
de proteçc1o;

» sempre que possível, dispor de recursos como equipti-


mentos de comunicações discretos[. . .}, coletes à pro-
va de balas, spray de gás de pimenta, arma de ele-
tro-choque {. .. /;

» em situações de severo risco, [. . .)armas como f 11Zis


e submetralhadoras serão portadas em condições de
pronto emprego; [ .. /. (Cavalcante, 20.16, p. 71-72)

Serão demonstradas a seguir as formações a pé, com um, dois,


três e quatro agen tes.

1 Formação com um agente


Silva (2012) ensina que se trata da formação mais simples que pode
haver e é mais comum no caso de viagens internacionais. Entretanto,
o autor alerta q ue não é o modelo mais indicado, já que o ideal é
que haja pelo menos dois agentes de segurança, pois isso aumenta
o ângulo de visão e, conseq uentemente, a possibilidade de proteção
ao executivo ou autoridade (Silva, 2012).

Estan<Ú> <t a.utoridruie movimentando-se acompanha<W


de 01 (um) agenle de segurança, este deverá estar atrás e
à direita da autori<lctde, ·voltando stta cttençcio pam toda.s
as direções. Quando a aworulacle ·oo.i transpor uma porui
o agente de segurança deve adiantar-se e passar à frente
dei rwton:clade, obsen;ando a possibilidade ela e.ústêncict
de riscos no interior do recinto. O agente de segurança
deve ir à frente da cwtorido.de, também em. casos de mul-
tidões compactas, em que a autoridade não tenha con-
dições de transpô -lei naturalmente. (Silva, 2012, p. 50)

Cavalcanle (2016, p. 72) argumenta na mesma direção ao consi-


derar que a proteção feita por um único profissional de segurança é
"meramente simbólica,[ ... ] apenas para dignitários de baixíssimo
risco". O autor adverte que, no caso de o agente estar utilizando
rád io, a tecla de comunicação (PTT) deve ficar na "mão fraca"; tal
cuidado será útil diante de uma emergência, quando empurrará a
pessoa protegida com tal mão e terá a "mão forte" l ivre para sacar
a arma e fazer disparos se for preciso.
Ele ens ina também que, na medida do possível, o agente de segu-
rança deve evitar segw·ar embrulhos e envelopes, pois isso limitará
93
seus movimentos. Nas situações em que a autoridade lhe entregar
algum objeto, documento ele., é preciso que tais materia is sejam
rapidamente passados para auxiliares e assessores. Outras iniciati-
vas, como atender ~1 porta, fazer compras etc., que lhe tirem a aten-
ção, devem ser evitadas sempre que possível (Cavalcante, 2016).
A essas recomendações, o autor acrescen ta:

» em jantares ou recepções, o agente nao deverá sentar


na m.esma m.estt do segurado; s6 o "moscci" ele-verá
permanecer bem pr6ximo e, assim. mesmo, s6 quan-
do e.1'istirem outros agentes no esquemci de proteçcio;
o ideal (num. esqllema coni um único homem.) é qne
o agente sente-se em mesct diferente (ele preferb1cia
com. as costas cobertas por um.a parede ou. coluna),
emborr:i bem pr6ximo elo protegido, em condições ele
·visualizar todo o cenário e detectar qualquer aproxi-
maçcio suspeita;
» em caso de alguma adversidade, o a.gente, com a mão
fraca, deve empurrar o protegido pam trás de si, in-
terpondo-se entre o protegido e a. a.mea.ça,, sacctr sua
arma com a mão forte e procurar retirar-se juntwnente
com, o segurado; o a.gente, com seu corpo, vcii prote-
gendo o rlignilário às suas costas, segura-o pelo braço
ou agarra.-o pelo seu cinto, evitando que mesmo dele
se separe; é importante que o agente tente cobrir o se-
gurado com o corpo e, <to mesmo tempo, tome <t ini-
ciativa de conduzir a. si1uaçcio, atirando se for o ca,so;

» o agente deve manter o dignitário controlado, preso a


si com.firmeza., a.fim de que ele (o protegido) não cor-
ra pa.m algum.a. direção em que.fique mais vulnerável;

» nas saúlas (de hotel, restaurante, do gabinete etc.), o


agente ex<tmina rapidamente a retag1w rela, segue à.
frente do segurado e olha. o ambiente de wn lado e
de outro;[. .. ]

» operando sozinho, o agente não deverá esquecer-se de


examinar entradas e saídas dos ambientes pelos quais
deverá circular com <J dignitário. (Cavalcante, 2016,
p. 72-73)

Confira a Figura 5.1, que represen ta a posição do agente.


Figura 5.1 - Fomw.ção com. wn agente

agente

VIP

Fonte: Adaptado de Silva, 2012, p. 51.

A seguir veremos a formação com dois agentes.


95
1 Formação co1n dois agentes
Silva (2012) ressalta que no cenário e m que há dois agentes de
segurança, eles devem ir atrás do executivo/autoridade, um do lado
direito e o outro do lado esquerdo. Entretanto, essa formação pode
sofrer alteração, a depender da situação.
O autor Lambém aponta que, no caso em que a pessoa sob pro-
teção for passar por uma porta ou por uma multidão, "o agente de
segurança deve adiantar-se e passar à frente da a utoridade, obser-
vando a possibilidade da existência de riscos" (Silva, 2012, p. 52).
Já Cavalcanle (2016, p. 74) faz os seguintes comentá rios:

Um. agente posiciorui-se atrds do segurado (na mesma


posição com.o se fosse o iínico na proteção) e o outro.fica
à frente , preferencialmente do la.do oposto. Os seguintes
procediment.os deveríio ser observados:
» dos dois agentes, wn será o "moscci", respond endo
diretamente pela proteção do dignitário ele efetuará
a cobertura do dignitário com o pr6prio corpo e, em.
caso d e perigo, e.~ecutará ci retirada. do dignitário da
cen a da ameaça;

» a.o adentrar em um recinto, a segundo agente entra na


Ji'ente e inspeciona. o ambiente; esse agente tonw uma
posição periférica., enquanto que o "mosca" a.compa-
nlw de perto o protegido.

Você pode conforir a posição dos agentes na Figura 5.2.

Figura 5.2- Fomwçcio com. dois agentes

agente agente

V IP

F'onle: Adaptado de S ilva. 2012. p. 52.

A seguir veremos a formação com três agentes.


1 Formação con1 três agentes
Na compreensão de Silva (2012, p. 53), não deve haver uma rigidez
nas posições que cada agente assumirá nas formações,

devendo estas ser modijicada.s de acordo com (t necessi-


dade do momento. Segnndo ]une (2008, p. 149) apnd
PEREIRA et al. (2010), "a fonna.ção dia.mante é usa-
da em ambientes confinados ou q1.w.11.do o deslocamento
ocorrer através de espaços aglomerados". Desta fonna,
os agente.i devem manter uma distância homogênea em
relação à a11toridade, de maneira ci protegê-La em bloco
e com cobertura em todas a.s direções.

Cavalcanle (2016) defende que a f:lexibilidade no posicionamento


dos agentes aumenta quando há três profissionais envolvidos, ainda
que, como j<i foi d ito, é preciso levar em conta cada s iLuação, os pe ri-
gos e as ameaças que podem sobrevir. Nesse sentido, faz os seguin-
tes comentários:
97
O "mosca." continua sempre colado ao dignitário e res-
ponde mais diretamente por sua. proteção.

Normalmente, manter-se-á a. mesma posição da escolta


com. dois (11w11tendo-se o seg11rado entre dois agentes) e
se recuará ou <wançará o terceiro elemento da formação,
cobrindo a retaguarda ou precedendo o dispo.5iti:vo em
caso de reconhecer alguma área ou recinto onde (t equi-
pe deva adentrar. (Cavalcante, 2016, p. 74)

Nas Figuras 5.3 a 5 .9 é possível perceber a posição dos agentes.


Figura 5.3 - Formação Diamm1te

agente

VlP

agente
agente

fonle: Adaplado de Silva. 2012. p. 53.

Figura 5.4 - Formação Diamante Modijiuida 01

agente

VIP

agente

agente

fonle: Adtiplutlo de Silvu , 2012 , p. 54..


Figura 5.5 - Formaçrw Diamante Modificada 02

agente

VJP

agente

agente

F'on1e: Adaptado ele Silva, 2012. p. 5'1,_

99

Figura 5.6 - Formação V

agen te

agente agente

VIP

Fonle: Ada piado de Silva. 2012, p. 5'1·.


Figura 5.7- Formação em Cunha

agen te

VTP

agen te

agente

fonte: Adaptado ele S il va, 2012, p. 54·.

Figura 5.8- Formação ELE "l"

agente

VIP

agente agente

fonte: Adaptado de S ilva. 2012, p. 55.


Figura 5.9 - Formação ELE "L" Modificado

agente agen te

\/ IP

agente

F'on1e: Adaptado ele Silva, 2012, p. 5S .

A seguir veremos a formação com quatro agentes. 101

1 Formação con1 quatro agentes


No cenário em que é possível contar com quatro agentes, S ilva
(2012) ensina que não existe um posicionamento predeterminado,
já que não há regra q ue padronize a distância que esses profissio-
nais devem man ter cio dignitário. "O que eleve ser considerado nas
formações é o risco operacional e o grau de ameaça, balizando qual
a distância ideal para o esta belecime nto assim como a formação
adequada para o evento que a autoridade participará" (Silva, 2012,
p. 57) .
Cavalcante (2016, p. 74-75) faz os seguintes comentários:

Todos cobrem seus quadran1es espec(ficos, wn protegendo


o outro, normalmente pe1fazendo um losango ou q1uulra-
do que tem o dignil.ário ao cen1.ro. O "moscci" atém-se
primordialmente à autoridade, ma11lendo-a cw alca11ce
do seu braço. A distância. entre os seguranças e o segu-
rado irá variar em função do ambiente onde esti:verem.
atuando e o risco de ataqnes nesse local.

