Bases Neurologicas Do Desenvolvimento de 0 A 10 Anos 2
Bases Neurologicas Do Desenvolvimento de 0 A 10 Anos 2
Bases Neurologicas Do Desenvolvimento de 0 A 10 Anos 2
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 DESENVOLVIMENTO HUMANO
Fonte: ead.mined.gov.mz
Esses fatores são tidos como fatores universais e são os mesmo que explicam
como acontece o desenvolvimento humano, são quatros pontos fundamentais e eles
não fazem parte de uma teoria específica, eles são universais como já citado acima,
esses fatores são necessários para o desenvolvimento humano, independente da
teoria. São eles:
Hereditariedade: ela tem ligação exatamente com a genética, ou seja,
aquilo que é hereditário, aquilo que nós passamos para outro de uma
forma genética, aquilo que iremos passar para nossa prole. Entende –
se que é o conjunto de pessoas que descendem de um indivíduo ou de
um casal e chamamos de descendência. E a hereditariedade irá
influenciar no desenvolvimento humano através da carga genética.
Crescimento orgânico: o mesmo apresenta características ligadas
com os aspectos físicos sobre a questão corporal. O aspecto físico irá
permitir que a estruturação do esqueleto, portanto de acordo com o
crescimento e o desenvolvimento da criança ela poderá alcançar os
objetos que antes ela não conseguia pegar.
Maturação neurofisiológica: ela irá permitir o padrão de
comportamento, e irá influenciar as estimulações ambientais onde
podem alterar os padrões de comportamentos do ser humano.
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Podemos dizer também que isso é aspecto físico-motor e faz parte
também do crescimento orgânico. Portanto, é ela que vai permitir que o
indivíduo desenvolva capacidades novas e diferentes, em vários
momentos de seu desenvolvimento.
Meio: É o um conjunto de influencias e estímulos que existem no
ambiente e é uma característica muito interessante porque pode alterar
os padrões de comportamento do indivíduo, porque sabemos que cada
pessoa tem a sua singularidade e cada um é constituído numa interação
entre o meio e o indivíduo.
Chega – se a conclusão que os fatores mencionados acima fazem parte do
desenvolvimento do ser humano e são extremante importantes. Compreende – se que
o desenvolvimento humano implica em conhecer todas as características comuns de
cada faixa etária, para que possamos reconhecer todas as individualidades. Dessa
maneira fica mais claro a forma como aprendemos a observar e interpretar os
comportamentos e como eles acontecem.
Fonte: institutoneurosaber.com.br
Fonte: uricer.edu.br
A criança precisa ser criada livremente. Precisa correr e cair cem vezes por
dia, assim aprenderá mais cedo a se levantar. Ela pode e deve sentir dor.
Sofrer é a primeira coisa que deverá aprender, para que quando seja adulto
não acredite morrer a primeira picada e desmaie ao ver a primeira gota de
sangue. [...] é na infância, onde as dores são menos sensíveis, que devemos
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multiplicá-las, para poupá-las na idade da razão. (ROUSSEAU, 1999, p. 236
apud NASCIMENTO G; et al., 2001).
Para ter uma visão mais ampla da aprendizagem das crianças, foi necessário
olhar para Piaget. (1974, p.16 apud SILVEIRA L; 2013), que considera a cognição
como uma forma específica de adaptação biológica de um organismo complexo a um
ambiente complexo. Ao construir sua teoria que trata do desenvolvimento cognitivo,
Piaget observou diretamente as crianças, como a fonte original mais próxima de sua
realidade.
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De acordo com SILVEIRA L; (2013), vários ramos da ciência se seguiram,
destacando que o sistema cognitivo seleciona e interpreta ativamente as informações
ambientais à medida que constrói seu próprio conhecimento. Deste ponto de vista, o
pensador entende que a mente está constantemente reconstruindo e reinterpretando
esse ambiente a fim de adaptá-lo à sua própria estrutura mental existente.
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Todo esse processo desenvolvimental, de acomodação assimilação e equilíbrio
(equlibração, segundo Piaget), acontece por estágios que se diferenciam nas diversas
fases etárias e qualitativas das crianças. O desenvolvimento cognitivo, então, é um
processo contínuo, ininterrupto, que passa por etapas, com as crianças passando por
todas as etapas, mas isso não significa que seja igual para todos; cada criança se
desenvolve à sua maneira e em seu próprio tempo . Segundo Moro (1987, p. 20 apud
SILVEIRA L; 2013), Piaget sugere que as "construções estruturais da inteligência
humana são universais" e sempre seguem a mesma ordem em que acabam surgindo.
No entanto, a idade cronológica das crianças referente às manifestações dessas
construções varia de um sujeito para outro e de um grupo para outro. Segundo Piaget
(1963 apud SILVEIRA L; 2013), os estágios são: sensório-motor, pré-operatório,
operações concretas e operações formais.
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símbolos (PIAGET; INHELDER, 1968/2003; PIAGET, 1970/2006; PIAGET,
1970/2008; LIMA, 1980 apud BONOMO L; 2010).
Esse avanço todo ocorre porque segundo Biaggio (2000 apud FERRARI D;
2014), esse período a criança já não lida apenas com sensações e
movimentos, mas já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo)
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de um significado concreto (objeto ausente), ampliando assim em muito o seu
vocabulário e formando sentenças mais complexas.
