Segurança Na Aplicação Do Biogás e Biometano Na Geração de Energia Térmica, Elétrica, Cog

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SEGURANÇA EM PLANTAS DE BIOGÁS

Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na


Geração de Energia Térmica, Elétrica, Cogeração e
Veicular
Projeto “Aplicações do Biogás na Agroindústria Brasileira” (GEF Biogás Brasil)

Este documento está sob licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives


4.0 International License.
O GEF Biogás Brasil permite a citação deste material, desde que a fonte seja citada.
Contato: [email protected]

FICHA TÉCNICA
COMITÊ DIRETOR DO PROJETO
Nome do produto:
Segurança em Plantas de Biogás
Global Environment Facility
Componente Output e Outcome:
Organização das Nações Unidas para o Componente 2.1.4
Desenvolvimento Industrial
Publicado pela entidade:
Ministério da Ciência, Tecnologia, Organização das Nações Unidas para o
Inovações e Comunicações Desenvolvimento Industrial – UNIDO

Ministério da Agricultura, Pecuária e Entidades diretamente envolvidas:


Abastecimento Centro Internacional de Energias Renováveis
Biogás – CIBiogás
Ministério de Minas e Energia BioEficiência Assessoria e Consultoria em
Engenharia
Ministério do Meio Ambiente
Autores e coautores:
Centro Internacional de Energias Renováveis Ansberto Rodrigues do Passo Neto – BioEficiência
Assessoria e Consultoria em Engenharia
Itaipu Binacional Felipe Souza Marques – UNIDO|CIBiogás
Daiana Gotardo Martinez – UNIDO|CIBiogás
PARCEIROS
Ricardo Muller – UNIDO|CIBiogás

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Revisão Técnica:


Pequenas Empresas Giovani Silvero Patuzzo – CIBiogás
Jessica Yuki de Lima Mito - CIBiogás
Associação Brasileira de Biogás Leonardo Pereira Lins - CIBiogás

Coordenadores:
Felipe Souza Marques

Coordenação pedagógica:
Iara Bethania Rial Rosa

Data da publicação:
Agosto, 2020.

Ficha catalográfica elaborada por:


APRESENTAÇÃO

O Projeto “Aplicações do Biogás na agrícola. Os benefícios se estendem tanto ao


Agroindústria Brasileira” (GEF Biogás Brasil) produtor agrícola, que reduz os custos de sua
reúne o esforço coletivo de organismos atividade com o reaproveitamento de resíduos
internacionais, instituições privadas, entidades orgânicos, quanto ao desenvolvimento
setoriais e do Governo Federal em prol da econômico nacional, já que um setor produtivo
diversificação da geração de energia e de mais eficiente ganha competitividade frente à
combustível no Brasil. A iniciativa é concorrência internacional. Indústrias de
implementada pela Organização das Nações equipamentos e serviços, concessionárias de
Unidas para o Desenvolvimento Industrial energia e de gás, produtores rurais e
(UNIDO) e conta com o Ministério da Ciência, administrações municipais estão entre os
Tecnologia e Inovações (MCTI) como beneficiários do projeto, que conta com US
instituição líder no âmbito nacional. O objetivo $ 7,828,000 em investimentos diretos.
principal é reduzir a dependência nacional de
combustíveis fósseis através da produção de Com abordagem inicial na região Sul do Brasil
biogás e biometano, fortalecendo as cadeias e no Distrito Federal, a iniciativa pretende
de valor e de inovação tecnológica no setor. impactar todo o país. Entre seus resultados
previstos estão a compilação e a divulgação de
A conversão dos resíduos orgânicos dados completos e atualizados sobre o setor, a
provenientes da agroindústria e da fração oferta de serviços e recursos para capacitação
orgânica do lixo urbano, muitas vezes técnica e profissional, a criação de modelos de
descartados de forma insustentável, pode se negócio e de pacotes tecnológicos inovadores,
tornar um diferencial competitivo para a a produção de Unidades de Demonstração
economia brasileira, além de reduzir a emissão seguindo padrões internacionais, a
de gases de efeito estufa nocivos à camada de disponibilização de serviços financeiros
ozônio e ao meio ambiente. específicos para o setor, a ampliação da oferta
energética brasileira, e articulações
O biogás e o biometano podem ser utilizados estratégicas entre a alta gestão governamental
para a geração de energia elétrica, energia e entidades setoriais para a modernização da
térmica ou combustível renovável para regulamentação e das políticas públicas em
veículos, e seu processamento resulta em torno do tema, deixando um legado positivo
biofertilizantes de alta qualidade para uso para o país.
Segurança em Plantas de Biogás

