Aula 1 - Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Aula 1 - Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Aula 1 - Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Data da publicação:
Foz do Iguaçu, maio/2020
APRESENTAÇÃO
O Projeto “Aplicações do Biogás na mais eficiente ganha competitividade frente à
Agroindústria Brasileira” (GEF Biogás Brasil) concorrência internacional. Indústrias de
reúne o esforço coletivo de organismos equipamentos e serviços, concessionárias de
internacionais, instituições privadas, entidades energia e de gás, produtores rurais e
setoriais e do Governo Federal em prol da administrações municipais estão entre os
diversificação da geração de energia e de beneficiários diretos do projeto, que conta com
combustível no Brasil. A iniciativa é US $ 7,828,000 em investimentos diretos.
implementada pela Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial Com abordagem inicial na região Sul do Brasil,
(UNIDO) e conta com o Ministério da Ciência, em especial no oeste do estado do Paraná, a
Tecnologia, Inovações e Comunicações iniciativa pretende impactar todo o país. Entre
(MCTIC) como instituição líder no âmbito seus resultados previstos estão a compilação e
nacional. O objetivo principal é reduzir a a divulgação de dados completos e atualizados
dependência nacional de combustíveis fósseis sobre o setor, a oferta de serviços e recursos
através da produção de biogás e biometano, para capacitação técnica e profissional, a
fortalecendo as cadeias de valor e de inovação criação de modelos de negócio e de pacotes
tecnológica no setor. tecnológicos inovadores, a produção de
Unidades de Demonstração seguindo padrões
A conversão dos resíduos orgânicos internacionais, a disponibilização de serviços
provenientes da agroindústria e de financeiros específicos para o setor, a
empreendimentos diversos, muitas vezes ampliação da oferta energética brasileira, e
descartados de forma insustentável, pode se articulações indispensáveis entre a alta gestão
tornar um diferencial competitivo para a governamental e entidades setoriais para a
economia brasileira, além de reduzir a emissão modernização da regulamentação e das
de gases de efeito estufa nocivos à camada de políticas públicas em torno do tema, deixando
ozônio e ao meio ambiente. um legado positivo para o país.
Data da Publicação:
Maio 2020
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
2. CONCEITOS GERAIS SOBRE O BIOGÁS..................................................................... 11
2.1. História do biogás ........................................................................................................ 14
2.2. Processo de produção e aproveitamento energético do biogás ................................ 17
3. DIGESTÃO ANAERÓBIA ............................................................................................ 19
3.1. Caracterização dos substratos e potencial de produção de biogás ............................ 21
3.2. Processo de biodigestão anaeróbia ............................................................................ 23
3.3. Pré-tratamento do substrato ...................................................................................... 25
3.3.1. Separação de sólidos e mistura do substrato ..................................................... 25
3.3.2. Trituração de substrato ....................................................................................... 26
3.3.3. Aquecimento do substrato .................................................................................. 27
3.4. Tecnologias de digestão anaeróbia para produção de biogás .................................... 29
3.4.1. Regime de alimentação ....................................................................................... 29
3.4.2. Classificação dos biodigestores por tecnologias ................................................. 29
3.4.3. Classificação dos biodigestores por porte........................................................... 42
3.4.4. Eficiência das tecnologias na produção de biogás .............................................. 44
3.4.5. Aterros sanitários ................................................................................................ 47
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 49
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 50
Lista de Figuras
FIGURA 1 - BIODIGESTOR MODELO LAGOA COBERTA – APLICADO NO TRATAMENTO DE
EFLUENTES DA SUINOCULTURA NO SUL DO BRASIL. ............................................................. 13
FIGURA 2 - BIODIGESTOR MODELO INDIANO – APLICADO AO USO DOMÉSTICO NO
NORDESTE DO BRASIL. ................................................................................................................. 14
FIGURA 3 - BIODIGESTOR MODELO CSTR (REATOR TANQUE-AGITADO CONTÍNUO) -
APLICADO NA UNIDADE DE DEMONSTRAÇÃO ITAIPU (FOZ DO IGUAÇU, PR).................... 14
FIGURA 4 - CADEIA DE PRODUÇÃO E USO DO BIOGÁS ................................................................... 18
FIGURA 5 - DIAGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA DE BIOGÁS .......................................................... 19
FIGURA 6 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PROCESSO ANAERÓBIO EM RELAÇÃO AO
