Fichamento - CANÇADO, M - Manual de Semântica
Fichamento - CANÇADO, M - Manual de Semântica
Fichamento - CANÇADO, M - Manual de Semântica
Semântica
Letras – português
UFT – semestre 2020/1
FICHAMENTO:
CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008. 2ª ed.
A investigação linguística:
Investigação da linguística = conhecimento específico do falante sobre a língua
(conhecimento de léxico, fonológico, morfológico, sintático e semântico)
Gramática: sistema de regras e princípios que governam os signos
Semântica: estudo dos significados das palavras e das sentenças
Pragmática: área de descrição da linguagem
(maneira pela qual a gramática pode ser usada em situações concretas)
A semântica e a pragmática:
Semântica: ramo da linguística voltado para o estudo dos significados das
palavras e das sentenças
(descrição de do conhecimento de língua que o falante tem)
FICHAMENTO:
CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008. 2ª ed.
Propriedades Semânticas:
A teoria semântica deve não só apreender a natureza exata da relação entre o
significado de palavras e o significado de sentenças, mas deve ser capaz de
enunciar de que modo essa relação depende da ordem das palavras ou de outros
aspectos da estrutura gramatical da sentença
Natureza do significado: estudo do significado pode ser feito tendo por base o
significado como referência (língua e mundo) ou representação mental
(linguagem e constructos mentais)
Propriedades semânticas:
Hiponímia, acarretamento, pressuposição e implicatura conversacional
Paráfrase e sinonímias
Contradição e Antonímias
Paula Ramos Ghiraldelli
Semântica
Letras – português
UFT – semestre 2020/1
FICHAMENTO:
CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008. 2ª ed.
Natureza do significado:
Significado como Referência (semântica formal/referencial):
Significado associado à ligação entre as expressões linguísticas e o mundo
(relação entre língua e mundo, o significado externo da língua, relação entre
expressões e objetos extra linguísticos)
FICHAMENTO:
CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008. 2ª ed.
– CAPÍTULO 2: Implicações –
Hiponímia:
relação estabelecida entre palavras, quando o sentido de uma está incluído no
sentido de outra
(relação que estrutura o léxico em classes)
o item lexical mais específico, que contém todas as outras propriedades da cadeia,
é chamado de hipônimo; o item lexical que está contido nos outros itens lexicais,
mas não contém nenhuma das outras propriedades da cadeia, o termo mais geral,
é chamado de hiperônimo
Acarretamento:
relação existente entre duas ou mais sentenças, quando o sentido de uma
sentença está incluído no sentido de outra
Paula Ramos Ghiraldelli
Semântica
Letras – português
UFT – semestre 2020/1
FICHAMENTO:
CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008. 2ª ed.
Exemplo:
a) Jane comeu uma fruta no café da manhã.
b) Jane comeu uma fruta.
Sentença “a” acarreta “b”
noção estritamente semântica, que se relaciona somente com o que está contido
na sentença, independentemente do uso da mesma.
Exemplo:
(a) Joao é alto e é um jogador de basquete.
(b) Joao é um jogador de basquete alto.
(a) Não acarreta (b) porque não se, sabe se entre os
jogadores de basquete, João é alto. Na verdade, ele
pode ser o mais baixo do time
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Pressuposição:
noção de pressuposição relaciona-se com a sentido de expressões lexicais
contidas na sentença, mas também se refere a um conhecimento prévio,
extralinguístico, que a falante e o ouvinte têm em comum
(a pressuposição é uma noção semântico-pragmática)
Exemplo:
(a) Joao parou de fazer caminhadas.
(b) Joao não parou de fazer caminhadas.
(c) Se a Joao parou de fazer caminhadas...
(d) João parou de fazer caminhadas?
Avaliando as 4 sentenças, observa-se um conteúdo comum, uma
ideia pressuposta:
(e) João fazia caminhadas.
