Impactos Negativos-Aia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

MESTRADO EM CIÊNCIA AMBIENTAIS

CARLOS EDUARDO GOUVEIA GUEDES

DHIMITHRIUS

JEFFERSON BEZERRA BEZERRA

PLANO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DO


APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DE BELO MONTE

MACAPÁ-AP

2017
APRESENTAÇÃO

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um dos instrumentos da


Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/81) utilizados para o fim
de Licenciamento Ambiental de Atividade Potencialmente poluidoras (Art. 10 da
lei 6.938/81) realizados pelo Órgão Ambiental Competente. Neste caso,
compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA)
o licenciamento de empreendimentos de atividades e obras com significativo
impacto ambiental de âmbito regional ou nacional (¨§4 do art. 10 da PNMA).

De acordo com a Resolução 01/1986 do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA) consideração impacto ambiental qualquer alteração
física, química e biológica do meio ambiente causada por qualquer tipo de
matéria e energia resultante de atividades humanas que possa afetar, direta ou
indiretamente, à saúde, segurança, bem-estar, etc. (Art. 1 da resolução 01/86).

O parágrafo VII do art. 2 da resolução 01/86 estabelece que atividade de


barragem para fins hidroelétricos acima de 10 MW estará condicionada à
realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA).

Assim sendo, o licenciamento do Aproveitamento Hidroelétrico (AHE) de


Belo Monte a ser realizado no rio Xingu (que se situa nos estados do Pará e
Mato Grosso) deve ser realizado pelo IBAMA, visto que pertence ao União
(Conforme alínea “f” do art. 29 do decreto 24.643/34 (Código de Águas); inciso
III do art. 4 da Resolução CONAMA 237/97). Dentro do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) deverá conter: as alternativas tecnológicas e de localização do
projeto; identificar os impactos gerados durante a implantação e operação;
definir os limites das áreas direta e indiretamente afetadas; considerar os
planos e programas governamentais (Art. 5 da resolução CONAMA 01/86).

O Art. 6 do CONAMA 01/86 estabelece que o EIA deve conter:


Diagnóstico do meio físico, biológico e socioeconômico; análise dos impactos
dos impactos do projeto por meio da identificação, previsão da magnitude e
relevância. Também deve conter as medidas mitigadoras e/ou compensatórios
e monitoramento dos impactos positivo e negativos. No RIMA devem ser
apresentados de forma clara a síntese do diagnóstico, bem como, a descrição
dos possíveis impactos e as medidas de mitigação e monitoramento (Art. 9 da
resolução CONAMA 01/86).

Assim, este Plano de Avaliação de Impacto Ambiental tem como objetivo


analisar os impactos ambientais negativos do AHE Belo Monte e como este
podem afetar a sociedade na abrangência da Área de Influência Direta (AID) a
e Área de Influência Indireta (AII) e propor medidas mitigadoras que possam
compensam os efeitos negativos das atividades decorrente da geração de
hidroeletricidade.

O art. 225 da Constituição Federal de 1988 estabelece que todo tem


direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e cabe ao Poder Público e
à sociedade exigir, na forma da lei, estudo prévio de impacto ambiental, ao qual
se dará publicidade (audiência públicas, divulgações, campanhas) como forma
de alertar à sociedade sobre os possíveis riscos advindos dos impactos
negativos.

RESUMO
1- INTRODUÇÃO

Maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a


implantação da UHE Belo Monte vem sendo objeto de polêmica há mais de 25
anos, a partir dos Estudos de Inventário hidroelétrico do rio Xingu, elaborado a
partir de 1975, pela empresa de consultoria CNEC (pertencente ao grupo da
construtora Camargo Correa) e apresentado pela empresa Eletronorte em
1980.

É importante lembrar que em fevereiro de 1989, por ocasião do 1º


Encontro dos Indígenas do Xingu, em Altamira (Pará), o projeto foi rejeitado por
um amplo movimento social que reuniu os povos indígenas da bacia do rio
Xingu, ativistas ambientais e políticos da oposição ao governo brasileiro. O
governo abandonou o projeto que, entretanto, foi retomado em julho de 2005,
com algumas modificações em relação à sua concepção original. Com a
retomada do projeto Belo Monte, no debate estava em jogo a orientação da
política energética do país, bem como o futuro da ocupação amazônica. Os rios
amazônicos (Madeira, Tocantins, Araguaia, Xingu e Tapajós) respondem por
cerca de 63% do assim chamado “potencial hidrelétrico” não aproveitado no
Brasil, ou quase dois terços desse total, estimado em 243.362 MW
(SIPOT/ELB, 2010).

