Analítica A - Apostila Lab

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 27

Departamento de Química

QUI 1722 Laboratório de Química Analítica A

Professora:
Tatiana Dillenburg Saint’Pierre
[email protected]

Ementa: Compatível com a disciplina QUI1721 Química Analítica A.

Programa: Práticas envolvendo química analítica qualitativa e quantitativa.


Qualitativa: Segurança no laboratório, EPIs, vidrarias, limpeza do material, consumo de
reagentes, descarte de rejeitos, aquecimento de soluções, análise química, escalas de trabalho,
separação e identificação de cátions dos grupos I, II e III.
Quantitativa: Calibração de vidraria, cálculos estequiométricos, erros, exatidão e precisão,
expressão de resultados, média e desvio-padrão. Gravimetria. Titrimetria.

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Tópicos:
Marcha analítica:
Separação e identificação do grupo I.
Separação e identificação do grupo II.
Separação e identificação do grupo III.
Calibração de vidraria.
Gravimetria: determinação de Ni em aço.
Titulação ácido-base: padronização do ácido + aplicação: alcalinidade da água.
Titulação ácido-base: padronização da base + aplicação: acidez do leite.
Titulação de precipitação: cloreto em água do mar pelo método de Mohr.
Titulação de complexação: Ca + Mg em água mineral com EDTA.

Avaliação:
Serão feitos relatórios e testes durante o semestre, conforme programa apresentado no início do
semestre.
Faltas só serão abonadas se justificadas no DAR.
Falta não justificada = zero no respectivo relatório e teste.

Bibliografia:
KING, E. J. Ionic reactions and separations: experiments in qualitative analysis. New York:
Harcourt Brace Jovanovich, 1973.
SLOWINSKI, E. J., MASTERTON, W. L. Qualitative analysis and the properties of ions in
aqueous solution. 2nd ed. Philadelphia: Saunders College Publishing, 1990.
ALEKSEEV, V. N. Analyse qualitative. 4. ed. Moscou: MIR, 1980.
HARRIS, D. C. Quantitative chemical analysis. 6th ed. New York: W. H. Freeman, 2003.
SKOOG, D. A. Fundamentals of analytical chemistry. 8th ed. Belmont, Cal.: Thompson, 2004.
SKOOG, D. A., WEST, D. M. Fundamentos de química analítica. Barcelona: Reverté, 1974.
VOGEL. Análise química quantitativa. Rio de Janeiro, LTC editora.
HAGE, D. S., CARR, J. D. Química analítica e análise quantitativa. São Paulo, Ed. Pearson.
Site de busca de artigos científicos: www.webofknowledge.com e www.sciencedirect.com

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA
Os componentes de uma amostra podem ser qualitativamente identificados através de uma série
de testes químicos. Para tanto, os principais cátions foram divididos em grupos de acordo com
propriedades químicas semelhantes. Assim, partindo de uma amostra desconhecida, a mesma deve ser
dissolvida apropriadamente para ser convertida em uma solução. A partir da solução da amostra, que
contém os principais cátions, estes podem ser identificados pela precipitação e separação dos grupos e
posterior identificação de cada cátion com reações químicas específicas.
O que será feito nessa parte inicial da disciplina é a separação e identificação dos cátions dos
grupos I, II e III. Cada grupo é separado da solução por precipitação com reagente específico. A
separação dos grupos deve ser feita na ordem, ou seja, só pode ser precipitado o grupo II depois de
separado o grupo I da solução inicial, senão os cátions do grupo I irão interferir na identificação dos
cátions dos grupos seguintes.
A separação de cada grupo é feita pela adição de um reagente precipitante específico. Feita a
precipitação dos cátions do grupo, estes devem ser separados do restante da solução, por centrifugação.
Atenção para o uso da centrífuga: ao colocar o tubo de ensaio para centrifugar, sempre colocar
outro, com volume de solução aproximadamente igual, para contrabalancear a centrífuga. Caso
contrário, além de poder danificar a mesma, a solução poderá ser jogada para fora do tubo,
prejudicando a análise. A centrífuga deve ser ligada e a velocidade de giro aumentada gradualmente,
ou seja, só aumente uma unidade de velocidade por vez, depois que a centrífuga alcançou a velocidade
anterior e não ultrapasse a velocidade 5. O desligamento pode ser mais rápido.
Deve-se garantir que a precipitação do grupo seja completa, adicionando mais 1 ou 2 gotas do
reagente precipitante à solução sobrenadante, depois de centrifugada, observando se há formação de
mais precipitado e centrifugando novamente. O precipitado formado, depois de separado da solução
sobrenadante, deve ser lavado para eliminar ao máximo o que sobrou da solução precipitante e dos
cátions de outros grupos, para que estes não causem interferência na identificação dos cátions do grupo
precipitado. A lavagem é feita adicionando uma solução de lavagem (pode ser simplesmente água),
misturando, centrifugando e separando a solução resultante do precipitado. Essa solução pode ser
descartada ou adicionada à solução dos cátions do grupo solúvel, conforme indicado no roteiro. O
precipitado, depois de separado da solução sobrenadante e lavado, será redissolvido e os cátions
identificados por reações específicas de cada cátion. A solução resultante é guardada para posterior
precipitação e identificação dos cátions dos grupos subsequentes.
Atenção para contaminações: cada grupo receberá 2 copos de béquer na bancada e um conjunto de
pipetas de Pasteur. Coloque água destilada nos 2 copos para lavar as pipetas. Um será para a 1ª
lavagem e o outro para a 2ª lavagem. Mantenha as pipetas limpas dentro do 2º copo de béquer.

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
GRUPO I: Grupo do ácido clorídrico: Ag+, Hg22+, Pb2+

1- Propriedades dos íons:


Os íons deste grupo analítico são precipitados como cloretos insolúveis pela adição de um leve
excesso de ácido clorídrico.
Apresentam comportamento bastante diversificado devido às diferentes estruturas eletrônicas. Os
íons Ag+ e Pb 2+ apresentam configurações eletrônicas estáveis que não são excitadas pela radiação de
luz visível de baixa energia; logo, esses íons e seus compostos, como AgCl e Pb(NO3)2, são incolores.
O íon mercúrio monoatômico (I), Hg+, se existisse, teria um elétron de valência desemparelhado no
orbital 6s. Um íon mais estável é obtido emparelhando os elétrons de valência de dois íons, resultando
em: +Hg : Hg+ ou Hg22+. Esta configuração eletrônica estável também corresponde ao íon e a seus
compostos em solução incolores, como Hg2Cl2.

2- Precipitação do grupo I:
O grupo I é separado por precipitação com cloreto em meio ácido. O meio deve ser
suficientemente ácido para impedir a precipitação dos oxicloretos de bismuto e antimônio (grupo II).

Adicionar excesso de HCl:


[Ag+] [Cl-] = Kps É desejável um leve excesso de ácido clorídrico para manter as menores
concentrações possíveis dos três cátions em solução.

Deve-se evitar um grande excesso de HCl, devido à formação de complexos de cloro fracamente
dissociados:

Pb2+ (aq) + 2Cl- (aq) ⇌ PbCl2 (s)


PbCl2 (s) + Cl- (aq) ⇌ PbCl3- (aq)

Ag+ (aq) + Cl- (aq) ⇌ AgCl (s)


AgCl (s) + Cl- (aq) ⇌ AgCl2- (aq)

Hg22+ + 2Cl- (aq) ⇌ Hg2Cl2 (s)


Hg2Cl2 (s) + 6Cl- (aq) ⇌ 2HgCl42- (aq)

Nota: O Pb2+, por ser o mais solúvel, não precipita completamente e será encontrado também na
solução resultante da separação, que contém cátions dos outros grupos. O Pb que não precipitou
com cloreto será precitado junto com o grupo II.

