Estudo Sobre Os Novos Materiais Usados em Bola de Futebol

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Breve estudo de uso de poliuretano

em bolas de futebol

Curso de Bacharelado em
Engenharia Mecânica

Disciplina de Introdução à Ciência


dos Materiais

Integrantes:, Bruno Leite, Júlia Marchiote, Laura Rodrigues, Matheus Gregorio,


Mateus Reynaldo, Samuel Sherman, Saulo de Társio

Cabo Frio, Dezembro de 2021


1. Introdução

O futebol é um dos esportes mais populares em todo o planeta, há mais de


um século. Os primeiros registros de atividade lúdica similar ao futebol datam de
mais de 2500 a.C em tumbas de faraós egípcios. Uma bola rudimentar que se
utilizava na época era composta de vísceras de animais. Na China, registros
datados de 200 a.C. indicam que um desporto chamado “Tsu Chu” era praticado
com um objeto esférico feito com bexigas de animais e recheada com pelos e penas.
Na Europa Medieval há registros de esportes em que os praticantes chutavam uma
bola, desde o século XIII. O esporte dito bretão, o “football”, com regras
estabelecidas e campeonatos organizados por clubes, foi criado na Inglaterra por
volta de 1830. As primeiras bolas usadas no “football” eram feitas de couro e a
câmara de ar era uma bexiga de boi. A primeira bola feita de borracha vulcanizada
foi patenteada por Charles Goodyear em 1836.

Com o passar dos anos o esporte foi se popularizando pelo mundo, atraindo
um grande números de praticantes. O futebol se profissionalizou, o esporte ganhou
um viés competitivo e surgiram demandas técnicas relacionadas com os padrões e
exigências cada vez mais rigorosas. As precárias bolas de couro se deformavam e
furavam com facilidade. Em jogos com chuva, as bolas ficam encharcadas e bem
pesadas. Nas décadas de 1960 e 1970 as bolas de couro eram impermeabilizadas.
O nível técnico do desporto exigia bolas fabricadas com material que as tornassem
mais leves e resistentes. Desta feita, o couro animal foi substituído por material
composto por polímeros.

O primeiro polímero utilizado foi o policloreto de vinila (PVC), também


conhecido como policloroeteno. A desvantagem deste material é que em baixas
temperaturas o PVC se tornava duro e quebradiço e em altas temperaturas o
material se tornava mole. O aprimoramento foi obtido com a substituição do PVC por
outro polímero, o poliuretano (PU). O uso do PU não está limitado ao futebol, se
estende a outros esportes, nas bolas, nos adereços e acessórios. Atualmente as
bolas de futebol utilizam o poliuretano e camadas de poliestireno.

O poliuretano (PU) é obtido pela adição de polimerização de poliisocianatos e


macropolióis que permitem o desenvolvimento de cadeias nas quais se destaca a
presença do grupo uretano. Os poliisocianatos são caracterizados pelo grupo
funcional isocianato (NCO) e macropolióis para o grupo hidroxila (OH).

O termo poliol abrange uma grande variedade de compostos contendo grupos


hidroxilas. Os mais utilizados são poliéteres, empregados na fabricação de fibras e
elastômeros de PU com alto desempenho. Entre diversas formas de poliol, podemos
destacar os polióis poliméricos que são utilizados em espumas flexíveis de alta
elasticidade, poliol na forma de polipropilenos glicóis utilizados como lubrificantes,
solventes e etc, e os polióis obtidos de óleos naturais como os polióis alifáticos e
poliésteres aromáticos. A Figura 1 mostra a estrutura química do poliuretano.

Figura 1 - Estrutura Química do poliuretano

Fonte: AMARAL (2012)


2. Objetivo e Justificativa

O objetivo deste trabalho é fazer um breve estudo sobre a aplicação do uso


de polímero poliuretano (PU) na fabricação de bolas de futebol e denotando as
propriedades mecânicas deste material.

