O Que e Direcao Teatral PDF
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Editorial 7
O Quarto Fantasma
Eugenio Barba 29
O palhaço e os esquetes
Mano Fernando Bolognesi 87
ARGENTINA
Teatro argentino contemporâneo
Julia Elena Sagaseta
BRASIL
Teatro brasileiro contemporâneo - um roteiro para perplexidades
Edélcio Mostaço
CHILE
Criação teatral no Chile nos últimos vinte anos
Eduardo Guerrero dei Río 175
Manual do &xsa-
esporadicamente ou que se aposentara como ator. Não era ele, em tese, quem
iador Dramático de
Augusto de MELIO escolhia o repertório a ser montado, tsso era feito, na maioria dos casos, pelo
Porto/Rio de Janeiro, empresário teatral, cuja escolha atendia a critérios basicamente comerciais,
Cia Nacional Editora, Assim como optava por um texto, o empresário também selecionava e
1890. E verifica-se à contratava a maioria dos artistas intérpretes. Contudo, era o ensaiador quem
leitura deste manual
discutia com os atores a execução de suas partes correspondentes ao texto
que há uma tradição .
e uma técnica estabe- de seus personagens. O ensaiador presidia o ensaio propriamente dito se
lecidas desde o final encarregando da coordenação da leitura, memorização do texto, jogo de cena
da Idade Média e que assim como da marcação do espetáculo. Menos voltado para uma concepção
vai se aperfeiçoando personalista da cena no tocante à representação, como podemos imaginar hoje
do Renascimento
em dia, o ensaiador trabalhava lado a lado com o ator, secundado pelo ponto.
em diante. Uma
constante neste Faz-se lembrar que o ponto tinha uma função central, uma vez que inumeros
sentido é a ligação atores eram analfabetos e, portanto, não estavam habilitados a memorizar
estreita de dependên- rapidamente suas partes unicamente através da leitura do texto, além do que
cia do ensaiador da o ponto, de sua cúpula, gerenciava o andamento do espetáculo.
cena frontal. Pode-se
afirmar que o tra-
balho do ensaiador Verifica-se que na relação com o ator residia uma parte stgnificativa
está intimamente do trabalho do ensaiador. Nesse período, o trabalho do intérprete teatral
relacionado à cena estava voltado para um jogo cênico condicionado por uma fixação ao gênero
frontal, quando não, é de seu personagem-tipo. Essa limitação, ao contrário do que pode parecer
dependente dela.
à primeira vista não tolhia a imaginação, nem o trabalho do intérprete. Ao
contrário, ela era encarada como a regra do jogo que norteava a concepção
do trabalho cênico de cada ator, determinando sua performance sobre o palco.
Por exemplo, se o ator "A' representava um galã, visto que possuía o flsico
e a idade adequados ao tipo, ele tinha a possibilidade de, em acordo com o
enredo da peça e em consonância com o ensaiador, nuançar a sua interpretação
representando ora um galã do tipo amoroso, ora um galã dramático, ou ainda
cínico, cômico, etc. Havia uma espécie de menu comportamental pré-definido
que determinava as opções dos atores. Havia, ainda, uma segunda disposição
quanto aos gêneros de personagens, sobretudo no tocante à idade. É o caso
5Para observar clara- A noção de encenação, no tocante ao trabalho do ator, por exemplo,
mente este tensiona- tenta reabilitar a idéia de jogo teatral tão cara a um Meyerhold, por exemplo,
mento da fronteira que preconizava um teatro teatral. Isto é, menos interessado em imitar o
entre o perfil do que comportamento humano, o ator se colocaria no centro do trabalho de criação,
definimos como
diretor e encenador, onde ele é co-autor da cena, estimulado e orientado pelo encenador. O trabalho
consulte-se o livro do ator residiria, não apenas na interpretação de uma situação dramática, mas
de Béatrice PICON- na sua criação, abrindo espaço para a configuração de uma realidade teatral
VALLIN. AArte do absolutamente autônomas.
Teatro: entre tradição
e vanguarda. Meyer- O encenador, portanto, em relação aos seus predecessores, - ensaiador
hobi e a cena contem-
e o diretor -, busca uma cena que dissolve a camada sígnica atribuída a um
poránea. Org. Fátima
Saadi. Rio de Janeiro: texto dramático, sendo ao mesmo tempo passível de ser engendrada por
coleção Folhetim qualquer fragmento ficcional, sonoro ou pictórico. A cena entra no diapasão
Ensaios, Teatro do de um universo sensorial de forte intensidade. A dramaticidade advém da
Pequeno Gesto/Letra configuração do choque entre o jogo e a própria cena com seus elementos
e Imagem, 2006. sonoros-visuais. Esta operação está calcada na busca por uma coerência
0 que é direção teatral? Walter Lima Torres. Dezembro 2007-N°9
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