A posição cios agentes está ilustrada nas Figuras 5.10 a 5.18.

Figura 5.10- Formaçao Quadrado

agente agente

VIP

agente agente

Fonte: Adupla tio de S il vu, 2012, p. 55.


Figura 5.11 - Formação Losango

agente VIJ> agente

agente

103

fonte: 1\d11p1ndo de Silva. 2012, p. 55.


Figura 5.12- Formação Trit1ngulo

agente

VIP

agente agenle agente

Fonle; Aclaplaclo ele Silva. 2012, p. 56.


Figura 5.13 - Formação Linha. Frontal

agen1 e

VJP

agente
agente agente

Fonte: AdHplndo de Silva. 2012, I'· 56.


105

Figum 5.14 - Formação Linha Ret.ag1tarda

agenle agente agente

VIP

agen te

Ponte: Adaptado de Silva, 2012, p. 56.


Figura 5.15 - Formação ELE "Z:'

agente agente

agente

\l lP

agentti

fonte: Adap1aclo de S ilva, 20.12 . p. 56.

Figura 5.16- Formação ELE "L" Modifica.elo

agente agente

agente

\l lJ'

agente

fonle: Adaplado de S ilva, 2012, p. 56.


Figura 5.17 - Fonnação V

agente

agen te agente

Ponte: A<l•plndo de Silva, 2012. p. 57.

107

Figura 5.18- Formaçtío em. Cunha

agente
agente

VIP

agen te

agente

f'onte: Adaptndo de Silva, 2012, p. 57.


Veremos os procedimentos em veículos, aeronaves e embarcações.

5.2.2 Em veículos, aeronaves e embarcações


Os deslocamentos em veículos diversos igualmente implicam a ado-
ção de procedimentos específicos. Com relação à escolta motorizada,
Silva (2012, p. 57-58) assim ensina:

<1) Todos os integrantes da equipe deverão ser habitiuulos


para direção de ve(cu.los e com noções básicas de direç<io
defensiva, ofensiv<L e evasiva; b) O motori,sta executivo
deverá ser o mais experiente do grnpo e/ou aquele que
tenh<t maior afinidade com a autoridade que atende;
e) O motorista do veículo de segurança deve estar total-
mente entrosado com o motorista executivo com a uti-
lização de sina.is. [.. .}; d) Os motoristas devem ter em
mente q1ie para qualquer deslocamento, todos os proce-
dimentos preventivos de primeiro escalão <levem ser ado-
l<ulos, e m.a.nter o ta11q1te de combusttvel sempre abas-
tecido; e) Inspecionar o veículo externa e internamente
[. . .}, tentando identificai; por exemplo: fios, manguei-
ras, artefatos explosivos, sinalizwÚJres, equipamentos de
espionagem, sinais de entrada fi>rçacla, arranhões, flui -
dos v<1zcm<ÚJ e pneus com pregos; f) Se houver necessi-
dade de loc<içcio de veículo, deverá o agente realizar a
fiscalização acim.ci e.r;posta, além. de ter cadastrado os
seguintes dados referentes ao vetculo: g) Nome, endereço
e telefone da locadora; h) Autorwmia; i) Procedimentos
especia.is de devolução; j) Eq1úpa.mentos e acess6rios do
·veículo; k) Os motoristas da escolt(L sempre aguardwn
a chegada da autoridade do la.do de fom dos vetculos;
l) Observação das leis de /.rcinsito; m) Nenhwn i11tegran-
re da escolta, dumnte o acompanhamento nos itinerários,
fuma, bebe, come, otwe rádio ou se distrai com assuntos
oufatos alheios à segurança. d<t autoridade.
Podem ser observadas m; seguintes sugestões de comboios, con-
forme ilustram as Figuras 5.19. 5.20 e 5.21.

Figuro 5.19- Form(lç<lo com três vefculos

Líder

VIP

109

egurança

fonle: /\da piado''" :;;lvn. 2012. p . .'i9.


Figura .').20 - Formação modificada com tr€s veículos

\/ IP

Segurnnça

110

3º lugar

fo111t-: Ad11111a1lo 111· Sihn. 2012. I'· 60.


Figura 5.21 - Forma ç<io modificada com dois vetculos

VLP

egurança

111

Fonte: Adaptado ti~ Sihu. 2012. p. 6 1.

A seguir ( Figura 5.22), podemos ver sugestão ele comboio dada


por ilva (2011).
Figura 5.22 - Modelo de comboio

lD lD lD
FC D•~ G'I' - - li> D e... :a Vnr AC
lD lD lD
D - cligni1á1-io Vai· - varredura
Sl, 52 e 53- scgura11ç11 B - batedores
GT - grnpo lálico AC - chefes ele polícia
CR - can·o rese1·va A - nbe11u ra do co1nboio
Con1 - cornitiv~l FC - fechamcnlo do comi.oio

fonte: Adaptado de S il v.1, 20·11.

Nas situações de embarque e desembarque de autoridades e


executivos, Cavalcante (2016) e nsina que os agentes devem esta-
belecer contato bem próximo das pessoas, "ol ho no olho", a fim de
identificar qualquer indício de que há intenção de algum alo contra
a pessoa sob proteção. A orie ntação é a de que a segw·ança perifé-
rica esteja a tenta ao público, em vez de focar a au toridade. O au tor
também faz as seguintes recomendações:

Sempre que possível, procurar embarcar e desembarcar


em áreas abrigadas, minimizando o risco de ataque a
partir de posições elevadas como janelas, sacadas e ter-
raços. [. . .] No EMBARQUE, o ·veículo do dignitário es-
tará posicionado para recebê-lo. Ele será embarcado 1w
assento traseiro e seu veículo .mirá em. baüci ·velocida-
de. Os agentes permanecer<io em suas posições e o se-
gundo carro tonwrá a posição do veCc1tlo do dignitário.
Os agentes rapidamente embarcarão e o ·vetculo d(i escol-
ta seguirá o carro principal.[. . .] No DESEMBA RQUE,
o veCculo que conduz <L escolta desembarca. os agentes os
quais se posicionani pa.1ri receber o carro co1n o dignitário.
Quando o carro com. dignitário pww; os agentes ajustam.
seu posicionamento junto às portas traseiras em. ambos
os lodos do 'Veículo e, estando tiulo certo, r1breni a porta
para ii saída. do dignitário. (Cavalcante, 2016, p. 75-77)
Na Figura 5.23 podemos verificar a imagem que demonstra os
proced imentos para o emba rque.

Figura 5.23 - Embarque

P1·ime ir11 fase:


Os AS 3 e 6 guarnecem o comboio
O AS 1 se desloca para Sl
O AS 4 abre a po1ta para D e o AS 2 se desloca para Sl.

3 6

Segunda fase:
O O embarca
O AS 4 embarca l 13
Os AS 5, C e 6 guarnecem as portas

s e
, ---
\ •__ !_, ' · 1,___ºI~, ·..li--~
1 2
'
. 4

6
Terceira fase:
O comboio parle;

Os AS 5, C e 6 aguardam nas posições e embarcam quando passa o S2.

\ '
I __ _. \
1 2

·~ !. ·
Legenda:
D - Dignitái" io
C - Chefe de equipe
AS - Agente de segurança
Fonte: Adaptado de Cavalca nle. 2016. p. 77.
A Figura 5.24, por sua vez, ilustra os procedimentos para o
desembarque.

Figura 5.24- Desembarque

P r ime ir a fase:

I ~_. ' (
12 1-4- -
' •2!.:!..I ,
Segunda fase:
Os AS 1, 2 e 3 clese mharcam, guarn ecendo as portas.

I -- '

\ ·~-·'
11'1·
Terceira fase:
O AS 1 avança e o AS 2 desloca-se para a direita;
O AS 4 desembarca e abre a porta do D;
Os AS 1, 2, 4 e 5 tomam as posições em torno cio D;
Os AS 3 e 6 permanecem guarnece ndo o comboio.
1

___,,..
4 D 2
5
e
I -- ' ._r
\ ·~-·' =--
3 6
~

Legend a:
D - Dignitário
C - Chefe de equ ipe
AS - Agente ele segurança
Fonte: Ada1>tHclo ele CHl'a lcante. 2016, p. 79.
Com relação aos procedimentos da eq uipe de segurança de autori-
dades/executivos em aeronaves, Cavalcante (2016) chama a atenção
para algumas medidas a serem tornadas antes do embarque. Uma
delas é ava liar se há risco de alentados e, nesse caso, saber se, em
se lsatando de voo comercial, há conhecimenlo de que o dignil<'írio
vai emba rcar naquele avião, bem como inspecionar aspectos como
combustível (qualidade e procedência) e a presença de objetos ou
materiais que indiquem tentati va de sabotagem. Se forem graves os
r iscos, um controle r igoroso deve ser feito quanto aos profissionais
envolvidos na preparação da aeronave, como mecânicos e operado-
res em terra, tripulação - garantindo que sejam pessoas de compro-
vada ex periência - bem como com a com ida e a bebida que serão
servidas. Pode ser necessário também que pilotos, copilotos e tri-
pulação se alimentem a ntes do voo, sob observação atenla da segu-
rança, além da inclusão na equipe de um piloto reser va.
Cavalcante (2016, p. 80) ta mbém adverte:

» empregando aeronaves de aluguel, como jatinhos e tá- l15


xis aéreos, é desejá1Jel manter a identidade dos passa-
geiros em sigüo, até fi operação de "check-in";

» em m.eio a risco severo, o responsável pelei inspeção


mecânica da fierontwe deverá ser incluído na equipe
dos tripulan/.es, o que se constituirá em mais uma ga-
rantia conl ra w1w e1Jentual sabotagem;

» a possibilidade do emprego de jogo de metralhado-


ras {médias e pesadas}, de joguetes ou mlsseis contm
a aeronave é wn risco severo, sobretudo nos momen-
tos de pouso on decolagem; nessa possibilidade, con-
vém. estabelecer um. grande perímetro de segurança
na. área circunvizinha à pista., num.tendo o local for-
temente guamecido.
No que se refere aos procedimentos da equipe de segurança de
autoridades/executivos em embarcações, Cavalcante (2016) comenla
que, apesar de o traslado via aérea ser o preferido para os deslo-
camentos, pode haver s ituações em que lanchas, barcos etc. sejam
utilizados, especialmente em situações de lazer ou turismo. essas
s ituações, condições de clima e de navegação e relatos de ocorrê n-
cias anteriores precisam ser ve rií1cados. "Vale lembrar que o crime
marítimo nas principais zonas portuárias e litorâneas não pode ser
desprezado e a seguranç.a deverá estar capacitada para, preliminar'"
mente, dissuadir qualquer abordagem à e mbarcação que transporta
o dignitário" (Cavalcante, 2016, p. 81).
Sobre a quantidade de embarcações de escolta, Cavalcante (2016)
defende que sejam duas, no mínimo - uma delas atuará como lan-
cha reserva no caso de aJgum tipo de pane-, e operadas por pessoal
qualificado ou mesmo por policiais com experiência nesse tipo de
missão. O autor comenta que todas as embarcações precisam estar

116
equipadas com binóculos, radar e rádios.
Nas situações em que há riscos para a autoridade ou o executi vo,
o apoio de um helicóptero é necessário. Sobre um cenário nessas
condições, Cavalcante (2016, p. 82-83) adverte sobre o uso de
armamentos:

Co11sidera11do que, nwn desloc(llnento m.arttimo, a equi-


pe de segurança tal:vez não disponha de rápido apoio no
caso de um ataque, a segumnça deverá contar no lo-
cal com armas e mwúções adequada.s ao emprego no
ambiente m.adt.inw, em quantidcule suficiente parri,fazer
frente ao enfrentamento, enq1ianto espera. pela chegada
do socorro. Recomenda-se poder contar com fuzis auto-
máticos (com. munições FMJ), espingardas (disparando
balotes ou projéteis e:tplosbvos) e, se posstvel, com. lan-
ça.dores de grana.da. de 40111.m., com.o o M-79 ou. M-203.
Não devemos esquecer q ue os procedimentos sugeridos podem e
devem ser constantemente atualizados e melhorados. O segredo do
sucesso está em evoluir sempre os modelos apresentados, acompa-
nhando as mudanças nas técnicas, as alterações de tecnologias e
dos pedis de treinamento.

5.3 Varreduras e inspeções

As varredw-;1s e inspeções são muito importantes, em trabalho da


equipe precursora, na fase prévia da realização do evento. Elas
podem ser efetivadas pelos próprios agen tes ou por profissionais
especialmente contratados. Cavalcante (2016, p. 84) observa que
devem ser feitas em todos os locais e ambien tes nos quais a auto-
ridade vai passar e estar (casas, salas, escritórios, ga binetes etc.),
alé m do carro dela e dos canos da segura nça.

Num<i ·varredum busca-se identificar pre·viamente q1ial- ll7

qu.er perigo potencial, armadi/lws, artefatos explosivos


ou equipamentos de vigil{tn.cia clarulestina (escut.alcâ-
meras), sendo necessário que os profissionais responsáveis
por rna execuç<'io detenham. os conhecim.entos técnicos
necessários para tanto. As áreas ou compartimentos de-
vem ser di·vididos por equipes de dois agentes e minucio-
samente vistoriados, em diferentes alturas[ .. /.

Os principais pe rigos a que estão sujeitas as autoridades/


os executivos são as escutas telefôn icas clandestinas, bem como os
artefatos explosivos.
5.3.1 Varreduras contra escutas
Um dos meios de comunicação mais utilizados e também mais vulne-
ráveis, o telefone pode esconder uma "escuta" dandes tina que pe1~
mita a audição e a gravação de conversas, o que pode obviamente
expor a autoridade/o executivo. A esse respeito, Cavalcante (2016)
comenta que há diversas maneiras de o conteúdo de conversações
em um telefone fixo ser violado. "Ele pode ser 'grampeado' a par-
tir de transmissores eletrônicos miniatu rizados, instalados no pró-
prio aparelho, na tomada da parece ou conectados [...] em algum
ponto da linha telefônica, caixas de controle ou centrais telefônicas"
(Cavalcante, 2016, p. 84-85).
O autor come nta que até os mais modernos aparelhos de telefo-
nia celular digitais correm o mesmo perigo. Para Cavalcante (2016,
p. 85), "equipamentos de criptografia de voz como os 'scramblers' (os
quais acoplados às linhas telefônicas ou ao punho do aparelho trans-
missor e do receptor, embaralham o som da conversação e o transfor~
mam e m ruídos ininteligíveis)" ajudam bastante, ainda que corram
o risco de serem superados por outra tecnologia ma is sofi sticada.

Talvez (L fonna. mais segura de se transmitir informa-


ções sigilosas seja. a de se falar pessoalmente num lo(;(il
sabidamente li1Jre de escutas. Embora um encontro fom
dos ambientes tra.dicionais do dignitdrio possri garantir
1wui maior segurrt/l.Ç(L por estar longe dos locais mais

·visados para a interceptação, um.a converrn ern voz ba.i-


xa numa dre<i ext.erna uunbém pode ser capwdci citravés
de microfones direcionais ou parab6licos. Mesmo os n d -
dos defundo, que impediriam. uma (Lltdição perfeita do
conteúdo da conversação, podem. serfilt rados atmvés de
programas de dudio, hoje disponíveis comercialmente.
(CavalcaJ'lte, 2016, p. 85)
Dessa maneira, a equipe deverá estar atenta para poder procurar
escutas ou câmeras clandestinas com a maior profund idade possí-
vel, minimizando os riscos à autoridade/ao executivo. Nesse sentido,
Cavalcante (2016) esclarece que dois processos estão associados à
varredura para identificar escutas ou câmeras clandestinas: o da
inspeção física e o da inspeção ele trônica. Neste segundo caso,
ela consiste, por exemplo, no uso de equipamentos que podem va r-
rer frequências de rád io a fim de descobrir transmissores q ue pos-
sam estar escondidos e '"vassouras' de mic ro-ondas capazes de
detectar circui tos eletrônicos [...] que estão transmitindo ou não ele."
(Cavalcante, 2016, p. 85).
O au tor revela a necessidade de inspecionar forração de paredes
e de tetos, molduras de quadros, tomadas, lustres e "fundos falsos",
entre outros locais.

Durante 11m<i inspeção fCsica., podem ser percebidos indí-


cios de qne wna esc11ta .foi i11stalada num determinado
ambie11le 01,1, objew, tais como: ll9

» um.a. pi11t11ra visivelmente recente;

» diferença de tona.tidade entre pi11t11ras de uma mesma


cor, demtnci(l/ulo que <L mesma possa ter sido retocada
mais recentemente num. único ponto;

» emboço rece11te numa parede;

» danos na pintur(L de acabamento de m6veis e ute11sí-


lios, os quais possam. denunciar des11io11tagem e pos-
terior montagem;

» sujeira, riscos on marcas de mão em locais de aces-


so inusitado;

» pequenos fragm.e11tos de fios , plásticos, jiui crepe oii


fita. isolante;
» emprego de tecidos novos nos revestimentos de f unclo
de mobiliários;

» pregos novos, grampos, colagem e costuras recentes;

» itens de acabamento mais novos do que os demais


materiais originais;

» objetos de estilo 11ã.o compatCuel com a. decoração do


ambiente;

» marcas deixadas pela poeim, q1ie indiquem ter havi-


do modificação no "lay-oztt do ambiente".

