Lista 1 Estruturas Algebricas II
Lista 1 Estruturas Algebricas II
Lista 1 Estruturas Algebricas II
Estruturas Algébricas II
Alunos
Professor
Cibele Carolina de Souza Sá
Carlos Nascimento
Gustavo de Souza Silva
Resolução da
Primeira lista de exercícios
12. Seja A um anel. Mostre que A é um corpo se, e somente se, os seus únicos ideais são {0} e A.
13. A característica de um anel A é o menor inteiro positivo n tal que nx = 0, para todo x ∈ A.
Se tal elemento n não existe, dizemos que A tem característica 0. Prove que a característica de
um domínio ou é 0 ou é um número primo.
14. Prove que, se f : A → B é um homomorfismo sobrejetor e I é ideal de A, então f (I) é ideal de
B. Retire a hipótese de que f é sobrejetor e dê um contra-exemplo para o resultado que acabou
de provar.
15. Sejam A, B anéis com unidade e f : A → B um homomorfismo sobrejetor. Mostre que f (1A ) =
1B .
16. Sejam Z o anel dos números inteiros e f : Z → Z um homomorfismo. Mostre que ou f = IdZ é
a função identidade de Z ou f = 0 é a função constante zero. (Dica: Calcule f (1).)
17. Mostre que os anéis 2Z e 3Z não são isomorfos.
18. Sejam f : A → B um homomorfismo e J / B. Prove que f −1 (J) = {a ∈ A | f (a) ∈ J} é um ideal
de A.
Estruturas Algébricas II Lista de Exercícios 2020.2
Questão 1
• w − v = (a + bi) − (c + di) = (a + bi) + (−c − di) = (a − c) + (b − d)i ∈ Z[i] uma vez que (a − c) ∈ Z
e (b − d) ∈ Z;
• w · v = (a + bi) · (c + di) = ac + adi + bci + bdi2 = (ac − bd) + (ad + bc)i ∈ Z[i] uma vez que
(ac − bd) ∈ Z e (ad + bc) ∈ Z.
Logo, como Z[i] 6= ∅ e, para todo w, v ∈ Z[i] temos que w − v e w · v pertencem a Z[i] então Z[i] é
subanel de C.
Questão 2
Inicialmente, verifiquemos que o conjunto B é não vazio, pois dado x = 0, temos que 0x = x0 =
0 ∈ B. Sendo assim, aplicando o critério de subanel, segue a demonstração.
a(x − y) = ax − ay = xa − ya = (x − y)a.
Logo, x − y ∈ B.
(ii) De modo análogo, usando a associatividade de anéis e as suposições anteriores, temos que
Logo, xy ∈ B.
Por conseguinte, como o critério de subanel é satisfeito, concluímos que B é subanel de A.
Questão 3
Logo, a · b ∈ Z(A).
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Estruturas Algébricas II Lista de Exercícios 2020.2
Logo, a − b ∈ Z(A).
Questão 4
Inicialmente, verifiquemos que o conjunto B é não vazio, pois dado x = 0, temos que 0x = 0 ∈ B.
Sendo assim, aplicando o critério de subanel, segue a demonstração.
(i) Tome x, y ∈ B, então, xa = 0 e ya = 0, pela definição do conjunto B. Dessa forma, usando o
axioma da distributividade de anéis e as suposições anteriores, temos que
(x − y)a = xa − ya = 0 − 0 = 0
Logo, x − y ∈ B.
(ii) De modo análogo, usando a associatividade de anéis e as suposições anteriores, tem-se que
a(xy) = (ax)y = 0y = 0.
Logo, xy ∈ B.
Por conseguinte, como o critério de subanel é satisfeito, concluímos que B é subanel de A.
Questão 5
a · a−1 = 1 ∈ I
uma vez que I é um ideal de A. Então, para todo a ∈ A temos que
a=a·1∈I
Portanto, podemos concluir que A = I.
Questão 6
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Estruturas Algébricas II Lista de Exercícios 2020.2
Questão 7
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)
(a, b) · (c, d) = (ac, bd)
Logo,
I = {(x, 0)|x ∈ R}
J = {(0, y)|y ∈ R}
são ideais de R2 . Porém, temos que dado (1, 0) ∈ I e (0, 1) ∈ J temos que (1, 0)+(0, 1) = (1, 1) ∈
/ I ∪J.