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
3- Separação e identificação dos íons
Tratamento do ppt com água quente:
Δ
O PbCl2(s) é solúvel em água quente: PbCl2(s) → Pb 2+ (aq) + 2Cl¯ (aq)

O cloreto de chumbo solubilizado em água quente ou mesmo como precipitado em meio frio, é
facilmente convertido a cromato de chumbo, menos solúvel, um precipitado amarelo:

PbCl2(s) + CrO42- → PbCrO4 (s) + 2Cl- precipitado amarelo

Tratamento do ppt com amônia:


O precipitado residual da extração com água quente pode ser AgCl ou Hg2Cl2 ou a mistura dos
dois. Eles diferem em sua reação com amônia, então este reagente pode ser usado para separá-los.
Cloreto de prata é dissolvido para gerar o cátion complexo diamin prata, fracamente dissociado:
AgCl (s) → Solúvel em NH3
AgCl (s) + 2NH3 (aq) → Ag(NH3)2+ (aq) + Cl- (aq)
Quando a solução do complexo é acidificada com ácido nítrico, a amônia é convertida a íon amônio, o
qual não reage com íon prata, e o cloreto de prata reprecipita:

Ag(NH3)2+ ⇌ Ag+ + 2NH3


2NH3 + 2H+ → 2NH4+
Ag+ + Cl¯ → AgCl (s)
______________________________________________________
Ag(NH3)2+ + Cl¯ + 2H+ → AgCl (s) + 2NH4+ precipitado branco

Identificação do ppt que não dissolveu com água quente ou com amônia:
Hg2Cl2 (s) → tratado com NH3
Parte do mercúrio (I) é reduzido a mercúrio livre, negro e finamente dividido:
Hg2Cl2 (s) + 2e- → 2Hg (l) + 2Cl-
E a outra parte do mercúrio (I), é oxidado a cloreto amido de mercúrio (II):
4NH3 + Hg2Cl2 (s) → 2HgNH2Cl (s) + 2NH4+ + 2e-
______________________________________________________
4NH3 + 2Hg2Cl2 → 2Hg (l) + 2HgNH2Cl (s) + 2Cl¯ + 2NH4+

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
ANÁLISE SISTEMÁTICA DE CÁTIONS DO GRUPO I

Em um tubo de centrífuga, adicione 2 gotas de cada solução dos cátions do grupo (solução
analítica) e, em outro tubo, 10 gotas da solução problema (amostra). Faça o procedimento descrito a
seguir, paralelamente com os 2 tubos de centrífuga:
Adicione 1 gota de HCl 6 mol L-1 e agite. Um precipitado (ppt) deve se formar, centrifugue.
Coloque os 2 tubos na centrífuga, em posições opostas para contrabalanço. Centrifugue. Sem agitar,
adicione mais 1 gota de HCl para testar a precipitação. Se você perceber que houve formação de mais
ppt, continue adicionando HCl até não perceber formação de mais ppt, mas evite adicionar excesso de
HCl. Agite por 1 a 2 minutos para dar tempo para a precipitação lenta do PbCl2. Centrifugue. Transfira
a solução com uma pipeta conta-gotas para outro tubo e cheque de novo a precipitação, adicionando
mais 1 gota de HCl na solução. Se ainda formar mais ppt, centrifugue, transfira o líquido sobrenadante
para outro tubo (solução 1.1) e junte os precipitados formados. Esse ppt (precipitado 1.1) deve ser
lavado e usado para a identificação dos cátions do grupo 1. Para lavar o ppt, prepare uma solução de
HCl diluído (1:9) em outro tubo. Adicione 3 gotas dessa solução ao ppt, misture bem, centrifugue
novamente e descarte o líquido sobrenadante. Repita a lavagem.

Solução 1.1: Pode conter íons de grupos posteriores, incluindo Pb2+, H+ e Cl-. Nesse caso, guardar para
precipitação e identificação dos cátions dos grupos II e III. Senão, descartar.

Precipitado 1.1: pode conter AgCl, Hg2Cl2 e PbCl2. Adicione cerca de 5 gotas de água destilada e
aqueça em banho-maria, agitando ocasionalmente com bastão de vidro por pelo menos 5 minutos, para
dissolver o PbCl2. Centrifugue e separe a solução do ppt (precipitado 1.2) rapidamente enquanto ainda
quente. Transfira a solução (solução 1.2) para um micro tubo de ensaio.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Solução 1.2: contém Pb 2+, PbCl+, Cl-. Adicione 1 gota de ácido acético 6 mol L-1 e 3 gotas de solução
de K2CrO4. A formação de precipitado amarelo (PbCrO4) indica a presença de Pb.

Precipitado 1.2: AgCl, Hg2Cl2, (pode conter também PbCl2). Se foi encontrado Pb na solução 1.2,
pode ainda ter Pb, que não dissolveu, no ppt. Repita a extração do Pb do ppt com água quente
(procedimento descrito no precipitado 1.1) até que não seja mais observada formação de precipitado
com ácido acético e K2CrO4 (procedimento descrito em solução 1.2) na solução de lavagem.
Ao precipitado 1.2, depois de garantir que não tenha mais Pb, adicione 6 gotas de NH3 15 mol L-1
(na capela). Use um bastão para misturar bem e favorecer a solubilização do AgCl. Centrifugue.
Transfira a solução (solução 1.3) para um tubo de ensaio. O ppt restante é o precipitado 1.3.
6

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Solução 1.3: contém Ag(NH3)2+ e Cl-. Acidifique com HNO3 6 mol L-1, verifique com papel indicador.
A formação de precipitado branco (AgCl) indica a presença de Ag.

Precipitado 1.3: HgNH2Cl2 e Hg (negro), (pode conter também AgCl). A presença de precipitado
negro é indicação suficiente da presença de Hg (l).

GRUPO II: Pb2+, Hg2+, Cu2+, Bi3+, Cd2+, As3+, As5+, Sb3+, Sb5+, Sn2+, Sn4+

Precipitação do Grupo II:


Os cátions deste grupo não reagem com ácido clorídrico, mas formam precipitados com ácido
sulfídrico em meio ácido mineral diluído. São divididos em subgrupo IIA (Pb, Hg, Cu, Bi e Cd) e
subgrupo IIB (As, Sb e Sn). Os sulfetos dos cátions do grupo IIA são insolúveis e os do grupo IIB são
solúveis em polissulfeto de amônio.
Os precipitados formados apresentam solubilidades e cores diferentes, como mostrado na tabela:

Tabela: Produtos de solubilidade e cor de alguns sulfetos dos metais do Grupo II.
Sulfetos Kps cor Sulfetos Kps cor
-36 –28
CuS 6,3 x 10 preta PbS 8,0 x 10 preta
–27 –52
CdS 8,0 x 10 amarela HgS 1,6 x 10 preta
–97
Bi2S3 1,0 x 10 marrom Sb2S3 laranja
As2S3 amarelo SnS 1,3 x 10-26 marrom
Em comparação, o ZnS, que é mais insolúvel dos sulfetos do grupo 3, tem Kps ≅ 10-25.

Separação dos grupos II e III:


Os grupos II e III são separados através das suas diferentes solubilidades. O grupo II é
formado pelos sulfetos muito pouco solúveis, enquanto os sulfetos do grupo III são mais solúveis. Em
meio contendo o H2S, o controle de pH em torno de 1 implica numa concentração de íons S 2- livres da
ordem de 10 –20, que é suficiente para precipitar os sulfetos dos cátions do Grupo II e não precipitar os
cátions do Grupo III. Assim, a separação é feita através do controle de pH:

Reagente precipitante:
O íon sulfeto pode ser fornecido pela adição de ácido sulfídrico (H2S) na forma de gás ou
solução aquosa saturada. Mais conveniente é a geração do H2S por precipitação em meio homogêneo,
através da tioacetamida (TAA) em meio ácido por aquecimento, segundo a reação:
CH3CSNH2 + H2O + H3O+  CH3CHOOH + NH4+ + H2S

Atenção: O HNO3 oxida o H2S e, portanto deve ser evaporado antes de acrescentar a TAA.

Cuidado: o gás sulfídrico é tóxico. Trabalhe na capela quando for aquecer o tubo de ensaio.

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
ANÁLISE SISTEMÁTICA DE CÁTIONS DO GRUPO II
Ajuste da acidez:

 No caso da análise da amostra desconhecida:


Transfira a solução 1.1 para um cadinho de porcelana. Depois de precipitado o grupo I, a solução
deve estar em um pH muito baixo e o excesso de ácido deve ser eliminado.

 No caso da análise sistemática do grupo II:


Adicionar 3 gotas de cada cátion do grupo II em um cadinho de porcelana.

Adicione 3 gotas de H2O2 3% e, na capela, aqueça a solução no cadinho de porcelana em uma


chapa de aquecimento para evaporar o excesso de ácido, até quase secura.

Atenção: Não evaporar completamente a solução!

Tirar o cadinho da chapa e deixar esfriar ainda na capela.


Diluir com 5 mL de HCl 0,1 mol L-1 (solução para ajuste do pH), misturando bem com o bastão.
Transferir para um tubo de centrífuga. Testar o pH (0,5 – 1,0) com papel indicador.

