Invocando Os 4 Cantos
Invocando Os 4 Cantos
Invocando Os 4 Cantos
"O Iniciado, apoderando-se do pensamento, que produz as diversas formas, se torna senhor das
formas e as faz servir ao seu uso." O Ar, a Água, a Terra e o Fogo (formas elementais) separam e
especificam, por uma espécie de esboço, os espíritos criados no Movimento Universal
Inteligente. Evocando os Elementos, entramos em contato com toda parte, pois o Espírito elabora
e fecunda a matéria pela vida; toda matéria é animada; o pensamento e a Alma estão em toda
parte. Para evitarmos as interferências dos fenômenos provocados pelos Elementais, temos que
possuir a Vontade mais poderosa, a fim de dominarmos, por uma elevada razão e uma grande
severidade, as correntes invisíveis que podem ser ocasionadas. Para isso, não podemos ter medo
da água, pois necessitamos dominar as Ondinas. Não teremos medo do fogo, porque
ordenaremos as Salamandras. Não nos abrigaremos dos ventos, nem teremos medo de alçar às
alturas, porque dominaremos os Silfos e os Gênios. E não temeremos os elementais da Terra,
porque os espíritos inferiores só obedecem a um poder que lhes provamos. Mostramo-nos seus
Senhores até no seu próprio elemento. Com a Ousadia e o Exercício, conquistamos o Poder
incontestável, impondo aos Elementos o Verbo Puro da nossa Vontade por Consagrações
especiais para o Ar, ao Fogo, à Água e à Terra. Este é o começo indispensável de todas as
operações Mágicas. Mas antes, com o Sinal Mágico, da cruz, é preciso vencê-los nas suas forças,
sem nunca se deixar subjugar pelas nossas fraquezas e pelas "fraquezas" deles. Sabemos que a
cruz surgiu muito antes do Cristianismo e a ele não pertence exclusivamente. Para nós,
representa as oposições e o equilíbrio quaternário de todos os elementos. Portanto, é reservado
aos Iniciados o Sinal-da-Cruz em sua forma original. Esta é a maneira correta; ao longo dos anos,
a Igreja e seus militantes profanaram os significados e simbolismos. O Iniciado leva a mão à
testa e diz: - A TI PERTENCEM... Leva a mão ao peito: - O REINO... Bota a mão no ombro
esquerdo: - A JUSTIÇA No ombro direito: - E A MISERICÓRDIA... Depois, com a mão direita
erguida para o céu e a esquerda em direção à Terra, fala: -NOS CICLOS GERADORES! TIBI
SUNT MALCHUT ET GEBURAH ET CHESED PER AEONAS. (em latim, mesmo!) Este Sinal
Mágico, da cruz, deve ser feito sempre, antes e depois de qualquer desenvolvimento de Desejos,
Vontades e Verbos - As operações mágicas. As consagrações e outras Evocações que estão a se
encontram a seguir, foram retiradas de Grimoires de diversos autores, tais como Agrippa, Albert
Le Grand, Papus e Eliphas Levi. Devemos lembrar que as orações devem ser criadas e
produzidas, palavra por palavra, pelo próprio Iniciado, numa verdadeira alquimia das Vontades
expressas por suas palavras. Portanto, o que você irá ler não deve ser tomado como uma
"receita", e sim como um estímulo para o Iniciado buscar suas próprias palavras na expressão
Pura de suas Vontades. Agora sim, podemos dar início às Consagrações (Ar e Água) e ao
Exorcismo (Fogo e Terra). Consagramos o Ar soprando para os quatro pontos cardeais, dizendo:
SPIRITUS DEI FEREBATUR SUPER AQUAS, ET INSPIRAVIT IN FACIEM HOMINIS
SPIRACULUM VITAE. SIT MICHAEL DUZ MEUS, ET SABTABIEL SERVUS MEUS IN
LUCE PER LUCEM FIAT VERBUM HALITUS MEUS; ET IMPERABO SPIRITIBUS AERIS
HUJUS, ET REFROENABO EQUOS SOLIS VOLUNTATE CORDIS MEIS, ET
COGITATIONE MENTIS MEAE ET NUTU OCULI DEXTRI. EXORCISO IGITUR TE,
CREATURA DERIS, PER PANTAGRAMMATON ET IN NOMINE TETRAGRAMMATON,
IN QUIBUS SUNT VOLUNTAS FIRMA ET FIDES RECTA. AMEN. SELA FIAT.
