CATECISMO Compendio01
CATECISMO Compendio01
CATECISMO Compendio01
DA
IGREJA CATÓLICA
Compêndio
elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja, de
forma a constituir, como desejara o meu Predecessor,
MOTU PROPRIO uma espécie de vademecum, que permita às pessoas, aos
crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto,
Para a aprovação e publicação todo o panorama da fé católica.
do Compêndio
do Catecismo da Igreja Católica Ele espelha fielmente na estrutura, nos conteúdos e na
linguagem o Catecismo da Igreja Católica, que
Aos Veneráveis Irmãos Cardeais, Patriarcas, encontrará nesta síntese uma ajuda e um estímulo para
Arcebispos, Bispos, ser mais conhecido e aprofundado.
Presbíteros, Diáconos e a todos os Membros do Povo de
Deus Em primeiro lugar, confio esperançoso este Compêndio a
toda a Igreja e a cada cristão para que, graças a ele, se
Há já vinte anos que se iniciou a elaboração do encontre, neste terceiro milénio, novo impulso no
Catecismo da Igreja Católica, pedido pela Assembleia renovado empenhamento de evangelização e de educação
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, por ocasião do na fé, que deve caracterizar cada comunidade eclesial e
vigésimo aniversário do encerramento do Concílio cada crente em Cristo, em qualquer idade e nação.
Vaticano II.
Mas este Compêndio, pela sua brevidade, clareza e
Agradeço muito a Deus Nosso Senhor por ter dado à integridade, dirige-se a todas as pessoas, que, num
Igreja tal Catecismo, promulgado, em 1992, pelo meu mundo caracterizado pela dispersão e pelas múltiplas
venerado e amado Predecessor, o Papa João Paulo II. mensagens, desejam conhecer o Caminho da Vida, a
Verdade, confiada por Deus à Igreja do Seu Filho.
A utilidade e preciosidade deste dom obteve
confirmação, antes de mais, na positiva e larga recepção Lendo este instrumento autorizado que é o Compêndio,
por parte do episcopado, ao qual primeiramente se possa cada um, em especial graças à intercessão de
dirigia, sendo aceite como texto de referência segura e Maria Santíssima, a Mãe de Cristo e da Igreja,
autêntica em ordem ao ensino da doutrina católica e à reconhecer e acolher cada vez mais a beleza inexaurível,
elaboração dos catecismos locais. Foi também a unicidade e actualidade do Dom por excelência que
confirmado por todas as componentes do Povo de Deus Deus concedeu à humanidade: o Seu único Filho, Jesus
que o puderam conhecer e apreciar nas mais de Cristo, que é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).
cinquenta línguas, em que até agora foi traduzido.
Dado aos 28 de Junho de 2005, vigília da Solenidade dos
Agora com grande alegria aprovo e promulgo o Santos Pedro e Paulo, ano primeiro de Pontificado.
Compêndio de tal Catecismo.
BENEDICTUS PP XVI
Ele tinha sido intensamente desejado pelos
participantes no Congresso Internacional de Catequese
de Outubro de 2002, que, deste modo, se fizeram
intérpretes duma exigência muito difundida na Igreja. INTRODUÇÃO
Para acolher este desejo, o meu saudoso Predecessor,
em Fevereiro de 2003, decidiu a sua preparação, 1. No dia 11 de Outubro de 1992, o Papa João Paulo II
confiando a sua redacção a uma Comissão restrita de entregava aos fiéis de todo o mundo o Catecismo da
Cardeais, presidida por mim, apoiada pela colaboração de Igreja Católica, apresentando-o como «texto de
alguns especialistas. No decorrer dos trabalhos, um referência» (1) para uma catequese renovada nas fontes
projecto do Compêndio foi submetido à apreciação de vivas da fé. A trinta anos da abertura do Concílio
todos os Eminentíssimos Cardeais e dos Presidentes das Vaticano II (1962-1965), completava-se assim o desejo
Conferências Episcopais, que, na sua grande maioria, o expresso em 1985 pela Assembleia Extraordinária do
acolheram e apreciaram positivamente. Sínodo dos Bispos, para que fosse composto um
catecismo de toda a doutrina católica quer no tocante à
O Compêndio, que agora apresento à Igreja universal, é fé quer no que se refere à moral.
uma síntese fiel e segura do Catecismo da Igreja
Católica. Ele contém, de maneira concisa, todos os
Cinco anos depois, a 15 de Agosto de 1997, ao promulgar resposta privilegiada na vida sacramental. Nela os fiéis
a edição típica do Catecismo da Igreja Católica, o Sumo experimentam e testemunham em cada momento da sua
Pontífice confirmava a finalidade fundamental da obra: existência a eficácia salvífica do mistério pascal, por
«Apresenta-se como exposição completa e íntegra da meio do qual Cristo realizou a obra da nossa redenção.
doutrina católica, que permite a todos conhecer o que a
mesma Igreja professa, celebra, vive, reza na sua vida A terceira parte, intitulada «A vida em Cristo», chama a
quotidiana» (2). atenção para a lex vivendi, isto é, para o empenho que os
baptizados têm de manifestar nas sua: atitudes e nas
2. Para uma maior valorização do Catecismo e vir ao suas opções éticas de fidelidade à fé professada e
encontro dum pedido que surgiu no Congresso celebrada. Os fiéis são chamados pelo Senhor Jesus a
Internacional de Catequese em 2002, João Paulo II agir de acordo com a sua dignidade de filhos de Deus Pai
instituiu, em 2003, uma Comissão especial, presidida na caridade do Espírito Santo.
pelo Card. Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação
da Doutrina da Fé, em ordem à elaboração dum A quarta parte, intitulada «A oração cristã», apresenta
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, como uma síntese da lex orandi, isto é, da vida de oração. A
formulação sintetizada dos conteúdos da fé. Após dois exemplo de Jesus, o modelo perfeito do orante, também
anos de trabalho, foi preparado um projecto de o cristão é chamado ao diálogo com Deus na oração, de
compêndio, que foi enviado para apreciação aos Cardeais cuja expressão privilegiada é o Pai-nosso, a oração que o
e aos Presidentes das Conferências Episcopais. O próprio Jesus nos ensinou.
projecto recebeu, em geral, uma apreciação positiva por
parte da maioria absoluta de quantos responderam. 4. Uma segunda característica do Compêndio e a sua
Tendo em conta as propostas de melhoramento que forma dialogada, que retoma um antigo género literário
chegaram, a Comissão procedeu à revisão do projecto e da catequese, constando de pergunta e resposta. Trata-
preparou o texto final da obra. se de repropor um diálogo ideal entre o mestre e o
discípulo, mediante uma sequência de interrogações que
3. São três as características principais do Compêndio: a envolvem o leitor convidando-o prosseguir na descoberta
estrita dependência do Catecismo da Igreja Católica; o de aspectos novos da verdade da fé. O género dialogal
género dialoga]; a utilização das imagens na catequese. concorre também para abreviar notavelmente o texto,
reduzindo-o ao essencial. Isto poderia ajudar a
Antes de mais, o Compêndio não é uma obra autónoma, assimilação e a eventual memorização do conteúdo.
pois não pretende, de modo nenhum, substituir o
Catecismo da Igreja Católica: pelo contrário. remete 5. A terceira característica reside nas imagens, que
continuamente para ele, quer mediante a indicação, assinalam a organização do Compêndio. Provêm do
ponto por ponto, dos números a que se refere, quer riquíssimo património da iconografia cristã. A tradição
através da contínua referência à estrutura, ao secular e conciliar diz-nos que também a imagem é
desenvolvimento e aos seus conteúdos. Além disso o pregação evangélica. Os artistas de todos os tempos
Compêndio pretende despertar um renovado interesse e apresentaram à contemplação e à admiração dos fiéis os
fervor em relação ao Catecismo, que, com a sua sábia factos salientes do mistério da salvação, no esplendor da
exposição e a sua unção espiritual, permanece sempre o cor e na perfeição da beleza. Indício de que, hoje mais
texto de base da catequese eclesial de hoje. do que nunca, na época da imagem, a imagem sagrada
pode exprimir muito mais que a palavra, pois é muito
Como o Catecismo, também o Compêndio se divide em mais eficaz o seu dinamismo de comunicação e de
quatro partes, de acordo com as leis fundamentais da transmissão da mensagem evangélica.
vida em Cristo.
6. A quarenta anos da conclusão do Concílio Vaticano II
A primeira parte, intitulada «A profissão da fé», é uma e no ano da Eucaristia, o Compêndio pode constituir um
síntese adequada da lex credendi, isto é, da fé ulterior subsídio para satisfazer quer a fome de verdade
professada pela Igreja Católica, retirada do Símbolo dos fiéis de todas as idades e condições, quer também a
Apostólico ilustrado com o Símbolo Niceno- necessidade de quantos, não sendo fiéis, têm sede de
Constantinopolitano, cuja proclamação constante nas verdade e de justiça. A sua publicação terá lugar na
assembleias cristãs mantém viva a memória das solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, colunas
principais verdades da fé. da Igreja universal e evangelizadores exemplares do
Evangelho no mundo antigo. Estes apóstolos viveram o
A segunda parte, intitulada «A celebração do mistério que pregaram e testemunharam a verdade de Cristo até
cristão», apresenta os elementos essenciais da lex ao martírio. Imitemo-los no seu ardor missionário e
celebrandi. O anúncio do Evangelho encontra a sua peçamos ao Senhor a fim de que a Igreja siga sempre o
ensinamento dos Apóstolos, dos quais recebeu o 27-30
primeiro alegre anúncio da fé. 44-45
20 de Março de 2005, Domingo de Ramos. Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus
inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo
Joseph Card. Ratzinger que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não
Presidente da Comissão especial cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre
n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que
-------------------------------------------------- ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o
homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão
1. João Paulo II, Const. Apost. Fidei depositum, 11 de com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que
Outubro de 1992. confere ao homem a sua dignidade fundamental.
2. João Paulo II, Carta Apost. Laetamur magnoepre, 15 3. Como é que se pode conhecer Deus apenas com a luz
de Agosto de 1997. da razão?
31-36
46-47
PRIMEIRA PARTE
A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa
humana, o homem pode, só pela razão, conhecer com
A PROFISSÃO DA FÉ
certeza a Deus como origem e fim do universo e como
sumo bem, verdade e beleza infinita.
Ao conhecer Deus só com a luz da razão, o homem
experimenta muitas dificuldades. Além disso, não pode
1. Qual é o desígnio de Deus acerca do homem? entrar só pelas suas próprias forças na intimidade do
mistério divino. Por isso é que Deus o quis iluminar com a
1 – 25 sua Revelação não apenas sobre verdades que excedem o
seu entendimento, mas também sobre verdades
Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em si religiosas e morais que, apesar de serem por si
mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente acessíveis à razão, podem deste modo ser conhecidas
o homem para o tornar participante da sua vida bem- por todos, sem dificuldade, com firme certeza e sem
aventurada. Na plenitude dos tempos, Deus Pai enviou o mistura de erro.
seu Filho, como Redentor e Salvador dos homens caídos
no pecado, convocando-os à sua Igreja e tornando-os 5. Como se pode falar de Deus?
filhos adoptivos por obra do Espírito Santo e herdeiros
da sua eterna bem-aventurança. 39-43
48-49
CAPÍTULO PRIMEIRO
É possível falar de Deus a todos e com todos, a partir
O HOMEM É «CAPAZ» DE DEUS das perfeições do homem e das outras criaturas, que são
um reflexo, embora limitado, da infinita perfeição de
30 Deus. É, porém, necessário purificar continuamente a
nossa linguagem de tudo o que ela contém de imaginário
«És grande, Senhor, e digno de todo o louvor [...]. e imperfeito, na consciência de que nunca será possível
Fizeste-nos para Ti e o nosso coração não descansa exprimir plenamente o infinito mistério de Deus.
enquanto não repousar em Ti» ( S. Agostinho ).
2. Porque é que no homem existe o desejo de Deus?
CAPÍTULO SEGUNDO
DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM Unigénito de Deus feito homem, Ele é a Palavra perfeita
e definitiva do Pai. Com o envio do Filho e o dom do
A REVELAÇÃO DE DEUS Espírito, a Revelação está, finalmente, completada, ainda
que a fé da Igreja deva recolher todo o seu significado
6. O que é que Deus revela ao homem? ao longo dos séculos.
50-53
68-69
«A partir do momento em que nos deu o Seu Filho,
Deus revela-se ao homem, na sua bondade e sabedoria. que é a Sua única e definitiva Palavra, Deus disse-nos
Mediante acontecimentos e palavras, Deus revela-se a tudo ao mesmo tempo e duma só vez,
Si mesmo e ao seu desígnio de benevolência, que Ele, e nada mais tem a acrescentar» (S. João da Cruz).
desde a eternidade, preestabeleceu em Cristo a favor
dos homens. Tal desígnio consiste em fazer participar,
pela graça do Espírito Santo, todos os homens na vida
divina, como seus filhos adoptivos no seu único Filho. 10. Qual o valor das revelações privadas?
Deus escolhe Abrão chamando-o a deixar a sua terra Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem
para fazer dele “o pai duma multidão de povos” (Gn ao conhecimento da verdade» (1 Tm 2,4), isto é, de
17,5), e promete abençoar nele “todas as nações da Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja
terra” (Gn 12,3). Os descendentes de Abraão serão o anunciado a todos os homens, segundo o seu
povo eleito, os depositários das promessas divinas feitas mandamento: «Ide e ensinai todos os povos» (Mt 28, 19).
aos patriarcas. Deus forma Israel como seu povo É o que se realiza com a Tradição Apostólica.
salvando-o da escravidão do Egipto; conclui com ele a
Aliança do Sinai, e dá-lhe a sua Lei, por meio de Moisés. 12. O que é a Tradição Apostólica?
Os profetas anunciam uma redenção radical do povo e
uma salvação que incluirá todas as nações numa Aliança 75-79, 83
nova e eterna, que será gravada nos corações. Do povo 96.98
de Israel, da descendência do rei David, nascerá o
Messias: Jesus.
A Tradição Apostólica é a transmissão da mensagem de
Cristo, realizada desde as origens do cristianismo,
9. Qual é a etapa plena e definitiva da Revelação de mediante a pregação, o testemunho, as instituições, o
Deus? culto, os escritos inspirados. Os Apóstolos transmitiram
aos seus sucessores, os Bispos, e, através deles, a todas
65-66 as gerações até ao fim dos tempos, tudo o que
73 receberam de Cristo e aprenderam do Espírito Santo.
É aquela realizada no seu Verbo encarnado, Jesus 13. Como se realiza a Tradição Apostólica?
Cristo, mediador e plenitude da Revelação. Sendo o Filho
76 cada um a seu modo, sob a acção do Espírito Santo, para
a salvação dos homens.
A Tradição Apostólica realiza-se de duas maneiras:
mediante a transmissão viva da Palavra de Deus
(chamada também simplesmente a Tradição) e através
da Sagrada Escritura que é o próprio anúncio da A SAGRADA ESCRITURA
salvação transmitido por escrito.
18. Porque é que a Sagrada Escritura ensina a verdade?
14. Que relação existe entre a Tradição e a Sagrada
Escritura? 105-108
135-136
80-82
97 Porque o próprio Deus é o autor da Sagrada Escritura:
por isso ela é dita inspirada e ensina sem erro aquelas
A Tradição e a Sagrada Escritura estão intimamente verdades que são necessárias para a nossa salvação. Com
unidas e compenetradas entre si. Com efeito, ambas efeito, o Espírito Santo inspirou os autores humanos, os
tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de quais escreveram aquilo que Ele nos quis ensinar. No
Cristo e provêm da mesma fonte divina: constituem um entanto, a fé cristã não é «uma religião do Livro», mas
só sagrado depósito da fé, do qual a Igreja recebe a da Palavra de Deus, que não é «uma palavra escrita e
certeza acerca de todas as coisas reveladas. muda, mas o Verbo Encarnado e vivo» (S. Bernardo de
Claraval).
15. A quem é confiado o depósito da fé?
19. Como ler a Sagrada Escritura?
84, 91
94, 99 109-119
137
O depósito da fé é confiado pelos Apóstolos a toda a
Igreja. Todo o povo de Deus, mediante o sentido A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a
sobrenatural da fé, conduzido pelo Espírito Santo, e ajuda do Espírito Santo e sob a condução do Magistério
guiado pelo Magistério da Igreja, acolhe a Revelação da Igreja segundo três critérios: 1) atenção ao conteúdo
divina, compreende-a cada vez mais e aplica-a à vida. e à unidade de toda a Escritura; 2) leitura da Escritura
na Tradição viva da Igreja; 3) respeito pela analogia da
16. A quem compete interpretar autenticamente o fé, isto é, da coesão entre si das verdades da fé.
depósito da fé?