O Plano Decenal de Energia 2011-2020 (MME/EPE, 2011) indica a


intenção do governo brasileiro de construção de 12 usinas, resultando numa
potência de 22.287 MW, que representa 65% do total que o governo pretende
instalar no país até 2016 (34.268 MW). Além destas, outras 10 usinas com uma
potência total de 15.506 MW estão planejadas e o governo deseja viabilizar as
licenças para sua construção até 2020. Por sua vez, o Plano Nacional de
Energia 2030 (MME/EPE, 2007) indica um total de 14.000 MW na bacia
amazônica, com a pretensão de serem instalados até 2015, e mais 43.700 MW
até o ano 2030, quando o governo pretende atingir um total 156.300 MW de
energia hidrelétrica instalada, dobrando a capacidade atual de energia
hidrelétrica no Brasil (78.200 MW, em dezembro de 2011).

As obras hidrelétricas, de uma forma geral, produzem grandes impactos


sobre o meio ambiente, que são verificados ao longo e além do tempo de vida
da usina e do projeto, bem como ao longo do espaço físico envolvido. Os
impactos mais significativos e complexos ocorrem nas fases de construção e
de operação da usina, os quais poderão afetar o andamento das próprias
obras. Os impactos e conseqüências também devem ser sustentáveis. “Ainda
que a geração hidrelétrica seja sustentável, algumas regiões atingidas para que
ela fosse gerada tiveram, em lugar de desenvolvimento, retrocesso
insustentável”(MÜLLER, 1995).

2- DIAGNOSTICO DE IMPACTOS NEGATIVOS

O AHE Belo Monte vai provocar muitas mudanças ambientais na região


da Volta Grande do Xingu e na vida das pessoas também. Vai ter mudanças na
paisagem, no comportamento das águas do rio Xingu e dos igarapés, na fauna
e na vegetação. O empreendimento localiza-se na área denominada de Volta
Grande do rio Xingu, entre os paralelos 3º00’ e 3º40’S e os meridianos 51º30’ e
52º30’W.

Novas pessoas vão chegar à região procurando trabalho nas obras e


vão precisar de atendimento médico, escolas, segurança e saneamento. Muitos
imóveis na área rural e na cidade de Altamira serão atingidos. Por causa disso,
muitos moradores terão que morar e trabalhar em outros lugares.

A mão de obra que será contratada é dividida em duas partes. A


primeira é formada por funcionários que vão trabalhar nos setores
administrativos, financeiro, de manutenção, gerência e coordenação dos
trabalhos.

O segundo grupo é formado pela mão de obra que vai trabalhar


diretamente na construção. Este grupo é aquele que deverá ter mais
trabalhadores locais e, também, vindos de outras regiões, os migrantes.

Os estudos de viabilidade técnica foram concluídos em 2002 e


aprovados pelo Congresso Nacional em 2005. Foram necessários estudos
prévios sobre os impactos positivos e negativos sobre o meio físico, biótico e
socioeconômico considerando-se o conjunto barragem, reservatório, tomada
d’água e casa de força, o empreendimento ocupará terras dos municípios de
Vitória do Xingu, Altamira e Brasil Novo.

Impactos: Aumento do Barulho e da Poeira com Incômodo da


População e da Fauna

O movimento de terra necessário para as obras irá causar poeira e


poderá modificar a qualidade do ar próximo aos canteiros, principalmente no
Sítio Belo Monte e no Sítio dos Canais e Diques.

O barulho que também será gerado, por causa do tráfego de veículos e


equipamentos pesados, poderá causar incômodo à população. Também por
causa do barulho poderá ter fuga de animais nas áreas mais próximas às
obras. As consequências dos impactos causados pela alteração na qualidade
do ar e no nível de barulho sobre a população poderão ser diminuídas e
controladas por ações do Plano Ambiental de Construção.

Impactos: Mudanças no Escoamento e na Qualidade da Água nos


Igarapés do Trecho do Reservatório dos Canais, com Mudanças nos
Peixes

Será necessário um grande movimento de terra para que sejam feitas as


obras de canteiros, de escavação dos canais, a formação do botafora e a
construção dos diques no Trecho do Reservatório dos Canais. Em alguns
locais, com a retirada da vegetação poderão ocorrer deslizamentos de terra e
erosões. Onde isso acontecer, a terra poderá ser arrastada para os igarapés
mais próximos, mudando a qualidade das águas, que ficarão mais escuras e
com mais sedimentos. Isto poderá afetar negativamente espécies aquáticas
que não são resistentes a mudanças na qualidade da água, podendo ocorrer
inclusive, em alguns locais, a morte de peixes.

