Maestra Módulo2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 221

Vias de Comunicação II

Programa:
Introdução e objectivos da disciplina
Estudo da drenagem de uma estrada
Pavimentação de estradas terraplenadas
Pavimentação de estradas revestidas

Avaliação:
2 testes, 3 minitestes, projecto semestral e
diversos (presenças, relatórios de actividade prática)

Visitas de Estudo:
Corredor Maputo-Witbank (Obras de reabilitação)
Corredor Maputo-Wibank* (Sistema de Drenagem)
* N1, entre Maputo e Chicumbane, como
alternativa
BIBLIOGRAFIA
1. CURSOS DE MANUTENÇÃO DE ESTRADAS – “MAESTRA”

Curso 1
Manutenção de Estradas de Terra e Terraplenadas

Curso 2
Concepção, Dimensionamento e Manutenção do Sistema de
drenagem

Curso 3
Manutenção de Estradas Revestidas

2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA SATCC

3. MANUAL DE DRENAGEM DA JAE (Portugal)


INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

CURSOS
DE
MANUTENÇÃO DE ESTRADAS
(MAESTRA)

Prof. Fernando Leite


CURSOS
DE MANUTENÇÃO DE ESTRADAS

Curso 1
Manutenção de Estradas de Terra e
Terraplenadas

Curso 2
Concepção, Dimensionamento e Manutenção
do Sistema de drenagem

Curso 3
Manutenção de Estradas Revestidas
Curso 2
Concepção, Dimensionamento e
Manutenção
do Sistema de drenagem

Prof. Fernando Leite


1. Objectivos do curso
2. Origem da água a drenar
3. Acção negativa da água sobre a estrada e sobre
os utilizadores
4. O sistema de drenagem de uma estrada
4.1. Objectivos do sistema de drenagem de uma estrada,
4.2. Conceito de sistema de drenagem
4.3. Composição do sistema de drenagem
4.4. Tipos de drenagem
4.5. Estudo da Drenagem superficial
4.6. Estudo da Drenagem subterrânea
4.7. Protecção de taludes e de orgãos de drenagem
5. Concepção do sistema de drenagem (Filosofia,
princípios gerais e soluções tipo)
6. Defeitos mais comuns num sistema de drenagem
7. Actividades de manutenção mais importantes
1. Objectivos do curso

• Conceber e dimensionar o sistema de drenagem de uma


estrada,

• Analisar a qualidade do sistema de drenagem de uma


estrada e propor as medidas apropriadas para melhoria,
caso necessário, bem como acções de manutenção /
reparação.
2. ORIGEM DA ÁGUA A SER CONSIDERADA NO ESTUDO
DA DRENAGEM DE UMA ESTRADA

• Precipitação caída sobre a estrada e zonas limítrofes (I)


• Níveis aquíferos intersectados pelos taludes de
escavação (II)
• Níveis aquíferos inferiores ao pavimento (III)
• Cursos de água superficial (temporários ou
permanentes) intersectados pela estrada (IV)
ORIGEM DA ÁGUA A DRENAR
3. ACÇÃO NEGATIVA DAS ÁGUAS SOBRE A
ESTRADA E UTILIZADORES
• Erosão dos taludes (1);
• Redução da traficabilidade, redução da capacidade de
suporte e erosão, durante a construção da plataforma (2);
• Redução da capacidade de carga da fundação e de
qualquer camada do pavimento (3);
• Arrastamento dos finos da fundação, sub-base e base
granulares, criando vazios e diminuindo assim a
capacidade de suporte (4);
• Desagregação do revestimento das misturas betuminosas
e revestimentos superficiais (5)
• Redução da aderência dos veículos (6)
• Redução da visibilidade dos condutores (7)
Efeitos da água
sobre a estrada
e utilizadores
Erosão da área adjacente à estrada, devido …
…. ao comprimento insuficiente da sanja
Início de erosão do talude, devido ao escoamento das águas pluviais ao
longo do mesmo, de forma não controlada
Erosão do talude acima do aqueduto
Erosão do talude, devido ao comprimento insuficiente do lancil
de bordadura em aterro
A acumulação de água na
berma provoca o enfraquecimento
das camadas do pavimento e a
rotura, por fadiga, da própria
camada de desgaste do pavimento
O fenómeno de “bombagem” contribui decisivamente para o
enfraquecimento da camada de base e consequente aumento
dramático da fissuração

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Erosão da valeta

Erosão da plataforma de uma estrada terraplenada(ravina)


provocada pelo facto de a água se escoar sobre a estrada e
não ao longo da valeta

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Ruína do tabuleiro devido à
insuficiente capacidade de
vazão da ponte
Rotura de um aqueduto, essencialmente devida à falta de controle
e reparação de infra escavação a jusante
Fenómeno semelhante a este foi a causa da ruína do aqueduto da
figura anterior
Outro aqueduto a ameaçar
colapsar...

Erosão à saída do aqueduto a


exigir uma intervenção

Nota: é importante que não haja


um desnível entre a laje da
estrutura de saída do aqueduto e
a o terreno natural a jusante. É
conveniente que a laje termine
em dente. Deve-se analisar a
eventual necessidade protecção
do fundo e dos taludes da linha
de água imediatamente a jusante
Formação de covas de grande dimensão devido à
acção combinada do tráfego e da água, por causa
da falta de acesso desta à sanja
Valeta da Av. da ONU, junto à barreira da Malanga. Nível freático à
cota do terreno natural. As consequências são evidentes…
Água do nível freático na
base da barreira da Malanga
A acção combinada do tráfego e
da água à superfície e no interior
do pavimento obriga,
constantemente, a
intervenções
A presença da água tem um efeito multiplicador na desagregação
dos revestimentos betuminosos por acção das rodas dos veículos
O revestimento desta estrada só está desagregado nos locais em
que existe água sobre a superfície do mesmo
Erosão provocada pelo escoamento da água sobre a estrada,
devido à falta de abaulamento apropriado
Acumulação de água, perda de
MEVCT-1 Módulo 6:
solos e consequente
Manutençãoredução da
de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
traficabilidade
4. O SISTEMA DE DRENAGEM DE UMA
ESTRADA
4.1. OBJECTIVOS DO SISTEMA DE
DRENAGEM DE UMA ESTRADA

Evitar o acesso à zona da estrada, da água caída


nos terrenos limítrofes (A)
Conduzir para fora da área da estrada as águas
caídas sobre a estrada (B)
Reduzir a acção negativa da água afluente dos
taludes, evitando quanto possível esse acesso(C)
Evitar o acesso da água à fundação e às diferentes
camadas do pavimento (D)
Restabelecer as linhas de água naturais interrompidas
pela construção da estrada (E)
Objectivos do sistema de
drenagem de uma estrada

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
4.2. CONCEITO DE SISTEMA DE DRENAGEM

Conjunto de todos os orgãos/dispositivos que têm


como função recolher e afastar para fora da área da
estrada toda a água caída sobre a mesma, caída nas
suas imediações e que se escoa em direcção à
estrada, a água existente no sub-solo (incluindo o
interior do corpo da estrada) e que possa por em
perigo o desempenho do pavimento, bem como
permitir a travessia de cursos de água temporários
ou permanentes.
4.3. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE
DRENAGEM
Valetas de plataforma laterais,
Valetas de plataforma em separador,
Valeta de banqueta, Valeta de pé de talude,
Vala de crista (com/ ou sem dique de crista),
Sumidouros,
Aquedutos,
Valeta de bordadura em aterro,
Lancil de bordadura em aterro,
Valeta de lancil,
Descidas de água,
Sanjas (c/ ou sem dissipadores)
Drifts,
Poços de infiltração
Lombas de alívio,
Drenos
Camadas drenantes
Valetas – Orgãos de drenagem junto à faixa de rodagem,
no separador, em banquetas, junto ao pé dos taludes,
para recolher as águas caídas sobre a estrada, sobre os
taludes em escavação e de uma maneira geral nas suas
imediações.
Para caudais não muito elevados a secção mais comum
é a triangular. Para caudais elevados usa-se a secção
trapézoidal.
Podem não ter revestimento, ou ser revestidas com relva,
lajetas ou lajes em betão, pedra arrumada à mão e pedra
argamassada.
Os revestimentos são aplicados em função da inclinação,
do tipo de solo, do caudal e da importância da estrada, com
o objectivo de evitar a erosão.
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Valeta de plataforma lateral

Estrada em escavação
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Valeta de plataforma lateral, com secção trapézoidal
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Valeta de plataforma em separador

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Valeta de banqueta
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Valeta de pé de talude
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Valas de crista – valas construídas sensivelmente


paralelas à estrada, que têm como objectivo recolher
a água caída na vizinhança da estrada e que, por
condições topográficas, tem tendência para se escoar
em direcção à estrada.

