01-Baba Eyogbe Meyi

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Tratado de Odduns de Ifá

Baba Eyogbe Meyi

É o segundo filho, por desobediência do primeiro,


ficou com a Luz.

Este Odun de Ifá é masculino. É o Messias de Ifá.


Chama-se o Odun da dupla linguagem.
É primogênito de Metalofin e Aiyé.
Seu Oriki secreto é Djobé.
Aqui foi onde Aragba: a ceiva, se fez sagrada.
Formaram-se as Águas, as Palmeiras, as Espigas, o Obi Kola.
É o maestro da Respiração.
Fala: a coluna vertebral e o externo, que sustentam a caixa
torácica.
Nasceram os Vasos Sangüíneos e a Água ou Plasma.
Aqui é onde o Abutre desce sobre os cadáveres.
É o Princípio de Todas as Coisas.
Representa os raios do Sol. O Este.
Fala a Vontade.
O astro que rege é Olorun, o Sol.
Seu dia propício é Ojá Arikú, o domingo.
Suas cores favoritas são o Branco e o Laranja.

Baba Eyogbe alokuyé Ire Ayé mowáde Abata buzu ayú oru oshé bamú
Obarabaniregun irú afiban emi ekrú Obatalá Oboni adifafun Bebe
Orú gbogbo logbo Eshu omá mumá otolo olé afekún adifafun
Obatalá. Oshereigbo Obe itaná ambiami Obatalá eyelé medilogun
elobó.

Baba Eyogbe aadifafun Orunmila nigbati onlogba ashe lowó


Olodumare sewá fí ashe fun nigbati gbogbo kiyé gbopé igba lowó
Olodumare nwón sinwó to gbogbo eyí ti owí ninshé lati igba mowá
ni amupe ashé.

Baba Eyogbe oni wayú owo Obá ení eyó wodú Odé adifafun Ifá Leyá
tinshomo be ebogbo koeyegbo abeboadie lebo, omi lemo, owo
boyurina ona daké adifafun Oribidé, adá, árida, tutu agutan lebó
opolopo owó adasile kosibo asherí lebó.

Baba Eyogbe alalekun moni lekún okó ayá lolá omodú aboshun omo
ení koshé ileké rishi kamí ileké omó lori adifafun Aladeshé
imapapaporo timbaledí agogo.

Baba Eyogbe Orunmila nioderé ódere layorí eran.


Baba Eyogbe Orunmila nioderé ódere layorí ekú.
Baba Eyogbe Orunmila nioderé ódere layorí eyá.
Baba Eyogbe Orunmila nioderé ódere layorí adié.
Baba Eyogbe Orunmila nioderé ódere layorí euré.
Nioderé layorí ashama Ikú.
Nioderé layorí ashama Arun.
Nioderé layorí ashama Ofo.
Nioderé layorí ashama Eyó, Iña, Ogú, Ona, Ashelu, Onilú...

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Tratado de Odduns de Ifá

Keta siború sikodá Eleripin oriní mogué okún Orunmila Isota


Orunmila lorubo.

Suyere:
Ashinimá ashinimá Ikú furibuyema.
Ashinimá ashinimá Arun furibuyema.
Ashinimá ashinimá Ofo furibuyema.
Ashinimá ashinimá Eyó furibuyema.
Ashinimá ashinimá Ogú furibuyema.
Oshemenié, oshemenié, oshemenié

Bi adá bokú bi abá be imú isalé agbón ni nipare ré.


Ay lalá ay lalá ay lalá asulalá asulalá.
Awuré alá awuré alá awuré alá la apashadá apashadá.

Oyu aberé oni pin one balú we gbaré ogbo eko adifafun Orunmila
nlá bakú um lo lekulé mo ba ku nilé ni okú me mo digba ewe akeré
omiforé te mi ka kin la run.

Dinde Oban, que era filho de Obatalá e esta lhe aconselhou que
não andasse com coisas de bruxos. Ele não lhe fez caso e Alosí o
escravizou.
Coloca-se Obatalá e Oshossi a comer akukó e eyelé.
Todos na casa têm que fazer ebó e obori.
Fala de Perdas e Prantos.

Odemata mata ata Odé oruko eyé ekí awameyi.


Filho que não conhece seu pai ou a sua mãe.

Aqui foi onde Obatalá saiu para buscar Oshossi na mata e este
acreditava que não tinha pai nem mãe.

Quando se vê este Ifá se molha o corpo com água anilada e também


se rega a casa, se deixa um tempo e depois se limpa tudo.

Aqui foi onde Olofin deixou a Terra por causa das fogueiras que
os homens começaram a fazer. Isto proíbe fumar dentro do Igbodun
de Ifá.

Quando se vê este Ifá há que ficar sete dias sem sair a rua,
desde as doze do dia até as seis da tarde.
Fala de três Irmãos, um filho de Orunmila, outro de Obatalá e o
outro de Yemanjá.
Baba Eyogbe é desgraçado em amores e para evitar isso tem que
fazer ebó com: eyelé meta funfun, awá merin, osun, efun, que se
leva a mata com o ebó.
Há que rogar a Oba, a Obatalá, ao Santo que fala e ao Anjo da
Guarda do interessado.
Fala de Traição, de Cegueiras.
Com a pessoa caminha um mensageiro de São Lázaro.
Dar-se sete banhos com ewe Papito do Reino.

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Tratado de Odduns de Ifá

Tem que passar por a orla do Mar de noite e oferecer frutas à


água, pedindo que seus passo sigam com triunfo.
A cada dois meses se deve dar uma adié a sua Eledá e ashó aperí.
Refresca-se a Leri com uma Obra que se faz com Osun de Extensão
e grandes rosas brancas.
Roga-se a Leri com Eya Bo Tutu (pargo fresco).
Não se podem usar roupas com listas, pois isso atrai prisão.

Marca problemas com a Válvula Mitral.

Não se meta em nada que não lhe importe.


Não receba nem leve recados de noite.
Não entre nenhuma casa por maior a confiança tenha sem que antes
o mandem entrar, para que se evite uma calúnia.
Não podes permanecer em casas nem em nenhum lugar obscuro.
Não deixe que em sua casa as crianças se arrastem pelo chão.
Há um vizinho que fala contigo, para saber das coisas de você.

Neste Ifá Olofin se queria kofibori com juju de aikordie.

Fala de Ressaca do Mar e suas nefastas conseqüências.

Não podes julgar interesses para que não se perca.


Não se pode julgar e nem ser julgador porque será a ruína.

Fala do caçador tinha uma má situação porque não caçava nada,


foi ver com Orunmila a Ifá e disse: tem que orugbo com uma
cartucheira e três flechas.

Fala da mariposa que queimou as asas por querer voar antes do


tempo.

Fala da guerra de Okuté com Oshun, Ogun e Oshossi. Oshossi o


pegou por ser a Justiça, Oshun o sentenciou e Ogun o matou.

Neste Ifá Olofin rogava a leri com dezesseis aikordie por isso
vai a sua na Coroa (Addé).

Não se podem ter três mulheres, deves ter uma, duas, quatro
jamais três ao mesmo tempo.
O cônjuge de baba Eyogbe deve ser de cor distinta a sua, cor
definida, branca ou negra, nunca mulata.

Akua kerí okanlé okelú okan dilogua okun.


Há um Pau que toca no Céu e na Terra.