Precipitação e subdivisão dos cátions do Grupo II:


À solução cujo pH foi ajustado para 0,5-1,0, adicione 10 gotas de tioacetamida (TAA) e aqueça
em banho-maria em ebulição por 10 min. Centrifugue e separe o Precipitado 2.1 da Solução 2.1 (pode
conter os cátions do Grupo III).
Reserve o tubo com o ppt (precipitado 2.1).
Ao sobrenadante (solução 2.1), adicione 2 gotas de TAA e aqueça por mais 5 min. Centrifugue
se mais ppt se formar. Repita a adição de TAA à solução e centrifugue, até que não se forme mais ppt.
Se mais de um precipitado foi obtido, junte-os no mesmo tubo com a ajuda de uma solução de lavagem
quente, preparada em outro tubo de ensaio.
Solução de lavagem: misture 20 gotas de água destilada e 2 gotas de NH4Cl 6 mol L-1 e aqueça
em banho-maria. Use algumas gotas da solução de lavagem para transferir o máximo possível do 2º
ppt para o tubo de ensaio do 1º ppt. Centrifugue e descarte a solução. Repita a transferência e lavagem
do ppt com a solução de lavagem quente pelo menos mais uma vez, para garantir que não sobrem
cátions do grupo III no ppt do grupo II.

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Solução problema: precipitação do grupo II com TAA

Solução 2.1 – grupo III

Precipitado 2.1 (HgS, Bi2S3, CuS, Sb2S3, SnS2) Adicione 10 gotas de KOH 0,5 mol L-1 e
aqueça durante 5 min no banho-maria, agitando com um bastão. Centrifugue e transfira a
solução para um tubo de centrífuga. Repita a adição de KOH e o aquecimento com o
precipitado. Combine as soluções e guarde o precipitado.

Precipitado 2.2 – HgS, Bi2S3, CuS Solução 2.2 – SbS33-, SbO33-, SnS3--,
Lave duas vezes com 5 gotas de água SnS2OH-, (HgS2--), KOH
de lavagem (8 gotas de água com duas Recentrifugue para remover os últimos
de NH4NO3 ou NH4Cl). Descarte as traços do Precipitado 2.2 Transfira a
águas de lavagem. Esse precipitado solução amarela clara para um tubo de
contém o Grupo II A. Se esse ppt for ensaio. Essa solução contém o Grupo II B.
guardado p/ continuar o procedimento
na próxima aula, adicione 1 gota de Obs: Essa etapa não precisa ser feita se os cátions do
TAA. Grupo IIB não estiverem presentes.

Análise Sistemática do grupo II A

Precipitado 2.2. HgS, Bi2S3, CuS. Trate o precipitado com 5 gotas de água e 8 gotas de HNO3 6 mol
L-1. Aqueça em banho-maria, agitando com um bastão, por 10 min. Essa etapa serve para dissolver o
Bi e Cu. Centrifugue e separe a solução 2.3 do precipitado 2.3. Lave o precipitado uma vez com 5
gotas de água + 3 gotas de HNO3 6 mol L-1, aquecendo em banho-maria. Centrifugue e junte essa água
de lavagem à Solução 2.3.

Solução 2.3. Bi3+, Cu2+. Adicione Precipitado 2.3. HgS (negro), S colorido por
NH3 15 mol L-1 até que a solução traços de sulfetos, ou 2HgS.Hg(NO3)2 (branco).
Adicione 4 gotas de água-régia(1) e aqueça para
torne-se fortemente básica, verifique
com papel indicador. Uma coloração dissolver o ppt. Dilua com cerca de 1 mL de água e
centrifugue se não estiver claro. Descarte o ppt.
azul intensa na solução indica a
presença de Cobre. Centrifugue e Adicione à solução algumas gotas de SnCl2. A
formação de precipitado branco que se torna
separe, mesmo que não veja ppt.
cinza indica presença de Hg. (II).

Precipitado Bi(OH)3. Adicione algumas


gotas do reagente estanito de sódio (2),
preparado em outro tubo. O precipitado
(1) água-régia: 1 gota de HNO3 14 mol L-1 + 3
branco, imediatamente muda para negro,
gotas de HCl 12 mol L-1
indicando a presença de Bi.

(2) estanito de sódio: em um tubo vazio, colocar uma gota de sol. SnCl2 e adicionar NaOH 5 mol L-1,
gota a gota. Forma um ppt de Sn(OH)2, continue adicionando NaOH até que o ppt redissolva.
9

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Reações envolvidas:

Identificação do Hg 2+

HgS não é dissolvido em HNO3, somente em água-regia:

HgS(s) + 2H+ + 4Cl- + NO3- → HgCl42- + S0 + NO2 + H2O

A redução com cloreto estanoso, produzindo um precipitado branco que passa a cinza identifica o Hg:

2HgCl42- + Sn2+ → SnCl62- + Hg2Cl2 (s) (branco)

Hg2Cl2 (s) + 4Cl- + Sn2+ → 2Hg0 (preto acinzentado) + SnCl62-

Identificação do Bi3+

Bi2S3 dissolve em HNO3 e a adição de NH3 identifica o Bi pela formação de ppt cinza:

Bi2S3 (s) + 2 H+ + NO3- → 2 Bi3+ + 3 S0 + NO2 + H2O

Bi3+ + 3 NH3 + 3 H2O → Bi(OH)3 (s) + 3 NH4 + (Branco)

Bi(OH)3 (s) + Sn(OH)3- → Sn(OH)62- + Bi0 (s) (negro)

Identificação do Cu2+

CuS dissolve em HNO3 e a adição de amônia identifica o Cu pela formação de complexo solúvel azul:

CuS + NO3- + 2H+ → Cu 2+ + S0 + NO2 + H2O

Cu2+ + 4 NH3 (aq) ↔ Cu(NH3)42+ Complexo de cor azul

10

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Testes que devem ser feitos na Solução 2.2 (podem ser feitos diretamente na
solução original)

1- Teste da Luminescência para Sn

Adicionar em um copo de béquer 3 gotas da solução teste, cerca de 10 gotas de HCl 6 mol L-1 e uma
pequena quantidade de Zn em pó.
Encher um tudo de ensaio com água gelada, e molhar externamente o tubo na solução do béquer. Em
seguida, passar este tubo no bico de Bunsen.

Sn4+ (aq) + Zn0 (s) → Sn2+ (aq) + Zn2+ (aq)


H+

Sn2+ (aq) + 2 Cl-(aq) → SnCl2 (aq) (molécula)

SnCl2 (aq) + CALOR → SnCl2 *

SnCl2* → SnCl2 + hv (Radiação Luminescente)

2- Teste de Gutzeit para Sb

Procedimento: Deve ser feito na capela! O hidreto de antimônio é tóxico.

Em um tubo de ensaio, adicionar 1 gota da solução original + 9 gotas de H2O + 1 gota de H2SO4
diluído + Zn metálico em pó.
Tampar o tubo de ensaio com algodão e cobrir com papel de filtro umedecido com AgNO3 (prender
com elástico) e deixar na estante na capela!

Sb2O3 + 3 Zn (s) + 3 H2SO4 (aq) → 2 SbH3 (g) + 3 ZnSO4(aq) + 3 H2O

SbH3 (g) ↑ + 3 Ag+ (aq) + 3 H2O → Ag3Sb (s) + 3 H3O+

mancha escura

11

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
GRUPO III: Fe3+, Al3+, Cr3+, Mn2+, Ni2+, Co2+, Zn2+

Precipitação do Grupo III:


Os cátions deste grupo não reagem nem com HCl e nem com H2S em meio ácido mineral
diluído, porém formam precipitados com sulfeto de amônio em meio neutro ou amoniacal. O grupo
IIIA é precipitado na forma de hidróxidos com uma solução tamponada de NH3 / NH4+ e o grupo IIIB
na forma de sulfetos, adicionando-se uma solução de sulfeto à solução tamponada.

Tabela 1 – Constantes de solubilidade (Ks) dos hidróxidos e sulfetos dos cátions do Grupo III
Hidróxidos Cor pptado Ks Sulfetos (cor) Ks
Fe(OH)3 ferrugem 4,0 x 10 -38 FeS 6,3 x 10-18
Al(OH)3 branca 1,3 x 10-33 Al2S3 2,0 x 10-7
Cr(OH)3 verde/cinza 6,3 x 10-31 ---------- ----------
MnO(OH)2 branca/marrom 1,9 x 10-13 MnS (rosa) 2,5 x 10-10
Ni(OH)2 verde 2,0 x 10-15 NiS (preta) 3,2 x 10-19
Co(OH)2 rosa 1,6 x 10-15 CoS (preta) 4,0 x 10-21
Zn(OH)2 branca 1,2 x 10-17 ZnS (branca) 1,6 x 10-24

Esquema de separação dos cátions do Grupo III:

Fe 3+ , Al 3+ , Cr 3+ , Mn 2+ , Ni 2+ , Co 2+ , Zn 2+
NH4Cl 3 mol L-1, NH3 conc.

