Tema I e II. Inertes
Tema I e II. Inertes
I. Materiais de construção
— Definição:
São considerados materiais de construção, aqueles que possuindo uma certa
resistência e propriedades próprias e que possam constituir matéria sólida, são destinados a
suportar cargas a que estarão submetidos durante a vida útil do edifício. Podem ser simples
ou compostos; podem ser obtidos directamente da natureza ou elaborados industrialmente.
Classificam-se em:
Materiais Principais – os que têm como função suportar as cargas
principais e conceder uma estrutura resistente ao edifício. Ex.: Pedra,
Betão, Aço, Madeira.
Materiais de Ligação – são materiais com dimensões muito reduzidas, cuja
função é ligar outros materiais originando estruturas mais complexas. Ex.:
Cimento, cal, gesso, asfalto, cola.
Materiais de Acabamento – servem para dar um acabamento estético ao
edifício, melhorando as suas propriedades servindo também para proteger
os elementos resistentes do mesmo e para permitir o seu funcionamento.
Ex.: Argamassa, gesso, madeira, tinta, plástico, vidro, cerâmico, alumínio.
— Importância:
É o conhecimento dos materiais de construção que possibilita ao projectista
(engenheiro ou arquitecto) escolher, dos materiais disponíveis, aquele que melhor atenda às
condições de solidez, durabilidade, custo e acabamento da obra, sendo estes, factores
determinantes da qualidade da construção.
Especificaçöes Técnicas
Um projeto de engenharia não só consiste em planos, desenhos e cálculos, também inclui uma
parte escrita que forma parte da memória descritiva e as especificações técnicas.
A memória descritiva é a parte do projeto em que são explicados todos os elementos que não
podem ser explicados por gráficos ou ser esboçados dentro dos quais estão:
Deve ser utilizada uma guia de especificações para não omitir nenhum detalhe técnico.
Normalizaçao
No passado o nome e a reputação de um fabricante era bastante para ter idéia da qualidade de um
material, este processo foi muito regional e se complicou quando os fabricantes novos não
tiveram opção de competição no mercado, fez-se necessário estabelecer padrões unificados de
qualidade e uso dos materiais com que pode ser medido os produtos que vêm de qualquer
fabricante grato ou não no mercado.
Por exemplo em Brasil a normalização toma conta da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), uma sociedade civil sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro o mesmo esta
combinação um para os sócios seguintes, esparrame pelo país inteiro.
- mantenedores - contribuem substancialmente;
- coletivos - sinal ou entidades;
- singular - contribuem em balança menor;
- entidades associadas - aconselham o trabalho de ABNT.
ABNT é dedicado à elaboração, difusão e implementação de normas técnicas, isto não restringe
isso em campos, mas outro particular específico ou entidades de funcionário exista com os
mesmos objetivos.
Alguma exemplos do associação:
Brasil:
- Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP);
- Instituto brasileiro do Concreto (IBC);
- Instituto brasileiro do Pinho (IBP).
Estados Unidos:
- Americam Society for Testing Material (ASTM)
- Americam Standard Association (ASA)
Alemanha
- Deutsche Normenausschuss (DIN)
Inglaterra
- British Standards Institution (BS)
Noruega
- Norges Standardiserings-Forbund (NSF)
Essas entidades todas são coordenadas pelo ISO (International Organization for
Standardization) e por comitês continentais, como o COPANT (Organização Pan- Americana
de Normas Técnicas).
As normas não são estáticas, eles estão em desenvolvimento contínuo e melhoria, como a
indústria avança e técnico de construção, a atualização das normas técnicas que eles endossa
estes processos deveria avançar deste modo.
Esforços Mecânicos
Os esforços mecânicos ou solicitações simples a que um corpo pode ser submetido são:
1) Compressão 2) Tracção
P = 3 000 kgf
S aço = 10 cm2
Saço = 30 P = 6 000
cm2 kgf
Exemplo:
Seja um fio de 1 cm de diâmetro que, submetido a uma tração de 500 kgf, passa de uma
longitude de 3 m para 3,02 m.
Área do fio:
Tensão:
Deformação total:
Deformação unitária:
Módulo de elasticidade:
— Definição:
Betão é um material constituído pela mistura homogénea, devidamente
proporcionada, de pedras e areia, com um ligante hidráulico, água e, eventualmente,
adjuvantes.
