Desenvolvimento Vs Crescimento
Desenvolvimento Vs Crescimento
Desenvolvimento Vs Crescimento
Nomes:
Paulo Joao Magure
António José Luís Inácio
Inusso Diaz
Felicidade Baco
Angelina José
Catija Mussagy
Docente:
Msc. Fulgência Pacul
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Objectivos e metodologias
Objectivos gerais
Estabelecer a relação e/ou diferença entre Desenvolvimento e Crescimento.
Objectivos específicos
Compreender diferentes ideias em diferentes autores
Exactificar vários conceitos em relação ao desenvolvimento vs Crescimento
Metodologias
Aplicação de diversas fontes bibliográficas
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DESENVOLVIMENTO VS CRESCIMENTO
Crescimento econômico refere-se a um aumento no produto total na economia. Ele é definido
por alguns como sendo um aumento do PIB real per capita.
O crescimento econômico moderno é o período no qual verifica-se um rápido e sustentado
aumento no produto real per capita que inicia, no mundo ocidental, com a Revolução
Industrial.
Crescimento implica em saber quais as razões que tornam uma sociedade mais produtiva.
Segundo Angus Madison, haveria quatro razões básicas:
1. O progresso tecnológico;
2. Os investimentos em capital humano;
3. Os investimentos em capital físico;
4. A eficiência na organização econômica que se traduz na estrutura de incentivos que
induzem os indivíduos a inovar e acumular.
O desenvolvimento econômico de um país é o processo de acumulação de capital e
incorporação de progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da
produtividade, dos salários, e do padrão médio de vida da população.
A medida mais geral de desenvolvimento econômico é a do aumento da renda por habitante
porque esta mede aproximadamente o aumento geral da produtividade; já os níveis
comparativos de desenvolvimento econômico são geralmente medidos pela renda em termos
de PPP (purchasing power parity) por habitante porque a renda ou produto do país
corrigido dessa maneira avalia melhor a capacidade média de consumo da população do que
a renda nominal.
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Schumpeter (1911) foi o primeiro economista a assinalar esse fato, quando afirmou que o
desenvolvimento econômico implica transformações estruturais do sistema econômico que o
simples crescimento da renda per capita não assegura. Ele usou essa distinção para salientar a
ausência de lucro econômico no fluxo circular onde no máximo ocorreria crescimento, e para
mostrar a importância da inovação – ou seja, de investimento com incorporação do progresso
técnico – no verdadeiro processo de desenvolvimento econômico.
Pensamentos Clássicos:
A divisão feita por Smith, entre países ricos e pobres, revela a consciência de que os países
não eram iguais: “Os países ricos tem vantagens inerentes sobre os pobres, pois os pobres
falham na aplicação das políticas corretas”. Smith poderia estar pensando na falta de
organização existente nos países mais pobre, e também na corrupção que dificulta a tomada
de decisões políticas e econômicas.
Os países ricos também levam vantagens com baixos salários por unidade de trabalho, que
são possíveis devido a abundância de capital barato e transportes
Eficientes que reduzem o preço de produtos essenciais.
O crescimento económico para Smith tem também uma ordem natural em Smith (que só é
alterada quando o governo passa a interrompê-la) para a organização das manufaturas, do
comércio exterior e da agricultura: “As terras precisam ser cultivadas antes que alguma
cidade tenha-se estabelecido, e algum tipo de indústria ou manufatura precisa existir na
cidade antes que desenvolva-se o comércio exterior.
O desenvolvimento econômico segue esta ordem “natural” para Smith e um constante
aumento da produtividade nestes três setores, propiciaria um crescimento econômico. Uma
alta produtividade conciliaria também altos salários devido aos baixos custos de manufatura.
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O crescimento econômico é também em Smith sinônimo de desenvolvimento econômico, e
a questão aqui gira em torno do “egoísmo”, do individualismo, e por isso é essencial em
Smith a liberdade como um dos valores, ou virtudes mais importantes que assegurem o
individualismo. Para Smith o estado tem essa função, garantir a liberdade individual. O
estado portanto teria três deveres principais, deve proteger da invasão de outro estado,
estabelecer um poder judiciário e garantir a manutenção de serviços públicos essenciais
(como educação). A educação é ponto fundamental para o processo de desenvolvimento, dois
segundo Smith “para os efeitos degenerativos e alienantes da divisão do trabalho”. Portanto
Smith está consciente de que a especialização pode alienar, e há uma noção implícita de que a
educação não é importante no processo de desenvolvimento (como sinônimo de crescimento),
mas é sim importante para barrar os efeitos do mesmo.
