Monografia Fauzia 03.18.2022
Monografia Fauzia 03.18.2022
Monografia Fauzia 03.18.2022
FACULDADE DE CIÊNCIAS
Departamento de Matemática e Informática
Trabalho de Licenciatura em Ciências de Informação
Geográfica (CIG)
Tema:
Uso de técnicas de Sistemas de Informação Geográfica e Base de
Dados Espaciais na elaboração de um Projecto de Rede de
Abastecimento de Água
Estudo de Caso: Bairro de Laulane
EE - Estação Elevatória
1
SAAS – Sistemas de Abastecimento de Água
Lista de figuras
Lista de Esquemas
2
Índic
Introdução..........................................................................................................................5
1.1 Contextualização.....................................................................................................5
1.2 Objectivos..................................................................................................................6
1.2.1 Objectivo Geral....................................................................................................6
1.2.2 Objectivo Específicos...........................................................................................6
1.3 Justificativa..............................................................................................................6
1.4 Relevância do estudo...............................................................................................7
Revisão de literatura..........................................................................................................8
3.1 Sistema de abastecimento de água..........................................................................8
3.2 Balanço hídrico......................................................................................................11
3.3 Despesas de Exploração (DEX)............................................................................11
3.4 Dados comerciais..................................................................................................12
3.5 Perdas em sistemas de abastecimento de água......................................................14
3.6 Processamento de informações.............................................................................17
3.7 Aplicações de SIG em SAA..................................................................................18
3.8 Diferença entre SIG e CAD...................................................................................21
3.9 Softwares de SIG mais comuns.............................................................................23
3.10 Modelo de representação de dados em SIG........................................................26
3.10.1 Representação Vetorial.....................................................................................26
Materiais e Métodos........................................................................................................29
4.1 Materiais................................................................................................................29
4.2 Metodologia...........................................................................................................29
4.2.1 Preparação da Rede Geométrica.........................................................................30
4.2.2 Simulação de Rede.............................................................................................30
4.2.3 Fluxograma metodológico..................................................................................31
5. Referências Bibliográficas......................................................................................32
3
4
1
Introduçã
o
Neste capitulo serão apresentados alguns conceitos relacionados a Sistemas de Abastecimento de
água, Sistemas de Informação Geográfica, suas aplicações bem como apectos relacionados a uma
gestão sustentável de recursos hídricos.
1.1 Contextualização
Um Sistema de Abastecimento de Água (SAA) pode ser definido como o conjunto de tubulações,
equipamentos, obras civis e serviços destinados à produção e fornecimento de água às
comunidades, com fins de consumo doméstico, comercial e industrial (Morais e Trojan, 2011) e o
fornecimento de água de um Sistema de Abastecimento de Água pode ser descrito como o processo
que apresenta várias etapas, iniciando na captação da água superficial ou subterrânea, através de
bombas hidráulicas de sucção, situadas em Casa de Bombas ou Estação Elevatória (EE) (Tsutiya ,
2006).
Com o decorrer dos anos e os diversos avanços na área tecnológica, ocorreu o aprimoramento das
técnicas de posicionamento no globo, possibilitando eficiência e rapidez na coleta e processamento
de informações geográficas (Tuler e Saraiva, 2016).
É nesse contexto que surgem as Geotecnologias, que segundo Rosa (2005) são compostas por
soluções em hardware, software e peopleware que juntos constituem poderosas ferramentas que
ajudam na tomada de decisões. Dentre as geotecnologias podemos destacar o Sistema de
Informação Geográfica (SIG), Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto e o Sistema de
posicionamento GNSS (Global Navigation Satellite System).
A utilização dessas técnicas no gerenciamento e gestão dos serviços públicos permite aperfeiçoar a
tomada de decisão por parte dos gestores, como, por exemplo, auxiliar as companhias de
saneamento e abastecimento de água a manter o cadastro de redes de água actualizado, pois, suas
actividades compreendem a produção, distribuição, controle, análise e manutenção dos sistemas de
abastecimento urbano, bem como a coleta e tratamento desse recurso vital para as sociedades
(Camargo, 1997).
5
Desta forma, pretende-se neste trabalho, com recurso aos Sistemas de Informação Geografica (SIG)
e Base de dados Espaciais, modelar a rede de abastecimento de água do bairro de Laulane, na
província de Maputo, capital de Moçambique e gerir os seus dados no que concerne ao
armazenamento, manipulação e monitoramento dos dado.