20. O que é o cânone das Escrituras?
85-90
100 120
138
A interpretação autêntica do depósito da fé compete
exclusivamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é, ao O Cânone das Escrituras é a lista completa dos escritos
Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, e aos Bispos em sagrados, que a Tradição Apostólica levou a Igreja a
comunhão com ele. Ao Magistério, que, no serviço da discernir. O Cânone compreende 46 escritos do Antigo
Palavra de Deus, goza do carisma certo da verdade, Testamento e 27 do Novo.*
compete ainda definir os dogmas, que são formulações
das verdades contidas na Revelação divina; tal 21. Que importância tem o Antigo Testamento para os
autoridade estende-se também às verdades cristãos?
necessariamente conexas com a Revelação.
121-123
17. Que relação existe entre a Escritura, a Tradição e o
Magistério? Os cristãos veneram o Antigo Testamento como
verdadeira Palavra de Deus: todos os seus escritos são
95 divinamente inspirados e conservam um valor
permanente. Eles dão testemunho da divina pedagogia do
De tal maneira estão unidos, que nenhum deles existe amor salvífico de Deus. Foram escritos sobretudo para
sem os outros. Todos juntos contribuem eficazmente, preparar o advento de Cristo Salvador do universo.
22. Que importância tem o Novo Testamento para os Sustentado pela graça divina, o homem responde a Deus
cristãos? com a obediência da fé, que consiste em confiar-se
completamente a Deus e acolher a sua Verdade,
124-127 enquanto garantida por Ele que é a própria Verdade.
139
26. Na Sagrada Escritura, quais são os principais
O Novo Testamento, cujo objecto central é Jesus testemunhos de obediência da fé?
Cristo, entrega-nos a verdade definitiva da Revelação
divina. Nele, os quatro Evangelhos de Mateus, Marcos, 144-149
Lucas e João, enquanto são o principal testemunho da
vida e da doutrina de Jesus, constituem o coração de Há muitos testemunhos, mas particularmente dois:
todas as Escrituras e ocupam um lugar único na Igreja. Abraão, que, colocado à prova, «teve fé em Deus » (Rm
4,3) e obedeceu sempre ao seu chamamento, tornando-
23. Que unidade existe entre o Antigo e o Novo se por isso «pai de todos os crentes» (Rm 4,11.18 ); e a
Testamento? Virgem Maria, que realizou de modo mais perfeito,
durante toda a sua vida, a obediência da fé: «Fiat mihi
128-130 secundum Verbum tuum – Faça-se em mim segundo a tua
140 palavra» (Lc 1, 38).
A Escritura é una, uma vez que única é a Palavra de 27. Que significa, de facto, para o homem crer em
Deus, único é o projecto salvífico de Deus, única a Deus?
inspiração divina dos dois Testamentos. O Antigo
Testamento prepara o Novo e o Novo dá cumprimento ao 150-152
Antigo: os dois iluminam-se mutuamente. 176-178
24. Qual a função da Sagrada Escritura na vida da Significa aderir ao próprio Deus, entregando-se a Ele e
Igreja? dando assentimento a todas as verdades por Ele
reveladas, porque Deus é a verdade. Significa crer num
131-133 só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
141
28. Quais as características da fé?
A Sagrada Escritura dá sustento e vigor à vida da
Igreja. É para os seus filhos firmeza da fé, alimento e 153-165
fonte de vida espiritual. É a alma da teologia e da 179-180
pregação pastoral. Diz o Salmista: ela é «lâmpada para 183-184
os meus passos, luz no meu caminho» (Sal 119,105). Por
isso, a Igreja exorta à leitura frequente da Sagrada A Fé, dom gratuito de Deus e acessível a quantos a
Escritura, uma vez que «a ignorância das Escrituras é pedem humildemente, é uma virtude sobrenatural
ignorância de Cristo» (S. Jerónimo). necessária para a salvação. O acto de fé é um acto
humano, isto é, um acto da inteligência do homem que,
sob decisão da vontade movida por Deus, dá livremente o
seu assentimento à verdade divina. Além disso, a fé é
CAPÍTULO TERCEIRO certa porque fundada sobre a Palavra de Deus; é
operante «por meio da caridade» (Gal 5,6); é em
A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS contínuo crescimento, graças, em especial, à escuta da
Palavra de Deus e à oração. Ela faz-nos saborear, de
EU CREIO antemão, a alegria celeste.
A fé é um acto pessoal, enquanto resposta livre do E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor
homem a Deus que se revela. Mas é ao mesmo tempo um que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
acto eclesial, que se exprime na confissão: «Nós nasceu da Virgem Maria;
cremos». De facto, é a Igreja que crê: deste modo, ela, padeceu sob Pôncio Pilatos,
com a graça do Espírito Santo, precede, gera e nutre a foi crucificado, morto e sepultado;
fé do indivíduo. Por isso a Igreja é Mãe e Mestra. desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
«Não pode ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja por de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos.
Mãe» (S. Cipriano)
Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos Santos;
31. Porque é que as fórmulas da fé são importantes? na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
170-171 e na vida eterna. Amen
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
SEGUNDA SECÇÃO
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos; «CREIO EM DEUS, PAI OMNIPOTENTE,
e o seu Reino não terá fim. CRIADOR DO CÉU E DA TERRA»
34. Quais são os mais antigos Símbolos da fé? Deus revela-se a Moisés como o Deus vivo, «o Deus de
Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob» (Ex 3,6). Ao
189-191 mesmo Moisés, Deus revela também o seu nome
misterioso: «Eu Sou aquele que Sou (YHWH)». O nome
São os Símbolos baptismais. Porque o Baptismo é inefável de Deus, já nos tempos do Antigo Testamento,
administrado «em nome do Pai e do Filho e do Espírito foi substituído pela palavra Senhor. Assim, no Novo
Santo» (Mt 28,19), as verdades de fé neles professadas Testamento, Jesus, chamado Senhor, aparece como
estão articuladas segundo a sua referência às três verdadeiro Deus.
Pessoas da Santíssima Trindade.
39. Só Deus «é»?
35. Quais são os mais importantes Símbolos da fé?
212-213
193-195
Enquanto as criaturas receberam d’Ele tudo o que são e
São o Símbolo dos Apóstolos, que é o antigo Símbolo têm, só Deus é em si mesmo a plenitude do ser e de toda
baptismal da Igreja de Roma, e o Símbolo niceno- a perfeição. Ele é «Aquele que é», sem origem e sem fim.
constantinopolitano, fruto dos primeiros dois Concílios Jesus revela que também Ele é portador do nome divino:
Ecuménicos de Niceia (325) e de Constantinopola (381), «Eu sou» (Jo 8, 28).
e que é, ainda hoje, comum a todas as grandes Igrejas
do Oriente e do Ocidente. 40. Porque é importante a revelação do nome de Deus?
206-213
Ao revelar o seu Nome, Deus dá a conhecer as riquezas 232-237
do seu mistério inefável: só Ele é, desde sempre e para
sempre, Aquele que transcende o mundo e a história. Foi O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da
Ele que fez o céu e aterra. Ele é o Deus fiel, sempre Santíssima Trindade. Os cristãos são baptizados no
próximo do seu povo para o salvar. É o Santo por nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
excelência, «rico de misericórdia» (Ef 2,4), sempre
pronto a perdoar. É o Ser espiritual, transcendente, 45. O mistério da Santíssima Trindade pode ser
omnipotente, eterno, pessoal, perfeito. É verdade e conhecido só pela razão humana?
amor.
237
Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na
«Deus é o ser infinitamente perfeito que é a criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu
Santíssima Trindade» (S. Turíbio de Mongrovejo). Ser como Trindade Santa constitui um mistério
inacessível à razão humana sozinha, e mesmo à fé de
Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e do envio
do Espírito Santo. Tal mistério foi revelado por Jesus
41. Em que sentido Deus é a verdade? Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios.
Deus revelou-se como «o Forte, o Potente» (Sal 24, 8- Deus criou o universo livremente, com sabedoria e amor.
10), Aquele para quem «nada é impossível» (Lc 1,37). A O mundo não é o produto duma necessidade, dum destino
sua omnipotência é universal, misteriosa, e manifesta-se cego ou do acaso. Deus criou «do nada» (ex nihilo: 2Mac
na criação do mundo a partir do nada e na criação do 7,28) um mundo ordenado e bom, que Ele transcende
homem por amor, mas sobretudo na Encarnação e na infinitamente. Deus conserva no ser a sua criação e
Ressurreição do Seu Filho, no dom da adopção filial e no sustenta-a, dando-lhe a capacidade de agir, e
perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige a sua conduzindo-a à sua realização, por meio do seu Filho e do
oração ao «Deus omnipotente e eterno» («Omipotens Espírito Santo.
sempiterne Deus»).
55. Em que consiste a Providência divina?
51. Porque é importante afirmar: «No princípio criou
Deus o céu e a terra» (Gn 1,1)? 302-306
321
279-289
315 A Providência divina consiste nas disposições com as
quais Deus conduz as suas criaturas para a perfeição
Porque a Criação é o fundamento de todos os projectos última, à qual Ele as chamou. Deus é o autor soberano do
divinos de salvação; manifesta o amor omnipotente e seu desígnio. Mas para a realização do mesmo serve-se
sapiente de Deus; é o primeiro passo para a Aliança do também da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo
Deus único com o seu povo; é o início da história da tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por si
salvação que culmina em Cristo; é uma primeira resposta mesmas, de serem causas umas das outras.
às questões fundamentais do homem acerca da sua
própria origem e do seu fim.
56. Como é que o homem colabora com a Providência 60. Quem são os anjos?
divina?
328-333
307-308 350-351
323
Os anjos são criaturas puramente espirituais,
Ao homem, Deus concede e requer, respeitando a sua incorpóreas, invisíveis e imortais, seres pessoais dotados
liberdade, a colaboração através das suas acções, das de inteligência e de vontade. Estes, contemplando
suas orações e mesmo com os seus sofrimentos, incessantemente a Deus face a face, glorificam-no,
suscitando nele «o querer e o operar segundo os seus servem-no e são os seus mensageiros no cumprimento da
benévolos desígnios» (Filp 2,13). missão de salvação, em prol de todos os homens.
57. Se Deus é omnipotente e providente porque é que 61. Como é que os anjos estão presentes na vida da
existe o mal? Igreja?
309-310 334-336
324. 400 352
A esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só o A Igreja une-se aos anjos para adorar a Deus, invoca a
conjunto da fé cristã pode dar resposta. Deus não é de sua assistência e celebra liturgicamente a memória de
maneira nenhuma, nem directamente nem alguns.
indirectamente, a causa do mal. Ele ilumina o mistério do
mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou
para vencer aquele grande mal moral que é o pecado dos
homens e que é a raiz dos outros males. «Cada fiel tem ao seu lado um anjo como protector e
pastor,
58. Porque é que Deus permite o mal? para o conduzir à vida» (S. Basílio Magno).
311-314
324
62. Que ensina a Sagrada Escritura sobre a criação do
A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal mundo visível?
se do próprio mal não extraísse o bem. Deus realizou
admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de 337-344
Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do Seu
Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Ao narrar os «seis dias» da criação, a Sagrada Escritura
Cristo e a nossa redenção. dá-nos a conhecer o valor dos seres criados e a sua
finalidade de louvor a Deus e serviço ao homem. Todas
as coisas devem a sua existência a Deus, de quem
recebem a sua bondade e perfeição, as suas leis e o
O céu e a terra lugar no universo.
65. Qual a relação entre a obra da criação e a da 69. Como é que, no homem, a alma e o corpo formam uma
redenção? unidade?
345-349 362-356
382
A obra da criação culmina na obra ainda maior da
redenção. Com efeito, esta dá início à nova criação, na A pessoa humana é um ser ao mesmo tempo corpóreo e
qual tudo reencontrará o seu pleno sentido e o seu espiritual. O espírito e a matéria, no homem, formam
acabamento. uma única natureza. Esta unidade é tão profunda que,
graças ao princípio espiritual que é a alma, o corpo, que é
material, se torna um corpo humano e vivo e participa na
dignidade de imagem de Deus.
O homem
70. Quem dá a alma ao ser humano?
366-368
66. Em que sentido o homem é criado «à imagem de 383
Deus»?
A alma espiritual não vem dos pais, mas é criada
355-358 directamente por Deus e é imortal. Separando-se do
corpo no momento da morte, ela não perece; voltará a
Afirmar que o homem é criado à imagem de Deus unir-se novamente ao corpo, no momento da ressurreição
significa que ele é capaz de conhecer e amar, na final.
liberdade, o próprio Criador. É a única criatura, nesta
terra, que Deus quis por si mesma e que chamou a 71. Que relação Deus estabeleceu entre o homem e a
partilhar a sua vida divina, no conhecimento e no amor. mulher?
Enquanto criado à imagem de Deus, o homem tem a
dignidade de pessoa: não é uma coisa mas alguém, capaz 369-373
de se conhecer a si mesmo, de se dar livremente e de 383
entrar em comunhão com Deus e com as outras pessoas.
O homem e a mulher foram criados por Deus com uma
67. Para que fim Deus criou o homem? igual dignidade enquanto pessoas humanas e, ao mesmo
tempo, numa complementaridade recíproca enquanto
358-359 masculino e feminino. Deus quis que fossem um para o
outro, para uma comunhão de pessoas. Juntos são
Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado também chamados a transmitir a vida humana, formando
para conhecer, servir e amar a Deus, para Lhe oferecer no matrimónio «uma só carne» (Gn 2, 24), e a dominar a
neste mundo toda a criação em acção de graças e para terra como «administradores» de Deus.
ser elevado à vida com Deus no céu. Só no mistério do
Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o 72. Qual era a condição originária do homem segundo o
mistério do homem, predestinado a reproduzir a imagem projecto de Deus?
do Filho de Deus feito homem, que é a perfeita «imagem
de Deus invisível» (Col 1, 15). 374-379
384
68. Porque é que os homens constituem uma unidade?
Deus, criando o homem e a mulher, tinha-lhes dado uma
participação especial na própria vida divina, em
santidade e justiça. Segundo o projecto de Deus, o O pecado original, no qual todos os homens nascem, é o
homem não deveria nem sofrer nem morrer. Além disso, estado de privação da santidade e da justiça originais. É
reinava uma harmonia perfeita no próprio ser humano, um pecado por nós «contraído» e não «cometido»; é uma
entre a criatura e o criador, entre o homem e a mulher, condição de nascimento e não um acto pessoal. Por causa
bem como entre o primeiro casal humano e toda a da unidade de origem de todos os homens, ele transmite-
criação. se aos descendentes de Adão com a natureza humana,
«não por imitação mas por propagação». Esta
transmissão permanece um mistério que não podemos
compreender plenamente.
A queda
77. Que outras consequências provoca o pecado original?
405-409
73. Como se compreende a realidade do pecado? 418
464-467 470-474
469 482
Jesus é, inseparavelmente, verdadeiro Deus e O Filho de Deus assumiu um corpo animado por uma alma
verdadeiro homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, racional humana. Com a sua inteligência humana, Jesus
o Filho de Deus, que é «gerado, não criado, aprendeu muitas coisas através da experiência. Mas
consubstancial ao Pai», fez-se verdadeiramente homem, também, como homem, o Filho de Deus tinha um
nosso irmão, sem com isto deixar de ser Deus, nosso conhecimento íntimo e imediato de Deus seu Pai.
Senhor. Penetrava igualmente os pensamentos secretos dos
homens e conhecia plenamente os desígnios eternos que
88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedónia Ele viera revelar.
(ano 451)?
91. Como se harmonizam as duas vontades do Verbo
467 encarnado?
«Ó Filho Unigénito e Verbo de Deus, Tu que és imortal, 94. «Concebido por obra do Espírito Santo...»: o que
para a nossa salvação dignaste-Te encarnar no seio da significa esta expressão?
santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria ( ... ). Tu que
és Um da Santa Trindade, glorificado com o Pai e o 484-486
Espírito Santo, salva-nos!» (Liturgia Bizantina de S.
João Crisóstomo).
Significa que a Virgem Maria concebeu o Filho eterno no
seu seio, por obra do Espírito Santo e sem a colaboração
de homem: «O Espírito Santo descerá sobre ti» (Lc 1,
35), disse-lhe o Anjo na Anunciação.