Luzes do tipo ultm-violew ou a.z1iljorense são altamen-


te indicadas para visualização de marcas de reformas
recentes em paredes ou coberturas de gesso, praticamen-
te imperceptíveis a olho mi. Em casos e.\'..tremos, eq1Lipa-
m.e11tos de raio-X portáteis podem. ser empregados para
permitir a visualizaçlio através de paredes 01.1 anteparos.
Variando em face do grai.i de risco do segurcuLo, 1rnw
inspeção física. pode compreender at.é a.·viruwl "desmon-
tagem" de aparelhos a fim de detectar "bugs" injiltm-
dos nos seus componentes eletrônicos. (Cavalcante, 2016,
p. 86-87)

Atualmente ex istem d iversos dispositivos que podem colocar em


risco a segurança eletrônica das aul.oridades/execut ivos. Cavalcante
(2016, p. 87-88) elenca alguns deles, muitos dos quais são de fácil
acesso e baixo custo:

» extensões clandestinas, transmissores de rádio (nor-


malmente FM) ou gravadores acoplados à. linha
telefônica, todos genericmnente conhecidos por
"GRAMPOS";

» microfones acoplados a ·ventosas, pam serem. <ffi:ta-


dos em paredes, divis6rias e ·vidros, os quais podem
ser rapidmnente instcilcidos por cilguém do staff do
dignitário devidcunente aliciado ou por garçons, fa-
xineiros ou prestadores de serviço;

» microfones/t,mnsmissores dissimulados (escondidos


sob a. roupci ou sob a forma, de objetos como canetas,
"mouses" de computador, cartões de crédito, calcula-
doras ou maços de cigarro) ou monitorando compar-
timentos ("ESCUTAS") di~f'arçrulos no interior de to-
madas, interrupl<Jres, por trás de quadros, sob mesas,
em "fwidosjàlsos" de itens de decoração ou mobctia.;

» amplificadores de sons OIL microjimes parab6licos;

» cabos especiais que permitem gra'/)ação de wques do


teclado do microcomputador;

» projetores de raios laser que registram a ,vibração so-


nora em supe1fícies e as convertem em som audível;

» microcâ.meras de foto e vídeo, nornwlmente dissimu- 121


ladas em roupas, chapéus, bolsas, valises ou em obje-
tos de decoraçtio on mobiliário;

» câmeras de foto e vídeo que permitem gmrule apro -


ximaç{io de foco ("zoom"), mesmo em condições de
ilumina.çtio precária,

Cavalcante (2016) faz uma ressalva importante: não basta tão


somente fazer varreduras nos ambientes nos quais a autoridade
circu la ou está a maior parle do tempo para descobrir ferramentas
de espionagem, É preciso "selecionar e investigar as pessoas que
têm acesso ao protegido, a fim de também acautelar-se contra vaza-
me ntos de informação ou contra a instalação de novos equipamen-
tos" (Cavalcante, 2016, p. 88) .
Natw·almente, como contramedidas, também podem ser utiliza-
dos disposi tivos que geram inte rferência e prejudicariam, em tese,
os instrumentos empregados nas escutas clandestinas.

5.3.2 Varreduras contra artefatos explosivos


Mesmo não sendo uma s ituação rot ineira no Bras il, deve-se estar
preocupado com a possibilidade de artefatos explosivos serem uti-
lizados contra a autoridade/o executivo. Assim,

os agentes de segura11ç<i que, vez por outra, podem ser


co11frontados com ocorrências de bomba, precisam ser
melhor informados sobre os artefatos, como preveni-los
e detectd-los. A tarefa dos agentes de segurança é "ape-
nas" a de detectar o objeto suspeito e salvaguardar seu
pro1egido do contalo com ele. (Cavalcante, 2016, p. 90)

Os agentes de proteção precisam Ler consciência de que os arte-


fatos explosivos utilizados contra autoridades/exec utivos poderão
não se parecer com o conceito de "bomba" tradicional, como bana-
nas de dinamite, por exemplo. Nesse senlido, Cavalcante (2016) cila
algumas possibilidades: caixas de bombons, extintores de incêndio,
livros, garrafas térmicas, tubos ele pasta ele dente, aparelhos eletro-
domésticos, latas de biscoitos etc.

Com o prop6sito de colher os melhores benefícios de seu


poder explosi-uo, as bombas 11ormalmen1e são colocadas
discrelament,e no local que se deseja deslruir. Podem
constituir-se em volumes, aparenlemente esqueci<los em
locais de ampla circulação de pessoas, ou deliberada-
mente posicionados em locais onde podem causar exlenso
dano material. Quwulo visam atingir wn alvo ou pessoa
de forma seleti'Va, podem ser entregues como simples en-
co11w1ula [. ..), instaladas em objetos ou com acionado-
res conectados a portas, ga'Uetas, no assento de poltronas,
em camas, [. . .] em. telefo11es (para. deumarem quando da
retimda do fo11e do gancho) etc. Se lançadas, normal-
me11Je, utiliz<tm iww motocicleta (ou de um. ·veículo em.
m.ovime11ui) e o.indo.- quo.ndo disposta.s no interior desses
veú:ulos - estacion<ida pr6.'rimo do objetivo que se queira
destmir. (Cavalcante, 2016, p. 91)

Uma questão muito importante no que diz respeito à segu-


rança das autoridades/executivos em relação a artefatos explosi-
vos é a possibilidade de utilização de cartas-bomba. Sobre o tema,
Cavalcante (2016) esclarece que, seja o envelope do tamanho que
for, elas têm uma espessura ma ior do que as cartas comuns, além
de serem mais pesadas. "Dependendo do tipo de explosivo util i-
zado, um envelope de papel poderá apresentar manchas gordurosas
ou mesmo exalar um odor estranho" (Cavalcante, 2016, p. 91-92).
O autor também chama a atenção para os cuidados tomados pelos
responsáveis pelas carias-bomba quanto à apresentação física do
envelope:
123

é 1un erro pensar que <>s endereços dos destinatários


sempre sejam. genéricos (com.o ''.'lo Sr. Presidente" ou
·~o Sr. Diretor"), apresentem erros de ortografui ou ain-
da sejam redigidos com caligrafia primária. A carta pode
ter sido especialmente preparada par(I, simular uma. cor-
respondência. normal, com nome correto do destinatário,
remeJen.te e selos 1ui quantida.de o.dequ<ula. O êxito do
terrorismo postal (seja nafonna de cartas ou pacotes) se
alicerça 1w tradicional curiosidade dos destinatários e
na sua lfosia de abrir rapidamente as correspondências
que lhes chegam às m<i.os. Ao recebermos uma carta 011.
encomenda que se enquadre nos indtcios <le suspei,ç<i.o que
me11cio11amos, devemos nos perguntar quem teria remeti-
<lo <i referida correspondência, checar a il!forma.ç<io junto
<W remetente e - em caso de dúvida quanto à procedência
da. mesma. - colocá-l<i de lado, para ser examinada.pelos
técnicos da. polícia. (Cavalcante, 2016, p. 92)

Assim, a equipe de segurança deverá ve rificar alentamente as


correspondências enviadas à autoridade/ executivo, com a intenção
de buscar anomalias. Independentemente da s ituação envolvendo
artefatos explosivos, deverá isolar o local e acionar os grupos poli-
ciais especializados.

Síntese

Vimos neste capítulo que, depois de realizado o devido planejamento,


a equipe de proteção poderá ser efetivamente empregada na mis-
são e que geralmente se trabalha com perímetros de segurança ou
círculos de proteção.
Dissemos que uma autoridade/executi vo pode se fazer presente
em locais diversos e, dependendo deles, algumas medidas poderão
ser adotadas. Para os deslocamentos a pé, existem as formações com
um, dois, três e quatro agentes. Os deslocamentos em veículos divet"
sos igualme nte implicam a adoção de procedimentos específicos.
Indicamos ainda que as varreduras e inspeções são muito impor-
tantes, e m trabalho da equipe precursora, na fase prévia da reali-
zação do evento. Elas podem ser efetivadas pelos próprios agentes
ou por profissionais especialmente contratados.
Evidenciamos que, mesmo não sendo uma situação rotineira no
Brasil, é necessário estar preocupado com a possibilidade de arte-
fatos explosivos sere m utilizados contra a autoridade/ o executivo.
Nesse sentido, os agentes de proteção precisam ter consciência de
que os a rtefatos explos ivos utilizados contra autoridades/executi-
vos poderão não se parecer com o conceito de " bomba" tradicional.
Sendo assim, necessitam estar bem informados sobre tais artefatos
e como preven i-los, a fim de poder detectá-los.

Questões para revisão

1) Sobre procedimentos e normas, assinale a alternati va correta:


a. O grupo de preparação é constituído pelas equipes de pla-
nejamento, precursora e de vistoria.
b. O g rupo de execução é constituído apenas pelas equipes
aprox imada, velada e avançada.
e. A equipe de planejamento tem a missão de, an tes da che-
gada da autoridade, percorrer os locais de eventos e hos-
pedagem, a fim de subsidiar o planejamento da segurança.
d. A equipe velada é a responsável pela proteção imediata
da autoridade e por sua retirada em caso de emergência.
2) Sobre procedimentos e normas, assinale a alternativa incorreta: 125
a. A equ ipe ostensiva é formada por conjuntos de pessoas de
diversos órgãos (apoio) que executam trabalhos ostensivos,
com a final idade de apoiar e faci lita r os deslocamentos da
autoridade, anulando ou intimidando ações hostis e pre-
venindo acidentes.
b. Consoante Michel.e Maria Sagin da Silva (2011), a equ ipe
avançada é "aquela respons;ível de chegar aos locais dos
eventos com certa antecedência (mí nimo de 15 a 30 minu-
tos an tes), aguardando a chegada do dignitário e sua comi-
ti va para, enlão, desloca r-se ao loca] do próximo evento.
É nessa atividade que são observadas as condições de local
e público, antes da passagem ou chegada do comboio, aler-
tando o chefe da equipe (ca rro-comando) para as anorma-
lidades observadas".
e. H<i locais fixos permanentes e locais fixos temporários.
cl. Um museu é obviamente um local fixo permanente.