Embora Papallia (2000 apud FERRARI D; 2014) mostre que a segunda infância
é uma fase de grandes realizações, Biaggio (2000 apud FERRARI D; 2014)
acrescenta que, além disso, o estágio pré-operacional também é definido em termos
negativos, ou seja por meio de tarefas não realizáveis por crianças dessa idade. São
elas conforme Papallia (2000 apud FERRARI D; 2014):
De acordo com FERRARI D; (2014), centração: não pensa em vários aspectos
ao mesmo tempo, mas concentra-se apenas em um.
Conforme FERRARI D; (2014), confusão entre aparência e realidade: é a
incompreensão entre o que parece ser e o que é, por exemplo, se uma criança
vê um recipiente com leite e em seguida é lhe dado um óculos que faz o leite
parecer verde e lhe é perguntado que cor é o leite, ela responde que é verde.
Para FERRARI D; (2014), irreversibilidade: a criança não compreende que
uma operação pode ter dois ou mais sentidos, que certos fenômenos são
reversíveis, como a água que vira gelo e pode vir a ser água novamente.
Como aponta FERRARI D; (2014), foco mais nos estados do que nas
transformações: a criança vê um mundo em quadros estáticos, não
compreendem o processo de transformação que leva de um estado para outro.
Segundo FERRARI D; (2014), raciocínio transdutivo: a criança vê uma
situação como base para outra, e estabelece um relacionamento causal entre
essa situação como por exemplo a criança que acha que seus pais se
divorciaram porque ela se comportou mal.
FERRARI D; (2014) conceitua o egocentrismo: se caracteriza pela
incapacidade de a criança ver o ponto de vista do outro, a compreensão do
mundo é centrada em si.
Embora o pensamento da criança se transforme rapidamente, o egocentrismo
ainda continua presente, pois observa-se que nesse estágio, o sujeito ainda não
concebe uma realidade da qual não faça parte devido à ausência de esquemas
conceituais e da lógica. Rodrigues et al (2005 apud FERRARI D; 2014) acrescenta
que nesse estágio, a leitura da realidade é incompleta e parcial, pois a criança prioriza
aspectos que são mais relevantes aos seus olhos e também não é possível a
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reversibilidade do pensamento, pois a criança não consegue organizar os objetos e
acontecimentos em categorias lógicas gerais.
O aspecto central dessa fase é mesmo o desenvolvimento da linguagem que
de acordo com Balestra (2007 apud FERRARI D; 2014) gera novos esquemas e
favorece a reconstrução daqueles anteriormente formados, oportunizando a
edificação do pensamento simbólico em substituição à ação direta do sujeito sobre o
objeto pela sua evocação e representação mental. O pensamento simbólico possibilita
a superação dos limites referentes a noção de tempo e espaço da fase anterior, e
essa nova habilidade de operar a partir de representações mentais conduz à
superação gradativa do subjetivismo da criança, possibilitando maior objetividade na
aquisição de conhecimento.
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não está formada a capacidade de abstração, que acontece apenas no período
operatório formal (sujeitos de 11 ou 12 anos em diante).
Assim, o período operatório concreto é o penúltimo estágio para se chegar ao
nível mais elevado de raciocínio: a abstração. De acordo com Piaget (2003 apud
SOUZA N; et al., 2014), o sujeito tem a capacidade de organizar o mundo de forma
lógica ou operatória, não se limitando mais a uma representação imediata, mas ainda
dependendo do mundo concreto para desenvolver a abstração. Contudo, este período
é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de solucionar
problemas concretos. Nesta fase, já começa também a compreender a conservação
de volume, massa e comprimento.
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consequências (o necessário). Em outras palavras, as hipóteses são formas de
imaginar o que deveria ser o real se esta ou aquela condição fosse satisfeita.
Sobre o equilíbrio do pensamento formal podemos dizer que o mesmo é
atingido quando há compreensão de que a função da reflexão é a de adiantar e
interpretar a experiência. Este equilíbrio ultrapassa, em muito, o pensamento concreto
porque engloba, além do mundo real, as construções que são indefinidas da dedução
racional e da vida interior. Para caracterizar essas formas de equilíbrio, a psicologia
recorre à álgebra visando a deduzir suas possibilidades e predizer seus efeitos. Então,
na medida em que os juízos enunciados correspondem a operações proposicionais e
que estas podem ser expressas por meio de símbolos algébricos, o raciocínio
corresponde diretamente às transformações que ligam estas operações entre si. Por
outro lado, essas transformações correspondem ao próprio cálculo, que é intrínseco
a essa álgebra. É assim que o ato inteligente equivale a agrupar operações entre si
(Filho, 1988 apud RIZZI C; et al., 2004).
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são marcadas por constante aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sabedoria
popular. Assim, os indivíduos tendem a melhorar suas realizações nas tarefas que a
vida lhes impõe. A aprendizagem permite ao sujeito compreender melhor as coisas
que estão à sua volta, seus companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a
ajustar-se ao seu ambiente físico e social.