95. «…Nascido da Virgem Maria»: porque é que Maria é No sentido de que Maria «permaneceu Virgem na
verdadeiramente Mãe de Deus? concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem grávida,
Virgem mãe, Virgem perpétua» (Santo Agostinho).
495 Portanto, quando os Evangelhos falam de «irmãos e irmãs
509 de Jesus», trata-se de parentes próximos de Jesus,
segundo uma expressão usual na Sagrada Escritura.
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe
de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi 100. De que modo é que a maternidade espiritual de
concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou Maria é universal?
verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de
Deus Pai. É Ele mesmo Deus. 501-507
511
96. O que significa «Imaculada Conceição»?
Maria tem um único Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua
487-492 maternidade espiritual estende-se a todos os homens
508 que Ele veio salvar. Obediente, ao lado do novo Adão,
Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe
Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu
eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para nascimento e na sua formação na ordem da graça. Virgem
cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a sua realização mais
significa que, pela graça de Deus e em previsão dos perfeita.
méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do
pecado original desde a sua concepção. 101. Em que sentido toda a vida de Cristo é Mistério?
496-498 522-524
503
Antes de mais, houve uma longa preparação de muitos
Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem séculos, que nós revivemos na celebração litúrgica do
apenas pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção de tempo do Advento. Para além da obscura expectativa que
homem. Ele é o Filho do Pai celeste, segundo a natureza colocou no coração dos pagãos, Deus preparou a vinda do
divina, e Filho de Maria segundo a natureza humana, mas seu Filho através da Antiga Aliança, até João Baptista
propriamente Filho de Deus nas suas naturezas, que é o último e o maior dos profetas.
existindo nele uma única Pessoa, a divina.
103. Que ensina o Evangelho sobre os Mistérios do
99. Em que sentido Maria é «sempre Virgem»? nascimento e da infância de Jesus?
499-507 525-530
510-511 563-564
No Natal, a glória do Céu manifesta-se na debilidade 107. Quem é convidado para o Reino de Deus, anunciado
dum menino; a circuncisão de Jesus é sinal da pertença e realizado por Jesus?
ao povo hebraico e prefiguração do nosso Baptismo; a
Epifania é a manifestação do Rei-Messias de Israel a 541-546
todas as gentes; na sua apresentação no templo, em 567
Simeão e Ana é toda a esperança de Israel que vem ao
encontro do seu Salvador; a fuga para o Egipto e a Jesus convida todos os homens a tomar parte no Reino
matança dos inocentes anunciam que toda a vida de de Deus. Mesmo o pior pecador é chamado a converter-
Cristo estará sob o sinal da perseguição; o seu regresso se e a aceitar a infinita misericórdia do Pai. O Reino
do Egipto recorda o Êxodo e apresenta Jesus como o pertence, já aqui sobre a terra, àqueles que o acolhem
novo Moisés: Ele é o verdadeiro e definitivo libertador. com coração humilde. É a eles que são revelados os seus
Mistérios.
104. O que é que nos ensina a vida oculta de Jesus em
Nazaré? 108. Porque é que Jesus anuncia o Reino com sinais e
milagres?
533-534
564 547-550
567
Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no
silêncio duma vida normal. Permite-nos assim estar em Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres
comunhão com Ele, na santidade duma vida quotidiana para atestar que o Reino está presente n’Ele, o Messias.
feita de oração, de simplicidade, de trabalho, de amor Embora Ele cure algumas pessoas, não veio para eliminar
familiar. A sua submissão a Maria e a José, seu pai todos os males aqui na terra, mas, antes de mais, para
putativo, é uma imagem da sua obediência filial ao Pai. nos libertar da escravidão do pecado. A expulsão dos
Maria e José, com a sua fé, acolhem o Mistério de demónios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o
Jesus, ainda que nem sempre o compreendam. «príncipe deste mundo» (Jo 12,31).
105. Porque é que Jesus recebe de João o «baptismo de 109. Que autoridade confere Jesus aos seus Apóstolos,
conversão para o perdão dos pecados» (Lc 3, 3)? no Reino?
535-537 551-553
565 567
Para dar início à sua vida pública e antecipar o Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua
«Baptismo» da Sua morte: aceita assim, embora sendo Ressurreição, e torna-os participantes da sua missão e
sem pecado, ser contado entre os pecadores, Ele, «o da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados,
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29). edificar e governar a Igreja. Neste colégio, Pedro
O Pai proclama-O Seu «Filho predilecto» (Mt 3,17) e o recebe «as chaves do Reino» (Mt 16,19) e ocupa o
Espírito desce sobre Ele. O baptismo de Jesus é a primeiro lugar, com a missão de guardar a fé na sua
prefiguração do nosso baptismo. integridade e de confirmar os seus irmãos.
106. O que revelam as tentações de Jesus no deserto? 110. Qual o significado da transfiguração?
538-540 554-556
566 568
As tentações de Jesus recapitulam a tentação de Adão Na Transfiguração aparece antes de mais a Trindade:
no paraíso e as de Israel no deserto. Satanás tenta «O Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem
Jesus na sua obediência à missão que Lhe tinha sido brilhante» (S. Tomás de Aquino). Evocando, com Moisés
confiada pelo Pai. Cristo, novo Adão, resiste, e a sua e Elias, a sua «partida» (Lc 9, 31), Jesus mostra que a
vitória anuncia a vitória da sua paixão, suprema sua glória passa através da cruz e antecipa a sua
obediência do seu amor filial. A Igreja une-se, em ressurreição e a sua vinda gloriosa, pois «transfigurará o
particular, a este Mistério, no tempo litúrgico da nosso pobre corpo para transformá-lo no seu corpo
Quaresma. glorioso» (Filp 3, 21).
«Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em 577-582
que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram 592
a Tua glória, Cristo Deus, para que, quando te vissem
crucificado, compreendessem que a Tua Paixão era Jesus não aboliu a Lei, dada por Deus a Moisés no Sinai,
voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és mas levou-a à plenitude, dando-lhe a interpretação
verdadeiramente a irradiação do Pai» (Liturgia definitiva. É o Legislador divino que cumpre
Bizantina). integralmente esta Lei. Além disso, Ele, o Servo fiel,
oferece mediante a sua morte expiadora o único
sacrifício capaz de redimir todas «as faltas cometidas
durante a primeira Aliança» (Heb 9,15).
111. Como se deu a entrada messiânica em Jerusalém?
115. Qual a atitude de Jesus em relação ao templo de
557-560 Jerusalém?
569-570
583-586
No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém 593
para sofrer a sua paixão, morrer e ressuscitar. Como Rei
Messias que manifesta a vinda do reino, Ele entra na sua Jesus foi acusado de hostilidade em relação ao Templo.
cidade montado num jumento. É acolhido pelos humildes, Contudo Ele venerou-o como «a morada do seu Pai» (Jo
cuja aclamação é retomada no Sanctus eucarístico: 2,16) e consagrou-lhe uma parte importante do seu
«Bendito aquele que vem no nome do Senhor! Hossana ensino. Mas predisse também a sua destruição, em
(salva-nos)» (Mt 21,9). A liturgia da Igreja inicia a relação com a sua própria morte, e Ele mesmo se
Semana Santa com a celebração desta entrada em apresentou como a morada definitiva de Deus entre os
Jerusalém. homens.
114. Qual o comportamento de Jesus, em relação à Lei 118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do
de Israel? desígnio de Deus?
599-605 Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de
619 expiação, isto é, reparou as nossas culpas com a plena
obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao
Para reconciliar consigo todos os homens votados à fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda
morte por causa do pecado, Deus tomou a iniciativa a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata
amorosa de enviar o Seu Filho para que se entregasse à portanto os homens num modo único, perfeito e
morte pelos pecadores. Anunciada no Antigo definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.
Testamento, em particular como sacrifício do Servo
sofredor, a morte de Jesus acontece «segundo as 123. Porque é que Jesus convida os discípulos a tomar a
Escrituras». sua cruz?
610-611
621
«JESUS CRISTO DESCEU AOS INFERNOS,
Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, RESSUSCITOU DOS MORTOS AO TERCEIRO DIA»
Jesus antecipa, isto é, significa e realiza
antecipadamente a oferta voluntária de Si mesmo: «este
é o meu corpo entregue por vós», «este é o meu sangue,
que é derramado...» (Lc 22,19-20). Ele institui assim ao 125. O que são «os infernos», aos quais Jesus desceu?
mesmo tempo a Eucaristia como «memorial» (1 Cor
11,25) do seu sacrifício e os seus Apóstolos como
632-637
sacerdotes da nova Aliança.
127. Que «sinais» atestam a ressurreição de Jesus? 131. Qual o sentido e a importância da Ressurreição?
639-644 651-655
656-657 658
Para além do sinal essencial constituído pelo túmulo A Ressurreição é o culminar da Encarnação. Ela confirma
vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada pelas a divindade de Cristo, e também tudo o que Ele fez e
mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus e o ensinou, e realiza todas as promessas divinas em nosso
anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus «apareceu a favor. Além disso, o Ressuscitado, vencedor do pecado e
Cefas (Pedro) e depois aos Doze. Seguidamente, da morte, é o princípio da nossa justificação e da nossa
apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez» (1 Ressurreição: a partir de agora, Ele garante-nos a graça
Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Apóstolos não teriam da adopção filial que é a participação real na sua vida de
podido inventar a Ressurreição, uma vez que esta lhes Filho unigénito; depois, no final dos tempos, Ele
parecia impossível: de facto, Jesus repreendeu-os pela ressuscitará o nosso corpo.
sua incredulidade.
128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo um
acontecimento transcendente? «JESUS SUBIU AO CÉU
ESTÁ SENTADO À DIREITA DO PAI
647 OMNIPOTENTE»
656-657
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e
atestado através dos sinais e testemunhos, a 132. O que é que significa a Ascensão?
Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de
Cristo na glória de Deus, transcende e supera a história, 659-667
como mistério da fé. Por este motivo, Cristo
ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus Passados os quarenta dias em que se mostrou aos
discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do Apóstolos sob as aparências duma humanidade normal
povo. que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe
ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que
129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de Jesus? agora reina com a sua humanidade na glória eterna de
Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do
645-646 Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um
lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele.
A Ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida
terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele que foi
crucificado e apresenta os vestígios da Sua Paixão, mas
é doravante participante da vida divina com as «DE ONDE VIRÁ A JULGAR OS VIVOS E OS
propriedades dum corpo glorioso. Por esta razão, Jesus MORTOS»
ressuscitado é soberanamente livre de aparecer aos
seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob
aspectos diversos.
Após o último abalo cósmico deste mundo que passa, a 138. Quais são as designações do Espírito Santo?
vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o triunfo
definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o Juízo 691-693
final. Assim se cumprirá o Reino de Deus.
«Espírito Santo» é o nome próprio da terceira Pessoa da
135. Como é que Cristo julgará os vivos e os mortos? Santíssima Trindade. Jesus chama-lhe também: Espírito
Paráclito (Consolador, Advogado) e Espírito de Verdade.
678-679 O Novo Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo,
681-682 do Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa.
Cristo julgará com o poder adquirido como Redentor do 139. Com que símbolos se representa o Espírito Santo?
mundo, vindo para salvar os homens. Os segredos dos
corações serão revelados, bem como o procedimento de 694-701
cada um em relação a Deus e ao próximo. Cada homem
será repleto de vida ou condenado para a eternidade São numerosos: a água viva que jorra do coração
segundo as suas obras. Assim se realizará «a plenitude trespassado de Cristo e dessedenta os baptizados; a
de Cristo» (Ef 4,13), na qual «Deus será tudo em todos» unção com o óleo que é o sinal sacramental da
(1 Cor 15,28). Confirmação; o fogo que transforma o que toca; a nuvem,
obscura e luminosa, na qual se revela a glória divina; a
imposição das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a
pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no
CAPÍTULO TERCEIRO baptismo.
CREIO NO ESPÍRITO SANTO 140. O que significa que o Espírito «falou pelos
profetas»?
«CREIO NO ESPÍRITO SANTO»
687-688
702-706
743
727-730
745-746
«CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA»
O Filho de Deus é consagrado Messias através da unção
do Espírito na sua humanidade desde a Encarnação. Ele A Igreja no desígnio de Deus
revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos
antepassados e comunica-O à Igreja nascente, soprando
sobre os Apóstolos depois da Ressurreição.
147. O que significa a palavra Igreja?
144. O que acontece no Pentecostes?
751-752
731-732 777-804
738
Designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os
Cinquenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, confins da terra, para constituir a assembleia daqueles
Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em que, pela fé e pelo Baptismo, se tornam filhos de Deus,
abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo membros de Cristo e templo do Espírito Santo.
que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A
Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da 148. Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para indicar a
Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da Igreja?
comunhão trinitária.
758-766
778
«Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, Na Sagrada Escritura encontramos muitas imagens que
encontrámos a verdadeira fé: adoramos a Trindade põem em evidência aspectos complementares do mistério
indivisível porque nos salvou» (Liturgia Bizantina, da Igreja. O Antigo Testamento privilegia as imagens
Tropário das Vésperas de Pentecostes) ligadas ao povo de Deus; o Novo Testamento privilegia as
imagens ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o
Seu Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil,
rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha)
145. Que faz o Espírito Santo na Igreja? habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa,
mãe, família).
733-741
747 149. Quais são as origens e a realização plena da Igreja?
758-766 A Igreja é o povo de Deus porque aprouve a Deus
778 santificar e salvar os homens não isoladamente mas
constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do Pai
A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena e do Filho e do Espírito Santo.
no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga
Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura 154. Quais são as características do povo de Deus?
de todas as nações. Fundada pelas palavras e acções de
Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua 782
morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois
manifestada como mistério de salvação mediante a Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé
efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a em Cristo e o Baptismo, tem por origem Deus Pai, por
sua realização plena no fim dos tempos, como assembleia cabeça Jesus Cristo, por condição a dignidade e a
celeste de todos os redimidos. liberdade dos filhos de Deus, por lei o mandamento novo
do amor, por missão a de ser o sal da terra e a luz do
150. Qual é a missão da Igreja? mundo, por fim o Reino de Deus, já iniciado na terra.
799-801 820-822
866
Os carismas são dons especiais do Espírito concedidos a
alguém para o bem dos homens, para as necessidades do O desejo de restabelecer a união de todos os cristãos é
mundo e em particular para a edificação da Igreja, a um dom de Cristo e um apelo do Espírito. Ele diz
cujo Magistério compete o seu discernimento. respeito a toda a Igreja e realiza-se mediante a
conversão do coração, a oração, o recíproco
conhecimento fraterno, o diálogo teológico.
A Igreja é una, santa, católica e apostólica 165. Em que sentido a Igreja é santa?
823-829
867
161. Porque é que a Igreja é una?
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor;
813-815 Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer
866 dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a
caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de
salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus
A Igreja é una porque tem como origem e modelo a
membros e o fim de cada uma das suas actividades. A
unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque
Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e
tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que
inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A
santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus 170. Que ligação há entre a Igreja católica e as religiões
filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos não cristãs?
pecadores, sempre necessitados de conversão e de
purificação. 846-848
166. Porque é que a Igreja se chama católica? Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo
o género humano. A Igreja católica reconhece que tudo o
830-831 que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões
868 vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar
para acolher o Evangelho e mover em direcção à unidade
A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está da humanidade na Igreja de Cristo.
presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí está a
Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia). Ela anuncia a 171. Que significa a afirmação: «Fora da Igreja não há
totalidade e a integridade da fé; leva e administra a salvação»?
plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a
todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja 846-848
a cultura a que eles pertençam.
Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por
167. É também católica a Igreja particular? meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam
ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por
832-835 Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela
não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à
É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese e a sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os
eparquia), formada pela comunidade de fiéis cristãos que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a
que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o
com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade,
com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. conhecida através do que a consciência lhes dita.
Inácio de Antioquia).
172. Porque é que a Igreja deve anunciar o Evangelho a
168. Quem pertence à Igreja católica? todo o mundo?
836-838 849-851
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações,
estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. baptizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito
Estão plenamente incorporados na Igreja católica Santo» (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor
aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o
unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os
sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da
baptizados que não se encontram plenamente nesta verdade» (1 Tim 2, 4).
unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que
imperfeita, com a Igreja Católica. 173. Como é que a Igreja é missionária?
175. Em que consiste a missão dos Apóstolos? 179. Porque é que Cristo instituiu a hierarquia
eclesiástica?
