057 Amamentação Influência Familiar e A Importância Das Políticas Públicas de Aleitamento Materno 634 A 648
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AMAMENTAÇÃO:
Influência familiar e a importância das políticas públicas de
aleitamento materno
Lídia Maria de Oliveira Dias1, Amanda de Santana Batista2, Igor Macêdo Brandão3,
Fábio Luiz Oliveira de Carvalho4, Fabiana Lopes Martins5, Dalmo de Moura Costa6
Carla Augusta Rossetti Barassa7 Luis Roque Guidi Junior 8
RESUMO
ABSTRACT
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INTRODUÇÃO
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assistência pré-natal, as gestantes devem ser orientadas quanto aos inúmeros benefícios
da amamentação e das desvantagens da introdução de fórmulas. Devem ser orientadas
para que a mamada seja bem-sucedida, através de técnicas que facilitem a habilidade e
confiança na hora da amamentação5.
Faz-se necessário o incentivo das políticas públicas de amamentação para
assistir e orientar as mulheres, destacando a importância da amamentação, ensinando as
técnicas corretas da pega, pois, geralmente, elas podem ter pouca ou nenhuma
habilidade diante dessa prática, o que aumenta sua vulnerabilidade nesse momento.
Além disso, estudos mostram que mulheres que receberam apoio e orientações nas
primeiras semanas após o parto sentiram-se mais seguras e alcançando maior sucesso no
processo de aleitamento6.
Portanto, justifica-se as necessidades de durante a assistência a essas mulheres,
atentar-se não apenas para os aspectos biológicos, mas também para os fatores sócio-
histórico-culturais que podem influenciar diretamente no ato de amamentar,
possibilitando, assim, que a mulher e o recém-nascido possam realizar essa prática de
forma prazerosa6.
MATERIAIS E MÉTODOS
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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para 6% em crianças entre três a quatro meses de vida, e 9,7% para crianças entre cinco
e seis meses de vida13.
Estudos revelam que, atualmente, no Brasil, a prática de amamentação encontra-
se elevada. O Ministério da Saúde apresenta que a média de duração do AM aumentou
de 296 para 342 dias e o AME de 23,4 para 54,1 dias, entre períodos de 1999 a 2008.
Contudo, mesmo com níveis crescentes de prevalência e duração do AM, esses se
encontram muito inferiores aos sugeridos pela OMS, especialmente no que diz respeito
ao aleitamento exclusivo16.
Apesar dos inúmeros estudos comprovando o beneficio do AM tanto para a
criança quanto para a mãe, ainda é motivo de preocupação. Atualmente no Brasil, o
desmame precoce é muito frequente. A II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento
Materno nas Capitais Brasileiras (II PPAM) mostra que a média de amamentação é de
341,6 dias (11,2 meses) e a média da AME é de 54,1 dias (1,8 meses), dependendo da
região, sendo insatisfatório17.
Para mudar a realidade deste cenário, ações vêm sendo recomendadas por
grupos internacionais como OMS, UNICEF, Colégio Americano de Obstetrícia e
Ginecologia, a Academia Americana de Pediatria; e nacionais, como Ministério da
Saúde, Secretarias de Estado o Instituto de Saúde de São Paulo e Sociedade Brasileira
de Pediatria. Elas preconizam ações de promoção, orientação, treinamento e capacitação
sobe amamentação17.
Diante de programas de incentivo ao AM, realizados por organizações como
OMS e UNICEF, o percentual de prevalência do AME está aquém do aconselhado pela
OMS. Alguns fatores como retorno ao trabalho, renda familiar, nível de escolaridade,
presença paterna, influências culturais dos familiares, valorização estética do corpo,
entre outras são influências negativas para a amamentação. Há necessidade de maior
ênfase sobre a importância do AM, e informação dos aspectos psicossociais que
induzem ao desmame precoce14.
A imagem corporal da mãe pode comprometer de maneira negativa a sua visão
durante o período do AM. A preocupação das mães com a estética coloca em evidência
sua vaidade e sua preocupação com sua imagem e a falta de orientação faz com que elas
acreditem que amamentar deixa o seio flácido ou que quanto maior o tempo de AM,
mais o seio fica flácido15.
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O UNICEF relata que, aproximadamente, metade das mortes infantis com menos
de um ano de idade acontece na primeira semana de vida (49,4%). Com a introdução do
AM logo após o nascimento, consegue-se reduzir o índice de mortalidade neonatal, que
acontece até o 28º dia de vida da criança (65,6%). Havendo a oferta contínua da
amamentação até o sexto mês de vida, estima-se que esse valor pode chegar até 1,3
milhões de mortes na faixa etária até 05 anos13.
O Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM) foi
determinado como a geração de uma nova mentalidade no aspecto do AM, estimulando
as Políticas Públicas Brasileiras para um processo de aperfeiçoamento e modificação,
buscando um novo olhar para impulsionar a promoção, o apoio e o incentivo à
amamentação14.
Vale destacar que a Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao
Aleitamento Materno visam seis estratégias centrais. Entre elas encontram-se a
Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), a Rede Amamenta Brasil, o
Monitoramento dos Indicadores de Aleitamento Materno, a Rede Brasileira de Bancos
de Leite Humano (RBBLH) e a Mobilização Social e a Proteção Legal ao Aleitamento
Materno14.
Com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade infantil no Brasil, uma das
recomendações do Ministério da Saúde preconiza que toda criança necessita deixar a
maternidade com a primeira consulta agendada, de preferência na primeira semana de
vida, em um dos pontos de serviço de saúde ou consultório. As iniciativas dessa
natureza, quando colocadas em prática, resultam para a melhoria dos indicadores de
saúde dos seus usuários19.
Em 1981, foi empregada no Brasil a Política Nacional de Incentivo ao
Aleitamento Materno, criando ações coordenadas e reduzindo os índices do desmame
precoce. Na década de 1990, a OMS, associada com o UNICEF, explorou com interesse
mundial estratégias no sentido de alargar o tempo do AM. Uma das estratégias consistiu
na campanha da IHAC de caráter mundial ressaltando a importância da atuação dos
estabelecimentos de saúde hospitais e maternidades na trilogia promoção proteção e
adesão ao AME8.
A seriedade do AM para a saúde materno-infantil tem sido bem documentada, sendo
prioritária na ampliação de estratégias de promoção desta prática. Deste modo, nos
últimos anos foram desenvolvidos programas como a IHAC, a Rede Brasileira de
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O AME nos primeiros seis meses de vida é o melhor alimento, o mais completo
e está comprovado cientificamente que é a alimentação mais saudável que se pode
oferecer para os filhos. É algo imprescindível nas primeiras etapas da vida.
Faz-se necessário o acompanhamento de um profissional de nutrição para
orientar as gestantes desde as primeiras consultas de pré-natal, conscientizar e incentivar
os inúmeros benefícios que o aleitamento materno proporciona ao lactente, orientando
não só nas técnicas de amamentação, como também informando e desmistificando os
mitos culturais, tabus familiares e sociais, que possa levar a um desmame precoce.
As dificuldades para uma amamentação correta podem surgir por conta das
influências culturais e sociais. Neste caso, cabe a tarefa do Nutricionista que é
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REFERÊNCIAS
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literatura. Rev. Med. Saúde. Brasília, v. 6, n. 3, pp. 384-394, 2017.
23. SCHIMIDT, Tais Maduro; LESSA, Nilma Maria Vargas. Políticas públicas de
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Gerais, Ipatinga, v. 7, n. 13, pp. 1044-1056 ago./dez. 2013.
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