Outro impacto previsto está ligado à interrupção dos igarapés do Trecho


do Reservatório dos Canais, por causa da construção dos diques. Os peixes
que vivem nesses igarapés, e que dependem das planícies que serão
inundadas, sofrerão consequências negativas, com o desaparecimento de
espécies.
Impacto: Interrupção Temporária do Escoamento da Água no Canal
da Margem Esquerda do Xingu, no Trecho entre a Barragem Principal e o
Núcleo de Referência Rural São Pedro

A partir da metade do segundo ano de construção e durante os sete


meses seguintes será necessário interromper o escoamento no canal da
margem esquerda do rio Xingu para a implantação das obras no Sítio Pimental.
Isto causará uma grande diminuição da quantidade de água que passa pelo
Xingu junto à sua margem esquerda, em um trecho de 10 km localizado rio
abaixo do Sítio Pimental.

Nesse trecho do rio Xingu fica o núcleo de referência rural São Pedro,
formado por 20 imóveis rurais com cerca de 60 moradores. As ilhas próximas,
também habitadas, têm 20 moradores permanentes. Além da pesca, também
são praticados a agropecuária e o extrativismo vegetal. Normalmente esses
moradores utilizam o rio para subir até Altamira, para ir para a escola de ensino
fundamental na Ressaca, que atende 36 crianças, ou para a igreja que existe
em São Pedro. Assim, o rio é a principal via de transporte nesse trecho, que é
feito com pequenas embarcações.

Para fazer esse caminho por terra, é necessário andar cerca de 10 km


até o travessão mais próximo. Como esse trecho ficará com pouca água, serão
formadas poças com água presa e parada, favorecendo a criação de mosquitos
transmissores de doenças. O abastecimento de água dos imóveis localizados
nesse trecho, que atualmente é feito por poços rasos, também irá sofrer
modificações. Por causa desses impactos, a população que habita esse trecho
de 10 km junto à margem esquerda do rio Xingu terá a opção de ser
reassentada.

Impactos: Retirada de Vegetação, com Perda de Ambientes


Naturais e Recursos Extrativistas

Com a construção da usina, vão desaparecer algumas áreas de floresta.


Esse é um dos primeiros impactos do AHE Belo Monte. A importância do
impacto muda de acordo com o lugar e também com o período da Etapa de
Construção. Por exemplo, perder áreas de uma floresta fechada, seja ela de
Terra Firme ou Aluvial, prejudica animais e peixes. Por outro lado, perder áreas
de pasto significa muito para proprietários e trabalhadores das áreas rurais. A
retirada de vegetação ocorrerá, em maior quantidade, quando for feito o
desmatamento nas áreas que deverão ser liberadas para o futuro enchimento
do Reservatório do Xingu e do Reservatório dos Canais.

O desmatamento e o aumento do barulho provocam a fuga de animais.


Por isso, acidentes com cobras podem acontecer com mais frequência,
aumentando a procura por postos de saúde na área rural.

O desmatamento de áreas para a formação dos reservatórios provocará


uma alteração na paisagem, que poderá representar perdas culturais para a
população indígena. Poderá também ocorrer uma busca da população rural por
recursos extrativistas florestais fora das áreas que serão desmatadas para
formar os reservatórios, o que pode levar a um aumento de pressão sobre as
TIs. Além disso, o desmatamento poderá causar alteração temporária nas
águas e nos peixes do rio Xingu, levando à alteração de fontes de renda e
sustento indígenas ligadas à pesca.

Impacto: Mudanças na Paisagem e Perda de Praias e Áreas de


Lazer

A mudança de rio para lago no trecho do Reservatório do Xingu e a


formação do Reservatório dos Canais inundando em ambos uma área de 516
quilômetros quadrados -, causarão alterações definitivas na paisagem. Este é
um impacto irreversível.

Praias e áreas de lazer serão perdidas, muitas delas instaladas nas


ilhas. As praias que serão atingidas pela formação do Reservatório do Xingu
são Praia do Pajé, Praia do Pedral, Praia do Olivete, Prainha, Praia do
Arapujazinho, Praia do Arapujá, Praia do Sossego, Praia do Padeiro, Praia do
Amor, Praia do Besouro e Praia do Louro.