Desenvolvimento seria algo previsível, “natural”, pois dados as precondições, a
produtividade aumentaria, aumentaria também a divisão do trabalho e com o livre comércio e
a liberdade para as unidades produtoras, haveria uma “mão invisível” que proporcionaria o
desenvolvimento social, a partir dos desejos e vontades individuais. Porém não deve-se
esquecer que a educação não é algo que se agrega ao sistema naturalmente, ela precisa de
uma ajuda do estado, para assim barrar os efeitos “nocivos” da divisão do trabalho.
Adam Smith limita o crescimento, pois segundo este, ele está ligado as leis Instituições, ao
clima e ao solo (traços fisiocratas em Adam Smith). Há uma associação do crescimento com
salários mais altos. Para exemplificação deste caso Smith utiliza o caso das colônias inglesas,
onde os salários eram altos e, portanto, segundo Smith o crescimento era muito mais
acelerado do que na Inglaterra.
T. R. Malthus
Malthus foi um importante economista e sacerdote da Igreja Anglicana, que nasceu em 1766
em The Rockery. Em 1798 expõe suas ideias sobre aumento populacional na obra Ensaio
sobre o Princípio da População.
Malthus tem como característica principal uma visão macroeconômica, enquanto Ricardo
tinha uma visão microeconômica. Malthus busca as causas favoráveis para o crescimento da
produção. Segundo ele estas seriam: Acumulação do capital, fertilidade do solo e invenções
para economizar trabalho. O equilíbrio dinâmico em uma economia em crescimento requer
determinadas proporções que equilibrem a oferta e a demanda.
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Malthus assume para que haja um desenvolvimento, estão principalmente aqueles ligados ao
controle da população (fator o qual, Malthus enfatiza durante a sua obra). Os salários caem
com um aumento da população, esse aumento ocorre por causa da ignorância, da falta de
liberdade política e civil e da opressão.
David Ricardo
Economista inglês, um dos fundadores da ciência econômica e autor da teoria de valor
trabalho. Nascido em Londres em 1772. Ricardo não separa, assim como os outros clássicos,
crescimento de desenvolvimento. Mas como todos os clássicos, Ricardo tem como ponto de
partida vários valores que considera fundamental. Ele foi, por exemplo, um grande defensor
de reformas políticas e da liberdade religiosa.
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O crescimento da população estava intimamente ligado ao desenvolvimento da nação, pois os
preços de mercado dos salários estariam abaixo dos preços naturais toda vez que a população
excedesse a capacidade da indústria de absorver a mão-de-obra, o que resultaria numa queda
da qualidade de vida para os trabalhadores, e num aumento dos lucros para os capitalistas.
Pensamento pós-clássico
J.A Schumpeter
Foi um economista inglês que nasceu em 1863 em Triesch, Moravia. Conhecido por suas
teorias sobre desenvolvimento capitalista e ciclos Econômicos.
O desenvolvimento econômico se confunde aqui também com o crescimento, mas os
pressupostos que Schumpeter adota para seu modelo nos dizem um pouco sobre as condições
que esse acha essencial para que ocorra um crescimento. A propriedade privada, a divisão do
trabalho e a livre competição.
Por trás destes pressupostos aparecem um pouco o método idealista racionalista adotado
pelos clássicos, pois a livre competição desencadeia nesses um processo de desenvolvimento,
aperfeiçoamento da sociedade que é guiada por uma “mão invisível”. A maximização do
lucro das empresas também está implícito, pois é fator fundamental para que haja
crescimento da riqueza.
“Os movimentos cíclicos são a forma que o desenvolvimento econômico assume na era do
capitalismo”, segundo Schumpeter. Seu raciocínio pode ser assim parafraseado:
1. Porque o desenvolvimento econômico não ocorre de uma forma linear mas cíclica?
2. “Porque inovações – novas combinações- não são distribuídas através do tempo
homogeneamente mas aparentemente em grupos descontínuos e em enxames”
3. Enxames ocorrem porque o aparecimento de alguns empreendedores que tiveram sucesso
induzem ao um aumento progressivo de empreendedores, havendo entretanto decrescimento
de espírito de talento e criatividade, que buscam essas novas possibilidades de lucrar
4. Em Schumpeter ciclos econômicos são basicamente um fenômeno setorial com
manifestações macroeconômicas. Enfim percebe-se que esses valores encontram-se em
sociedades desenvolvidas com mais facilidade, valores atribuídos aos indivíduos, esses
indivíduos empreendedores.