Dique de crista – diques construídos junto às valas de


crista, com o objectivo de aumentar a capacidade das
valas de crista na retenção de águas pluviais.
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Vala de crista
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Sumidouro

Sumidouro – Orgão de drenagem que serve para a


recolha de águas superficiais e sua condução para
um colector (subterrâneo).
Aquedutos – dispositivos de secção tubular que têm
como objectivo permitir a passagem da estrada sobre
cursos de água de caudal não muito elevado. As
secções mais comuns são a rectangular (box-culvert),
a circular ou abobadada (tubos “armco”, por exemplo).
São construídos em pedra argamassada, betão simples,
betão armado, aço galvanizado e até em madeira
(há exemplos no Niassa). A maior parte dos aquedutos são
pré-fabricados.
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Aqueduto em caixa

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Aqueduto em betão, com forma circular,
de 2 bocas
Aqueduto em caixa
(designado por aqueduto
em pórtico nas Especificações da
SATCC, devido ao processo
construtivo)
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Valeta de bordadura em aterro – valeta ou caleira de
secção inferior à valeta corrente, que tem como
objectivo impedir que a água, caída sobre a plataforma
de uma estrada em aterro de altura considerável, se
escoe de forma descontrolada pelo talude. Está
associada a tubos ou caleiras que conduzem
a água até à base do aterro (descidas de água). Estas
valetas são constituídas na sua forma mais simples por
um lancil e por uma base em lajetas de betão (“valeta de
lancil”).
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

No topo do aterro é indispensável a


existência de valetas de bordadura
em aterro, para garantir que a água
pluvial não se escoa e forma
descontrolada pelo talude abaixo
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Valeta de bordadura em aterro
(formada por lajetas e lancis)
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Estrutura de entrada para a descida de água

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Valeta de bordadura em aterro,
em que o fundo é uma laje
betonada “in situ”
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Descida de água é um orgão de drenagem de secção


tubular (caso da foto) ou aberta, que conduz, de forma
controlada, as águas recolhidas no topo de um talude até
uma zona segura nas imediações do pé desse talude.

Estrutura de saída de descida de água,


com dissipadores de energia

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Lancil de bordadura em aterro – orgão de drenagem


com o mesmo fim que a valeta de bordadura em
aterro, mas constituído apenas pelo lancil. Considera-se
mais seguro que a valeta, pois não existe conflito com as
rodas dos veículos.

Valeta de lancil – Valeta de pequena seccção, construída


normalmente junto ao lancil (o qual constitui o talude
interior daquela) em estradas urbanas. Tem normalmente a
mesma secção e forma que as valetas de bordadura em
aterro.
O lancil de
bordadura em aterro
e as respectivas
descidas de água
impedem o
escoamento
descontrolado das
águas pelo talude
abaixo

O lancil de bordadura
também pode ser
construído numa zona
em que a estrada não se
desenvolve em aterro.
Mas o objectivo
principal é o mesmo:
controlar o escoamento
das águas
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Sanjas
Sanjas – são orgãos que servem
para conduzir as águas das
valetas para fora da zona da
estrada. São construídas nos
mesmos materiais que as
valetas. Habitualmente, constrói-se
um pequeno dissipador
de energia nas sanjas
em betão.
Os dissipadores de energia também podem ser
construídos em (enrocamento de) pedra arrumada
à mão ou pedra argamassada
Aproveitou-se a passagem de estrada em escavação para
estrada em aterro, para a construção da sanja, para escoar,
para fora da área da estrada, a água recolhida pela valeta.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
A passagem de estrada em escavação para estrada em
aterro constitui o ponto apropriado para a localização da
sanja

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Drift – Orgão de drenagem que serve para permitir
a passagem de água de um para o outro lado da estrada.
Admite-se no drift que parte da água (drifts com tubos) ou
mesmo toda a água (drifts sem tubo) circule sobre o
próprio orgão de drenagem.

Os drifts podem ser construídos em pedra arrumada à mão,


pedra argamassada, betão simples ou armado, e dispor ou
não de tubos para passagem de parte do caudal.
Drift em
enrocamento
de pedra
arrumada à
mão

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Drift simples, em betão e com protecção com gabiões
a jusante

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Drift com tubos

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Lomba de alívio

Dispositivo de drenagem usado em estradas pouco


importantes, constituído essencialmente por uma lomba
e uma sanja, com o objectivo de passar para um dos lados
da estrada a água que circula junto à estrada, ou sobre
esta, a fim de evitar que o aumento do caudal provoque
erosão.

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Poço de infiltração / Bacia de infiltração – orgão de
drenagem constituído por uma área escavada (poço /
bacia), com o objectivo de drenar, por Infiltração, as águas
que por razões de ordem topográfica e económica não é
possível afastar para fora da área da estrada. São muito
comuns em estradas que correm ao nível do terreno
natural.

Nota: o sistema de drenagem da N1 dispõe de grande


número de poços de Infiltração na zona da Macia. As
causas são o facto de a estrada se desenvolver ao nível do
terreno natural e toda a área adjacente ser demasiado
plana.

Por outro lado, o solo em causa é muito arenoso, o que


facilita a infiltração.
Poço de infiltração de pequena dimensão
Poços / bacias de
infiltração de grande
Dimensão (N1)
Sanja/poço de infiltração em estrada de terra
correndo abaixo do nível do terreno natural
(Nota: os solos escavados deverão ser erspalhados
em local suficientemente afastado da sanja / poço
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM
Drenos – dispositivos subterrâneos constituídos por uma
ou mais camadas de material grosso e material geotêxtil,
envolvendo ou não um tubo, cujo objectivo é a intersecção
do nível freático e a recolha e condução das águas
subterrâneas (que possam por em perigo a estabilidade do
pavimento) para fora da zona da estrada.

Saída de colector de dreno


Dreno com geotêxtil a
envolver material drenante :
Vias de Comunicação
grosso Prof. Fernando Leite
Camada drenante
e dreno envolvidos por geotêxtil, no
sistema de drenagem de um piso desportivo
relvado

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Conjunto de
membrana
filtrante e rede
drenante (flo-
drain),
associado a
um colector,
constituindo um
dreno de fácil
execução

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Conjunto de membrana
filtrante e rede drenante,
associado a um colector,
para drenagem de um
muro de suporte

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Outros campos de
aplicação de geotêxteis

Protecção de taludes

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Membrana geotêxtil para
combater a propagação das
fissuras da base para o
revestimento da estrada

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Colector em plástico com furos,
para entrada da água a drenar
:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Pormenor da bifurcação de tubos

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Pormenor da união de 2 tubos

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
União de tubos

:
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
4.7. Protecção de taludes (de escavação ou de
aterro), de orgãos de drenagem e de outras
superfícies em que se escoe água.

