Função Administrativa

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Função Administrativa

 
 
A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO
 
 
       Índice :
 
 Funções do Estado;
 Distinção entre Função Administrativa e as demais funções.
 Função Administrativa;
 Mecanismos de controlo;
 Princípios da Função Administrativa
 
 
1.1 O Estado possuí, segundo a classificação do Prof. Dr. Freitas do
amaral, quatro funções: 
 
- a função politica ou governativa
 
- a função legislativa
 
- a função jurisdicional
                                        
- a Função administrativa
 
1.2 Distinção entre a função administrativa e as outras funções do
Estado :
 
Função politica vs Função Administrativa: a Função Politica traduz-se
na prática de actos que respeitam de modo directo o poder politico ,
com o fim de definir o interesse geral da coletividade . A função
administrativa realiza o interesse geral definido pela função política;
 
Função Legislativa vs Função Administrativa : a primeira consiste na
atividade de definição de princípios , tendo um conteúdo meramente
politico.; a segunda é subordinada à lei .
 
Função judicial vs Função Administrativa : a função judicial tem como
objetivo principal a justiça , ou seja julgar . Por outro lado , a função
administrativa não tem como objetivo julgar mas sim , gerir.
 
 
Esta separação e quantificação de funções, não é partilhada por toda
a doutrina, existindo quem acrescente a função técnica (Prof. Dr.
Marcello Caetano) e , por outro lado,  quem acrescente ,  dentro da
classificação do Prof. Freitas do Amaral, duas subclassificações:
a função constituinte e a função de revisão constitucional (Prof. Dr.
Marcelo Rebelo de Sousa);
 
Historicamente, no Estado Absoluto , o povo vivia num clima de
opressão , onde o Monarca assumia o total controlo do poder , tendo ,
desta maneira , a “razão” centrada em si próprio.
Contudo , em 1789 ,  a Burguesia (que se destacava pelo facto de
possuir terras e bens , não dependendo do Monarca)  une-se  ao povo
, dando origem , deste modo , ao conceito de Nação :
 Igualdade ,
 Propriedade
 Livre iniciativa privada.
 
Nascem dois princípios fundamentais :
 Separação de poderes : decisivo para o Direito Administrativo e que
garante imparcialidade e independência entre poderes;
 Principio da Legalidade de Administração : administração só pode
fazer o que está previsto na lei e o administrador só pode actuar nos
limites da mesma lei (Vinculação Estrita).
Assim , podemos dizer que a separação das funções do Estado ,
surgiu com a Revolução Francesa e com a implementação do
Principio da separação de poderes – Art. 16º da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão.
 
1.3 A função administrativa consistiria  na realização, em termos
concretos, do interesse geral da coletividade , ou seja , o bem comum
(Princípio de prossecução do interesse público), sendo subsidiária da
função politica do estado, que se traduz no conjunto de opções
fundamentais sobre a definição e prossecução dos interesses ou fins
da coletividade.
 
Esta definição , hoje em dia e face à organização de que o estado se
socorre, tem um interesse substancialmente teórico, uma vez que no
plano do direito positivo, ela surge, essencialmente, como uma forma
de o Estado manifestar a sua autoridade.
Assim a administração, nas palavras do Prof. Dr. Marcello Caetano,
deixa de se caracterizar como uma função para se afirmar como
um poder ,que consiste na possibilidade de alguém impor aos outros
o respeito por uma conduta.
Numa perspectiva, estritamente jurídica, a função administrativa
consistiria na emanação de actos de protecção jurídica complementar,
sendo resultantes dos actos de criação jurídica primária e abstrata. O
órgão estadual agiria em posição de superioridade podendo,
unilateralmente, intervir na esfera jurídica de terceiros.
Decisões essas que os terceiros terão de acatar, sob pena da
administração poder impor coercivamente o que decidiu, sem
necessidade de uma prévia decisão judicial.
 
No entanto a função administrativa, ou o resultado dela, está sujeita a
sistemas diferenciados de controlo , ou seja , um conjunto de
mecanismos jurídicos e administrativos , com o objetivo de fiscalizar
toda a atividade administrativa.
 
1.4 Podemos dizer que existem vários tipos de controlo:
 Como função restritiva e coercitiva , evitando desvios indesejáveis ou
comportamentos não aceites;
 Como função administrativa, fazendo parte do próprio processo
administrativo , organização e direcção;
 Como sistema automático de regulação , detectando irregularidades ,
proporcionando assim , uma regulação automática , de modo a voltar
à normalidade.
 
 
1.5 A função administrativa obedece a alguns princípios, a saber:
 
1) Princípio da legalidade – toda a actividade administrativa deverá
enquadrar-se na lei existente;
2) Princípio da neutralidade ou impessoabilidade - que impõe que
a actividade seja dirigida a um atendimento impessoal geral ;
3)  Princípio da moralidade – toda a actividade administrativa deve
atendà lei, moral, equidade e deveres de boa-fé.
4)  Princípio da publicidade – todos os actos practicados pela
administração dever ser alvo de publicidade
5)  Princípio da eficiência – impõe ao administrador critério de boa
practica técnica e profissional;
6) Princípio da supremacia do interesse público – por nele se
encontrar subjacente o interesse na coletividade, deverá superar-se
ao interesse do particular.
7) Princípio da indisponibilidade – limitação ao administrador da
practica de actos para os quais não tenha autorização legal.
8) Princípio da auto tutela – possibilidade de a administração rever
os seus actos.
9) Princípio da proporcionalidade – os meios devem ser adequados
aos fins.
10) Princípio da segurança jurídica – o administrador publico não
deve, sem justa causa, desfazer os actos jurídicos sem justa causa.
 
 
Em resumo a função administrativa poderia ser considerada
como uma actividade subalterna e instrumental, realizada pelo
Estado ( ou por a quem ele tenha dado esse poder) demonstrativa
do poder publico, seja ele constitucional ou legal, que emitindo
actos complementares dos poderes originários ou primários,
sujeita a vários tipos de controlo e dirigida á concretização dos
objectivos do direito positivo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Bibliografia:
 
Canotilho , José Gomes   – “Direito Constitucional” – Almedina – 1989
Caetano , Marcello  – “Manual de Direito Administrativo” – Almedina –
1980
Freitas do Amaral, Diogo – “Curso de Direito Administrativo” –
Almedina - 2015

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