Evsey D. Domar
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Segundo Domar para que haja um crescimento contínuo em pleno emprego é necessário um
aumento contínuo das despesas e do estoque de moedas. Os gastos que consideravam mais
aconselhável eram os investimentos, que aumentavam também a capacidade produtiva, além
de gerar renda. Mas o fundamental era definir a quantidade ideal de investimento para que
fosse mantido o pleno emprego.
O problema relacionado ao desenvolvimento está novamente ligado ao crescimento
econômico. Não trata-se de uma questão de atitude, como diria Schumpeter, e sim algo ligado
a políticas que devem ser tomadas para que os países cresçam.
O crescimento que estava condenado pelos clássicos (de Hume até Mill considerava-se uma
estagnação, e Marx a completa destruição do capitalismo no longo prazo) é posto como uma
possibilidade aqui, isso se essas condições estabelecidas forem seguidas.
De qualquer maneira o desenvolvimento sugerido tem uma relação muito próxima com a
vontade de investir, a renda que os agentes recebem, propensão a investir e a produtividade
média do investimento. Com relação a esse último vários fatores podem influenciar essa
variável, como por exemplo a taxa que se considera mínima de retorno para um investimento
e que leva os empresários a investir realmente dado um risco que o mercado calcula, ou seja,
há todo um fator psicológico que deve ser considerado e que portanto não está ligado ao
termo
Crescimento econômico e sim ao desenvolvimento econômico.
Harrod
Harrod dá extrema importância a fatores macroeconômicos ao crescimento de um país. O
desenvolvimento não é abordado em sua teoria, mas é claro que está implícito a ideia desses
dois conceitos estarem ligados. A satisfação social ocorre quando o equilíbrio entre taxas de
crescimento e renda são iguais, como ele mesmo disse “. Todas as partes ficam satisfeitas
produzindo nem mais, nem menos a quantidade justa”.
O modelo de Harrod almeja incluir as expectativas empresariais na função investimento. Ele
constata que o maior problema são as divergências entre as taxas efetivas e necessárias de
investimento para assegurar o crescimento a pleno emprego.
Arthur Lewis
Definiu o crescimento econômico como Um processo de desenvolvimento econômico
acelerado com o objetivo de eliminação do atraso econômico”. Isso significaria dizer que um
país subdesenvolvido deve ter taxas de crescimento do PIB per capita ou do PIB, superiores
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as de uma país desenvolvido tomando por base, por exemplo os EUA, na medida em que se
um país desenvolvido com um PIB de 100 cresce a 7%, enquanto um país subdesenvolvido
com PIB de 30 cresce a taxas de 5% e, portanto, esse país subdesenvolvido nunca alcançara o
Desenvolvido, muito pelo contrário, o fosso só tenderá a aumentar, apesar dessa definição ser
lógica, nunca foi aceita por muitos economistas (até a década de 50) da Mainstream
Economics.
Lewis, entretanto, se recusava a fazer qualquer distinção entre crescimento, desenvolvimento
e progresso, por achar que se tratam de coisas intrinsecamente ligadas. A anatomia do
crescimento seria assim definida: “desenvolvimento econômico, com uma oferta ilimitada de
trabalho e o papel fundamental dos aumentos de produtividade na agricultura no processo de
industrialização”
A respeito desses fatores ele apresenta três conclusões: Os custos do crescimento econômico
não geram necessariamente consequências como cidades feias. Isso porque a questão, o como
se desenvolve a sociedade, tem explicações não econômicas na maioria das vezes. Outros
efeitos considerados maus, não podem ser considerados intrinsecamente maus efeitos, como
por exemplo, o crescimento do individualismo e das cidades. Pode ocorrer também que um
crescimento alto demais pode ser considerado alto demais para a saúde
Social também.
O estudo feito por Lewis é o único que toca todas as variáveis necessárias ao crescimento:
- População e força de trabalho (relação inversa entre crescimento per capita e taxa de
crescimento; a ideia de que a transferência da mão-de-obra para outros setores seria um efeito
e não a causa do crescimento econômico).
- Estuda a acumulação do conhecimento como causa do crescimento econômico, assim como
o investimento e a ampliação do estoque de capital, o qual depende invariavelmente do lucro.