Piaget (1969 apud MOTA M; et al., 2001), foi quem mais contribuiu para
compreendermos melhor o processo em que se vivencia a construção do
conhecimento no indivíduo. Apresentamos as ideias básicas de Piaget (l969, p.14
apud MOTA M; et al., 2001) sobre o desenvolvimento mental e sobre o processo de
construção do conhecimento, que são adaptação, assimilação e acomodação. Piaget
diz que o indivíduo está constantemente interagindo com o meio ambiente. Dessa
interação resulta uma mudança contínua, que chamamos de adaptação. Com sentido
análogo ao da Biologia, emprega a palavra adaptação para designar o processo que
ocasiona uma mudança contínua no indivíduo, decorrente de sua constante interação
com o meio.
Conforme MOTA M; et al., (2001), esse ciclo adaptativo é constituído por dois
subprocessos: assimilação e acomodação. A assimilação está relacionada à
apropriação de conhecimentos e habilidade. O processo de assimilação é um dos
conceitos fundamentais da teoria da instrução e do ensino. Permite-nos entender que
o ato de aprender é um ato de conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os
fatos, fenômenos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo
das matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer que a aprendizagem é uma
relação cognitiva entre o sujeito e os objetos de conhecimento.
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Como caracteriza MOTA M; et al., (2001), a acomodação é que ajuda na
reorganização e na modificação dos esquemas assimilatórios anteriores do indivíduo
para ajustá-los a cada nova experiência, acomodando-as às estruturas mentais já
existentes. Portanto, a adaptação é o equilíbrio entre assimilação e acomodação, e
acarreta uma mudança no indivíduo. A inteligência desempenha uma função
adaptativa, pois é através dela que o indivíduo coleta as informações do meio e as
reorganiza, de forma a compreender melhor a realidade em que vive, nela agi,
transformando.
Para Piaget (1969, p.38 apud MOTA M; et al., 2001), a inteligência é adaptação
na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento mental, em sua organização
progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais precisa à realidade. É preciso
ter sempre em mente que Piaget usa a palavra adaptação no sentido em que é usado
pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indivíduo em decorrência de
sua interação com o meio. Portanto, é no processo de construção do conhecimento e
na aquisição de saberes que se desenvolve a aprendizagem e ao mesmo tempo
superar as dificuldades que sentem em assimilar o conhecimento adquirido.
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Os esquemas possuem uma plasticidade dinâmica e se adaptam à realidade
de tal forma que podem ser assimilados. Diante de uma situação externa, o esquema
é aplicado, ou seja, a ação assimiladora do sujeito inicia um ciclo de ação sobre o
objeto. Se o esquema consegue integrar o novo objeto à estrutura existente, a
situação atual é mantida, mas se o esquema não inserir o novo objeto na frente do
qual o sujeito está localizado, o sujeito enfrenta um desequilíbrio. Essa situação surge
quando o ciclo de ação do sujeito sobre o objeto citado e é seguido por ações de
retorno do objeto ao sujeito. A função do objeto na construção de habilidades
cognitivas é desequilibrar o sujeito. (Becker, 2014 apud CORRÊA C; 2017).
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neles antes de o sujeito atuar sobre eles. A experiência lógico-matemática, por outro
lado, consiste na ação sobre os objetos, o que elimina características específicas
dessas coordenações não deles, mas da ação e coordenação do sujeito.
Por conseguinte, de acordo com Becker (2013 apud CORRÊA C; 2017), A
experiência na perspectiva piagetiana não é uma submissão passiva aos objetos, mas
uma ação sobre eles que os modifica ou transforma, uma ação que se compõe das
duas ações complementares mencionadas acima: assimilação e acomodação. Em
relação a experiência física e a experiência lógico-matemática as mesmas colocam
em jogo o processo de abstração, que consiste em tirar algo de algo que interessa ao
sujeito. Assim, o fator afetivo - o interesse - está no centro do processo de abstração.
(Becker, 2013 apud CORRÊA C; 2017). Encontramos dois grandes tipos de abstração
em Piaget: a empírica e a reflexiva ou reflexionante.
Como aponta CORRÊA C; (2017), enquanto a abstração empírica lida com a
experiência física: abstração por meio da qual o sujeito extrai propriedades ou as
qualidades de objetos ou ações em suas características materiais, do observável, a
abstração reflexiva é a abstração de que trata a experiência lógico-matemática, ou
seja, é a abstração por meio da qual o sujeito extrai qualidades inobserváveis da
coordenação de suas próprias ações, extrai dela certas qualidades e as usa para
outros fins, a fim de reconstruir essas qualidades em um novo nível e gerar novas
formas. A abstração reflexiva torna-se abstração pseudoempírica e abstração
refletida.
A abstração pseudoempírica é uma abstração que em sua totalidade é uma
abstração empírica, mas o que assim remove o sujeito do objeto não está no objeto,
mas na coordenação das ações do sujeito. Exemplo: Este lápis é menor que este, o
“menor que” não está no lápis, mas no assunto que o caracteriza. Portanto, é uma
propriedade ou qualidade da ação do sujeito sobre o lápis, não do lápis. O novo
conhecimento é obtido por meio da abstração, não das propriedades do objeto, mas
da organização trazida pelo sujeito. (Becker, 2013 apud CORRÊA C; 2017). A
abstração refletida, por outro lado, ocorre quando a reflexão se torna o trabalho do
pensamento, em níveis superiores, a reflexão que cria coisas novas só pode
permanecer no nível da ação e sem consciência por muito tempo.