1.2 Objectivos
Aplicar técnicas de geoprocessamento na modelação de uma base de dados espácias para a gestão
do sistema de abastecimento de água do bairro de Laulane.
Perguntas da pesquisa
1.3 Justificativa
Devido à crise hídrica actual, buscar meios para economizar e anular desperdícios de água, é de
suma importância, principalmente o desperdício com os rompimentos de redes como a de
fibrocimento, que representa uma perda significativa em relação às demais redes existentes no
bairro de Laulane.
Nos últimos anos tem se verificado uma perda significativa de água no Bairro de Laulane, por via
desta o presente trabalho procura arranjar soluções práticas e de fácil gestão para solucionar este
problema.
Tendo em vista estas variáveis, o objetivo da pesquisa é analisar a utilização das bases de dados
cadastrais na gestão e manutenção da rede de abastecimento de água do bairro de Laulane, expor os
problemas causados por este tipo de rede de distribuição e oferecer uma possível solução para os
decorrentes rompimentos advindos das redes de fibrocimento.
6
1.4 Relevância do estudo
O presente estudo tem relevância científica nas áreas dos Sistemas de Informação Geográfica e
Base de dados espaciais uma vez que irá contribuir em projetos futuros ligados a área de gestão de
Sistemas de abastecimento de água, este servirá como base para a elaboração dos mesmos.
O presente trabalho pode ajudar a sociedade civil ou até mesmo entidades como a Fundo de
Investimento a fazer uma melhor gestão dos recursos de água disponíveis, com vista a redução dos
gastos operacionais e materiais que podem existem caso um sistema como o que foi proposto no
trabalho não seja implementado.
7
3
Revisão de
literatura
Neste capítulo serão abordados temas referentes à SAAs, enfocando os problemas frequentemente
encontrados nos sistemas, além de algumas informações de SIG, possibilitando que haja suporte a
avaliação do desempenho das unidades dos SAAs.
Com o passar dos anos, o sistema de abastecimento de água foi aperfeiçoado pelos romanos
e gregos. Foi, no entanto, a partir da segunda metade do século XIX, com a revolução industrial,
que os sistemas de abastecimento de água de núcleos populacionais sofreram modificações
profundas. O crescimento demográfico urbano, conseqüência dessa revolução, determinou a
necessidade de se estabelecer infraestrutura que assegurasse o consumo, a distribuição e a
salubridade tanto da água potável quanto daquela destinada a usos industriais ou agrícolas (Abiko &
Heller, 2002).
Para a Fundação Nacional da Saúde (2004), os SAAs podem ser tipo individual e coletivo,
sendo o primeiro indicado para assentamentos de baixa densidade, como em áreas rurais e/ou áreas
ribeirinhas, que são muito comuns na região amazônica. Quando a comunidade cresce e a densidade
8
populacional aumenta, a solução coletiva passa a ser mais econômica e permanente para o
abastecimento de água.
9
Normalmente, a água captada do manancial é bombeada pela Estação Elevatória de Água
Bruta (EAB) para a adutora que termina na entrada da Estação de Tratamento de Água (ETA). Essa
unidade é utilizada para melhorar as características qualitativas da água em termos físico, químico,
bacteriológico e organoléptico, a fim torná-la apropriada para o consumo humano.
Á água tratada é bombeada sob as adutoras que alimentam os reservatórios dos setores de
distribuição de água. Esse é o ponto final da etapa de produção da água. Vale ressaltar que é preciso
controlar os volumes e as despesas para produzir, transportar e tratar a água nessa primeira etapa do
SAA.
De acordo com Barreto (2006), os reservatórios são essenciais para a operação dos SAAs, já
que permitem a paralisação do bombeamento de água no horário de pico de energia elétrica,
diminuindo sensivelmente os custos com energia elétrica. A EAT é destinada a bombear a água
tratada até os reservatórios elevados, quando, então, a água é encaminhada para a rede de
distribuição.
Para que o SAA não traga prejuízos, é necessário o controle do desempenho de todas as suas
unidades, ou seja, o monitoramento do volume de água na entrada e na saída do SAA, as despesas
de exploração e os dados comerciais são essenciais para o equilíbrio do sistema. Para isso, a
empresa precisa realizar o balanço hídrico; a avaliação das despesas de exploração; e a constante
atualização dos dados comerciais.
