MÓDULO 1 - Inrodução A História Do Teatro

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CURSO 

 
TEATRO
EDUCAÇÃO

MÓDULO 1
 INTRODUÇÃO A
HISTÓRIA DO TEATRO 
SUMÁRIO

5 TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA

11 TEATRO NA ROMA ANTIGA

13 TEATRO MEDIEVAL

17 TEATRO NO RENASCIMENTO

23 DRAMA MODERNO

23 SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA A SALA DE AULA

29  REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA COMENTADA

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ANTERA
CURSOS
ONLINE DE
CINEMA E
ARTE
04

O que As principais características


do teatro dentro de uma

você vai
linha do tempo, a qual
aborda os tipos de palcos e
estrutura narrativa
encontrar dramatúrgica de cada
período histórico. Desde a

nessa Grécia antiga até a


atualidade.

apostila Boa Leitura a Todos!

04
TEATRO NA
GRÉCIA
ANTIGA
um deus, coisa que até então não
havia acontecido, pois um deus
era para ser louvado, era um ser
intocável.
Este homem chamava-se Téspis,
e é considerado o primeiro ator
da história do teatro ocidental.
Ele arriscou transformar o
sagrado em profano, a verdade
em faz-de-conta, o ritual em
teatro, pela primeira vez,
diante de outros, mostrou que
poderíamos representar o outro.
ORIGEM DO TEATRO Este acontecimento é o marco
O teatro teve sua origem no inicial da ação dramática.
século VI a.C., na Grécia, Paralelos a este acontecimento
surgindo das festas dionisíacas sociocultural, vão surgindo os
realizadas em homenagem ao prédios teatrais gregos, que eram
deus Dionísio, deus do vinho, construções ao ar livre, formadas
do teatro e da fertilidade. em encostas para facilitar o
Essas festas, que eram rituais escalonamento das
sagrados,procissões e recitais arquibancadas.
que duravam dias seguidos, O prédio teatral grego era
aconteciam uma vez por ano formado, basicamente, da
na primavera, períodos em que seguinte estrutura: arquibancada,
se fazia a colheita do vinho orquestra, thumelê, proscênio e
naquela região. palco.
O teatro grego que hoje A arquibancada era feita de
conhecemos surgiu, segundo pedras e sua utilização pelos
historiadores, de um cidadãos gregos era democrática,
acontecimento inusitado. dali todos podiam assistir com a
Quando um participante desse mesma qualidade de visão as
ritual sagrado resolve tragédias, comédias e sátiras.
vestir uma máscara humana, A orquestra era o espaço central
ornada com cachos de uvas, circular onde o coro, formado por
sobe em seu tablado em praça dançarinos, se apresentava. O
pública e diz: Eu sou Dionísio!”. thumelê era uma pedra fincada
Todos ficam espantados com no centro da orquestra destinada
a coragem deste ser humano as oferendas para o deus
colocar-se no lugar de um Dionísio.
deus, ou melhor, representar 
06
06
PALCO ARENA DA GRÉCIA ANTIGA

proscênio destinava-se ao corifeu, que era o líder do coro,


o proscênio era o espaço entre o palco e a orquestra. O
palco, construído inicialmente de madeira e mais tarde em
pedra, era o espaço destinado à exposição dos cenários e
para troca de figurinos e máscaras. Podemos encontrar
diferentes vestígios desta cultura artística em nosso teatro
contemporâneo.

Ao centro o
Coro grego

07
O FIGURINO
NA GRÉCIA
ANTIGA
 TÚNICAS
Na Grécia antiga havia uma
diferença entre os figurinos
da comédia e da tragédia,
os quais, eram compostos
de máscaras, túnicas e
coturnos.

Na tragédia,os figurinos eram


suntuosos: túnicas longas até os pés
e mantos com mangas amplas. A
riqueza dos bordados era grande:
arabescos, ramagens, espirais,
estrelas, figuras humanas e animais
bordados em ouro, prata e púrpura.
A túnica era presa por um cinto no
peito: a finalidade era dar ilusão de
maior estatura e aumentar a
majestade da personagem.