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Desta forma, as abstrações refletidas podem ser conceituadas como o
resultado de uma abstração reflexiva quando se torna consciente. Esse tipo de
abstração permite ao sujeito estabelecer relações implícitas entre os fatos sem
transmitir o real. Com base na concepção teórica de ações coordenadoras, Piaget
(1964/2014 apud CORRÊA C; 2017) inseri os estágios de desenvolvimento de
crianças e adolescentes, que não descrevemos, levando em consideração o fato de
que as duas funções superordenadas que são a inteligência e afetividade são
indissociáveis em todos os comportamentos e tendem a se mover na direção de um
equilíbrio móvel.
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que estar presente na escola. Mas é a ação do aluno que realmente faz desse material
estimulante um estímulo, uma ação que não pode ser deixada ao acaso: deve ser
orientada pelo professor.
O professor, como colaborador, precisa saber como usar a atividade da criança
para estimular seu aprendizado. É mais do que um conhecimento profundo do
conteúdo a ser veiculado ao que se é ensinado: é saber relacioná-lo às possibilidades
da criança. (Vergnaud, 2009 apud CORRÊA C; 2017).
Porém, o ato do educador de criar situações para o aluno conhecer é um ato
baseado na ciência e no respeito ao seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que o
que é veiculado nas aulas é bem recebido pela criança quando na verdade é uma
extensão de alguma de suas construções espontâneas (Piaget, 1970 apud CORRÊA
C; 2017).
Nesse contexto, é muito importante destacar que para Piaget, o
desenvolvimento espontâneo não significa amadurecimento nem negar a influência e
a necessária ação sistemática do ambiente escolar. Pelo contrário, significa que ao
estudar o desenvolvimento de conceitos científicos é necessário "considerar o
processo de construção de operações pelo sujeito do conhecimento, consistindo em
ações internalizadas que se tornam reversíveis e estão contidas em sistemas de
conhecimento. Leis claramente definidas " (Dongo Montoya, 1995, p. 36 apud
CORRÊA C; 2017). Nesse sentido, a escola deve partir dos esquemas de assimilação
das crianças e adolescentes e propor atividades desafiadoras que gradativamente
causem desequilíbrios e reequilíbrios (maior equilíbrio) e conduzam o aluno a novas
descobertas e ao desenvolvimento de conhecimentos.
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No dizer de MEHANNA A; (2002), num primeiro momento, a coação se faz
necessária para que a criança conheça as regras e tenha noções sobre o bem e o
mal, o certo e o errado. Estudando a construção da moralidade infantil, descobriu que
o desenvolvimento das crianças mostra duas tendências basicamente opostas de
moral: “ a moral do dever ”, ou heteronomia, onde uma criança segue as regras fixadas
pelas autoridades que a rodeiam (pais, irmãos mais velhos, etc.) e as obedece por
temor à perda de afeto ou ao castigo; é uma moral fruto de um tipo de relação social
em que predomina o respeito unilateral e que Piaget chamou de coação; e a “moral
do bem”, ou autonomia, resultado da formação na qual a criança pode se ver cada
vez mais livre de autoridades e capaz de construir normas entre iguais. É necessário
e inevitável que a criança passe pela fase da heteronomia, de obediência à autoridade,
para que, depois, o espírito de cooperação possa ser construído, através do respeito
mútuo e da reciprocidade. O objetivo da educação moral, portanto, é a de auxiliar a
criança em construir sua autonomia.
Conforme MEHANNA A; (2002), a educação moral, para Piaget, não constitui
uma matéria especial de ensino, mas um aspecto particular da totalidade do sistema,
dessa maneira, as crianças e os jovens não devem ter “aulas” de educação moral,
mas vivenciar a moralidade em todos os aspectos e ambientes presentes na escola.
Nesse sentido, os trabalhos em grupo são uma atividade facilitadora para a
construção da autonomia, pois as crianças, ao trabalharem juntas, podem trocar
pontos de vista, discutir, ganhar em algumas ideias e perder em outras, enfim, podem
exercer a democracia. Do ponto de vista de Piaget, educar moralmente, é
proporcionar à criança situações onde ela possa vivenciar a cooperação, a
reciprocidade e o respeito mútuo e assim, construir a sua moralidade.
Piaget (1994 apud PRANDI D; 2013) divide os estágios da prática de regras em
quatro: motor, egocêntrico, cooperação nascente e consciência das regras:
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relacionadas ao contato da criança com os objetos em função de seus próprios
desejos e hábitos motores. Assim, a criança primeiramente busca conhecer os objetos
e acomodar seus esquemas motores a essa realidade nova para ela. Piaget
caracteriza esse estágio pela ausência de sequência e de direção na sucessão de
comportamentos (há regras permanentes), embora exista uma ritualização de
comportamentos. O autor também destaca o aparecimento de simbolismos, assim, os
comportamentos são muito mais “jogados” do que pensados, mas implicam uma
participação da imaginação.