Aqui brigavam três caminhos: Terra, Praça e Água, porque os três


desejavam ser o primeiro, por isso nasceu a discussão entre
eles; aí o cachorro Ayá que os via lhes disse: vocês brigam por
gosto, porque nenhum pode jamais ser o primeiro, porque os três
têm o mesmo direito e por isso devem viver unidos. Eles ao ouvi-
lo lhes disseram: pois explique-nos melhor. O cachorro lhes

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Tratado de Odduns de Ifá

disse: os três têm o mesmo direito porque se a Água não cai


sobre a Terra, esta não pode produzir e então não haverá nada
para vender na Praça. Se não houver Terra não há aonde a Água
cair para que a mesma produza. Se não há Praça não se podem
vender os frutos da Terra e da Água que a fertiliza.
Assim os três caminhos caíram conformados e convencidos. A Terra
disse ao cachorro: por muito distante, longa que sejas nunca ter
perderais. À Praça lhe disse: quando não tenhas nada o que
comer, vem a mim, nem que seja uns ossos encontrarás. À água lhe
disse: se cais não te afogarás.
E assim todos ficaram amigos do cachorro.

Baba Eyogbe queria ir caçar na mata e Ifá lhe disse: faça ebó
para que lá não encontre uma desgraça. Ele não fez e foi caçar
na mata, com pouco começou a chover, ele foi correndo refugiar-
se em um toco oco que viu, chegou ao mesmo e se introduziu, mas
resultou que era o cu de um Elefante e este o fechou e Baba
Eyogbe suplicou mas não pode escapar. Seus parentes o procuraram
em vão. Eles fizeram ebó por ele e então Ayanakú o deixou sair
com sua merda.

O dono deste Ifá deste Ifá sabe que tem fazer ebó antes de sair
de casa.
Ebó: akukó meyi, adie meyi, atitan ilé Oyá, atitan Oritan merin,
atitan nigbe, atitan lese Oke, atitan Odó, ekú, eyá, epó, ori,
efun, agbadó, ...., opolopo owó.

Um homem, filho de Oxóssi, foi a caça no monte de Onikorogbo,


mas antes passou na casa de Orunmila, que lhe viu este Ifá e lhe
disse: tens que fazer ebó com todos os ovos de galinhas que
tenhas em tua casa, para que não encontres a Morte (Ikú). O
homem não fez o ebó e subiu o monte e não achou animais a que
caçar, depois de muito caminhar se encontrou com Ikú e por uns
tempos estiveram caçando juntos. Ao fim da caça encontraram
somente ovos de aves Alakasó (Ave - tiñosa), e Ikú disse ao
homem: podes levar. O caçador propôs dividi-los, metade para
cada um, onde Ikú recusou.
Quando o caçador chegou em casa cozinhou os ovos e deu de comer
a seus filhos. Depois Ikú chegou a casa do caçador e lhe disse:
eu vim buscar minha parte dos ovos de Alakasó, pois tenho fome e
em Isalayé Orun não temos nada o que comer. O caçador exclamou:
ai de mim, cozinhei e comi os ovos com meus filhos que tinham
fome. Então Ikú comeu (opá) ao caçador e seus filhos.

Orunmila não tinha aonde viver, de todas as partes lhe mandavam


ir embora. Um dia saiu com Oshun para ver aonde poderia viver.
Estando ambos na orla do mar, Oshun observou como uma baleia
queria comer aos macaos e ela pegou seus cinco adanes e os
lançou contra a baleia, matando-a. Os macaos em agradecimento
derem os seus caracóis a Orunmila, para que eles tivessem aonde
viver.

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Tratado de Odduns de Ifá

O dono deste Ifá leva dois caracóis de macaos com carga: pó de


casa (atitan ilé), erú, obi kola, obi motiwao, ouro, prata, ekú,
eyá, agbadó, bogbo ewe, añari okun. Lavam-se, coloca-se a carga
e deixa-se dentro do Ifá.

O personagem carregava a Cruz e chegou um momento em que a Cruz


lhe pesava muito, que já não podia com ela.

E tu não podes com a Carga que tens em cima.


Marca humildade e paciência.

Olofin queria abandonar a Terra e mandou chamar Orunmila mas


também se apresentou a Morte (Ikú) e ele não podia fazer
discriminação a nenhum de seus filhos, e lhes sentenciou uma
prova em que consistia em passar três dias sem comer. No
primeiro dia eles passaram sem dificuldades, mas ao segundo dia,
pela tarde, a fome não se podia suportar e Orunmila estava
sentado a porta de sua casa quando chegou Eshu, que era o
vigilante, e que também tinha fome e perguntou a Orunmila: tu
não tens fome? Orunmila lhe respondeu: sim, quase estou
desfalecido. Eshu lhe disse: pois vamos comer. Orunmila
respondeu: não posso e Eshu lhe disse: não se preocupe eu me
encarrego desse caso. Eshu matou um frango e duas galinhas, as
cozinhou e ambos comeram, limparam tudo e enterraram as sobras.
Depois disso se apresentou Ikú que vinha faminto e desfalecido,
e como não encontrou nada de comer se foi para as lixeiras, mas
Eshu o seguiu e lá o surpreendeu comendo, por isso que Ikú
perdeu a prova.
Cuidado para que não lhe surpreendam fazendo coisa que não deve.

Tu tens um parente ou amigo íntimo que padece da boca, diga-lhe


que cuide rápido porque pode perder os dentes e ter que usa-los
postiços antes do tempo.

Por este Ifá, com muita freqüência a pessoa tem em sua mente
fenômenos estranhos em suas orações mentais e uma estranha
sensação de pressão por as costas e pela cintura.

Se a pessoa não faz o que diz Ifá, pode chegar a ficar recolhido
e lhe jogaram na cara o que fazem por ele e até a comida que
eles lhes dão, mesmo sendo seus familiares.

SUYERE: tini yobi abé obilona adafun gbogbo tenunyen abansheke


sheke odufuo bewá.

Ewe do odun: amendua, ewe karodo (canutillo) e Ebeyikolo.


Ewe mangle: Obiriti lampé Eyiogbe.

Neste Ifá Elegbara se chama: Arabogbo Opuko Eshu Ma Lapué. Eshu


Alampé.
A Atiponla se chama: ewe Okutakué.

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Tratado de Odduns de Ifá

Orunmila se chama: Abanbonwo e por isto é que a Orunmila se dá


Obi sem pão.
Há que dar duas adies a Obatalá.

Quando fores fazer Ifá a seu filho coloque dentro de teu Ifá um
ovo de urubu, para que tu não perigues.

O dono deste Ifá tem que enterrar sete Elegbara em lugares


distintos da cidade.

Ascende-se para Obatalá uma lâmpada para Umbo Ilé num prato
branco com ovo de pombo, azeite de amendua, ori, nomes e
sobrenomes.

Por este Ifá o Awó sempre tem que ter Opelé em seu bolso.

O dono deste Ifá não parte Obi para rogar Leri.

Se pinta um Obi de efun e oti e durante 16 dias se apresenta ao


Céu ao levantar-se e ao dormir. Depois se leva a uma montanha
quando caia o Sol por detrás do horizonte e apresentando-o a
Olofin e a sua cabeça, se implora a Olofin o desbarate, a
destruição, a calúnia e as lágrimas.

Por Osogbo Ikú se faz Ashinimá com eyebale de eyelé okan funfun
e pó de granada tostada.

O dono deste Ifá deve dar-se três banhos ao dia com água e
flores brancas que antes tenha posto par o Santíssimo.

O Escalafón de Ifá leva cada um Awo ao lugar que por seu mérito
lhe corresponda.

Ebó: para despachar a Morte (Alejar a Ikú)


Se pega um animal podre que se encontra morto na rua e se coloca
numa pequena cesta. Faz-se ao interessado Sarayeye com adie fun
fun e se deixa juju da mesma junto ao animal que está na pequena
cesta. As duas galinhas são dadas a Orunmila, ou a Oduduwa. A
cesta se coloca num portal da casa nos dias que diga Ifá.