Protecção vegetal,
Enrocamento de pedra arrumada à mão,
Enrocamento de pedra argamassada,
Enrocamento do tipo “Rip-rap”,
Cascatas,
Dissipadores de energia,
Lajes / lajetas de betão,
Lajetas perfuradas (para crescimento de vegetação),
Elementos ornamentais,
Gabiões
“Protecção vegetal” do talude
MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Protecção vegetal

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Enrocamento de pedra arrumada à mão

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Enrocamento de pedra argamassada

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Enrocamento de pedra argamassada, limitada por
vigas de contenção com secção tipo caleira, para
conduzir água para para o pé do talude

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Protecção
com “rip-rap”

Há 7 anos?

Este ano
Cascatas
Pequenos “diques” construídos
perpendicularmente ao eixo
da valeta, com o objectivo de
reduzir a velocidade da água
e diminuir a inclinação teórica
da valeta ao criarem um
assoreamento controlado
a montante. Podem ser
executadas em pedra arrumada ou argamassada,
em betão ou em estacas de madeira.

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Lajetas perfuradas, para crescimento de vegetação, ulizadas na
protecção de taludes (em solo muito arenoso) de uma bacia de infiltração
Lajetas perfuradas na protecção de taludes (em solo muito arenoso)
à volta da estrutura de saída de um aqueduto
Dissipadores de energia

MEVCT-1 Módulo 6:
Manutenção de Estradas e Aeroportos
Prof. Fernando Leite
Elementos ornamentais
para protecção de
taludes

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Gabiões

Armações (gaiolas ) feitas em arame galvanizado,


revestido ou não com PVC) cheias com pedaços
de pedra, para protecção de soleiras, revestimento
de taludes e construção de muros de suporte.
Na África austral consideram-se dois tipos:
gabião do tipo caixa e gabião do tipo colchão
(nalguns países consideram-se três tipos).
Protecção contra a erosão, incluindo protecção vegetal,
gabiões, acesso para pessoas em cascata
Gabiões revestidos
com argamassa ou micro
betão, em protecção em
taludes do encontro e do
acesso a uma ponte

Em 2006?

Em 2013
Debate

Que aspectos devem ser considerados


na inspecção de um aqueduto?
4.4 TIPOS DE DRENAGEM

Drenagem superficial

A drenagem superficial tem como objectivo assegurar a


recolha e a condução, para fora da área da estrada, das
águas que caiam sobre a estrada ou nas suas imediacões
e evitar que cursos de água atravessados interfiram com
a estabilidade da obra (drenagem transversal).

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
TIPOS DE DRENAGEM
Drenagem subterrânea

A drenagem subterrânea procura evitar o aumento do


teor de humidade dos solos da fundação e das
camadas do pavimento,

• Interceptando e desviando as águas subterrâneas antes


de chegarem às camadas superiores da fundação

• Rebaixando o nível freático a fim de as águas de


capilaridade não afectarem a estabilidade do pavimento

• Removendo para fora da zona da estrada a água


livre contida nas camadas superiores da fundação e do
pavimento. Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
4.5 ESTUDO DA DRENAGEM SUPERFICIAL

• Quantidade de precipitação (curvas IDF)

• Quantidade de água a drenar/quantidade de água


precipitada (coeficiente de escoamento)

• Tempo de concentração

• Cálculo do caudal a drenar

• Exercícios de aplicação
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Quantidade de chuva (curvas IDF)

Curvas IDF (Intensidade, Duração e Frequência – são


curvas que relacionam, para diferentes frequências (ou
diferentes tempos de retorno), a intensidade de
precipitação de uma chuvada (normalmente em mm/h)
com a sua duração.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Quantidade de água a drenar/quantidade de água
precipitada
Chama-se coeficiente de escoamento ou de “runoff” (C) à
razão entre a quantidade de água a drenar e a quantidade
de água que cai na bacia.

Este coeficiente depende do tipo de solo, da inclinação do


terreno, tipo de revestimento e da sua utilização.

Quando a natureza do solo, o tipo de cobertura e de


utilização da bacia em estudo forem heterogéneas, “C” é a
média ponderada dos coeficientes de escoamento
correspondentes às várias zonas em que se pode dividir a
bacia, sendo as áreas dessas zonas os pesos a utilizar no
cálculo dessa média ponderada.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
C = (A1C1+...+AnCn)/(A1+...+An)
Tabela 1 – Coeficientes de Escoamento
TIPO DE SUPERFÍCIE COEFICIENTE
(Áreas rurais) DE “RUNOFF”
(C)*
Revestimento de concreto asfáltico 0,8 – 0,95
Revestimento de macadame asfáltico 0,6 – 0,8
Acostamento (berma) ou estrada em 0,4 – 0,6
pedregulho
Terra sem revestimento 0,2 – 0,9
Áreas gramadas com declive (2:1) 0,5 – 0,7
Prados 0,1 – 0,4
Áreas com matas 0,1 – 0,3
Áreas cultivadas 0,2 – 0,4
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
TIPO DE SUPERFÍCIE (Contin.) COEF. DE
(Áreas urbanas) “RUNOFF”
(C)*
Zona residencial mais ou menos plana com 0,40
cerca de 30% de área impermeável
Zona residencial mais ou menos plana com 0,55
cerca de 60% de área impermeável
Zona residencial moderadamente íngreme 0,65
com cerca de 50% de área impermeável
Área construída moderadamente íngreme 0,80
com cerca de 70% de área impermeável
Zona comercial com cerca de 90% de área 0,80
impermeável
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
(*) para taludes suaves ou solo permeável use os valores mais baixos; para taludes íngremes ou solo
impermeável use os valores mais alto. A tabela é recomendada pelo U.S. Departamento of Commerce;
Bureau of Public Roads
Tempo de concentração (Tc)

Chama-se tempo de concentração (Tc) ao tempo que uma


partícula de água caída no ponto mais afastado
(cinematicamente) da boca de uma bacia leva a atingir
esta última.

Fórmula de Kirpich para o cálculo de Tc

Tc = 3,24.10-4 . L1,15/ h0,38

Tc em horas,
L (comprimento do curso de água principal) em m,
h (diferença de cotas entre o ponto mais alto e o ponto
mais baixo da bacia) em m. Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Cálculo do caudal a drenar

a) Método racional (pequenas bacias)

Q= C.I.A/360

Q (caudal) em m3 /s

I (intensidade de precipitação crítica) em mm/h

A (área da bacia) em ha

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
b) Método de Burkli-Ziegler (A> 4 Km2)

Q = 0,022 . A . I . C . (S/A) 1/4

Q (caudal) em m3 /s
A (área da bacia) em ha
I (intensidade de precipitação crítica) em cm/h
S (inclinação da bacia) em m/1000m

C – coeficiente dependente da superfície do terreno


(0,75 para pavimentos impermeáveis e desempenados,
0,625 para pavimentos semi-permeáveis, 0,30 para
superfícies relvadas, 0,25 para terreno permeável sem
Vias de Comunicação
cobertura vegetal). Prof. Fernando Leite
Notas:

O dimensionamento das secções de vazão é feito usando


os conceitos e as fórmulas apreendidas em “Hidráulica
Geral e Aplicada, nomeadamente as fórmulas de Bazin,
Manning-Strickler, entre outras.