A pressuposição envolve uma família de implicações:
Para estabelecer se existe ou não a relação de pressuposição, primeiramente
temos que explicitar a família da sentença (a negação da oração principal, a
condicional, a interrogativa e inclusive a própria afirmativa), e verificar se a
família de uma sentença toma a outra como verdade:
Exemplo:
(a) Maria sabe que Pedro tem o costume de dormir na aula.
Paula Ramos Ghiraldelli
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(a') Maria não sabe que Pedro tem o costume de dormir na aula.
(a") Maria sabe que Pedro tem o costume de dormir na aula?
(a'") Se Maria sabe que Pedro tem o costume de dormir na aula...
(b) Pedro tem o costume de dormir na aula.
Avaliando as 4 sentenças do grupo (a), observa-se que elas tomam (b)
como verdade, portanto, (a) pressupõe (b)
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1. Sinonímias e Paráfrases
1.1. Sinonímias
Duas sentenças que têm o mesmo sentido, quando se referem ao mesmo conjunto de
fatos no mundo, têm de ser ambas verdadeiras, ou ambas falsas.
Palavras são sinônimas sempre que podem ser substituídas no contexto de qualquer
frase sem que a frase passe de falsa a verdadeira
Não é passível pensar em sinonímia de palavras fora do contexto em que essas são
empregadas. Ainda, na maioria dos casos, pode-se dizer apenas que existe uma
sinonímia baseada somente no significado conceitual da palavra, sem se levar em
conta o estilo, as associações sociais ou dialetais, ou mesmo os registras.
Exemplo:
As palavras gorda e obesa, por exemplo, podem ser intercambiáveis em
determinados contextos, porém, provavelmente, a segunda ocorrência será mais
usada por um endocrinologista e a primeira tem um usa corrente
sinonímia é gradual: as palavras, mesmo consideradas sinônimas, sempre sofrem
um tipo de especialização de sentido ou de uso
1.2. Paráfrase:
Paula Ramos Ghiraldelli
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2. Antonímias e Contradições
2.1 Antonímia:
oposição de sentidos entre as palavras.
Definição insuficiente, visto que os sentidos das palavras podem se opor de várias
formas, ou mesmo, que existem palavras que nem têm um oposto verdadeiro.
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Antonímia Inverso: quando uma palavra descreve a relação entre duas coisas ou
pessoas e uma outra palavra descreve essa mesma relação, mas em uma ordem
inversa, tem-se, então, o antônimo inverso.
Exemplo: pai/filho; menor que/maior que; homem/menino
Bem delimitadas no texto (vem com outros elementos, q a marcam como “maior”
ou “menor” que)
Antonímia gradativa: palavras que estão nos terminais opostos de uma escala
continua de valores
Exemplo: quente/frio; alto/baixo
a negação de um termo não implica a afirmação do outro.
Note que uma escala geralmente varia de acordo com a contexto usado.
para percebermos a gradatividade nas palavras: verificar se essas palavras
combinam com expressões do tipo meio, um pouco, muito, etc.
(Ex.: meio quente)
2.2. Contradição
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3. Anomalia
Sentenças boas sintaticamente, mas clara mente incoerentes ou total mente sem
sentido, que não geram nenhum tipo de acarretamento, são chamadas, pelos
linguistas, de anomalias
Exemplo:
A raiz quadrada da mesa de Mila bebe humanidade.
As não coloridas ideias verdes dormem furiosamente.
Não há como gerar nenhum tipo de acarretamento, isto é, uma verdade necessária, a
partir de uma sentença anômala.
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uma única maneira. Em outras sentenças, altamente anômalas, por mais que
alteremos os traços selecionais, não conseguimos chegar a uma interpretação única,
ou mesmo coerente.
as restrições selecionais são somente uma primeira fonte de restrições, que não
conseguem limitar todas as possíveis ocorrências anômalas de uma sentença
vamos tomar as restrições selecionais de um item lexical apenas como um ponto
de partida, uma estratégia mais geral que o falante adquire, juntamente com
outras informações lexicais, para evitar as construç6es de sentenças anômalas,
ou mesmo para construí-las intencionalmente.