Em seguida, recitamos a oração aos Silfos: Espírito de sabedoria cujo sopro dá e retoma a forma
de todas as coisas. Tu, diante de quem a vida dos seres é uma sombra que muda e um vapor que
passa. Tu, que sobes às nuvens e que caminhas nas asas dos ventos. Tu, que expiras, e os espaços
sem fim são povoados. Tu, que aspiras, e tudo o que de ti vem a ti volta: movimento sem fim na
estabilidade eterna, sê eternamente bendito. Nós te louvamos e te bendizemos no império móvel
da luz Criada, das sombras, dos reflexos e das imagens, e aspiramos, incessantemente, à tua
imutável e imperecível claridade. Deixa penetrar até nós o raio de tua inteligência e o calor do
teu amor: então o que é móvel ficará fixo, a sombras será um corpo, o espírito do ar será uma
alma, o sonho será um pensamento. E nós não seremos mais arrastados pela tempestade, porém
seguraremos as rédeas dos cavalos alados da manhã e dirigiremos o curso dos ventos da tarde,
para voarmos diante de ti. Ó Espírito dos espíritos, ó alma eterna das almas, ó sopro imperecível
de vida, ó suspiro criador, ó boca que aspiras e expiras a existência de todos os entes, no fluxo e
refluxo da tua eterna palavra, que é oceano divino do movimento e da verdade. Amém.
Consagramos, depois a água pela imposição das mãos e pelo sopro das palavras: FIAT
FIRMAMENTUM IN MEDIO AQUARUM ET SEPARET AQUAS AB AQUIS, QUAE
SUPERIUS SICUT INFERIUS, ET QUAE INFERIUS SICUT QUAE SUPERIU, AD
PERPETRANDA MIRACULA REI UNIUS. SOL EJUS PATER EST, LUNA MATER ET
VENTUS HANC GESTAVIT IN UTERO SUO, ASCENDIT A TERRA AD COELUM ET
RURSUS A COELO IN TERRAN DESCENDIT. EXORCISO TE CREATURA AQUAE, UT
SIS MIHI SPECULUM DEI VIVI IN OPERIBUS EJUS, ET FONS VITAE, ET ABLUTIO
PECCATORUM. AMEN.
Seguimos, então, com a Oração das Ondinas:
Rei do terrível mar, vós que tendes as chaves das cataratas do céu, e que
encerrais as águas subterrâneas nas cavernas da Terra. Rei do dilúvio e das chuvas da primavera,
a vós que ordenais à umidade, que é como que o sangue da Terra, de tornar-se seiva das plantas,
nós vos adoramos e vos invocamos. A nós, vossas móveis e variáveis criaturas, falai-nos nas
grandes comoções do mar, e tremeremos diante de vós. Falai-nos também do murmúrio das
límpidas águas, e desejaremos o vosso amor. Ó imensidão na qual vão perder-se todo os rios do
ser, que sempre renascem em vós! Ó oceano das perfeições infinitas! Altura de que vos mirais na
profundidade. Profundidade que exalais na altura, levai-nos à verdadeira vida pela inteligência e
pelo amor! Levai-nos à imortalidade pelo sacrifício, a fim de que sejamos dignos de vos oferecer,
um dia, a água, o sangue e as lágrimas, pela remissão dos erros. Amém.
