História e Ética Na Conservação e Na Restauração de Monumentos Históricos
História e Ética Na Conservação e Na Restauração de Monumentos Históricos
História e Ética Na Conservação e Na Restauração de Monumentos Históricos
23 Ver, por exemplo: MARAMOTTI, Anna Lucia. Passato, Memoria, Futuro. La conserv
azione dell'architettura.
Milano: Guerini, 1996. BELLINI, Amedeo (org.). Tecniche della conservazione. Mil
ano: Franco Angeli, 2003.
24 RIEGL, Alois. Le culte..., op. cit., p. 38.
R. CPC, São Paulo, v.1, n.1, p. 16-40, nov. 2005/ abr. 2006
25 Deve-se recordar a dúplice polaridade estética e histórica da definição de Brandi e que
a ação deve ser feita
"sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da
passagem da obra de
arte no tempo."
26 BARDESCHI, Marco Dezzi. Restauro: due punti e da capo. Milano: FrancoAngeli,
2004, p. 487.
27 TORSELLO, B. Paolo. La Materia del Restauro. Venezia: Marsilio, 1988, p.24.
28 Ver, por exemplo: MARCONI, Paolo. Materia e Significato. Roma: Laterza, 1999;
______. Dal Piccolo al
Grande Restauro. Venezia, Marsilio, 1988; ______. Il Restauro e l'Architetto. Ve
nezia: Marsilio, 1993.
29 BRANDI. Teoria..., op. cit., p. 31: "Na verdade, apesar de o reconhecimento d
ar-se sempre na consciência
singular, naquele mesmo momento pertence à consciência universal, e o indivíduo que fr
ui daquela revelação
imediata, impõe a si próprio o imperativo categórico como o imperativo moral, da conse
rvação."
30 Destacam-se textos de vários autores cuja produção intelectual também se volta à preser
vação de bens
culturais, tais como Ulpiano Bezerra de Meneses, Benedito Lima de Toledo, Carlos
Lemos, José Liberal de
Castro, Mário Mendonça, Nestor Goulart Reis Filho, Paulo Ormindo de Azevedo, entre o
utros. Também nos
últimos anos, a discussão sobre a formação dos órgãos de preservação e sua atuação ao longo
têm
aumentado, dando origem a vários escritos do maior interesse, tais como: ANDRADE,
Antonio Luiz Dias de. Um
Estado Completo que pode jamais ter existido. 1993. Tese (Doutorado) FAU-USP; AR
ANTES, Antonio Augusto
(org.). Produzindo o passado: Estratégias de Construção do Patrimônio Cultural. São Paulo:
:Brasiliense, 1984;
CASTRO, Sonia R. O Estado na Preservação de Bens Culturais: o Tombamento. Rio de Jan
eiro: Renovar, 1991;
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em Processo: trajetória da política federal
de preservação no
Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/MinC/IPHAN, 1997; PESSOA, José (org.). Lúcio Costa: Doc
umentos de Trabalho.
Rio de Janeiro: IPHAN, 1999; RODRIGUES, Marly. Imagens do Passado: a instituição do
patrimônio em São
Paulo: 1969-1987. São Paulo: Unesp, 2000.
31 BENEVOLO, Leonardo. L'esigenza di conservare gli ambienti antichi non signifi
ca bloccare ogni iniziativa. Per
conservare bisogna modificare la realtà, L'architettura cronache e storie, n. 21,
p. 184, 1957.
32 Como afirma La Regina, as mudanças podem resultar em destruição (que deve, porém, ser
mínima) que,
contudo, não podem "alterar ilicitamente" a consistência física e formal dos bens. LA
REGINA, Francesco. Come
un ferro rovente, cultura e prassi del restauro architettonico. Napoli: Clean, 1
992, p. 15. Lembrando, ainda, como
o faz na p. 25 que: "a preservação, de bens culturais e ambientais na era moderna, não
é uma finalidade
encerrada em si própria, mas responde a um imperativo ético que deriva da convicção na a
scese do
conhecimento e na sua capacidade para servir de instrumento de uma constante rea
daptação do ethos às
exigências da vida".
33 BOITO, Camillo. Os Restauradores. Cotia: Ateliê, 2002. [Texto publicado origina
lmente em 1884].
34 A esse respeito, ver por exemplo o texto de: WOLTERS, Wolfgang. Cosa Chiede l
o Storico ad un Restauro.