Impacto: Perda de Jazidas de Argila Devido à Formação do


Reservatório do Xingu

Nas planícies de inundação e nos aluviões dos igarapés Ambé e


Panelas, em Altamira, existem jazidas de argila que são exploradas na época
da seca (7 meses do ano). Com o enchimento do Reservatório do Xingu, essas
jazidas ficarão permanentemente inundadas. Mas, conforme mostra o EIA,
novas áreas para a extração de argila em Altamira já foram encontradas. A
argila dessas áreas, com uma reserva que pode durar até 120 anos, tem
qualidade melhor. É importante falar que a extração de areia e cascalho em
balsas no leito do rio Xingu poderá continuar mesmo depois do enchimento do
reservatório, necessitando apenas de algumas adaptações nos equipamentos.
Essa extração é feita hoje perto da cidade de Altamira, principalmente abaixo
da ilha Arapujá e no encontro do igarapé Panelas com o rio Xingu.

Impacto: Perda de ambientes para reprodução, alimentação e


abrigo de peixes e outros animais

Os estudos feitos no EIA mostram que as variações das inundações nos


períodos secos e de cheias são muito importantes para permitir a reprodução,
alimentação e abrigo dos peixes e de animais, como os tracajás, no Trecho de
Vazão Reduzida. Mudar muito esse processo natural representa grandes
prejuízos para esses animais, que utilizam os ambientes formados nas
margens do rio, dos igarapés e nas ilhas – as chamadas planícies aluviais.
Diminuir a vazão no rio Xingu também causará efeitos negativos nas
inundações que hoje ocorrem nos seus afluentes, principalmente nas margens
do rio Bacajá. A entrada da água nas áreas laterais do rio Xingu e dos igarapés
enriquece e torna as terras mais férteis. Quando as águas baixam, essa terra é
lavada, levando para o rio substâncias que são alimentos para os peixes.

Assim, fica claro que é preciso que a quantidade de água a ser mantida
no Trecho de Vazão Reduzida permita, quando ocorre a enchente no rio Xingu,
que as planícies aluviais sejam molhadas ou, pelo menos, que as raízes das
plantas da Floresta Aluvial sofram os efeitos da umidade. Se isto acontece, boa
parte do processo de floração e frutificação continua a ocorrer e os frutos
continuam a ser transportados para o rio.

Além dos peixes que dependem dos ambientes de inundação da


Floresta Aluvial para continuar a se alimentar, reproduzir e se proteger, há
outras espécies de peixes que estão ligadas a outro tipo de ambiente – os
pedrais. Essas espécies de peixes são os acaris, os chamados peixes
ornamentais. Os estudos feitos no EIA mostram que os pedrais são inundados,
na cheia do rio Xingu, com quantidades de água menores que aquelas
necessárias para que comece a molhagem e a inundação das planícies
aluviais.

Para vazões de cerca de 4.000 metros cúbicos por segundo boa parte
dos pedrais no Trecho de Vazão Reduzida já é atingida pelas águas. Por outro
lado, para que a água comece a chegar até, pelo menos, algumas ilhas e
planícies aluviais, é preciso que se tenham vazões de cerca de 8.000 metros
cúbicos por segundo.

3 - IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A SOCIEDADE


Impacto: pressão sobre as terras indígenas
Das 10 terras indígenas impactadas pelo empreendimento duas serão
diretamente afetadas, são: Araras de Volta Grande do Xingu e Paquiçamba.
Esta Terras indígenas encontra-se na Área Diretamente Afetada (ADA) pela
redução da vazão do rio Xingu. Sendo assim, haverá alterações na qualidade
das águas superficiais e espécies aquáticas nesse trecho do rio que
comprometerá as atividades de pesca, afetando o sustento dos povos
indígenas.

Além disso, haverá maior fluxo nas rodovias Transamazônica,


Transassurini e PA-415 e maior possibilidade de conflitos com os povos que
residem na margem destas rodovias, tais como os Jurunas. Haverá perda da
cultura à medida que houver maior miscigenação entre os povos indígenas e
os imigrantes que chegam a busca de emprego.

Além disso, haverá prejuízos quanto a caçar realizadas dentro dos


limites de suas áreas, principalmente pelo afugentamento e extinção de
espécies que dependiam do estado de perfeito equilíbrio ecológico ao qual
prega o artigo 225 da Constituição Federal.

