Texto Dramatico

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12ª Classe

Prof. Eduardo Carlos Rosa

Género dramático e suas espécies


A palavra “drama” vem do grego e significa “acção”, logo, é um acontecimento ou
situação com intensidade emocional, a qual pode ser representada. No sentido
literário, falar de drama é falar de teatro. Este género começou com a encenação
em cultos a divindades gregas.

O texto dramático é escrito para ser representado. Normalmente não tem


narrador e predomina o discurso na segunda pessoa (tu/vós). Além disso, o texto
dramático pressupõe o recurso à linguagem gestual, à sonoplastia e à luminotécnica.
É composto por dois tipos de texto:

1- Texto principal, que corresponde às falas dos atores. É composto por: Monólogo
– uma personagem, falando consigo mesma, expõe perante o público os seus
pensamentos e/ou sentimentos; Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;
Apartes – comentários de uma personagem para o público, pressupondo que não são
ouvidos pelas outras personagens.

2- Texto secundário (ou didascálicas, ou indicações cénicas) que se destina ao


leitor, ao encenador da peça ou aos atores.

O texto secundário é composto: pela listagem inicial das personagens; pela


indicação do nome das personagens no início de cada fala; pelas informações sobre
a estrutura externa da peça (divisão em actos, cenas ou quadros); pelas indicações
sobre o cenário e guarda-roupa das personagens; pelas indicações sobre a
movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos
que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras;

ESTRUTURA INTERNA E EXTERNA

Estrutura externa – o teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em actos,


correspondentes à mudança de cenários, e em cenas, equivalentes à mudança de
personagens em cena.

O teatro moderno, narrativo ou épico, põe de parte estas regras tradicionais de


divisão na estrutura externa.

Estrutura interna – uma peça de teatro divide-se em:

• Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção;

• Conflito – conjunto de peripécias que fazem a acção progredir;

• Desenlace – desfecho da acção dramática.

PERSONAGENS
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Classificação quanto à sua concepção: Personagens planas (ou personagens-tipo) –
não alteram o seu comportamento ao longo da acção.

Representam um grupo social, profissional ou psicológico;

Personagens modeladas (ou personagens redondas) – evoluem ao longo da acção, as


suas atitudes e comportamentos vão-se alterando e, por isso mesmo, podem
surpreender o espectador.

Classificação quanto ao relevo: protagonista ou personagem principal ou


personagens secundárias ou figurantes

Tipos de caracterização:

Directa – a partir dos elementos presentes nas didascálicas, da descrição de


aspectos físicos e psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras
da personagem sobre si própria.

Indirecta – a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o


espectador a tirar as suas próprias conclusões sobre as características das
personagens.

ESPAÇO

Espaço – o espaço cénico é caracterizado nas didascálicas, onde surgem indicações


sobre pormenores do cenário, efeitos de luz e som, entre outros. Coexistem
normalmente dois tipos de espaço: Espaço representado – constituído pelos
cenários onde se desenrola a acção e que equivalem ao espaço físico que se
pretende recriar em palco; Espaço aludido – corresponde às referências a outros
espaços que não o representado.

TEMPO

Tempo da representação – duração da acção, em palco; Tempo da acção ou da


história – o (s) ano (s) ou a época em que se desenrola o conflito dramático; Tempo
da escrita ou da produção da obra – altura em que o autor concebeu a peça.

INTENÇÕES DO AUTOR

Quando escreve uma peça de teatro, o dramaturgo pode ter uma intenção
Moralizadora (distinguir o Bem do Mal); Lúdica ou de evasão (entretenimento,
diversão, riso); Crítica em relação à sociedade do seu tempo; Didáctica (transmitir
um ensinamento.
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Pertencem ao género dramático os textos, em poesia, ou em prosa, destinados à
representação, no palco. O Elenco. (director, cenógrafo e actores) que representa
o texto, desempenha um papel fundamental.

O texto dramático não tem narração. E é constituído por:

o Réplicas: as falas dos actores. Estes encarnam as personagens que, através


do diálogo, vão pondo o público ou o leitor ao corrente da acção.
o Didascálicas: indicções cénicas fornecidas pelo autor com vista à
representação teatral (cenário, adereços, movimentos dos actores, luz, som,
etc.).
o Tempo: (pode ser tempo cénico e tempo da acção).
o Acção: é fundamental e não há acções secundárias.
o Actos: (normalmente três) e cenas (há uma nova cena, sempre entra ou são
uma personagem).

Dentre as características que perfazem tal modalidade estão: atores, que em


consonância com outros elementos, como, figurino, maquiagem, cenário, gestos,
reproduzem a história em forma de diálogos, divididos em actos e cenas;  e a acção
propriamente dita, retratada numa sequência linear, constituída pela exposição,
conflito, complicação, clímax e desfecho final.

Espécies do género dramático


Modalidades ou subgéneros dos géneros dramáticos

o Tragédia: é uma acção trágica, que provoca compaixão ao público, era


sempre escrita em verso.
o Comédia: é um facto inspirado na vida e no sentimento comum geralmente
cómico
o Tragicomédia: é a modalidade em que se misturam elementos trágicos e
cómicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
o Farsa: de carácter caricatural e ridículo, critica a sociedade e seus
costumes; baseia-se no lema latino “Ridendo castigat mores” (a rir se
castigam os costumes).
o Drama: surge no século XIX com o Romantismo narra uma acção trágica,
mas já escrita em vero.

O texto dramático não tem narrador, mas pode haver excepções quando se trata
por exemplo de algum teatro moderno de influência épica ou brechtiana palavra
derivada do nome de Bertolt Brecht dramaturgo alemão, que deu alma ao teatro
vanguardista.
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   Quadro sinóptico comparativo dos géneros literários   

Narrativo Dramático Lírico

Tem narrador e em geral refere-se à O emissor (actor) apresenta Há um sujeito poético, na 1ª


3ª pessoa. a acção ao receptor pessoa; com relevo do
ELE (A) (espectador). EU
EU - TU

Acentuada objectividade com Acentuada objectividade com Acentuada subjectividade


predomínio da linguagem denotativa. predomínio da linguagem com predomínio da linguagem
denotativa. conotativa.

Prevalece a função informativa mas Prevalecem as funções Prevalecem as funções


pode aparecer a emotiva e a poética. apelativas e informativa, pode poéticas e emotiva.
aparecer a emotiva (tragédia,
drama).

Há uma história que é narrada e A história é representada e O mundo é o do Eu - interior


refere-se em especial ao mundo refere-se em especial ao - com os sentimentos,
exterior, do não-eu. mundo exterior, do não-eu. pensamentos do sujeito
poético.

A descrição é frequente e minuciosa. As marcações do cenário e os Muito breves momentos


adereços têm valor descritivos.
descritivo.

Situa-se numa época histórica, o tempo Situa-se numa época Em geral sem ligação com
não é linear e é extenso. histórica, o tempo é o da uma época (anti-histórico)
representação - breve e
linear.

Destina-se à leitura. Destina-se à representação Destina-se à declamação e


leitura.

Quase só com recursos de língua. Recurso ao som, à luz… e não Só recorre à língua.
apenas à língua.

Predomínio da narração. Predomínio do diálogo, com Em geral anti-narrativa.


momentos de apartes e
monólogo.

Conto, novela, romance. Tragédia, comédia, drama, Ode, elegia, soneto canção.
farsa, auto…

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