Pedido Relaxamento Prisão Preventiva

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO    DA ___ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE _________________ - UF.

Processo nº __________________.

(nome, qualificação e endereço), por seu advogado, abaixo


firmado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o

RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA,

com fulcro no artigo 5º, incisos LIV, LVII, LXI, LXV, LXVI, da
Constituição Federal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS FATOS

O acusado foi denunciado, pelo adolescente __________, 12


anos, representado pelos seus pais, como incurso no artigo 217-A do
Código Penal Brasileiro, onde SUPOSTAMENTE, na data de__/__/__, por
volta das ___ horas, teria praticado crime de estupro de vulnerável, nos
vestiários da Academia “Estica a vida”, contra o respectivo menor.

Desta feita, Vossa Excelência, diante das informações


prestadas, decretou a prisão preventiva do acusado, ora requerente, por
entender presentes os requisitos autorizadores para a medida extrema
contidos no art. 312 do CPP.

Art. 312.    A prisão preventiva poderá ser decretada como


garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único.    A prisão preventiva também poderá ser
decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas
por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).

DOS FUNDAMENTOS

Esta prisão é, sob todos os aspectos, abusiva e ilegal.

O acusado é totalmente inocente e as justificativas para


mantê-lo em cárcere são, no mínimo, absurdas.

A imputação é obviamente falsa. Trata-se de represália, pois o


Requerente, professor de caratê,    reprovou o menor em exame de faixa
realizado em __/__/__, na cidade de __________.

A aprovação no exame faria que o menor fosse integrado a


equipe que iria participar dos “Jogos Pan-americanos de ___”. A reprovação
da dita vítima causou grande consternação no menor e nos seus pais, o
rancor e o sentimento de vingança trabalharam para que no dia seguinte
houvesse a terrível acusação.

Ademais, não há justificativa para a preventiva. O Acusado


não ameaçou a vítima ou seus pais, não é ameaça à ordem pública, não
obstruiu ou criou dificuldades à instrução criminal e não está se
esquivando da aplicação da lei penal.

Ensejando-se, assim, na ilegalidade da prisão cautelar, em


vista da inexistência do fumus boni juris e do periculum libertatis,
vejamos:

O acusado é réu primário, não possui nenhuma condenação


penal transitada em julgado.

O acusado tem residência fixa e é professor de caratê da


Academia Estica vida desde 1999.

O acusado é membro da Federação Brasileira de Caratê


(FBC).
A legitimação da prisão cautelar, como medida excepcional
que é, depende, cumulativamente, da existência do crime e de indícios de
autoria, bem como da presença de qualquer das situações descritas no art.
312 do CPP (garantia da ordem pública, da ordem econômica, conveniência
da instrução criminal, ou, para assegurar a aplicação da lei penal),
afigurando-se indispensável, ainda, estar fundada em razões idôneas a
justificar a adoção dessa providência, cuja necessidade deve ser verificada
no plano concreto, pena de violação ao disposto no art. 93, IX da CF/88.
(Habeas Corpus nº 2009.053179-1, 2ª Câmara Criminal do TJSC, Rel.
Salete Silva Sommariva. unânime, DJe 03.12.2009).(grifos nossos).

Ainda:

PROCESSUAL PENAL - ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO


PUDOR - RÉU PRIMÁRIO, COM BONS ANTECEDENTES, RESIDÊNCIA E
TRABALHO FIXOS - INSTRUÇÃO ENCERRADA - PRISÃO PREVENTIVA
REVOGADA - RECURSO MINISTERIAL PRETENDENDO MANUTENÇÃO DA
SEGREGAÇÃO - AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA MEDIDA CAUTELAR -
NECESSIDADE NÃO CONFIGURADA - RECURSO DESPROVIDO Para a prisão
preventiva, a gravidade do delito, por si só, não basta. Ausentes os
pressupostos do artigo 312 do Código de Processo Penal ou qualquer fato
concreto que aponte a necessidade da segregação, a liberdade do réu,
primário, trabalhador e com residência fixa, é medida que se impõe. (TJ-SC -
RCCR: 366439 SC 2005.036643-9, Relator: Amaral e Silva, Data de
Julgamento: 24/01/2006, Primeira Câmara Criminal) (grifos nossos).

Diante dos fatos, é o pedido, portanto, para que o acusado


possa defender-se em liberdade.

Em verdade, não há justa causa para a prisão cautelar.

Tratando-se de medida excepcional, restritiva da liberdade, há


de ser sempre fundamentada em elementos concretos, o que não ocorre no
caso em tela.

Ora, Excelência, faltando os elementos concretos e sem


motivo sólido para decretação da prisão preventiva, in dubio pro reo.

Vimos acima que não basta a gravidade do delito, em tese,


praticado. Insuficiente e também abusivo a mera repetição dos termos
legais, sendo necessária justificação, mesmo que sucinta. É necessária a
indicação de fatos concretos que realmente indiquem a necessidade da
prisão.

Senão vejamos:

"Prisão preventiva. Medida cautelar. Natureza instrumental.


Sacrifício da liberdade individual. Excepcionalidade. Necessidade de se ater
às hipóteses legais. Sentido do art. 312 do CPP. Medida extrema que implica
sacrifício à liberdade individual, a prisão preventiva deve ordenar-se com
redobrada cautela, à vista, sobretudo, da sua função meramente
instrumental, enquanto tende a garantir a eficácia de eventual provimento
definitivo de caráter condenatório, bem como perante a garantia
constitucional da proibição de juízo precário de culpabilidade, devendo
fundar-se em razões objetivas e concretas, capazes de corresponder às
hipóteses legais (fattispecie abstratas) que a autorizem.(...)" (STF-1ª Turma,
HC 87.041/PA, Rel. Min. Cezar Peluso, julg. 29.06.2006, DJU 24.11.2006, p.
76).

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO


PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. GRAVIDADE DO CRIME.
COMOÇÃO SOCIAL. FUNDAMENTOS INIDÔNEOS. A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal está sedimentada no sentido de que a alusão à
gravidade em abstrato do crime e à comoção social não é suficiente para a
decretação da prisão preventiva com fundamento na garantia da ordem
pública. Ordem concedida.” (STF-2ª Turma, HC 90.146/GO, Rel. Min. Eros
Grau, julg. 06.02.2007, DJU 09.03.2007, p. 52).

O requerente, ademais, é renomado esportista, professor de


Caratê, casado e pai de uma filha.

Desta forma, é certo que nenhum risco oferece à ordem


pública.

De outro lado, o clamor público, em verdade, não diz respeito


aos fatos aqui tratados, mas à onda de denúncias de pedofilia, cujas
investigações e prisões ocorrem em vários países e com ampla cobertura
midiática.

O caso em tela é completamente diferente, inexistem


substratos para a acusação.
Em suma, ausente justa causa para a prisão, o decreto
atacado não pode subsistir.

DO PEDIDO

Ex positis, requer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA e


a EXPEDIÇÃO DO CONTRAMANDADO DE PRISÃO, como medida de
justiça.

Nestes termos,

Pede deferimento.

____________, ___ de __________ de 20__.

____________
OAB-UF/

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