Ebó: intori Arun – akukó, adie, leri de abo, añari okun, ibá a
roupa que tem posta. Para a pessoa desnuda se deixa a añari por
cima para que lhe escorra por todo o corpo, se pega e umbeboló.

Ebó: Para o Awó deste Ifá – akukó, etú e eyelé, três paus
distintos, um eñi adie, um eñi etú, um eñi eyelé, três juju de
cada uma destas aves, ashó araé, ekú, eyá, epó,...

Ebó para refrescar o Oshé ou sabão:


Faz-se ebó com três akukó, duas adie, três sabões, que se coloca
numa pequena cesta com juju das aves. Os animais são para Eshu e

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Tratado de Odduns de Ifá

Orunmila. A cesta vai para encruzilhada, as três pedras se


enterram no pátio da casa.

Ebó para o negócio:


Três akukó, 1 casinha, terra das esquinas do negócio. Depois de
feito o ebó se dá akukó a Elegbara, uma na esquina e outra em
Shilekun Ilé.

Por este Ifá agarra-se de Orunmila e de Oshun, por o que há que


fazer três ebós no mesmo dia. Caminho de Oshun e o Ideú.

Primeiro ebó: osiadié fifeshu, 1 guiro, ekú, eyá, epó, agbadó,


eyá tutu meta. Coloca-se em um caminho, regressar a casa do Awó,
saudar Elegbara, tomar água e descansar.
Segundo ebó: um jio jio, um porrão de omi, 1 guiro, 1 eleguede.
Nota - fazer o mesmo que no primeiro ebó.
Terceiro ebó: owunko, adie, ashó aperi, 1 frigideira, 1 guiro,
16 eyelé, 16 vrs de ashó fun fun.
Nota – se leva ao lugar assinalado por Ifá e o interessado segue
depois para sua casa.

Nota: quando Baba Eyogbe não pega ebó, se coloca uma Anguila
dentro de uma palangana com água, se apresenta a Babá com três
eyelé fun fun até que a Anguila morra. Então a Anguila se abre e
se lhe dá os três eyelé junto a Babá. As cabeças, o eleguede,
ewe bledo fun fun, ori, efun, eleri da Anguila. Coloca-se neste
Ifá e se monta o Inshe Osain.

OBRA PARA ASCENDER DENTRO DO GOVERNO


Faz-se uma torre de algodão e dentro se põem os nomes e
sobrenomes dos que tenham que ver com a ascensão, se deixa a
oñi, ori e efun. Passa-se em duas itanas de ori e açúcar branco,
e se acendem a Babá ao lado da torre de quinta a quinta-feira.
Antes a esse lugar se passa no rosto pó de dormideira, cinza de
juju de eyelé e efun. Cada vez que terminem as velas, se
renovam. Quando se resolve a ascensão, se cumpre com Obatalá.

Intori Ikú:
Prepara-se uma em fusão com água e 16 folhas de canutillo. Toma-
se uma taça de ayunas e outra ao costume.

Intori Arun:
Dá-se eyelé detrás de Elegbara. (marca problemas na Válvula
Mitral).

PARA QUITAR OGU DO ESTÔMAGO


Tomar em fusão de raiz de Pomarrosa, raiz de Pequiá e Abanico do
Mar.

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Tratado de Odduns de Ifá

PARA QUE O AWÓ POSSA A FALAR IFÁ


Prepara-se um Inshe Osain com uma moeda de 10 centavos.

PARA RESOLVER PROBLEMAS: cabeça de ekú, de eyá, obi kola.

PARA RESOLVER PROBLEMAS COM MULHERES


Põe-se a Orunmila uma cutia defumada que se amarra por a cintura
com um Colar de Bandeira e se dá a Orunmila duas adie dun dun.

OBRA PARA A IMPOTÊNCIA


Pegam-se dois clavos de marcos de portas e se corta a medida do
membro, se lavam em omiero de ewe guengueré e este guengueré
depois come em salada.
Faz-se ebó tete ború e depois um dos isherí (clavos), vive em
Orunmila e o outro em Ogun.

PARA EVITAR PROBLEMAS COM O AFILHADO


Se pega um akukó funfun, se limpa com ele, se abre a peito com o
obe do Pinado, lhe põe dentro caracol de Osha lavado e Elegbara,
um papel com o nome e signo do Afilhado e Babá Eyogbe Meyi. Põe-
se o akukó, por a noite se quita e se para enterrar na orla do
Mar e se diz: “quando este akukó por si mesmo saia do buraco,
então se romperá nossa amizade”.

PARA DERROTAR AOS INIMIGOS (ARAYE - OJO)


Põe-se um prato negro onde se pinta Baba Eyogbe Meyi, em cima se
coloca uma igba com sete classes de bebidas, ao redor deste se
põe 16 pedaços de obi com um ataré cada um. Ato se dá adie a
Orunmila, uma funfun e uma dundun. Da adie funfun que é a
primeira deixando eyebale sobre Orunmila, sobre os obis e sobre
o prato. Acendem-se duas velas sobre o prato que é onde se faz a
obra e a cabo de 16 dias, recolhe tudo e se deixa na esquina. O
prato e a igba se guardam para outra oportunidade.

PARA VENCER AOS ARAYE (OJO)


Se pega três guiros de colos largos, em uma se deixa almagre e
outra efun e na última, carvão de Osain. Passa-se por o
Tabuleiro e se lhes deixa iyefá. Ata-se com três fios e se dá
três adies, uma funfun, outra dundun e pupuá.
A adie funfun se dá ao guiro com efun, para a pupuá o almagre e
a dundun o carvão de Osain.
Os três guiros se põem a Elegbara e o triunfo é seguro.

PARA LEVANTAR A SAÚDE


Com Ire Ashegun Ota ou Ire Ayé, obori com etú meyi, uma funfun e
a outra pintada.
Se a pessoa é filho de Shangó obori com Aparó meyi e que o
eyebale lhe caia sobre Shangó.

OBRA DE BABA EYOGBE


Em uma caixa de madeira se põe uma tigela com água e areia do
rio e outra com água e areia do Mar e aparte se põem efun, ori,

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Tratado de Odduns de Ifá

ekú, eyá, agbado. A isto se dão quatro eyelé funfun e se colocam


as cabeças dentro da caixa e sobre as tampa se põe dois obis
pintados de efun. Coloca-se a caixa debaixo da cabeceira da
cama. Ao cumprir-se um ano da haver feito a Obra se rompem os
obis, se derramam nas tigelas com sua correspondente água e
dentro se volta a dá quatro eyelés funfun e se volta a tampar
depois de deixar as quatro cabeças de eyelés e se lhe põe em
cima dois obis pintados de efun.

OBRA PARA QUE ELEGBARA TRABALHE


Se pega uma igba de água e se lhe deixam 16 ilá bem picadinhos,
se deixa iyó e iyefá, se revolve com a ponta do irofá rezando
Baba Eyiogbe e se deixa em cima de Elegbara.

INSHE OSAIN UNBOWA


Uma moeda de prata, ikokan de etú, emi de eure, ataré, iyefá.
Antes de carregá-lo só lhe deixa uma bucha de omi sharo. Forra-
se em couro de ekun (tigre) e se põe atrás de Orunmila.

PARA OBTER A SORTE


Faz-se ebó com 16 matos, uma carteira de pele, agbadó, um Odu-
Ará, 1 ota, dois tobilleras de pele com oito caracóis cada uma,
dois cascabeles, 1 abo, 1 owunko, e três akukó.
O owunko e um akukó para Elegbara, o abo e um akukó para Shangó,
um akukó a Osain. A carteira se adorna com juju de cores das
três akukó e dentro dela se guarda tudo o demais e se coloca ao
Osha que determine Ifá.