De acordo com LEONARDI E; (2008), 2º Estágio - Egocentrismo: esse estágio
inicia quando a criança recebe do exterior o exemplo das regras codificadas, em média
entre os dois e cinco anos. Mesmo imitando as regras do outro, a criança as pratica
como deseja. Quando jogam juntas, cada criança joga para si (todas podem ganhar)
e sem se preocupar com a “codificação” das regras. Esse duplo caráter de imitação e
utilização individual dos exemplos recebidos, Piaget denominou de egocentrismo.
Este surge como um comportamento intermediário entre os comportamentos
socializados e os puramente individuais. A socialização da criança inicia desde que
existam trocas verbais através da linguagem, da imitação. O pensamento adulto
predomina sob o pensamento da criança.
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No dizer de LEONARDI E; (2008) 3º Estágio - Cooperação nascente: nesse
estágio, por volta dos seis, sete anos surge a necessidade do desenvolvimento mútuo
do jogo. Assim, a criança começa a observar as regras comuns do jogo, ao tentar
vencer, fica atenta às ações dos outros jogadores. O jogo então, deixa de ser muscular
e egocêntrico para tornar- se social. Há um interesse crescente em conhecer as regras
do jogo e seus detalhes. Entretanto, mesmo conhecendo as regras comuns a todos
os jogadores, se forem questionadas, separadamente, as crianças darão respostas
diferenciadas sobre as explicações do jogo. Isto, segundo Piaget explica-se pelo fato
de que, nesse estágio, a criança joga como raciocina. Essas novas maneiras de
pensar conduzem às deduções, que derivam das experiências da criança, entretanto,
ainda são incapazes de levar a criança a raciocinar formalmente.
Para LEONARDI E; (2008) 4º Estágio- Codificação das regras: nesse
estágio, o código das regras a seguir é conhecido por todos os jogadores. As crianças
empenham-se em cooperar ou combinar, mostrando prazer em codificar e prever
todos os possíveis casos do jogo. Também, aplicam adequadamente, as regras do
jogo dominando-o em todo o seu rigor. Nesse estágio o interesse dominante é pela
regra, tal como ela é, o que se evidencia nas ações das crianças/adolescentes quando
se interessam em discutir, decidir, prever e fixar as regras que serão aplicadas no
jogo.
Para Piaget (1977, p. 41 apud LEONARDI E; 2008) a consciência das regras:
nesse estágio é possível que a criança/adolescente “tome consciência das regras do
raciocínio a ponto de aplicá-las não importa em que caso, também naqueles
puramente hipotéticos (simples assunções) ”. Assim, pode aplicar conscientemente
as regras do jogo, chegando a raciocinar formalmente. Para o autor, a aquisição e a
prática das regras de jogo obedecem a leis simples e naturais, cujas etapas podem
ser definidas da seguinte maneira: 1) simples práticas regulares individuais; 2)
imitação dos maiores com egocentrismo; 3) cooperação; 4) interesse pela regra em si
mesma (PIAGET, 1977 apud LEONARDI E; 2008).
Piaget (1932 apud LEONARDI E; 2008) salienta que a prática das regras está
intimamente ligada à consciência que as crianças possuem sobre elas. Para conhecer
a que consciência da regra corresponde os esquemas individuais (rituais), o autor
lembra que, desde o nascimento da criança, tudo exerce pressão sobre ela para lhe
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impor a noção de regularidade. Os conhecimentos físicos (sucessão de dias e noites)
favorecem o aparecimento de esquemas motores de previsão. Unidas às
regularidades exteriores, os pais impõem a criança certas obrigações morais que
originam outras regularidades: refeição, sono, asseio, etc.
De acordo com LEONARDI E; (2008) Piaget faz essa distinção, quando suas
observações mostram que as regras motoras impostas para si pela própria criança,
sem que exista intervenção nenhuma, não originam um sentimento de obrigação
propriamente dita. Observou também que, quando as regras são inventadas, imitadas
ou recebidas do exterior e sancionadas pelo ambiente, elas estão acompanhadas de
um sentimento de obrigação, ou seja, constitui a regra como ela é.
Bovet (sem data apud PIAGET, 1977, p. 46 apud LEONARDI E; 2008) em sua
tese sobre a gênese da obrigação consciente afirma que “o sentimento de obrigação
surge quando a criança aceita as imposições de pessoas pelas quais demonstra
respeito”.
Piaget (1977 apud LEONARDI E; 2008) amplia essa tese, distinguindo, ao lado
do respeito unilateral, aquele do maior pelo menor, um respeito mútuo de igualdade
entre eles. Afirma que a regra coletiva surgirá como resultado desses dois tipos de
respeito. Assim, Piaget descreve três estágios que expressam a progressão da
consciência das regras:
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No segundo estágio da consciência da regra, marcado pelo egocentrismo e
primeira metade do estágio da cooperação, a regra é sagrada e sua origem adulta é
de essência eterna. Considerada obrigatória, sujeita à intervenção do ambiente que a
sanciona e a estabelece. Toda modificação, nesta fase, será considerada uma
transgressão (PIAGET, 1994 apud ZANE V; 2004).
O terceiro estágio da consciência da regra compreende o quarto estágio da
prática das regras. Segundo Piaget (1994 apud ZANE V; 2004) a origem da regra é
devido à convenção social. Ela é considerada lei e deve ser mantida e respeitada por
consentimento mútuo. Qualquer mudança só poderá ocorrer por consenso geral.