COTURNO
Era  um sapato com plataforma de
madeira cuja altura variava de 6 a
11 cm conforme a importância do
personagem. Maior a importância do
personagem mais alto o coturno.
 
3082
 

A indumentária da comédia era


grotesca. Os atores colocavam falsos
ventres e nádegas embaixo de uma
espécie de maiô colante cor da pele. Era
comum o uso de túnicas muito curtas,
que deixavam propositalmente aparecer
as nádegas e o órgão sexual.

Os componentes do coro também


usavam figurinos que identificam sua
profissão ou condição social. Já o coro
da comédia usava o mesmo calçado da
vida real: uma espécie de sandália que
facilitava os movimentos de dança, que
era uma prática comum do Coro.

09
MÁSCARAS
As máscaras completavam a caracterização do
personagem, inicialmente elas cobriam somente o rosto. Vieram
depois máscaras que cobriam a cabeça de modo a anexar perucas ou,
ao contrário, para dar a forma de uma careca. Possuíam aberturas
para os olhos e boca permitindo o ator se mover e falar livremente.
As máscaras tinham cores diferentes que permitiam
os telespectadores reconhecerem os personagens:

vermelho para os sátiros,


branco para as mulheres.

As máscaras facilitavam, também, as mudanças de papel e a rápida


identificação dos personagens no palco. As máscaras trágicas
procuravam traduzir o patético e a dor: rugas profundas, sobrancelhas
contraídas, órbitas saltadas, olhos arregalados, boca escancarada. Elas
representavam não um indivíduo, mas um tipo: rei, tirano, rainha ou
mensageiro. 
 Em dimensões menores, estas reproduções eram dedicadas como
oferendas nos templos, colocadas em sepulturas ou simplesmente
usadas como objetos decorativos.

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TEATRO ROMA ANTIGA

  O grandioso Coliseu e outros anfiteatros


espalhados por todo o império da Roma
antiga eram, em sua maioria, destinados
para espetáculos banais e degradantes.
As arenas foram totalmente ocupadas por
gladiadores em combates mortais, feras
pisoteadas até se fazerem em
pedaços,cristãos cobertos de piche usados
como tochas humanas.
Não é de se admirar que tanto os
escritores, quanto o público de outra
índole, passassem a considerar o teatro
como manifestação indigna e aviltante.
Além dessas encenações havia as comédias
as quais eram compostas de mímica e
pantomima que se tornaram as formas
teatrais mais populares desse período.
Baseadas nas improvisações e agilidade
física dos atores, esse gênero oferecia
ampla oportunidade para a audaciosa
apresentação de cenas imorais e
pornográficas.
O público preferia os espetáculos de mimos
e pantomimas devido, dentre outros
motivos, à dificuldade de os latinos menos
instruídos compreenderem peças
complexas, e preferirem espetáculos
simples e que apelassem aos sentidos.
Vários imperadores apresentados como
cruéis ordenavam que os espetáculos se
tornassem realistas: quando aparecia no
texto de teatro que o personagem era
morto, substituía-se o ator por um
  11
condenado à morte e a cena era apresentada de
forma real, com a morte ao vivo. Como já dito aqui,
em Roma predomina a comédia.

Ilustração de uma encenação da comédia latina

Durante o Império Romano (de 27 a.C.a 476 d.C.) a


cena foi dominada por exibições acrobáticas, jogos
circenses e pantomimas em que apenas um ator
representava todos os papéis, acompanhado por
músicos e pelo coro, usando máscaras para
interpretar personagens. No tempo da perseguição
aos cristãos, sob Nero e Domiciano, a fé cristã era
ridicularizada.

A Última Oração dos Mártires Cristãos (1883), do pintor francês Jean-Léon


Gerôme, representado a perseguição às comunidades cristãs nos tempos romanos.

Depois do triunfo do cristianismo, as apresentações


teatrais foram proibidas.