AERÓBIO.......................................................................................................................................... 20
FIGURA 7 - ETAPAS DA DIGESTÃO ANAERÓBIA ................................................................................ 24
FIGURA 8 - CONJUNTO DE TELAS UTILIZADAS PARA SEPRAÇÃO DE SÓLIDOS GROSSEIROS EM
UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS. .............................................................................. 26
FIGURA 9 - CAIXA DE AREIA COM DEPOSIÇÃO DE SÓLIDOS FIXOS, PARA TRATAMENTO DE
DEJETOS DE SUÍNOS..................................................................................................................... 26
FIGURA 10 - RELAÇÕES ENTRE TEMPERATURA E CRESCIMENTO DE MICRO-ORGANISMOS DE
DIFERENTES CLASSES TÉRMICAS ............................................................................................... 27
FIGURA 11 - BIODIGESTOR MODELO INDIANO – VISTA FRONTAL ................................................ 30
FIGURA 12 - BIODIGESTOR MODELO INDIANO ................................................................................. 30
FIGURA 13 - VISTA SUPERIOR DE UM BIODIGESTOR MODELO CHINÊS....................................... 31
FIGURA 14 - ESQUEMA DE CONCEPÇÃO DE BIODIGESTOR MODELO CHINÊS ............................. 32
FIGURA 15 - BIODIGESTOR DE LONA COBERTA – BLC .................................................................... 33
FIGURA 16 - DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM BIODIGESTOR DE FLUXO TUBULAR. ................. 33
FIGURA 17 - BIODIGESTOR PLUG-FLOW (FLUXO TUBULAR). ......................................................... 34
FIGURA 18 - BIODIGESTOR DE FLUXO TUBULAR – BOLSA DE GEOMEMBRANA. ......................... 35
FIGURA 19 - ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE BIODIGESTOR DE FLUXO ASCENDENTE –
UASB ................................................................................................................................................. 36
FIGURA 20 - FOTO DE UM REATOR TIPO UASB ................................................................................. 38
FIGURA 21 - BIODIGESTOR EM FASE SÓLIDA E EM BATELADA, COM RECIRCULAÇÃO DE
INÓCULO.......................................................................................................................................... 39
FIGURA 22 - EXEMPLOS DE CONFIGURAÇÕES ESPECIAIS NA FERMENTAÇÃO A SECO .............. 39
FIGURA 23 - BIODIGESTOR DE MISTURA COMPLETA – RESÍDUOS ANIMAIS E VEGETAIS ........ 41
FIGURA 24 - UNIDADE DE DEMONSTRAÇÃO ITAIPU DE BIOMETANO ........................................... 41
FIGURA 25 - BIODIGESTOR DE MISTURA COMPLETA COM AGITAÇÃO ......................................... 42
FIGURA 26 - EXEMPLOS DE BIODIGESTORES MODERNOS ADAPTADOS PARA APLICAÇÕES
DOMÉSTICAS (BIOGÁS HOME) .................................................................................................... 44
FIGURA 27 - PRODUÇÃO DE BIOGÁS POR QUATRO DIFERENTES TIPOS DE DIGESTORES
ANAERÓBIOS .................................................................................................................................. 46
FIGURA 28 - ESQUEMA DE ATERRO SANITÁRIO ................................................................................ 47
FIGURA 29 - FOTO DE ATERRO SANITÁRIO ....................................................................................... 48
Lista de Tabelas
TABELA 1 - CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE METANO ....... 22
TABELA 2 - CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE BIOGÁS DE REATORES UASB E BCL PARA DEJETOS
DE SUÍNOS ...................................................................................................................................... 23
TABELA 3 - FAIXA TERMAL E TEMPO DE RETENÇÃO TÍPICO NA DIGESTÃO ANAERÓBIA. ......... 28
TABELA 4 - CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE GERAÇÃO DE BIOGÁS CONFORME
DIFERENTES CRITÉRIOS. ............................................................................................................. 44
Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Apresentação do Curso
Seja bem-vindo ao nosso curso sobre produção e uso de biogás para geração
de energia elétrica, térmica e produção de biometano. Nosso objetivo é que você
entenda a origem do biogás, como ocorre sua produção pelo processo de biodigestão,
as etapas envolvidas na aplicação energética do biogás e a destinação adequada ou
aplicação do digestato para a fertilização do solo. Para isso, o curso foi estruturado em
três aulas, a saber:
Assim, na primeira aula você terá acesso aos conteúdos sobre o processo de
produção e aproveitamento energético do biogás, as características dos substratos,
dados sobre potencial de produção de biogás, pré-tratamento do substrato e tecnologias
de digestão anaeróbia para tratamento e produção de biogás. Na segunda aula, o foco
do estudo estará voltado a apresentação das principais características e aplicações do
biogás, englobando aspectos sobre tratamento, armazenamento e transporte do biogás.
Por fim, na última aula (Aula 3) informações a respeito da operação, monitoramento e
manutenção de plantas de biogás serão repassadas. Além disso, na Aula 3 os temas
arranjos tecnológicos, modelos de negócio e viabilidade técnica, econômica e financeira,
serão abordados.