Nesta fase a criança tem consciência do seu caráter arbitrário.
A correlação que Piaget (1994 apud ZANE V; 2004) faz entre a prática e a
consciência da regra é apenas estatística, isto é, quantitativa, no entanto,
afirma haver uma relação qualitativa, porque, inicialmente, a regra é sagrada,
coletiva e exterior ao indivíduo e, posteriormente, vai se interiorizando como
resultado do consentimento mútuo e da consciência autônoma.
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5 A PERSPECTIVA SOBRE A ADOLESCÊNCIA
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por suas características nas diferentes dimensões do desenvolvimento humano,
envolvendo as questões como : (psicológicas, cognitivas, orgânicas, políticas,
emocionais, espirituais, sociais) é capaz de elevar o sujeito de uma situação de
heteronomia para uma autonomia relativa até atingir a autonomia propriamente dita,
possibilitando assim o exercício de sua cidadania de forma ativa nos diferentes
sistemas ecológicos em que convive (a escola, a família e a comunidade).
Para o protagonismo, portanto, a autonomia não é o ponto de partida, mas o
ponto de chegada. A autonomia, como finalidade da educação, conforme expressava
Piaget (1977/1932 apud SILVA T; 2009), depende da experiência socializada da
pessoa e, portanto, de sua racionalidade enquanto sujeito (PARRAT-DAYAN;
TRYPHON, 1998 apud SILVA T; 2009).
Portanto, pode- se dizer que o ponto de partida para a construção do conceito
de adolescência é a sua abordagem como uma fase específica do desenvolvimento
humano, caracterizado por mudanças e transformações múltiplas e fundamentais para
que o ser humano possa atingir a maturidade e se inserir na sociedade no papel
adulto. Um primeiro aspecto a ser considerado, nesse debate conceitual sobre
adolescência no Brasil, é a de que não se pode abordá-la como uma realidade
homogênea em todas as regiões e camadas sociais do país marcadas por grandes
diversidades e desigualdades, em seus aspectos naturais, sociais e culturais.
(UNICEF, 2002, p. 09 apud SILVA T; 2009).
6 CONCEITO DE INTELIGÊNCIA
A palavra inteligência vem do latim intellegere, que, por sua vez, é oriunda do
grego legein, verbo composto de inter (=entre) + legere, que significa: "escolher" ou
"ler". E, além disso, as palavras mencionadas têm origem na palavra grega "logos"
que origina diversos vocábulos como: 'palavra', 'lógica', 'pensamento', 'razão', 'ler', e
todos estes conceitos estão ligados ao conceito de inteligência, direta ou
indiretamente (ZIMERMAN, 2012 apud MARÇON S; 2014).
Conforme MARÇON S; (2014), o conceito de inteligência tem sido debatido
desde a época dos filósofos pré-socráticos que buscaram várias explicações para
defini-lo. Heráclito acreditava que o homem consiste no corpo e em uma alma
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universal que permeia o homem através da respiração e o torna racional. Pitágoras
também acreditava na dicotomia corpo e alma, uma vez que o intelecto estava
associado à alma imortal em um corpo mortal.
Platão acreditava que existem três tipos de inteligência ou estados mentais
associados a diferentes classes sociais. O primeiro é a alma apaixonada que precisa
de reflexão e memória e está ligada à classe média. O segundo é capaz lidar com
fenômenos físicos e era uma característica dos militares; e a terceira, definida como
alma ou pensamento racional, era uma característica inerente de reis e filósofos e
incluía a capacidade de abstração. (SILVA, 2003 apud MARÇON S; 2014).
De acordo com MARÇON S; (2014), o conceito de inteligência é complexo e
abrangente. Na perspectiva de Augusto Cury, o autor aborda o conceito global de
inteligência em “O Código da Inteligência” e o divide em três níveis. Dentro desses
estágios, os dois primeiros são classificados como estágios inconscientes. E o último,
a consciência. O primeiro nível refere-se aos processos inconscientes que recuperam
e organizam as informações na memória e, consequentemente, constroem
pensamentos e emoções.
Para MARÇON S; (2014), o segundo estágio são os fatores que influenciam a
leitura da memória e formam pensamentos, imagens mentais, ideias e fantasias. Um
fato relevante na segunda fase é a indagação que o autor faz sobre a falta de domínio
do processo de construção de pensamentos, ideias e imagens mentais.
Cury afirma que o homem comanda o funcionamento de máquinas complexas,
mas, seu próprio cérebro é a máquina menos dominável e de mais difícil assimilação
e compreensão a fins de controle, principalmente, quando tratamos de processos do
inconsciente (CURY, 2008 apud MARÇON S; 2014). A terceira área da inteligência é
o produto das duas primeiras áreas e neste nível encontramos os comportamentos
conscientes que podem ser analisados e mensurados.
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Como aponta MARÇON S; (2014), a partir de 1884, Francis Galton projetou os
primeiros testes para medir a inteligência, seguido por Alfred Binet no século XX em
1905. Um ano depois, Lewis Madison Terman da Universidade de Stanford publicou
uma versão aprimorada dos testes de Binet, que foi considerada a melhor bateria de
testes de inteligência da época. Em 1916, por sugestão de William Stern, o conceito
de "Quociente de Inteligência" (QI) foi introduzido. A psicometria era muito difundida
na época, considerada a era dos testes de inteligência e abrangeu os anos entre 1910
e 1930.