858 – 861
874-877
A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o Enviado do 935
Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e
constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de
testemunhas escolhidas da sua ressurreição e apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe
fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de deu autoridade. A hierarquia eclesiástica é formada por
continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me ministros sagrados: Bispos, presbíteros e diáconos.
enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). E Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os
prometeu estar com eles até ao fim do mundo. presbíteros agem, no exercício do seu ministério, em
nome e na pessoa de Cristo cabeça; os diáconos servem o
176. O que é a sucessão apostólica? povo de Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia,
da caridade.
861- 865
180. Como se actua a dimensão colegial do ministério
A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o eclesial?
sacramento da Ordem, da missão e do poder dos
Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta 878
transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e
de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por
orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica
Cristo na terra. está ao serviço da comunhão dos fiéis. Cada Bispo
exerce o ministério, como membro do colégio episcopal,
em comunhão com o Papa, participando com ele na
solicitude pela Igreja universal. Os sacerdotes exercem
Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em
comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.
181. Porque é que o ministério eclesial tem um carácter
177. Quem são os fiéis? pessoal?
914 – 916
944
Maria Mãe de Cristo, Mãe da Igreja
É um estado de vida reconhecido pela Igreja. É uma
resposta livre a um chamamento particular de Cristo,
mediante a qual os consagrados se entregam totalmente
a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a 196. Em que sentido a Bem-aventurada Virgem Maria é
moção do Espírito Santo. Tal consagração caracteriza- Mãe da Igreja?
se pela prática dos conselhos evangélicos.
963 – 966
193. O que é que a vida consagrada oferece à missão da 973
Igreja?
A Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da Igreja na
931-933 ordem da graça porque deu à luz Jesus, o Filho de Deus,
945 Cabeça do corpo que é a Igreja. Jesus ao morrer na
cruz, indicou-a como mãe ao discípulo com estas
A vida consagrada participa na missão da Igreja palavras: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 27). ( )
mediante uma plena dedicação a Cristo e aos irmãos,
testemunhando a esperança do Reino celeste. 197. Como é que a Virgem Maria ajuda a Igreja?
967 – 970
Creio na Comunhão dos santos Após a Ascensão do Seu Filho, a Virgem Maria ajuda,
com as suas orações, as primícias da Igreja e, mesmo
depois da sua assunção ao céu, continua a interceder
pelos seus filhos, a ser para todos um modelo de fé e de
194. O que significa a expressão comunhão dos santos? caridade, e a exercer sobre eles um influxo salutar, que
nasce da superabundância dos méritos de Cristo. Os
946–953 fiéis vêem nela uma imagem e uma antecipação da
960 ressurreição que os espera, invocando-a como advogada,
auxiliadora, socorro, medianeira.
Indica, antes de mais, a participação de todos os
membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os 198. Que tipo de culto se presta à Virgem santíssima?
sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os
outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a 971
caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor
13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (Act É um culto singular, que difere essencialmente do culto
4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos de adoração, prestado apenas à Santíssima Trindade. Tal
pobres. culto de especial veneração encontra uma particular
expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de
195. O que significa ainda a expressão comunhão dos Deus e na oração mariana, como o santo Rosário, resumo
santos? de todo o Evangelho.
988 – 991,
1002 – 1003
200. Como são perdoados os pecados?
Como Cristo verdadeiramente ressuscitou dos mortos e
976 – 980 vive para sempre, assim Ele próprio nos ressuscitará a
984 – 985 todos no último dia, com um corpo incorruptível: «os que
tiverem feito o bem para uma ressurreição de vida, e os
O primeiro e principal sacramento para o perdão dos que tiverem feito o mal para uma ressurreição de
pecados é o Baptismo. Para os pecados cometidos depois condenação».
do Baptismo, Cristo instituiu o sacramento da
Reconciliação ou Penitência, por meio do qual o baptizado 205. Com a morte, que sucede ao nosso corpo e à nossa
é reconciliado com Deus e com a Igreja. alma?
990
1015
«A vida na sua própria realidade e verdade é o Pai que, 214. Em que consistirá o Juízo final?
pelo Filho e no Espírito Santo, sobre todos derrama
como fonte, os seus dons celestes. E, pela sua bondade, 1038–1041;
promete verdadeiramente também a nós homens os bens 1058–1059
divinos da vida eterna. (S. Cirilo de Jerusalém)
O juízo final (universal) consistirá na sentença de vida
bem-aventurada ou de condenação eterna, que o Senhor
Jesus, no seu regresso como juiz dos vivos e dos mortos,
210. O que é o purgatório? pronunciará em relação aos «justos e injustos» (Act 24,
15), reunidos todos juntos diante d’Ele. A seguir a tal
1030 – 1031 juízo final, o corpo ressuscitado participará na
1054 retribuição que a alma teve no juízo particular.
O purgatório é o estado dos que morrem na amizade de 215. Quando terá lugar este juízo final?
Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna,
precisam ainda de purificação para entrar na alegria de 1040
Deus.
O juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus
211. Como podemos ajudar a purificação das almas do conhece o dia e a hora.
purgatório?
216. Em que consiste a esperança dos novos céus e da
1032 nova terra?
1042 – 1050 1071 – 1075
1060
A liturgia, acção sagrada por excelência, constitui o
Depois do juízo final, o próprio universo, libertado da cume para onde tendem todas as acções da Igreja e,
escravidão da corrupção, participará na glória de Cristo simultaneamente, a fonte donde provém toda a sua força
com a inauguração dos «novos céus e da nova terra» (2 vital. Através da liturgia, Cristo continua na sua Igreja,
Ped 3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção.
Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio
salvífico de Deus de «recapitular em Cristo todas as 220. Em que consiste a economia sacramental?
coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10). Deus será
então «tudo em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna. 1076
1077 – 1083
SEGUNDA PARTE 1110
A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO
Na liturgia, o Pai enche-nos das suas bênçãos no Filho
encarnado, morto e ressuscitado por nós, e derrama o
Espírito Santo nos nossos corações. Ao mesmo tempo a
PRIMEIRA SECÇÃO Igreja bendiz o Pai, mediante a adoração, o louvor e a
A ECONOMIA SACRAMENTAL acção de graças, e implora o dom do seu Filho e do
Espírito Santo.
222. Qual é a obra de Cristo na liturgia?
218. O que é a liturgia?
1084 – 1090
1066 – 1070
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza
A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em principalmente o seu Mistério pascal. Doando o Espírito
particular do seu Mistério Pascal. Na liturgia, pelo Santo aos Apóstolos, concedeu-lhes a eles e aos seus
exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo, a sucessores o poder de realizar a obra da salvação por
santificação dos homens é significada e realizada meio do Sacrifício eucarístico e dos sacramentos, nos
mediante sinais, e é exercido, pelo Corpo místico de quais Ele próprio age agora para comunicar a sua graça
Cristo, ou seja pela Cabeça e pelos membros, o culto aos fiéis de todos os tempos e em todo o mundo.
público devido a Deus.
223. Na liturgia, como actua o Espírito Santo em relação
219. Qual o lugar da liturgia na vida da Igreja? à Igreja?
1091 – 1109 promessa e garantia da protecção divina. Em virtude de
1112 tal selo, o cristão é configurado a Cristo, participa de
diversos modos no seu sacerdócio, e faz parte da Igreja
Na liturgia, realiza-se a mais estreita cooperação entre segundo estados e funções diversas, sendo pois
o Espírito Santo e a Igreja. O Espírito Santo prepara a consagrado ao culto divino e ao serviço da Igreja. Dado
Igreja para encontrar o seu Senhor; recorda e que o carácter é indelével, os sacramentos que o
manifesta Cristo à fé da assembleia; torna presente e imprimem recebem-se uma só vez na vida.
actualiza o Mistério de Cristo; une a Igreja à vida e à
missão de Cristo e faz frutificar nela o dom da 228. Qual é a relação dos sacramentos com a fé?
comunhão.
1122-1126
1133
O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA Os sacramentos não apenas supõem a fé como também,
IGREJA através das palavras e elementos rituais, a alimentam,
fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja
confessa a fé apostólica. Daí o adágio antigo: «lex
orandi, lex credendi», isto é, a Igreja crê no que reza.
224. O que são e quais são os sacramentos?
229. Porque é que os sacramentos são eficazes?
1113 – 1131
1127-1128
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, 1131
instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os
quais nos é concedida a vida divina. Os sacramentos são Os sacramentos são eficazes ex opere operato («pelo
sete: o Baptismo, a Confirmação, a Eucaristia, a próprio facto de a acção sacramental ser realizada»),
Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o porque é Cristo que neles age e comunica a graça que
Matrimónio. significam, independentemente da santidade pessoal do
ministro, ainda que os frutos dos sacramentos dependam
225. Qual a relação dos sacramentos com Cristo? também das disposições de quem os recebe.
227. O que é o carácter sacramental? A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada
por Cristo e própria de cada sacramento. Tal graça ajuda
o fiel, no seu caminho de santidade, bem como a Igreja
1121
no seu crescimento na caridade e no testemunho.
241. Qual é o centro do tempo litúrgico? 245. O que são os edifícios sagrados?
1163-1167 1181 .
1193 1198-1199
O centro do tempo litúrgico é o Domingo, fundamento e São as casas de Deus, símbolo da Igreja que vive num
núcleo de todo o ano litúrgico, que tem o seu cume na lugar e também da morada celeste. São lugares de
Páscoa anual, a festa das festas. oração, nos quais a Igreja celebra sobretudo a
Eucaristia e adora Cristo realmente presente no
242. Qual é a função do ano litúrgico? tabernáculo.
1209
É a fidelidade à Tradição Apostólica, isto é, à comunhão 251. Como se realiza a iniciação cristã?
na fé e nos sacramentos recebidos dos Apóstolos,
comunhão que é significada e garantida pela sucessão 1210 – 1211
apostólica. A Igreja é católica: pode, portanto, integrar
na sua unidade todas as verdadeiras riquezas das Realiza-se mediante os sacramentos que lançam os
culturas. alicerces da vida cristã: os fiéis, renascidos pelo
Baptismo, são fortalecidos pela Confirmação e
249. Na liturgia, tudo é imutável? alimentados pela Eucaristia.
1205 – 1206
1213 – 1216
1276 – 1277
SEGUNDA SECÇÃO
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
Antes de mais, chama-se Baptismo por causa do rito
central com que é celebrado: baptizar significa
«imergir» na água. O que é baptizado é imerso na morte
de Cristo e ressurge com Ele como «nova criatura» (2
Os sete Sacramentos da Igreja Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e
da renovação no Espírito Santo» (Tit 3,5) e
O Baptismo «iluminação», porque o baptizado se torna «filho da luz»
a Confirmação (Ef 5, 8).
a Eucaristia
a Penitência, 253. Como é prefigurado o Baptismo na Antiga Aliança?
a Unção dos Enfermos
a Ordem o Matrimónio. 1217-1222
250. Como agrupar os sacramentos da Igreja? Na Antiga Aliança encontram-se várias prefigurações do
Baptismo: a água, fonte de vida e de morte; a arca de
1210-1211 Noé, que salva por meio da água; a passagem do Mar
Vermelho, que liberta Israel da escravidão do Egipto; a
Em: sacramentos da iniciação cristã (Baptismo, travessia do Jordão, que introduz Israel na terra
Confirmação e Eucaristia); sacramentos da cura prometida, imagem da vida eterna.
(Penitência e Unção dos enfermos); sacramentos ao
254. Quem conduz ao cumprimento tais prefigurações? (catecumenado), bem como no desenvolvimento da fé e
da graça baptismal.
1223-1224
260. Quem pode baptizar?
É Jesus Cristo, o qual, no início da sua vida pública, se
fez baptizar por João Baptista, no Jordão: na cruz, do 1266.
seu lado trespassado, derramou sangue e água, sinais do 1284
Baptismo e da Eucaristia, e depois da Ressurreição
confia aos Apóstolos esta missão: «Ide e ensinai todos Os ministros ordinários do Baptismo são o Bispo e o
os povos, baptizando-os no nome do Pai e do Filho e do presbítero; na Igreja latina, também o diácono. Em caso
Espírito Santo» (Mt 28, 19-20). de necessidade, qualquer pessoa pode baptizar, desde
que entenda fazer o que faz a Igreja e derrame água
255. Desde quando e a quem é que a Igreja administra o sobre a cabeça do candidato, dizendo a fórmula
Baptismo? trinitária baptismal: «Eu te baptizo em Nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo».
1226 – 1228
261. É necessário o Baptismo para a salvação?
Desde o dia de Pentecostes que a Igreja administra o
Baptismo a quem crê em Jesus Cristo. 1257
256. Em que consiste o rito essencial do Baptismo? O Baptismo é necessário para a salvação daqueles a quem
foi anunciado o Evangelho e que têm a possibilidade de
1229-1245 pedir este sacramento.
1278
262. É possível ser salvo sem o Baptismo?
O rito essencial deste sacramento consiste em imergir
na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua 1258-1261
cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e 1281-1283
do Espírito Santo.
Porque Cristo morreu para a salvação de todos, podem
257. Quem pode receber o Baptismo? ser salvos mesmo sem o Baptismo os que morrem por
causa da fé (Baptismo de sangue), os catecúmenos, e
1246 - 1252 todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer
Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se
É capaz para receber o Baptismo toda a pessoa ainda esforçam por cumprir a sua vontade (Baptismo de
não baptizada. desejo). Quanto às crianças, mortas sem Baptismo, a
Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus.
258. Porque é que a Igreja baptiza as crianças?
263. Quais são os efeitos do Baptismo?
1250
1262-1274
Porque tendo nascido com o pecado original, elas têm 1279-1280
necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de
ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de O Baptismo perdoa o pecado original, todos os pecados
Deus. pessoais e as penas devidas ao pecado; faz participar na
vida divina trinitária mediante a graça santificante, a
259. O que se requer dum baptizando? graça da justificação que incorpora em Cristo e na
Igreja; faz participar no sacerdócio de Cristo e
constitui o fundamento da comunhão entre todos os
1253-1255
cristãos; confere as virtudes teologais e os dons do
Espírito Santo. O baptizado pertence para sempre a
Ao baptizando é exigida a profissão de fé, expressa
Cristo: com efeito, é assinalado com o selo indelével de
pessoalmente no caso do adulto, ou então por parte dos
Cristo (carácter).
pais e da Igreja no caso da criança. Também o padrinho
ou madrinha e toda a comunidade eclesial têm uma parte
264. Que significado assume o nome cristão recebido no
de responsabilidade na preparação para o Baptismo
Baptismo?
2156-2159 noutras partes do corpo, com a fórmula: « Selo do dom
2167 do Espírito Santo».
O nome é importante, porque Deus conhece cada um pelo 268. Qual é o efeito da Confirmação?
nome, isto é, na sua unicidade. Com o Baptismo, o cristão
recebe na Igreja o próprio nome, de preferência o de 1302-1305
um santo, de maneira que este ofereça ao baptizado um 1316 – 1317
modelo de santidade e lhe assegure a sua intercessão
junto de Deus. O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito
Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma
um carácter indelével e traz consigo um crescimento da
graça baptismal: enraíza mais profundamente na filiação
O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO divina; une mais firmemente a Cristo e à sua Igreja;
revigora na alma os dons do Espírito Santo; dá uma força
especial para testemunhar a fé cristã.
265. Qual é o lugar da Confirmação no desígnio divino da 269. Quem pode receber este sacramento?
salvação?
1306–1311
1285- 1288 1319
1315
Pode e deve recebê-lo, uma só vez, quem já foi
Na Antiga Aliança, os profetas anunciaram a baptizado, o qual, para o receber eficazmente, deve
comunicação do Espírito do Senhor ao Messias esperado estar em estado de graça.
e a todo o povo messiânico. Toda a vida e missão de
Jesus se desenvolvem numa total comunhão com o 270. Quem é o ministro da Confirmação?
Espírito Santo. Os Apóstolos recebem o Espírito Santo
no Pentecostes e anunciam «as grandes obras de Deus» 1312 – 1314
(Act 2,11). Comunicam aos neófitos, através da
imposição das mãos, o dom do mesmo Espírito. Ao longo O ministro originário é o Bispo. Assim se manifesta o
dos séculos, a Igreja continuou a viver do Espírito e a laço do crismado com a Igreja na sua dimensão
comunicá-lo aos seus filhos. apostólica. Quando o presbítero confere este
sacramento – como acontece ordinariamente no Oriente
266. Porque se chama Crisma ou Confirmação? e em casos especiais no Ocidente – o laço com o Bispo e
com a Igreja é expresso pelo presbítero, colaborador do
1289 Bispo, e pelo santo crisma, consagrado pelo Bispo.
O rito essencial da Confirmação é a unção com o santo É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor
crisma (óleo misturado com bálsamo, consagrado pelo Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da
Bispo), feita com a imposição da mão por parte do cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso,
ministro que pronuncia as palavras sacramentais confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e
próprias do rito. No Ocidente, tal unção é feita sobre a Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade,
fronte do baptizado com as palavras: «Recebe por este o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se
sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus». Nas Igrejas enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.