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TEATRO MEDIEVAL
___________________________________________________
Durante o período do século V ao século IX não há
registros de atividades teatrais no Ocidente, a não
ser apresentações de trupes itinerantes herdeiras
dos ambulantes mimos e pantomimos que tanto
prestígio e sucesso tiveram na Roma Imperial. Não
há dramaturgia neste período.
O teatro ressurge na metade do período da Idade
Média, a partir de fontes:

religiosa (dramas litúrgicos, mistérios, milagres,


moralidades,
autos sacramentais)
erudita (estudo dos clássicos nos mosteiros)
popular  e profana (farsa, sotie, jograis, autos
profanos).
Ironicamente, após condenar e banir os artistas
teatrais é dentro da própria igreja que o teatro
ressurgirá e a partir dela tornar-se-á novamente
popular e tomará as ruas dos feudos, burgos e
povoados medievais nas grandiosas e festivas
encenações dos mistérios.
Durante a Idade Média, entre os séculos V ao XV, a
Igreja Católica detém grande poder político e
econômico e exerce um forte controle sobre a
produção científica e cultural. Essa ligação da
cultura medieval com o catolicismo faz com que os
temas religiosos predominem nas artes. Em todas
as áreas, muitas obras são anônimas ou coletivas.
Os enredos são tirados da história bíblica. Na
França, os jeux (jogos) contam histórias bíblicas. As
ocasiões de representação são as festas do ano
litúrgico.

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O Teatro na Idade Média se divide em dois gêneros


principais:

Teatro Sacro
Teatro Profano
 
Dentro do Teatro Sacro temos os seguintes
subgêneros:

MILAGRES: 
Os milagres representam a vida dos pecadores salvos
pela Graça Divina

MISTÉRIOS:
Drama medieval religioso do século XIV ao XVI, que
encena episódios da Bíblia e a vida dos santos,
representado por atores amadores nas mansões
(cenários simultâneos), dirigidos por um condutor de
cenas. Duram vários dias e é representado em todos
os estilos numa sequência de quadros, envolvendo
toda a cidade.
 
PAIXÃO:
Forma dramática medieval inspirada nos Evangelhos
que representava a Paixão de Cristo nos mistérios.
Perdura como tradição teatral até os dias de hoje.

14
MORALIDADES:
Obra dramática medieval a partir de 1400, de
inspiração religiosa e com intenção didática e
moralizante. As personagens são alegorias em que a
temática acontece sobre os vícios versus virtudes,
bem contra o mal. São utilizados elementos cômicos
e farsescos. Já é uma forma teatral literária. Vai
inspirar, assim como os mistérios, os autos
sacramentais da Península Ibérica.
 
 ALEGORIA:
Personificação no teatro de um princípio ou de uma
ideia abstrata, como a Morte, a Paz entre outros.
 
AUTO SACRAMENTAL:
Peças religiosas alegóricas representadas na Espanha
e em Portugal por ocasião de Corpus Christi,
encenada em cima de carroças, unia a farsa com
a dança, atraindo o público popular durante toda a
Idade Média.

Teatro Medieval Profano


 FARSA:
Em sua origem, foi um gênero surgido na Idade
Média, espaço em que se intercalava nas
apresentações dos mistérios medievais, era um
momento de descontração e riso.
Associada ao cômico e aos bufões. Forma grosseira,
popular e primitiva de provocar o riso, ligada
fundamentalmente à corporeidade. Exemplos que
chegaram a nós: O Pastelão e a Torta, A Farsa do
Advogado com o Pantaleão entre outros.