Pelo fato de a inteligência ser um conceito amplo e complexo, parece não haver
uma definição universalmente aceita. Discutindo os conceitos acerca da inteligência,
cabe destacar os estudos de Guilherme R. A. Focchi e Cláudia Inês Sheuer no artigo
“O conceito de inteligência e sua importância para a psiquiatria” (2006), onde foram
pontuados diversos autores e consequente definição adotada sobre o assunto. Para
Stern (1914 apud MARÇON S; 2014), a inteligência é definida como a capacidade do
indivíduo para adaptar-se às situações novas.
Para Binet e Simon (1916 apud MARÇON S; 2014), a inteligência é conceituada
como vários processos de pensamentos que compõem a adaptação mental. Wells
(1917 apud MARÇON S; 2014) conceitua a inteligência como a capacidade de
combinar as normas de conduta visando a obter uma melhor atuação em situações
novas. Já Thorndike (1921 apud MARÇON S; 2014) define a inteligência como a
faculdade de produzir reações satisfatórias do ponto de vista de verdade e realidade.
Goddard (1945 apud MARÇON S; 2014) define a inteligência como o grau de eficácia
adquirido pela experiência para solucionar problemas atuais e prevenir os futuros.
Para Awechsler (1958 apud MARÇON S; 2014), a inteligência é a capacidade
agregada ou global que o indivíduo possui para pensar racionalmente, agir
intencionalmente, e interagir de maneira eficaz com o meio. Sordi (2005 apud
MARÇON S; 2014) relata que a inteligência pode ser definida como a capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio, que se constitui das seguintes dimensões, física,
social, simbólico e histórico-cultural.
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A definição de inteligência continuou sendo foco de pesquisa e discussão,
surgindo, ao longo do tempo, novas teorias e conceitos cada vez mais amplos. Ricardo
Primi (2006 apud MARÇON S; 2014), em seu artigo "Inteligência: Avanços nos
Modelos Teóricos e nos Instrumentos de Medida" enfatiza a condição de que a
inteligência é a habilidade que o indivíduo possui de se adaptar ao meio.
Para MARÇON S; (2014) outros autores também veem o conceito de
inteligência como integrado e o analisam de forma interdependente. Em "As
inteligências múltiplas e seus estímulos", Celso Antunes afirma que a inteligência não
aparece como um fenômeno neurológico isolado e não pode ser avaliada como um
fenômeno independente. Para o autor, o meio que se diz respeito ao ambiente
desempenha um papel fundamental na construção do intelecto, visto que o meio no
qual o indivíduo está inserido é o repertório para o desenvolvimento de sua
inteligência.
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novos estudos e pesquisas. A Inteligência Universal mostra que o assunto irá evoluir
e melhorar constantemente. Com sua evolução e aprimoramento.
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Como caracteriza MELO F; (2003), a teoria das Inteligência Múltiplas mostra
um modo pluralizado de entender o intelecto. Avanços recentes na ciência indicam
que a inteligência de cada pessoa é formada por faculdades autônomas as quais
podem trabalhar separadamente ou em conjunto com outras faculdades, e que estas
variam de indivíduo para indivíduo.
Como aponta MELO F; (2003), então, cada pessoa pode ter um grupo
diferenciado de inteligências, que não obrigatoriamente são formadas pelo mesmo
grupo, como por exemplo: lógico-matemática, cinestésico corporal e interpessoal
sempre estarão interligados ou da mesma forma que linguística, intrapessoal e
espacial estarão sempre juntas nas pessoas que as tiverem como inteligência. Não
existe uma regra pronta para a verificação destas inteligências, as pessoas de modo
geral, apresentam uma mistura de várias inteligências, isto é, dentro de uma gama
muito grande de opções individuais cada pessoa de acordo com as suas habilidades
tem um espectro de opções referentes a sua inteligência.
De acordo com MELO F; (2003), a princípio Howard Gardner identificou sete
faculdades, as quais ele chama de “inteligências”. Mas no decorrer de seus estudos e
pesquisas foi detectado uma nova inteligência que recebeu por batismo o nome de
Inteligência Naturalista. Vale também ressaltar, que nos estudos realizados nunca se
pensou em uma quantidade exata e imutável de inteligências, podendo estas, de
acordo com estudos que continuam sendo realizados aumentar ou quem sabe fundir-
se, isto é, esta lista pode ser reorganizada ou subdividida, com outras para melhor
determinar a capacidade intelectual do indivíduo. Mas o que deve ficar claro neste
caso é a pluralidade do intelecto.
Outros estudiosos e pesquisadores sobre o assunto, como Nilson José
Machado, professor da Universidade de São Paulo desde (1972 apud MELO F; 2003)
aceitam ainda a existência da inteligência pictórica ou pictográfica, que de certa forma
parece estar sendo estudada e avaliada por Gardner, como parte integrante da
inteligência cinestésico-corporal, englobando-se também, de forma intrínseca, em
todas as outras inteligências por ele estudadas.