Fe(OH)3, Cr(OH)3, Al(OH)3, MnO(OH)2 Ni(NH3)62+, Co(NH3)62+ , Zn(NH3)42+


NaOH 3 mol L-1, H2O2 TAA (básico)

Fe(OH)3, MnO(OH)2 Al(OH)4-, CrO42- CoS, NiS, ZnS GIV e V


HCl 3 mol L-1
HNO3 6 mol L-1, H2O2 :2

CoS, NiS Zn 2+
HCl, NH3
:2
Al(OH)3 (CH3COO)2Pb HNO3 conc. Fe(CN)63-

PbCrO4 K2Zn3[Fe(CN)6]2
:2
NaBiO3,
KSCN 1 mol L-1
HNO3
NH4SCN NH3 6 mol L-1,
MnO4- Fe(SCN)63- Álcool amílico Dimetilglioxima

Co(SCN)42- Ni(HDMG)2

12

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
ANÁLISE DOS CÁTIONS DO GRUPO III
Em caso de análise sistemática de solução problema, a partir da qual já foram separados e
identificados os cátions dos grupos I e II, a tioacetamida deve ser eliminada antes da precipitação do
grupo III, através do procedimento abaixo:
1. Transferir para um cadinho de porcelana 3 mL (60 gotas) da solução resultante da precipitação do
grupo II (solução 2.1). Evaporar na chapa de aquecimento até quase secura, adicionar 10 gotas de
ácido nítrico concentrado e evaporar novamente até quase secura. Repetir a adição e evaporação do
ácido. Dissolver o que sobrou no cadinho com 1 mL (20 gotas) de água e continuar a partir do item 2.

OU:
Em caso de análise de solução contendo somente o grupo III, pipetar 2 gotas de cada solução dos
cátions dos subgrupos IIIA e IIIB e seguir o procedimento de a partir do item 2, abaixo:

SEPARAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO III


2: Adicionar 10 gotas de NH4Cl 3,0 mol L-1 e 10 gotas de NH3 conc. Aquecer a mistura durante 5
minutos em banho-maria. Centrifugar e separar o sobrenadante do precipitado.
Precipitado 3.1: contém os hidróxidos do subgrupo III A: Fe(OH)3, Cr(OH)3, Al(OH)3 e MnO(OH)2.
Solução 3.1: contém os cátions do subgrupo III B: Co2+, Ni2+ e Zn2+ (guardar para item 7).

Subgrupo III A:
3: Lavar o precipitado 3.1 com 20 gotas de água + 1 gota de NH3 conc. + 1 gota de NH4Cl 3,0 mol L-
1
. Centrifugar e descartar o líquido de lavagem.

4: Adicionar ao ppt 20 gotas de NaOH 5 mol L-1 e cerca de 2 gotas de H2O2 3%. Ferver suavemente até
cessar o desprendimento de O2. Centrifugar e separar o sobrenadante do ppt.
Precipitado 3.2: pode conter Fe(OH)3 e MnO(OH) 2.
Solução 3.2: pode conter Al(OH)3 e CrO42-.

5: Lavar o precipitado 3.2 com 20 gotas de H2O e centrifugar. Descartar a água de lavagem. Dissolver
em 20 gotas de HNO3 6,0 mol L-1 e adicionar 2 gotas de H2O2 3%. Aquecer para eliminar o excesso de
H2O2 e dividir em duas partes, (a) e (b):
(a) adicionar 3 gotas de sol. KSCN. Cor vermelho-sangue (que desaparece depois de alguns minutos)
indica a presença de Fe.
(b) diluir com 20 gotas de água, juntar 10 gotas de HNO3 conc. e 1 ponta de espátula de bismutato de
sódio sólido. Coloração púrpura indica a presença de MnO4-.

6: Dividir o solução 3.2 em duas partes, (a) e (b):


(a) juntar 1 gota de fenolftaleina e acidificar com ácido acético 3,0 mol L-1. Adicionar 2 gotas de
acetato de chumbo. O aparecimento de um ppt amarelo, PbCrO4, indica a presença de cromo;
b) acidificar c/ HCl 3,0 mol L-1 (testar com papel indicador). Adicionar 5 gotas de acetato de amônio
(CH3COO- NH4 +) e NH3 conc. até o aparecimento de ppt gelatinoso, Al(OH)3.

Subgrupo III B:
7: Ao sobrenadante do item 2 (solução 3.1), adicionar 20 gotas de TAA 1,0 mol L-1 e aquecer durante
5 min. Acrescentar + 4 gotas de TAA e aquecer por + 3 min. Centrifugar e separar o sobrenadante do
ppt.
Precipitado 3.3: CoS, ZnS e NiS.
Solução 3.3: pode conter os cátions dos grupos IV e V, caso contrário desprezá-lo.

13

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
8: Lavar o precipitado 3.3 com 20 gotas de NH4Cl 3,0 mol L-1, centrifugar e descartar a solução de
lavagem. Juntar ao precipitado 20 gotas de água e 4 gotas de HCl 3,0 mol L-1. Centrifugar e separar o
sobrenadante do ppt.
Precipitado 3.4: CoS e NiS.
Solução 3.4: Zn 2+ (pode conter também Mn 2+ ).

9: Solução 3.4: aquecer a solução no tubo de centrífuga aberto em banho-maria fervendo para eliminar
restos de H2S. Testar pelo odor, até não sentir mais o cheiro de sulfeto, deve levar mais de 5 min.
(Enquanto aguarda, faça a etapa 10). Adicionar 5 gotas de NaOH 6 mol L-1. A formação de ppt pode
ocorrer se o sulfeto não tiver sido totalmente eliminado. Nesse caso, centrifugar e molhar a ponta de
um bastão com o sobrenadante e em seguida em papel de ditizona. Coloração púrpura indica a
presença de zinco.

10: Ao precipitado 3.4, adicionar 10 gotas de HNO3 16 mol L-1 (conc.) e aquecer até dissolver.
Resfriar e neutralizar com NaOH 6 mol L-1. A neutralização deve ser feita aos poucos, adicionar
primeiro 10 gotas e testar com papel indicador, mais 5 gotas e testar. Se a solução ainda estiver ácida,
adicione, gota a gota, uma solução diluída de NaOH (1 gota de NaOH 6 mol L-1 + 10 gotas de água,
preparada em outro tubo de ensaio), até pH neutro ou levemente básico. Se a solução ficar muito
alcalina (pH acima de 8), prepare em outro tubo uma solução diluída de HNO3 (1 gota de ácido + 10
gotas de água) e adicione essa solução, gota a gota, testando o pH, até solução neutra ou levemente
alcalina.

Dividir a solução neutralizada em duas partes, (a) e (b):


(a) adicionar 20 gotas de álcool amílico, alguns gramas de NH4SCN e agitar. A coloração azul da fase
alcoólica indica a presença de Co(SCN)42-;
(b) Adicionar 2 gotas de NH3 conc. e 2 gotas de solução de dimetilglioxima. Precipitado vermelho
indica a presença de níquel.

14

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA

ITENS SUGERIDOS PARA O RELATÓRIO

RESUMO:
Em um parágrafo, resumir todo o relatório, isto é, descrever o objetivo e a justificativa da experiência,
o sistema a ser medido, as propriedades medidas e as técnicas utilizadas. Citar os resultados mais
relevantes, os pontos principais da discussão e a conclusão. Não vai nenhuma informação que não
tenha sido citada no corpo do relatório. Não se coloca referência no resumo, a não ser que seja um
resumo para trabalho a ser apresentado em congresso, que normalmente pede.

1- INTRODUÇÃO: Descrever o objetivo da experiência, justificando a realização da mesma. Se


for o caso, resumir os fundamentos teóricos, fornecendo as equações que serão utilizadas nos cálculos.
Numerar as equações.

2- MATERIAIS E MÉTODOS: Citar os instrumentos utilizados e os parâmetros instrumentais.


Descrever a preparação das soluções e das amostras detalhadamente, isto é, descrever detalhadamente
a metodologia usada. Lembrar que o leitor deve ter informações suficientes para repetir, sozinho, a
experiência.

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO: Apresentar os dados obtidos e os resultados, sempre que


possível, na forma de tabelas ou gráficos. Não duplicar a apresentação dos mesmos dados em tabela e
em gráficos. Indicar como foram obtidos os resultados e, se através do cálculo, citar os números das
equações usadas ou as próprias, caso não tenham sido citadas no texto. Não incluir detalhes de
procedimentos básicos, como limpeza da vidraria. Discutir os resultados à medida que estão sendo
apresentados, sempre que possível, comentando e qualificando os erros envolvidos, comparando com
dados da literatura ou dados teóricos, etc. As tabelas e as figuras devem ser numeradas e ter legendas
detalhadas, de modo a torná-las compreensíveis, mesmo sem a leitura do texto. A tabela tem legenda
superior e a figura tem legenda inferior. Na figura, os pontos experimentais devem ser visíveis e nos
eixos dos gráficos só devem constar os pontos principais das escalas e não as coordenadas dos pontos
experimentais. Cuidado especial com as unidades.