A propriedade que os produtos da reacção do ligante com a água têm de endurecer, confere à
mistura uma coesão e resistência que lhe permite servir como material de construção.
No ciclo de vida do betão emergem duas etapas distintas: o Betão Fresco e o Betão
Endurecido, qualquer delas com propriedades específicas.
Esta propriedade é avaliada através da coesão e consistência que o betão apresenta, tendo
em conta os meios disponíveis para o transporte, colocação, compactação e acabamento do
mesmo.
— Resistência Mecânica
a) Constituintes;
b) Trabalhabilidade;
c) Característica dos moldes;
d) Compactação;
e) Cura;
f) Idade;
g) Métodos de ensaio.
— Durabilidade
a) Relação Água/Cimento;
b) Compactação e Cura;
c) Espessura de Recobrimento.
Quase todos os factores que influem na resistência mecânica serão igualmente determinantes
na durabilidade de um betão.
Os betões podem ser classificados de acordo com o tipo de ligante utilizado na sua confecção
(cimento, betume, resina, etc.) ou com a sua massa volúmica (dependendo do tipo de inerte
incorporado, visto que este constituinte ocupa cerca de 80% do volume do betão).
— Betões Leves
— Betões Pesados
— Betões Especiais
Exemplos:
2) Betão celular autoclavado – é constituído por uma massa fluida homogeneizada de cal
gorda, cimento portland, areia siliciosa, pó de alumínio e água, que devido à reacção entre a
cal e o alumínio, provoca a libertação de bolhas de hidrogénio aumentando de volume e
adquirindo estrutura celular, com bolhas ou células esféricas de diâmetro variando entre 0,1 e
0,3 mm que não comunicam entre si.
Betões Pesados: Possuem massa volúmica superior a 2,5 t/m 3, usados sobretudo para elementos
protegidos contra as radiações (aceleradores de partículas, reactores nucleares, produtos
radioactivos, etc.).
Para obter estes betões recorre-se à substituição dos inertes correntes por outros mais densos, à
base de barita (sulfato de bário), magnetite (óxido de ferro), detritos de aço, etc..
No seu fabrico há que atender ao perigo de segregação e a eficácia da vibração. Os moldes terão
que ser obviamente mais robustos e estanques, levando a um betão mais caro que o comum.
Betões Especiais: Como betões especiais vamos aqui considerar não só os que diferem dos
betões correntes pela sua densidade (2 categorias: betões leves D < 1, 8 e betões pesados D >
2,5) como também outros tipos de betões que por outras características especiais se afastam dos
correntes, e se apresentam sem qualquer critério de sequência. Tema X.
Ora o betão, bem como as pedras naturais donde provêem os seus materiais constituintes
(cimento, inertes) resiste BEM à compressão e MUITO MAL à tracção. Por seu lado, o aço é um
material que resiste BEM à tracção e MUITO MAL à compressão.
Como SOLUÇÃO, juntam-se os dois materiais BETÃO + AÇO = BETÃO ARMADO, ficamos
com um material que resiste bem à tracção e compressão.
a) Solicitação composta numa viga b) Colocação de armadura para tracção
No betão pré-esforçado, aplica-se à armadura um esforço de tracção para que depois crie uma
compressão no betão, quando este ao endurecer, envolver o metal.
Portanto, o varão fica muito mais carregado (ou tensionado); quanto mais resistente for o varão,
mais cargas aguenta, mas, o betão pode partir-se, dai que: quanto mais resistente for o aço
mais resistente tem de ser o betão.
No betão pré-esforçado, o betão e o aço devem ser mais resistentes do que no betão armado.
Por betão pronto designa-se habitualmente a actividade de produção e transporte do betão através
de camiões betoneiras (auto betoneiras) com função agitadora e/ou misturadora, de volumes de
betão (≈ 6 m3/veículo) preparado em centrais fixas tecnologicamente habilitadas para
confeccionar um material com a qualidade adequada ao tipo de estrutura e obra pretendidos,
onde o mesmo vai ser incorporado.
2.1. Inertes
Definição: Os inertes para betões são materiais granulados, constituídos por partículas
de rochas, naturais ou artificiais, com dimensões que variam geralmente entre cerca de 20 cm e
0,10 mm. Dispersos pela pasta de cimento, constituem no betão o seu “esqueleto” perfazendo 70
a 80% do seu volume.