Ter em conta que as secções de vazão calculadas e as


inclinações propostas devem garantir que as velocidades
de escoamento obtidas são suficientemente elevadas
para evitar o depósito de materias arrastados e
suficientemente baixas para não provocarem a erosão do
dispositivo de drenagem.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Tabela 2

VELOCIDADE MÁXIMA EM LINHAS DE ÁGUA DE


FUNDO NÃO REVESTIDO

Tipo de solo V (m/s)


Areia fina não coloidal 0,75
Grés arenoso não coloidal 0,75
Grés siltoso não coloidal 0,90
Grés 1,0
Godo fino 1,2
Argila dura muito coloidal 1,4
Material orgânico fino aluvionar e coloidal 1,4
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Tabela 2 (cont.)
VELOCIDADE MÁXIMA EM LINHAS DE ÁGUA DE
FUNDO NÃO REVESTIDO
Tipo de solo V (m/s)
Material orgânico fino aluvionar e não 0,9
coloidal
Grés grosso 1,4
Material orgânico grosso 1,6
Godo argiloso 1,8
Godo 1,8
Godo grosso 2,0
Godo grosso de cantos arredondados 2,3
Notas:
O tempo de concentração correspondente ao
escoamento em valas, valetas, colectores é calculado
com base na velocidade de escoamento prevista e no
comprimento do dispositivo referido,

O tempo de concentração em bacias naturais pode ser


calculado pela fórmula de Kirpich,

O tempo de escoamento em superfícies de diferente


cobertura e em superfícies relativamente regulares
(não muito grandes) pode ser feito pelos ábacos das
figuras 1 e 2.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite

Fig. 1
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite

Fig. 2
Exemplos de aplicação:
Exercício 1

A fig. seguinte representa parte da área de um aeroporto.


Dimensione o aqueduto situado debaixo do caminho
de circulação representado na figura.
O solo é muito arenoso e a área não pavimentada está
coberta com relva natural não muito densa.
O aeroporto em causa localiza-se em Maputo.
Admita que a velocidade de escoamento na vala será da
ordem de grandeza da velocidade máxima admitida, do
ponto de vista de erosão.
Admite-se que a chuvada crítica ocorra uma vez de 4 em
4 anos.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
A1= 8.200 m2

A’2 = 19.000 m2
Larg. = 52 m
it = 2%
L 2 = 360 m i do canal e do aqueduto = 0,3 %

A”2 = 88.000 m2
Larg. da maior zona relvada = ca. 240 m
itransversal = 2%

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Resolução:

1. Cálculo ponderado do coeficiente de escoamento


2. Determinação do tempo de concentração
3. Determinação da intensidade crítica, tendo em conta
o “tc” e o tempo de retorno escolhido
4. Cálculo do caudal (pelo método apropriado, neste
caso pelo método racional)
5. Determinação da secção do aqueduto

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
1. Cálculo do coeficiente de escoamento ponderado

Área paviment. A1 = 8.200 m2 C1 = 0,95

Área não pavim. A2 = 88.000 m2 + 19.000 m2 C2=0,20

C = (A1.C1 + A2.C2) / A1 + A2

C= (0,95x8.200+107.000x0,2)/(8.200+107.000) = 0,25

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
2. Cálculo do tempo de concentração

Comprimento máx. da zona relvada L1 = 240 m


Comprimento do canal L2 = 360 m

Na fig. 1, para L1 = 240 m, e S = 2% obtem-se tc = 32 min.

Na Tabela 2, obtém-se para areia fina


Vmáx. = 0,75 m/seg,
Admitindo este valor, o tempo para percorrer o canal
será t = 360/0,75 = 480 s = 8 min,

Então tc= 32+8=40 min Vias de Comunicação


Prof. Fernando Leite
3. Intensidade crítica

Das curvas IDF para a região considerada, tempo de


retorno de 4 anos e tc de 40 min tira-se I = 80 mm/h

4. Cálculo do caudal pelo Método racional

Q = CIA ; Q = 0,25x0,08 x 115.200 = 2.300 m3/hora =


0,638m3/s = 638 litros/seg

5. Determinação da secção do aqueduto

Da tabela 94 do M. Hidráulica (Lencastre), para


S = 0,3% e Q = 638 l/s obtém-se D = 75 cm Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
EXERCÍCIO 2

A figura representa a placa de estacionamento, os


caminhos de circulação de acesso a esta e parte da pista
principal de um aeródromo.

Verifique se a secção de vazão (H = 0,4 m; L = 0,6 m) em


A é suficiente para drenar as águas pluviais que se
escoam em direcção à aerogare e ao hangar. Considere
um tempo de retorno de 10 anos.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
45 m
1,25 %
45 m
45 m
Solo arenoso 50 m
i = 1,25% com capim
i = 1,25%
i = 1,25 %

75 m
i=0
120 m
valeta
A i valet = 0,5 %
H Aerogare Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Resolução

1. Determinação do coeficiente de escoamento


ponderado

A1 = 22,5 X 120 = 2.700m²


A2 = 45 X 50 = 2.250m²
A3 = 120 X 75 = 9.000m²
A asfalt = 13.950m² C do asfalt. = 0,90
A c/veget = 50 X 75 = 3.750m² C da área c/veget. = 0,2
C = (13.950 X 0,9 + 3.750 X 0,2) / (13.950 + 3.750) = 0,75
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
2. Determinação de Tc
A gota caída no ponto cinematicamente mais afastado da
boca da bacia tem que percorrer metade da largura da pista,
a zona arrelvada, a placa de estacionamento e quase todo o
comprimento da vala.

L asfalt. = 22,5 + 75 = 97,5m = 320’ => Tc1 = 7min* (fig. 1)


L arrel. = 50m = 164’ => Tc2 = 17min* (fig. 1)

*Estes valores também podem ser determinados a partir do


ábaco da fig. 2, arbitrando primeiro os coefic. de escoamento.
Tc correspondente ao escoamento na valeta é determinado
a partir da velocidade na condição de secção cheia:

V = Ks x R2/3 x i½ V = 1,64m/s => Tc3 = 0,76min


Vias de Comunicação
Então: Tc = ca. 25min Prof. Fernando Leite
3. Determinação da intensidade crítica

Para tempo de retorno de 10 anos e Tc de 25min


obtém-se I = 150mm (curvas IDF de Maputo)

A correcção da intensidade crítica para um local situado


na região pluviométrica A (litoral da província de
Inhambane)=> :

I corr. = I de Maputo x 0,8 = 120 mm

4. Cálculo do Caudal

Q= CIA/360 = 0,443 m³/s Vias de Comunicação


Prof. Fernando Leite
5. Verificação da capacidade de vazão da secção
existente

Qval = A x Ks x R2/3 x i½ = 0,24 x 1,64 = 0,391 m³/s

A secção existente não é suficiente para drenar as águas


correspondentes a uma chuvada com tempo de retorno de
10 anos.

Soluções possíveis:
• Alteração das dimensões da valeta, o que poderá
significar a sua demolição e reconstrução;
• Criação de uma bacia de infiltração na zona arrelvada.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Exercício 3

a) Determine a secção de vazão da obra de arte a colocar


em A, para garantir a travessia da linha de água pela
estrada representada na figura.