Aula 3 – Segurança na Aplicação do Biogás e


Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Data da Publicação:

Agosto/2020
Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2. CONCEITOS, DIRETRIZES E NORMATIVAS .............................................. 10
2.1. Aplicação em Energias Térmica .................................................................. 10
2.2. Aplicação em Energia Elétrica ..................................................................... 12
2.3. Aplicação em Cogeração .............................................................................. 13
2.4. Aplicação em Energia Veicular .................................................................... 14
3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO .............................................................................. 15
3.1. Avaliação do Grau de Risco, Identificação e Classificação ...................... 15
3.2. Medidas de Proteção Técnica ...................................................................... 16
3.3. Medidas de Proteção Organizacional.......................................................... 16
3.4. Medidas de Proteção Individual ................................................................... 17
3.5. Tipos de Proteção ......................................................................................... 17
4. SINALIZAÇÃO ................................................................................................... 18
5. FONTES DE RISCO ......................................................................................... 18
6. ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCO .................................................. 18
7. PROTEÇÃO ESTRUTURAL E OCUPACIONAL ........................................... 19
8. REQUISITOS DE MONITORAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL ... 19
9. CONCLUSÃO .................................................................................................... 21
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 22
Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Lista de Figuras

Figura 1 - Cavalete com sistema de segurança e controle para queima de


biogás ........................................................................................................................ 10
Figura 2 - Sistema de controle e queima de biogás em caldeira ........................ 11
Figura 3 - Legenda com a nomenclatura dos dispositivos para controle e
queima de biogás ..................................................................................................... 11
Figura 4 - Esquema de funcionamento de motor a combustão (faísca) e turbina
a gás .......................................................................................................................... 12
Figura 5 - Produtos e resíduos gerados no processamento de cana-de-açúcar
................................................................................................................................... 13
Figura 6 - Posto de abastecimento veicular de biometano .................................. 15
Figura 7 – Sistema para queima de biogás e óleo combustível em caldeira ..... 16
Figura 8 - Abrigo para motogeradores a biogás ................................................... 17
Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Apresentação do Curso
Existem muitas pesquisas voltadas ao uso do biogás na geração de energia,
térmica, elétrica e veicular quando convertido à biometano. Contudo, são raros os
artigos científicos, cursos e simpósios voltados às questões ligadas a segurança
estrutural e organizacional das plantas de produção e uso do biogás. As diversas
operações unitárias, processos e sistemas envolvidos possuem as suas bases técnicas
consolidadas que por muitas vezes não estão conectadas as ações voltadas a
segurança ocupacional e ambiental. Devido à complexidade e o caráter multidisciplinar
que envolve todas as etapas até a aplicação do biogás como fonte energética, deve-se
estabelecer uma análise fundamentada em normas e procedimentos que proporcionem
boas práticas para o gerenciamento de risco da atividade.
O material didático quanto ao curso de Segurança de instalações de biogás
e biometano – Produção, transporte e aplicações, permitirá embasamento teórico e
técnico sobre a temática e orientações que visam a segurança das plantas de biogás
que realizam o uso energético dessa fonte.
Este curso é dividido em três aulas, distribuídas conforme os conteúdos abaixo:
1. Proteção contra incêndio e explosão em instalações com biogás e
biometano;
2. Segurança no Armazenamento, Captação e Transporte de Biogás;
3. Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano para Geração de
Energia Térmica, Elétrica, Veicular e Cogeração.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Desenvolvimento Proporcionado
Nesta aula será proporcionado o desenvolvimento de conhecimentos e
habilidades que poderão ser colocados em prática por você ao longo do curso e após a
finalização das atividades propostas:

COMPETÊNCIAS:
1. Identificação e a proposição de medidas para a redução dos riscos
envolvidos na produção, transporte e aplicações do biogás e biometano.