Conforme MELO F; (2003) acredita-se que cada inteligência é extremamente
importante e que nem uma delas pode ser considerada mais ou menos importante do
que a outra pelo fato de ser mais comum ou mais usável, ou ainda pelo fato de trazer
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mais poder econômico as pessoas que delas estão impregnadas. Por isso a ordem
que serão descritas ou elencadas no texto não tem nada a ver com importância ou
valor de cada uma delas, sendo que as oito primeiras elencadas abaixo são
inteligências estudadas e descobertas por Gardner, já a última delas é uma
consideração de inteligência estudada e defendida por Machado.
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Inteligência Musical
Inteligência Intrapessoal
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O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao
sentimento da própria vida, à gama das próprias emoções, à capacidade de
discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma
maneira de entender e orientar o próprio comportamento. A pessoa com boa
inteligência intrapessoal possui um modelo viável e efetivo de si mesma. Uma
vez que esta inteligência é a mais privada, ela requer a evidência a partir da
linguagem, da música ou de alguma forma mais expressiva de inteligência
para que o observador a perceba funcionando. (GARDNER, 1995, p. 28 apud
SABINO M; et al., 2005).
Inteligência Interpessoal
Inteligência Naturalista
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Esse tipo de inteligência é comumente visto em biólogos e indivíduos que trabalham
no campo, que necessitam desenvolvê-la para que possam executar suas atividades
(GAMA, 2014 apud ALMEIDA R; et al., 2017).
Inteligência Linguística
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A criança com aptidão particular nesta inteligência mostra facilidade para contar e
fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.
7 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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indivíduo a escolher suas ações mediante a constatação da situação apresentada, ou
diante de situações de perigo de vida, pode induzir a ações que evitem que o pior
aconteça.
SILVA E; (2016) alega que a maturidade emocional pode se desenvolver em
qualquer pessoa que a deseje e pode ser aprendida desde a idade adulta. Para atingir
esse objetivo, é necessário primeiro aprofundar o autoconhecimento para reconhecer
os desencadeadores das atitudes e, então, ser capaz de agir racionalmente.
Considerar e medir as consequências de tal ação e mudar esses esquemas mentais,
se necessário.
Segundo SILVA E; (2016), o autoconhecimento é a base para o
desenvolvimento da inteligência emocional e para alcançá-la é preciso ser
introspectivo, ou seja, olhar para dentro de si mesmo e observar suas emoções,
sentimentos, o que o motiva, o que também o leva a um objetivo que o desmotiva. E
o deixa triste. Olhar para dentro de si mesmo não é tarefa fácil, porque é assim que o
homem encara o mais belo e o mais escuro. E o difícil é enfrentar essa sombra que
vive em todos. A inteligência emocional pode ser aprendida, desenvolvida e
aperfeiçoada ao longo da vida com as experiências acumuladas, diferentemente do
QI que não muda muito após a adolescência.
Goleman (1995 apud ROSIAK S; 2013) diz que ao se tomar consciência do
quão importante são as emoções em nossas vidas, é possível obter grandes
benefícios para si e para o próximo e pode-se com isso desenvolver aptidões que nos
serão úteis em qualquer situação. Ele elenca as principais como sendo:
Autoconsciência Emocional: Um melhor reconhecimento das próprias emoções,
entendendo as causas desses sentimentos. Controle das Emoções: Desenvolver uma
maior tolerância à frustração controlando a raiva de modo a diminuir possíveis
comportamentos agressivos; aumentar o sentimento positivo sobre si mesmo; diminuir
a solidão com menos ansiedade social. - Canalizar Produtivamente as Emoções: Ser
mais comunicativo e menos impulsivo desenvolvendo o autocontrole. Empatia:
Conseguir Visualizar como importante a perspectiva do outro melhorando sua forma
de ouvir e desenvolvendo a sensibilidade aos sentimentos do próximo. Lidar com
Relacionamentos: Conseguir analisar melhor como ocorre cada relacionamento;
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procurar ser mais aberto e amistoso em sua forma de se relacionar com mais atenção
e harmonia.
Goleman (1995 apud ROSIAK S; 2013) ressalta o caráter como sendo a palavra
que melhor define o conjunto de aptidões que a Inteligência Emocional representa.
“Se o desenvolvimento do caráter é uma das bases das sociedades democráticas,
pensem em algumas das maneiras como a inteligência emocional reforça essa base.
O princípio fundamental do caráter é a autodisciplina; a vida virtuosa, como têm
observado os filósofos desde Aristóteles, se baseia no autocontrole. Uma pedra de
toque afim do caráter é a capacidade de motivar-se e orientar-se, seja no fazer um
dever de casa, concluir um trabalho ou levantar-se pela manhã. Precisamos estar no
controle de nós mesmos, para agir direito com o outro. ” (GOLEMAN, 1995 p. 302
apud ROSIAK S; 2013).
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8 BIBLIOGRAFIA
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DOS SANTOS LEONARDI, Eleodora. A resolução dos conflitos sociomorais e
suas implicações na construção da autonomia moral dos alunos. Ufsm, [S. l.], p.
1 - 127, 2008.
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PAULA ROSIAK, SILVANA. A inteligência emocional, como ferramenta na
obtenção do sucesso profissional. Utfpr, [S. l.], p. 1 - 43, 2013.
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