A estrada está localizada na província de Maputo. A


cobertura vegetal predominante é constituída por floresta
muito pouco densa e vegetação herbácea também pouco
densa. O solo é mediamente permeável.

b) Determine a secção de vazão necessária em B

c) Complete, esquematicamente, o sistema de drenagem


do trecho de estrada da figura.
135

140 135
130
. 142

125

120
115
P.13 P.17

110

Acesso a A 105
Propriedade agrícola 100
B
E. G.
Vias de Comunicação
500 m Prof. Fernando Leite
Cotas do terreno

1
107,00

2
107,50

3
107,75

4
108,00

5
108,00

6
107,50

7
107,00

B
106,50

9
107,00

107,50 10 11
108,50
107,50 11’
A

106,50
110,00
111,00

112,50
13 14 15
16

112,50

111,00

108,50
105,00
17 18 19
Resolução:

1. Cálculo ponderado do coeficiente de escoamento


2. Determinação do tempo de concentração
3. Determinação da intensidade crítica, tendo em conta
o “tc” e o tempo de retorno escolhido
4. Cálculo do caudal (pelo método apropriado, neste
caso pelo método racional)
5. Determinação da secção do aqueduto

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
135

140 135
130
. 142

125

120
115

110

A 105
100
E. G.
Vias de Comunicação
500 m
Perímetro da bacia Prof. Fernando Leite
135

140 135
130

125

120
115

110

A 105
100
E. G.
Vias de Comunicação
500 m Prof. Fernando Leite
Resolução:
1. Cálculo do coeficiente de escoamento

De acordo com a cobertura vegetal, características do


solo e inclinação, pode admitir-se:
C = 0,20
2. Determinação do tempo de concentração

O tempo de concentração poderá ser determinado


pela fórmula de Kirpich:

Tc = 3,34.10-4 . L1,15/ h0,38 (L = 1.250 m; h = 34,5)


Tc em horas, L (compr. do curso de água principal)
em m, h (diferença de cotas entre o ponto mais alto
e o ponto mais baixo da bacia) em m. Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Tc = 0,317 h = 19 min
Resolução:
3. Determinação da intensidade crítica, tendo em conta
o “tc” e o tempo de retorno escolhido

tc = 19 min; tempo de retorno = 20 anos => I = 170 mm

4. Cálculo do caudal (pelo método apropriado, neste


caso pelo método racional)

Q = CIA/360 = 0,2 x 170 x 38,5 / 360 = 3,64 m3/s

5. Determinação da secção do aqueduto

tab. 94 do M. Lencastre, i = 0,2 % => D = ca. 1,6 m


Outras soluções: 2 aquedutos de 1,2 m;
Vias de Comunicação
Box culvert, H = 1,4 e L = 1,4 m Prof. Fernando Leite
4.6 ESTUDO DA DRENAGEM SUBTERRÂNEA

Objectivo geral – impedir o enfraquecimento da


fundação e das camadas do pavimento pela água
subterrânea

Objectivos específicos

• Intersectar o nível freático,


• Rebaixar o nível freático,
• Recolher água que se tenha infiltrado através das
camadas superiores do pavimento.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Informação necessária para projectar um sistema de
drenagem subterrânea:

• O perfil geotécnico, com os tipos de solos, espessuras


e inclinações das camadas, etc.,
• Localização do nível freático, se possível, no fim da
época chuvosa,
• Localização das zonas dos solos onde possa aparecer
água.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Constituição dos drenos

• Vala, a ser preenchida com inerte grosso e tubo drenante,

• Material filtrante, para garantir maior permeabilidade que


os solos a drenar,

• Material drenante, quando os solos a drenar forem muito


finos e a quantidade de água grande,

• Tubo, para recolha e condução das águas a drenar (não


existente nos drenos cegos ou franceses),

• Geotêxtil ( modernamente, para simplificar a construção


dos drenos).
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Materiais usados na fabricação dos tubos

Betão poroso, betão corrente com furos, plástico com


furos

O mais prático é o uso de tubos de plástico com furos ou


ranhuras.

O mercado oferece tubos de plástico com furos (ou


ranhuras) normalizados.

Φ dos furos = 8 mm

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Características granulométricas
dos materiais a usar
Condição de não colmatagem:

d15 do mat filt./d85 do solo a drenar ≤ 5

Condição de permeabilidade:

d15 do mat filt./d15 do solo a drenar ≥ 5

Condição de estabilidade:

d50 mat filt. / d50 do solo ≤ 25

d85 mat filt./Ф furos > 2


Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
No caso de drenos descontínuos, i.é, com dois materiais
no seu interior (material filtrante e material drenante), as
relações granulométricas de não colmatagem, de permeabilidade e
de estabilidade definidas entre o solo a drenar e o material
filtrante, anteriormente definidas, também devem ser garantidas
entre o material filtrante e o material drenante. Assim, teremos:
Condição de não colmatagem (do mater. drenante pelo filtrante):

d15 do mat. drenante./d85 do material filtrante ≤ 5

Condição de (maior) permeabilidade (do mat. dren. relat. ao filtr.):

d15 do mat. drenante/d15 do material filtrante ≥ 5

Condição de estabilidade:

d50 mat. drenante / d50 do material filtrante ≤ 25


Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Notas:

• Em solos finos a drenar, se d15 < 0,1 mm, toma-se


d15 = 0,1 mm,

• Para material a drenar muito fino e grande quantidade


de água, é comum o uso de dois materiais no interior
do dreno, ficando o mais fino (material filtrante) junto
do material a drenar e o mais grosso (material drenante)
junto ao tubo. Entre estes dois materiais devem também
verificar-se as condições de não colmatagem, de
permeabilidade e de estabilidade.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Características dos geotêxteis

• Ser mais permeável que o solo circundante, (1)

• Evitar a migração do solo circundante através dele, (2)

• Possuir resistência suficiente para suportar o


processo de construção do dreno e manter-se em
boas condições de serviço durante a vida do sistema,

O diâmetro da malha do geotêxtil deve satisfazer as


condições correspondentes estabelecidas para a
granulometria dos materiais filtrantes (1) e (2).
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Exercícios sobre Drenagem Subterrânea
1. Verifique se os materiais 1, 2, 3, 4 e 5 poderão ser usados
junto de um colector comercial, como material drenante ou filtrante,
sem utilização de geotêxtil.
Peneiros Mater. 1 Mater. 2 Mater. 3 Mater. 4 Mater. 5 Solo a
% passa. drenar
1” 100
¾” 60 100
½” 10 60
3/8” 0 35 100
4,76 0 65
2,00 25 100
1,2 0 85
0,595 50 100
0,420 30 65
0,297 15 40 100
0,149 0 25 60
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite

0,074 15 30
Exercícios sobre Drenagem Subterrânea
2. Verifique se os materiais 1, 2, 3, 4, 5 poderão ser usados
junto do solo a drenar, como material filtrante, admitindo que se
usasse um geotêxtil junto do colector.
Peneiros Mater. 1 Mater. 2 Mater. 3 Mater. 4 Mater. 5 Solo a
% passa. drenar
1” 100
¾” 60 100
½” 10 60
3/8” 0 35 100
4,76 0 65
2,00 25 100
1,2 0 85
0,595 50 100
0,420 30 65
0,297 15 40 100
0,149 0 25 60
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite

0,074 15 30
3. O pavimento da Av....... encontra-se em adiantado estado
de degradação e deverá ser reabilitado. A causa principal
do estado actual do pavimento é a proximidade do nível
freático (0,40 cm abaixo da sub-base). Para evitar os
mesmos danos após a reabilitação, pretende-se construir
um sistema de drenagem subterrânea.
Prospecções realizadas no local permitiram concluir que
cerca de 1,80 m abaixo da sub-base se situa um estrato
impermeável.
A curva granulométrica do material que constitui a
fundação do pavimento (solo a drenar dos exercícios 1 e 2),
bem como a curva de um material eventualmente possível
de utilizar como material drenante (material 1) são
apresentadas em anexo.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
a) Determine, de forma aproximada, um fuso granulométrico
ao qual deverá obedecer o material a ser usado como
material filtrante.

b) Verifique se uma mistura dos materiais 3 e 4, em


proporções adequadas, poderá ser utilizada como material
filtrante.
RESOLUÇÃO DO PROBLEMA SOBRE DRENAGEM
SUBTERRÂNEA
D15 filtr./ D85 solo ≤ 5 D15 filtr. ≤ 5 x 0,25
D15 filtr. ≤ 1,25 mm