Bolletino d'Arte, n. 47, p. 123-124, 1988. Logo no início do artigo, o autor coloc
a a seguinte questão: "O que
peço, como historiador da arte, a quem, como arquiteto ou como superintendente res
taura um edifício? A
R. CPC, São Paulo, v.1, n.1, p. 16-40, nov. 2005/ abr. 2006
resposta é fácil: que o edifício, ou seja, o documento, seja estudado com atenção e competê
cia e transmitido de
tal maneira que não comprometa o seu próprio valor como documento. A resposta é fácil, r
epetida, mas os fatos
demonstram todos os dias que entre teoria e práxis quotidiana se abre um abismo".
35 SCARROCCHIA, op. cit., p. 61.
36 Resultando na Carta de Fortaleza de 1997 e no decreto no 3551 de 4 de agosto
de 2000, que institui o registro
de bens culturais de natureza imaterial e cria o programa nacional do patrimônio i
material etc.
37 PETRELLA, Antonio. John Ruskin e l'economia politica dell'Arte. Restauro, Nápol
es, n. 91-92, p. 80, 1987.
38 O papel da memória na conformação da identidade é tema da maior relevância e, apesar de
ser um dos
instrumentos utilizados neste texto, sua discussão não faz parte dos objetivos deste
trabalho. Para uma
aproximação ao tema e para referências complementares, v.: BERGSON, Henri, Matéria e Memór
ia. São Paulo:
Martins Fontes, 1990; BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo:
Companhia das
Letras, 1995; ______. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Pau
lo: Ateliê, 2003; CUNHA,
Maria C. P. (org). O Direito à Memória Patrimônio Histórico e Cidadania. São Paulo: Depar
amento do
Patrimônio Histórico, 1992; HALL, Stuart. A questão da identidade cultural. Campinas:
IFCH, 2003;
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990; JEUDY, Henri-Pierre.
Memórias do social.
Rio de Janeiro: Forense, 1990; ______. La Machinerie patrimoniale. Paris: Sens &
Tonka; MATOS, Olgária.
Memória e História. A Terceira Idade, v. 4, n. 6, p. 5-15, 1992; ______. A cidade e
o tempo: algumas reflexões
sobre a função social das lembranças, Espaço & Debate, n. 7, 1982; LE GOFF, Jacques. His
tória e Memória.
Campinas: Unicamp, 1996; MENESES, Ulpiano T. B. A História, cativa da memória? Revis
ta do Instituto de
Estudos Brasileiros, v. 34, p. 9-23, 1992; ______. Patrimônio ambiental urbano: do
lugar comum ao lugar de
todos. CJ Arquitetura, n. 19, p. 45-46, 1978; NORA, Pierre. Les lieux de Mémoire.
Paris: Gallimard, 1997;
RICOEUR, Paul., La mémoire, l'histoire, l'oubli. Paris: Seuil, 2000. Agradeço Jean-M
arc Basyn, Claudia dos Reis e
Cunha e José Hermes Martins Pereira por várias referências e pela discussão de temas lig
ados ao campo. Outra
questão importante refere-se aos aspectos psicológicos ligados à preservação, tema que tem
sido pouco
explorado em relação aos bens culturais. No que se refere à algumas comparações entre distú
bios gerados pela
perda de memória para o indivíduo e destruições de monumentos e alterações da memória colet
resultando
em perturbações da identidade individual e social, v. CHOAY, Françoise. Riegl, Freud e
i monumenti storici. In:
SCARROCCHIA, op. cit., p. 455-465.
39 MÖRSCH, Georg. La realtà dei monumneti. Riflessioni sulla prassi di conservazione
attuale. In:
SCARROCCHIA, op. cit., p. 453.
40 In: SCCARROCCHIA, Op. cit. Ver em especial p. 55-73; 575-578.
41 Essa noção também possui larga genealogia. Já Bartolomeo Cavaceppi, no século XVIII (ap
esar de nas suas
ações práticas nem sempre ser consciencioso e respeitoso em relação ao documento histórico)
afirmava: "Não
por outra razão se restaura, a não ser aprender com elas". Apud VLAD BORRELLI,Licia.
Restauro archeologico.
Storia e materiali. Roma: Viella, 2003, p. 83.
* Arquiteta. Doutora pela FAU-USP. Professora do Departamento de História da Arqui
tetura e Estética do Projeto
da FAU-USP.
R. CPC, São Paulo, v.1, n.1, p. 16-40, nov. 2005/ abr. 2006