4. Dêixis e Anáfora
4.1. Dêixis
Dêixis: do grego, apontar, mostrar
Os elementos dêiticos permitem identificar pessoas, coisas, momentos e lugares a
partir da situação da fala, ou seja, a partir do contexto.
pronomes demonstrativos, aos pronomes pessoais, aos tempos de verbos e aos
advérbios de lugar e de tempo.
Exemplo:
Este gato é muito bonito
(O sentido dessa sentença não varia, e será: existe um determinado animal,
mamífero, felino, que tem como qualidade ser bonito, em qualquer contexto.
O que vai variar é o referente do gato no mundo)
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4.2. Anáfora
A anáfora também consiste em identificar objetos, pessoas, momentos, lugares e
ações, entretanto, isso se dá por uma referência a outras objetos, pessoas, etc.,
anteriormente mencionados no discurso ou na sentença
(quando um elemento é retomado, recapitulado)
Ex.: Tem uma mulher aí fora. Ela quer vender livros.
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no uso da palavra também como uma forma reduzida de sentença, sendo uma maneira
de se evitar a repetição da sentença anterior:
as duas sentenças devem estar relacionadas ao mesmo sentido 3 3 3 33 v
(a segunda sentença tem que ser uma paráfrase da primeira)
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cada uma das possíveis interpretações de uma ambiguidade, estará associada uma
rede de sentidos especifica. Essa relação semântica especifica não pode ser transferida
de um sentido para a outra.
Exemplo: Paulo quebrou a promessa
Não se pode trocar essas associações e permanecer com o mesmo sentido, ou seja,
ser ambíguo.
(no caso do exemplo, não é possível associar “quebrar” a “vaso” e permanecer
com sentido de “descumprir” de quando “quebrar” se associa a “promessa”)
3. Tipos de ambiguidade
(a ambiguidade pode ser gerada por vários fenômenos da língua, ou até mesmo de
seu uso)
Homonímia
os sentidos da palavra ambígua não são relacionados.
Paula Ramos Ghiraldelli
Semântica
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Polissemia
Tanto homonímia como polissemia lidam com os vários sentidos para uma
mesma palavra fonológica, entretanto, polissemia ocorre quando os possíveis
sentidos da palavra ambígua têm alguma relação entre si
Exemplo:
(a) rede: rede elétrica, de deitar, de internet
(todos os significados se referem a algo entrelaçado)
Palavras polissêmicas serão listadas como tende uma mesma entrada lexical,
com algumas características diferentes
Exemplo:
pasta (1) = pasta de dente, pasta de comer (sentido
“massa”)
pasta (2) = pasta de couro, pasta ministerial (sentido de
“lugar especifico”)
Paula Ramos Ghiraldelli
Semântica
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CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
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Difere da sintática no sentido que não têm duas formas lineares de organizar a
sentença
Exemplo:
Os alunos dessa sala falam duas línguas.
Carlos e José são ricos.
Todo mundo ama uma pessoa.
A ambiguidade sistemática que não tem sua origem nem nos itens lexicais, nem na
estrutura sintática e nem no escopo da sentença.
Exemplo:
(a) O ladrão roubou a casa de José com [sua] própria arma.
(a arma do ladrão ou do interlocutor?)
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CANSADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. Belo
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Exemplos:
(a) Dr. Joao operou o nariz
(b) Joao cortou o cabelo.
(João pode ser agente ou beneficiário: pode ser cabelereiro, e cortou o cabelo, ou teve
seu cabelo cortado por um cabelereiro)
Segundo alguns, sentenças contendo gerúndios, como as acima, podem gerar uma
dupla interpretação: existe uma leitura temporal ou uma leitura causativa passiveis.
Exemplo:
Estando atrasado aquele dia, Joao não entrou na sala