Orientais de rito bizantino, a unção faz-se também
272. Quando é que Jesus Cristo instituiu a Eucaristia? Na Antiga Aliança, a Eucaristia é preanunciada
sobretudo na ceia pascal anual, celebrada cada ano pelos
1323 judeus com os pães ázimos, para recordar a imprevista e
1337-1340 libertadora partida do Egipto. Jesus anuncia-a no seu
ensino e institui-a, celebrando com os seus Apóstolos a
Instituiu-a na Quinta Feira Santa, «na noite em que foi última Ceia, durante um banquete pascal. A Igreja, fiel
entregue» (1 Cor 11,23), ao celebrar a Última Ceia com ao mandamento do Senhor: «Fazei isto em memória de
os seus Apóstolos. mim» (1 Cor 11, 24), sempre celebrou a Eucaristia,
sobretudo ao Domingo, dia da ressurreição de Jesus.
273. Como é que a instituiu?
277. Como se desenrola a celebração da Eucaristia?
1337-1340
1365, 1406 1345 – 1355
1408
Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou
nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-lho dizendo: «Tomai Desenrola-se em dois grandes momentos que formam um
e comei todos: isto é o meu corpo entregue por vós». só acto de culto: a liturgia da Palavra, que compreende a
Depois tomou nas suas mãos o cálice do vinho e disse- proclamação e escuta da Palavra de Deus; e a liturgia
lhes: «tomai e bebei todos: este é o cálice do meu eucarística, que compreende a apresentação do pão e do
sangue para a nova e eterna aliança, derramado por vós vinho, a oração ou anáfora, que contém as palavras da
e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em consagração, e a comunhão.
memória de mim».
278. Quem é o ministro da celebração da Eucaristia?
274. O que significa a Eucaristia na vida da Igreja?
1348
1324-1327 1411
1407
É o sacerdote (Bispo ou presbítero), validamente
É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o ordenado, que age na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome
auge a acção santificadora de Deus em nosso favor e o da Igreja.
nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o
tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa 279. Quais os elementos essenciais e necessários para
Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo realizar a Eucaristia?
de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela
celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do 1412
Céu e antecipamos a vida eterna.
São o pão de trigo e o vinho da videira.
275. Como é chamado este sacramento?
280. Como é que a Eucaristia é memorial do sacrifício de
1328 – 1332 Cristo?
Transubstanciação significa a conversão de toda a O altar é o símbolo do próprio Cristo, presente como
substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de vítima sacrificial (altar- sacrifício da cruz) e como
toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. alimento celeste que se nos dá (altar-mesa eucarística).
Esta conversão realiza-se na oração eucarística
mediante a eficácia da palavra de Cristo e a acção do 289. Quando é que a Igreja obriga a participar na santa
Espírito Santo. Todavia as características sensíveis do Missa?
pão e do vinho, isto é as «espécies eucarísticas»,
permanecem inalteradas. 1389
1417
284. A fracção do pão divide Cristo?
A Igreja obriga os fiéis a participar na santa Missa cada
1377 Domingo e nas festas de preceito, e recomenda a
participação nela também nos outros dias.
A fracção do pão não divide Cristo: Ele está presente
todo inteiro em cada uma das espécies eucarísticas e em 290. Quando se deve comungar?
cada uma das suas partes.
1389
285. Até quando continua a presença eucarística de
Cristo? A Igreja recomenda aos fiéis que participam na santa
Missa que também recebam, com as devidas disposições,
1377 a sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de a
receber ao menos pela Páscoa.
291. Que se requer para receber a sagrada Comunhão? Na Eucaristia, partimos «o mesmo pão, que é remédio de
imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver
1385–1389; eternamente em Jesus Cristo» (S. Inácio de Antioquia).
1415
Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar
plenamente incorporado à Igreja católica e em estado CAPÍTULO SEGUNDO
de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal.
Quem tem consciência de ter cometido pecado grave OS SACRAMENTOS DA CURA
deve receber o sacramento da Reconciliação antes da
Comunhão. São também importante o espírito de
recolhimento e de oração, a observância do jejum
prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, 295. Porque é que Cristo instituiu os sacramentos da
trajes), como sinal de respeito para com Cristo. Penitência e da Unção dos enfermos?
1398-1401
310. Quais são os efeitos deste sacramento? 314. Que sentido tem a compaixão de Jesus pelos
doentes?
1468 – 1470
1496 1503-1505
Ele confere uma graça especial que une mais 1537 – 1538
intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu bem
e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer
também o perdão dos pecados, se o doente não se pode parte, mediante uma especial consagração (Ordenação),
confessar. Este sacramento consente por vezes, se for a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite
a vontade de Deus, também a recuperação da saúde exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade
física. Em todo o caso, esta Unção prepara o doente de Cristo para o serviço do povo de Deus.
para a passagem à Casa do Pai.
OS SACRAMENTOS AO SERVIÇO
DA COMUNHÃO E DA MISSÃO
«Só Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus Embora seja ordenado para uma missão universal, ele
ministros» (S. Tomás de Aquino) exerce-a numa Igreja particular, em fraternidade
sacramental com os outros presbíteros que formam o
«presbitério» e que, em comunhão com o Bispo, e, em
dependência dele, têm a responsabilidade da Igreja
325. De quantos graus se compõe o sacramento da particular.
Ordem?
330. Qual é o efeito da Ordenação diaconal?
1554
1593 1569 – 1571
1596
Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a
estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o O diácono, configurado a Cristo servo de todos, é
presbiterado e o diaconado. ordenado para o serviço da Igreja sob a autoridade do
Bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto
326. Qual é o efeito da Ordenação episcopal? divino, da condução pastoral e da caridade.
A unção do Espírito assinala o presbítero com um Só o baptizado de sexo masculino o pode receber
carácter espiritual indelével, configura-o a Cristo validamente: a Igreja reconhece-se vinculada a esta
sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém pode exigir a
Cabeça. Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é recepção do sacramento da Ordem, antes deve ser
consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o considerado apto para o ministério pela autoridade da
culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu Igreja.
ministério recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis.
334. É requerido o celibato a quem recebe o sacramento
329. Como é que o presbítero exerce o seu ministério? da Ordem?
335. Quais são os efeitos do sacramento da Ordem? 339. Como é que o pecado ameaça o Matrimónio?
Este sacramento dá uma especial efusão do Espírito Por causa do primeiro pecado, que provocou também a
Santo, que configura o ordenado a Cristo na sua tríplice ruptura da comunhão do homem e da mulher, dada pelo
função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os Criador, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada
respectivos graus do sacramento. A ordenação confere pela discórdia e pela infidelidade. Todavia Deus, na sua
um carácter espiritual indelével: por isso não pode ser infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a sua
repetida nem conferida por um tempo limitado. graça para que possam realizar a união das suas vidas
segundo o desígnio originário de Deus.
336. Com que autoridade é exercido o sacerdócio
ministerial? 340. O que é que o Antigo Testamento ensina sobre o
Matrimónio?
1547 – 1553
1592 1609-1611
Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério Deus, sobretudo através da pedagogia da Lei e dos
sagrado, falam e agem não por autoridade própria, e nem profetas, ajuda o seu povo a amadurecer
sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na progressivamente a consciência da unicidade e da
Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto indissolubilidade do Matrimónio. A aliança nupcial de
o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não Deus com Israel prepara e prefigura a Aliança nova
apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o realizada pelo Filho de Deus com a sua esposa, a Igreja.
serviço do qual Cristo o instituiu.
341. Qual a novidade dada por Cristo ao Matrimónio?
1612-1617
O SACRAMENTO DO MATRIMÓNIO 1661
345. Que se requer quando um dos esposos não é 349. Qual é a atitude da Igreja para com os divorciados
católico? recasados?
1633-1637 1655-1558
1666
Para serem lícitos, os matrimónios mistos (entre
católico e baptizado não católico) requerem a permissão Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como
da autoridade eclesiástica. Aqueles com disparidade de Matrimónio a união dos divorciados recasados civilmente.
culto (entre católico e não baptizado) para serem «Quem repudia a própria mulher e casa com outra
válidos precisam duma dispensa. Em todo o caso, é comete adultério contra ela; se a mulher repudia o
essencial que os cônjuges não excluam a aceitação dos marido e casa com outro, comete adultério» (Mc 10, 11-
fins e das propriedades essenciais do Matrimónio e que 12). Para com eles, a Igreja desenvolve uma atenta
o cônjuge católico confirme o empenho, conhecido solicitude, convidando-os a uma vida de fé, à oração, às
também do outro cônjuge, de conservar a fé e de obras de caridade e à educação cristã dos filhos. Mas
assegurar o Baptismo e a educação católica dos filhos. eles não podem receber a absolvição sacramental nem
abeirar-se da comunhão eucarística, nem exercer certas
346. Quais são os efeitos do sacramento do responsabilidades eclesiais enquanto perdurar esta
Matrimónio? situação, que objectivamente contrasta com a lei de
Deus.
1638-1642
350. Porque é que a família cristã é chamada Igreja
O sacramento do Matrimónio gera entre os cônjuges um doméstica?
vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o
consentimento dos esposos. Portanto o Matrimónio 1655-1658;
concluído e consumado entre baptizados não pode ser 1666
nunca dissolvido. Este sacramento confere também aos
esposos a graça necessária para alcançar a santidade na Porque a família manifesta e realiza a natureza de
vida conjugal e para o acolhimento responsável dos comunhão e familiar da Igreja como família de Deus.
filhos e a sua educação. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio
baptismal, contribuindo para fazer da família uma
comunidade de graça e de oração, escola das virtudes
humanas e cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos
filhos.
AS EXÉQUIAS CRISTÃS
CAPÍTULO QUARTO
354. Que relação existe entre os sacramentais e a
AS OUTRAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS morte do cristão?
1680
1683
OS SACRAMENTAIS
O cristão que morre em Cristo chega, no termo da sua
existência terrena, à consumação da nova vida iniciada
com o Baptismo, revigorada pela Confirmação e
351. O que são os sacramentais? alimentada pela Eucaristia, antecipação do banquete
celeste. O sentido da morte do cristão manifesta-se à
1667-1672 luz da Morte e da Ressurreição de Cristo, nossa única
1677-1678 esperança; o cristão que morre em Cristo Jesus, vai
«habitar junto do Senhor» (2 Cor 5,8).
1674-1676
1679
1716
CAPÍTULO PRIMEIRO
1718-1719
1720-1724
1727-1729
358. Qual é a raiz da dignidade humana?
As virtudes humanas são perfeições habituais e estáveis 384. O que são as virtudes teologais?
da inteligência e da vontade, que regulam os nossos
actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa 1812-1813
conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas 1840-1841
por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas
e elevadas pela graça divina. São as virtudes que têm como origem, motivo e objecto
imediato o próprio Deus. São infundidas no homem com a
379. Quais são as virtudes humanas principais? graça santificante, tornam-nos capazes de viver em
relação com a Trindade e fundamentam e animam o agir
1805;1834 moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Elas
são o penhor da presença e da acção do Espírito Santo
São as virtudes, chamadas cardeais, que reagrupam nas faculdades do ser humano.
todas as outras e que constituem a charneira da vida
virtuosa. São elas: prudência, justiça, fortaleza e 385. Quais são as virtudes teologais?
temperança.
1813
380. O que é a prudência?
As virtudes teologais são: fé, esperança e caridade.
1806
1835 386. O que é a fé?
389. O que são os dons do Espírito Santo? A variedade dos pecados é grande. Distinguem-se
segundo o seu objecto, ou segundo as virtudes ou os
1830 – 1831 mandamentos a que se opõem. Podem ser directamente
1845 contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos.
Podemos ainda distinguir entre pecados por
Os dons do Espírito Santo são disposições permanentes pensamentos, por palavras, por acções e por omissões.
que tornam o homem dócil para seguir as inspirações
divinas. São sete: sabedoria, entendimento, conselho, 394. Como se distingue o pecado quanto à gravidade?
fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.
1854
390. O que são os frutos do Espírito Santo?
Distingue-se entre pecado mortal e venial.
1832
395. Quando se comete o pecado mortal?
Os frutos do Espírito Santo são perfeições plasmadas
por Ele em nós como primícias da glória eterna. A 1855-1861
tradição da Igreja enumera doze: «Amor, alegria, paz, 1874
paciência, longanimidade, bondade, benignidade,
mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade» Comete-se pecado mortal quando, ao mesmo tempo, há
(Gal 5,22-23 vulgata). matéria grave, plena consciência e deliberado
consentimento. Este pecado destrói a caridade, priva-
nos da graça santificante e conduz-nos à morte eterna
do inferno, se dele não nos arrependermos. É perdoado
O PECADO ordinariamente mediante os sacramentos do Baptismo e
da Penitência ou Reconciliação.
396. Quando se comete o pecado venial?
391. O que exige de nós o acolhimento da misericórdia
de Deus? 1862-1864
1875
1846-1848
1870 O pecado venial, que difere essencialmente do pecado
mortal, comete-se quando se trata de matéria leve, ou
Exige o reconhecimento das nossas culpas e o mesmo grave, mas sem pleno conhecimento ou sem total
arrependimento dos nossos pecados. Pela sua Palavra e consentimento. Não quebra a aliança com Deus, mas
pelo seu Espírito, o próprio Deus nos revela os nossos enfraquece a caridade; manifesta um afecto
pecados, dá-nos a verdade da consciência e a esperança desordenado pelos bens criados; impede o progresso da
do perdão. alma no exercício das virtudes e na prática do bem
moral; merece penas purificatórias temporais.
392. O que é o pecado?
397. Como prolifera em nós o pecado?
1849 – 1851
1871-1872 1865, 1876
É «uma palavra, um acto ou um desejo contrários à Lei O pecado arrasta ao pecado e a sua repetição gera o
eterna» (S. Agostinho). É uma ofensa a Deus, na vício.
desobediência ao seu amor. Fere a natureza do homem e
atenta contra a solidariedade humana. Cristo, na sua 398. O que são os vícios?
Paixão, revela plenamente a gravidade do pecado e
vence-o com a sua misericórdia. 1866-1867
Os vícios, sendo contrários às virtudes, são hábitos a sociedade civil, são necessárias para ela. São úteis
perversos que obscurecem a consciência e inclinam ao ainda outras associações, tanto no interior das
mal. Os vícios podem estar ligados aos chamados sete comunidades políticas como a nível internacional, no
pecados capitais, que são: soberba, avareza, inveja, ira, respeito do princípio de subsidiariedade.
luxúria, gula e preguiça ou negligência.
403. O que indica o princípio de subsidiariedade?
399. Temos responsabilidade nos pecados cometidos por
outros? 1883-1885
1894
1868
Este princípio indica que uma sociedade de ordem
Existe esta responsabilidade, quando culpavelmente superior não deve assumir uma tarefa que diga respeito
neles cooperamos. a uma sociedade de ordem inferior, privando-a das suas
competências, mas deve, antes, apoiá-la em caso de
400. O que são as estruturas de pecado? necessidade.
1877-1880;
1890-1891
407. O que é o bem comum? A sociedade assegura a justiça social quando respeita a
dignidade e os direitos da pessoa, que constituem o seu
1905-1906 próprio fim. Além disso, a sociedade procura a justiça
1924 social, que está conexa ao bem comum e ao exercício da
autoridade, quando realiza as condições que permitam às
Por bem comum entende-se o conjunto das condições de associações e ao indivíduo obter aquilo a que têm direito.
vida social que permitem aos grupos e aos indivíduos
atingir a sua perfeição. 412. Em que se funda a igualdade entre os homens?
Cada ser humano, segundo o lugar que ocupa e o papel 414. Como se manifesta a solidariedade humana?
que desempenha, participa na promoção do bem comum
respeitando as leis justas e encarregando-se de 1939 – 1942
sectores de que assume a responsabilidade pessoal, 1948
como o cuidado da própria família e o empenho no seu
trabalho. Para além disso, os cidadãos, na medida do A solidariedade, exigência da fraternidade humana e
possível, devem tomar parte activa na vida pública. cristã, manifesta-se, em primeiro lugar, na justa
repartição dos bens, équa na remuneração do trabalho e
no esforço por uma ordem social mais justa. A virtude da
solidariedade pratica também a repartição dos bens
espirituais da fé, ainda mais importantes que os 1961-1964
materiais. 1980-1982
A LEI MORAL
419. Qual o lugar da antiga Lei, no plano da salvação?
1963-1964
1982
415. O que é a lei moral?
1954-1959
1965-1972;
1978-1979
1983-1985
Por isso Deus «escreveu nas tábuas da Lei o que os 421. Onde se encontra a Lei nova?
homens não conseguiam ler nos seus corações» (S.