10
Para isso, é necessário que a infraestrutura existente seja adequadas, que os recursos naturais
disponíveis sejam racionalmente utilizados e que este conjunto seja gerido com eficácia e
sustentabilidade.
Além disso, para a eficiência na gestão de SAAs, as concessionárias devem procurar adotar
continuamente medidas que minimizem o consumo dos recursos naturais (água e energia),
financeiros, técnicos e humanos disponíveis para a obtenção dos seus objetivos.
Para Tsutiya (2006), o balanço hídrico de um sistema de abastecimento de água é uma forma
estruturada de avaliar os componentes dos fluxos e usos da água no sistema e seus valores absolutos
e relativos. O autor também ressalta que o balanço hídrico é uma importante metodologia de uso na
gestão de SAAs, pois daí podem ser gerados diversos indicadores de desempenho para o
acompanhamento das ações técnicas, operacionais e empresariais.
O SAA ideal apresenta volume de água que entra igual ao volume consumido. Entretanto,
essa situação não é observada na prática, pois ocorrem perdas no próprio sistema (lavagem de
adutoras, filtros, decantadores etc.), vazamentos, uso indevido (ligações clandestinas, ligações sem
hidrômetro etc.). Portanto, o balanço hídrico é importante ferramenta para determinar o volume de
água que não atinge os consumidores finais.
11
De acordo com o balanço hídrico é instrumento indispensável na avaliação das perdas de
água. Porém, requer medições ou estimativas criteriosas em cada ponto de controle definido no
sistema (Machado e Fernandes, 2009).
O cálculo do balanço hídrico pode demandar estimativas dos volumes de água em cada
ponto de controle, ou seja, a medição da água captada, produzida, aduzida e armazenada (incluindo
os importados e exportados) e entradas ou saídas em cada setor de distribuição ou zona de medição.
Assim, é possível verificar perdas nas unidades dos SAAs como vazamentos, rupturas de tubulações
e extravasamentos nos reservatórios.
Em relação às despesas com energia elétrica, que também tendem a ser bastante
significativas, a redução do consumo de energia elétrica, além do controle de perdas reais, é
essencial, já que existe uma interação significativa entre essas medidas; pois se houver menos
perdas físicas, o volume de água a bombear é menor, reduzindo assim o consumo energético; e se
reduzir a pressão na rede para redução de perdas de água, e a esta redução corresponderem menores
alturas manométricas, também se reduzem simultaneamente os consumos energéticos. Por outro
lado, a eficiência na seleção, na manutenção e na operação de equipamentos de elevação também
podem ser significativas para redução de despesas de exploração (Alegre et al, 2005).
As despesas com produtos químicos em ETAs estão diretamente ligadas ao bom índice de
qualidade da água distribuída. Em ETAs que não utilizam produtos químicos excessivamente e
ainda operam adequadamente, os índices de desenpenho são maiores. Já outros SAAs, apesar do
alto consumo de produtos químicos, não conseguem atingir uma qualidade de água distribuída
elevada, demonstrando que a baixa qualidade da água bruta captada apresenta grande influência na
qualidade da água distribuída, não obstante o maior consumo de produtos químicos (Leite e
Andreoli, 2005).
Os dados comerciais estão diretamente ligados às perdas por faturamento. De acordo com o
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a perda por faturamento é resultado da
relação entre os volumes faturados e os disponibilizados para distribuição. Esses valores são obtidos
na forma de indicadores percentuais (Brasil, 2007).
12
adulterados etc. Uma das maneiras de avaliar as perdas comerciais é relacionando o volume de água
que entra no sistema com os volumes de água faturada e não faturada, conforme exemplificado no
Quadro 1, ou seja, é preciso compatibilizar os dados do balanço hídrico com os dados comerciais,
para avaliar o desempenho do SAA.