- Ciclos Econômicos: Irregularidade da inovação determina a volatilidade do investimento, e
o investimento na indústria civil.
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- Preços relativos
- Estágio e limites para o crescimento: Para ele haverá uma estagnação no futuro, entretanto
não há uma condenação do crescimento econômico, visto que considera os indivíduos como
elementos de suma importância num processo de enfrentamento dos desafios futuros.
Crescimento e desenvolvimento são conceitos que estiveram ao longo da história das ciências
econômicas intrinsecamente ligados. O crescimento econômico como um conceito, na fase
em que os clássicos estudaram-no, por parte de Smith, Ricardo, Mill e até Marshall, era algo
analisado dentro do âmbito microeconômico essencialmente. O desenvolvimento econômico
é estudado com uma visão mais social. Os outros autores clássicos levantam o tema
desenvolvimento como um conjunto de valores sociais e individuais a serem buscados pelas
sociedades que almejam crescer.
INDICADORES DE CRESCIMENTO
Os indicadores do nível de atividade funcionam como um termômetro das condições gerais
dos elementos mais sensíveis às flutuações cíclicas do lado real da economia, sintetizados no
comportamento do produto interno bruto (PIB), da produção industrial e das estatísticas de
emprego e desemprego:
Desemprego
O desemprego constitui a maior preocupação da maioria das economias capitalistas desde o
final do século XX, devido à modernização tecnológica, à automação, à abertura pouco
criteriosa dos mercados e à proliferação de distorções conjunturais. A taxa de desemprego é
definida pela relação entre o número de pessoas desempregadas e a população
economicamente ativa (PEA).
Inflação
A inflação pode ser entendida com uma elevação generalizada e permanente dos níveis de
preços do sistema econômico, resultando em deterioração do poder aquisitivo da moeda e
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depreciação dos valores dos ativos. A complexidade do cálculo da inflação decorre da
necessidade de aferir a variação de preços de produtos distintos fisicamente, e de serviços,
que variam a taxas diferenciadas.
O cálculo da inflação é efetuado por meio de uma média da variação dos preços pesquisados
para os diferentes produtos, ponderada pelas quantidades produzidas, consumidas ou
comercializadas dos bens, a partir de parâmetros primários obtidos das pesquisas de
orçamentos familiares e até de Matrizes de relações inter-setoriais.
Financeiros
. Juros - taxa de juros média (em %) praticada pelo Banco Central para a rolagem dos títulos
da dívida pública por um dia. Apesar de terem sido concebidos para propiciar a gestão da
liquidez do sistema econômico, os papéis do governo sempre representaram ativos de
primeira linha, indicando o piso da rentabilidade do mercado financeiro, devido à sua pronta
liquidez e à plena garantia de recompra.
. Poupança - rendimento calculado para a remuneração mensal dos depósitos em caderneta
de poupança, a partir da Taxa Referencial de Juros (TR), acrescida de 0,5%. A TR é obtida a
partir da combinação da remuneração média mensal, livre de impostos, dos depósitos à prazo
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fixo captados pelos bancos comerciais e de investimentos e agências operadoras com títulos
públicos.
Sector público
. Dívida líquida - somatório do endividamento do governo central (inclusive Banco Central),
estadual e municipal e por suas empresas junto ao sistema financeiro (público e privado), ao
setor privado não financeiro e ao resto do mundo, descontados os valores correspondentes aos
créditos do governo. Ao contrário do ocorrido em outros países, no Brasil o conceito inclui a
base monetária, por contemplar os ativos e passivos financeiros do Banco Central.
.
Necessidades de financiamento - déficit ou superavit resultante da variação líquida da
dívida pública, deduzidos os empréstimos concedidos ao setor privado. O conceito nominal
incorpora a totalidade das receitas e despesas, o operacional exclui as correções monetária e
cambial da dívida pública e o primário desconta a correção monetária e as receitas e despesas
financeiras (juros nominais).
Sector externo
. Exportações - valor das vendas e outras remessas de bens e serviços de propriedade para o
exterior, realizadas por agentes econômicos residentes do país, a preços de embarque,
excluindo o pagamento de fretes, seguros, impostos e taxas.
. Importações - valor das compras e outros ingressos de mercadorias e serviços procedentes
do exterior do país.
Saldo da balança comercial - exportação menos importação.