Agostinho)
1971-1974
1986
A Lei nova encontra-se em toda a vida e pregação de
418. Qual é a relação entre a Lei Natural e a Antiga Lei? Cristo e na catequese moral dos Apóstolos: o Sermão do
Senhor na Montanha é a sua principal expressão.
humana, convida-a à colaboração e leva-a à sua
perfeição.
GRAÇA E JUSTIFICAÇÃO
426. O que é o mérito?
2006-2009;
422. O que é a justificação? 2025-2027
424. Que outros tipos de graça existem? Todos os fiéis são chamados à santidade. Esta é a
plenitude da vida cristã e a perfeição da caridade, que
1999-2000 se obtém mediante a íntima união com Cristo e, n’Ele,
2003-2004 com a Santíssima Trindade. O caminho de santificação
2023-2024 do cristão, depois de ter passado pela cruz, terá o seu
acabamento na ressurreição final dos justos, na qual
Para além da graça habitual, existem: as graças actuais Deus será tudo em todas as coisas.
(dons circunstanciais); as graças sacramentais (dons
próprios de cada sacramento); as graças especiais ou
carismas (que têm como fim o bem comum da Igreja),
entre as quais as graças de estado, que acompanham o A IGREJA MÃE E MESTRA
exercício dos ministérios eclesiais e das
responsabilidades da vida.
425. Qual é a relação entre a graça e a liberdade do 429. Como é que a Igreja alimenta a vida moral do
homem? cristão?
2001-2002 2030-2031;
2047
A graça precede, prepara e suscita a resposta livre do
homem. Responde às aspirações profundas da liberdade
A Igreja é a comunidade onde o cristão acolhe a Palavra SEGUNDA SECÇÃO
de Deus que contém os ensinamentos da «Lei de Cristo» OS DEZ MANDAMENTOS
(Gal 6,2); recebe a graça dos sacramentos; une-se à
oferta eucarística de Cristo de modo que a sua vida
moral seja um culto espiritual; e aprende o exemplo da
santidade da Virgem Maria e dos Santos. Êxodo 20, 2-17
430. Porque é que o Magistério da Igreja intervém no Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do
campo moral? Egipto, dessa casa da escravidão.
2032-2040 Não terás outros deuses perante Mim. Não farás para ti
2049-2051 nenhuma imagem esculpida, nem figura que existe lá no
alto do céu, ou cá em baixo, na terra, ou nas águas
Porque é missão do Magistério da Igreja pregar a fé que debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas nem
deve ser acreditada e aplicada na vida prática. Essa lhes prestarás culto, porque Eu, o Senhor teu Deus, sou
missão estende-se também aos preceitos específicos da um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à
lei natural, porque a sua observância é necessária para a terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem;
salvação. mas uso de misericórdia até à milésima geração com
aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
431. Qual a finalidade dos preceitos da Igreja?
2041
2048 Não invocarás em vão o Nome do Senhor teu Deus,
porque o Senhor não deixa sem castigo quem invocar o
Os cinco preceitos da Igreja têm por fim garantir aos seu Nome em vão.
fiéis o mínimo indispensável do espírito de oração, da
vida sacramental, do empenho moral e do crescimento
do amor de Deus e do próximo.
Recorda-te do dia do Sábado para o santificar. Durante
432. Quais são os preceitos da Igreja? seis dias trabalharás e farás todos os trabalhos. Mas o
sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus. Não farás
2042 – 2043 nele nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho ou tua
filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem teu gado,
São: 1) participar na missa do Domingo e Dias Santos de nem o estrangeiro que vive em tua cidade. Porque em
Guarda e abster-se de trabalhos e actividades que seis dias o Senhor fez o Céu e a Terra, o mar e o que
impeçam a santificação desses dias; 2) confessar os eles contêm: mas ao sétimo descansou. Por isso o Senhor
pecados recebendo o sacramento da Reconciliação ao abençoou o dia de Sábado e o consagrou .
menos uma vez cada ano; 3) comungar ao menos pela
Páscoa da Ressurreição; 4) guardar a abstinência e Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na
jejuar nos dias marcados pela Igreja; 5) contribuir para terra que o Senhor teu Deus te vai dar.
as necessidades materiais da Igreja, cada um segundo
as próprias possibilidades. Não matarás.
433. Porque é que a vida moral dos cristãos é Não cometerás adultério.
indispensável para o anúncio do Evangelho?
Não roubarás.
2044-2046
Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.
Porque, com a sua vida conforme ao Senhor Jesus, os
cristãos atraem os homens à fé no verdadeiro Deus, Não cobiçarás a casa do teu próximo.
edificam a Igreja, modelam o mundo com o espírito do
Evangelho e apressam a vinda do Reino de Deus. Não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo
nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem nada do
que lhe pertença.
Deuteronómio 5, 6-21 Estes dez mandamentos
resumem-se em dois que são:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Amar a Deus sobre todas as coisas
Egipto, dessa casa da escravidão. E ao próximo como a nós mesmos.
Não invocarás em vão o Nome do Senhor teu Deus.... 434. «Mestre, que devo fazer de bom para alcançar a
vida eterna?» (Mt 19,16)
Guarda o dia do Sábado para o santificar
2052-2054;
Honra teu pai e tua mãe... 2075-2076
Não matarás. Ao jovem que lhe faz esta pergunta, Jesus responde:
«Se queres entrar na vida, observa os mandamentos», e
Não cometerás adultério. acrescenta: «Vem e segue-me» (Mt 19,16-21). Seguir
Jesus implica observar os mandamentos. A Lei não é
abolida, mas o homem é convidado a encontrá-la na
Não roubarás.
pessoa do divino Mestre, que em si mesmo a cumpre
perfeitamente, lhe revela o pleno significado e atesta a
Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.
sua perenidade.
2055
Fórmula da Catequese
Quarto: Honrar pai e mãe (e os outros legítimos 436. O que significa o «Decálogo»?
superiores).
2056-2057
Quinto: Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou
na alma, a si mesmo ou ao próximo). Decálogo significa «dez palavras» (Ex 34,28). Estas
palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de
Sexto: Guardar castidade nas palavras e nas obras. Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este,
ao apresentar os mandamentos do amor a Deus (os três
Sétimo: Não furtar (nem injustamente reter ou primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o
danificar os bens do próximo). povo eleito e para cada um em particular, o caminho
duma vida liberta da escravidão do pecado.
Oitavo: Não levantar falsos testemunhos (nem de
qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o 437. Qual a relação do Decálogo com a Aliança?
próximo)
2058-2063
Nono: Guardar castidade nos pensamentos e desejos. 2077
Décimo: Não cobiçar as coisas alheias. O Decálogo compreende-se à luz da Aliança, na qual Deus
se revela, dando a conhecer a sua vontade. Na
observância dos mandamentos, o povo mostra a sua
pertença a Deus e responde com gratidão à sua iniciativa 442. Que implica a afirmação: «Eu sou o Senhor teu
de amor. Deus» (Ex 20,2)?
2074
444. Como é que a pessoa realiza o próprio direito de
2082
prestar culto a Deus na verdade e na liberdade?
O PRIMEIRO MANDAMENTO: 445. Que proíbe Deus ao ordenar: «Não terás outros
EU SOU O SENHOR TEU DEUS NÃO TERÁS deuses perante Mim» (Ex 20,2)?
OUTRO DEUS ALÉM DE MIM
2110-2128
2138-2140
Este mandamento proíbe: por sua natureza é um pecado grave, as imprecações e a
infidelidade às promessas feitas em Nome de Deus.
- o politeísmo e a idolatria, que diviniza uma criatura, o
poder, o dinheiro, e até mesmo o demónio; 448. Porque se proíbe o juramento falso?
2168-2172
2189
O SEGUNDO MANDAMENTO:
NÃO INVOCAR O SANTO NOME DE DEUS EM VÃO
Porque o dia de Sábado recorda o repouso de Deus no
sétimo dia da criação e também a libertação de Israel da
escravidão do Egipto e a Aliança que Deus estabeleceu
com o povo.
447. Como respeitar a santidade do Nome de Deus?
«AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO» 459. Quais os deveres dos filhos para com os pais?
2214-2220
2251
O QUARTO MANDAMENTO:
HONRAR PAI E MÃE Em relação aos pais, os filhos devem respeito (piedade
filial), reconhecimento, docilidade e obediência,
contribuindo assim, também com as boas relações entre 464. Quais os deveres dos cidadãos em relação às
irmãos e irmãs, para o crescimento da harmonia e da autoridades civis?
santidade de toda a vida familiar. Se os pais se
encontrarem em situação de indigência, de doença, de 2238-2241
solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda 2255
moral e material.
Os que estão submetidos à autoridade vejam os
460. Quais os deveres dos pais para com os filhos? superiores como representantes de Deus e colaborem
lealmente no bom funcionamento da vida pública e social.
2252 – 2253 Isto comporta o amor e o serviço da pátria, o direito e o
dever de votar, o pagamento dos impostos, a defesa do
Os pais, participantes da paternidade divina, são os país e o direito a uma crítica construtiva.
primeiros responsáveis da educação dos filhos e os
primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e 465. Quando é que o cidadão não deve obedecer à
respeitar os filhos como pessoas e filhos de Deus e, autoridade civil?
dentro do possível, de prover às suas necessidades
materiais e espirituais, escolhendo para eles uma escola 2242-2243
adequada e ajudando-os com prudentes conselhos na 2256
escolha da profissão e do estado de vida. Em particular,
têm a missão de educá-los na fé cristã. Em consciência, o cidadão não deve obedecer quando os
mandamentos das autoridades civis se opõem às
461. Como é que os pais educam os filhos na fé cristã? exigências da ordem moral: «É necessário obedecer mais
a Deus do que aos homens» (Act 5,29).
2252-2253
Principalmente com o exemplo, a oração, a catequese
familiar e a participação na vida eclesial. O QUINTO MANDAMENTO:
NÃO MATAR
462. Os laços familiares são um bem absoluto?
2232-2233
466. Porque respeitar a vida humana?
Os laços familiares são importantes mas não absolutos,
porque a primeira vocação do cristão é seguir Jesus, 2258-2262
amando-o: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, 2318-2320
não é digno de Mim; quem ama a filha ou o filho mais do
que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Os pais Porque é sagrada. Desde o seu início ela supõe a acção
devem, com alegria, ajudar os filhos no seguimento de criadora de Deus e mantém-se para sempre numa relação
Jesus, em todos os estados de vida, mesmo na vida especial com o Criador, seu único fim. A ninguém é lícito
consagrada ou no ministério sacerdotal. destruir directamente um ser humano inocente, pois é
um acto gravemente contrário à dignidade da pessoa e à
463. Como exercer a autoridade nos diferentes âmbitos santidade do Criador. «Não causarás a morte do
da sociedade civil? inocente e do justo» (Ex 23, 7).
O homicídio directo e voluntário e a cooperação nele; O dever dum razoável cuidado da saúde física, da nossa
e da dos outros, evitando todavia o culto do corpo e toda
O aborto directo, querido como fim ou como meio, e a espécie de excessos. Evitar o uso de estupefacientes,
também a cooperação nele, crime que leva consigo a pena com gravíssimos danos para a saúde e a vida humana e
de excomunhão, porque o ser humano, desde a sua também o abuso dos alimentos, do álcool, do tabaco e
concepção, deve ser, em modo absoluto, respeitado e dos remédios.
protegido totalmente;
475. Quando são moralmente legítimas as experiências
A eutanásia directa, que consiste em pôr fim à vida de científicas, médicas ou psicológicas, sobre pessoas ou
pessoas com deficiências, doentes ou moribundas, grupos humanos?
mediante um acto ou omissão duma acção devida;
2292-2295
O suicídio e a cooperação voluntária nele, enquanto
ofensa grave ao justo amor de Deus, de si e do próximo: São moralmente legítimas se estão ao serviço do bem
a responsabilidade pode ser ainda agravada por causa do integral da pessoa e da sociedade e não trazem riscos
escândalo ou atenuada por especiais perturbações desproporcionados à vida e à integridade física e
psíquicas ou temores graves. psíquica dos indivíduos, que devem ser oportunamente
esclarecidos e dar o seu consentimento.
471. O que é consentido, medicamente, quando a morte é
tida como iminente? 476. São consentidos a transplantação e doação de
órgãos, antes e depois da morte?
2278-2279
2296 contraste, mas é «a tranquilidade da ordem» (S.
Agostinho), «fruto da justiça» (Is 32, 17) e efeito da
A transplantação de órgãos é moralmente aceitável com caridade. A paz terrena é imagem e fruto da paz de
o consentimento do doador e sem riscos excessivos para Cristo.
ele. Para o acto nobre da doação de órgãos depois da
morte, deve acertar-se plenamente a morte real do 482. O que exige a paz no mundo?
doador.
2304;
477. Quais as práticas contra o respeito à integridade 2307–2308
corpórea da pessoa humana?
Exige a distribuição equitativa e a tutela dos bens das
2297-2298 pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o
respeito da dignidade das pessoas e dos povos, a assídua
São: os raptos e sequestros de pessoas, o terrorismo, a prática da justiça e da fraternidade.
tortura, as violências, a esterilização directa. As
amputações e as mutilações duma pessoa só são 483. Quando é moralmente consentido o uso da força
moralmente consentidas para indispensáveis fins militar?
terapêuticos da mesma.
2307-2310
478. Que cuidado ter com os moribundos?
O uso da força militar é moralmente justificado pela
2299 presença contemporânea das seguintes condições:
certeza de um dano permanente e grave; ineficácia
Os moribundos têm direito a viver com dignidade os doutras alternativas pacíficas; fundadas possibilidades
últimos momentos da sua vida terrena, sobretudo com a de êxito; ausência de males piores, considerado o poder
ajuda da oração e dos sacramentos que preparam para o actual dos meios de destruição.
encontro com o Deus vivo.
484. A quem compete a avaliação rigorosa dessas
479. Como tratar os corpos dos defuntos? condições, em caso de guerra?
Os corpos dos defuntos devem ser tratados com Compete ao juízo prudente dos governantes, aos quais
respeito e caridade. A sua cremação é permitida, se não compete também o direito de impor aos cidadãos a
puser em causa a fé na ressurreição dos corpos. obrigação da defesa nacional, salvo o direito pessoal à
objecção de consciência, a realizar-se com outra forma
480. Que pede o Senhor a cada um em ordem à paz? de serviço à comunidade humana.
Deus criou o ser humano como homem e mulher, com São pecados gravemente contrários à castidade, cada
igual dignidade pessoal, e inscreveu nele a vocação ao um segundo a natureza do objecto: o adultério, a
amor e à comunhão. Compete a cada um aceitar a sua masturbação, a fornicação, a pornografia, a prostituição,
identidade sexual, reconhecendo a sua importância para o estupro, os actos homossexuais. Estes pecados são
a pessoa toda, bem como o valor da especificidade e da expressão do vício da luxúria. Cometidos contra os
complementaridade. menores, são atentados ainda mais graves contra a sua
integridade física e moral.
488. O que é a castidade?
493. Porque é que o sexto mandamento, que diz «não
2337-2338 cometerás adultério», proíbe todos os pecados contra a
castidade?
A castidade é a integração positiva da sexualidade na
pessoa. A sexualidade torna-se verdadeiramente humana 2336
quando é bem integrada na relação pessoa a pessoa. A
castidade é uma virtude moral, um dom de Deus, uma Embora no texto bíblico se leia «não cometerás
graça, um fruto do Espírito. adultério» (Ex 20,14), a Tradição da Igreja segue
complexivamente todos os ensinamentos morais do
489. O que supõe a virtude da castidade? Antigo e Novo Testamento, e considera o sexto
mandamento como englobando todos os pecados contra a
2339-2341 castidade.
Supõe a aprendizagem do domínio de si, que é uma 494. Qual a missão das autoridades civis em relação à
pedagogia de liberdade humana aberta ao dom de si. castidade?