Consumo Consumo
autorizado faturado
Consumo
faturado medido(+água
autorizado
exportada ) Água Faturada
Consumo não
medido
Consumo não
facturado não
medido
autorizado faturada
(Perdas
Erros de medição
Perdas de água comerciais)
Fugas na adução
e/ou distribuição
Perdas reais
Fugas e
13
extravasamentos
nos reservatórios
de adução e/ou
distribuição
Além dos dados já mencionados, podem ser utilizados no controle de perdas comerciais: - o
número de ligações (ativas e inativas); - o número de economias (ativas e inativas); - o número de
ligações (hidrometradas e não hidrometradas);
As perdas de água nos Sistemas de Abastecimento podem ser consideradas reais ou físicas e
aparentes ou não-físicas. As perdas reais correspondem ao volume que não chega ao consumidor,
proveniente de vazamentos e rompimentos (superficiais ou subterrâneos) em redes e ramais ou,
ainda, de vazamentos e extravasamentos em reservatórios, lavagens de filtros e decantadores, falta
ou ineficiência na operação/manutenção de equipamentos.
As perdas por vazamentos podem ocorrer na captação, na adução de água bruta, no tratamento, na
reservação, na adução de água tratada e na distribuição, conforme representado no Esquema 2. A
lavagem de filtros e descargas na rede quando provocam consumos superiores ao estritamente
necessário para operação, também são considerados vazamentos (Brasil, 2006).
14
Esquemas 2– Perdas em Sistema de Abastecimento de Água
As perdas aparentes consistem nos volumes consumidos, mas não contabilizados, decorrentes de
fraudes, falhas de cadastro, ligações clandestinas, ou na imprecisão dos equipamentos dos sistemas
de macromedição e micromedição (Lambert & Wirner, 2000).
As perdas em sistemas de abastecimento são comuns em todos os SAAs, sendo uma das
principais fontes de ineficiência das entidades gestoras de abastecimento de água (Brasil, 2004).
Para reverter esse quadro é necessária a conscientização do problema, o conhecimento de técnicas e
o envolvimento de todos os profissionais da concessionária de saneamento.
15
Tsutiya (2001) observa que para reduzir o custo de energia elétrica em um sistema de
abastecimento de água há necessidade da implementação de algumas ações, como o diagnóstico do
SAA existente, com a identificação dos pontos de uso excessivo de energia; e ações administrativas,
objetivando a redução de custos.
Para Heller e Pádua (2006), as perdas nas unidades de produção (captação, estação
elevatória, adutora de água bruta e ETAs) também enquadram-se no grupo de perdas reais. Na
Tabela 2 são descritos os valores apresentados por Lambert (2001) referentes ao Índice de Águas
Não Faturadas (ANF) em alguns países.
As perdas reais na captação podem ocorrer devido ao excesso de água utilizada na limpeza
geral, incluindo o poço de sucção, sendo geralmente pequena e função das características
hidráulicas do projeto e da qualidade da água bruta (Brasil, 2004).
Para Tsutiya (2006), em cada fase do SAA há condições específicas que podem destacar um
ou outro tipo de perda. Na adução, quando são utilizadas adutoras de aço, é provável que as perdas
físicas sejam insignificantes em relação às perdas aparentes. Além dos vazame ntos, também
16
podem ocorrer perdas na adução de água devido às descargas excessivas realizadas para facilitar
reparos ou limpeza na tubulação.
17
sentido, a prática de controle, planejamento e tomada de decisão com base nos indicadores de
desempenho deve ser bem aceita, e mesmo corriqueira, em empresas de saneamento.
De acordo com Santos (2009), a finalidade dos indicadores é fornecer informações que
permitam auxiliar os gerenciadores e administradores na elaboração do planejamento e tomada de
decisão.
Georreferenciar um dado, seja ele mapa ou imagem, significa tomar conhecimento dos
pontos de suas coordenadas geográficas em um dado sistema de referência. A obtenção desses
dados pode ser feita em campo a partir de levantamento topográfico e Global Positioning System
(GPS), ou ainda por meio de softwares digitalizadores e imagens ou mapas (em papel ou
digitalizados) já referenciados (SANTOS, 2008a).
18
3.7 Aplicações de SIG em SAA
O SIG pode ser aplicado no planejamento e cadastro urbano, com a finalidade de armazenar
e relacionar as informações cartográficas e descritivas do espaço urbano, como infraestrutura,
características da população e limites do SAAs. O uso desse sistema permite a manutenção
preventiva do SAA, evitando ou reduzindo gastos com manutenção e compra de equipamentos e
diminuindo as perdas de água.