3) Sobre procedimentos e normas, assinale a alternativa correta:


a. Para os deslocamentos a pé, existem as formações apenas
com um e com dois agentes.
b. As varreduras e inspeções são muito import.anles, em tra-
balho da equipe precursora, na fase prévia da realiz:ação
do evento. Elas podem ser efetivadas pelos próprios agen-
tes ou por profissiona is especia l men te contratados.
e. Não devem ser consideradas as possibilidades de atenta-
dos com artefatos explosivos no Brasil por esta não ser uma
s ituação rotineira no país.
cl. Segurança eletrôn ica é, portanto, a única preocupação de
uma seção de proteção de autoridades/executivos.

4) O que é a equipe ostensiva?


5) Quando há eventos com a participação da autoridade/
126
do executivo, quem é a equipe responsável pelas varreduras
e inspeções?

Questão para reflexão

1) Um dos temas mais interessantes na proteção de executi-


vos é a carta-bomba. Não se parece em nada com os explosi-
vos ma is t rad ic ionais, todavia é tão ou muito mais destrutiva.
Em matéria publicada pelo The New York Times, de 17 de
dezembro de 1989, é possível ver ificar q ue o juiz federal ame-
ricano Robert S. Vance morreu por causa da explosão de uma
carta-bomba enviada para sua residênc ia às 15h de 16 de
dezembro de 1989, na cidade de Mountain Brook, Alabama
(Leller Bomb ... , 1989, tradução nossa}:
Um juiz federnl foi morto e s1w esposa ficou gra·veme11-
J.e ferida esta tarde por w1w carta-bomba que explodiit
na casa deles no subúrbio de Birmingh<un, disseram
autoridades.

O Ju.iz, Robert S. Vance, da. Corte de Apelações dos


Estados Unidos para o 11~ Distrito, morre1,1, instanta-
11eame11t.e quando wn pacote e11tregue em sua casa ex-
plodii,1, por volta das 15h, de acordo com o porta-voz do
FBI, Chuck Steinmetz. A esposa do juiz, Helen, deu en-
trada no Hospital Birmingham em grnves condições e
lesões int.emas.

; Is autoridades disseram q1te não tinha.m motivo ou sus-


peito. Tom. Moore, agente do F.B.l. em Birmingham, dis-
se que a agéncia estava investigando a possibili<úule de
algwna conexão com o tr6fico de drogas colombiano.
Ojuiz !lance "li<úm cmn gmnde ?JOlume de casos de dro-
gas da Fl6rida," ele disse, mas enfatizou que as drogas
eram apenas um dos possí?Jeis motivos. 127

O assassinato leve relação com a profissão do juiz federal ame-


ricano Robert$. Yance. Então, deve-se considerar que pes-
soas muito importantes, executivos e autoridades podem, sim,
estar sujeitos ao recebimento de cartas-bomba. Portanto, elas
não podem ser desconsideradas, e qualque r seção de prote-
ção de autoridades/executivos deve se preparar para a aná-
1ise e a triagem de correspondências enviadas, minimizando
. .
assun os nscos.
Com base nesse relato e no que foi estudado no capítulo, res-
ponda: Diante do fato de pessoas mu ito importantes, executi-
vos e autoridades estarem expostos a cartas-bomba, como
você e nxerga que deve ser a atuação de agentes de segu-
rança? Que tipos de providências e cuidados devem ser toma-
dos? Comente sua resposta.
Perguntas e respostas

1) No que diz respeito às formações a pé e em veículos, assinale


a alternai iva correta:
a. No comboio com dois veículos, o da autoridade/do executivo
vai atrás.
b. A formaç.ão a pé com um agente é a mais básica de todas
e, normalmente, é utilizada em viagens internacionais,
quando apenas um agente de segurança acompanha a auto-
ridade, fazendo as vezes do ajudante de ordens e também
de segurança da autoridade.
e. No comboio com três veículos, o da autoridade/do executivo
vai sempre ao centro.
cl. Os motoristas da escolta sempre aguardam a chegada da
autoridade dentro dos veículos.

Respostas:
a. Incorreta: No comboio com dois veículos, o da autoridade/
do executi vo vai à frente para que possa ser "cuidado" pelo
veículo da equipe.
h. Correta.
e. Incorreta: No comboio com três veículos, o da autoridade/
do executivo pode ir à frente ou ao centro.
cl. Incorreta: Os motoristas da escola sempre aguardam ache-
gada da a utoridade do lado de fora dos veículos.

Comentário:
Preparo adequado, treinamento constante e cumprimento de
protocolos otimizam os recursos e reduze m os riscos.
A proteção de autoridades/executivos ex ige basta nte de
seus profissionais. Buscar certificações e estar sempre
pronto a aprender é um grande diferencial.

Para saber mais

A Electronic Securily Association, fundada em 1948 nos Estados


Unidos, congrega empresas de várias áreas dentro do segmento de
segurança eletrônica. Para mais detalhes, consulte o seguin te site:

ESA - Electron ic Security Association. Oisponfvel em: <http://www.


esaweb.org>. Acesso em: 4 dez. 2016.

129
VI
í.11
C'd
~
v• P"""I
,..........

~ í.11
í.11
C'd • P"""I
~
Conteúdos do capítulo: • P"""I +-!
bD ~
v
» Planos de contingência.
» Tecnologias aplicadas à proteção de autoridades e executivos. i 1 v
~
(J.)
(J.)
2 í.11
(J.) (J.)
Após o estudo deste capítulo,
C'd ""O
você será capaz de: • P"""I C'd
v~ ""O
1. discorrer sobre os planos de contingências;
2. descrever o uso de tecnologias na proteção de autoridades e
<(J.)
bD
s • P"""I

+-!
~ ;:j
executivos. • P"""I C'd
E
o (J.)
v ""O
Neste último capítulo, vamos tratar sobre os planos de contingência (J.) ~g
e algumas tecno.logias uti.lizadas no trabalho de proteção de auto- ""O C,)11
ridades e executivos. Nossa intenção é apresentar informações e í.11
2
dados sobre os veículos blindados - formas e níveis de blindagem,
por exemplo - e também mencionar outros recursos, que incluem
8
C'd
8
o...
até mesmo detectores de annas químicas.
~ /C'd
6.1 Planos de contingência
Para qualquer seção de proteção de autoridades/executivos, w11a das
providências mais importantes a serem tomadas é a de se preparar
para ocorrências, acidentes e sinistros. Para tanto, faz-se necessá-
rio o plano de contingência, fundam ental de ser executado quando
eclodem s ituações desagradáveis e que podem pôr e m risco as lide-
ranças e os d ignitários. Esse é o tema deste capítulo, no qual vamos
apresentar, entre outros aspectos, as características desse plano.

6.l.l Necessidade
O plano de contingência é muito importante para qualquer seção de
132 proteção de autoridades/executivos. Para Jocemar Pereira da Silva
(2016, p. 22), o planejamento de contingência

se resume em documento nomwti-vo que descreve de for-


nui clara, concisa e completa a resposta ou ação que cle-
·uerá ser desencadeada diante de adversidades on em. caso
de a.contecim.ento de wn sinistro, perda ou dano, seja ele
de orrlern pessoal (lw.mcma) ou patrimonial (bens uuzgí-
-veis e intangíveis).

Exatamente por se pretender minimizar ou eliminar os riscos a


que estão sujeitos autoridades/executivos é que devem ser elabora-
dos planos de contingência. Sobre a necessidade deles, Silva (2016)
comenta que os planos de contingência têm como objetivos ga rantir
o funcionamento de uma empresa ou a dinâmica de uma residência,
mi nimizar ou excluir os prejuízos de um incidente e envidar esfo 1~
ços para que eles não ocorram. O aulor enumera alguns motivos que
justificam tais planos:
l. 1'oda empresa ou dign.itárw estão sujeitos <t w1w enor-
me quantidade de riscos. Se não existir uma previs<7o
sobre as ações qzte devem ser desencadeadas diante do
aco11t.ecimen.to dos riscos/sinistros, a em.presa ou o digni-
tário poderá ir à. ruína, seja porq1te não sabe o que e como
.,
.g
fazer; ou porqne adotou procedimentos inconvenientes à 8
:::
sit.uaçao apresentada;
~ .•
.~ ·~
.s•o ~
2. Se o planejamento de co11tingência foi estruturado cor- g ~

~ ""~
retam.e11te, haverá uma resposta imediata invocando os " ...,
procedimentos de recupera.çiio da normalidade da vida " ...,"
·~
,.. "' ~
empresarial ou d<i vicút do dignitário; ·= ""
...,8...
~
~

<>
3. Ainda que aconuça. um sinistro os danos serão mini- "'"'
~
mizados ou anulados, co1iforme o caso; â .,,,~"-
a:
4. A empresa ou. dignit.ário poderá vislumbrar cenários 133
prospectivos, 01t seja, fazer planejamentos a. longo prazo
se houver uma segurança preventiva. e contingencial bem.
estruturada. Diminuirá incertezas e aument.ará <t convic-
ção dct realizaçiio elos objetivos üulividuais e corporativos.
(Silva, 2016, p. 22)

Portanto, o plano de contingência é absolutamente necessário e


por meio dele será assegurada uma prestação de serviços de prote-
ção de alta qualidade e competência.