Dessa forma, você terá uma visão geral sobre o biogás como uma fonte de
energia e poderá aplicar isso no planejamento e análise de projetos. Além disso, o
conhecimento que você irá adquirir possibilitará que você decida em quais temas
gostaria de se aprofundar e, assim, escolher quais serão os próximos cursos da nossa
plataforma a realizar.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Desenvolvimento Proporcionado
COMPETÊNCIAS:
1. Conhecimento básico de digestão anaeróbica
2. Identificar processos de produção de biogás e determinar os métodos
para seu aproveitamento energético;
3. Conhecimento de técnicas para avaliação do potencial de produção de
biogás;
4. Noção de pré-tratamentos existentes para os substratos disponíveis
para digestão anaeróbia.
HABILIDADES:
1. Criterioso;
2. Observação.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
1. INTRODUÇÃO
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Definição
Digestão anaeróbia: É um processo mediado pela ação
microbiana, por meio da atividade conjunta de vários
grupos de células anaeróbias, em diferentes níveis
tróficos, que convertem matéria orgânica complexa em
gases e lodo.
Para fixar:
Em geral, a biodigestão consiste na conversão
microbiológica de substratos orgânicos, através de
associações simbióticas entre diferentes grupos de
micro-organismos que é realizado em fases, e resulta
como produto final gases e lodo, chamado também de
biogás e digestato.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Além disso, como grande parte do biogás é composto por metano (CH4) isso
lhe confere características de alto poder calorífico, podendo ser utilizado como fonte de
energia para a geração de energia elétrica, térmica e na produção de biometano e gás
carbônico (CO2).
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em 2015, que, juntas, geraram 9,8 Mega Tonelada Equivalente de Petróleo (Mtep) de
biogás, que é aplicado, principalmente, na geração de energia elétrica e calor.
Além disso, também vem crescendo a produção de biometano e injeção na rede
de gás natural nesses países, principalmente na Suécia e Alemanha. Porém, vale
ressaltar que, para alcançar esses resultados a maioria dos países da UE usam, além de
resíduos e efluentes, cultivos energéticos como substrato para a biodigestão, como o
milho.
Para fixar:
Cultivos energéticos são plantas de
crescimento rápido, com objetivo único: ser
matéria prima para a obtenção de energia de
outras substâncias combustíveis, tais como cana-
de-açúcar, milho e girassol.
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3. DIGESTÃO ANAERÓBIA
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Definição
É possível utilizar apenas um tipo de
substrato na biodigestão, o que se
denomina de monodigestão, ou misturar
diferentes substratos, processo
denominado de codigestão.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Resíduos da caixa de
25 – 45 90 – 95 0,650 – 0,780 0,146 – 0,333
gordura5
Lodo de esgoto
Tratamento 35- 38 97 - 98 0,531 – 1,350 0,336 – 0,980
flotado6
de esgoto
Esgoto7 - - - 0,00072 – 0,00112
1 Fonte: http://www.lfl.bayern.de/iba/energie/049711/?sel_list=8%2Cb&strsearch=&pos=lef
2 Fonte: PROBIOGÁS, 2015.
3 Fonte: Handreichung Biogasnutzung, 2004.
4 Fonte: Tekoa Engenharia e Consultoria LTDA (2011) por carga de BN Umwelt GmbH.
5 Fonte: PROBIOGÁS, 2015.
6
Fonte: KTBL, 2016.
7 Fonte: Metcalf & Eddy, 2003.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
pecuária, que pode variar conforme a dieta dos animais e o modo de limpeza das
instalações.
Além disso, cada tecnologia de biodigestão suporta diferentes quantidades de
sólidos totais, o que demanda que alguns substratos sejam diluídos. Também é
necessário considerar que, ainda que o potencial máximo de produção de biogás seja
alto nas análises laboratoriais, na prática, a produção real será menor, pois pode variar
conforme o tipo de biodigestor, temperatura, manejo, pH, etc.
A capacidade de geração de biogás também dependerá da eficiência do
biodigestor, podendo variar de acordo com o tipo do digestor e a condição operacional
a qual ele é submetido. É necessário conhecer os parâmetros e assim empregá-los de
forma que o manejo seja adequado. A Tabela 2 apresenta como os parâmetros, valores
da qualidade de biogás e seu potencial de produção podem variar conforme a tecnologia.