PARA A RECRIMINAÇÃO DOS ADEUDOS:


Dá-se um akukó a Ogun e orugbó com este e eran malú.
Faz-se apayeru e se liga com um pouco de iyefá do ebó com um
pouco de folhas e sementes de maravilha e se sopra três dias
para a rua, a direita e a esquerda da porta, e assim se livrará
dos arayes

Neste Ifá se dentro de Orunmila pedaços de ouro e prata.

PARA EVITAR O ATRASO


16 obi, 16 iwereyeye, 16 capullos de ou, 16 moedas de prata,
calça e camisa de quatro cores rituais, que usa nove dias e
depois se leva a Babá com uma escada de 16 degraus. O Obi se
coloca na orla do mar para que as ondas os levem.

OBRA A OSHOSSI:
Coloca-se uma vela acesa, se lhe sopra oti e se deixa fumo de
achá, para que dê triunfo na vida.

PARA PROSPERAR
Dá-se adie meyi funfun a Babá, dois eyelé funfun a Oshun, um
osiadie a Elegbara e dois eyelés funfun a sua cabeça com ori,
efun e se seis banhos com albarroca cimarrona, pinón de rosas
(acácia) e prodigiosa. Com esse mesmo banho baldeia a casa.

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Tratado de Odduns de Ifá

PARA QUE IKU SIGA SEU CAMINHO


Uma leri de owunko, queima-se os pelos e se passa no rosto e na
Shilikun Ilé. Depois com a cabeça de owunko se faz ebó.

PARA TIRAR IKU


Um owunko, limalhas de ferro, 201 folhas de ewe Alupadá, que é o
Purio ou Ramgar ou Yaya Mansa.
Abre-se um buraco no piso da cozinha, se coloca um ashó funfun
onde se pintou uma Atena com Oshe Tura, Baba Eyogbe e Otura She,
sobre isto se põem as 201 folhas de Yaya mansa e em cima as
limalhas de ferro. Ao owunko se toca três vezes a cabeça com a
do que faz a Obra, para que a do owunko ofereça a sua diante de
Iku.
Coloca-se Elegbara ao lado do buraco, se da Obi Omi Tutu ao lado
do buraco também chamando Iku. Se pega ao Owunko e se degola e
se dá eyebale a Elegbara e ao buraco. No buraco se deixa a
cabeça do owunko que se cobre com uma ikokó de barro partida
onde se pintou a Atena de Egun e se deixou epó e se cobre com
añari até tampá-la. O corpo do Owunko se recheia e leva ao pé de
uma Aragbá. O buraco se tapa e se acende em cima uma fogueira e
quatro de ota duras, se põe uma hornilla e aí durante 16 dias se
cozinha com lenha, para que por a ação do calor na cabeça de
Arun e de Iku se cozinham e recozinham e deixaram a Baba Eyogbe
tranqüilo.

Por Intori Arun:


Mamú romerillo, rabo da zorra, pinón de rosa, ewe firin ajá.

SEGREDO PARA OFIKALETRUPON


Resina de pino diluída em água no dedo médio se passa no
clitóris da mulher, se reza Baba Eyogbe e se Ofikaletrupon.

POMADA PARA OKO OFIKALETRUPON


Pomada canforada, pau não me ouves, espora de cavalo e paramí.
Tudo cortado e misturado. Reza-se Oshe Tura, Iroso Fun, Otura
She, Okana Yekú, Okana Sá Bilari e Baba Eyogbe. Se passa na
glangue.

Operaldo:
Este se faz com Elegbara. Leva todos os ingredientes do
Operaldo, uma eyelé funfun, dois panos, um jio jio.
Desenvolve-se igual ao Operaldo corrente. Nas roupas se pinta
Odi Fumbo. Se faz um círculo onde se põe Otura Niko, Baba Eyogbe
e Okana Yekú. Pára-se a pessoa em Eyogbe com Elegbara atrás e
duas velas acesas. Faz-se o Operaldo com a eyelé e esta envolta
nos panos chamando Elegbara. Depois se lava Elegbara com omiero
e se dá um jio jio e se bota em nigbe com ekú, eyá, epó, agbadó.

OPERALDO: faz-se no mesmo dia.

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Tratado de Odduns de Ifá

Primeiro: as 6:00 horas da manhã com osiadié, os ashés, e ewe:


ciruela amarilla (yeweré), marpacífico, álamo, granada,
almacigo, paraíso, algarrobo. Toda a roupa vai ao rio. Banha-se
com omiero de todas as ewe.
Segundo: as 12:00 horas do dia, com osiadié dundun, os ashós,
duas velas, oti, ewe escoba amarga, rompesaraguey e paraíso.
Marca-se Baba Eyiogbe.
Terceiro: as 19:00 horas, com osiadié, eran malú, 9 classes de
pano. As carnes com os panos se amarram na pata esquerda da
osiadié. Prepara-se omiero de algarrobo, granada e albarraca
morada.
Depois do terceiro Operaldo o interessado se banha e se lhe roga
a cabeça.
Estes três Operaldos no mesmo dia tem uma variante: se começa
fazendo ebó Oparaldo e se rezam os Oduns Omolú. Entra depois a
banhar-se e quando sai, se faz o segundo Operaldo, volta a
banhar-se e quando sai, se termina o ebó rezando os Meyis até
terminá-lo. Faz-se o terceiro Operaldo, se banha e sai para
botar o ebó e os três Operaldo. Isto se faz com jio jio meta e
eyelé meta.

Operaldo:
Um pau de coração brando do tamanho da pessoa, nove telas de
distintas cores, dois eyelé. Dá-se eyebale ao pau amarrando as
eyelés com as telas a uma ponta do pau, se leva à orla do rio,
ali se pára o pau e se as ikolé se unem as eyelé Imí Odara.

Operaldo: (para recuperar a saúde)


Uma eyelé dundun, 1 osiadié dundun, 1 obi, 4 velas, oti, asholá
funfun, um caixa de morto com tampa de madeira, ashó fun fun,
dundun e pupuá. Um pouco de flores pequenas.
O omiero se prepara com aberikunló, algarrobo, albahaca,
almacigo, ceiba, prodigiosa e oti, perfume e o eyebale de eyelé
funfun.
Na continuação se coloca o interessado com a boca para baixo na
esteira e se cobre com asholá fufun (sábana branca). Despoja-se
com o Obi e se rompe atrás da cabeça. Despoja-se com osiadié e
se lhe dá nos pés. Se mojuba a Egun e se dá Obi Omi Tutu.
Todos os ingredientes do Operaldo se deixam dentro da caixa de
madeira e se leva ao cemitério.
Todos os presentes nesta Obra se tem que dar três banhos
seguidos.
Necessitam-se quatro awós e se colocam dois na cabeceira e dois
nos pés do interessado, ademais uma outra pessoa para que leve a
caixa ao cemitério e que a deixe numa tumba que esteja aberta. A
essa pessoa pagará $11,00 por seu trabalho.

Este Operaldo se faz para recuperar a saúde.

564898426.doc (LOSC) 11
Tratado de Odduns de Ifá

Para fazer uma Oferenda a Obatalá através de Babá Eyogbe, se


prepara o prato como para Shangó, se põe o signo Babá Eyogbe, se
dá Obi para ver se o recebe e se lhe põe a Oferenda.