6.1.2 Características
Todo plano de contingência apresenta características peculia res que
constituem a sua estrutura. Araújo Gomes (2016) assim as elenca :
» Material d e introdução - Trata-se de um conjunto de infor-
mações que vão possibilitar que o plano seja usado e conlro-
lado, e ntre as quais se inclue m o documento de aprovação, a
l)á.,.ina
ty
de assinatw·as ' o reo-istro
b
de alterações ' o recristro
b
das
cópias d istribuídas e o sumário.
» Finalidade - Diz respeito às ex pectativas quanto ao plano
a partir das quais ele é executado; dela pode fazer parte um
resumo cio plano básico, além de anexos e apênd ices específicos.
» Situação e p1·essupos tos - Referem-se ao contexto em que
se está inserido, com descrição de a meaças e perigos envol-
vidos, e também à identificação dos dados e das informações
q ue precisam ser levados em conta na condição de pressupos-
tos (em vez de fa los).
» Ope 1·ações - Tornam evidentes as ações dianle da emer-
gência e conte mplam aspeclos como organização dos órgãos
e esquema de resposta, ferramentas para monitoramento, alerta,
a la r me e acionamento, instâncias de atuação, o que fazer antes,
d urante e após a emergência, quem solicita ajuda e e m que
134 ci rcunslâncias isso ocorre.
» Atribuição de r esponsa bilidades - Define o que cada um
dos envolvidos (agências e departamentos) deve fazer para
colocar o plano em prática, o que torna possível uma busca
rápida e dá agilidade ao enfrentamento da emergência. os
casos em que haja duas ou mais organizações incumbidas da
mesma ação, é preciso defi ni r aquela que será a responsável
primárias e as de suporte.
» Adininis tração e logís tica - A.ponlam a forma por meio da
qual o suporte adminis trativo e logístico vai ocorrer, o que
implica acordos que assegurem serviços e suprimentos, con-
tratação de recursos, recomendações relacionadas ao uso e à
prestação de contas de recursos financeiros.
» Instruções pa1·a uso do plano -Apontam resumidame nte
onde o plano será posto e m prática, detal hando locais e traje-
tórias levados em conta no pla nejamento.
» lnstl'llÇÕes par a tnauuten ção do plano - Definem alguns
aspectos associados ao aperfeiçoamento do plano em todas as
suas frentes (periodicidade e tipo de treinamentos, mecanis -
mos para avaliar as e mergências, recomendação às agências
envolvidas para efeti var os procedimentos operacionais reque-
ridos para a atuação delas) . .,
.g
» DistI"ihuição. 8
:::
» Registr o d as a lteraçõ es. ~ .•
.~ ·~
Assim, cada seção de proteção de autoridades/executivos que pre- .s•o ~
g ~

parar adequadamen te um plano de contingê ncias especificamente ~ " "~


voltado para suas alividades o tornará eficiente e eficaz, cumprindo " ...,
" ....,".,
·~
sua missão com maestria. ,.. ~
·= ""
...,8...
~
~

<>
~
"'"'
6.2 Tecnologias aplicadas à proteção â ~
a: .,,,"-
de autoridades e executivos 135

É muito importante que agentes de proteção lenham conhecime nto


das tecnologias que são aplicadas na tarefa de garantir a integridade
física de autoridades e dignitários. Vamos tratar aqui dos veículos
blindados e de outras tecnologias, como detectores de armas quí-
micas, comunicação por satélite etc.

6.2.1 Veículos blindados


O uso de tecnologias na proteção de autoridades/executivos é extre-
mamente importante. Um dos itens mais comuns utilizados é o
veículo blindado. Dependendo do nível da blindagem, esta assegu-
rará tempo suficiente para que o motorista adote os procedimentos
evasivos necessários .
Consoante matéria da Tribuna do Norte, intitulada " Bl indagem de
ca rros no país: custo ou 'investimento'?", de 2014, verillca-se que
"a blindagem de veículos é um mercado que cresce cerca de 20o/o
ao ano no Bras il e até o final de 2014 o País deve receber ma is
de 12 mil unidades blindadas, segundo estatísticas da Abrablin
(Associação Bras ileira de Blindage m)". Na Figura 6.1, é possível
observar uma imagem que representa o esquema de blindage m.

Figura 6.J - Esquema de blindagem veicular

01 13lindagern
total do teto
02 Colunas
05 Proteção 08 Vidros laminados
e ntre o pa inel balísticos
e o rnotor

03 Atrás
do banco e
136 po11a-pacotes

09Ta nque de
04 Pmtas combustíve l

06 Caixas 06 Caixas
de rodas de rodas
07 Blindagem
l O Bate ria por de ntro 11 Blindagem
dos espelhos por trás das
retrovisores fechaduras
fonte: Adaptado de Besl Cars, 2000.

Igualmente, o nível de blindage m poderá variar. De acordo com o


tipo de proteção que se busca, haverá um nível de blindagem espe-
cífico. Confira o Quadro 6.1, a segu ir, que traz informações sobre
essa questão.
Quadro 6.1 - Níveis de blindogem

Níveil! de Comprimento Velocidade E11cr·-..-iu Ois paros


blindageru
Tipo d e mu ni çüo
do calibre referência "
cinético por 1>n inel
15- 16.5 cm 320 +/- 12 ni/s
.22 LR H V Lead l~~- 12 J
6-6,5 in 1050 +/- 40 fús
l 5
15-16,5 cm 259 +/- 15 ni/s
.38 S1>ecial HN Lcad 3 ~2. 1 2 J
6-6,5 in 850 +/- 50 fús

10-12 cm 332 +/- 12 1n/s


9 mm Fi\IJ 440.9 J
4-4. 75 in 1090 +/- 40 fús
ll-A 5
10-.12 cm 381 +/- 15 m/s
.357 Mag JSP 7'10 J
4-4,75in 1250 +/- 50 fús

10-12 cm 358 +/- 12 m/s


9 mm FMJ 512,66 J
4-4,75 in 1175 +/- 40 fl/s
li 5
15-1 6,5 cm 425 +/- 15 m/s
.357 Mag JSP 92 1 J
6-6,5 in 1395 +/- 50 ft/s
( tOlllÍllll(I)

PianoJ dt con1i11gênri11 e ttt1uJ/ngir1J aplict1das


<...:
.... à pro1eção tlt a111orülotlts e tº.\tru1ito.s
5 Segurança e:ret·utit'lf1 e de outoridfldes

(Q1wtlro 6.1 - co11d1mio)

Nívei5 de Comr>rimeulo Velocidade Enc1·giu Disparos


Tipo de muni ção
blindagem do calibre re fer ência cinética por painel
24-26 cm 426 +/- 15 m/s
9 mm FMJ 725,9 J
9,5-J 0,25 in 1400 +/- 50 ft/s
Ili-A 5
.44 Mag Lend SWC 14-16cm 426 +/- 15 ni/s
l406J
Gas Chcckcd 5.5-6.25 in 1400 +/- 50 ft/s
7,62 X 5 1 fJ NB 56 ('lll 838 +/- 15 m/s
IH 3'105 J 5
.308 Wi ndwslC'r FMJ 22 in 2750 +/- 50 f1/s
30-06 56 C lll 868 +/- 15 m/s
IV 4068,S J l
AP 22in 2850 +/- 50 !i/s

F'o111e: Aclaplmlo de Veja ... , 2015.


No Brasil, os níveis III e IV são de uso restrito, e os demais, de
uso permitido, podendo ser autorizada aos veículos de passeio a bli n-
dagem até o nível III (Brasil, 2000). Vinicius Dorningues Cavalcante
(2016) observa que a á rea a ser blindada se classifica em duas pa rtes. .,
.g
Uma delas é a opaca, na qual se util izam chapas de aço ou mantas 8
:::
de a ra m ida, mate rial sintético ta mbém conhecido como Kedar, cuja ~ .•
.~ ·~
princ ipal característica é absorver a energia do impacto. A outra é .s•o ~
g ~

a região Lransparente, caso em que os vid ros precisam ao mesmo ~ " "~
tempo assegura r a segurança contra o projétil e a visibilidade neces- " ...,
" ....,".,
·~
sária ao conforto e à dirigibilidade. ,.. ~
·= ""
...,8...
~
Devido à baixa resistêncúi intrínseca dos vidros, ci solu- ~

<>
ção consiste em construir plctccts corn camadas intercala- ~
"'"'
â ~
das de ·vidro e policarbonato, formando a.ssim «sandu(- a: .,,,"-
ches» que são capazes de resistir aos projéteis. No processo 139
de blindagem, trocam-se todos os vidros originais por
vúlros laminados, fabricados especialmente para resis-
tir a impactos balfsticos. O n(vel de contenção balística
adm.iss(ueL depende do projeto do vi<iro blindado em ques-
tão. É preciso Levar em. consideração qual a quantida.-
de de energúi que ele deverá supor/.ar, bem como o tipo
e a frequfüicia do projétil que será o ·vetor dessa energia.
Praticamente ncio há limite para o nível de contenção ba-
lísticci de um vidro blindado, considerando-se a.penas que
quanto mais resistente tenderá sempre a tornar-se mais
espesso. O pára-brisa de um autoni6vel de passeio deve
poder conter projéteis de armas de mão atéfuzis ele alto
calibre; dependendo da tecnologia e do projeto do ·vidro.
Assim. como o peso, a espeswra do vidro balístico ·V<iria de
acordo com o 11tvel de resist€11cia balCstica e da tecnolo-
gia. empregada 1wfabricação do mesmo. Atnalmente, os
vidros de maior n(vel tecnol6gico aprese111.am. espessuras
que ·variam. entre 15 e 25m.m, podendo chegar a 50mm.
no caso elas mais sofisticados «limousines» governa.num-
tais. (Cava lcante, 2016, p. 24)
Confira na Figura 6.2 a representação da blindagem dos vidros
de um veículo.