Saldo em transações correntes - consolidação da balança comercial e de serviços e das
transferências unilaterais. Os serviços compreendem transportes, seguros, viagens
internacionais, assistência técnica, lucros e dividendos e juros da dívida externa. As
transferências unilaterais correspondem às doações, remessas de imigrantes.
. Dívida externa - valor total de débitos do país, contratados com residentes no exterior e
garantidos pelo governo, decorrentes de empréstimos e financiamentos, com prazo de
vencimento superior a um ano.
CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
Conceito crescimento sustentável ê amplamente desenvolvido por Sachs (1980, 1986) -
compreende as dimensões económicas e ecológicas, prevendo a satisfação das necessidades
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mediante a utilização controlada e racional dos recursos existentes, minimizando os
desperdícios e a degradação ambiental.
O meio ambiente é encarado com um duplo valor, intrínseco e instrumental, valendo por si
mesmo e tendo como função a promoção do crescimento económico. Remetendo para o
conceito de sustentabilidade, a preocupação central desta perspetiva consiste em acautelar o
desenvolvimento futuro, evitando a destruição no presente de recursos não renováveis.
Para Sachs (2004), o crescimento sustentável está estruturado a partir de cinco pilares:
1. O Social, fundamental por motivos tanto intrínsecos quanto instrumentais, por causa
da perspectiva de disrupção social que paira de forma ameaçadora sobre muitos
lugares problemáticos do nosso planeta;
2. O Ambiental, com as suas duas dimensões (os sistemas de sustentação da vida como
provedores de recursos e como “recipientes” para a disposição de resíduos);
3. O Territorial, relacionado à distribuição espacial dos recursos, das populações e das
atividades;
4. O Econômico, sendo a viabilidade econômica a conditio sine qua non para que as
coisas aconteçam;
5. A Política, pois a governança democrática é um valor fundador e um instrumento
necessário para fazer as coisas acontecerem, a liberdade faz toda a diferença.”
O termo sustentabilidade prende-se igualmente com a gestão dos recursos naturais. Numa
primeira fase, a preocupação centrava-se na gestão das reservas de recursos não renováveis
(petróleo, minérios e recursos estratégicos em geral). Contudo, o crescimento sustentável
passou também a considerar a gestão dos recursos renováveis (por exemplo, os serviços
ambientais permitidos pela radiação solar), devido ao problema do ritmo de renovação /
qualidade desses recursos.
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ABORDAGENS DE DESENVOLVIMENTO
Teorias da modernização
Crescimento equilibrado vs desequilibrado
Rosenstein-Rodan (1943) identifica os fatores centrais que impedem um investimento
industrial por parte de empresas privadas nas regiões subdesenvolvidas. Em sequência, o
autor sugere uma estratégia de desenvolvimento de “grande impulso”, envolvendo ativamente
o Estado na educação da força de trabalho e no planeamento e organização de programas de
investimento de grande dimensão.
Nas suas contribuições centrais para a escola da modernização, Rostow e Lewis apresentam
uma visão comum sobre determinados pontos-chave, dos quais se destacam os seguintes:
A medida central do crescimento económico é o aumento do rendimento per capita;
O desenvolvimento económico é concebido como um processo de modernização;
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A condição de partida para este processo de transformação é a existência de uma
oferta de trabalho abundante no setor tradicional;
A taxa de poupança é o determinante central da taxa de investimento e este, por sua
vez, da taxa de crescimento económico;
A classe capitalista (Lewis) ou empreendedora (Rostow) constitui uma força motriz
do crescimento económico, em particular, para o arranque desse processo (Hunt,
1989).
Teorias da dependência
Na década de 1960 surge Uma série de interpretações radicais, argumentando que a
dominação económica exercida pelos países mais avançados sobre os chamados “países
atrasados”
O enquadramento da análise da dependência e suas implicações para o
desenvolvimento/subdesenvolvimento provém de teóricos de inspiração estruturalista e
neomarxista.
Estruturalismo
O pensamento estruturalista sobre o desenvolvimento está intimamente relacionado a autores
latino-americanos da Comissão Económica para a América Latina. O estruturalismo refuta as
teses da ortodoxia liberal na defesa do interesse, para todos os países, da liberdade de trocas e
da especialização internacional assente no princípio das vantagens comparativas. O
pessimismo
Em relação às relações internacionais encontra o seu fundamento central na tendência para o
declínio dos termos de troca para os produtos primários, tese desenvolvida num quadro em
que o mundo está dividido entre centro e periferia, por Prebisch (1949) e Singer (1950).