4- CONCLUSÃO (ÕES): Descrever a(s) conclusão(ões) que pode(m) ser tirada(s) da experiência.
Não confundir conclusão com discussão. Em geral, a conclusão está relacionada com o objetivo
descrito no item 1. Não vai nenhuma informação que não tenha sido citada no corpo do relatório. Não
se coloca referência na conclusão.

REFERÊNCIAS: Todas as informações e dados obtidos na literatura devem ser acompanhados de um


número entre parênteses no texto do relatório. As fontes bibliográficas são citadas no final do relatório
por ordem numérica de citação. Exemplos de referências:

(1) West, W. C. (Ed) Handbook of Chemistry and Phisics, 46ª ed. The Chemical Rubber Co., Ohio, p. E-
142, 1966.
(2) Lajunem, L. H. J., Spectrochemical Analysis by Atomic Absorption and Emission, The Royal Society
of Chemistry, Cambridge, p. 52, 1992.
(3) Bolshov, M. A., Rudnev, S. N., Hutsch, B., J. Anal. Spectrom., 7, 1, 1992.

15

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 1:
Aferição de vidraria

Aferição é a verificação da capacidade real da vidraria volumétrica em relação à capacidade


nominal (valor informado pelo fabricante). A aferição é feita através da determinação do volume de
água, a partir da massa de água contida ou transferida pelo equipamento volumétrico, a certa
temperatura. Algumas fontes de erro são inerentes ao processo de medição, portanto, para minimizar o
erro e melhorar a precisão, a vidraria deve ser usada de forma semelhante à usada na aferição.

Temperatura:
A capacidade de uma vidraria volumétrica varia com a temperatura. O coeficiente de dilatação
volumétrica do vidro varia aproximadamente de (10 a 30) x 10-6 ºC-1. A temperatura da água usada
para aferição da vidraria volumétrica deve ser medida com precisão de  0,1 ºC. Se a temperatura de
uso for diferente daquela empregada na aferição, a correção deve ser feita, utilizando a fórmula
apresentada no item Resultado.

Limpeza da vidraria:
Falha na limpeza da superfície interna de uma vidraria pode aumentar o erro na medida do volume
contido ou transferido, como consequência de dois defeitos: molhamento incompleto da superfície do
vidro ou raio de curvatura do menisco aumentado, devido à redução da tensão superficial da água
causada por contaminação da superfície do vidro.
A limpeza de vidraria deve ser feita com uma solução aquosa de detergente especial para uso em
laboratório (Extran), agitando vigorosamente e, se necessário, utilizando uma escova. Enxaguar pelo
menos 5 vezes com água e 3 vezes com água destilada ou deionizada. Se a vidraria ainda não estiver
suficientemente limpa, pode ser deixada de molho de um dia para o outro com uma solução ácida
(HNO3 1% ou HCl 1:1). Após, lavar várias vezes com água destilada ou deionizada.
Nota: Não é recomendado secar vidraria volumétrica à temperatura acima de 60 ºC por causa
da dilatação do vidro, que altera o volume do equipamento.

Ajuste do menisco:
O menisco deve estar posicionado de maneira que a sua parte inferior tangencie horizontalmente a
parte superior da linha de referência (ver apostila de laboratório de Química Geral). A linha de visão
do operador deve estar na altura do menisco. A maior fonte de erros experimentais associados à
determinação do volume ocorre no ajuste do menisco, que depende do cuidado do operador!

Tempo de escoamento e tempo de espera:


Em vidrarias usadas para transferência de líquidos, o volume transferido é sempre menor que o
contido, por causa do filme líquido que permanece nas paredes da vidraria. Tempo de escoamento é o
tempo necessário para que o líquido saia do equipamento, até o menisco atingir a extremidade inferior
e tempo de espera é o tempo que deve ser aguardado depois que todo líquido foi transferido. Tempos
de espera muito pequenos podem causar variações significativas no volume, por outro lado, depois de
certo tempo de espera, a variação de volume pode ser desprezível. Por medida de precaução, o tempo
de escoamento pode ser gravado na vidraria junto com o volume aferido. Um tempo de espera de 15 s
é considerado padrão.

16

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Procedimento:

Todos os ensaios devem ser realizados em uma sala cuja temperatura se mantenha constante,
admitindo-se uma variação de no máximo 1 ºC durante a sua realização. Todo o material utilizado
(vidraria, frascos de pesagem, água) deve estar à temperatura ambiente. Deve ser medida a temperatura
da água antes e depois da execução do ensaio.

a) Aferição de vidraria volumétrica “para conter” (balão volumétrico):


A vidraria volumétrica para conter deve estar seca e ser pesada antes da aferição.
Encher o balão volumétrico de 100 mL com água até poucos mililitros abaixo da linha de
graduação. O ajuste final do menisco é feito, adicionando-se a água necessária com uma pipeta, gota a
gota, evitando molhar as paredes acima da linha. Retirar, com auxílio de papel de filtro, o excesso ou
respingos nas paredes. Pesar o balão volumétrico com a água. Repetir todo o procedimento mais 9
vezes para ter 10 medidas.

b) Aferição de vidraria volumétrica “para transferir” (pipeta volumétrica):


A vidraria volumétrica para transferir não precisa estar seca. O frasco de pesagem sim deve estar
seco e deve ser pesado antes de medir o volume da pipeta.
Encher a pipeta volumétrica de 25 mL (ou de 20 mL) até poucos mililitros acima da linha de
graduação, mantendo-a na posição vertical. O líquido remanescente na parte externa deve ser seco com
papel de filtro. Efetuar o ajuste do menisco, escorrendo a água excedente, e remover qualquer gota de
líquido suspensa, pelo contato da mesma com a superfície do recipiente. O conteúdo da pipeta deve ser
transferido com fluxo livre para o frasco de pesagem, previamente pesado, aguardando o tempo de
espera. A gota remanescente no interior da pipeta não deve ser soprada. Pesar o frasco de pesagem
com a água. Repetir todo o procedimento mais 9 vezes para ter 10 medidas.

Resultado:
O volume exato do equipamento volumétrico normalmente é expresso como o volume contido ou
transferido na temperatura de referência de 20 oC. Para tanto, a massa de água correspondente deve ser
corrigida e convertida no valor do volume a 20 oC.
A massa de água pesada por diferença em cada procedimento (a ou b) é a massa aparente da água
(a) contida no ou (b) transferida do equipamento volumétrico. Essa massa de água precisa ser corrigida
em relação ao empuxo do ar e à diferença de temperatura em relação à temperatura de referência (20
o
C). Assim, a massa aparente de água pesada deve ser corrigida, considerando os seguintes fatores: a
densidade da água e do ar (para desconto do empuxo) na temperatura de aferição e a expansão térmica
do vidro na temperatura de aferição em relação à de referência. As correções são feitas usando a
seguinte fórmula:

V20 = (mc – mv) . (1/) . (1 - A) . [1 –  (T – 20)]

Onde:
V20: volume na temperatura de referência (20 ºC).
mc: massa da vidraria volumétrica com água, em g.
mv: massa da vidraria volumétrica vazia, em g.
A: massa específica do ar, em g mL-1, na temperatura de medida (Tabela 1).
 : massa específica da água, em g mL-1, na temperatura de medida (Tabela 2).
: coeficiente volumétrico de expansão térmica do material da qual é feita a vidraria, em ºC-1 (ver
Tabela 3).
T: temperatura da água usada no ensaio, em ºC.