Figura 6.2 - Blindagem. de ·vidros de veículos

- - - - Película antiestilhaço
- - - Poliéster
- - - Polivinil hutiral hutacite (Du Pont - USA)
- - Vidro
PoliW'etano
Policarhonato maciço Lexa n MR - 10
N (General Electric - USA)
\..~ Poliuretano
\.'\.._____ Vidro
Pol ivinil butirnl bulacile (Du pont - USA)
' - - - - Vidro com filtro solar
- - - - - - - - - - - - Tinta cerâmica (com serigrafia de pontos)
140
Fonle: Adaplado de Cavalcanl e. 2016. I" 2'k

Devemos sempre lembrar que o veículo blindado não será garan-


tia de invencibilidade. Ele funciona como um elemento a mais no
s is Lema de proteção da autoridade/do executivo. Dessa mane ira,
seu emprego precisa ser efetivado considerando-se algumas siLua-
ções. Cavalcante (2016) explica que a blindagem dá às pessoas que
estão no carro chance de sobreviverem quando o atentado ocorre ao
permitir que escapem no menor espaço de tempo possível do local.
Ele s ugere alguns cuidados e providências diante de um ataque:

4.2.3. Num. atento.do com.o um. assalto nwn sinal de trân-


sito, os ·vidros blindados nonncdm.ente resi..stirão a. dois
01i três impactos pr6."Cimos uns dos outros, desde que o

atirador não consiga colocar seus tiros num mesmo pon-


1o. [. .. ]A regm vale parti todos os veículos blindados ou
não: se o carro for alvejado por tiros 11 ão pare! Leve-o,
o mais rápido que puder, até o local mai..s seguro que
conseguir alcançar. A mntagem é que os veú:ulos blinda-
dos sempre sercio mais resistentes às colisões, costwnam.
ter pneus especi<Lis, capazes de rodar mesmo ·vazios por
breves períodos.
.,
.g
4.2.4 . Veú:ulos blindados, sendo nuús pesados e menos 8
:::
ágeis que os congéneres sem proteção, não podem ser ~ .•
conduzidos da mesma jimna que os ·veícu.los mais leves. •o ·~
.~
.s ~
li grande nuiiori.a dos pmprietários de 'lleículos blindados g ~

~ " "~
dirige seu carro acreditando numa jàlsa ilusão de in'llul- " ...,
nerabilidade. Uma lição indispensá'llel ao mctorista é a " ....,".,
·~
,.. ~
de que ele deve estar sempre atento ante a necessidade ·= ""
...,8...
~
de executar manobras evasi-vas e/ou defe11si·vas que ·vão ~

<>
requerer muito mais per{ci<t do condutor. É necessário co- ~
"'"'
â ~
nhecimento e treinamento pam a execução dessas mano- a: .,,,"-
bras e um bom curso de direção - onde o agente de segu- 141
rança/motorista ·vivencie e aprenda técnicas de controle
do volante, con.t.role de frenagem e manobras evasivas e
ofensivas. (Cavalcante, 2016, p. 27-28)

A bl indagem de veículos, portanto, deve ser cons iderada uma


ótima opção para o desempenho da missão da proteção de autori-
dades/executivos. Ela será um importante catalisador para minimi-
zar os riscos, otim.izar os recursos e facilitar os procedimentos de
segurança .

6.2.2 Outras tecnologias


A utilização de quaisq uer outras tecnologias dependerá, obviamente,
do grau de risco da autoridade/do executivo, bem como do orçamento
disponível. Entre elas encontram-se detectores de armas químicas
e radiológicas, controles de acesso biométricos, sistemas de rastrea-
mento e comunicação por satéli te.
Cada autoridade/executivo deverá ler seu perfil detalhadamente
descr ito para uma análise completa do grau de risco a que está
exposta. Essa tarefa servirá de base para a defin ição das estraté -
gias dos serviços de proteção a serem desenvolvidos.
Estar constantemente atualü:ado e sintonizado com as mais
modernas tecnologias será deter minan te do grau de sucesso de uma
~
""' seção/d ivisão de proteção de au toridades/executivos, que não pode
1
"
{l
jamais deixar a rotina balizar suas atividades.

§"
ã
~ Síntese
~~

J• Vimos neste capítulo que o plano de contingência é muito impor-


MZ lante para qualquer seção de proteção de au toridades/executivos.
Exatamente por se pretender minimizar ou eliminar os riscos a que
estão sujeitos autoridades/executi vos é que devem ser elaborados
planos de contingência. Estes são absolutamente necessários, visto
que, por meio deles, será assegurada uma prestação de serviços de
proteção de alta qualidade e competência.
Observamos também que todo plano de contingência apresenta
características pecu liares, que constitue m a sua estrut ura. Tendo
isso em vista, cada seção de proteção de autoridades/executivos
que preparar adequadamente um plano de contingências especifi-
camente voltado para s uas atividades se tornará eficiente e eficaz,
cumprindo sua missão com maestria.
Neste capítulo, apresentamos um dos ite ns mais comuns na pro-
teção de au toridades/executivos: o veículo bli ndado. Dependendo
do nível da bl indagem, esta assegurará tempo sufi ciente para que
o motorista adote os procedime ntos evasivos necessários. Devemos
sempre lembrar que o veículo blindado não será garantia de inven-
cibilidade, funcionando como um elemento a mais no sistema de
proteção da autoridade/executivo. Dessa maneira, seu emprego pre-
c isa ser efetivado considerando-se algumas situações.
Enfim, chamamos a atenção para o fato de que a utilização de
quaisquer outras tecnologias dependerá , obviamente, do grau de .,
.g
risco da autoridade/executivo, bem como do orçamento disponível. 8
:::
Entre elas encontram-se detectores de armas químicas e radioló- ~ .•
.~ ·~
gicas, controles de acesso biométricos, sistemas de rastreamento e .s•o ~
g ~

comunicação por satélite. ~ ""~


" ...,
" ...,"
·~
,,. "'
·= ""
~

Questões para revisão


...,8...
~
~

<>
~
"'"'
â ~
1) Sobre a necessidade de planos de c ontingênc ia, assinale a a: .,,,"-
alternativa correta: 143
a. Exatamente por se pretender max imizar os riscos a que
estão sujeitos autoridades/executivos é que devem ser ela-
borados planos de contingência.
b. O plano de contingência é muito importante para qualquer
seção de proteção de autoridades/executivos .
e. O plano de contingência é absolu tamente desnecess<1rio.
d. O plano ele contingência deve ser sempre elaborado quando
a previsão do tempo não for favorável.
2) Sobre o uso de veículos blindados na proteção de autoridades
e executivos, assinale a alternativa correta:
a. No Brasil, os níve is lll e IV são ele uso restrito, e os demais,
de uso permitido; pode ser autorizada aos veículos de pas-
seio a bl indagem até o nível IV.
b. Um dos itens mais comuns na proteç.ão de autoridades/
executivos é o veículo blindado. Dependendo do nível da
blindagem, esta assegu ra rá tempo sufic ie nte para que o
motorista adote os procedimentos evasivos necessários.
e. Deve-se sempre lembrar que o veículo blindado será garan-
tia de invencibilidade.
d. A blindagem de veículos deve ser considerada urna opção
mu ilo ca ra para o desempenho da missão da proteção de
autoriclades/execulivos

~ 3) Sobre o uso de outras lecnologias na proteção de autoridades


""'~" e executivos, assinale a alterna tiva inc on·eta:
~ a. A utilização de quaisquer outras tecnologias dependerá,
"
{l
obviamente, do grau de risco da autoridade/do executivo,
§"
ã bem como do orçamento disponível.
"
~ h . Entre as tecnologias estão detectores de armas químicas
s"
~ e radiológicas, controles de acesso biométricos, sistemas
~{)
<Jl de rastreamento e comunicação por satélite.
144 e. Cada autoridade/executivo deverá Ler seu perfil detalha-
damente descrito para urna análise completa do grau de
risco a que está exposta. Essa tare ia servirá de base pa ra a
definição das estratégias dos serviços de proteção a serem
desenvolvidos.
d . O uso de outras tecnologias somente será recomendado
quando o grau de risco ela autoridade/executivo for muilo
alto.

4) O plano ele contingência é necessário? Por quê?


5) Cite os níveis de proteção balís tica.
Questão para reflexão

1) O uso de tecnologias na proteção de autoridades/executivos


tem crescido significativamente . A segurança das comunica- .,
.g
ções contra armas radiológicas, químicas e bacteriológicas é 8
:::
foco de grande preocupação. Indiscutivelmente, a utilização ~ .•
.~ ·~
de veículos blindados lam bém aumentou. .s•o ~
g ~

Dessa maneira, todo profissional de proteção de au toridades/ ~ ""~


" ...,
executivos deve procurar se atualiza r sobre as novas tecnolo- " ...,"
·~
gias e saber utilizar as que puderem ser adqu iridas, atuando
,.. "' ~
·= ""
...,8...
~
com mais eficácia e eficiência. ~

<>
Com base nesse rela to e no que foi estudado no capítulo, res- ~
"'"'
â .,,,~"-
ponda: Qual é a importância de os profissionais que atuam na a:
proteção de autoridades/executivos se atualizarem sobr e as 145

novas tecnologias? Comente sua resposta.