D15 filtr./D15 solo ≥ 5 D15 filtr./0,1 ≥ 5


D15 filtr. ≥ 0,5 mm

D50 filtr./D50 solo ≤ 25 D50 filtr./0,12 ≤ 25


D50 filtr. ≤ 3,0 mm

D15 dren./D85 filtr. ≤ 5 D85 filtr. ≥ D15 dren./5


D85 filtr. ≥ 13,5/5 D85 filtr. ≥ 2,7 mm
D15 dren./D15 filtr. ≥ 5 ; D15 filtr. ≤ D15 dren./5
D15 filtr. ≤ 13,5 / 5 ; D15 filtr. ≤ 2,7 mm

D50 dren /D50 filtr. ≤ 25 ; D50 filtr. ≥ D50 dren./25


D50 filtr. ≥ 17/25 D50 filtr. ≥ 0,7 mm

Diâmetro dos furos dos tubos

D85 dren./Ф furos ≥ 2 ; Ф furos ≤ D85/2 ; Ф furos ≤ 23/2


Ф furos ≤ 11,5 mm

A representação dos valores calculados, numa ficha de


análise granulométrica, permite determinar o fuso
Vias de Comunicação
granulométrico para o material filtrante. Prof. Fernando Leite
4. O pavimento da Av. ….. encontra-se bastante degradado numa
das vias e deverá ser reabilitado. A causa principal é a proximidade do
nível freático. Para evitar os mesmos danos após a reabilitação,
pretende-se construir um sistema de drenagem subterrânea.
Apresentam-se em anexo os dados mais importantes, incluindo um corte
transversal, a granulometria do material a drenar, bem como um
agregado para eventual utilização como material filtrante ou drenante (A).
O mercado local oferece colectores de drenagem subterrânea
comerciais, bem como geotêxteis apropriados.

a) Verifique se o material A pode ser utilizado como material filtrante em


dreno contínuo, sem uso de geotêxtil.
b) Determine um fuso aproximado para um eventual material filtrante,
usando o material A como material drenante, depois de verificar esta
possibilidade.
c) Verifique se o material B poderá ser usado como material filtrante,
quando o material A é usado como material drenante.
d) Elabore o projecto de drenagem, definindo o tipo, de drenos a utilizar,
incluindo a sua composição, bem como as dimensões aproximadas.
0,4 m 1,0 m

4,0 m

Estrato impermeável
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
Granulometria do solo a drenar, bem como de materiais
Eventualmente utilizáveis na execução do dreno

Peneiros Material A Material B Solo a drenar

1”
¾” 100
½” 60
3/8” 35 100
4,76 0 65
2,00 30
1,2 15
0,595 0 100
0,420 65
0,297 40
0,149 25
0,074 15
5. No trecho de estrada apresentado na figura foi feita uma
prospecção que permitiu determinar a profundidade do nível freático,
bem com colher 5 amostras do solo do aquífero, cujas granulometrias se
apresentam a seguir.

Pretende-se fazer a drenagem subterrânea , devido à proximidade do


nível freático relativamente à cota da sub-base do pavimento, devendo
ser concebido o respectivo projecto.

Dispõe-se de um “areão” que se pretende utilizar com material filtrante.

a) Verifique se o material disponível pode de facto ser utilizado como


material filtrante, admitindo a disponibilidade de material geotêxtil no
Mercado.

b) Determine os limites granulométricos possíveis para a caracterização


de um material a ser usado como material drenante, caso não seja
possível adquirir material geotêxtil. Serão usados colectores de
drenagem comerciais.
Solo a drenar e “areão” disponível

Peneiros Solo a Solo a Solo a Solo a Solo a “Areão”


drenar drenar drenar drenar drenar
% passa.
1”
¾”
½”
3/8”
4,76 100
2,00 35
1,2 20
0,595 100 100 100 5
0,420 100 100 95 97 96 0
0,297 70 67 65 65 67
0,149 20 23 19 21 20
0,074 8 10 7 8 9 Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
6. No trecho de estrada apresentado na figura foi feita uma
prospecção que permitiu determinar a profundidade do nível freático,
bem com colher 5 amostras do solo do aquífero, cujas granulometrias se
apresentam a seguir. Trata-se, de maneira geral de um solo arenoso.

Pretende-se fazer a drenagem subterrânea , devido à proximidade do


nível freático relativamente à cota da sub-base do pavimento, devendo
ser concebido o respectivo projecto.

Dispõe-se de 2 britas que se pretende utilizar com material filtrante, só


uma delas, ou uma mistura de ambas.

a) Verifique se alguma das britas disponíveis pode de facto ser utilizada


como material filtrante, admitindo a disponibilidade de material geotêxtil
no mercado.

b) Caso nenhuma das britas possa ser usada com material filtrante num
dreno contínuo, verifique se uma mistura das duas poderia funcionar,
sem uso de material geotêxtil. Serão usados colectores de drenagem
comerciais.
Solo a drenar e britas disponíveis

Peneiros Solo a Solo a Solo a Solo a Solo a Brita 1 Brita 2


drenar drenar drenar drenar drenar
% passa.
1” 100
¾” 65
½” 35
3/8” 100 15
4,76 85 0
2,00 100 100 100 100 100 0
1,2 83 85 80 82 79
0,595 34 35 37 36 37
0,420 18 20 18 19 22
0,297 17 15 16 17 16
0,149 07 08 07 08 07
0,074 03 05 04 03 04 Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
PROJECTO DE CURSO
A carta topográfica apresentada contém a planta de um trecho de estrada
com cerca de 2,5 Km de comprimento.
Os desenhos 01, 02, 03, 04 e 05 (em anexo) representam o perfil
longitudinal do terreno e o perfil longitudinal da rasante correspondentes
ao referido trecho de estrada.
Pretende-se que seja elaborada um proposta de concepção e
dimensionamento parcial do sistema de drenagem desta estrada.

Neste sentido, pede-se:

a) A representação esquemática em planta / e ou em perfil dos orgãos de


drenagem mais importantes indispensáveis ao bom funcionamento
do sistema de drenagem desta estrada.
b) O dimensionamento de 2 dos aquedutos do sistema de drenagem
c) O estudo dos drenos necessários para drenar as águas subterrâneas
assinaladas no projecto geométrico
b) Uma memória descritiva e justificativa relativa ao conjunto de
soluções escolhidas.
Peneiros Solo 1 a Solo 2 Solo 3 Solo a 4 Solo a 5 Solo 6 Solo 7
drenar
% passa.
1”
¾”
½”
3/8”
4,76
2,00 100 100
1,2 83 85 100 100 100
0,595 34 35 75 70 66
0,420 18 20 100 100 22 28 19
0,297 17 15 70 67 20 22 17
0,149 07 08 20 23 16 18 08
0,074 03 05 08 10 12 10 03Leite
Vias de Comunicação
Prof. Fernando
Inertes comerciais disponíveis
Peneiros Areão Brita 1 Brita 2 Brita 3 Brita 4

1” 100
¾” 100 85
½” 100 88 0
3/8” 100 85 10
4,76 100 85 12 0
2,00 35 0 00
1,2 20
0,595 5
0,420 0
0,297
0,149
Vias de Comunicação
0,074 Prof. Fernando Leite
5. “Filosofia” da Concepção do Sistema de
Drenagem de uma Estrada

Os objectivos do sistema de drenagem de uma estrada


são:

• Escoar a água caída sobre a estrada para fora da área


desta,
• Impedir que a água caída fora da área da estrada se
escoe de forma perigosa em direcção a esta,
• Permitir a travessia de cursos de água pela estrada,
sem que a estabilidade desta seja posta em perigo,
• Recolher e conduzir, para fora da área da estrada, água
existente sob a estrada (ou no corpo desta) que possa
interferir com a estabilidade da estrada.
Deste modo, ao olharmos para um trecho de estrada, sob o ponto de
vista da concepção do sistema de drenagem, surgem as seguintes
perguntas:

1. Como garantir que a água caída sobre a estrada é conduzida para


fora desta com eficiência e segurança?
2. Como garantir que a água caída fora da estrada, e que por
condições topográficas se escoa em direcção a esta, seja
recolhida e conduzida para fora da área da estrada?
3. Como garantir a travessia segura das linhas de água?
4. Como garantir que a água existente sob a estrada,
suficientemente perto do pavimento, é recolhida e conduzida para
fora da estrada?