A Terra estava corrompida de tal forma que Olofin pensou


destruí-la, mas por sua grande misericórdia, decidiu dar aos
homens uma oportunidade e ordenou a Orunmila que baixasse a
Terra e a redimisse. Orunmila modesto lhe respondeu: como tu
pensa que eu estarei conformado em viver com essa humanidade
corrompida e que depois que os redima sejam minha Representação
na Terra? Olofin tratou de convencê-lo e tanto lhe falou que
afinal, Orunmila lhe disse: está bem. baixarei a Terra para
cumprir com sua missão, mas tu tens que baixar comigo. Olofin
lhe respondeu: está bem, se assim é teu desejo, mas ao sexto dia
regressarei ao Céu. To Iban Eshu.

Esta é a razão por que na Cerimônia da Comida de Olofin nas


consagrações de Ifá se faz ao sexto dia, e depois de terminada
se retira Olofin do quarto de Ifá.

Olofin acompanha o awó durante o primeiro ano de sua Iniciação


Religiosa. Orunmila o acompanha durante os primeiros sete anos,
e depois o visita a cada quarenta e um dias.

O Awó não pode mamú obó nem ofikaletrupon por Idí de obini nem
ofikaletrupon as quintas-feiras de cada semana.
O Awó que tenha Oduduwa não pode ofikaletrupon com a obini em
cima dele; ele é que tem que subi-la para que não fique
impotente.

Neste Ifá a Cerimônia do Awan Foguedé. A Água que se sopra nos


olhos é para evitar a cegueira que sofreu Orunmila neste Ifá.

ESHU AKUELEYO
É o monstro deste Odun de Ifá e para preparar sua carga se
realiza o seguinte: põe-se uma palangana com vários caracóis,
então se mata aí um Eyá Eyó (Anguila), se deixa que morra e
nesse instante se dá eyelé meyi funfun. As cabeças das duas
eyelé fun fun com suas elesé e okokan vão para a carga com Eyá
Eyó. A água, os caracolitos, ilekan 21 ikinis consagrados, ekú,
obi kola, obi motiwao, osun, terra de enigbe, de isalé, meio e
leri de Oke, terra de um poço seco, de a tumba de um presidente
ou general, leri e elesé de gungun, leri e lesé de owiwi
(Coruja), 21 ataré, 21 pimenta de cozinhar, 7 acará, 7 anzóis, 1
aikordie.
A massa se dá um jio jio e um eñi adié.
Este Elegbara vive sobre uma guataca e é onde se dá de comer.

564898426.doc (LOSC) 12
Tratado de Odduns de Ifá

ESHU OBASIN-LAYE
Este acompanha Oduduwa e vive dentro de uma igba que se assenta
em uma ikokó.
Se monta em Caracol Cobo que se lava antes com omiero de ervas
de Obatalá e deste Ifá e de Elegbara. Se lhe quita o fundo e se
adorna com uma mão de 21 diloguns por sua parte externa sobre o
cimento que cai sobre a cazuela e as bases do Cobo.
Na carga leva: aguema, leri de aparó, terra de uma lixeira,
casca de ovo de galinha e de pombo, três inkins, contas de todos
os Santos, elesé e akokan de eyelé, ekú, eyá, 21 grãos de
agbadó, 21 ataré, raiz de ewe oriyé, atiponlá, ceiba, álamo,
prodigiosa, almácigo, jobo, llantan, algodão, bledo branco
finito, bambu, caurujéy. Paus de amasaguapo, cambia voz,
batalha, cocuyo, ramón, paaramí, cedro. Ewe real, escoba amarga,
bibijaguas e terra de ilekan.

Reza: Oshe Bile Eshu Obasin-layé, Oshe Omolú laroke Ogbe As


Laroya.

ESHU AGBANIRUE
Este é da terra Arará. Vive dentro de uma ikokó e tampado com
outra.
Carga: ilekan, terra da sola dos sapatos, leri ekuté, akukó,
owunko, três caracóis para os olhos, e boca. 41 caracóis para
adorná-lo, terra de bibijaguero, 21 ataré, ekú, eyá, epó, oti,
oti kana, leri de gungun, de catorra, juju de gunugun, feijões
caritas, erú, obi kola, osun, orogbo, anun, árida, uma ota de
morro, raiz de ceiba, jaguey, jobo, 21 ewe, 7 igi fortes
(perguntados).
Se vai a um formigueiro e se pega terra que se mescla com 21
atarés, azeite, epó, amalá, feijões de caritas, agbadó. Dá-se um
jio jio dun dun, cujo corpo se desbarata e se liga com a massa e
se envolve em ashó fun fun.
Na casa se põe a massa dentro de uma cesta e a esta se amarra um
owunko mamón e um akukó, se dá três voltas e se entram para o
quarto. Dá-se o owunko e o akukó a Elegbara do Awó deixando-lhe
ambos animais a massa que está no ashó funfun dentro da cesta.
Os animais se comeram e suas cabeças se testam e se deixam
depois na massa.
Com a ota se prepara a figura e na frente se põe uma campainha
keke com seu badajo, a continuação sua coroa correspondente com
seus juju, contas de Orunmila, etc... e no occipital uma
chuchilla pequena e no pescoço, os 41 caracóis ao redor do
mesmo.
Quando esteja montado se lava e se dá de comer um akukó e um
osiadié.
Para dar de comer:
Prepara-se uma igba com sete ataré, amalá, epó, ekú, eyá,
agbadó, que se põe ao lado de Eshu Agbanikué e se lhe deixa
eyebale do akukó e do osiadié. A esta igba se deixam as leri de
aos animais ao momento de sacrificá-los e depois se levam Eshu
ao morro.

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Tratado de Odduns de Ifá

Eshu Agbanikué se cobre com uma ikokó de barro e vive entre


mariwó. Se cobre porque pode deixar cego ao que o olhe
diretamente.

Desenho do Eshu (escanear)

Histórias:
1) Havia várias noites que Orunmila não dormia por causa de um
ruído estranho que sentia, até que uma noite comprovou que era
o rato Ekuté que lhe dizia: “amanhã vem três, o primeiro lhe
diga que passe a ocupar seu posto (Eshu), o segundo lhe dê ekú
ellá (Egun) e o terceiro é uma mulher, lhe prepararás
ochinchin, que é uma omó de Oshun”.

2) Oreré também foi a mulher de Orunmila, e este a abandonou para


ir-se com outra mulher, vendo-se por este motivo um pouco
atrasado. Um dia saiu Orunmila e a encontrou em más condições
e lhe deu 2 dólares, e assim acabou a má vontade que havia
dentro dele, e isto o fez ver-se melhor.

3) Olofin queria abandonar a terra e não sabia a quem deixar o


mundo, nisso se apresentam a Morte e Orunmila para uma prova
que consistia em estar três dias sem comer alimento algum ,
sem novidade. Mas ao outro dia a fome era impossível, Orunmila
estava sentado na porta da casa, e lhe apareceu Eshu que era o
vigilante e tinha fome também, e perguntou a Orunmila se ele
tinha fome também e Orunmila lhe disse que sim, estou que já
não vejo de tanta debilidade que tenho. Eshu lhe propôs que se
queria cozinhar que o fizesse sem se preocupar pois ele era o
vigilante. Então Eshu disse a Orunmila se tinha frango, bom
mata um, mas Orunmila disse a Eshu que ele não comia frango,
então Eshu lhe disse que matasse uma galinha para que a
comessem, assim o fez Orunmila. E cada um comeu o seu,

564898426.doc (LOSC) 14
Tratado de Odduns de Ifá

limparam muito bem as panelas e as sobras enterram num pátio.


Nisso apareceu a Morte e não encontrou nada, se foi a lixeira
e passou a comer as sobras que encontrou onde Eshu lhe
surpreendeu e a Morte perdeu.