Perguntas e respostas

1) Sobre as características dos planos de contingência, de acordo


com Araújo Gomes (2016), assinale a alternativa correta:
a. Atribuição de responsabilidades: Deve-se iniciar o plano
de contingência por certas informações que facilitem seu
uso e controle. Entre elas, recomendam-se: documento de
aprovação, página de assinaturas, regis tro de a lterações,
registro das cópias distriJ)uídas e sumário.
b. Administração e logística: Descreve a motivação pela
qual o plano [oi elaborado, estabelecendo de forma clara
o que se espera dele. O restante do plano de contingência
der iva, de forma lógica, da finalidade. A fin a lidade pode
ser suportada pela apresen tação de uma sinopse do plano
básico, dos anexos funciona is e dos apêndices específicos.
e. Instruções para uso do plano: Essa parte do plano deve
estabelecer claramente, ele forma sucinta, onde o pia no será
utilizado, incluindo um rol das instalações e cios percursos
explicitamen te cons iderados no planejamento.
cl. Instruções para manutenção do plano: Após o estabele -
cimento da finalidade, a descrição de s ituação estreita o
foco, delineando as ameaças ou os perigos a que o plano
se refere, a caracterização das áreas s ujeitas ao plano e as
informações utilizadas na preparação do plano que devem
ser tratadas como pressupostos, e não como fatos.

Respostas:
146
a. Incorreta: A descrição corres ponde ao mate rial d e
introd ução.
b. Incorreta: A descrição corresponde à finalidade.
e. Correta.
cl. fncorreta: A descr ição diz respeito à situação e pressupostos.

Come ntário:
Conhecer as características do plano de contingê ncias facili-
tará a elaboração dele.
2) Sobre os níveis de proteção balíst ica, ass ina le a alternativa
correta:
a. Nível l: Uso permitido. Para munições 9 FMJ (com energia
cinética de 513 Joules) e .357 Magnum JSP (com energia
cinética de 921 Joules).
b. Nível II-A: Uso permitido. Para munições .22 LRHV
Chumbo e .38 Special RN Chumbo.
e. Nível II: Uso permitido. Para munições 9 FMJ (com ener-
gia c inética de 441 Joules) e .357 Magnum JSP (com ener-
gia cinética de 740 Joules).
cl. No Brasil, os níve is III e JV são de uso restrilo, e os demais, .,
de uso permitido; pode ser autorizada aos veículos de pas-
"""8
seio a blindagem até o nível Ilf. "'§- .•
·~
~
.;:
R es post as: .s•• ~
%
~ "'"'
a . lncorrela: A descr ição corresponde ao nível lI. "'~
"
b. Incorreta: A descr ição corresponde ao nível I.
.~
~
""·~
.s
!o :e
e. Incorreta: A descr ição corresponde ao nível II-A.
""
.~

cl. Correla. 8 ~
()

"""'e "'~"'
Con1entário: ~
a: .,,,"'
Ter domín io sobre os níveis de proteção balística pode facili- 147
tar muitas atividades e missões.

o
lctS

á5
êa Conhecer a legislação aplicável à missão é fundamental
*
<Ll
para uma me lhor atuação.

Para saber mais


Recomendamos que você assis ta aos vídeos a seguir, respectiva-
me nte, sobre p.lano de contingência e blindagem veicu lar:

SEGU RANÇA ele clignitfü·ios: Aula 6 - Plano de contingências.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=305RTde-NKw>.
Acesso em: 4 dez. 2016.
VEJA como é feita uma bl indagem. Disponível em: <https://www.
youtuhe.com/watch?v=yT9KVHJ2fIA>. Acesso em: 3 dez. 2016.
Chegamos ao final de nossa jornada, na qual discutimos sobre segu-
rança executiva e de autoridades. Durante o livro, apresentamos o
histórico da proteção de líderes e dignitários, bem como os sistemas
de proteção. Também abordamos um assunto bastante relevante, que
é a ges tão de pessoas, dos recursos materiais, da forma ção e aper-
foiçoamento dos agentes de proteção, dos processos de trabalho, da
inteligência na proteção de autoridades e executivos, sem falar da
auditoria em proteção de autoridades e executivos, liderança e moti-
vação e planejamento de missões de proteção.
Na sequê ncia, analisamos a estrutura de uma seção ele proteção
no que diz respeito aos recursos huma nos e aos recursos materiais e
o perfil do agente de proteção, vestuário, armamentos e equipamen-
tos e proced imentos e normas. Finalmente, falamos sobre os planos
de contingência e o uso de veículos blindados na proteção de líde-
res e executi vos, bem como de outras tecnologias.
O objetivo desta obra não foi o ele esgotar o Lema. Ainda exis-
tem muitas questões a serem debatidas, analisadas e aperfeiçoadas.
O serviço ele proteção de autoridades/executivos está em consta nte
mutação, uma vez que a cada d ia novas tecnologias são desenvol-
vidas, novas técnicas elaboradas e testadas e novos procedimentos
estabelecidos.
Os Lemas abordados servem para dar uma base relativamente sufi-
ciente a Lodos quantos pretendem laborai· na atividade, dotando-os
de elementos relevantes que fazem parle do serviço de proteção, seja
em nível est ralégico, seja tático, seja operacional.
Qualquer profissional - e especialmente quem trabalha com pro-
teção de autoridades/executivos - que deseja exercer seu mister de
forma exemplar precisa ler a consciência de que procurar atualiza-
ção e aperfeiçoamento constantes, estar disposto sempre a aprender
e, o mais i mportanle, não deixar a rol ina dominá-lo são ações impor'"
lantes para o sucesso profissional e a realização pessoal.

150
ANTHUERPIA CONSULTORIA E TREINAMENTO. S ite. Disponível
em: <http://www.anthuerpia.com/>. Acesso em: 5 dez. 2016.
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154.
Capítulo 1 Capítulo 2
Questões para r evisão Ques tõ es para revisão
1. b 1. a

2. a 2. d

3. F, F, V, F. 3. h
4 . Departa mento da Polícia Fede- 4 . A gestão d e processos toma-se
ral, Departamento da Polícia fondamenta l porque lida com
Rodoviár ia Federal, Polícias a vida, a integridade fís ica e
Civis e Polícias Militares (estas psicológica ele pessoas muito
mais especificamente nas Casas importantes.
Militares, com missão ele prole - 5. A atividade ele inteligência é
gero governador. vice-governa- muito importante, seja pelo
dor e fam ilia res). leva ntame nto de in formações
5. O atentado contra o vi<:e-gover- anteriormen te a eventos, seja
nador ele Goiás, José E Iiton. pela coleta ele inteligência sem-

Questões para reflexão pre que possível.

1. A clica é para fazer apontamen- Ques tão para r eflexão


tos na direção de que el imi- l. A clica é elaborar ideias que vão
nar 100% cios riscos é pratica- na direção de q ue ninguém está
mente impossível. totalmente protegido durante
Lodo o tempo.
Capítulo 3 3. F, V, F, V.

Questões par a revisão 4. P istola calibre .380.


l. a 5. P istola calibre 9mm.
2. b Questão para reflexão
3. F, F, V, F. l. A orie ntação para a resposta
está no fa to de que o agente de
4. Apesar de ser interessante que
proteção d eve ter mu itos atri-
todo o efetivo seja tre inado
butos para poder desempenhar
para realizar diversas tare-
bem s ua missão.
fas, a d esignação específica de
missõE>,s auxil ia na especializa-
Capítulo 5
ção das a tividades, me lhorando
Q ues tões para revisão
sens ivelmente a qualidade cios
serviços.
1. a
2. d
5. Não. Muitas vezes jamais será
possível ter todos os recursos 3. b
materiais. O majs important e é o 4. A equipe ostensiva é formada por
treinamento cio efetivo, sua dedi- conjuntos ele pessoas ele diver-
cação e seu profissionalismo. sos órgãos (apoio) que exe1;ulam
Ques tão para reflexão trabalhos os tensivos, com a
l. A orie ntaç ão é para que o aluno finalidade ele apoiar e facilitar
re flita qu e ningu ém c onse- os des locamentos ria autoridade,
gue se preparar plenamente ele anu lando ou intimidando ações
maneira ind ividual, se m depen- hostis e prevenindo a cidentes.
der ele outras pessoas ou grupos. 5. Equipe precursora.

Ques tão para r eflexão


Capítulo 4
l. A resposta eleve c onte mplar a
Q uestões pana rev isão
verificação dos procedime ntos
l. cl
por ocas ião de varreduras con-
2. c tra E'-xplosivos.

156
Capítulo 6 Ques tão para reflexão
1. É importante que o aluno veri-
Questõ es para r evisão
fique que utilizar bem os recur-
1. b
sos humanos e os materia is d is-
2. b poníveis pode garantir o s ucesso.
3. d
4 . Sim. A exi stê ncia de um plano
de contingências min imiza os
riscos da autoriclacle/clo exe-
c utivo.

5. 1, li-A, 11, Ill-A, III e IV.

157
Claudio nol' Agibel't é bacharel em Direito (2009) pela Univer-
sidade Tuiuli do Paraná (UTP), pós-graduado em Administração
Pública (2010) e Dire ito Administrativo Disciplinar (2012) e especia-
lista em Polícia .Jud iciária Militar (2006) e Proteção de Dignit<í rios
(2002), além de instrutor de armas de fogo (2003). É graduado na
Academia Pol icial Militar do Guatupê (1996) e oficial d a Polícia
Militar do Paraná no posto de Capitão, com mais de 24 anos de
serviço. Com vasta ex periência nacional e inte rnacional e tendo
atuado na proteção pessoal de d iversas autoridades por mais ele dez
anos, é a tualmente o secretário da Divisão Internacional de Polícia
da Associação Interna cional ele Chefos ele Polícia, com sede e m
Alexand ria, Virgínia, Estados Unidos.

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