HABILIDADES:
1. Identificar e classificar substâncias inflamáveis;
2. Classificar áreas e ambientes conforme o grau de risco nas instalações
para produção e utilização de biogás;
3. Identificar as fontes e os tipos de risco;
4. Elaborar e aplicar medidas de proteção contra incêndio e explosão;
5. Analisar e gerenciar riscos,

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

1. INTRODUÇÃO

Para cada aplicação energética do biogás e biometano, os processos e


procedimentos operacionais devem ser submetidos a análise para o gerenciamento de
riscos, de forma a proporcionar segurança as pessoas e ao meio ambiente.
A utilização destes combustíveis na combustão, geração de energia elétrica,
cogeração e veicular devem ter suas estruturas físicas e organizacionais analisadas
quanto: Medidas de proteção, sinalização, classificação e determinação das fontes de
riscos, visando estabelecer requisitos de monitoramento e controle seguros para
operação.

2. CONCEITOS, DIRETRIZES E NORMATIVAS

2.1. Aplicação em Energias Térmica

O biogás ou biometano usados em sistemas de combustão direta, como por


exemplo em fornalhas de caldeiras, aquecedores e trocadores de calor, são
normatizados os sistemas de controle e segurança para utilização de gases
combustíveis em processos de baixa e alta temperatura. Por meio da NBR 12313:2000
aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são fixados os
requisitos mínimos para o sistema de combustão, no que diz respeito à segurança para
as condições de partida, operação e parada de equipamentos que utilizem gás.

Figura 1 - Cavalete com sistema de segurança e controle para queima de biogás

Fonte: O autor (2013).

A Figura 2 abaixo ilustra uma instalação de sistema de utilização de biogás em


um queimador para fornalha de caldeira visando a produção de vapor. A produção de
combustível é realizada em um biodigestor, a rede de distribuição possui uma série de
válvulas para bloqueio, redução de pressão, acessórios e controles para estar em
conformidade com a norma de segurança para a queima de biogás.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Figura 2 - Sistema de controle e queima de biogás em caldeira

Fonte: O autor (2020).

Figura 3 - Legenda com a nomenclatura dos dispositivos para controle e queima de biogás

Fonte: O autor (2020).

O indicativo de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para piloto, representado na


Figura 2, se dá em casos onde o biogás disponível possui uma baixa concentração de
metano (CH4) - menor que 55%, o qual apresenta dificuldade de ignição (baixo poder
calorífico). Desta forma, utiliza-se o GLP apenas no processo inicial de operação. Ao
entrar em regime, automaticamente o biogás continuará o processo de queima.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Atenção:

Para os casos onde o biogás não é submetido a


tratamento para retirada do sulfeto de hidrogênio (H2S) –
responsável por processos oxidativos na superfície dos
materiais, recomenda-se a utilização de componentes em
aço inoxidável, polietileno (PE), policloreto de polivinila ou
policloreto de vinil (PVC), pois estes minimizam possíveis
pontos de vazamento causados por corrosão.

2.2. Aplicação em Energia Elétrica

Nas instalações com a utilização de biogás ou biometano como combustível


para a geração de energia elétrica por meio de motogeradores ou turbinas, usualmente
o processo de tratamento do biogás está próximo a estes equipamentos, de qualquer
forma, para a análise e o gerenciamento e risco desta atividade estes processos devem
ser avaliados de forma conjunta.