Questão 8
[
Considere definido J := Jn . Seja b ∈ Ji e c ∈ Jj . Daí, podemos considerar os casos i ≤ j ou
n∈N
j ≤ i. Suponha, sem perda de generalidade, que i ≥ j, então temos que Jj ⊂ Ji . Dessa forma, podemos
afirmar também que b, c ∈ Ji . Logo, Ji é um ideal, com b + c ∈ Ji ⊂ J.
De forma similar, tomemos r ∈ A e b ∈ J, de modo que b ∈ Ji , para algum i. Então, rb ∈ Ji ⊂ J,
br ∈ Ji ⊂ J.
Portanto, J é um ideal em A e o resultado segue.
Questão 9
Pelo exercício 4, sabemos que I ⊂ A é um subanel de A, então, com isso, temos todas as hipóteses
necessárias para iniciar a prova. Inicialmente, segue que I 6= ∅, pois 0 ∈ I, ou seja, 0 · a = 0.
A definição de ideal à esquerda de A nos diz que para todo a ∈ I e dado r ∈ A temos que r · a ∈ I.
Logo,
(rx)a = r(xa) = r · 0 = 0
Portanto, rx ∈ I e I é um ideal à esquerda de A.
Questão 10
Sejam I e J ideais de um anel A. Mostremos que I + J também é um ideal de A, ou seja, a lei que
associa a cada par de ideais de um anel sua soma é uma operação no conjunto de todos os ideais desse
anel. Assim,
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Estruturas Algébricas II Lista de Exercícios 2020.2
Questão 11
Sejam A um anel comutativo com unidade 1 ∈ A e P um ideal de A. Dizemos que P é um ideal primo
de A se P 6= A e, ∀x, y ∈ A, se xy ∈ P , então x ∈ P ou y ∈ P .
(a) suponha que P é um ideal primo de um anel comutativo A com unidade 1 ∈ A. Então P 6= A
implica que 1 + P 6= 0 + P . Logo, A/P é um anel comutativo A com unidade.
Suponha que (a + P )(b + P ) = 0 + P . Então ab + P = 0 + P e ab ∈ P . Pela definição de um ideal
primo P, obtemos a ∈ P ou b ∈ P . Ou seja, a+P = 0+P ou b+P = 0+P . Assim, A/P é um domínio.
Por outro lado, se A/P é um domínio, então 1 + P 6= 0 + P e A/P é um anel comutativo A que não
tem divisores do zero. Logo, P 6= A. Suponha ab ∈ P . Então ab + P = 0 + P e (a + P )(b + P ) = 0 + P .
Como A/P é um domínio, obtemos a + P = 0 + P ou b + P = 0 + P . Portanto, a ∈ P ou b ∈ P .
Portanto, P é um ideal primo.
(b) Em qualquer domínio de integridade, nesse caso com ênfase para os inteiros, o ideal 0, ou seja,
{0} é um ideal primo pois, Z 6= {0} e 0 · a ∈ P (em que 0, a ∈ Z), temos que 0 ∈ {0}.
Seja P um ideal maximal do anel comutativo A. Pela definição de ideal maximal temos diretamente
que P 6= A. Basta provar que se a, b são elementos de A tais que ab ∈ P então a ∈ P ou b ∈ P .
Suponha que a ∈
/ P . e consideremos o ideal I =< a > +P . Desse modo, temos que I ⊃ P .
1 = ra + p
em que r e p são convenientes elementos de A e P respectivamente. Multiplicando-se os dois mem-
bros dessa igualdade por b, temos:
b = r(ab) + bp
igualdade que mostra que b ∈ P , uma vez que tanto ab como p são elementos de P .
Questão 12
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(⇒) Seja I um ideal em A. Suponha que I 6= {0}. Com essa hipótese, resta-nos mostrar que
I = A. Para esse fim, tomemos a ∈ I, a 6= 0, que é inversível (1 = aa−1 ∈ I), pelo fato de A ser um
corpo. A igualdade desejada, I = A, é então uma consequência imediatada do exercício 5 demonstrado
anteriormente.