Segundo Santos (2008), a falta de controle operacional nos SAAs dificulta o conhecimento
do volume perdido e o controle do sistema, fazendo-se necessária a implantação de um sistema para
gerenciamento do SAA, no qual seja possível a espacialização e a visualização dos dados tabulares
e cartográficos. Nesse sentido, o SIG surge como uma poderosa ferramenta de gestão, podendo ser
usada para diversos outros fins no SAA, auxiliando na redução de perdas e no monitoramento do
sistema.
Santos (2008) observa que, para o controle de perdas em rede de distribuição de água
utilizando SIG, é fundamental a organização das informações, tanto as referentes à cartografia da
área que se deseja monitorar, quanto os dados necessários para a realização de tal monitoramento,
isto é, informações cartográficas e dados e informações técnicas.
19
Esquemas 3– Integração do SIG com todos os níveis de negócio da empresa de saneamento
Fonte: Ridolpho et al. (2009).
Mühlhofer e Silva (2009) utilizaram geoprocessamento na manutenção preventiva em redes
de água e esgoto, proporcionando facilidade no impedimento de transtornos aos usuários do
sistema, melhorando a prestação de serviços, tornando o processo de manutenção mais ágil e
reduzindo o índice de perdas no sistema. Os autores ressaltam a importância da manutenção
preventiva, uma vez que dados pré-existentes sobre execução de serviços de manutenção corretiva
em redes de distribuição de água e em redes coletoras de esgoto sanitário estão disponíveis para
subsidiar processos de gestão de manutenção preventiva nessas redes.
Embora o SIG seja uma ferramenta útil aos gestores de sistemas de saneamento, sua
implantação efetiva requer cuidadoso planejamento, para evitar prejuízos e deficiência nos
benefícios. Alguns requisitos são necessários para a implantação satisfatória do SIG, por exemplo,
20
pessoal técnico qualificado, recursos financeiros para a aquisição de plantas, mapas e imagens.
Além da contratação de consultores especializados para suporte e manutenção do sistema,
treinamentos de funcionários etc.
Assim, o passo inicial para uso do SIG é o conhecimento da informação, ou seja, saber o que
é SIG, qual sua utilidade, qual resultado deseja obter, e quais os custos que a empresa está disposta
a ter. Após a etapa da informação, é necessário que haja a definição do local e abrangência do
sistema; feito isso, é essencial que seja definida a coordenação do projeto de SIG e a contratação de
terceiros, para auxiliar na implantação do projeto.
Após essas definições, inicia-se a etapa de Ação do projeto, que envolve a aquisição de
softwares, hardwares e de bases cartográficas atualizadas, o treinamento de pessoal, a definição dos
dados do sistema de saneamento que se deseja relacionar de forma espacial, o que depende do
interesse e objetivos do usuário, e por fim, o georreferenciamento dos dados técnicos e das bases
cartográficas da área, para então proceder a análise dos resultados. No Fluxograma 1 é mostrado o
passo a passo para implantação de SIG.
21
Fluxograma 1 – Metodologia para implantação de SIG
Os termos SIG e CAD são comumente utilizados para descrever dados espaciais. Porém, são
muito confundidos. Assim, é necessário esclarecer a diferença entre essas duas ferramentas.
22
Figure 1– Exemplo de projeto de rede coletora de esgoto sanitário em CAD
Fonte: Universidade Federal do Pará (2009).
Para Korte (1994), CAD é uma tecnologia ou mapeamento assistido por computador, para a
produção de mapas como substituição ao processo cartográfico tradicional. Os dados são
organizados em camadas (layers), empregados para organizar as feições do mapa por temas. Pode
reduzir bastante o tempo de produção de mapas e possibilitar economias de recursos financeiros
quando comparado aos processos cartográficos tradicionais. Entretanto, não é um sistema muito
adequado para realizar análises; as relações espaciais não são definidas na estrutura de dados,
requerendo processamentos especiais para a inspeção de tais relações, o que torna demorada a
resposta a perguntas complexas.
Por sua vez, o SIG é uma das tecnologias do geoprocessamento capazes de capturar,
armazenar, consultar, manipular, analisar, exibir e imprimir dados referenciados espacialmente
sobre/sob a superfície da Terra (Santos, 2008).
Uma das vantagens dos SIGs é a de manipular dados gráficos e não gráficos de forma
integrada, provendo uma forma consistente para análise e consulta envolvendo dados geográficos.