Se concebermos os orgãos de drenagem apropriados, nos locais


certos, com as dimensões correctas, a serem executados com os
materiais mais indicados para ficarmos confortáveis com as garantias
acima referidas, teremos projectado um bom sistema de drenagem.
Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
“Filosofia” da Concepção do Sistema de
Drenagem de uma Estrada

1. Como garantir que a água caída sobre a estrada é


conduzida para fora desta com eficiência e segurança?
1. Como garantir que a água caída sobre a estrada é
conduzida para fora desta com eficiência e segurança?
Com valetas de plataforma laterais, valetas de plataforma
em separador, valetas e lancis de bordadura em aterro (em
aterros elevados) para a recolha das águas (admitindo o
abaulamento apropriado da superfície da estrada), bem
como com sumidouros, colectores, sanjas, descidas de
água, valetas de pé de talude (entre outros), para condução
das águas para fora da área da estrada.
“Filosofia” da Concepção do Sistema de
Drenagem de uma Estrada

2. Como garantir que a água caída fora da estrada, e que por


condições topográficas se escoa em direcção a esta, seja
recolhida e conduzida para fora da área da estrada?
2. Como garantir que a água caída fora da estrada, e que por
condições topográficas se escoa em direcção a esta, seja
recolhida e conduzida para fora da área da estrada?

Com valas e diques de crista, valetas de banqueta


(associadas ou não a descidas de água), valetas de pé
de talude, valetas de plataforma laterais, sanjas, entre
outros orgãos de drenagem.
“Filosofia” da Concepção do Sistema de
Drenagem de uma Estrada
3. Como garantir a travessia segura das linhas de água?

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
“Filosofia” da Concepção do Sistema de
Drenagem de uma Estrada
3. Como garantir a travessia segura das linhas de água?

Com pontes (não discutidas neste capítulo) de diferentes


dimensões e materiais, aquedutos de diferentes secções
(secção circular, em caixa ou abobadada) e em diferentes
materiais (de pedra argamassada, betão simples ou armado,
de metal e até de madeira), bem como com “drifts” em pedra
arrumada à mão, pedra argamassada, betão simples, betão
armado, com ou sem tubos.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
4. Como garantir que a água existente sob a estrada,
suficientemente perto do pavimento, é recolhida e
conduzida para fora da estrada?
4. Como garantir que a água existente sob a estrada,
suficientemente perto do pavimento, é recolhida e
conduzida para fora da estrada?

Com drenos (de intercepção e de rebaixamento do


nível freático) e camadas drenantes, para recolha e
condução da água até à superfice.
Alguns princípios a seguir na concepção do
sistema de drenagem
1. Sempre que a estrada se desenvolve em escavação, é
indispensável a construção de valetas (de plataforma) laterais,
para recolha das águas caídas na estrada e nos taludes da
escavação,
2. Se os taludes são muito elevados, poderá haver
necessidade de construir banquetas e respectivas valetas de
banqueta,

3. A água das valetas de banqueta poderá ser conduzida para as


valetas de plataforma laterais, por meio de descidas de água, ou,
se as condições topográficas forem favoráveis, poderão ser
conduzidas para fora da área da estrada, quando a banqueta
“morre”.
4. Se as condições topográficas forem favoráveis para que
águas pluviais caídas fora da estrada, se escoem em direcção
aos taludes de escavação da estrada, deverá construir-se uma
vala de crista.

5. É admissível a construção de um dique de crista junta à vala de


crista, para aumentar a capacidade de vazão da vala de crista.
6. Caso os solos da área em que se pretende construir a vala
de crista sejam muito permeáveis, poderá ser preferível construir
apenas um dique de crista com solos importados, menos
permeáveis que os locais. Também se pode dar preferência ao
dique de crista, se for difícil fazer a escavação,
7. Se a estrada corre a meia encosta (escavação de um lado e aterro do
outro) é indispensável a existência de valeta do lado da escavação. Se o
comprimento desta valeta tiver que ser tal, que a água já não pode ser
escoada pela valeta, terá que ser construído um aqueduto, para passar a
água para o outro lado da estrada,

Aqueduto para passar a água


da valeta, bem como a captada
pelo dique de crista, para o
outro lado da estrada
8. Caso o terreno natural esteja inclinado em direcção ao
aterro, este deverá ser protegido por uma vala de pé de
talude que recolhe as águas que se escoam em direcção ao
talude, bem como as escoadas pelas descidas referidas no
princípio anterior,
9. A secção da valeta deverá aumentar à medida que o seu
comprimento aumenta, para fazer face ao aumento do caudal
escoado,
10. É preciso prever sanjas regularmente espaçadas para
que a água das valetas seja conduzida para fora da área da
estrada,

Continuação da valeta

Sanja de valeta em solo


natural
11. As sanjas deverão ter um comprimento suficiente, para que a
descarga das águas não interfira com a estabilidade da estrada ou das
áreas vizinhas a esta, devendo ser suficientemente largas, de modo que
a força da água não se concentre numa área pequena, mas se disperse
por uma área maior. Poderão usar-se dissipadores de energia em
betão, ou enrocamento de pedra argamassada ou arrumada à mão, bem
como proteger com vegetação os solos junto ao fim da sanja,

Sanja com comprimento


Insuficiente, é a causa
da erosão existente
Sanja suficientemente
comprida, mas estreita
e não protegida na sua
parte final
12. Quando uma estrada se
desenvolve ao nível do terreno
natural, é indispensável a
existência de valetas, para garantir
a recolha da água caída sobre a
estrada, bem como da água caída
na vizinhança daquela e que tenha
a tendência para se escoar em
direcção à estrada. Caso o terreno
seja suficientemente permeável e
pouco inclinado, estas valetas
poderão não ser muito aparentes e
não têm que ser
revestidas.
As valetas das estradas
correndo ao nível do
terreno natural
conduzirão, por meio de
sanjas, as águas para
um ponto baixo situado
nas imediações,
13. Se as condições topográficas dificultarem a construção
de sanjas compridas até um ponto baixo do terreno, as águas
desta poderão ser conduzidas para um poço (ou bacia) de
infiltração, ou recolhidas pela estrutura de entrada de um
aqueduto, para serem conduzidas para o outro lado da estrada.
Sanja para a condução das águas para a estrutura de entrada
de um aqueduto, que escoará as águas para o outro lado da
estrada
14. Sempre que o aterro tem uma altura significativa (mais de ca. 3,0 m), é
necessário prever valetas ou lancis de bordadura em aterro e respectivas
descidas de água, para que a água não se escoe de forma descontrolada
pelo talude abaixo, o que pode provocar erosão do talude,
Estrutura de entrada da descida de água, feita em elementos
pré-fabricados

Valeta de
bordadura
em aterro

Estrutura de saída da
descida de água, com
dissipadores de energia

Lancil de bordadura em
aterro, com descida de
água
15. Situação particular do princípio anterior ocorre frequentemente
quando na proximidade de uma linha de água, se passa repentinamente
de uma situação de escavação para a de aterro de altura considerável, em
que a valeta (de plataforma) lateral dá normalmente lugar a um lancil ou a
uma valeta de bordadura em aterro, associados às respectivas descidas
de água,
Transição de escavação para aterro
Nota: taludes de escavação muito elevados poderão
tornar necessária a construção de banquetas e res-
pectivas valetas de banqueta. Nível freático próximo
mo da superfície pode obrigar a drenagem subterrânea.