Figura 4 - Esquema de funcionamento de motor a combustão (faísca) e turbina a gás

Fonte: Adaptado do autor (2020)

Características do motogerador – motor a combustão (Ciclo Otto):


• Admite mistura (ar+biogás/biometano/gás natural, ar+etanol e
ar+gasolina);
• Comprime a mistura (taxa 10:1);
• Faixas de capacidade de 5 kW acima de 1000 kW;
• Ignição por meio da vela (faísca);
• Expansão dos gases;
• Expulsão dos gases;
• Adequação a sistemas de cogeração.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Características da micro turbina:


• Admite GLP, gás natural, biogás, biometano, querosene, biodiesel e
diesel;
• Faixa de capacidade de 28 a 950 kW;
• Baixo nível de ruído e vibração;
• Não necessita lubrificação e água de refrigeração;
• Adequação a sistemas de cogeração.

2.3. Aplicação em Cogeração

A Cogeração de energia é o processo de geração simultânea de duas ou mais


energias a partir do consumo de uma mesma fonte energética.
As quantidades de trabalho mecânico, energia elétrica e calor ou frio requeridos
pelo processo produtivo são o ponto de partida para o dimensionamento dos sistemas
de cogeração.
O exemplo clássico de cogeração de energia no Brasil é a utilização do bagaço
de cana-de-açúcar para geração de vapor, como aproveitamento do resíduo do
processo. Resulta ainda, na produção de energia elétrica para o auto consumo e injeção
do excedente (venda) na rede de distribuição.
As possibilidades de aproveitamento energético com o biogás na cogeração
térmica, elétrica e veicular conforme o Plano de Nacional de Energia 2030 da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE) junto ao Ministério de Minas e Energia (MME), 2007 são
descritas na Figura 5.

Figura 5 - Produtos e resíduos gerados no processamento de cana-de-açúcar

Fonte: MME: EPE (2007)

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Em muitos casos de geração de energia elétrica com biogás e biometano, no


próprio motogerador ou micro turbina utilizando-se do calor dos gases de escape, é
fornecido pelo fabricante um trocador de calor que promove a refrigeração do
equipamento e o fornecimento de água quente para aproveitamento da energia térmica
para outro processo.

2.4. Aplicação em Energia Veicular

A segurança quanto ao uso de biometano em energia veicular está ligada a


dois processos que possuem características diferentes:
Planta de abastecimento veicular
1. Obrigatoriedade do monitoramento e controle de todas as etapas
(produto e processo) que fazem parte da instalação e sua operação.
2. Veículos rodoviários convertidos para uso do biometano.

Responsabilidade em executar o abastecimento em veículos que atendam os


requisitos mínimos de segurança.
O conhecimento normativo para estas atividades são fundamentais quanto a
qualidade do produto final – Resolução n° 8/2015 da Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), revisões periódicas e atualizações quanto aos
procedimentos operacionais que balizam a análise e gerenciamento de risco desta
atividade.
Por se tratar de processos que envolvem sistemas de compressão,
reservatórios, tanques - vasos de pressão, combustível inflamável, painéis elétricos e
demais fontes de risco, os operadores devem seguir as instruções de trabalho
elaboradas por profissional habilitado. Alguns equipamentos deverão ser submetidos
por testes periódicos conforme a Norma Regulamentadora (NR) - 13 - Caldeiras, Vasos
de Pressão e Tubulação, bem como uma série de NR’s que visam estabelecer critérios
técnicos seguros estruturais e ocupacionais.
A série de normas da ABNT NBR 11353:2007 preconiza os requisitos mínimos
de segurança para componentes de veículos rodoviários e veículos automotores com
sistema de gás natural veicular (GNV):
• Terminologia, com as definições utilizadas nas instalações – parte 1;
• Suportes em geral – parte 2;
• Injetores, indicadores, misturadores, dosadores, injeção e controle –
parte 3;
• Cilindros, válvulas, sistemas de ventilação e linha de alta pressão –
parte 4;
• Suportes em geral – parte 5;
• Instalação visando a segurança do veículo adaptado, a qualidade do
serviço de instalação e o bem-estar do usuário. – parte 6.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Figura 6 - Posto de abastecimento veicular de biometano

Fonte: O autor (2018).