17

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Calcular a média ± desvio-padrão. O volume aferido, a 20 oC, deve ser anotado na própria vidraria
ou em local apropriado para o registro, para uso futuro.
Quando a vidraria volumétrica for utilizada à temperatura (T2) diferente da temperatura de
referência (T1), o seu volume a “T2” (Vt2) deve ser calculado, a partir do volume a “T1” (VT1, volume
aferido a 20 oC) e do coeficiente de expansão térmica do material da vidraria, pela equação:

VT2 = VT1 (1 +  (T2 – T1))

TABELA 1: Massa específica do ar (A), em g L-1, na faixa de temperatura entre 10 e 30 ºC e de


pressão absoluta entre 930 e 1040 hPa.
Pressão (hPa)
T, ºC
930 940 950 960 970 980 990 1000 1010 1020 1030 1040
10 1,145 1,157 1,169 1,182 1,194 1,206 1,219 1,231 1,243 1,256 1,268 1,280
11 1,141 1,153 1,165 1,178 1,190 1,202 1,214 1,227 1,239 1,251 1,263 1,276
12 1,137 1,149 1,161 1,173 1,186 1,198 1,210 1,222 1,235 1,247 1,259 1,271
13 1,133 1,145 1,157 1,169 1,182 1,194 1,206 1,218 1,230 1,243 1,255 1,267
14 1,129 1,141 1,153 1,165 1,177 1,190 1,202 1,214 1,226 1,238 1,250 1,262

15 1,125 1,137 1,149 1,161 1,173 1,185 1,197 1,210 1,222 1,234 1,246 1,258
16 1,121 1,133 1,145 1,157 1,169 1,181 1,193 1,205 1,217 1,230 1,242 1,254
17 1,117 1,129 1,141 1,153 1,165 1,177 1,189 1,201 1,213 1,225 1,237 1,249
18 1,113 1,125 1,137 1,149 1,161 1,173 1,185 1,197 1,209 1,221 1,233 1,245
19 1,109 1,121 1,133 1,145 1,157 1,169 1,181 1,193 1,205 1,217 1,229 1,241

20 1,106 1,118 1,129 1,141 1,153 1,165 1,177 1,189 1,201 1,213 1,225 1,236
21 1,102 1,114 1,126 1,137 1,149 1,161 1,173 1,185 1,197 1,208 1,220 1,232
22 1,098 1,110 1,122 1,134 1,145 1,157 1,169 1,181 1,193 1,204 1,216 1,228
23 1,094 1,106 1,118 1,130 1,141 1,153 1,165 1,177 1,189 1,200 1,212 1,224
24 1,091 1,102 1,114 1,126 1,138 1,149 1,161 1,173 1,185 1,196 1,208 1,220

25 1,087 1,099 1,111 1,122 1,134 1,145 1,157 1,169 1,181 1,192 1,204 1,216
26 1,083 1,095 1,107 1,118 1,130 1,142 1,153 1,165 1,177 1,188 1,200 1,212
27 1,080 1,091 1,103 1,115 1,126 1,138 1,150 1,161 1,173 1,184 1,196 1,208
28 1,076 1,088 1,099 1,111 1,122 1,134 1,146 1,157 1,169 1,180 1,192 1,204
29 1,073 1,084 1,096 1,107 1,119 1,130 1,142 1,153 1,165 1,176 1,186 1,200
30 1,069 1,081 1,092 1,104 1,115 1,126 1,138 1,150 1,161 1,172 1,184 1,196

18

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
TABELA 2: Massa específica da água (), em g mL-1.

Temperatura, ºC Massa específica, g mL-1


15 0,999098
16 0,998941
17 0,998773
18 0,998593
19 0,998403
20 0,998202
21 0,997990
22 0,997768
23 0,997536
24 0,997294
25 0,997043
26 0,996782
27 0,996511
28 0,996232
29 0,995943
30 0,995645
31 0,995339
32 0,995024
33 0,994701
34 0,994369
35 0,994030

TABELA 3 – Coeficiente volumétrico de expansão térmica ()

Material  (ºC-1 x 10 -6)


Sílica (quartzo) 1,6
Vidro borossilicato 10
Vidro alcalino 25

19

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 2: Determinação Gravimétrica de Níquel em Aço

Obs.: Resolva os exercícios 1 e 2 da lista no final da apostila antes da aula.


O Ni presente em uma amostra de aço dissolvida pode ser precipitado a partir de um meio
levemente alcalino com uma solução alcoólica de dimetilglioxima. A interferência do Fe(III) é
eliminada pelo mascaramento com ác. tartárico. A concentração de Ni na amostra é calculada a partir
da relação estequiométrica da reação de formação do complexo Ni-DMG.
A característica volumosa do precipitado de níquel-dimetilglioxima limita a massa de amostra
que pode ser convenientemente manipulada. Deve-se tomar cuidado para controlar o excesso de
dimetilglioxima alcoólica utilizada. Se for adicionado excesso, a concentração de álcool poderá
dissolver parte do precipitado, provocando resultados negativos. Se a concentração de álcool for muito
baixa, entretanto, o reagente pode precipitar e provocar erros positivos.

Soluções:
1. Dimetilglioxima, 1% (m/v): Dissolva 10 g de dimetilglioxima em 1 L de etanol.
2. Ácido tartárico 15% (m/v): Dissolva 150 g de ácido tartárico em água para 1 L de solução. Se a
solução não estiver translúcida, filtre-a antes de utilizar.

Procedimento:
Partindo da amostra sólida (aço):
Pese (com precisão de 0,1 mg) amostras de aço em béqueres individuais de 400 mL. Na capela,
dissolva a amostra em cerca de 50 mL de HCl 6 mol L-1, sob aquecimento brando. Adicione 15 mL de
HNO3 6 mol L-1 e ferva moderadamente para eliminar quaisquer óxidos de nitrogênio que possam ter
sido produzidos. Dilua com água até cerca de 200 mL e aqueça até fervura. Deixe esfriar.

Ou: Partindo da amostra de aço previamente dissolvida pelo técnico do laboratório:


Transfira quantitativamente 25 mL da amostra dissolvida para um copo de béquer e adicione
água até + ou – 200 mL.

Adicione à solução da amostra (diluída a 200 mL) 8 gotas do indicador vermelho de metila (ou
metilorange, é vermelho em meio ácido e laranja em meio básico). Adicione cerca de 30 mL de ácido
tartárico 15% e NH3(aq) concentrada suficiente para produzir um odor fraco de amônia nos vapores
sobre as soluções (Nota 1); então adicione mais 1 a 2 mL de NH3. Se a solução não estiver translúcida
(sem precipitado) nesta etapa, siga os procedimentos da Nota 2.
Acidifique as soluções com HCl (até não sentir odor de NH3), aqueça entre 60 °C e 80 °C, e
adicione cerca de 20 mL da solução de dimetilglioxima 1%. Sob agitação vigorosa, adicione NH3 até
que um leve excesso apareça (odor fraco de NH3) e mais 1 a 2 mL adicionais.
Deixe o precipitado digerindo na chapa por 30 a 60 min. Resfrie e filtre no cadinho já limpo e
pesado: Limpe e marque um cadinho de vidro sinterizado com porosidade média. Seque-o em estufa a
110 °C, durante pelo menos uma hora, até massa constante.
Filtre o precipitado a vácuo no sistema a ser demonstrado, cuidando para não perder parte do ppt.
Lave os sólidos com água até a ausência de Cl- na água de lavagem (Nota 3). Seque os cadinhos
com seus conteúdos na estufa, até massa constante a 110 °C. Anote a porcentagem de níquel na
amostra. O precipitado seco tem a composição Ni(C4H7O2N2)2 (288,92 g mol-1).

Notas:
1. O excesso de NH3 é reconhecido pelo odor: leve, com a mão, os vapores até seu nariz.
2. Se houver formação de ppt de Fe (Fe2O3 ou Fe(OH)3) pela adição de NH3, acidifique a solução com
HCl, adicione mais ác. tartárico e neutralize novamente. Remova o sólido por filtração, lave com NH3
diluído e com solução aquecida de NH3/NH4Cl. As lavagens devem ser adicionadas ao filtrado.
3. A presença de Cl- é indicada pela precipitação com prata. Colete algumas gotas da água de lavagem,
acidifique com HNO3 e adicione 1 ou 2 gotas de AgNO3 0,1 mol L-1.
20

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
21

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 3: Determinação da alcalinidade de uma amostra de água mineral
Obs.: Resolva o exercício 3 da lista no final da apostila antes da aula.

Nessa prática serão trabalhados os conceitos de padrão primário e secundário e padronização de


soluções. A água contém, naturalmente, a presença de sais dissolvidos, entre eles, carbonatos e
bicarbonatos de metais alcalinos e alcalinos terrosos, que hidrolisam, em meio aquoso, resultando em
soluções alcalinas. A determinação da alcalinidade pode ser determinada por titulação com um ácido.
O ácido clorídrico não é um padrão primário, mas pode ser usado como padrão secundário para
a determinação de alcalinidade. Para isso, a sua concentração exata deve ser determinada através da
titulação com um padrão primário, como o bórax (Na2B4O7).

Na2B4O7.10H2O + 2 HCl  4 H3BO3 + 2 NaCl + 5 H2O

Procedimento:

Preparo da solução 0,1 mol L-1 de HCl:


a) A partir das informações do rótulo, calcule o volume de HCl necessário para preparar 400 mL de
uma solução de HCl aproximadamente 0,1 mol L-1.
b) Em uma proveta de 500 mL adicione 200 mL de água deionizada e, por intermédio de uma pipeta
graduada, transfira a quantidade calculada de HCl p.a. concentrado. Complete o volume para 400 mL
com água deionizada, homogeneíze e guarde em um frasco estoque de vidro.
c) Rotule o frasco com as informações: fórmula da substância, concentração, nome do analista, data.