A atividade de garimpo é ilegal e põe em risco a saúdes das


comunidades e povos que dependem da pesca. A utilização de mercúrio pode
contaminar as águas superficiais e acumular nos organismos aquáticos, tais
como os peixes e algas. Os principais afetados são os organismos que se
encontram no topo da cadeia alimentar, pois acumulam maior quantidade de
metais pesados nos organismos podendo apresentar doença celebrais. As
proximidades do empreendimento existem atividades garimpeiras e de
mineração por se tratar de uma região rica em ouro.

O dano ao patrimônio arqueológico ocorrerá pela inundação de áreas de


cavernas e sítios arqueológicos (cerca de 9%) na área do reservatório.

Impactos sobre as comunidades


A contratação de mão de obra e construção de casa no município de
Vitória do Xingu e Altamira acarretará forte migração da população de outras
regiões causando ocupação desordenadas desses centros urbanos que podem
aumentar a criminalidade, entre outros problemas sociais. Além disso, o
aumento da demanda por mercadorias causará maior fluxo nas rodovias,
gerando barulhos, poeira, causando especulação imobiliária, etc.

Centro urbanos com alto fluxo de migração estão sujeitos a proliferação


de doenças (tais como malárias, leishmaniose, dengue, etc.) transmitidas por
vetores (mosquitos) que podem agravar a saúde da população dos municípios.
Além disso a alteração da vazão do rio será prejudicial às populações que
dependem da pesca para garantir seu sustento (impacto socioeconômicos);
atividades de turismo e recreação também será comprometida com a derivação
do fluxo para formação de canais.

Planos, programas e projetos para mitigação dos impactos negativos e


melhorias nos impactos positivos

Para a construção e operação o AHE Belo Monte e isso deve acontecer com
sustentabilidade, foram propostas no EIA ações para diminuir e compensar as alterações
negativas e melhorar as positivas. Planos, Programas e Projetos Ambientais foram ou
estão criados e devem ser colocados em prática nas Etapas de Estudos e Projetos,
Construção, Enchimento do Reservatório e Operação do AHE Belo Monte. Todas essas
ações são de responsabilidade do empreendedor. Para muitas delas, o empreendedor
deve se responsabilizar por fazer contatos e parcerias com várias instituições, como
universidades, ONGs e, principalmente, as prefeituras municipais e mesmo o Governo
Estadual e o Governo Federal. Algumas dessas ações deverão ser mantidas por toda a
vida útil do empreendimento.
Para as populações indígenas, os estudos feitos indicaram que devem ser
colocadas em prática ações para a garantia e a defesa dos territórios indígenas e de seus
recursos naturais. Isto porque elas já vêm sofrendo pressões e estas pressões podem
aumentar por causa da implantação do AHE Belo Monte . As ações propostas para as
populações indígenas incluem:
• a necessidade de comunicação sobre o empreendimento e suas etapas;
• a garantia de condições de transporte;
• a sustentabilidade econômica das populações indígenas;
• a prevenção de doenças e o desenvolvimento da saúde;
• a educação e a capacitação de agentes indígenas ambientais e de saúde; e
• a defesa e a promoção das culturas indígenas

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A UHE Belo Monte possui uma complexidade enorme de impactos
ambientais que devem ser mitigados e compensados, conforme determina a
Política Nacional do Meio Ambiente. Ao analisa-se os impactos negativos de
grande porte sobre o ambiente e as populações que dependem dela para
sobreviver vale ressaltar a característica de irreversibilidade e imprevisibilidade
devendo-se sempre adotar o princípio da prevenção (art. 225 da Constituição
Federal) e da precaução (Lei 6.938/81).

Os impactos negativos são múltiplos e sua identificação dependem de


certos critérios e na escolha de indicadores. Quanto mais sensível as
alterações do meio for o indicador ambiental, melhor será a resposta aos
efeitos negativos causados pelas atividades humanas. Em suma, a Avaliação
de Impacto Ambiental é um Instrumento que permite identificar os pontos
relevantes a serem consideração na análise de custo/benefício de um
empreendimento potencialmente poluidor/degradador.

Ressalta-se a importância que dos estudos ambientais para previsão e


controle dos efeitos negativos sobre a vida da população. Em geral, os
impactos negativos atingem diretamente a qualidade de vida da população e
precisam ser mitigados e/ou compensados por meio de Planos, programas e
projetos que visão a recuperação do ambiente.

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