O trabalho justifica-se por considerar que o desporto bretão desperta grande


interesse em multidões, gera atividades econômicas de grande vulto e é espaço
para inovações tecnológicas. O breve estudo da composição do material da bola, em
especial, do poliuretano, lança luz sobre a natureza do composto e suas
propriedades mecânicas.
3. Materiais e Métodos

O trabalho de pesquisa foi elaborado empregando o método de pesquisa


bibliográfica, com levantamento de produção de artigos, teses e dissertações que
serviram como base bibliográfica para a fundamentação teórica e escopo do tema
do trabalho. Nesta pesquisa utilizou-se a base de artigos, teses e dissertações da
CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do
Google Acadêmico. Foram buscadas na internet trabalhos acadêmicos utilizando as
palavras bola de futebol, polímeros e poliuretano. De posse desta coletânea
bibliográfica, foram selecionados os documentos que corroboram com o objetivo do
trabalho de pesquisa.
Em pesquisa realizada, foi dado como resultado o artigo desenvolvido por
Penna et. al. (2018). Onde aborda o histórico das bolas de futebol utilizadas em
todas as copas do mundo, descrevendo os materiais utilizados, as geometrias dos
gomos, suas inovações e propriedades mecânicas.
Em busca sequente, foi visto no trabalho do portal Museu do Futebol (S/A) a
descrição da primeira bola produzida inteiramente de material sintético (Poliuretano)
utilizada na copa do mundo de 1986.
Em Anpe (S/A) são abordadas as propriedades mecânicas do poliuretano.
Onde é observada uma análise gráfica destacando os potenciais do material.
O intuito de Mybest-Brazil (2021) exibiu um levantamento das melhores bolas
de futebol no de 2021, abordando as composições de cada uma.
4. Resultados

Foi possível observar no trabalho de Penna et al.(2018) que o material base


da composição da bola antes da copa de 1986 era o couro, sendo que a partir da
copa de 1986 passou-se a utilizar o poliuretano. Tendo em vista que o couro deixava
a bola mais pesada e apresentava características não benéficas para o jogo de
futebol, o poliuretano veio para amenizar esses fatores, deixando a bola mais leve e
com propriedades mais viáveis ao esporte.
Em Museu do Futebol (S/A) são descritas uma série de melhorias ao se
utilizar o poliuretano nas bolas de futebol. É mostrado que, foram obtidas melhorias
na estabilidade do formato da bola e em sua durabilidade, apresentou ser mais leve
e ter características de impermeabilidade. Também foi inovadora ao ganhar um
desenho estilizado em referência ao país anfitrião: a tríade foi baseada num mural
asteca. Essa bola recebeu o nome de Azteca e foi utilizada na Copa de 1986, no
México.
Em seu trabalho, Anpe (S/A) exibe as propriedades físicas e mecânicas do
poliuretano, indicando que é um material capaz de suportar grande resistência à
compressão. O autor também mostra algumas aplicações do material. O mais
interessante foi o gráfico feito pelo autor, onde ele relaciona a deformação em
função do tempo. A resistência à compressão observada no trabalho e o gráfico de
deformação mostram que o poliuretano possui características fundamentais para
composição de uma bola de futebol profissional.

Uma lista de bolas de futebol foi levantada por Mybest-Brazil (2021) onde
foram exibidas as características e composições de cada uma delas. A pesquisa
realiza a comparação entre sete bolas de modelos e marcas distintas, onde se
observa que em cinco delas, o poliuretano está presente em sua fabricação,
destacando a importância desse material no segmento.
5. Conclusão
Levando em conta a bibliografia pesquisada e usada de base para o trabalho
observou-se que a partir da década de 80 o material poliuretano passou a ser
amplamente usado na composição das bolas de futebol, devido as suas
características, como resistência a compressão, durabilidade, baixa densidade e
impermeabilidade, aspectos de extrema importância para a prática do esporte.
Bibliografia

Amaral, A. F. C. Dois lados da química nos esportes. Trabalho de Conclusão de


Curso (Licenciatura em Química). Instituto de Química. Universidade de Brasília
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