SOTIE:
Peça cômica medieval dos séculos XIV e XV, peça dos
loucos, que debaixo da máscara da loucura atacam
os poderosos e os costumes. Encenada pelos
chamados Bufões, que era o mesmo que: bobos,
burlescos, polichinelos, saltimbancos, títeres.
15
JOGRAL:
Ator e instrumentista que canta baladas, conta
histórias nas feiras e também nos salões dos
senhores. Nasce nas cortes feudais, herdeiro dos
mimos e pantomimas pelas virtuoses corporais e
artísticas que executa (malabarismo, prestidigitação,
etc.). Sua arte tem caráter profano e de cultura de
tradição oral, diverte e divulgam histórias de
conhecimento popular, romances, histórias de
guerras, histórias cômicas, entre outros. Os
trovadores e/ou menestréis declamam poemas e
improvisos de sua própria autoria, a forma dialogada
surge com os progressos dramáticos de suas
atividades, também ao som do alaúde.

Principais Características do Teatro Medieval:


    

Tradição oral
  
Caráter popular

Espaço cênico: igrejas e praças

Temas sagrados e profanos


   
Usos de máscaras 
 
Personagens alegóricos

União da dança, música e teatro

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 TEATRO NO
RENASCIMENTO
Durante a idade média, na Europa, o teatro tinha um papel
muito importante para a igreja católica. A produção e 
apresentação de peças religiosas atingiram seu auge no
século XIV. Mas a situação se transformou no século XV, com
a decadência do teatro ligado à religião, devido ao impacto
do Renascimento. O homem, e não Deus, passa a
protagonizar a cena.
Não foi por acaso que a figura do bobo da corte se tornou
popular durante o Renascimento, embora o personagem
tivesse nascido na antiguidade.
Depois de ter passado sem destaque durante a idade média,
o bobo ganhou espaço no teatro renascentista, articulando
as dúvidas e incertezas de um momento de grande
transformação ideológica.

17
COMMÉDI A
DELL´ ARTE 

E S S E GÊ NE R O DE
T E AT R O S UR GI U
NA  I T ÁL I A, AI NDA
DUR ANT E A I DADE
MÉ DI A.
E R AM E S P E T ÁC UL OS COLOMBINA

T E AT R AI S
P OP UL AR E S ,
AP R E S E NT ADOS NAS
R UAS , S E M T E XT O
F I XO.
C AR AC T E R I Z AV AM- S E
T AMB É M P E L A
UT I L I Z AÇ ÃO DE
MÁS C AR AS E P E L A
P R E S E NÇ A DE
P E R S ONAGE NS C OMO
O sucesso dessa comédia popular
AR L E QUI M, P I E R R OT ,
instigou a curiosidade dos príncipes e
C OL OMB I NA, P OL I C HI intelectuais. O apelo a todos os
sentidos, por meio da música, dança e
NE L O, P ANT AL E ÃO E
mímica explica a aceitação que o
B R I GUE L A. gênero ganhou entre o público. Das
ruas, a comédia passou aos palácios,
onde se aperfeiçoou.
18
Contexto histórico
O período elisabetano na Inglaterra é o que compreende o reinado da
rainha  Elizabeth I (1558-1603), considerado a era de ouro da história
inglesa. É o auge do renascimento naquele país, com os maiores
destaques para a literatura e a poesia.
No reinado da rainha Elizabeth I, a Inglaterra conseguiu assumir o
posto de potência mundial, já que a Espanha, que era até então a
evidência, estava em decadência. O comércio inglês se impôs e se
expandiu pelo mundo, preparando as condições favoráveis à
prosperidade econômica e ao progresso da burguesia.
Era um momento de rápida transformação em todos os setores da
sociedade, o comércio marítimo influenciava a moda, o transporte
(com o uso das carruagens), a arquitetura, os costumes, como, por
exemplo, o uso de garfos (trazidos da  Itália) e o tabaco (trazido
da Índia e da América).
Esse foi o momento no qual o teatro elisabetano cresceu e autores
como Shakespeare escreveram peças que rompiam com o estilo com o
que a Inglaterra estava acostumada.
A reforma protestante e o humanismo introduziram novos elementos
nas representações. Foi através de grupos de atores mambembes
(como na Commedia dell'Arte) que surgiu o profissionalismo teatral.
Elizabeth I deu proteção ao teatro da época, pois seu gosto pelos
espetáculos populares conseguiu contrabalançar as tendências
puritanas do reino. Bailados, mágicas, representações cênicas de todo
tipo eram apresentadas por onde quer que a rainha fosse.
A partir dos dramas religiosos, formam-se grupos semi-profissionais e
leigos, que se apresentam na rua.
Os temas ainda são religiosos, mas o texto tem tom popular e inclui
situações tiradas do cotidiano.
O teatro elizabetano caracteriza-se pela mistura sistemática de sério e
cômico; pelo abandono das unidades aristotélicas clássicas; pela
variedade na escolha dos temas, tirados da mitologia, da literatura
medieval e renascentista, e da história; e por uma linguagem que
mistura o verso mais refinado à prosa mais descontraída.
Autores elizabetanos: O maior nome do período é o de William
Shakespeare. Além dele se destacam Christopher Marlowe, Ben Jonson
e Thomas Kyd.