Para exorcizarmos o Fogo, jogamos sal e pronunciamos três vezes os três nomes dos gênios do
fogo: Miguel, rei do Sol e do raio; Samael, rei dos vulcões; e Anael, príncipe da Luz Astral. A
seguir, recitamos a oração das Salamandras:
Imortal, eterno, inefável e incriado pai de todas as coisas, que és levado no carro sem cessar
rodante dos mundos que giram sempre. Dominador das imensidades etéreas, onde estás ereto no
trono do teu poder, de cima do qual teus olhos formidáveis descobrem tudo e teus belos e santos
ouvidos escutam tudo, atende aos teus filhos, que amaste desde o nascimento dos séculos; porque
a tua dourada, grande e eterna majestade resplandece acima do mundo e do céu das estrelas;
estás elevado acima delas, ó fogo faíscante. Aí, tu te acendes e te conservas a ti mesmo pelo teu
próprio esplendor, e saem da tua essência regatos inesgotáveis de luz, que nutrem teu espírito
infinito. Este espírito infinito alimenta todas as coisas e faz este tesouro inesgotável de
substância sempre pronta à geração que elabora e que se aprimora das formas de que a
impregnaste desde o princípio. Deste espírito tiram também sua origem estes reis mui santos que
estão ao redor do teu trono e que compõem a tua corte, ó pai universal! Ó único! Ó pai dos
felizes mortais e imortais.
Criaste, em particular, potências que são, maravilhosamente, semelhantes ao teu eterno
pensamento e à tua essência adorável. Tu as estabeleceste superiores aos anjos, que anunciam ao
mundo as tuas Vontades. Enfim, nos criaste na terceira ordem no nosso império Elemental. Aqui,
o nosso contínuo exercício é louvar e adorar os teus desejos.
Aqui, ardemos, incessantemente, aspirando possuir-te. Ó pai! Ó mãe! Ó mais terna das mães! Ó
arquétipo admirável da maternidade e do puro amor! Ó filho, flor dos filhos! Ó forma de todas as
formas, alma, espírito, harmonia e número de todas as coisas! Amém.
A seguir, passamos a exorcizar a Terra:
Rei invisível, que tomastes a Terra para apoio e que cavastes os seus abismos para enchê-los com
a vossa onipotência. Vós, cujo nome faz tremer as abóbadas do mundo, vós que fazeis correr os
sete metais nas veias da pedra, monarca das sete luzes, remunerador dos operários subterrâneos,
levai-nos ao ar desejável e ao reino da claridade. Velamos e trabalhamos sem descanso,
procuramos e esperamos, pelas doze pedras da cidade santa, pelos talismãs que estão escondidos,
pelo cravo de imã que atravessa o centro do mundo. Senhor, tende piedade dos que sofrem,
desabafai os nossos peitos, desembaraçai e elevai nossas cabeças, engrandecei-nos. Ó
estabilidade e movimento. Ó dia envolto de noite, ó obscuridade coberta de luz! Ó Senhor, que
nunca retende convosco o salário de vossos trabalhadores! Ó brancura cristalina, ó esplendor
dourado! Ó coroa de diamantes vivos e melodiosos! Vós que levais o céu no vosso dedo, como
um anel de safira, vós que escondeis embaixo da Terra, no reino das pedrarias, a semente
maravilhosa das estrelas, vivei, reinai e sede o eterno dispensador das riquezas que nos fizeste
guardas. Amém.
Estas são as relações de todos os Elementais na composição Universal, com seus respectivos
soberanos:
•Gob, para os Elementais da Terra;
•Djin, para as Salamandras;
•Pralda ou Peralda, para os Silfos; e
•Niksa ou Nikse, para as Ondinas.
INVOCAÇÃO SIMPLES
Tenha consigo o seguintes materiais (serão utilizados na representação dos Elementais da
Natureza).
- 1 moeda antiga (para o elemento Terra)
- 1 cálice ou taça com água mineral até a borda (para o elemento Água)
- 1 incenso de sua preferência (para o elemento Ar)
- 1 vela branca (para o elemento Fogo)
Faça uma cruz no chão, representando os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.