Padronização da solução 0,1 mol L-1 de HCl:


a) Seque uma quantidade adequada de Na2B4O7 (bórax) a 110 oC durante 2 h (ou a 60 oC por 12 h, se
usar o bórax hidratado) e espere esfriar em um dessecador. Pese a quantidade adequada de bórax seco,
com precisão de 0,1 mg, para preparar 100 mL de solução 0,05 mol L-1. Dissolva em água e transfira
quantitativamente, com a ajuda do frasco pissete com água deionizada, para um balão volumétrico de
100 mL, complete o volume com água até a marca de aferição do balão. Homogeneíze. Não vire o
balão de cabeça pra baixo para homogeneizar enquanto não tiver completado o volume.
b) Enxágue a bureta com a solução de HCl. Preencha a bureta com a solução até acima do zero e zere-a
até o menisco da solução tangenciar o traço correspondente ao zero. Cuidado para que não fiquem
bolhas de ar nas paredes ou na parte final da bureta.
c) Pipete 20 mL da solução padrão de bórax, utilizando uma pipeta volumétrica aferida de 20 mL, para
um erlenmeyer de 250 mL. Adicione cerca de 50 mL de água deionizada e três gotas de indicador.
Inicie a titulação adicionando lentamente o ácido da bureta (manter o controle da torneira com a mão
esquerda) e agitando constantemente o conteúdo do erlenmeyer (agitar com a mão direita), até a
viragem do indicador. Ler e anotar o volume gasto de ácido. Calcular a concentração do ácido a partir
da concentração da solução de bórax.

Determinação da alcalinidade de uma amostra de água mineral:


Fazer o seguinte procedimento, em triplicata: Pipete 100 mL de água mineral, utilizando pipeta
volumétrica, para um erlenmeyer de 250 mL. Adicione três gotas de alaranjado de metila. Titule com o
ácido clorídrico que está na bureta, agitando constantemente o erlenmeyer até a viragem do indicador.
Leia e anote o volume gasto de ácido, com 2 casas decimais. Calcule a concentração de bicarbonato na
água mineral, a partir da concentração padronizada do ácido. A alcalinidade da água mineral pode ser
atribuída somente à concentração de bicarbonato presente.

ATENÇÃO! A bureta não deve ser tirada do seu suporte! Terminada a titulação, o ácido que
sobrou na bureta deve ser descartado e a mesma deve ser lavada só por dentro, com água destilada.

22

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 4: Determinação da acidez do leite
Obs.: Resolva os exercícios 4, 5 e 6 da lista no final da apostila antes da aula.

É difícil obter NaOH sólido em alto grau de pureza. Além disso, por ser muito higroscópico e a
solução resultante absorver CO2, não pode ser padrão primário. Para a maioria dos usos, a quantidade
de carbonato presente no NaOH (1-2%) pode ser desconsiderada no preparo da solução de soda.

Procedimento:

Preparo da solução aproximadamente 0,1 mol L-1 de NaOH:

Calcular a massa de NaOH (s) necessária para o preparo de 250 mL de solução. Pesar em um vidro de
relógio ou em um copo de béquer. Dissolver com um pouco de água e diluir até 250 mL. Em seguida,
estocar em frasco de plástico. Rotular o frasco com as informações mais relevantes: fórmula,
concentração, analista, data de preparação.

Padronização da solução aproximadamente 0,1 mol L-1 de NaOH:

Pipetar 20 mL, com pipeta volumétrica aferida, do HCl padronizado na aula anterior para um
frasco erlenmeyer de 250 mL, adicionar 2 gotas de fenolftaleína, cerca de 50 mL de água deionizada e
titular até a viragem do indicador. Repetir com mais duas alíquotas. Determinar o erro devido a
viragem do indicador, simulando uma titulação com 75 mL de água e 2 gotas de indicador. Efetuar os
cálculos para a determinação da concentração exata da solução de NaOH.

Determinação da acidez de uma amostra de leite:


O leite fresco é levemente ácido, devido à presença de caseína, fosfatos, albumina, dióxido de
carbono e citratos. A acidez pode aumentar através da hidrólise da lactose por enzimas microbianas
(fermentação), que leva à formação de ácido lático. Se a acidez for muita elevada, o leite é impróprio
para o consumo, pois ela indica alta atividade microbiana. Neste experimento, que permite avaliar
qualidade de uma amostra de leite, a acidez será expressa em graus Dornic. Essa unidade faz a
aproximação de que toda a acidez se deve ao ácido lático (CH3CHOHCOOH, M = 90,0 g mol-1). Para
titulação de leite, utilizando uma solução de NaOH 0,111 mol L-1 (conhecida como soda Dornic), cada
0,1 mL da solução neutraliza o equivalente a 0,0010 g (1,0 mg) de ácido lático. Neste caso, 0,1 mL de
soda Dornic gasto na titulação de 10 mL de leite corresponde ao que se denomina de 1 ºD.
Coloque, com o auxílio da pipeta volumétrica, 10 mL de leite no erlenmeyer e, depois adicione
cerca de 50 mL de água. Adicione algumas gotas da solução alcóolica de fenolftaleína. Encha a bureta
com a solução de soda preparada anteriormente e proceda a titulação do leite até que ele adquira uma
coloração rósea persistente por cerca de um minuto. Anote o volume de soda gasto. Repita esse
procedimento para duas outras alíquotas. Calcule a acidez das amostras de leite em graus Dornic e
conclua se as amostras são próprias para consumo (investigar valores aceitos para consumo).

Atenção! A bureta não deve ser tirada do seu suporte! Terminada a titulação, o ácido que sobrou na
bureta deve ser descartado e a mesma deve ser lavada com água destilada só por dentro.

23

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 5: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO - DETERMINAÇÃO DE CLORETO EM
ÁGUA DO MAR PELO MÉTODO DE MOHR

Obs.: Resolva os exercícios 7 e 8 da lista no final da apostila antes da aula.

O método de Mohr propõe a determinação da concentração de íons cloreto com titulação com
nitrato de prata, utilizando cromato de potássio como indicador. A titulação de Cl- com íons Ag+
produz um precipitado branco de cloreto de prata. Depois de precipitado todo Cl- na forma de AgCl, o
primeiro excesso de prata irá reagir com os íons cromato, formando um precipitado vermelho de
cromato de prata, conferindo uma cor levemente alaranjada ao precipitado, que sinaliza o ponto final
da titulação.

Preparo de AgNO3 aproximadamente 0,1 mol L-1.


Pese em um vidro de relógio ou outro recipiente adequado, 16,9 g de AgNO3, transfira para um
balão volumétrico de 1000 mL com água deionizada e avolume até a marca de aferição. Guarde em
frasco âmbar para evitar a redução da prata pela luz. Se a solução já estiver preparada, use-a
diretamente.

Padronização com NaCl 0,1 mol L-1.


Seque uma quantidade suficiente de NaCl sólido em uma estufa a 110 C, durante 1 hora.
Retire e deixe esfriar no interior de um dessecador. Calcule a massa necessária para o preparo de 100
mL de solução padrão de NaCl 0,1 mol L-1, pese com precisão de 0,1 mg, transfira para um balão
volumétrico de 100 mL e avolume com água deionizada.
Encha uma bureta de 50 mL, após prévia rinsagem, com a solução de AgNO3 0,1 mol L-1.
Pipete uma alíquota de 10 mL de padrão de NaCl para um erlenmeyer, adicione 50 mL de água
e 1 mL solução de K2CrO4 5%. Titule até o aparecimento de uma coloração bege avermelhada.
Repita com mais duas alíquotas. Calcule a concentração exata do AgNO3.

Determinação da concentração de cloreto em uma amostra de referência:


Uma amostra de referência é uma amostra que tem uma determinada propriedade conhecida
e que pode ser usada para verificar a exatidão de um método. Quando a amostra de referência é
produzida por um órgão credenciado, de acordo com determinados procedimentos e tratamentos
estatísticos, que emite um certificado com os valores dessa propriedade, como por ex. concentração de
algum elemento, essa amostra é chamada de material de referência certificado.
Nessa prática, será usada uma amostra de soro fisiológico como amostra de referência.
Pipete 10 mL do soro fisiológico diretamente para o erlenmeyer, adicione cerca de 50 mL de água, 1
mL de K2CrO4 5%, e titule até o aparecimento de uma coloração bege avermelhada. Repita com mais
duas alíquotas. Calcule a concentração de cloreto e compare com o valor do rótulo.

