A Economia Açucareira Do Brasil Colonial - Texto
A Economia Açucareira Do Brasil Colonial - Texto
A Economia Açucareira Do Brasil Colonial - Texto
A Plantation escravista
Quando estudamos a economia açucareira do Brasil Colonial, o tripé latifúndio,
monocultura & escravidão vem logo à mente. Embora esse esquema seja válido para
as plantações, seria insuficiente para explicar todo funcionamento da economia
canavieira.
De um lado, a cultura da cana de açúcar tem um forte setor agrícola, fundado sobre
o famoso tripé latifúndio, monocultura & escravidão citado no parágrafo acima.
Entretanto, há um outro lado que apresenta características mais fabris, onde se
notabiliza o engenho.
Portanto, a opção pelo açúcar não se revelou uma escolha muito difícil.
Atenção!
Embora a economia açucareira tenha vivido uma grande crise durante o século
açúcar foi um produto de grande importância econômica. Por isso, devemos ter
uma pulga atrás da orelha quando nos deparamos com a ideia de “ciclos” da
economia colonial, pois as culturas não desaparecem de uma hora para outra,
A pecuária
O gado foi introduzido na capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo. Tomé
de Souza, primeiro governador-geral do Brasil, levou o gado de São Vicente para a
Bahia, pois se provou útil nos trabalhos dos engenhos.
colônia.
A pecuária acabou por prosperar no Sul do América portuguesa, inicialmente nos
Campos de Curitiba, abastecendo as áreas mineradoras de Minas Gerais. A própria
colonização do Rio Grande do Sul se deu em função deste motivo: suprir as
demandas das regiões mineradoras.
O Escravismo Colonial
A gradual substituição da mão-de-obra indígena pela africana se deu por uma série
de fatores: os portugueses possuíam o monopólio do tráfico negreiro e logo trataram
de convencer os proprietários de terra que os africanos eram melhores
trabalhadores que os indígenas. A Igreja, por sua vez, influenciou nesse processo,
pois condenava a escravidão indígena.
Existiam muitos escravizados que possuíam lotes próprios de terra para cultivar.
Alguns desses foram muito bem sucedidos, chegando mesmo a possuir outros
escravos.
Entretanto, jamais podemos relativizar o sofrimento e a opressão sofrida pelos
escravizados. Embora não devemos considera-los autômatos sem vontade ou
personalidade, também não podemos pensar que tudo ocorreu de forma pacífica. Se
negociavam com seus senhores, algumas vezes com sucesso, essa negociação nunca
ocorria entre iguais. Da mesma forma, os castigos físicos que muitas vezes
resultaram em mortes não podem ser relativizados.
Existe o pensamento corrente que aponta que os escravos trabalhavam somente nas
grandes fazendas, de cana ou de café. Isso também deve ser contestado, pois os
escravizados participaram de todos os setores econômicos da América Portuguesa:
seja nas atividades pesqueiras, na criação de gado, nas manufaturas e trabalhos
informais. Há de se ressaltar que, na mineração e na indústria do ferro, os africanos
contribuíram com novas técnicas.
O tráfico negreiro
No Golfo da Guiné também havia uma intensa relação com o Brasil. Na maior parte
das vezes, o tráfico era exercido por famílias de origem portuguesa e brasileira,
residentes na África, e traficantes instalados no Brasil.
As viagens entre a África e o Brasil eram da mais absoluta falta de humanidade, nas
quais morriam um alto número de escravos.
Nassau, além da modernização do Recife, criou na ilha de Santo Amaro uma cidade
que leva seu nome: Cidade Maurícia. A cidade foi planejada de forma a ter um
traçado geométrico nas suas quinze ruas, além de canais (que eram muito comuns
na Holanda). A intenção de Nassau era construir uma réplica de Amsterdam,
construindo belos prédios e palácios. Para ligar a cidade ao Recife, foram
construídas duas pontes.
Apesar das dificuldades vividas por todos, a Companhia das Índias Ocidentais foi
impiedosa na cobrança integral das dívidas, com juros muito altos. Contrário à
medida, Maurício de Nassau entregou o cargo e voltou à Europa.
Questões de Vestibulares
1. (Fuvest) A produção de açúcar, no Brasil colonial:
a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território nacional,
enriquecendo grande parte da população.
b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a formação de
uma sólida classe média rural.
c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifundiário monocultor e
escravocrata que atendia aos interesses do sistema português.
d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e foi a base
econômica de sua hegemonia na República.
e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de escravos, liberando
capitais para atividades mais lucrativas.
2. (Fuvest) Foram, respectivamente, fatores importantes na ocupação
holandesa no Nordeste do Brasil e na sua posterior expulsão:
a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os desentendimentos entre
Maurício de Nassau e a Companhia das Índias Ocidentais.
b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o endividamento dos
senhores de engenho com a Companhia das Índias Ocidentais.
c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência e não aceitação do
domínio estrangeiro pela população.
d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial e o fim da dominação
espanhola em Portugal.
e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a mudança de interesses da
Companhia das Índias Ocidentais.
3. (Ufes) A organização da agromanufatura açucareira no Brasil Colônia está
ligada ao sentido geral da colonização portuguesa, cuja dinâmica estava
baseada na
a) pesada carga de taxas e impostos sobre o trabalho livre, com o objetivo de isentar
de tributos o trabalho escravo.
b) unidade produtiva voltada para a mobilidade mercantil interna, ampliada pelo
desenvolvimento de atividades artesanais, industriais e comerciais.
c) estrutura de produção, que objetivava a urbanização e a criação de maior espaço
para os homens livres da colônia.
d) pequena empresa, que procurava viabilizar a produção açucareira apenas para o
mercado interno.
e) propriedade latifundiária escravista, para atender aos interesses da Metrópole
Portuguesa de garantir a produção de açúcar em larga escala para o comércio
externo.
4. (Unirio) A história econômica e social do Brasil Colonial está pontilhada de
crises de abastecimento que podem ser explicadas por:
a) desvio da produção de alimentos para o consumo das tropas e abastecimento do
Oriente.
b) maior atenção e investimento nos setores extrativos da economia colonial,
durante o primeiro século da colonização.
c) predominância dos setores voltados para a produção de exportação.
d) baixa produtividade das lavouras indígenas responsáveis pelo abastecimento das
cidades.
e) constantes ataques de piratas, que paralisavam a importação de gêneros
alimentícios da Europa.
Gabarito:
1. C
2. B
3. E
4. C