Para tal fim, é necessária uma educação integral e
permanente, através de etapas graduais de crescimento. 2354
490. Quais os meios que ajudam a viver a castidade? As autoridades civis, obrigadas a promover o respeito
pela dignidade da pessoa, devem contribuir para criar um
ambiente favorável à castidade, mesmo impedindo, com
leis apropriadas, a difusão de algumas das chamadas São imorais porque dissociam a procriação do acto com
graves ofensas à castidade, para proteger sobretudo os que os esposos se entregam mutuamente, instaurando
menores e os mais débeis. assim um domínio da técnica sobre a origem e o destino
da pessoa humana. Além disso, a inseminação e a
495. Quais os bens do amor conjugal a que a sexualidade fecundação heteróloga, com o recurso a técnicas que
se ordena? envolvem uma pessoa estranha ao casal dos esposos,
prejudicam o direito do filho a nascer dum pai e duma
2360-2361; mãe conhecidos por ele, ligados entre si pelo matrimónio
2397-2398 e tendo o direito exclusivo a tornarem-se pais, só um
através do outro.
Os bens do amor conjugal, que para os baptizados é
santificado pelo sacramento do matrimónio, são: a 500. Como deve ser considerado um filho?
unidade, a fidelidade, a indissolubilidade e a abertura à
fecundidade. 2378
496. Qual o significado do acto conjugal? O filho é um dom de Deus, o maior dom do matrimónio.
Não existe um direito a ter filhos («o filho exigido, a
2362-2367 todo o custo»). Existe, ao contrário, o direito do filho a
ser o fruto do acto conjugal dos seus progenitores e o
O acto conjugal tem um duplo significado: unitivo (a direito a ser respeitado como pessoa desde o momento
mútua doação dos esposos) e procriador (a abertura à da sua concepção.
transmissão da vida). Ninguém deve quebrar a conexão
inquebrável que Deus quis entre os dois significados do 501. Que devem fazer os esposos sem filhos?
acto conjugal, excluindo um deles.
2379
497. Quando é que a regulação dos nascimentos é moral?
No caso em que o dom do filho não lhes tivesse sido
2368-2369 concedido, os esposos, esgotados os recursos médicos
2399 legítimos, podem mostrar a sua generosidade, mediante
o cuidado ou a adopção, ou então realizando serviços
A regulação dos nascimentos, que é uma componente da significativos em favor do próximo. Deste modo,
paternidade e maternidade responsáveis, é realizarão uma preciosa fecundidade espiritual.
objectivamente conforme à moralidade quando é
realizada pelos esposos sem imposições externas, nem 502. Quais são as ofensas contra a dignidade do
por egoísmo, mas com base em motivos sérios e o matrimónio?
recurso a métodos conformes aos critérios objectivos
da moralidade, isto é, com a continência periódica e o 2380-2391
recurso aos períodos infecundos. 2400
498. Quais os meios imorais na regulação dos São: o adultério, o divórcio, a poligamia, o incesto, a
nascimentos? união de facto (convivência, concubinato) e o acto sexual
antes ou fora do matrimónio.
2370 – 2372
É intrinsecamente imoral toda a acção – como, por
exemplo, a esterilização directa ou a contracepção – O SÉTIMO MANDAMENTO:
que, na previsão do acto conjugal ou na sua realização ou NÃO ROUBAR
no desenvolvimento das suas consequências naturais, se
proponha, como objectivo ou como meio, impedir a
procriação.
503. Que diz o sétimo mandamento?
499. Porque é que a inseminação e a fecundação
artificiais são imorais? 2401-2402
2373-2377
Ele enuncia o destino, a distribuição universal e a limites razoáveis e com sofrimentos inúteis para os
propriedade privada dos bens, e ainda o respeito das próprios animais. ( )
pessoas, dos seus bens e da integridade da criação. A
Igreja encontra fundada neste mandamento também a 508. Que proíbe o sétimo mandamento?
sua doutrina social, que compreende o recto agir na
actividade económica e na vida social e política, o direito 2408-2413 2453-2455
e o dever do trabalho humano, a justiça e a
solidariedade entre as nações, o amor aos pobres. O sétimo mandamento, antes de mais, proíbe o furto que
é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade
504. Em que condições existe o direito à propriedade do seu proprietário. É o que também sucede no
privada? pagamento de salários injustos; na especulação sobre o
valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para
2403 os outros; na falsificação de cheques ou facturas.
Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou
O direito à propriedade privada existe se ela for comerciais, causar um dano às propriedades privadas ou
adquirida ou recebida de modo justo e desde que seja públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso
respeitado o destino universal dos bens para a privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal
satisfação das necessidades fundamentais de todos os feitos e o esbanjamento. ( )
homens.
509. Qual é o conteúdo da doutrina social da Igreja?
505. Qual é o fim da propriedade privada?
2419-2423
2404-2406
A doutrina social da Igreja, como desenvolvimento
O fim da propriedade privada é a garantia da liberdade orgânico da verdade do Evangelho sobre a dignidade da
e da dignidade de cada uma das pessoas, ajudando-as a pessoa humana e sobre a sua dimensão social, contém
satisfazer as necessidades fundamentais próprias princípios de reflexão, formula critérios de juízo,
daqueles por quem se tem a responsabilidade e dos oferece normas e orientações para a acção.
outros que vivem em necessidade.
510. Quando é que a Igreja intervém em matéria social?
506. O que prescreve o sétimo mandamento?
2420; 2458
2407
2450-2451 A Igreja emite um juízo moral em matéria económica e
social quando isto é exigido pelos direitos fundamentais
O sétimo mandamento prescreve o respeito dos bens da pessoa, do bem comum ou da salvação das almas.
alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da
temperança e da solidariedade. Em particular, exige o 511. Como se deve exercer a vida social e económica?
respeito das promessas e dos contractos estipulados; a
reparação da injustiça cometida e a restituição do mal 2459
feito; o respeito pela integridade da criação mediante o
uso prudente e moderado dos recursos minerais, Segundo os seus próprios métodos, no âmbito da ordem
vegetais e animais que há no universo, com especial moral, ao serviço da pessoa humana na sua integridade e
atenção para com as espécies ameaçadas de extinção. de toda a comunidade humana, no respeito da justiça
social. Ela deve ter o homem como seu autor, centro e
507. Como é que o homem se deve comportar com os fim.
animais?
512. O que é que se opõe à doutrina social da Igreja?
2416-2418
257 2424 – 2425
O homem deve tratar os animais, criaturas de Deus, com Opõem-se à doutrina social da Igreja os sistemas
benevolência, evitando quer o amor excessivo para com económicos e sociais que sacrificam os direitos
eles, quer o seu uso indiscriminado, sobretudo para fundamentais das pessoas ou que fazem do lucro a sua
experimentações científicas efectuadas para lá dos regra exclusiva ou o seu fim último. Por isso, a Igreja
rejeita as ideologias associadas, nos tempos modernos, 2435
ao «comunismo» ou às formas ateias e totalitárias de
«socialismo». Rejeita, além disso, na prática do Devem realizar o seu trabalho, com consciência,
«capitalismo», o individualismo e o primado absoluto da competência e dedicação, procurando resolver, com o
lei do mercado sobre o trabalho humano. diálogo, eventuais controvérsias. O recurso à greve não
violenta é moralmente legítimo quando se apresenta
513. Qual é o significado do trabalho para o homem? como instrumento necessário, em vista dum benefício
proporcionado e tendo em conta o bem comum.
2426-2428 2460 – 2461
518. Como realizar a justiça e a solidariedade entre as
O trabalho é para o homem um dever e um direito, nações?
mediante o qual ele colabora com Deus criador. Com
efeito, trabalhando com empenho e competência, a 2437-2441
pessoa põe em acção capacidades inscritas na sua
natureza, exalta os dons do Criador e os talentos No plano internacional, todas as nações e instituições
recebidos, sustenta-se a si e aos seus familiares, serve devem actuar na solidariedade e na subsidiariedade, com
a comunidade humana. Além disso, com a graça de Deus, vista a eliminar, ou pelo menos reduzir, a miséria, a
o trabalho pode ser meio de santificação e de desigualdade dos recursos e dos meios económicos, as
colaboração com Cristo para a salvação dos outros. injustiças económicas e sociais, a exploração das
pessoas, a acumulação da dívida dos países pobres, os
514. A que tipo de trabalho tem direito a pessoa mecanismos perversos que criam obstáculos ao
humana? progresso dos países menos desenvolvidos.
A pureza exige o pudor, que, preservando a intimidade «Aquele que vê a Deus, obteve todos os bens que se
da pessoa, exprime a delicadeza da castidade e orienta podem imaginar» (S. Gregório de Nisa)
os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade
das pessoas e da sua comunhão. Ela liberta do erotismo
difuso e afasta de tudo aquilo que favorece a
curiosidade mórbida. Requer uma purificação do
ambiente social, mediante uma luta constante contra a
permissividade dos costumes, que assenta numa
concepção errónea da liberdade humana.
DÉCIMO MANDAMENTO:
NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS
2534-2540
2551-2554
2558-2565 2574-2577
2590 2593
A oração consiste em elevar a alma a Deus ou em pedir a A oração de Moisés é o tipo da oração contemplativa:
Deus bens conformes à sua vontade. Ela é sempre um Deus, que, da Sarça ardente, chama Moisés, conversa
dom de Deus que vem ao encontro do homem. A oração muitas vezes e longamente com ele «face a face, como
cristã é relação pessoal e viva dos filhos de Deus com o um homem com o seu amigo» (Ex 33,11). Nesta
Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e intimidade com Deus, Moisés recebe a força para
com o Espírito Santo que habita no coração daqueles. interceder tenazmente em favor do povo: a sua oração
prefigura assim a intercessão do único mediador, Cristo
Jesus.
A REVELAÇÃO DA ORAÇÃO
2578-2580;
2594
536. Como é que Abraão é um modelo de oração? 540. Qual é a importância da oração dos salmos?
2579; apresenta-as ao Pai que as acolhe e escuta, para lá de
2585-2589 toda a esperança, ressuscitando-O dos mortos.
2596-2597
544. Como Jesus nos ensina a rezar?
Os Salmos são o vértice da oração no Antigo
Testamento: a Palavra de Deus torna-se oração do 2608 – 2614
homem. Inseparavelmente pessoal e comunitária, esta 2621
oração, inspirada pelo Espírito Santo, canta as
maravilhas de Deus na criação e na história da salvação. Jesus ensina-nos a rezar, não só com a oração do Pai
Cristo rezou os Salmos, e deu-lhes pleno cumprimento. E nosso, mas também com a sua própria oração. Assim,
é por isso que eles permanecem um elemento essencial e para além do conteúdo, ensina-nos as disposições
permanente da oração da Igreja, adaptados aos homens requeridas para uma verdadeira oração: a pureza do
de todas as condições e de todos os tempos. coração que procura o Reino e perdoa aos inimigos; a
confiança audaz e filial que se estende para além do que
sentimos e compreendemos; a vigilância que protege o
discípulo da tentação; a oração no Nome de Jesus, nosso
A ORAÇÃO PLENAMENTE REVELADA Mediador junto do Pai.
E REALIZADA EM JESUS
545. Porque é eficaz a nossa oração?
2615-2616
541. Quem ensinou Jesus a rezar?
A nossa oração é eficaz porque está unida à de Jesus
2599 mediante a fé. N’Ele, a oração cristã torna-se comunhão
2620 de amor com o Pai. Podemos, neste caso, apresentar os
nossos pedidos a Deus e ser atendidos: «Pedi e
Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a recebereis, assim a vossa alegria será completa» (Jo
rezar por sua Mãe e pela tradição judaica. Mas a sua 16,24).
oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o Filho
eterno de Deus, que, na sua santa humanidade, dirige a 546. Como é que a Virgem Maria rezava?
seu Pai a oração filial perfeita.
2617; 2622;
542. Quando Jesus rezava? 2618;2674;
2679
2600-2604
2620 A oração de Maria caracteriza-se pela fé e pela oferta
generosa de todo o seu ser a Deus. A Mãe de Jesus é a
O Evangelho apresenta muitas vezes Jesus em oração. Nova Eva, a «Mãe dos viventes»: ela pede a Jesus, seu
Ele retira-se para a solidão, mesmo de noite. Jesus reza Filho, pelas necessidades de todos os homens.
antes dos momentos decisivos da sua missão ou da
missão dos Apóstolos. De facto, toda a sua vida é 547. Existe no Evangelho uma oração de Maria?
oração, porque Ele existe numa comunhão constante de
amor com o Pai. 2619
543. Como rezou Jesus na sua paixão? Para além da intercessão de Maria em Caná da Galileia, o
Evangelho apresenta-nos o Magnificat (Lc 1,46-55),
2605-2606 cântico da Mãe de Deus e da Igreja, jubilosa acção de
2620 graças que se eleva do coração dos pobres porque a sua
esperança foi realizada pelo cumprimento das promessas
A oração de Jesus durante a agonia no Jardim de divinas.
Getsemani e nas últimas palavras sobre a cruz revelam a
profundidade da sua oração filial: Jesus conduz à sua
realização o desígnio de amor do Pai e toma sobre si
todas as angústias da humanidade, todas as A ORAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA
interrogações e intercessões da história da salvação. Ele
Pode ser um pedido de perdão ou mesmo uma súplica
humilde e confiante em relação a todas as nossas
548. Como rezava a primeira comunidade cristã de necessidades espirituais ou materiais. Mas a primeira
Jerusalém? realidade a desejar é a vinda do Reino.
No início dos Actos dos Apóstolos está escrito que na 2634 – 2636
primeira comunidade de Jerusalém, educada pelo 2647
Espírito Santo na vida de oração, os crentes «eram
assíduos ao ensino dos Apóstolos, fiéis à união fraterna, A intercessão consiste no pedir em favor doutro. Ela
à fracção do pão e às orações» (Act 2, 42). conforma-nos e une-nos à oração de Jesus que intercede
junto do Pai por todos os homens, em especial pelos
549. Como intervém o Espírito Santo na oração da pecadores. A intercessão deve estender-se também aos
Igreja? inimigos.
O Espírito Santo, Mestre interior da oração cristã, A Igreja dá graças a Deus incessantemente, sobretudo
forma a Igreja para a vida de oração e a faz entrar ao celebrar a Eucaristia, na qual Cristo a faz participar
cada vez mais profundamente na contemplação e na na sua acção de graças ao Pai. Todos os acontecimentos
união com o insondável mistério de Cristo. As formas de se convertem para o cristão em motivo de acção de
oração, tais como as revelam os Escritos apostólicos e graças. ( 2637-2638; 2648 )
canónicos, permanecerão sempre normativas para a
oração cristã. 556. O que é a oração de louvor?
552. Como se pode definir a adoração? 557. Qual a importância da Tradição em relação à
oração?
2628
2650-2651
A adoração é a prostração do homem que se reconhece
criatura diante do seu Criador três vezes santo. Na Igreja, é através duma Tradição viva que o Espírito
Santo ensina os filhos de Deus a orar. A oração não se
553. Quais são as diversas formas da oração de reduz, com efeito, ao brotar espontâneo dum impulso
petição? interior, mas implica contemplação, estudo e
compreensão das realidades espirituais que se
2629- 2633 experimentam.
2646
2670-2672
2680 – 2681
NAS FONTES DA ORAÇÃO
Uma vez que o Espírito Santo é o Mestre interior da
oração cristã e «nós não sabemos o que devemos pedir»
(Rm 8,26), a Igreja exorta-nos a invocá-lo e a implorá-lo
558. Quais as fontes da oração cristã? em todas as ocasiões: «Vinde, Espírito Santo!».
2697 – 2699
A tradição cristã conservou três modos para expressar 572. Porque é que a oração é um combate?
e viver a oração: a oração vocal, a meditação e a oração
contemplativa. Têm em comum o recolhimento do 2725
coração.
A oração é um dom da graça, mas pressupõe sempre uma
resposta decidida da nossa parte, porque o que reza
combate contra si mesmo, contra o ambiente e
AS EXPRESSÕES DA ORAÇÃO sobretudo contra o Tentador, que faz tudo para retirá-
lo da oração. O combate da oração é inseparável do
progresso da vida espiritual. Reza-se como se vive, «É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio
porque se vive como se reza. sozinho, fazer oração frequente e fervorosa. É possível
mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e
573. Quais as objecções à oração? vendas, ou até mesmo a cozinhar»(S. João Crisóstomo).
2726-2728
2752-2753
577. O que é a oração da Hora de Jesus?
Para lá das formas erróneas de conceber a oração,
muitos pensam que não têm tempo para rezar ou então 2604;
que seja inútil. Os que rezam podem desanimar perante 2746-275;
as dificuldades e os insucessos aparentes. Para vencer 2758
estes obstáculos são necessárias a humildade, a
confiança e a perseverança. É a chamada oração sacerdotal de Jesus na Última Ceia.