O seu emprego deve-se a razões técnicas e económicas, mas é necessário tomar em conta que as
características do inerte afectam profundamente o comportamento do betão.
— Classificação
Os inertes podem ser agrupados de diferentes maneiras conforme o ponto de vista considerado:
2) Obtenção:
— Rolados (naturais ou provenientes da erosão, sedimentação e depósitos das
rochas originárias);
— Britados (artificiais ou por fracturas de rochas).
3) Dimensões:
— Inerte Grosso ou Pedra (Ø ≥ 4.76 mm), pode ser rolado (godo e seixo ou
calhau) ou britado (Brita);
— Inerte Fino ou Areia (Ø < 4.76 mm), também rolado (caso comum) ou
britado (pó de pedra).
4) Massa Volúmica:
— Inerte Leve (Mv < 2.3 g/cm3);
— Inerte Normal (2.3 g/cm3 ≤ Mv ≤ 3.0 g/cm3);
— Inerte Pesado (Mv > 3.0 g/cm3).
A forma das partículas influi muito sobre as propriedades do betão, tais como a trabalhabilidade,
ângulo de atrito interno, compacidade e, em última análise, sobre todas a que dependem da
quantidade de água de amassadura.
À partícula pode circunscrever uma esfera ou um paralelepípedo rectangular cuja relação entre
os seus volumes pode definir diferentes graus de esfericidade ou em outros tipos de formas,
como cúbica, achatada ou laminar (espessura/largura < 0.50) e alongada ou acicular
(comprimento/largura > 1.50). Uma boa forma de inertes consegue-se definindo 50% máximo de
partículas alongadas e achatadas.
Para medir a forma das partículas podem seguir-se dois (2) processos:
— fazer medições geométricas sobre cada uma das partículas;
— determinar certas propriedades do seu conjunto (Ex.: permeabilidade, baridade, tempo de
escoamento de um dado volume de inerte por um orifício).
V V
γ= =1,91
π⋅N 3 N3
6
O inerte excepcionalmente bom tem um coeficiente superior a 0,4 sendo bons os inertes com
coeficientes entre 0,3 a 0,4.
Limites mínimos (NP): 0,12 para inerte rolado e 0,15 para inerte britado.
2) Resistência Mecânica
À medida que cresce a dosagem de cimento de um betão a sua tensão de rotura tende para um
valor constante, que depende da tensão de rotura da rocha que constitui o inerte (limite mínimo
fixado em 60 a 70 MPa). Dai a resistência do betão só dependerá da resistência da pasta de
cimento.
O coeficiente de dilatação térmica do inerte, sobretudo o de maiores dimensões, pode ser muito
diferente do da pasta de cimento, então, uma grande variação da temperatura pode introduzir
diferença apreciável nas dimensões relativas do inerte e da pasta de cimento, donde resulta a
rotura de ligação entre estes.
A temperatura deve estar entre 4 a 60 oC e a diferença entre os dois coeficientes deve ser no
máximo igual a 5x10-6 oC-1.
Os calores específicos são muito menos variáveis e situam-se quase todos em cerca de 0,20 cal g-
1 o -1
C .
4) Propriedades químicas
A composição química e mineralógica dos inertes e a sua reactividade com o ligante, ou com as
impurezas existentes no próprio agregado, que poderão potenciar reacções prejudiciais no seio
do betão.
a) Reacção, em meio húmido, entre os álcalis do cimento (sódio e potássio nele existente) e
a sílica não perfeitamente cristalizada do inerte;
b) Reacção dos álcalis do cimento com carbonato de magnésio de certos calcários
dolomíticos;
c) Reacção de determinadas formas de alumina com sulfatos em presença de soluções
sobresaturadas de hidróxido de cálcio fornecidas pela hidratação do cimento.
Por outro lado, há outros minerais cuja presença é normalmente indesejável, como sulfuretos,
gesso, óxidos de ferro, feldspatos alterados (caulinizados), minerais argilosos, etc..
É natural existirem partículas com propriedades por vezes perniciosas para o betão; também,
dadas as condições da sua formação, pode estar contaminado com outras substâncias estranhas.
As impurezas que o inerte contém podem interferir química ou fisicamente, podendo salientar:
o Acção química:
a) Partículas que dão origem a reacções químicas expansivas com o cimento (referidas
atrás);
b) Impurezas de origem orgânica (húmus ou lodo orgânico resultante da decomposição
parcial, pelos micróbios do solo, dos detritos vegetais e animais, ou por apodrecimento de
substâncias orgânicas, como a madeira, etc.);
c) Impurezas de origem mineral (sais) com destaque para os sulfatos, sulfuretos e cloretos.
o Acção Física:
Os cuidados a ter com o armazenamento dos inertes e a medição correcta das quantidades a
introduzir na betoneira aquando do fabrico do betão são operações condicionantes da garantia da
qualidade dos materiais.
a) Evitar a segregação;
b) Evitar a contaminação com substâncias estranhas;
c) Evitar a rotura das partículas de modo a não alterar a granulometria;
d) Uniformizar a humidade.
Quanto a medição, ela deve fazer-se preferencialmente em peso (obrigatório para betões de alta
qualidade), devendo-se respeitar a precisão de ±3% da quantidade requerida, quer para os inertes
quer para o cimento, água e adjuvantes.
A precisão mínima do equipamento de medição é também expressa e corresponde a um erro de
no máximo 1% da medida.
Para a determinação das quantidades dos componentes, em peso por unidade de volume do
betão, é necessário conhecer ainda outras propriedades do inerte que não servem, geralmente,
para apreciação da sua qualidade.
A. Massa Volúmica
Aplicada ao inerte refere-se à massa volúmica das partículas individuais, e não a massa agregada
em conjunto.
O inerte para composição do betão não deve estar seco, pois nesta condição os poros em contacto
com o exterior, por meio dos capilares, absorverão água da pasta de cimento, não contribuindo
para suas reacções de hidratação, alterando ao mesmo tempo a trabalhabilidade.
Para que o inerte não aumente nem absorva a água da amassadura, deve estar saturado de água
com a sua superfície seca (sem água na sua superfície).
Método de determinação:
p1
A massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca é: p1 − p2
p3
A massa volúmica das partículas secas é: p1 − p2
p3
A massa volúmica do material impermeável das partículas é: p3 − p2
1º) A amostra da areia é saturada por imersão em água, em camada delgada e agitação
frequente para desprender as bolhas;
2º) Seca-se a superfície das partículas dispondo-as em camada pouco espessa sujeitas a
aquecimento lento até notar-se uma mudança de cor dessas partículas,
determinando-se a massa, p1;
p1
A massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca é: p1 +m 1−m2
p3
A massa volúmica das partículas secas é: p1 +m1−m2
p3
A massa volúmica do material impermeável das partículas é: p3 +m1−m2
Pi
V i=
Em resumo, o volume do inerte que há necessidade de usar na tecnologia do betão é: δi ,
onde δi é a massa do inerte saturado com superfície seca (em Kg/l) e Pi é a sua massa.
B. Porosidade e Absorção
A relação entre a perda de massa determinada nestas condições e a massa da amostra seca, p 3, em
%, é chamada absorção, A,
p1 − p3
A= ×100
p3
A humidade superficial ou livre (isto é, a que excede a aprisionada pelo inerte no seu interior)
deve ser considerada no cálculo das quantidades dos componentes sólidos e líquidos da
amassadura. Como varia de ponto para ponto do depósito, deve ser determinada durante o
fabrico do betão.
Usando o picnómetro, sendo: δi – a massa volúmica do inerte saturado com superfície seca;
p1 – a massa da amostra húmida;
p2 – a massa do picnómetro cheio de água;
p3 – a massa do picnómetro com a amostra e cheio de água,
p1 δ i −1
O teor de humidade é:
H=
[ p3 − p2
×
( )
δi ]
−1 ×100
O ensaio é lento e requer grande cuidado na execução, pois todo o ar deve ser expelido da
amostra.
No volumétrico de Chapman, uma certa massa (500g), de inerte húmido é introduzida dentro de
um volume de água (200 cm3). A leitura do nível da água (V), no volumétrico permite
determinar a humidade:
500
V −200−
δi
H= ×100
200+500−V
O inerte grosso tem sempre menos humidade do que a areia, e geralmente causa muito menos
dificuldade do que esta.
A massa volúmica refere-se ao volume de uma partícula individual ou, no conjunto do inerte, a
soma dos volumes das partículas.
Como, fisicamente, não é possível arranjar as partículas de modo que não haja vazios entre elas,
este número não serve para determinar o volume do inerte para uma amassadura.
Quando se mede um volume de uma classe de inerte é necessário conhecer a do volume de inerte
que enche uma medida (ou molde) com um volume unitário.
A massa por unidade de volume aparente duma classe de inerte, chama-se baridade e serve para
converter massas de inerte em volumes de inerte, e reciprocamente.
M
B=
V , onde M - massa do inerte contida no molde (g) e V – o volume do molde;
B
S=
O volume de material sólido na unidade de volume do inerte é: δ i [Kg/m3], o volume de
vazios será:
V V =1−S , em m3.
a) o volume de água contida pelos inertes deve ser diminuído da água adicionada, isto é, o
volume de água a introduzir na amassadura, a’, é:
n
1
a '=a− ×∑ p H
100 i=1 i i
b) a massa do inerte húmido deve ser aumentada da massa correspondente a água que
contém (medição em peso):
H
(
p'= p 1+
100 )
c) deve-se determinar a baridade sempre que se faz a medição da humidade, reduzindo-se
sempre esta baridade de inerte húmido ao peso seco e o volume da areia deve ser
corrigido do seu empolamento (medição em volume):
p' Mh
V= B h=
Bh , onde: Vm , sendo Mh – a massa do inerte húmido e
Vm – o volume do molde.
E. Granulometria
A granulometria é talvez a propriedade mais importante do inerte, à seguir a sua resistência. Pois,
é ela que condiciona a compacidade do betão.
Definição:
Sob ponto de vista granulométrico a dimensão de uma partícula é definida pela abertura de uma
malha, com forma determinada através da qual ela passa, ficando retida numa malha idêntica de
menor abertura.
A malha dos peneiros que normalmente se usam pode ser quadrada ou redonda, sendo,
geralmente, aplicados os de malha redonda para inertes mais grossos.
Peneiros
Uma dada abertura quadrada (d), multiplicada por 1,25 equivale ao diâmetro da abertura
redonda: dØ = 1,25 d.
As aberturas das malhas dos peneiros são normalizadas em diferentes países. A série que se
especifica entre nós é a série americana da ASTM (American Society for Testing and Materials).
Para efeitos da análise granulométrica dos inertes destinados ao betão, apenas se usam os
peneiros cujas aberturas formam uma série geométrica de razão 2, começando em 0,075 mm –
Série Principal.
Para maior precisão na análise de inertes grossos, por vezes, intercalam-se peneiros que se
consideram da Série Secundária (de acordo com o quadro a seguir).
Os seguintes passos devem ser seguidos para obtenção de uma análise granulométrica:
1º. A amostra deve ser seca (ao ar ou em entufa) para evitar a agregação das partículas finas e a
obturação fácil dos peneiros cuja malha é mais apertada.
2º. Para se obterem resultados satisfatórios, comparáveis e fidedignos, é preciso que a amostra
seja representativa do conjunto, usando-se o método de esquartelamento ou até mesmo, para a
areia, o separador que diminui a dimensão da amostra.
3º. A peneiração pode ser feita à mão, sendo agitado cada peneiro, em separado, até que não
passe mais de 1% da massa nela retida ao fim de um (1) minuto. Os movimentos devem ser
dados em todas as direcções imprimindo um movimento circular no sentido horário e anti-
horário.
4º. Numa tabela são registadas as massas retidas em cada peneiro. A soma dos resíduos nos
peneiros deve ser igual, com 1% de tolerância, à massa inicial da amostra.
Curva granulométrica
Nas ordenadas ficam marcadas as percentagens passadas através de cada peneiro, graduando-se o
eixo de 0 a 100 de baixo para cima em escala aritmética.
Nas abcissas são marcadas as aberturas dos peneiros, geralmente, em escala logarítmica, o que
dá no caso de progressão geométrica de razão 2, distâncias iguais de abertura em abertura.
As aberturas dos peneiros intermédios estão distanciadas dos principais pela relação de
diferenças dos logaritmos.