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orientado para a produção e exportação de produtos primários em troca da
importação de produtos manufaturados;
(iii) Nestas condições, as economias subdesenvolvidas são incapazes de gerar a sua
própria dinâmica de crescimento ou alcançar o desenvolvimento económico,
sendo necessário, portanto, sair desta dependência de procura externa de
exportações primárias como motor do crescimento, desenvolvendo o seu próprio
setor industrial diversificado;
(iv) O Estado assume um papel central neste processo de transformação estrutural,
mediante a adoção de uma estratégia de industrialização por substituição de
importações (ISI) (Hunt, 1989).
Perspetiva neomarxista
De acordo com Dos Santos 1970, Dependência é uma situação em que a economia de
determinados países está condicionada pelo desenvolvimento e apoio de uma outra economia
que a princípio está sujeito.
As relações de interdependência assumem um caráter de desigualdade, na medida em que o
desenvolvimento dos países dominantes surge em detrimento dos países dependentes Dos
Santos identifica três formas históricas de dependência - “dependência colonial”,
“dependência financeira-industrial” e “dependência tecnológica-industrial” (ou “nova
dependência”).
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O desenvolvimento genuíno da periferia é um cenário improvável dado o fluxo
contínuo de excedente para o centro (So 1990).
Contrarrevolução neoclássica
O ressurgimento do pensamento neoclássico centra-se na análise da relação Estado-mercado
no processo de desenvolvimento económico e esteve associado à crítica ao ativismo estatal
enfatizado na literatura da Economia do Desenvolvimento desde a sua emergência no
segundo pós-guerra. Nessa medida, acaba por constituir-se como uma contrarrevolução
neoclássica nos domínios da política e da teoria económica.
Enquanto os teóricos da escola da dependência consideravam o subdesenvolvimento como
um fenómeno induzido de forma externa, os autores neoclássicos encaram-no como um
problema com causas internas, nomeadamente uma excessiva intervenção governamental e
“más” políticas económicas.
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Abordagem do mercado livre- De acordo com os autores desta vaga, nesses países, os
preços dos produtos agrícolas são artificialmente baixos, as taxas de câmbio
sobrevalorizadas, as taxas de juro artificialmente baixas e os níveis dos salários industriais em
relação aos agrícolas excessivamente elevados e, como tal, conducentes a um padrão de
afetação de recursos distorcido, com a consequente redução em termos de eficiência e bem-
estar.
Abordagem da escolha pública- De acordo com a teoria da escolha pública, o Estado não é
uma espécie de “guardião social da benevolência”, mas antes constituído por um grande
número de atores (políticos, burocratas, tecnocratas, etc.) que atuam somente a partir de uma
perspetiva de interesse próprio, usando o seu poder e a autoridade do governo para os seus
próprios fins. Krueger (1990) realça que, nos países em desenvolvimento, a dinâmica criada
pela intervenção do Estado e pelo protecionismo tende a estar associada ao comportamento
de procura de renda, à pressão dos interesses pessoais e de grupos de interesse conflituantes,
à burocratização e à corrupção.
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Comuns em países em desenvolvimento, podendo acontecer em determinadas situações,
designadamente, mercados incompletos, informação imperfeita, externalidades ou economias
de escala. (Estêvão 1999; Todaro e Smith 2000).
Conclusão
Ao concluirmos a investigação sobre o tema Desenvolvimento vs Crescimento e seus
subtemas supracitados, tais como indicadores de crescimento económico, crescimento
sustentável e as abordagens de crescimento. Concluímos que para alguns autores os termos
desenvolvimento e crescimento constituem variáveis diferentes em que os próprios apresenta
aquilo que são suas divergências em relação a estes dois termos, mas para outros autores, os
termos desenvolvimento vs crescimento são um sinonimo de outro tais autores apresentam
também uma mera convergência em seus entender. Porem, em conceitos genéricos estes dois
termos são no entretanto um diferente do outro. Os indicadores de crescimento económico
servem como uma espécie de termómetro para medir as variações do crescimento económico.
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Referência bibliográfica
MOREIRA, Sandrina Berthault E CRESPO Nuno “Economia do Desenvolvimento” Editora
UFPR 2012, Portugal
Paulo Ricardo de Avelar “ desenvolvimento vs crescimento” universidade federal de juiz
fora 2013
Naja Brandão Santana “ crescimento económico, desenvolvimento sustentável e inovação
tecnológica” São Carlos 2012
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