Coloque a moeda no ponto marcando Norte; o cálice com a água no ponto Oeste; o incenso (de
preferência em um incensário) no ponto marcado por Leste e finalmente, no ponto Sul coloque a
Vela Branca.
Faça uma oração qualquer (a que você mais goste), antes de começar a invocação.
Primeiramente, pegue a moeda na mão e segure-a firmemente, dizendo: "EU (seu nome)
SAÚDO A TERRA, A NATUREZA, TODOS OS SEUS ELEMENTOS E A SUA FORÇA. EU
AGRADEÇO POR TUDO QUE A TERRA ME PRESENTEIA TODOS OS DIAS DA MINHA
VIDA. PEÇO QUE A ENERGIA DA TERRA ESTEJA SEMPRE PRESENTE E ME TRAGA
CORAGEM, ESTÍMULO, DISCIPLINA, CONFORTO, ESTABILIDADE E SAÚDE. EU
PEÇO A TERRA QUE, REPRESENTADA POR ESTA MOEDA, ME PROTEJA E ME AJUDE
SEMPRE. ASSIM SEJA."
Coloque a moeda de volta no lugar. Em seguida, erga o cálice (ou taça) de água para o céu e
diga: "EU (seu nome) SAÚDO TODOS OS ELEMENTAIS E AS DEUSAS DA ÁGUA.
AGRADEÇO À ÁGUA POR TODA A ÁGUA EXITENTE NO PLANETA, PELA ÁGUA QUE
BEBO E DE QUE NECESSITO PARA VIVER. PEÇO AO ELEMENTO ÁGUA INTUIÇÃO,
CLAREZA, VISÃO, ENERGIA, FORÇA MÁGICA. EU PEÇO QUE A ÁGUA CONTIDA
NESSA TAÇA ME PROTEJA E ME AJUDE SEMPRE. ASSIM SEJA."
Coloque a taça com a água no lugar. Depois, acenda o incenso e espalhe sua fumaça pelo ar,
dizendo: "EU (seu nome) SAÚDO E INVOCO TODOS OS ELEMENTAIS DO AR.
AGRADEÇO PELO AR QUE RESPIRO, PELOS VENTOS, PELA INTELIGÊNCIA, PELA
CRIATIVIDADE, PELAS MINHAS VIRTUDES RACIONAIS. PEÇO AO ELEMENTO AR
CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO, CLAREZA DE IDÉIAS, CONDIÇÃO DE CRIAR E SER
FELIZ. EU PEÇO QUE A FUMAÇA DESTE INCENSO QUE SE DESPRENDE NO AR ME
PROTEJA E ME AJUDE SEMPRE. ASSIM SEJA."
Novamente, coloque o incenso no seu lugar. Agora é a vez da vela. Acenda-a e diga: "EU (seu
nome) SÁUDO E INVOCO TODOS OS ELEMENTAIS DO FOGO. PEÇO A INTUIÇÃO
SAGRADA E A ENERGIA CURATIVA E CRIADORA DO FOGO. AGRADEÇO AO FOGO
PELA VIDA. EU PEÇO QUE O CALOR QUE SE DESPRENDE DA CHAMA DESTA VELA
SIVAM PARA OS MAIS NOBRE FINS, BEM COMO NA MINHA PROTEÇÃO E
CUIDANDO DE MIM, ENQUANTO EU VIVER. ASSIM SEJA."
Agora, que a invocação chegou ao fim, você deve tomar os seguintes procedimentos: a moeda,
servirá como um amuleto de proteção e auxílio, então leve-a sempre carregue-a consigo; tome a
água do cálice. Essa água, que fez parte da invocação, ajuda nas realizações mágicas (feitiços ou
dicas mágicas) que você realizará. Já o incenso e a vela, deixe-os queimar até o fim. O que
sobrar (o pó do incenso e a cera derretida da vela) é para ser jogado em um jardim ou a uma
árvore bonita e frondosa ou na água corrente de um rio limpo.