Determinação da concentração de cloreto na água do mar ou da lagoa.


Pipete 10 mL de amostra de água do mar ou lagoa para um balão volumétrico de 100 mL, e
leve até a marca com água deionizada. Retire, com pipeta volumétrica aferida, 25 mL da solução de
água do mar, adicione cerca de 50 mL de água, 1 mL de K2CrO4 5%, e titule até o aparecimento de
uma coloração bege avermelhada. Repita com mais duas alíquotas. Calcule a concentração de cloreto
na água do mar em g/L.

Sugestão para o relatório:


Procure referências sobre a concentração de sal na água do mar e compare com os seus
resultados.
Discuta o uso do K2CrO4 como indicador no método de Mohr, através da comparação dos Kps
do cloreto e do cromato de prata.

24

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Prática 6: DETERMINAÇÃO DA DUREZA DE UMA AMOSTRA DE ÁGUA MINERAL

Obs.: Resolva o exercício 9, 10 e 11 da lista no final da apostila antes da aula.

Dureza da água é a propriedade relacionada com a concentração de íons de determinados


minerais dissolvidos, como sais de elementos alcalinos terrosos, principalmente cálcio e magnésio, e
express em ppm de carbonato de cálcio. Não existe uma definição única em relação a valores para
definir se uma água é dura ou mole, mas a legislação brasileira estabelece o limite máximo de 500 mg
CaCO3 L-1 para que a água seja considerada potável. O sabão forma menos espuma em uma água dura
do que na água mole, mas o principal problema do uso da água dura é a formação de depósitos e
incrustrações em tubulações industriais e caldeiras, sendo a concentração máx. permitida de 70 ppm.
Objetivos:
Determinar a dureza total e as concentrações de Ca e Mg em uma água mineral, através da titulação
com solução de EDTA.

Reagentes:
Solução de EDTA 0,01 mol L-1; solução tampão de cloreto de amônio-hidróxido de amônio pH 10;
NaOH em pastilhas; indicadores negro de eriocromo T e murexida.

Procedimento:

Preparo da solução 0,01 mol L-1 de EDTA


Calcular a massa necessária de sal de EDTA para o preparo de 100 mL de solução 0,01 mol L-1.
Dissolver com água destilada, transferir para o balão e completar até a marca. Homogeneizar.

Determinação da dureza total de uma amostra de água mineral


Pipetar alíquota de 50 mL de água mineral para um erlenmeyer, adicionar 2 mL de solução tampão pH
10,0 e 1 pitada do indicador negro de eriocromo T. A viragem do indicador fica prejudicada se o pH da
solução não estiver em 10,0  0,1 ao final da titulação e se for adicionado muito indicador.
Enxaguar a bureta com pequenos volumes da solução de EDTA e enchê-la. Titular as alíquotas de água
lentamente e sob agitação constante, com a solução de EDTA, cuidando para não levar mais de 5 min
em cada replicata, até mudança da coloração da solução de vermelho-vinho para azul, adicionando as
últimas gotas de EDTA em intervalos de 3 a 5 s. Fazer em triplicata.

Determinação das concentrações de Ca e Mg em uma amostra de água mineral:


Pipete 50 mL de água mineral, utilizando pipeta volumétrica aferida, para um erlenmeyer. Adicione
algumas (5) pastilhas de NaOH e 1 pitada de indicador murexida. Titule com a solução de EDTA da
bureta, agitando constantemente o erlenmeyer até a viragem do indicador. Leia e anote o volume gasto,
com 2 casas decimais. Fazer em triplicata.

Atenção! A bureta não deve ser tirada do suporte! Terminada a titulação, a solução restante na
bureta deve ser descartada e a mesma ser lavada só por dentro, passando água destilada várias vezes.

Dica para o relatório: comparar os Kps dos hidróxidos de Ca e Mg e os Kf dos complexos de Ca e Mg


com EDTA.

25

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Laboratório de Química Analítica A – Exercícios

1) Um técnico pesou 1,000 g de uma amostra de aço ferro-níquel e na determinação de Ni,


encontrou uma massa de 2,500 g do complexo bis(dimetilglioximato) de níquel (II) (PM 288,91 g
mol-1). Determine a porcentagem de níquel na amostra de aço.

2) Quantos mL de solução alcoólica de dimetilglioxima a 2,15% devem ser usados para


proporcionar um excesso de 50% de reagente para garantir a completa precipitação do Ni presente
na concentração de 2,07% em peso em 0,9984 g de uma amostra? Considere a densidade da solução
de dimetilglioxima = 0,790 g mL-1.

3) Calcule o volume de ácido concentrado empregado para o preparo de uma solução 0,1 mol L-1.
Dados: massa molar do HCl = 36,46 g mol-1; densidade do HCl concentrado =  1,19 g cm-3; teor
de HCl = 36,5% p/p.

4) 17,0060 g de biftalato de potássio com 99,90% de pureza foram dissolvidos em 500,00 mL de


água destilada. Foram retiradas desta solução 3 alíquotas de 25,00 mL que, tituladas, consumiram
um volume médio de 40,08 mL de solução de NaOH. Qual a concentração do NaOH?

5) O calcário consiste principalmente no mineral calcita, CaCO3 (PM 100,087 g mol-1). O


carbonato contido em 0,5413 g de calcário em pó foi medido pela suspensão do pó em água, adição
de 10,00 mL de uma solução de HCI 1,396 mol L -1 e aquecimento para dissolver o sólido e expelir
o CO2, segundo a reação:

CaCO3(s) + 2H+  Ca2+ + CO2 + H2O

O excesso de ácido requereu 39,96 mL de solução de NaOH 0,1004 mol L-1 para sua titulação
completa até o ponto final. Encontre a % p/p de calcita no calcário.

6) Uma solução de NaOH foi padronizada pela titulação de uma quantidade conhecida de
hidrogenoftalato de potássio (PM 204,233 g mol-1), padrão primário, segundo a reação:

O NaOH foi então usado para encontrar a concentração de uma solução de H2SO4:

H2SO4 + 2NaOH  Na2 SO4 + H2O

(a) A titulação de 0,824 g de hidrogenoftalato de potássio requer 38,314 g da solução de NaOH para
atingir o ponto final. Calcule a concentração de NaOH, em mol L-1.

(b) Uma alíquota de 10,00 mL de uma solução de H2SO4 requer 57,911 g da solução de NaOH para
atingir o ponto final com fenolftaleína. Calcule a concentração do H2SO4.

7) 0,2386 g de uma amostra que contém apenas NaCl e KBr foi dissolvido em água e consumiu
48,40 mL de uma solução de AgNO3 0,04837 mol L-1 para a titulação completa de ambos haletos
(formando AgCl(s) e AgBr(s)). Calcule a % de Br na amostra sólida.

26

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
8) 30,00 mL de uma solução contendo uma quantidade desconhecida de I- foram tratados com
50,00 mL de uma solução 0,3650 mol L-1 de AgNO3. O AgI(s) precipitado foi separado por
filtração, e o filtrado (adicionado de Fe3+) foi titulado com uma solução de KSCN 0,2870 mol L-1.
Quando 37,60 mL foram adicionados, a solução tomou-se vermelha. Quantos miligramas de I- estão
presentes na solução original?

9) 25,00 mL de uma amostra de quantidade desconhecida de Fe3+ e Cu2+ requerem 16,06 mL de


uma solução 0,05083 mol L-1 de EDTA para a titulação completa. Uma alíquota de 50,00 mL dessa
amostra foi tratada com NH4F para proteger o Fe3+. Então o Cu2+ foi reduzido e mascarado pela
adição de tiouréia. Na adição de 25,00 mL de solução 0,05083 mol L-1 de EDTA, o Fe3+ foi liberado
de seu complexo com o fluoreto e formou-se um complexo com EDTA. O excesso de EDTA
requereu 19,77 mL de uma solução 0,01883 mol L-1 de Pb2+ para atingir o ponto final, usando
laranja de xilenol como indicador. Encontre a concentração de Cu2+ na amostra desconhecida.

10) Quantos mL de uma solução 0,0500 mol L-1 de EDTA são necessários para reagir com 50,0 mL
de uma solução 0,0100 mol L-1 de Ca2+? E com 50,0 mL de uma solução 0,0100 M de Al3+?

11) 50,00 mL de uma amostra contendo Ni2+ foram tratados com 25,00 mL de uma solução 0,0500
mol L-1 de EDTA para complexar todo o Ni2+ e deixar um excesso de EDTA em solução. O excesso
de EDTA foi então titulado de volta, precisando de 5,00 mL de uma solução 0,0500 mol L-1 de
Zn2+. Qual é a concentração de Ni2+ na solução original?

27

You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)

Você também pode gostar