3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Para que sejam estabelecidas as medidas de proteção para as instalações com


aplicação do biogás e biometano as seguintes etapas deverão ser seguidas:

3.1. Avaliação do Grau de Risco, Identificação e Classificação

a) Identificar a substância inflamável presente na instalação:


Ex: Biogás, Biometano, GLP, GNV, Óleo Diesel, etc.
b) Classificar esta susbtância inflamável quanto ao grupo e classe de
temperatura;
c) Identificar as fontes geradoras de risco (possibilidade de vazamento
acidental da substância inflamável).
Ex: Flanges, válvulas e demais acessórios em tubulações.
d) Condições ambientais.
Ex: Temperatura e ventilação.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

Figura 7 – Sistema para queima de biogás e óleo combustível em caldeira

Fonte: O autor (2020).

3.2. Medidas de Proteção Técnica

Para fixar:

- Classificação de substâncias inflamáveis e seus grupos,


ambientes em divisões e zonas – vide American
Petroleum Institute (API) RP 500;
- Classificação por tipos de proteção de equipamentos –
National Eletric Code (NEC), National Fire Protection
Association (NFPA) 70 – Chapter 5 e série ABNT NBR
IEC 60079.

Medidas voltadas para as estruturas físicas como coberturas de peças


giratórias - sistemas de arrefecimento de motogeradores, ventilação forçada para
promover a circulação de ar (casa de geração de energia), placas ou pinturas de
sinalização de proibição, alerta, etc.

3.3. Medidas de Proteção Organizacional

Devem ser elaborados e periodicamente revisados os procedimentos


operacionais com a indicação do responsável por sua aprovação.
Ex: Manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos; Início e término de
cada processo; Instruções de trabalho de inspeções e testes.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

O combustível utilizado, substâncias/elementos filtrantes/adsorventes


responsáveis pelo tratamento do biogás, óleos e graxas lubrificantes devem possuir
suas respectivas Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ)
conforme a ABNT NBR 14725-4:2014.

3.4. Medidas de Proteção Individual

Devem estar a disposição conforme a NR-6, os devidos equipamentos de


proteção individuais (EPI´s). Sua correta especificação para o trabalho com substâncias
inflamáveis – gases (biogás, biometano, GN, GLP, etc), líquidos – óleo diesel, óleos de
baixo ponto de fluidez, etc), poeiras (cavaco de madeira no abastecimento de fornalha
de caldeiras, resíduos de biomassa peletizados, etc).

3.5. Tipos de Proteção

a) Primária – Possibilidade de eliminar a presença de atmosfera explosiva de


gás ao redor de fontes de ignição (equipamentos elétricos) ou as fontes de ignição.
b) Secundária – Medidas para se evitar a inflamação de atmosferas explosivas,
como evitar as fontes de ignição, divisão em zonas, proteção contra explosão e
dispositivos de proteção.
c) Terciária – Medidas construtivas para resistência a pressão máxima de
explosão (abrigos, estações de compressão, bombeamento e tratamento de
biogás/biometano), sistemas de alívio em tubulações e rede de distribuição,
equipamentos de combate a incêndio. Pode -se prever o isolamento destas áreas ou
manter a maior distância possível das demais áreas existentes com circulação ou
acesso de pessoas.

Figura 8 - Abrigo para motogeradores a biogás

Fonte: Autor (2020).