Vias de Comunicação
Prof. Fernando Leite
16. As descidas de água associadas a lancis e valetas de bordadura
em aterro deverão terminar numa zona suficientemente afastada do
pé do talude e de preferência possuir dissipadores de energia, para
evitar a erosão,
17. É indispensável a construção de poços (ou bacias) de
infiltração junto a estradas que se desenvolvem ao nível do terreno
natural, quando as condições topográficas naturais não permitem o
escoamento das águas (caídas na estrada ou na sua vizinhança) para
fora da área da estrada,
18. A dimensão dos poços de infiltração deverá estar em conformidade
com o caudal a drenar (infiltrar) e com a permeabilidade dos solos
locais,
19. Constroem-se aquedutos para dar continuidade a linhas de água
permanentes ou temporárias (em princípio, a estrada desenvolve-se em
aterro nestes locais) que se cruzam com a estrada. A localização do
aqueduto corresponde, normalmente, ao ponto mais baixo do perfil
longitudinal do terreno e, também, a um dos pontos mais baixos do
perfil longitudinal da estrada nesta área e imediações.
20. Constroem-se aquedutos em estradas a meia
encosta, onde o caudal de água na valeta (do lado do talude
em escavação) passa a ser incomportável para as dimensões
daquela, e o espaço disponível não permite o aumento das
dimensões da valeta,

Aqueduto para passar a água


da valeta, bem como a captada
pelo dique de crista, para o
outro lado da estrada
21. Constroem-se aquedutos em estradas desenvolvendo-se ao
nível do terreno natural ou em aterro ligeiro, mesmo quando não existe
uma linha de água definida, quando de um dos lados da estrada é mais
fácil infiltrar ou drenar as águas acumuláveis do outro lado. Nestes
casos, poderá ser indispensável a construção, em escavação, de uma
caixa de recolha das águas a escoar (estrutura de entrada), bem como
de uma estrutura de saída que garanta a drenagem / infiltração das
águas,
Estrutura de entrada e estrutura
de saída em escavação
22. Constroem-se aquedutos, paralelamente à estrada principal,
nos locais em que esta encontra acessos a propriedades, estradas
secundárias, ou outras vias, para dar continuidade às aguas que se
escoam ao lado da estrada principal (em valetas ou no terreno natural
adjacente). Em certas condições, estes aquedutos podem dar lugar a
“passagens molhadas”,

Aqueduto paralelo à estrada principal

Passagem molhada para dar


continuidade à valeta em solo
natural e permitir a circulação de Valeta transformada em
viaturas “passagem molhada”
23. Constroem-se aquedutos em estradas em aterro localizadas
em zonas planas, mesmo quando não existe uma linha de água definida,
se esta área é alagável em tempo de cheia, e as condições topográficas
“sugerem” o escoamento em direcção à estrada,
24. Constroem-se drenos de rebaixamento do nível freático, quando
o nível freático está próximo da superfície e se pretende rebaixá-lo para
um profundidade não inferior a 1,5 m, e não existe um estrato
impermeável a uma profundidade suficientemente baixa,
Devido aos grandes danos
surgidos pouco tempo após
abertura ao tráfego, foi
Indispensável construir um
sistema de drenagem
subterrânea

Saída do colector do
dreno
25. Constroem-se drenos de intersecção do nível freático, quando
o nível freático está muito próximo da superfície e existe um estrato
impermeável a uma profundidade relativamente baixa (2,0 – 2,5/3,0 m
de profundidade),
A não existência de um sistema de
drenagem subterrânea operacional
permite a subida da água do nível
freático até à superfície, com os
consequentes danos para o
pavimento
26. Constroem-se camadas drenantes para “cortar” a subida da água por
capilaridade até às camadas inferiores do pavimento, ou para recolher as
águas infiltradas através das camadas superiores do pavimento,
27. Constroem-se sumidouros onde é necessário recolher águas
superficiais para as conduzir para um colector, aqueduto, ou outro orgão
de drenagem com localização subterrânea,
28. Constroem-se “drifts” (“passagens molhadas”) em estradas
em que a sua importância não justifica a construção de obras de arte de
maior envergadura (aquedutos ou pontes), para a passagem de água de
um para o outro lado,

“Drift” com “tubos”

“Drift” em encrocamento
de pedra arrumada à mão
29. Constroem-se “drifts” em acessos à estrada principal, para garantir
a continuação do escoamento na valeta e permitir a travessia fácil desta,
sem que lhe sejam causados danos

“Drift” em betão dá continuidade


à valeta sem constrangimentos
para a passagem dos veículos

Local com evidente necessidade de um “drift”


30. Constroem-se lombas de alívio (associadas a sanjas de alívio) em
estradas de terra, para garantir a retirada, para fora da área da estrada,
das águas pluviais escoando-se ao longo desta. Não deve ser de excluir
a execução de lombas de alívio em estradas terraplenadas, em
particular, em trechos de pendente acentuada e com forte tendência
para a erosão,

Lombas de alívio criteriosamente


espaçadas garantem que a estrada
de terra não sofre erosão significa-
tiva

Lombas de alívio poderiam escoar


a água, causadora da ravina, para a
valeta, mas esta teria que estar
devidamente protegida contra a
erosão
31. Revestem-se valetas quando a relação “caudal / inclinação /
solo” conduz a erosão significativa da valeta, incompatível com a
importância da estrada em causa,

Valeta revestida, apesar de pouco


inclinada, devido à erodibilidade dos
solos locais

Valeta muito inclinada, mas não


revestida, devido às características
do material em que foi construída
(material pedregoso)
32. Constroem-se cascatas, normalmente em estradas terraplenadas e de
terra, quando a relação “caudal / inclinação / solo” conduz a erosão
significativa da valeta,
33. Executam-se enrocamentos em pedra arrumada à mão para
proteger o fundo e os taludes de valetas, a zona terminal de sanjas e
de descidas de água, de taludes de aterro ou de escavação, bem como
para construir passagens molhadas, quando este tipo de protecção
contra a erosão é suficiente.

Valeta em enrocamento de
pedra arrumada à mão

“Drift” em enrocamento
de pedra arrumada à mão
34. Executam-se enrocamentos
em pedra argamassada para
proteger o fundo e os taludes de
valetas, a zona terminal de
sanjas e de descidas de água,
taludes de aterro ou de
escavação, bem como para
construir passagens molhadas,
quando este tipo de protecção
contra a erosão é suficiente, e a
protecção com enrocamento de
pedra arrumada à mão possa ser
insuficiente.
35. Utilizam-se lajetas perfuradas para proteger taludes contra a erosão
provocada pelas águas pluviais.

Protecção do talude de uma bacia de infiltração

Protecção do talude de
escavação da estrutura de
saída de um aqueduto, com
lajetas perfuradas
36. Aplicam-se protecções
em pedra do tipo “rip-rap”
em leitos de rios, em leitos
de linhas de água a jusante
da estrutura de saída dos
aquedutos, bem como em
taludes, para protecção
contra a erosão.

Protecção com
“rip-rap”
(Há 7 anos?)

Este ano (2013)


37. Usa-se protecção vegetal,
combinada ou não com
outros tipos de protecção,
para proteger taludes de
escavação ou aterro, valetas,
ou áreas a jusante de orgãos
de drenagem

Você também pode gostar