Os pontos que representam o resultado da análise são ligados entre si por uma linha contínua,
formando a chamada curva granulométrica.
Nota importante:
Uma curva granulométrica da mistura de dois ou mais inertes pode ser obtida facilmente a partir
das curvas de cada um deles, basta multiplicar cada ordenada pela percentagem que o inerte entra
na mistura e somar as ordenadas correspondentes à mesma abcissa.
O módulo de finura é a soma das percentagens totais que ficam retidas em cada peneiro, da série
normal (Principal), dividida por 100.
A série normal (Principal) é a que começa no peneiro de 0,149 mm de abertura (nº 100) e se
estende, segundo uma progressão aritmética de razão 2, até a máxima dimensão do inerte.
O módulo de finura representa dimensão média ponderada do peneiro do grupo no qual é retido o
material, sendo os peneiros contados a partir do mais fino.
383 , 4
mf = =3 , 83≃4
Para o exemplo, o 100 , significa que a dimensão média é correspondente ao 4º
peneiro da série normal (com abertura da malha igual a 1,19 mm).
Designação do inerte
O inerte é designado por dois números separados por um traço: D/d. O primeiro (1º)
representando a sua máxima dimensão (D) e o segundo (2º) a mínima dimensão (d).
O inerte pode conter 10% de partículas com dimensão superior a D e 5% de partículas com
dimensão inferior d.
Amostragem
A amostra principal deve ser constituída por diversas porções retiradas de diferentes locais do
depósito, tanto quanto possível da superfície, do centro e do fundo.
A melhor ocasião para proceder à colheita é à entrada para a betoneira, ou à chegada ao estaleiro,
durante a descarga do sistema que transportou o inerte, procurando tirar uma porção do início,
outra no meio e outra no fim.
De acordo com a máxima dimensão do inerte (definida a nível visual), é possível saber qual deve
ser a massa mínima da amostra para a análise granulométrica, de acordo com a seguinte tabela:
Exercício Prático
Brita 1
Abertura da
malha (mm) % Retida em % Acumulada em % Que passa em
cada peneiro cada peneiro cada peneiro
38,1 - - 100
25,4 6,74 6,74 93,26
19,1 13,44 20,18 79,82
12,7 42,71 62,88 37,12
9,52 32,54 95,43 4,57
4,76 3,12 98,55 1,45
2,38 1,35 99,9 0,1
1,19 0,1 100 0
0,595 - (100) -
0,297 - (100) -
0,149 - (100) -
0,075 - - -
100 783,68
Brita 2
Abertura da
malha (mm) % Retida em % Acumulada em % Que passa em
cada peneiro cada peneiro cada peneiro
38,1 - - -
25,4 - - -
19,1 - - 100,00
12,7 11,21 11,21 88,79
9,52 37,95 49,16 50,84
4,76 33,76 82,92 17,08
2,38 11,75 94,67 5,33
1,19 3,24 97,91 2,09
0,595 1,81 99,72 0,28
0,297 0,28 100 0,00
0,149 - - -
0,075 - - -
Areia
Abertura da
malha (mm) % Retida em % Acumulada em % Que passa em
cada peneiro cada peneiro cada peneiro
38,1 - - -
25,4 - - -
19,1 - - -
12,7 - - -
9,52 - - 100,00
4,76 2,45 2,45 97,55
2,38 8,25 10,7 89,30
1,19 13,85 24,55 75,45
0,595 48,25 72,8 27,20
0,297 22,45 95,25 4,75
0,149 3,8 99,05 0,95
0,075 0,95 100 0,00
0 0
a) Determinação do módulo de finura da Brita 1:
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 .0 7 5 0 .1 4 9 0 .2 9 7 0 .5 9 5 1 .1 9 2 .3 8 4 .7 6 9 .5 2 1 9 .1 3 8 .1 7 6 .1
d) Tabela que nos dá a mistura (25% de Brita 1+ 40% de Brita 2 + 35% de Areia):
5. 04 +43 . 52+ 58. 66+66 . 59+72 .76+ 90. 37+ 98. 34+ 99 .67 534 . 95
mf m= = =5 . 34≃5
100 100
A dimensão média ponderada corresponde ao 5º peneiro da série normal (abertura de 2,38 mm),