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

4. SINALIZAÇÃO

Para os processos de aplicações do biogás e biometano, as instalações


deverão atender a NR-26 quanto a sinalização de segurança.
A ABNT NBR 7195:2018 preconiza as cores de segurança que estão inseridas
nas diversas etapas que compõem o uso energético de biogás ou biometano.
As tubulações deverão estar conforme a o emprego de cores para a sua correta
identificação conforme a ABNT NBR 6493:2018. Em especial a ABNT NBR 13193
apresenta o emprego de cores para identificação de gases industriais – como ar
comprimido utilizado no acionamento de dispositivos de controle e os gases inflamáveis.
Devem ser implementadas as sinalizações de segurança contra incêndio e
pânico, partes 1 e 2 da série ABNT NBR 13434:2004 as quais preconizam requisitos
quanto a proibição, alerta, orientação e salvamento, equipamentos de combate a
incêndio e alarme e sinalização complementar.
É recomendável para áreas classificadas como de atmosfera explosiva,
deverão possuir a simbologia para determinados equipamentos elétricos conforme a
Deutsches Institut für Normung (DIN) 40012-3:1984.

5. FONTES DE RISCO

Riscos ambientais – as instalações deverão possuir o devido licenciamento


ambiental, o qual contempla dentro de suas condicionantes o Plano de Gerenciamento
de Resíduos, Controle de Emissões Atmosféricas, Projeto do Sistema de Tratamento
de Efluentes, dentre outros.
Riscos a saúde humana – por se tratar de processos que envolvem agentes
biológicos (biomassas que irão degradar para produção de biogás), susbtâncias
perigososas (produtos químicos, gases inflamáveis, lubrificantes) a unidade deve
possuir o Plano de Gerenciamento de Risco e Plano de Contingência os quais mitigam
os riscos mecânicos, elétricos, de comportamento, incêndio e explosão.

6. ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCO

a) Definição de todos as etapas dos processos, documentados por


procedimentos operacionais, entradas, saídas e seus insumos.
Utilização de planta baixa (equipamentos, tubulações e dispositivos elétricos)
com a identificação das fontes de riscos, classificação das substâncias inflamáveis,
produtos químicos, sistemas de estocagem e acondicionamento.
Elaboração de memorial descritivo, com o balanço de massa, rescpectivas
FISPQ’s, prontuários de vasos de pressão, procedimentos e instruções de trabalho.
b) Determinação dos riscos.
c) Análise e avaliação dos riscos:
- Estabelecer quais as medidas de proteção adotadas;
- Execução das medidas de proteção;
- Classificação com a delimitação das áreas por zonas.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

7. PROTEÇÃO ESTRUTURAL E OCUPACIONAL

Dentro da análise dos riscos estarão contempladas as medidas de proteção


contra incêndio e explosão necessárias perante aos critérios técnicos adotados
anteriormente.
Seguem alguns dos exemplos para as áreas de aplicação de energia térmica,
elétrica, cogeração e veicular:

Proteção Estrutural
a) Revisão periódica quanto ao Plano de Gerenciamento de Risco e Plano
de Contingência da unidade;
b) Treinamento quanto as normas de segurança contra incêndio e pânico
e prevenção de acidentes de trabalho;
c) Restrição à entrada de pessoas não autorizadas, controle de acesso de
visitantes, programas de integração para fornecedores e prestadores
de serviço (ex. Comprovação de treinamento em segurança em
instalações e serviços em eletricidade – NR-10, trabalho em altura –
NR-35);
d) Fornecimento de EPI’s adequados conforme a instruções de trabalho e
procedimentos operacionais – contato ou manipulação que contenham
agentes biológicos, substâncias inflamáveis, produtos químicos,
poeiras, vapores etc.).

Especificações normativas

ABNT NBR ISO IEC 60079:2016 - Atmosferas explosivas.


Parte 0: Equipamentos - Requisitos gerais;

ABNT NBR ISO IEC 60079-10-1:2019 - Atmosferas


explosivas. Parte 10-1: Classificação de áreas -
Atmosferas explosivas de gás;

ABNT NBR ISO IEC 60079-20-1:2014 - Características de


substâncias para classificação de gases e vapores -
Métodos de ensaios e dados.