(⇐) Suponha que os únicos ideais de A são {0} e A. Então, para mostrar que A é um corpo, usando
novamente o exercício 5 demonstrado anteriormente, temos que provar apenas que todo elemento de
A, não nulo, é inversível. Para esse fim, seja a ∈ A, a 6= 0, e consideremos o ideal I = hai. Como
I 6= {0}, pois a ∈ A, então I = A e, portanto, 1 ∈ I. Dessa forma, segue que 1 = aβ, para algum β
conveniente de modo que β ∈ A. Daí, segue que a é inversível e A é um corpo.
Questão 13
Seja A um anel em que esse anel é um domínio de integridade. Queremos mostrar que a caracte-
rística de um domínio ou é 0 ou é um número primo.
Suponha que c(A) = h > 0. Se h não é um número primo, então h = rs para um par conveniente
de inteiros r e s em que 1 < r, s < h. Como c(A) = h, então r · 1A 6= 0 e s · 1A 6= 0. Porém,
0A = h · 1A = (rs) · 1A = (r · 1A )(s · 1A ).
Da igualdade (r · 1A )(s · 1A ) = 0A obtida segue que r · 1A e s · 1A são divisores próprios do zero em A,
o que é um absurdo pois, por hipótese, A é um anel de integridade. Portanto h é primo.
Questão 14
(i) a + b ∈ J;
(ii) sa ∈ J.
f (a0 ) = a e f (b0 ) = b
pois f é um homomorfismo.
Assim, como I é um ideal, então a soma a0 + b0 ∈ I e, por consequência, a + b ∈ f (I) = J, o que
prova a primeira condição para que J = f (I) seja um ideal.
(ii) Como f : A → B é sobrejetiva, então existe r ∈ A tal que f (r) = s. Daí, segue que
pois f é um homomorfismo.
Pelo fato de I ser um ideal em A, então o produto ra0 ∈ I e, consequentemente, sa ∈ f (I) = J,
o que prova a segunda condição para que J = f (I) seja um ideal.
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Estruturas Algébricas II Lista de Exercícios 2020.2
f (x) + f (y) = x + y = f (x + y)
e
f (x)f (y) = xy = f (xy).
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No entanto, f (Z) = Z não é ideal de Q, pois se tomarmos ∈ Q e 3 ∈ f (Z) = Z, tem-se que
2
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3 = ∈ / Z. Logo, ao retirar a hipótese de que f é sobrejetora, não é possível garantir a verificação
2 2
da tese original.
Observação
1
Note que a f definida não é sobrejetora, pois se tomarmos ∈ Q, não há x ∈ Z de forma
2
1
que f (x) = , usando a f definida. Esse aspecto é de suma importância na elaboração do
2
contraexemplo.
Questão 15
Questão 16
Pela hipótese de f ser um homomorfismo, temos que f (a+b) = f (a)+f (b), para quaisquer a, b ∈ Z.
Daí, segue que
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f : 2Z → 3Z
Tomemos f (2) = 3a para algum inteiro a. Assim, podemos calcular f (4) de duas maneiras:
(i) Tome a, b ∈ I. Assim, segue da definição de I, que f (a), f (b) ∈ J. Pelo fato de J ser um ideal
(e dái um grupo abeliano aditivo), temos que f (a) + f (b) ∈ J. Como f é um homomorfismo de
anéis, temos que
f (a + b) = f (a) + f (b) ∈ J.
Logo, temos que a + b ∈ I, o que prova a primeira condição para que I = f −1 (J) seja um ideal
(isso implica que I é um grupo abeliano aditivo de A).
(ii) Seja a ∈ I e r ∈ A. Como a ∈ I, temos que f (a) ∈ J. Como J é um ideal de B e f (r) ∈ J, temos
que f (r), f (a) ∈ J. Como f é um homomorfismo de anéis, segue que
f (ra) = f (r)f (a) ∈ J,
e então ra ∈ I, o que prova a segunda condição para que I = f −1 (J) seja um ideal.
Portanto, I é um ideal de A, como queríamos demonstrar.