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Principais obras de William Shakespeare (1564-1616):
 
Tragédias:
Romeu e Julieta
Macbeth
Hamlet
Rei Lear

Comédias:
A tempestade
A megera domada
Sonhos de uma noite de verão

Dramas:
Henrique V
 
Romeu e Julieta, obra de Ford Madox Brown
 
Espaço Cênico Elizabetano
 A estrutura arquitetônica do palco elizabetano possui formato
circular ou poligonal com três andares. Circundando o interior
do edifício, num nível mais elevado, ficam as galerias para os
espectadores. Os mais simples ficam em pé, quase se
misturando aos atores no nível inferior do palco. Uma cortina ao
fundo modifica o ambiente.

ILUSTRAÇÃO DE UM PALCO ELIZABETANO 

20
Espanha
Entre os séculos XVI e XVII o teatro espanhol chega ao apogeu.
As regras eruditas são desprezadas e as formas originárias das
apresentações populares são incorporadas em peças de ritmo
rápido, com ações que se entrecruzam. Temas mitológicos,
misturados a elementos locais, estão impregnados de
sentimento religioso.
Autores espanhóis de destaque:

Fernando Rojas
Miguel de Cervantes
Felix Lope de Vega
Pedro Calderón de la Barca 
Tirso de Molina.

Espaço cênico espanhol 


Os teatros desse período são chamadas de corrales, pois
o palco, em diversos níveis e sem cenários, fica no centro de um
pátio coberto.

França
O teatro francês, ao contrário do inglês e do espanhol, consegue
adaptar-se ao gosto refinado do público aristocrático a que se
destina. Obedece a regras muito rigorosas: o tema é
obrigatoriamente imitado de um modelo greco-romano; as
unidades aristotélicas têm de ser respeitadas; a regra do "bom
gosto" exige que a ação, de construção lógica e coerente, nunca
mostre situações violentas ou ousadas; o texto, em geral em
versos alexandrinos, é muito poético.

A fundação da Comédie Française por Luís XIV (1680) transforma


o teatro numa atividade oficial, subvencionada pelo Estado.

Dramaturgos franceses
Pierre Corneille tendo como a peça destaque Cid,
Jean Racine obra mais conhecida Fedra.
Molière 

21
O interior da Comédie Française em Paris, na França, onde se podem ver
o  palco, os  camarotes, galerias e fosso da  orquestra, a partir de
uma aquarela do século XVIII.

Itália
O teatro falado é pouco original, copiando modelos da França.
Mas na ópera ocorrem revoluções que modificam o gênero
dramático como um todo. Em 1637, a Andrômeda, de
Francesco Manelli, inaugura o teatro da família Tron, no bairro
veneziano de San Cassiano, modelo para casas futuras.
O Espaço cênico italiano. Troca-se a cena reta greco-romana
pelo palco italiano, com boca de cena arredondada e luzes na
ribalta, escondidas do público por anteparos.
Pela primeira vez é usada uma cortina para tampar a cena. As
três portas da cena grega são substituídas por telões pintados
que permitem efeitos de perspectiva e é introduzida a
maquinaria para efeitos especiais.
Apagam-se as luzes da sala durante o espetáculo, para
concentrar a atenção do público no palco. Há uma plateia e
camarotes, dispostos em ferradura. A ópera torna-se tão
popular que, só em Veneza, no século XVII, funcionam
regularmente 14 teatros. 