O SIG utiliza estrutura de dados diferenciada, empregando nós, linhas e polígonos. Por
permitir acesso a ambos os dados (espaciais e atributos), ao mesmo tempo, o SIG possibilita buscar
o dado atributo e relacioná-lo com o dado espacial e vice-versa.
Os SIGs são uma forma eficaz de interligar esses dados a uma base espacial. Tais sistemas
permitem, não somente relacionar dados de caráter geográfico (espacial) a dados alfanuméricos,
23
como também atualizar estes dados de maneira simples por meio de interface gráfica amigável
(FERREIRA, 2005).
Para DeMers (2003), o SIG está mudando a maneira como os mapas são tratados, como as
informações geográficas são pensadas e até mesmo a maneira como os dados geográficos são
coletados e compilados, tornando comuns tarefas que eram impossíveis com mapas tradicionais.
Korte (1994) define SIG como o mais recomendado para a análise de dados geográficos;
difere do CAD por definir as relações espaciais entre todos os elementos dos dados.
O SIG pode ser aplicado no planejamento urbano, análise de dados ambientais, na gestão de
sistemas de saneamento etc., conforme exemplificado na Figura 2.
Existem diversos tipos de softwares de SIG, alguns pagos como o Arcgis 10.x e o Arcview
3.x, e outros gratuitos como Spring.
O ArcGis Desktop é o software pago mais comum, onde são comercializados os sistemas ArcInfo,
ArcEditor e ArcView, que compartilham um mesmo núcleo e um número de funções que varia da
versão mais completa (ArcInfo) até a mais simples, cada um deles é composto por três aplicativos
diferentes: o ArcMap, ArcCatalog e ArcToolbox (Costa, 2008), abaixo mencionados:
25
Figure 2– Conjunto de camadas de informações sobre uma determinada região
Fonte: Foote e Lynch (2009).
Cada camada foi cuidadosamente sobreposta de forma que toda localização é precisamente
ajustada às localizações correspondentes em todos os outros mapas.
Uma vez que estes mapas foram cuidadosamente referenciados dentro de um mesmo sistema
de coordenadas, as informações exibidas nas diferentes camadas podem ser comparadas e
analisadas em combinação, podendo, por exemplo, ser analisadas conjuntamente:
Paralelo a isso, localizações ou áreas podem ser separadas de localizações ou áreas vizinhas,
como representado no Figura 2.
26
Figure 3 – Camadas de informação associadas a uma única localização.
Fonte: Foote e Lynch (2009).
Em alguns casos, o pesquisador pode considerar relações entre camadas específicas. Além
disso, as informações relativas a duas ou mais camadas podem ser combinadas, gerando uma nova
camada a ser utilizada em análises subseqüentes. Este processo de combinar e transformar dados de
camadas diferentes, representado na figura 3, é chamado de álgebra de mapas, pois envolve soma e
subtração de informação.
Em um SIG é possível processar dados do tipo linhas, polígonos e pontos, além de arquivos
do tipo imagens. A representação geométrica do tipo linha, polígono e ponto é chamada de
representação vetorial; e a do tipo imagem são chamadas representação matricial (Raster).
27
Um modelo topológico de dados vetoriais enquadra-se bem nas análises de conectividade e
de adjacência espacial; estes dados vetoriais definem polígonos, objetos e outras entidades
complexas, que podem ser manipuladas ou mostradas graficamente tomando por base os seus
atributos. As redes de transporte geralmente são representadas por modelos vetoriais.
De acordo com Pontífice Universidade Católica (2007), esse sistema divide o espaço em
elementos discretos, consistindo de uma matriz de células homogêneas (geralmente quadradas),
obtidas a partir de uma malha com linhas horizontais e verticais espaçadas regularmente, conforme
exemplificado na figura 5.
28
Figure 6 – Exemplo de representação matricial
Fonte: Universidade Federal Fluminense (2009).
A área de cada célula define a resolução espacial, onde quanto maior o tamanho da célula,
menor a precisão da informação, e, quanto menor a célula, maior a base de dados resultante, pois a
suposição é que em algum lugar dentro dessa célula de grade será encontrado o objeto ponto
(tibúrcio, 2006).
Uma célula individual em uma imagem matricial é denominada de “pixel- picture element”.