Jesus, o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, dirige-a ao
574. Quais as dificuldades da oração? Pai quando chega a Hora da sua «passagem» para Ele, a
Hora do seu sacrifício.
2729-2733;
2754-2755
578. Qual é a origem da oração do Pai Nosso? 582. Porque podemos «ousar aproximar-nos com toda a
confiança» do Pai?
2759-2760 2773
2777-2778
Jesus ensinou-nos esta oração cristã insubstituível, o 2797
Pai Nosso, um dia quando um dos discípulos, vendo-O
rezar, lhe pediu: «Ensina-nos a rezar» (Lc 11, 1). A Porque Jesus, nosso Redentor, nos apresenta diante do
tradição litúrgica da Igreja usou sempre o texto de S. Rosto do Pai, e o seu Espírito faz de nós filhos. Podemos
Mateus (6, 9-13). assim rezar o Pai Nosso com uma confiança simples e
filial, com uma alegre segurança e uma audácia humilde,
com a certeza de ser amados e atendidos.
«A SÍNTESE DE TODO O EVANGELHO» 583. Como é possível invocar a Deus como «Pai»?
2779-2785;
2789;
579. Qual é o lugar do Pai Nosso nas Escrituras? 2798-2800
2761-2764 Podemos invocar o «Pai», porque Ele nos foi revelado por
2774 seu Filho feito homem e porque o seu Espírito no-Lo faz
conhecer. A invocação do Pai introduz-nos no seu
O Pai Nosso é a «síntese de todo o Evangelho» mistério com uma admiração sempre nova e suscita em
(Tertuliano), «a oração perfeitíssima» (S. Tomás de nós o desejo dum comportamento filial. Ao rezar a
Aquino). Situado no centro do Discurso da Montanha (Mt oração do Senhor estamos conscientes de sermos filhos
5-7), retoma, sob a forma de oração, o conteúdo no Filho do eterno Pai.
essencial do Evangelho.
584. Porque dizemos «Pai Nosso»?
580. Porque se chama «a oração do Senhor»?
2786-2790
2765-2766 2801
2775
«Nosso» exprime uma relação totalmente nova com
O Pai Nosso é a «Oração dominical», ou seja «a oração Deus. Sempre que rezamos ao Pai, adoramo-Lo e
do Senhor», porque nos foi ensinado pelo próprio Senhor glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito. Em Cristo, somos
Jesus. o «seu» Povo e Ele é o «nosso» Deus, desde agora e para
a eternidade. Dizemos, com efeito, Pai «nosso», porque a
Igreja de Cristo é a comunhão duma multidão de irmãos
581. Que lugar ocupa o Pai Nosso na oração da Igreja?
que têm «um só coração e uma só alma» (Act 4,32).
2767-2772
585. Com que espírito de comunhão e missão dizemos ao
2776
rezar a Deus Pai «nosso»?
2794-2796
2802
Esta expressão bíblica não indica um lugar mas uma 2816-2821
maneira de ser: Deus está para lá e acima de tudo. 2859
Designa a majestade, a santidade de Deus, e também a
sua presença no coração dos justos. O céu, ou a Casa do A Igreja pede a vinda final do Reino de Deus mediante o
Pai, constitui a verdadeira pátria para a qual tendemos regresso de Cristo na glória. Mas a Igreja reza, também,
na esperança, enquanto estamos ainda na terra. Nós para que o Reino de Deus cresça, já hoje, graças à
vivemos já nela «escondidos com Cristo em Deus» (Col 3, santificação dos homens no Espírito e graças ao seu
3). empenho ao serviço da justiça e da paz, segundo as Bem-
aventuranças. Este pedido é o grito do Espírito e da
Esposa: «Vem Senhor Jesus» (Ap 22,20).
AS SETE PETIÇÕES 591. Porque pedir: «Seja feita a Vossa vontade assim na
terra como no céu»?
2822-2827
587. Como é composta a oração do Senhor? 2860
2850-2854
Santo Anjo do Senhor,
2864
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
O Mal indica a pessoa de Satanás que se opõe a Deus e
hoje e sempre
que é «o sedutor de toda a terra» (Ap 12, 9). A vitória
me governa, rege, guarda e ilumina.
sobre o diabo já foi alcançada por Cristo. Mas nós
Ámen.
pedimos para que a família humana seja libertada de
Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom
Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso
precioso da paz e a graça da esperança perseverante da
vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do
Maligno.
Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso alcancemos as alegrias da vida eterna.
Entre os esplendores da luz perpétua. Por Cristo, Senhor nosso.
Descansem em paz. Ámen.
Salvé Rainha
Angelus (A Trindades)
Salvé, Rainha,
V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria mãe de misericórdia,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
R. E Ela concebeu pelo Espírito Santo A Vós bradamos,
Avé Maria... os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e chorando
V. Eis a escrava do Senhor. neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa,
R. Faça-se em mim, esses Vossos olhos misericordiosos
segundo a Vossa palavra. a nós volvei.
Avé Maria.... E, depois deste desterro,
nos mostrai Jesus, bendito fruto
do Vosso ventre.
V. E o Verbo Divino encarnou.
Ó clemente, ó piedosa,
ó doce Virgem Maria.
R. E habitou entre nós.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
Avé Maria.......
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Acto de Fé
Ó Deus, que, pela vida, morte e ressurreição do Vosso Meu Deus, eu creio tudo o que Vós revelastes e a Santa
Filho Unigénito, nos adquiristes o prémio da salvação Igreja nos ensina, porque não podeis enganar-Vos nem
eterna: concedei-nos, Vos pedimos, que venerando os enganar-nos.
mistérios do santíssimo Rosário da Virgem Maria,
imitemos o que eles contêm e alcancemos o que eles E, expressamente, creio em Vós, único e verdadeiro
prometem. Por Cristo Senhor nosso. Ámen. Deus em três pessoas iguais e distintas: Pai, Filho e
Espírito Santo; e creio em Jesus Cristo, Filho de Deus
Oração do Incenso encarnado, morto e ressuscitado por nós, e que a cada
(Tradição Copta) um dará, segundo as suas obras, o prémio ou o castigo
eterno. Nesta fé quero viver e morrer.
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de Angelus Domini
todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com
o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente Ángelus Dómini
emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e nuntiávit Mariæ.
espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita Et concépit
misericórdia. Ámen. de Spíritu Sancto.
Ave, María...
Ecce ancílla Dómini.
Fiat mihi secúndum
verbum tuum.
Signum Crucis
Ave, María...
Et Verbum caro factum est.
In nómine Patris
Et habitávit in nobis.
et Filii
Ave, Maria...
et Spíritus Sancii. Amen.
Ora pro nobis, sancta Dei génetrix.
Ut digni efficiámur
promissiónibus Christi.
Gloria Patri
Orémus.
Glória Patri
Grátiam tuam, quǽsumus,
et Fílio
Dómine, méntibus nostris infunde;
et Spirítui Sancto.
ut qui, Ángelo nuntiánte,
Sicut erat in princípio,
Christi Fílii tui incarnatiónem
et nunc et semper
cognóvimus,
et in sǽcula sæculórum. Amen.
per passiónem eius et crucem,
ad resurrectiónis glóriam perducámur.
Per eúndem Christum
Ave, Maria Dóminum nostrum. Amen.
Glória Patri...
Ave, Maria, grátia plena,
Dóminus tecum.
Benedícta tu in muliéribus,
Regina Cæli
et benedíctus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta María, Mater Dei,
Regína cæli lætáre,
ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis
allelúia.
nostræ.
Quia quelli merúisti portáre,
Amen.
allelúia.
Resurréxit, sicut dixit,
allelúia.
Ora pro nobis Deum,
allelúia. Glória Patri et Fílio
Gaude et lætáre, Virgo María, et Spirítui Sancto.
allelúia. Sicut erat in princípio,
Quia surréxit Dominus vere, et nunc et semper,
allelúia. et in sǽcula sæculórum.
Amen.
Orémus.
Deus, qui per resurrectiónem Filii tui Dómini nostri Iesu
Christi mundum lætificáre dignátus es, præsta, Sub tuum præsidium
quǽsumus, ut per eius Genetrícem Virginem Maríam
perpétuæ capiámus gáudia vitæ. Sub tuum præsídium confúgimus,
Per Christum Dóminum nostrum. Amen. sancta Dei Génetrix;
nostras deprecatiónes ne despícias
in necessitátibus;
Salve, Regina sed a perículis cunctis
líbera nos semper,
Salve, Regína, Virgo gloriósa et benedícta.
Mater misericórdiæ,
vita, dulcédo et spes nostra, salve.
Ad te clamámus, Benedictus
éxsules filii Evæ.
Ad te suspirámus geméntes et flentes Benedíctus Dóminus, Deus Ísrael,
in hac lacrimárum valle. quia visitávit
Eia ergo, advocáta nostra, et fecit redemptiónem plebi suæ,
illos tuos misericórdes óculos et eréxit cornu salútis nobis
ad nos convérte. in domo David púeri sui,
Et Iesum benedíctum fructum sieut locútus est per os sanctórum,
ventris tui, qui a sæculo sunt, prophetárum eius,
nobis, posi hoc exsílium, osténde. salútem ex inimícis nostris
O clemens, o pia, o dulcis Virgo María! et de manu ómnium,
qui odérunt nos;
ad faciéndam misericórdiam
Magnificat eum pátribus nostris
et memorári testaménti sui sancti,
Magníficat ánima mea Dóminum, iusiurándum, quod iurávit
et exsultávit spíritus meus ad Ábraham patrem nostrum,
in Deo salvatóre meo, datúrum se nobis,
quia respéxit humilitátem ut sine timóre,
ancíllæ suæ. de manu inimicórum liberáti,
Ecce enim ex hoc beátam serviámus illi
me dicent omnes generatiónes, in sanetitáte et iustítia coram ipso
quia fecit mihi magna, omnibus diébus nostris.
qui potens est, Et tu, puer,
et sanctum nomen eius, prophéta Altíssimi vocáberis:
et misericórdia eius in progénies præíbis enim ante fáciem Dómini
et progénies timéntibus eum. paráre vias eius,
Fecit poténtiam in bráchio suo, ad dandam sciéntiam salútis
dispérsit supérbos mente cordis sui; plebi eius
depósuit poténtes de sede in remissiònem peccatòrum eòrum,
et exaltávit húmiles. per víscera misericòrdiæ Dei nostri,
Esuriéntes implévit bonis in quibus visitábit nos óriens ex alto,
et divites dimisit inanes. illumináre his, qui in ténebris
Suscépit Ísrael púerum suum, et in umbra mortis sedent,
recordátus misericórdiæ, ad dirigéndos pedes nostros
sicut locútus est ad patres nostros, in viam pacis.
Àbraham et sémini eius in sǽcula. Glória Patri et Fílio
et Spirítui Sancto.
Sicut erat in princípio, die isto sine peccáto nos custodíre.
et nunc Miserére nostri, Dómine, miserére nostri.
et semper, Fiat misericórdia tua,
et in sǽcula sæculòrum. Amen. Dómine, super nos,
quemádmodum sperávimus in te.
In te, Dómine, sperávi:
Te Deum non confúndar in ætérnum.
Te Deum laudámus:
te Dóminum confitémur. Veni, Creator Spiritus
Te ætérnum Patrem,
omnis terra venerátur. Veni, creátor Spíritus,
tibi omnes ángeli, mentes tuòrum vísita,
tibi cæli imple supérna grátia,
et univérsæ potestátes: quæ tu creásti péctora.
tibi chérubim et séraphim
incessábili voce proclámant: Qui díceris Paráclitus,
Sanctus, Sanctus, Sanctus, altíssimi donum Dei,
Dòminus Deus Sábaoth. fons vivus, ignis, cáritas,
Pleni sunt cæli et terra et spiritális únctio.
maiestátis glóriæ tuæ.
Te gloriòsus Tu septifòrmis múnere,
apostolòrum chorus, dígitus patérnæ déxteræ,
te prophetárum tu rite promíssum Patris,
laudábilis númerus, sermóne ditans gúttura.
te mártyrum candidátus
laudat exércitus. Accénde lumen sénsibus,
Te per orbem terrarum infúnde amórem córdibus,
sancta confitétur Ecclésia, infírma nostri córporis
Patrem imménsæ maiestátis; virtúte firmans pérpeti.
venerándum tuum verum
et únicum Filium; Hostem repéllas lóngius
Sanctum quoque pacémque dones prótinus;
Paráclitum Spíritum. ductóre sic te prævio
Tu rex glòriæ, Christe. vitémus omne nóxium.
Tu Patris sempitérnus es Filius.
Tu, ad liberándum susceptúrus Per Te sciámus da Patrem
hóminem, noscámus atque Fílium,
non horrúisti Virginis úterum. teque utriúsque Spíritum
Tu, devícto mortis acúleo, credámus omni témpore.
aperuísti credéntibus regna cælórum.
Tu ad déxteram Dei sedes, Deo Patri sit glória,
in glória Patris. et Fílio, qui a mórtuis
Iudex créderis esse ventúrus. surréxit, ac Parác1ito,
Te ergo quǽsumus, in sæculórum sǽcula. Amen.
tuis famulis súbveni,
quos pretiòso sanguine redemísti.
Ætérna fac curo sanctis tuis Veni, Sancte Spiritus
in glória numerári.
Salvum fac pópulum tuum, Dómine, Veni, Sancte Spíritus,
et bénedic hereditáti tuæ. et emítte cǽlitus
Et rege eos, et extólle illos lucis tuæ rádium.
usque in ætérnum.
Per síngulos dies benedícimus te; Veni, pater páuperum,
et laudámus nomen tuum veni, dator múnerum,
in sǽculum, et in sǽculum sǽculi. veni, lumen córdium.
Dignáre, Dòmine,
Consolátor óptime, Virginum, Mater, curro, ad te vénio, coram te gemens
dulcis hospes ánimæ, peccator assisto. Noli, Mater Verbi, verba mea
dulce refrigérium. despícere; sed áudi propitia et exáudi.
Amen.
In labóre réquies,
in æstu tempéries,
in fletu solácium. Rosarium
Dómine Deus, firma fide credo et confíteor ómnia et Bem-aventurados os pobres em espírito,
síngula quæ sancta Ecclésia Cathólica propónit, quia tu, porque deles é o reino dos céus.
Deus, ea ómnia revelásti, qui es ætérna véritas et Bem-aventurados os que choram,
sapiéntia quæ nec fállere nec falli potest. porque serão consolados.
In hac fíde vívere et mori státuo. Amen. Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
Actus spei porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
Dómine Deus, spero per grátiam tuam remissiónem porque alcançarão misericórdia.
ómnium peccatórum, et post hanc vitam ætérnam Bem-aventurados os puros de coração,
felicitátem me esse consecutúrum: quia tu promisísti, porque verão a Deus.
qui es infiníte potens, fidélis, benígnus, et miséricors. Bem-aventurados os pacificadores,
In hac spe vívere et mori státuo. porque serão chamados filhos de Deus.
Amen. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa
da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
Actus caritatis Bem-aventurados sereis quando vos insultarem,
vos perseguirem e, mentindo,
Dómine Deus, amo te super ómnia et próximum meum disserem toda a espécie de calúnias contra vós.
propter te, quia tu es summum, infinítum, et Alegrai-vos e exultai,
perfectíssimum bonum, omni dilectióne dignum. In hac porque será grande a vossa recompensa nos céus.
caritáte vívere et mori státuo. Amen.
As três virtudes teologais:
Actus contritionis
1. Fé
Deus meus, ex toto corde pǽnitet me ómnium meórum 2. Esperança
peccatórum, éaque detéstor, quia peccándo, non solum 3. Caridade.
pœnas a te iuste statútas proméritus sum, sed
præsértim quia offéndi te, summum bonum, ac dignum As quatro virtudes cardeais:
qui super ómnia diligáris. Ideo fírmiter propóno,
adiuvánte grátia tua, de cétero me non peccatúrum 1. Prudência
peccandíque occasiónes próximas fugitúrum. Amen. 2. Justiça
3. Fortaleza
4. Temperança.
Os sete dons do Espírito Santo:
B) FÓRMULAS DE DOUTRINA CATÓLICA
1. Sabedoria
2. Entendimento
3. Conselho
Os dois mandamentos de caridade 4. Fortaleza
5. Ciência
1. Amarás o Senhor teu Deus, 6. Piedade
com todo o teu coração, 7. Temor de Deus.
com toda a tua alma
e com toda a tua mente. Os doze frutos do Espírito Santo:
1. Soberba
2. Avareza
3. Luxúria
4. Ira
5. Gula
6. Inveja
7. Preguiça.
Os quatro novíssimos: