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Luísa Ernesto Guimino Mangaze

Higiene e Segurança no Trabalho

Licenciatura em Administração Pública


2º Ano

Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência


Maputo
2022
Luísa Ernesto Guimino Mangaze

Higiene e Segurança no Trabalho

Licenciatura em Administração Pública


2º Ano

Trabalho a ser apresentado no Departamento


do ISFIC na disciplina de Gestão de Recursos
Humanos para efeitos de avaliação

Docente: Mapulano

Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência


Maputo
2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................1
1.1. Objectivos.....................................................................................................................2
1.1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................2
1.1.2. Objectivos Específicos..........................................................................................2
2. Metodologia.........................................................................................................................2
3. Higiene do trabalho.............................................................................................................3
3.1. Principais Objectivos da Higiene do Trabalho.............................................................4
4. Segurança do trabalho.........................................................................................................4
4.1. Acidente/Dano..............................................................................................................5
4.2. Acidente de trabalho.....................................................................................................5
4.2.1. Acto Inseguro........................................................................................................6
4.2.2. Prevenção de acidentes.........................................................................................7
4.3. Procedimentos de segurança......................................................................................10
4.4. Principais conceitos dentro de segurança do trabalho................................................11
5. A importância de conhecer os riscos.................................................................................12
5.1. Avaliação de riscos.....................................................................................................12
5.1.1. Avaliação qualitativa..........................................................................................13
5.1.2. Avaliação quantitativa........................................................................................13
5.2. Danos causados ao trabalhador..................................................................................13
6. Legislatura de Moçambique..............................................................................................14
6.1. Legislação antes da independência nacional..............................................................14
6.2. Legislação depois da independência nacional............................................................14
6.3. Actualmente em Moçambique...................................................................................14
7. Conclusão..........................................................................................................................16
Referências Bibliográficas........................................................................................................17
1. Introdução
Em meados do sec. XX, às condições de trabalho nunca foram levadas em conta, mesmo que
implicasse risco de doença ou mortes dos trabalhadores, o mais importante era a
produtividade.

Para tal contribuíam dois factores, nomeadamente, uma mentalidade em que o valor da vida
humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência por parte dos estados de leis que
protegessem o trabalhador.

Para garantir a saúde e segurança dos trabalhos em 1802 parlamento britânico aprova a 1ª lei
de protecção dos trabalhadores, lei da saúde e moral dos aprendizes que estabelecia o limite
de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho nocturno e obrigava os empregadores a
lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano. Bernardo Ramazzini (1633-1714) foi o
primeiro a tratar exaustivamente e sistematicamente às doenças relacionadas com actividade
laboral numa obra "de morbis artificium diatribe" e Ramazzini é considerado pai da medicina
do trabalho.

Com o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador, existem normas e


procedimentos que chamamos de “higiene do trabalho”. Ela está diretamente relacionada ao
diagnóstico e prevenção de doenças ocupacionais e para isso, observa e analise o
comportamento humano em suas atuações no ambiente de trabalho.

A higiene do trabalho se preocupa também com as condições de trabalho que muito


influenciam no desenvolvimento e comportamento do homem no setor de trabalho onde
desempenha sua função.

É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no


ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o
valor humano. Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a
segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaboradores percebem o
fato de serem valorizados, reconhecidos, isso os torna mais motivados para o trabalho.

A motivação para o trabalho é um dos factores mais importantes a ser pontuado, pois
impulsiona o homem a trabalhar por prazer e desperta nele os mais valorosos sentimentos.

O presente trabalho tem como tema Higiene e Segurança no Trabalho.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
O objectivo principal deste trabalho é contextualizar sobre Higiene e Segurança no Trabalho.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Conceituar Higiene e Segurança no Trabalho;
 Indicar os principais objectivos de Higiene no trabalho;
 Falar dos principais factores para ocorrência de acidentes no trabalho;
 Indicar os principais conceitos de segurança no trabalho;
 Falar da importância de conhecer os riscos no trabalho.

2. Metodologia
Para (Gil, 2008), o método é o caminho para se chegar a determinado fim. Portanto, os
métodos usados para a recolha de dados nesta pesquisa possibilitaram a obtenção de
informações no campo da análise. Este estudo é de carácter qualitativo, porque a temática que
está a ser analisado é meramente social. Para a recolha de dados recorreu-se a técnica de
pesquisa bibliográfica, Tomando em conta a pesquisa bibliográfica, dizer que esta técnica
consistiu na busca por informações e fundamentações a partir de livros e artigos científicos.

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3. Higiene do trabalho
A higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas preventivas
relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais. A higiene do trabalho consiste em combater as doenças profissionais (Júnior).

A higiene no trabalho pode ser entendida como o conjunto de normas e procedimentos


voltados para a proteção da integridade física e mental do trabalhador, procurando resguardá-
lo dos riscos de saúde relacionados com o exercício de suas funções e com o ambiente físico
onde o trabalho é executado (Silva, 2013).

Desta forma, pode se dizer que a higiene no trabalho integra um conjunto de metodologias
não médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo
de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes
materiais do trabalho. Assenta fundamentalmente em técnicas e medidas que incidem sobre o
ambiente de trabalho.

Para (Souza, 2012) os esforços nesta área buscam o reconhecimento, a avaliação e o controle
dos riscos à saúde dos empregados, visando a prevenção das doenças ocupacionais, ou seja,
aquelas relacionadas à profissão.

O escopo, ou área de abrangência, da higiene no trabalho envolve três funções básicas:

 Medicina Preventiva - Visa estabelecer a prevenção e o controle das principais


doenças que costumam se manifestar na população, evitando que os empregados da
organização sejam por elas atingidos. Os exames médicos periódicos são um exemplo
deste tipo de ação.
 Prevenção sanitária - Está voltada para a preservação de condições adequadas de
higiene no ambiente de trabalho, como combatendo os possíveis focos de
contaminação. São exemplos de ações neste sentido o tratamento da água, e a
manutenção do asseio nas instalações sanitárias.
 Medicina ocupacional - Visa à adaptação do empregado à sua função, ao
enquadramento do trabalhador em cargo adequado às suas aptidões fisiológicas e a
proteção contra riscos resultantes da presença de agentes prejudiciais à saúde. Como
exemplo de procedimentos relacionados à essa função, podemos citar a realização de
exames médicos admissionais e periódicos e o desenvolvimento de programas de
reabilitação e readaptação funcional.
3
1
Uma das actividades da higiene do trabalho é a análise ergonômica do ambiente de trabalho,
não apenas para identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e no
pagamento de adicional de insalubridade/periculosidade, mas para eliminação ou controlar
esses riscos, e para a redução do absenteísmo (doença). A capacidade analítica desenvolvida
nesse esforço permite ir além, na forma de identificação e proposição de mudanças no
ambiente e organização do trabalho que resultem também no aumento da produtividade, e da
motivação e satisfação do trabalhador que resultem na redução de outros tipos de absenteísmo
que não relacionado às doenças (Júnior).

3.1. Principais Objectivos da Higiene do Trabalho


As atividades relacionadas à higiene e segurança no trabalho têm como preocupação básica a
garantia de condições adequadas à manutenção da saúde e do bem-estar dos empregados.
Além de possuírem caráter obrigatório, as ações neste sentido demonstram o grau de
seriedade com que uma organização trata seus trabalhadores e o nível de responsabilidade
social que a mesma possui (Souza, 2012)

Os principais objetivos são: (Silva, 2013).

 Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio do


controle do ambiente de trabalho;
 Eliminar ou minimizar os factores que propiciam o surgimento das doenças
profissionais.
 Reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho.
 Prevenir o agravamento de doenças, lesões ou deficiências apresentadas pelos
empregados.
 Favorecer a execução da Produtividade.

4. Segurança do trabalho
De acordo com (Júnior) a segurança no trabalho é o conjunto de medidas tomadas com o
objetivo de prevenir acidentes. Suas principais estratégias de atuação são a eliminação das
condições inseguras do ambiente e o convencimento dos trabalhadores para que adotem
práticas preventivas.

Segundo (Silva, 2013) a segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas,


administrativas, educacionais, médicas e psicológicas empregadas para prevenir acidentes,

1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Higiene_do_trabalho
4
seja pela eliminação de condições inseguras do ambiente seja pela instrução ou pelo
convencimento das pessoas para a implementação de práticas preventivas de forma a evitar
atos inseguros.

Pode-se dizer que a segurança no trabalho integra um conjunto de metodologias adequadas à


prevenção de acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o reconhecimento e
o controlo dos riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (materiais,
equipamentos, e modos operatórios).

A segurança no trabalho constitui um dos factores decisivos para o aumento da produtividade.


Isso ocorre tanto pela redução dos afastamentos devidos a acidentes quanto aos prejuízos para
o ambiente, o clima psicológico que a falta de condições de segurança adequadas gera.

4.1. Acidente/Dano
Acontecimento não planeado que provoque a morte, um dano para a saúde, um ferimento, um
prejuízo ou outras perdas.

4.2. Acidente de trabalho


Acidente que se verifique no local e tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou a redução na
capacidade de trabalho ou de ganho.

Segundo a lei de trabalho 2007 no artigo 222:

Acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local e durante o tempo do


trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no trabalhador subordinado
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte em morte ou redução
na capacidade de trabalho ou de ganho.

O primeiro passo para o combate aos acidentes de trabalho é, naturalmente, a identificação


dos factores que proporcionam a sua ocorrência. Tais factores podem estar mais diretamente
relacionados aos trabalhadores ou ao ambiente de trabalho. (Robert, 2015).

As principais causas de acidentes são as seguintes:

 Características pessoais inadequadas, apresentando problemas relacionados à


personalidade, inteligência, motivação, aptidões sensoriais e motoras ou experiência.
 Comportamentos disfuncionais, como desatenção, esquecimento, negligência e
imprudência.
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 Características de degradadas do ambiente de trabalho, como a presença de agentes
potencialmente causadores de acidentes, equipamentos mal projetados ou em precário
estado de conservação ou layout (arranjo físico) mal definido.

Todas as causas anteriormente citadas podem ser controladas pela direção da organização.
Logicamente, os esforços nesse sentido não poderão garantir o alcance de um índice zero de
acidentes, pois existirá sempre a possibilidades de ocorrerem falhas humanas, defeitos nos
equipamentos ou outras contingências desfavoráveis. Porém, a falta de cuidados direcionados
ao controle das causas básicas de acidentes, irá elevá-los sensivelmente.

4.2.1. Acto Inseguro


Entende-se Acto Inseguro como sendo as causas de acidentes do trabalho que residem
exclusivamente no fator humano, isto e, aqueles que decorrem da execução de tarefas de uma
forma contrária as normas de segurança. (Rodrigues & Leal, 2017).

Exemplos bastante comuns de atos inseguros:

 Utilizar de maneira incorreta ou impróprias ferramentas manuais;


 Não obedecer a sinais ou instruções de segurança entre outros.
 Falta de treinamento; e
 Falta de conscientização.

4.2.1.1. As causas do acto inseguro


Os trabalhadores, depois de identificar quais os atos inseguros que ocorrem em sua seção,
deve perguntar por que eles ocorrem. Seguem-se, para orientação, alguns fatores que podem
levar os trabalhadores a praticar atos inseguros:
4.2.1.1.1. Inadaptação entre o homem e a função
Alguns trabalhadores cometem atos inseguros por não apresentarem as aptidões necessárias
para o exercício da função.
A seguir, apresenta-se uma orientação sobre os actos inseguros, suas possíveis origens, formas
mais comuns e recomendações para evitar sua ocorrência.
 A teimosia
Não insista em realizar determinadas operações para as quais não esteja habilitado; e
Acate as instruções e observações de seus superiores; eles também pensam na sua segurança.
 O exibicionismo

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O exibicionismo é a satisfação de uma vaidade ou de um ato imprudente, quando enfrentamos
um risco sem necessidade.
 A indisciplina
Indisciplina é sempre um ato de desobediência às instruções superiores, tanto no que se refere
à maneira de executar um trabalho, quanto sobre os cuidados necessários para se evitar o
acidente.
 A brincadeira
Não corra pelas seções e não brinque nos locais de trabalho; a brincadeira no local de trabalho
pode ter graves consequências.
 A distração e o descuido
A pequena distração ou descuido, mesmo nos últimos minutos de cada período de trabalho,
poderá ser causa de um grave acidente. Esteja atento e vigilante, para garantir sua segurança e
a de seus companheiros.
 O nervosismo e a irritação
O nervosismo faz com que você perca o controle de seus atos e palavras e contribui para que
o acidente ocorra.
4.2.2. Prevenção de acidentes
A prevenção de acidentes e a administração de riscos ocupacionais relacionam-se com a
segurança do trabalho, pois sua finalidade é antecipar os riscos de acidentes e, com isso,
minimizá-los.

Actos e condições inseguras são factores que, combinados ou não, desencadeiam os acidentes
de trabalho e são, portanto, as causas diretas dos acidentes. Assim, pode-se entender que
prevenir acidentes do trabalho, em síntese, é corrigir condições inseguras existentes nos locais
de trabalho, não permitindo que outras sejam criadas, e evitar a prática de atos inseguros por
parte das pessoas.

Uma das formas de antecipar os riscos de acidente é por meio da eliminação das condições
inseguras. Uma alternativa é o mapeamento de áreas de riscos existentes no local de trabalho.
Para eliminação dos atos inseguros, é necessário a informação, o treinamento e a capacitação
de todos os envolvidos no processo produtivo.

Eliminar os actos e as condições inseguras são elementos-chave para um ambiente laboral


seguro, com produtividade e qualidade.

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A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho contribui para a
proteção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo acidentes
e doenças e diminuindo consideravelmente os custos.

Em todos os casos, a participação dos trabalhadores na identificação dos riscos assume um


papel de extrema importância para o êxito do programa de gestão.

4.2.2.1. Equipamentos de Proteção


Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e a tecnologia
colocam à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de proteção, coletiva e
individual.

4.2.2.1.1. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)


É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à
proteção de uma ou mais pessoas expostos a risco durante a realização de um trabalho.

Exemplos:

 Limpeza e organização dos locais de trabalho;


 Sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há poluição;
 Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos;
 Proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante;
 Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos e elevadores;
 e
 Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal.
4.2.2.1.2. Equipamento de Proteção Individual (EPI)
É todo dispositivo de uso individual, destinados a ser utilizados por uma pessoa contra
possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma
determinada atividade. Seu uso será quando não for possível tomar medidas que permitam
eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a actividade.
Devemos utilizá-lo quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou
equipamentos de proteção coletiva, para complementar a proteção coletiva, em trabalhos
eventuais ou emergenciais e em exposição de curto período.
A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do
equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer
também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as características e qualidades técnicas do
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EPI, se possui Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e,
principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá proporcionar.
Os equipamentos de proteção individual são classificados de conformidade com a parte do em
corpo que deve ser protegida.
 Proteção de cabeça
Para o crânio, usam se diversos tipos de capacetes ou chapéus, e para o rosto utilizam-se
protetores faciais. Utilizado para proteção da cabeça do empregado em trabalho a céu aberto e
em local confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras,
choque elétrico e irradiação solar.
 Proteção dos olhos
Utilizado para proteção dos olhos contra impactos mecânicos, partículas volantes e raios
ultravioletas.
 Proteção auditiva
Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos
excessivos.
 Proteção respiratória
Utilizado para proteção respiratória em atividades e locais que apresentem tal necessidade
como manuseio de materiais de pintura como tintas, solventes, produtos químicos e
combustíveis.
 Proteção para membros superiores
Luva de proteção em raspa: Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado contra
agentes abrasivos e escoriantes.
 Luva de proteção
Luvas de borracha: Utilizadas para proteção das mãos e punhos do empregado em manuseio
de combustíveis e contra agentes químicos e biológicos.
Luvas de algodão: Utilizadas contra riscos mecânicos, protegem as mãos contra produtos
abrasivos, escoriantes, resistentes à cortes ou contém rebarbas, onde se necessite boa
aderência.
 Proteção para membros inferiores
Perneiras de segurança confeccionadas em raspa de couro para proteção da perna contra
agentes abrasivos e escoriantes
 Calçado de proteção

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Calçado de proteção tipo botina de couro: Utilizado para proteção dos pés contra torção,
escoriações e derrapagens.
 Proteção do tronco
Avental de proteção: Confeccionado em raspa de couro com ajuste no pescoço e cintura.
Para proteção do usuário contra agentes cortantes ou escoriantes, para uso em soldagem e
processos similares.
O uso de EPI exige responsabilidades, tanto da Chefia quando dos trabalhadores.
Cabe a Chefia adquirir o tipo adequado à atividade do empregado, fornecer EPI aprovado com
o Certificado de Aprovação, orientar o trabalhador sobre o seu uso, tornando-o obrigatório,
substituí-lo quando danificado ou extraviado.
Cabe ao empregado usá-lo apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se por
sua guarda e conservação e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso.
4.3. Procedimentos de segurança
Para preservar a saúde e a vida do ser humano em seu ambiente de trabalho e no meio
ambiente em geral, é indispensável: (Silva, 2013).

 Realizar pesquisas e estudos técnicos a respeito das instalações de trabalho →


Levantamento Ambiental de Riscos e PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais);
 Realizar estudos médicos sobre os efeitos dos agentes nocivos à saúde humana
presentes nos locais de trabalho → Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO);
 Colocar em prática as Normas Regulamentadoras de Segurança (NRs) e fiscalizá-las,
já que foram criadas em consequência da acção conjugada de governos, sindicatos e
empregado de forma a assegurarem a eficiência das leis protetoras de segurança;
 Implementar ações no ramo da segurança e higiene do trabalho (constitui-se, na
verdade, uma fonte de experiências e conhecimentos para a preservação do meio
ambiente em geral, resultando em acúmulo de conhecimentos e aprimoramento das
condições de trabalho); e
 Intensificar ações que visem a preservação do meio ambiente externo ao local de
trabalho em geral, pois a poluição do meio ambiente gerada pelas atividades
industriais é um problema que está gerando crescente preocupação aos serviços de

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higiene e segurança do trabalho, razão pela qual cresce a importância da segurança do
trabalho e o caráter social e humano de que se reveste tal sistematização de normas.

4.4. Principais conceitos dentro de segurança do trabalho


 Incidente
É o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a um acidente.
 Perigo
É a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à propriedade ou ao meio
ambiente, ou a combinação destes.
 Risco
É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um determinado evento
perigoso.
Risco ou Fenómeno perigoso; agentes geradores de risco

Causa ou Fenómeno capaz de provocar uma lesão ou dano para a saúde. É, normalmente,
medido em função da probabilidade e das consequências da ocorrência de um acidente.

 Situação perigosa

Toda a situação em que a pessoa é exposta a um ou mais riscos ou fenómenos perigosos.

Fonte: (Fonseca, 2002, p. 13)

 Dano
É a consequência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo ao homem, a
propriedade, meio ambiente ou uma combinação destes.
 Saúde
É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano.
 Dano para a saúde (provocado pelo trabalho)

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Perda de saúde comprovadamente causada ou agravada pela actividade ou pelo ambiente de
trabalho de uma pessoa.

 Evento desencadeador

Evento que despoleta a sequência de acontecimentos que resultam num dano.

 Prevenção

Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de medidas


adoptadas em todas as fases da vida das empresas.

Fonte: (Fonseca, 2002, p. 14)

5. A importância de conhecer os riscos


Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas características
de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes físicos, químicos,
biológicos, situações de deficiência ergonômica ou riscos de acidentes, podem comprometer o
trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte,
além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.

É importante salientar que a presença de produtos ou agentes nocivos nos locais de trabalho
não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso vai depender da
combinação ou inter-relação de diversos fatores, como a concentração e a forma do
contaminante no ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de exposição da
pessoa.

Entretanto, na visão da prevenção, não existem micro ou pequenos riscos, o que existem são
micro ou pequenas empresas.

Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de


investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os
trabalhadores.
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5.1. Avaliação de riscos
É o processo de estimar a magnitude dos riscos existentes no ambiente e decidir se um risco é
ou não tolerável.

Para investigar os locais de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os riscos ambientais,


existem duas modalidades básicas de avaliação:

5.1.1. Avaliação qualitativa


Conhecida como preliminar, utiliza-se apenas a sensibilidade do avaliador para identificar o
risco existente no local de trabalho.

Exemplo: ocorrendo o vazamento em um botijão de gás de cozinha, o sentido do olfato


imediatamente nos auxilia na identificação do risco.

5.1.2. Avaliação quantitativa


Que mede, compara e estabelece medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos
com uso de um método científico e a utilização de instrumentos e equipamentos destinados à
quantificação do risco.

Exemplo: para avaliar o calor produzido num forno utilizam-se termômetros específicos; para
avaliar o nível de ruído de uma máquina, utilizam-se medidores de pressão sonora.

5.2. Danos causados ao trabalhador


Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do
trabalho apresentam fatores extremamente negativos para o Setor, trabalhador acidentado e
para a sociedade.

As estatísticas que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma


enorme quantidade de trabalhadores prematuramente mortos ou incapacitadas para o trabalho
e os que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam
em:

 Cirurgias e remédios;
 Próteses e assistência médica;
 Sofrimento físico e mental;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
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 Desamparo à família;
 Desemprego; e
 Depressão e traumas.

6. Legislatura de Moçambique
6.1. Legislação antes da independência nacional
Desde o período colonial houve preocupação em estabelecer um quadro legislativo que
regulasse assuntos relativos à higiene e segurança no trabalho.

A título de exemplo: projecto, implantação e manutenção do sistema eléctrico e a ele cabem


as seguintes tarefas:

 O diploma legislativo n.º 120/71 de 13 de novembro, aprovado pelo governo-geral,


aprova o regulamento de segurança do pessoal e higiene no trabalho, aplicável a obras
de engenharia civil.
 Este diploma, com 126 artigos, estabelece, entre vários aspectos, valores aceitáveis de
gases tóxicos ou explosivos e de poeiras minerais.
 O diploma legislativo 48/73, de 5 de junho, aprova o regulamento geral de higiene e
segurança no trabalho nos estabelecimentos industriais.
 Este diploma apresenta 162 artigos e, dentre vários aspectos, recomenda o uso de
vestuário e equipamento inapropriado para protecção e segurança do trabalhador.

6.2. Legislação depois da independência nacional


Depois da independência nacional foi aprovada a constituição da república (lei-mãe), que no
artigo 85:

 Estabelece o direito à retribuição e segurança no emprego.


 Na base deste artigo foram promulgadas outras leis que regulam aspectos relacionados
com as condições, higiene e segurança no trabalho, dos quais se destacam:
 À luz do artigo n.º 2 do art. 85 da constituição da república, foi promulgada a lei n.º
23/2007, de 1 de agosto, que aprova a lei do trabalho e revoga a lei n.º 8/98, de 20 de
julho. Esta lei contém um total de 273 artigos e resulta da dinâmica da situação social,
económica e política, que exige a conformação do quadro jurídico-legal que discipline
o trabalho, o emprego e a segurança social.

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6.3. Actualmente em Moçambique
O regime jurídico para acidentes de trabalho e doenças profissionais actual é o decreto
62/2013 de 4 de dezembro.

Funções de um técnico em higiene e segurança no trabalho

 Avaliar os riscos associados à execução da obra, designadamente se existirem espaços


confinados, e definir as medidas de prevenção adequadas.
 Dar a conhecer e fazer cumprir o plano de segurança e saúde (PSS) para a execução da
obra.
 Assegurar a aplicação do PSS e das fichas de procedimentos de segurança por parte
dos seus trabalhadores.
 Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores, as suas
obrigações;
 Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram suas obrigações.
 Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do estaleiro,
incluindo a organização do sistema de emergência.
 Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas
autorizadas.
 Organizar um registo actualizado dos subempreiteiros e trabalhadores independentes
por si contratados com actividade no estaleiro, nos termos da legislação em vigor.

Perfil de um técnico em Higiene e Segurança no Trabalho

Antes de enumerar é preciso compreender que este técnico é de certa forma um gestor de
recursos humanos mas com algumas restrições de funções, dai que compete que tenham
qualidades similares.

 Ser calmo.
 Optar pela boa conduta.
 Evitar cortes estranhos (tranças estranha no caso mulheres)
 Ser íntegro
 Vestir a rigor da segurança e higiene no trabalho.
 Ter empatia e compaixão
 Ter habilidades em criar relações públicas.
 Ser um bom ouvinte
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 Habilidade de falar em público
 Ser organizado
 Ter domínio das TIC's (informática).
 Domínio da legislatura (lei do trabalho, decretos etc)

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7. Conclusão.
A Higiene e Segurança, estão aliados com objectivo de garantir condições de trabalho capazes
de manter um nível de saúde dos colaboradores/trabalhadores da empresa.

A segurança do trabalhador durante o desenvolvimento de suas actividades necessita,


principalmente, de medidas por parte das empresas, que visem o treinamento e a
conscientização dos mesmos.

É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no


ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o
valor humano. Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a
segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado.

E quando os colaboradores percebem o fato de serem valorizados, reconhecidos, isso os torna


mais motivados para o trabalho.

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Referências Bibliográficas
FONSECA, A.. Higiene e Segurança no Trabaho. AEP - Associação Empresarial de
Portugal. 2002.

GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed.. Atlas. 2008.

JÚNIOR, C. F. (s.d.). Conceitos, Instruções Normativas, Legislações e Nomenclaturas


Técnicas de Segurança no trabalho.

ROBERT, L.. Fundamentos da Higiene e Segurança no Trabalho. Cuiabá. 2015.

RODRIGUES, C. J., & LEAL, A. M.. Noções Básicas de Higiene e Segurança no Trabalho.
São Paulo. 2017.

SILVA, R. M.. Higiene e Segurança no Trabalho para educação profissional. Brasília: IFB.
2013

SOUZA, A. R. (2012). Principais Objetivos da Higiene e Segurança no Trabalho. Curso de


Ciências Contábeis (Coordenador) 2012 - UniFOA. Obtido de
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