22
DRAMA MODERNO

REALISMO
Na segunda metade do século XIX, o melodrama burguês
rompe com o idealismo romântico e dá preferência a histórias
contemporâneas, com problemas reais de personagens
comuns. A partir de 1870, por influência do naturalismo, que
vê o homem como fruto das pressões biológicas e sociais, os
dramaturgos mostram personagens condicionados pela
hereditariedade e pelo meio.

 Dramaturgos realistas de destaque:


Fase Transição para o realismo -
Victorien Sardou
Eugène Scribe
Alexandre Dumas Filho

 Fase realista dramaturgos de destaque:


Henryk Ibsen
Nikolai Gogol
Anton Tchekhov
Oscar Wilde
George Bernard Shaw
 
Espaço cênico realista
 Busca-se uma nova concepção arquitetônica para
os teatros, que permita boas condições visuais e acústicas
para todo público. O diretor e o encenador adquirem nova
dimensão. André Antoine busca uma encenação próxima à
vida, ao natural, usando cenários de um realismo extremo.

23
Na Rússia, o diretor e teórico de teatro Constantin
Stanislavski cria um novo método de interpretação em
que o ator deve encenar o personagem de forma
realista, incorporando de forma consciente sua
psicologia. Seu livro Preparação de um ator é divulgado
em todo o mundo e seu método é usado em escolas
como o Actor's Studio, fundado
nos EUA, na década de 30, por Lee Strasber.
O Método de interpretação de Stanislavki é  levado para
as interpretações também realizadas no Cinema e são
seguidas até a atualidade.

SIMBOLISMO
O simbolismo surge em oposição ao realismo e
naturalismo, na França, no final do século XIX

Henryk Ibsen
August Strindberg
Gerhart Hauptmann
William Butler Yeats

Esses autores começam como realistas, evoluem, no fim


da carreira, para o simbolismo.
Além deles, destacam-se :

Gabriele d' Annunzio 


Hugo von Hofmannsthal 
Leonid Andreiev 

NATURALISMO
  Até o fim do século XIX, uma das maiores preocupações do
teatro era de que o espectador confundisse a ficção do
espetáculo com a realidade. “Esse objetivo, por muito tempo
considerado inerente à própria essência do teatro,
condicionou toda a evolução do espetáculo a italiana [...]”
(ROUBINE, 1998, p. 119).
 Todo e qualquer elemento pertencente à produção da ilusão 

24
Teatral deveria estar oculto ao público, assim não aconteceria
de o espectador perceber os artifícios que compunham a
encenação.
A representação naturalista irá se difundir na tradição teatral.
De acordo com Roubine (1998), um dos primeiros elementos
desenvolvidos foi o espaço.
O palco italiano fechado supera o palco aberto, com uma
abertura delimitada por uma moldura opaca, composto de
diversos elementos como os reguladores e bambolinas cuja
função consistia exatamente em esconder da vista do público
tudo que produz a ilusão.
As características do naturalismo seguem os ideais do
realismo, ou seja, estão relacionadas com a percepção da
realidade.
Um realismo mais exagerado e que abrange sobretudo, os
problemas da realidade social e de seus personagens.

No realismo surge uma nova técnica de encenação chamada


de “Quarta parede” em que os atores deveriam mentalizar
uma parede imaginária que se estenderia no mesmo plano
vertical da boca de cena, vedando ao público a visão do que
ocorre no palco, entre as quatro paredes de um cenário em
gabinete ou de interior. Essa técnica é aplicada também no
naturalismo. Então nesse tipo de encenação o ator interpreta
sem olhar para o público, toda a ação se desenrola como se
os personagens estivessem sozinhos e/ou isolados dos
espectadores. Para com isso aumentar a sensação de ilusão
na narrativa.