4) Havia um Aguó (awó) que se chamava Osobo que era muito


caprichoso e perverso e soberbo. Shangó lhe havia pedido um
carneiro e o Aguó não lhe deu, então Shangó unido a Yemanjá
lhe queimaram a casa, e desde esta desavença passou a
trabalhos e não recuperou do fogo nada mais que relíquias e
atributos do altar que guardava como recordação. Nesta
situação angustiosa e desesperada, Osobo foi a casa de Orunla
e lhe saíram estas letras, onde Orunmila lhe disse que tinha
que fazer rogação com uma coisa que havia e tinha guardado e
que havia sido o único que ele havia salvado do fogo, e mais
uma frango, quatro pombos brancos, duas galinhas pretas, ori,
efun e dar de comer a sua cabeça, seis banhos de albarraca
cimarrona, banhos de rosas, prodigiosa e com esse mesmo
omieiro lavar sua casa e assim o fez e prosperou de novo.

5) Quando e o reinado de Elliobe este não podia viver por causa


dos múltiplos inimigos que tinha, se foi para outra parte,
então em sua ausência todas as coisas começaram ao revés, e
cada qual fazia o lhe dava gana. O Rei lamentava cada dia mais
a perda de Elliobe, então uma vez por meio de Eshu, se supôs
que em outro povoado havia um outro homem muito parecido com
ele. O Rei mandou busca-lo e lhe ofereceu o mando absoluto e
amplos poderes para que ele fizesse o queria.
6) Elliobe consultou com Olofin, e Olofin lhe contestou que tudo
que ele quisesse fazer ele o apoiaria. Então Elliobe foi ao
povoado a governar, e passou a governar e a eliminar a todos
seus inimigos.
Ebó: comida de lixo, o que peque, se dá um frango para ganhar
assunto grande que tem pedente.
Ebó: Aboma Olokun com 3 tesouras e se faz 3 Aguoses para que se
levante a pessoa.

7) Havia um tempo em que as pessoas se haviam revirado contra


Orunla e se puseram de acordo com Ikú para mata-lo. Um dia Ikú
chegou a casa de Orunmila e o encontrou parado na porta
(chilicun), mas já Orunmila havia dado de comer a sua cabeça e
fez ebó com cabrito (Ouco) e um frango (cuncó) e com os pelos
do frango havia queimado e se misturou e se passou por toda a
cara para disfarçar-se. Quando chegou Ikú lhe perguntou se ali
vivia um homem colorado este lhe contestou que ali o único que
vivia era ele. Ikú marchou regressando e mais tarde se
inteirou que a casa que ele buscava era aquela. Quando chegou
pela segunda vez, já Orunmila tinha terminado de cozinhar bem
a comida e o convidou a cear e a beber. Ikú comeu e bebia
tanto que caiu dormindo profundamente, momento que aproveitou
Orunmila para tirar-lhe a arma (mandarría) com que matava as
pessoas. Quando Ikú despertou em seguida perguntou por sua

564898426.doc (LOSC) 15
Tratado de Odduns de Ifá

arma ao que Orunmila respondeu que nem sequer a havia visto, a


morte (Ikú) lhe suplicou tanto, que até chegou a prometer que
não lhe mataria nem a nenhum de seus filhos, a menos que os
entregasse e ordenara. Orunmila venceu a morte. Este é o
motivo por o que os Aguoses (awó) podem salvar a qualquer que
esteja em artículo de morte.
Ebó: Leri de ouco que se emprega, os pelos se queimam e se passa
no rosto e porta principal da casa para que a morte siga seu
caminho e Cobiri Elooda.

8) Allé era a obini de Olokun e sempre estava em desgosto com ele


em briga até que chegou um dia que Allé brigou com Olokun e se
foi da casa. O dia em que ela se foi, tocou a coincidência que
Yemanjá brigou com seu marido e foi para casa de Olokun, este
a recebeu e caiu dormindo ali. No momento em que ela chegou
qualquer coisa que ela fizesse, por menor que fosse, se virava
enorme, onde quer que coloque os pés, aparecia um rio. Nisso
Allé mandou seu filho a casa de seu pai Olokun para que lhe
trouxesse sua bolsa, que havia esquecido, e o garoto ao chegar
a casa e ao ver tantos rios, saiu correndo muito assombrado a
contar a sua mãe tudo o que havia visto ali. Allé ao ouvir o
filho saiu muito apressada para a casa de Olokun para reclamar
com Yemanjá que ela era a mulher de Olokun, onde Olokun
contestou que já não podia ser sua mulher porque Yemanjá se
havia posto em seu lugar, dona de toda a casa e por muito que
brigou, nada conseguiu e o que foi cair-se Allé ali a viver
com Yemanjá. As pessoas ao verem as duas mulheres vivendo na
mesma casa, passaram a falar dizendo que como era que Olokun
tinha duas mulheres juntas, ao que ele contestava, “que porque
o podia fazer”.
NOTA: Ao Awó que saia conforme a história se diz que sua mulher
é de deixar pendências e vai querer deixar a casa, é quando a
ele lhe vem outra mulher, e quando a que se foi souber, vai
querer voltar com ele e brigara, e ao fim se cairá vivendo com a
outra na mesma casa.

9) Havia dois povos que brigavam e nas encarniçadas lutas caíram


prisioneiros os Reis de ambos os povos, na parte contrária de
cada uma dessas terras, acostumados com troca de prisioneiros,
mas chegou a hora de realizar a troca, não sabiam o que fazer
e de que maneira cumprir o pacto por haver morto o Rei do povo
contrário, mas por casualidade que nesse povo havia homem
idêntico ao Rei morto, e deram a ordem de captura-lo onde quer
que ele estivesse, e homem quando soube que o estavam
buscando, saiu correndo e se escondeu, porque acreditava que o
iam matar. Tanto o procuraram que o encontraram escondido, e
suplicou que não o matassem dentro do monte, e quando o
levavam ele ia chorando e suplicando para que não o matassem
porque não havia feito nada. Os soldados que o levavam lhe
convenceram que não era para matá-lo e sim para fazer-lhe um
bem. Quando chegaram ao palácio lhe puseram a mesma roupa e

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Tratado de Odduns de Ifá

coroa do defunto Rei. Fizeram a troca e assim o homem


encontrou sua felicidade.
Este é o motivo por o qual se diz: “Rei morto, Rei posto”.
Aqui foi a coroação de Elliobe Osdun, com que se passou.

10) A Montaña era filha da Virgem, mas era dessas filhas que não
se ocupavam com a mãe, nunca lhe falava nem lhe implorava. A
Virgem vendo esse desvio, um dia a maldisse desejando que a
filha que Oxalá lhe desse a Varíola e a Morte, mas a filha da
Montaña, ou seja, o Anjo de Guarda da Montaña que a olhou,
saiu e se lhe disse que este mal era o que sua mãe lhe
desejava, então a Montaña foi a casa do Awó do Rei e lhe
contou o que se passava, e Awó a registrou e lhe disse que
trouxesse 3 hábitos (roupas), um branco, outro colorido e
outro negro, que depois de feita a rogação que tudo isso se
levasse a sua mãe. Nisso a mãe Virgem, se inteirando de que o
padrinho da filha era o Awó do Rei, se decide a perdoá-la e
lhe diz: Já não posso retirar minha palavra, mas tu fazes o
que eu te diga; vá agora para sua casa e por amanhã bem cedo
veste a roupa, ou seja, o hábito branco, às doze do dia o
hábito colorido, o hábito negro te o pões por a noite, para
assim possas liberar de os inimigos e te banhes com a caña de
limão.
Esta rogação se faz com 4 panos, branco, colorado e negro. Se
parte um ekó em 3 pedaços e se põe um pedaço em cada pano de
cor, se tem a mãe viva o botará diante da casa da mãe e se esta
é morta, diante da Igreja da Mercedes.

11) Egue Coco era a mulher de Orunla, mas tanto ela lhe faltou
que Orunmila se separou dela e a deixou (chope), mas como
buscou tantas pessoas para que intercedesse em seu favor, que
Orunmila se resignou em perdoá-la, mas foi na condição de não
viver mais com ela, mas que a única graça que a concedia, era
que todos os ebós iriam vestidos com sua roupa, a folha de
malanga para que fossem bem recebidos.
Por isso todos os ebós se envolvem com folha de malanga.

12) Em um tempo as extremidades e o corpo andavam cada um por


sua conta até que a Leri foi a casa de Orunla, este lhe marcou
ebó e que o colocasse na praça, que ali encontraria tudo o que
lhe faltava, e com efeito, quando pós o ebó foram aparecendo
as demais extremidades e cada qual ocupou seu posto.
NOTA: O cabrito e demais coisas se leva à praça.

13) Uma vez Olofin estava bravo com seus filhos e lhes cortou a
água. Estes estavam morrendo de sede e como não chovia, os
Santos se reuniram para ir-se a pedir a Olofin que perdoasse a
seus filhos, mas este estava nos Céus, era impossível chegar a
ele, Yemanjá se converteu em gunugún e se elevou e foi
diretamente ao Céu, quando chegou estava sedenta e fatigada e
se pôs a tomar água de um charco pestilento. Olofin ao vê-la
se compadeceu perdoando a seus filhos, mandando a água pouco a

564898426.doc (LOSC) 17
Tratado de Odduns de Ifá

pouco para que não houvesse desgraça (por isso os Santos


quando vem se lhes dá água tão logo cheguem, que trazem sede e
uma graça).

14) O Leão era um animal manso, vivia no povoado sem meter-se


com ninguém, as pessoas passaram a repudiá-lo e se queixou
Olofin, este buscou a seu conselheiro Orunmila que viu o que
passava, e viu que não havia motivos. Regressou o Leão ao
povoado, por o que se queixavam as pessoas porque o Leão
rosnava; ao regressar ao povoado, no primeiro dia não se
meteram com ele, no segundo dia começaram a molestá-lo e ao
terceiro dia lhe deram com paus, por o que o Leão se defendeu
e se arrancou uma perna de um e a outro o destroçou, se foi
para a mata e não voltou ao povoado a atacar, somente aos que
vão ali, na mata, provocá-lo.

15) Havia um governador que tinha muitas casas, mas todos os


inquilinos se subordinaram e ninguém pagava, neste estado de
coisas, viu-se o governador a Orunmila e fez ebó com 7
frangos, terra das 4 esquinas das casas dos inquilinos, deu 4
pombos a Ogun e a Yemanjá, quando os inquilinos viram isto,
trocaram de idéia por medo do sangue e todos foram pagar-lhe.

16) Uma vez Orunmila era montador de palmas e estando subindo em


uma palmeira caiu, mas antes de chegar ao solo, primeiramente
lhe saiu o Opelé do bolso, e Orunmila foi cair em cima do
Opelé e por isso não chegou a machucar-se e lastimar.
NOTA: É por esse motivo que o awo sempre leva Opelé no bolso.

17) A cabeça estava na praça e tinha muitos obi por diante com
os que comercializavam, veio Shangó e a Cabeça disse que podia
pegar obi para comer mas tinha que remediar a situação, porque
a Cabeça só podia falar, mas tinha que fazer tudo e ela estava
aborrecida por esta situação, Shangó não lhe fez caso e pegou
o obi e a Cabeça, o mandou a terra de ... Logo chegou Orunmila
a praça e viu os obis e os pediu e a Cabeça lhe disse que lhe
remediasse a situação, Orunmila lhe contestou que aceitava,
mas tinha que fazer ebó com esses obi, vendas, animais e 16
moedas, dar de comer a cabeça com obi durante 16 dias,
porquanto realizava as operações, lhe foram saindo
primeiramente o peito, logo os braços e as demais
extremidades, chagando a completar tudo até com ossos de
animais os braços, pernas, tórax e com as asas as partes
brandas do corpo. Já completa a Cabeça com o corpo caiu
agradecida a Orunmila, e este lhe disse: tu és meu pai, pois
vieste ao mundo para governar, mas era necessária esta
operação para ser completar. E a Cabeça depois deste momento
passou a Orunmila para governar o mundo e que todo o mundo
fosse onde ele está.

18) Havia três irmãos, um era artista, outro caçador e o


terceiro comerciante, este ia muito abatido porque era muito

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Tratado de Odduns de Ifá

combatido por todo o mundo, inclusive sua família, por isso


resolveu abandonar sua família e o negócio, sem que ninguém
soubesse, se foi a outro país estranho onde ninguém, lhe
conhecia e no dito lugar trocou o nome e dada sua inteligência
se estabeleceu no comércio e levantou a cabeça, com o andar
dos tempos, seu povo o procurava para que recebesse uma
herança, o buscaram por todas as partes, sem encontrá-lo, mas
uma pessoa que lhe conhecia deu a notícia e acreditou que ele
havia visto nesse povo ao que buscavam, e o visitou, mas com
muito trabalho se deixou identificar e convence-lo a que
regressasse ao seu povoado e recebesse essa herança. Assim o
fez, e desde então foi feliz. Eshu foi quem encontrou ao
perdido, por isso ele fez ebó e lhe deu um cabrito.

19) Uma vez Orunmila saiu buscando onde houvesse uma casa
diferente a todas as demais, depois de muito caminhar chegou a
casa de Mono (macaco) e Orunmila lhe perguntou como se chamava
e ele lhe disse Mono, sua mãe Mona e seu pai Mono, como este
não era o que buscava seguiu seu caminho e chegou a casa do
Elefante e lhe fez as mesmas perguntas que ao Mono, e não
encontrou o que queria seguindo seu caminho. O mesmo ao chegar
a casa de Ailá e seguiu caminho, até que chegou a terra de
akukó (frango) e este se encontrava com Osiadié (galinha), lhe
perguntou como se chamava e lhe contestou Osiadié, Akukó e tua
mãe Adi, e tua irmã Polloma (frango), e quando eras pequeno
jio jio (pinto), esta casa Orunmila gostou e disse a Osiadié
que iria a casa de sua mãe, e quando Orunmila chegou saiu
cortesmente de lá a Adié, e este lhe disse que quem era ele e
ele lhe contestou. Que Orunla? E este lhe contestou que não o
conhecia e que por o tanto não o podia admiti-lo aqui, por que
seu Ocunisu okuni (marido), e Akukó não se encontravam na sua
casa, despedindo-se dali Orunmila seguiu caminho encontrando-
se com o Akukó que lhe disse: Iboru, Iboya e Bochiche,
obrigando-lhe a regressar a sua casa, quando a Adié viu que
seu okuni regressava com Orunmila, se insultou e disse ao
okuni que não queria que Orunmila ficasse dentro de sua casa e
se ele o consentia ela iria dali, como assim sucedeu. Ao cabo
de alguns dias de haver ocorrido isso com Adié, desde muito
cedo as Adiés atiravam pós em Akukó, mas como Orunmila estava
com ele na casa, não passava nada a este. Orunmila observando
a maldade das Adiés, disse ao Akukó que ele seria seu melhor
amigo, que nem as palomas nem as osiadiés nem ele se o comeria
e que desde esse dia as adiés seriam sua comida. Nesse povo a
maioria das adiés eram dun dun, por o que Orunmila come adié
dun dun. Ali veio uma sorte para Orunmila.