Tabela 2 - Capacidade de geração de biogás de reatores UASB e BCL para dejetos de suínos
Geração de biogás Qualidade do biogás Potencial de produção
H2S CO2 CH4
(m3d-1) (m3 biogás kg.SV-1) (m3 CH4 kg.SV-1)
(ppm) (%) (%)
UASB escala
0,69 189 25 74 1,56 1,15
piloto8
UASB9 0,83 124 21 76 1,43 1,09
BCL10 0,32 322 29 67 0,31 0,21
BCL11 0,21 536 34 62 0,33 0,20
UASB – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente; BCL - Biodigestor do tipo Lagoa Coberta
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Figura 8 - Conjunto de telas utilizadas para separação de sólidos grosseiros em uma unidade de
produção de suínos.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Atenção:
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A parede divisória faz com que o material circule por todo o interior da câmara
de fermentação. A Figura 12 apresenta a vista superior deste modelo de biodigestor.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
É formado por uma câmara cilíndrica em alvenaria, para fermentação, com teto
servindo para o armazenamento de parte do biogás produzido, ou seja, um gasômetro
impermeável e fixo como pode ser visto na Figura 13.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
A câmara é coberta por material geossintético flexível que infla conforme o gás
é produzido, servindo como reservatório do biogás, e podendo ser retirada e limpa pelo
fácil manuseio (Figura 16).
Contém uma grande área de exposição ao sol, o que contribui para produção
de biogás em regiões quentes (CASTANHO & ARRUDA, 2008), porém é mais sensível às
variações térmicas, sendo mais recomendável para regiões de temperaturas constantes.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
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retornem à câmara de digestão, ao invés de serem arrastadas para fora do sistema junto
com o digestato.
Esse lodo gerado e armazenado no reator UASB deve ser retirado do fundo do
tanque de forma equilibrada para não comprometer a flora bacteriana. Ademais, este
modelo requer um maior controle na operação, pois a formação dos grânulos não é um
processo simples, havendo baixa velocidade do crescimento dos micro-organismos
metanogênicos, além de possuir uma construção estrutural mais complexa (JUNQUEIRA,
2014).
Contudo, pode ou não ser adicionado um inóculo, uma vez que adicionado,
promove a diminuição do tempo necessário para a bioestabilização anaeróbia dos
resíduos, já que contribui para a melhora da densidade microbiana (PROSAB, 2003).
Definição
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Biodigestores em fase sólida, ou via seca, são mais comuns em operação por
batelada, sendo alimentados com resíduos contendo entre 20 e 40% de ST, sendo
normalmente utilizados para substratos como fração orgânica dos RSU, gramas, restos
de alimentos, entre outros.
A adição de água é dispensável nesse processo e a quantidade de sólidos no
biodigestor afeta o seu volume e o processo de tratamento. Porém, devido à baixa
concentração de água em sistemas de digestão em fase sólida, necessita-se de
biodigestores com menores volumes (comparados às outras tecnologias estudadas nesse
curso).
Em contrapartida, tem-se a necessidade de bombas para recirculação do líquido
proveniente de digestões anteriores, chamado de percolado ou lixiviado, sendo
recirculado sobre a fração sólida e assim, inoculando o substrato e garantindo um nível
de umidade no processo. Na Figura 21 observa-se o esquema desse sistema.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
A maioria dos sistemas são construídos com uma cobertura exterior e interior.
A cobertura exterior protege dos elementos da atmosfera e a interna armazena o biogás.
A Figura 24 apresenta uma foto do uso deste tipo de biodigestor em uma
unidade de demonstração da Itaipu, instalada, operada e monitorada pelo CIBiogás. De
acordo com as experiências do CIBiogás, recomenda-se que esse tipo de sistema opere
com um teor de ST de no máximo 12%.
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
Exemplo
Biodigestores domésticos
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as classes sociais, e por isso ainda é mais utilizável, nessa categoria, os modelos indianos
e o chinês.
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sustentabilidade financeira e evitar que o RSU seja destinado a lixões, causando maior
impacto ambiental.
Nas próximas aulas, veremos sobre as características, aplicação e tratamento
do biogás para uso energético. Além disso, aprenderemos sobre o digestato e suas
propriedades para aplicação no solo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Conceitos Básicos e Digestão Anaeróbia
KTBL - Kuratorium fur Technik und Bauwesen in der Landwirtschalt (Association for
Technology and Structures in Agriculture). Online European Feedstock Atlas basis
version. 2016. Disponível em: <http://daten.ktbl.de/euagrobiogasbasis>. Acesso em 23
nov. 2016.
METCALF & EDDY. Wastewater Engineering: Treatment and reuse. 4ª Ed. New
York, 2003.
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Strapasson, AB; Ferreira, D.; Durães, F.O.M; Giulianio, T.Q.; CASSINI, S. T. A.; Barbosa,
CMBM. Matérias-primas para geração de biocombustiveis. In: Carlos Augusto
Perlingeiro. (Org.). Biocombustiveis no Brasil: fundamentos, aplicações e perspectivas.
1ed. Rio de Janeiro: Synergia, 2014, v. 1, p. 49-81.
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