O pixel pode ser definido como um elemento gráfico bidimensional que apresenta o menor
elemento indivisível de uma imagem, ou seja, cada pixel representa uma área no terreno, definindo
a resolução espacial.
29
4
Materiais e Métodos
Este capitulo tem como objectivo apresentar o material e a metodologia que foi empregada para a
realização deste trabalho e são descritas as etapas para a realização desde actividades em campo até
o gabinete, incluindo todos os equipamentos e os softwares que foram usados para alcançar os
objectivos deste trabalho.
4.1 Materiais
Para alcançar os resultados pretendidos, neste trabalho será feita uma recolha dos dados e
criação dos dados de simulação necessários para o resultado pretendido. Os dados geográficos serão
fornecidos pelo centro Nacional de Cartografia e Teledeteção de Moçambique, serão usados dados
referentes a rede de abastecimento de água do bairro de laulane fornecidos pela FIPAG.
30
4.2 Metodologia
A metodologia que vai ser usada neste trabalho foi proposta por LONGLEY et al. (2013)
que consise na Revisão Bibliográfica dos principais tópicos sobre sistema de abastecimento de
água, as diversas aplicações dos SIG e a integração dessas informações por meio de uma Base de
dados. Após a revisão bibliográfica procedera a aquisição de dados que será realizada através da
aquisição das bases cartográficas existentes da área de estudo, e de dados referentes aos logradouros
de maior ocorrência no bairro Laulane. Posteriormente, será realizada a análise do cadastro
existente. Com esses dados será possível identificar principais peças hidráulicas existentes. Após a
identificação será realizado o rastreamento das peças, onde os dados colectados serão processados e
cadastrados em uma base de dados na plataforma PgAdmin.
Com a criação da base de dados relacional e com a importação das feições de linhas com as
redes e os pontos, representando as junções e peças respectivamente, a etapa seguinte será utilizar o
Network Dataset presente no ArcCatalog, que serve para a construção de redes em SIG. Neste caso
denominou-se a rede criada por “Rede_Laulane”.
31
4.2.2 Simulação de Rede
32
4.2.3 Fluxograma metodológico
33
5. Referências Bibliográficas
1. ABRAHÃO, N. C.; FRANCO, S. C. C. S. de; ISHMITZU, Luciana Kanashiro. Otimização dos
processos de manobra com apoio de tecnologia SIG – sistema de informações geográficas. In:
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 25, 2009, Recife. Anais... Recife:
ABES, 2009. 1 CD-ROM.
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Ferreira. Urbanismo: história e desenvolvimento. São Paulo: Escola Politécnica da USP.
Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1995.
3. ALEGRE, H. et al. Indicadores de desempenho para serviços de abastecimento de água.
Laboratório Nacional de Engenharia Civil e Instituto Regulador de Águas e Resíduos. [s. l: s. n],
Séries Guias Técnicos, n. 1. 2004.
4. ALEGRE, Helena. Indicadores de desempenho de sistemas de abastecimento de água. Trabalho
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Modernização do Setor Saneamento. Sistema Nacional de Informações 127 sobre Saneamento:
diagnóstico dos serviços de água e esgotos. Brasília, 2007. 1 CD ROM.
8. BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental; Instituto
Brasileiro de Administração Municipal. Curso de capacitação à distância em gestão eficiente de
água e energia elétrica em saneamento. Rio de Janeiro, 2006.
9. BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Programa de
Modernização do Setor Saneamento. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento:
diagnóstico dos serviços de água e esgotos. Brasília, 2005. 1 CD ROM.
10. BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento. Programa Nacional
de Combate ao Desperdício de Água: documento técnico de apoio: DTA A2. Indicadores de
perdas nos sistemas de abastecimento de água. Brasília, 2004.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D82587.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009.
34
12. CAMARGO, Marcos Ubirajara de Carvalho. Sistema de informações geográficas como
instrumento de gestão e saneamento. Rio de Janeiro: ABES, 1997.
13. CÂMARA, G.; BARBOSA, C. C. F.; DAVIS, C. Conceitos Básicos em Geoprocessamento.
Fundamentos de Geoprocessamento, n. 1995, p. 34, 2005.
14. CAMARGO, M. U. . Sistema de Informações Geográficas (SIG) como Instrumento de
Gestão e Saneamento. 1. ed. Rio de Janeiro: ABES, 1997.
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