25
PRÁTICAS DE TEATRO
Sugestão de atividades para sala de aula.

Linguagem abordada: Teatro e Artes Visuais.

A partir da compreensão da estrutura


arquitetônica de todos os palcos construídos ao
longo da história, solicitar ao aluno a confecção
de uma maquete que represente um tipo de
palco.

Encaminhamento: O professor divide a turma em


grupos de em média 04 a 05 integrantes e
sorteia um tipo de palco para cada grupo a
partir dos listados abaixo.

Tipos de Palcos:
1-Palco Arena Grécia antiga
2 -Palco Arena Roma antiga –
forma circular
3 -Palco Arena Roma antiga -
forma oval
4 -Palcos móveis – Idade Média
5 -Palco Horizontal – Idade
Média
6 -Palco italiano
7- Palco elizabetano

26
Trabalhar com as maquetes a partir de materiais recicláveis,
após a confecção das maquetes realizar uma exposição na
escola.
Como complemento, além das maquetes, também pode-se
inserir personagens a partir da escolha de uma peça de teatro,
em que cada grupo seleciona uma cena diferente da mesma
peça e a representa na maqueta com bonecos e cenário.
É uma boa maneira de inserir o teatro antes de iniciar a prática
com jogos teatrais.

Essa mesma peça pode ser utilizada mais tarde, para ser
montada em grupos, onde cada grupo encena uma cena
diferente (preferencialmente a que foi montada na maquete), e
depois a representa.

É importante realizar essa prática de teatro apoiada nos


jogos teatrais  a partir do explicado em nossas aulas, o
qual é descrito em detalhes no nosso Módulo 4 -
Metodologia do Teatro|Prática na Sala de Aula, do
nosso curso Teatro Educação| O Segredo do Método.

27
QUESTÕES PARA SEREM PENSADAS APÓS A LEITURA DA
APOSTILA E A VISUALIZAÇÃO DAS VÍDEOS AULAS E VÍDEOS
PÍLULAS:

1-Qual a diferença entre milagres e mistérios e a qual período


histórico pertencem?
2- O que é Teatro Sacro e qual a sua diferença com o profano?
3- Como surgiu o teatro na Grécia antiga?
4- Quais são as principais diferenças entre o Palco da Grécia
antiga com o Palco romano?
5- Quais são os dois palcos que surgiram da Idade Média? Como
vocês os descreveria?
6- Quais são os Gêneros de teatro sacro?
7- Qual era a função das moralidades?
8- O naturalismo surge de outro gênero literário, você saberia
dizer qual?
9- Quais as diferenças entre a forma como o público se
posiciona frente a cada palco, citado aqui no texto?
10 -O que é a quarta parede dentro da encenação teatral ?

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ASLAN, Odete. O ator no século XX. São Paulo: Perspectiva,
2005.
BERTHOLD, Margot.  História mundial do teatro. São Paulo:
Perspectiva, 2001.
SULZBACH, Ândrea. Artes Integradas. Curitiba: Intersaberes,
2017.

INDICAÇÃO DE LEITURA COMENTADA

BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. São Paulo:


Perspectiva, 2001. Esse livro, uma leitura densa e completa
sobre as artes cênicas, apresenta a história mundial do teatro
abordando os principais processos que envolvem a linguagem
teatral e situando-os historicamente, de modo linear e
contextualizado. Aponta os elementos que compõem a
encenação teatral e seu processo evolutivo ocorrido em cada
período: cenário, figurino, palco, iluminação e texto
dramatúrgico são descritos com grande riqueza de detalhes. O
livro possui diversas ilustrações que facilitam o entendimento da
estrutura e arquitetura cênica. Os principais dramaturgos e
teóricos do teatro também são citados, além das principais
obras que obtiveram destaque ao longo da história.

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29
O SEGREDO DO MÉTODO TEATRO EDUCAÇÃO

 Ândrea Sulzbach - anterafilmes.com | Copyright. Todos os Direitos Reservados 2019. 

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