8. REQUISITOS DE MONITORAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL

Os equipamentos, dispositivos de medição e controle críticos ao processo


(envolvam riscos de vazamento acidental, inflamabilidade, ruptura, fadiga, etc) deverão
ser submetidos por revisão periódica por profissional habilitado.
Dispositivos de medição - termômetro, transmissor de temperatura,
manômetro, transmissor de pressão, sensores, vazão, etc;
Dispositivos de controle – válvulas de alívio, bloqueio, corta-chama,
reguladores, etc.
Controle Operacional – Ensaios e testes de estanqueidade, histrostático e
pressão deverão possuir a identificação do equipamento (biodigestor, gasômetro, rede

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

de distribuição, estação de tratamento de biogás, cilindros, etc) periodicidade de testes


e responsável técnico.
Verificação quanto ao cumprimento dos requisitos de segurança para veículos
rodoviários e veículos automotores com sistema de gás natural veicular, conforme a
série de normas ABNT NBR 11353:2007.
O transporte rodoviário de produtos perigosos deve estar em conformidade
com a ABNT NBR 15481:2017.
Conformidade com seus devidos Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
preconizados pelas NR-7 e NR-9 respectivamente.
Atender as condicionantes do licenciamento ambiental.

Especificações normativas

ABNT NBR 15600:2010 - Estação de armazenagem e descompressão de


gás natural comprimido - Projeto, construção e operação;

ABNT NBR 15358:2017 - Rede de distribuição interna para gás combustível


em instalações de uso não residencial de até 400 kPa - Projeto e execução;

ABNT NBR 15514:2008 - Características Área de armazenamento de


recipientes transportáveis de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinados ou
não à comercialização - Critérios de segurança;

ABNT NBR 15358:2017 - Rede de distribuição interna para gás combustível


em instalações de uso não residencial de até 400 kPa - Projeto e execução;

ABNT NBR 15571:2017 - Ensaios não destrutivos - Estanqueidade -


Detecção de vazamentos.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

9. CONCLUSÃO

Os requisitos de segurança para aplicações do biogás e biometano em energia


térmica, elétrica, cogeração e veicular visam estabelecer conformidade normativa sob
os aspectos estrutural, ocupacional e ambiental.
No Brasil, estas aplicações por muitas vezes não possuem norma específica
para biogás ou biometano. Em função das suas características e propriedades, a
aplicação das normas existentes para GLP, GN e GNV podem ser utilizadas como
critério de segurança.
A adaptação para uso destes combustíveis em sistemas como caldeiras,
motogeradores e veículos resultam na corresponsabilidade perante as questões de
segurança às pessoas e ao meio ambiente.

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Segurança na Aplicação do Biogás e Biometano na Geração de Energia Térmica, Elétrica,
Cogeração e Veicular

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.


Resolução Normativa n 8/2015. Especificação do Biometano. Brasília, 2015.

AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API - RP 500 - Recommended Practice for


Classification of Locations for Electrical Installations at Petroleum Facilities
Classified as Class I, Division 1 and Division 2. 3 edition. 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6493 - Emprego de cores


para identificação de tubulações industriais. Rio de Janeiro. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7195 - Cores para


segurança. Rio de Janeiro. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11353-1:2007 - Veículos


rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular (GNV)
Parte 1: Terminologia. Rio de Janeiro. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11353-2:2007 - Veículos


rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular (GNV)
Parte 2: Injetores, indicadores, misturadores, dosadores, injeção e controle. Rio
de Janeiro. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11353-3:2007 - Veículos


rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular (GNV)
Parte 3: Redutores de pressão. Rio de Janeiro. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11353-4:2007 - Veículos


rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular.
Parte 4: Cilindro, válvulas, sistemas de ventilação e linha de alta pressão. Rio de
Janeiro. 2007.

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rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular (GNV)
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rodoviários e veículos automotores - Sistema de gás natural veicular
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segurança contra incêndio e pânico. Parte 2. Símbolos e suas formas, dimensões
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Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. 2018.

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Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 2019.

NORMA REGULAMENTADORA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-10 -


Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 2019.

NORMA REGULAMENTADORA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-13 -


Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulação. 2019.

NORMA REGULAMENTADORA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-26 -


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NORMA REGULAMENTADORA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-35 -


Trabalho em Altura. 2019.

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