20) Oshun, irmã de Yemanjá havia tido com ela desgostos e foi
formar seu reinado. Por onde que passava formava um rio, onde
formou seu reinado com Inlé (São Rafael), desta união nasceu
um filho (Tobias), mas Inlé não cuidava da mulher que lhe
deixou na miséria e os trabalhos a tal extremo que ela não
fazia mais que chorar e lamentar-se da má situação que ela

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Tratado de Odduns de Ifá

passava. Um dia apareceu Shangó e Oshun lhe contou o que se


passava. Shangó lhe contestou e lhe aconselhou a ver Orunmila.
O vestido da Oshun era fun fun mas eles estavam tão mal de
situação que o vestido se pôs amarelo. Por isso Shangó lhe
dava muitos conselhos e fez-se ir registrar-se. Este lhe viu e
saiu a Oshun este signo onde Orunmila lhe advertiu e adivinhou
o que sucedia, e mandou que deixasse seu marido Inlé que ele
dizia que iria vê-lo. Inle não fez caso e Orunmila teve que
mandar com Elegua, que Inlé tampouco fez caso nem obedeceu, em
vista disso se depreciou Inlé. Orunmila disse a Oshun que ela
tinha que fazer ebó com 1 jio jio, tinha que fazer ebó meta,
queria dizer, 3 ebós ao mesmo dia. O primeiro com um jio jio,
um güiro, ecú, ella, epó, ellá tutu meta, e Oshun fez o ebó.
Orunmila a mandou que se colocasse no caminho que ele andava e
lhe advertiu que ela não se assustasse, mas apesar do cuidado
que ela teve, qual foi o assombro ao ver na curva do caminho
se destacava um grande palácio onde viviam 3 irmãos que eram
crianças (jimaguas) e um idou (hindu). Ao verem a presença da
Oshun, se assombraram tanto que nasceu uma discussão na
presença da Oshun, de tanto assombro sacaram as espadas e
combateram. Oshun vendo um deles cair morto, muito assusta
deixou cair o ebó e saiu correndo para a casa de Orunmila,
contando-lhe tudo o que havia visto. Orunmila mandou que
saudasse a Elegua que tomasse um pouco de água e descansasse.
Assim o fez ela. Depois de passar um tempo, Orunla lhe mandou
a outro ebó com akukó, jio-jio, uma botelha de água, um güiro,
uma calabaza, e que voltasse a colocar no mesmo lugar. Os
irmãos que caíram se voltaram a bater-se, vendo Oshun como
Idou matava a Belli que caia. Oshun soltou o ebó e correu
assustada e horrorizada do caso e quando chegou contou tudo a
Orunmila, este a mandou passar saudar Elegua que tomasse água
e descansasse um tempo. Já repousada, Orunla a mandou
preparar-se corubú com uma manta gênero amarela, osiadié
(adodie), owunko, uma frigideira, um güiro, 16 pombos, 16
varas de gênero apolopa, amologuo e ela fez o ebó e tinha que
colocá-lo no mesmo lugar. Quando ela saiu, e chegou lá, saiu-
lhe ao encontro Idou e lhe disse que não a via (huyera), aonde
mais bem por medo se deteve e então ele lhe disse que ali
estava sua felicidade, porque isso era um palácio de muitas
riquezas e ela podia encontrar o que desejasse e como ele
sabia que ia morrer, ela se viu a dona de tudo. Cumpri-se
assim a profecia de Orunmila.

Diz Ifá: que sua sorte tem sido grande, mas que as pessoas tem
colocado olho em cima; tudo o quanto fazes o invejam a tal
extremo que você se vê desesperada e quer ir-se longe; mas que
tu tenhas calma, porque em uma viagem que há de fazer se
encontrará uma pessoa que vai entrar em relacionamento contigo e
essa pessoa terá que olha-la bem e sem falsidade porque dali
depende sua sorte e sua fortuna que poderá adquirir. Você tem
que moderar seu gênio. Você abandonou uma mulher e hoje ela lhe
está deixando maldições. Se tu a vires faça por dar-lhe algo e

564898426.doc (LOSC) 20
Tratado de Odduns de Ifá

não lhe faça nenhum desprezo. Faz tempo que tu estás lutando por
obter uma verdadeira tranqüilidade, mas há uma pessoa que lhe
transtorna todas suas boas idéias. Você às vezes sente coisas
estranhas em seu cérebro e é uma enxaqueca que lhe corre das
costas até a cintura. Você teve um sonho que lhe deixou
surpreendido, lhe pareceu ver uma pessoa que já é falecida; lhe
está pedindo missa; cumpra com esse morto para que lhe possa dar
uma sorte que deixou neste mundo. Tenha cuidado com mentira para
que não se vá ver em lios com a justiça. Em sua casa há uma
pessoa que as vezes chora e outras está rindo; essa pessoa tem
retida sua menstruação; a morte a tem por detrás; diga-lhe que
não saia a rua até que passe sete dias. Você tem muitos
inimigos, mas eles não lhe vão fazer nada porque seu Anjo da
Guarda o salvará. Você veio ao mundo para governar e você foge
do seu próprio governo. Este é o motivo do mal que você tem e
que não se pode explicar. Você está carecendo de tudo e tem que
se mudar de onde vive. não coma comida de ontem. Tem que
assentar Santos. Tem que se banhar com ervas. Você sonhou que ia
por um caminho muito longo por uma plantação de milho e viu um
homem, esse era um familiar seu que lhe está pedindo uma missa,
faça-a. você tem quatro mulheres donzelas, uma não pode comer
graviola, a outra é muito revolucionária e a outra o quer muito,
mas a mais preta é a que mais sente por você. Tenha cuidado com
a justiça. Em seu bairro há um zelador que é muito mal e o vão
tirar dali. Cuide de suas mulheres e procure que não briguem.
Você tem acostumado seu Elegua com uma coisa e nesses dias não
tem cumprido com ele. E, se não o tem, terá que recebe-lo. Lave
sua casa com ervas. Você vê sombras, tenha cuidado porque estão
no seu rastro. Vocês são três irmãos, sua família se encosta
sempre em você; vão lhe pedir dinheiro porque acreditam que você
é rico. A sorte está a cercando sua casa. Dê uma pomba a porta
de a Ogun, e se tem algum assunto grande que resolver dê comida
a lixeira de sua casa, lhe pergunte se é galo para que você
possa ganhar. Você deu uma queda. Seu Anjo de Guarda está bravo
com você. Tenha cuidado porque pode perder seu emprego ou
qualquer outra perda. Ponha uma tigela de água a Yemanjá. Às
vezes não tem sono e nem tampouco vontade de sair. Não vá
visitar enfermos nem a velórios. Não saia a rua as doze do dia e
regresse antes que se acendam as luzes.
Se for mulher que se mira, botou seu marido de casa e desde que
o fez está passando trabalhos. Se for Babalawo, diz-se que desde
que Orunla entrou em sua casa um de seus inimigos que se
encontrava na casa ou próximo dela saiu porque se assustou ou
lhe pegou medo e não deixe de usar o Opelé no bolso. Se for uma
menina lhe diz que ela não está grávida, que tem dois noivos e
nenhum lhe servem. Ela quer o mais escuro. Tem que se dar três
banhos em três bacias distintas (palanganas) para que logre o
que deseja. Deve uma promessa a Oshun que lhe ofereceu uma missa
na Igreja. Não tem colares e nem madrinhas de Santo. Seus pais e
irmãos são falecidos e a querem levar, por isso tem que fazer
ebó com carneiro, cascabeles e um fuele, não coma ecru nem nada
que seja de polvo, e tenha cuidado para que o riso não a afogue.

564898426.doc (LOSC) 21

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